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ISSN 2178-0811
RESUMO
O objetivo deste artigo é definir os termos e conceitos que envolvem os grupos caçadores-
coletores e, posteriormente, ceramistas portadores da tradição Vieira na várzea do arroio
Candiota. Os conceitos envolvem os construtores de cerritos e sua temporalidade, finalidade. O
tema direciona-se aos estudos científicos da Arqueologia das Terras Baixas, em especial, do
arroio Candiota e seus tributários Candiotinha e Poacá. O cenário de pesquisa e as áreas piloto
encontram-se na campanha gaúcha, englobando os municípios de Bagé, Candiota, Jaguarão,
Pinheiro Machado e Pedras Altas. O conceito de cerrito é aqui definido como centro sócio-
cultural multifuncional.
ABSTRACT
The aim of this paper is define concepts and terms used in hunters and gatherers and, lately,
pottery makers groups of Vieira tradition, Candiota creak, Rio Grande do Sul, Brazil. The
mound builders concepts reach their temporality, functionality and structural finality. The
subject studies it’s about Archaeology of Low Lands, in special, of Candiota creak and their
affluent Candiotinha e Poacá creaks. The research landscape is the southeast boarder ranch
system inserting Bagé, Candiota, Jaguarão, Pinheiro Machado e Pedras Altas.
Keywords: Archaeology. Southeast Boarder Ranch System. Vieira Tradition. Candiota Creak.
Introdução
1
Arqueólogo. Doutorando em História PPGH/UNISINOS. E-mail: marlonpestana@hotmail.com.
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Revista Tempos Acadêmicos, Dossiê Arqueologia Pré-Histórica, nº 11, 2013, Criciúma, Santa Catarina.
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Termos e Conceitos
2
MENESTRINO, Eunice H. Gomes; MENTZ RIBEIRO, Pedro Augusto, Vieira, Charrua e Minuano:
um mesmo grupo?, 1995, p. 12.
3
NAUE, G., Dados sobre o estudo de cerritos na área meridional da Lagoa dos Patos, Rio Grande, RS,
1973, p.1-24; SCHMITZ, Pedro Ignácio et. all., Os aterros dos campos do sul: a tradição Vieira, 1992.
4
LOUREIRO, André Garcia, Os Aterros (Cerritos) na fronteira Brasil – Uruguai: uma abordagem
histórica e teórico-conceitual, 2003.
5
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Merín (Uruguay), 1999, p. 38; BRACCO BOKSAR, Roberto; PANTAZI, Cristina Ures, Ritmos y
dinámica constructiva de las estructuras monticulares. Sector Sul de la Cuenca de la Laguna Merín –
Uruguay, 1999, p. 20.
6
BASILE BECKER, Ítala Irene, El Indio y La Colonización, Charrúas y Minuanes, 1984, p. 116-118.
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NAUE, G; SCHMITZ, P. I; BASILE BECKER, I. I, A Cerâmica dos Aterros de Rio Grande, RS, 1968.
8
SCHMITZ, Pedro Ignácio; BROCHADO, José Proenza, Datos para uma secuencia cultural del estado
de Rio Grande do Sul (Brasil), 1972.
9
SCHMITZ, P. I; MENTZ RIBEIRO, P. A.; NAUE, G.; BASILE BECKER, I. I., Prospecções
arqueológicas no vale do rio Camaquã, RS, 1970.
10
SCHMITZ, P. I.; BAEZA, Jorge E. Santa Vitoria do Palmar: una tentativa de evolución del ambiente
en el Alto Chuy y su vinculación al problema de los cerritos, 1982.
11
SCHMITZ, P. I; BASILE BECKER, I. I; LA SALVIA, F; NAUE, G., Prospecções Arqueológicas na
Campanha Rio-Grandense, 1968, p. 175.
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Segundo Cabrera
12
SCHMITZ, P. I. (Coord.), Arqueologia no Rio Grande do Sul, 1967.
13
BROCHADO, José J. J. P., Histórico das Pesquisas Arqueológicas no Estado do Rio Grande do Sul,
1969.
14
SCHMITZ, Pedro Ignácio, op. cit., 1992.
15
BROCHADO, José J. J. P., op. cit., 1969.
16
CABRERA, Leonel. Funebria y Sociedad entre los “constructores de cerritos” del este uruguayo,
1999, p. 71.
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17
SCHORR, Maria Helena Abrahão; SCHMITZ, Pedro Ignácio, A utilização dos recursos naturais na
alimentação dos indígenas na região sudeste do Rio Grande do Sul, Brasil, 1975.
18
Idem, p. 6.
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19 19
LOUREIRO, André Garcia, op. cit., 2003.
20
Idem, p. 101.
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COPÉ, Silvia Moehlecke. Aspectos da ocupação pré-colonial no vale do rio Jaguarão, RS, 1985.
22
Idem, p. 32.
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maiores estruturas monticulares, mais altas e com diâmetro de base menor, apresentam
relativamente menos material arqueológico do que as estruturas baixas e largas de
grandes diâmetros de base. Nos cerritos mais altos é comum a presença de nódulos de
carvão, lascas e pequenos fragmentos ósseos ao contrário dos aterros que possuem
amplo diâmetro de base, estes apresentam diversificado material arqueológico,
incluindo bolas de boleadeira, lâminas de machado, fragmentos cerâmicos23 e
instrumentos líticos, além de um refinado conjunto vestigial alimentar contendo ossos
de mamíferos terrestres, sementes e coquinhos.
Apesar da estratigrafia das estruturas monticulares não ser visivelmente delineada,
nota-se a diferença de densidade entre as diferentes camadas. A tonalidade do solo
abaixo do cerrito é cinza, representa a Formação Rio Bonito, do Permiano, inclusive a
mesma que possui, abaixo, o carvão que é atrativo econômico na região. As camadas
acima apresentam espessuras de dimensões homogêneas, variando entre trinta a
quarenta centímetros cada, mudando a espessura dos grãos, a compactação e muitas
vezes a granulação dos sedimentos. Veja a seguir a descrição da estrutura estratigráfica
dos cerritos escavados na bacia do arroio Candiota:
23
VIDART, Daniel, Los cerritos de los indios del leste uruguayo, 1999; NAUE, G; SCHMITZ, P. I;
BASILE BECKER, I. I, op. cit., 1968; FEMENIAS, Jorge, Cerámica de los cerritos de noreste de
Uruguay y sureste de Brasil (discusión de los modelos resultantes), 1990.
24
SCHMITZ, P. I; MENTZ RIBEIRO, P. A.; NAUE, G.; BASILE BECKER, I. I., op. cit., 1970, p. 510.
25
ROGGE, Jairo Henrique, Fenômenos de Fronteira: um estudo das situações de contato entre os
portadores das tradições cerâmicas pré-históricas no Rio Grande do Sul, 2004.
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Considerações Preliminares
28
SCHMITZ, P. I; MENTZ RIBEIRO, P. A.; NAUE, G.; BASILE BECKER, I. I. Prospecções
arqueológicas no vale do rio Camaquã, RS, 1970, p. 17.
29
BRACCO BOKSAR & PANTAZI, Comunicação pessoal em nota emitida a Pedro Augusto Mentz,
1984, p. 16-20.
30
SCHMITZ, Pedro Ignácio; BROCHADO, José Proenza, op. cit., 1972; SCHMITZ, P. I., Cronología de
las culturas del sudeste de Rio Grande do Sul, Brasil, 1973.
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REFERÊNCIAS
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uruguayo. In. LÓPEZ MAZZ, J. M; SANS, M. Arqueología y Bioantropología de las
Tierras Bajas. Montevideo: Departamento de Publicaciones, p. 63-80, 1999.
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NAUE, G. Dados sobre o estudo de cerritos na área meridional da Lagoa dos Patos, Rio
Grande, RS. Separata da Revista Veritas, Porto Alegre, n.71/73, p.1-24 1973.
SCHMITZ, P. I.; BAEZA, Jorge E. Santa Vitoria do Palmar: una tentativa de evolución
del ambiente en el Alto Chuy y su vinculación al problema de los cerritos. Anales del
VII Congreso Nacional de Arqueologia, Colonia del Sacramento, Uruguay, 1982.
SCHMITZ, P. I. Cronología de las culturas del sudeste de Rio Grande do Sul, Brasil. In:
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Segundo Encuentro de Arqueología del litoral, p 105-117, Fray Bentos, 1973.
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da UFRGS. Porto Alegre, 1972.
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recursos naturais na alimentação dos indígenas na região sudeste do Rio Grande do Sul,
Brasil. In: Publicações Avulsas n.° 2 São Leopoldo: Instituto Anchietano de
Pesquisas/IAP, p. 3-37, 1975.
VIDART, Daniel. Los cerritos de los indios del leste uruguayo. Montevideo: Ediciones
de La Banda Oriental, 1999. 160 p.
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