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Participantes:
Diogo Cimini Isnard – 32224303
Fabio Luiz Pacini Caldeira Miretti - 32217684
Isabella Cristina de Faria Cunha – 32270097
Victória Gonçalves Assalin – 32218958
Rafael Blinder - 32243634
1 – Introdução
- Contextualização
O mapeamento de risco geológico é fundamental para proteger as
comunidades contra fenômenos prejudiciais, como deslizamentos de terra,
enchentes, terremotos e vulcanismo. A identificação meticulosa e avaliação de
ameaças são fundamentais para compreender as dinâmicas naturais que impactam
uma região, sendo essencial para o planejamento urbano.
Ao analisar o ambiente geológico e geotécnico, o mapeamento fornece dados
valiosos sobre solo, formações rochosas e condições hidrogeológicas, essenciais
para decisões informadas. Isso não apenas revela vulnerabilidades, mas orienta
medidas preventivas e mitigadoras. O planejamento urbano se beneficia ao
estabelecer regulamentações mais seguras, resultando em comunidades resilientes.
Além disso, o mapeamento é crucial na gestão de riscos, permitindo
estratégias de resposta eficazes e antecipação de eventos geológicos, fazendo com
que muitas pessoas não se prejudiquem com esses eventos. Medidas preventivas,
como estruturas de contenção e zonas de evacuação, derivam do mapeamento,
visando a segurança e o bem-estar geral. Em resumo, o mapeamento de risco
geológico é uma ferramenta integrada para fortalecer a resiliência das comunidades,
contribuindo para um ambiente mais seguro e sustentável diante dos desafios da
dinâmica geológica planetária.
Falando sobre riscos geológicos, Francisco Morato sofre com vários
problemas, como as enchentes e deslizamentos de terra, nos quais ocorrem
principalmente por conta da ocupação rápida e desordenada de encostas e áreas
de risco. Por conta das fortes chuvas que estão atingindo todo o estado de São
Paulo, ocorreram muitos deslizamentos em Francisco Morato, mas essa cidade não
sofre com esse tipo de problema apenas agora, são mais de 40 anos passando por
esse tipo de situação. Levando tudo isso em conta, podemos notar que não foi feito
um mapeamento de áreas de risco geológico nessa cidade, já que faz décadas que
ela sofre com esses problemas. Ao decorrer do trabalho iremos apresentar análises
de alguns pontos da cidade que sofreram algum desastre ou pontos que
apresentam riscos em potencial, e com isso vamos entender um pouco melhor a
importância do mapeamento e o quanto ele poderia ter ajudado caso tivesse sido
feito em Francisco Morato.
- Objetivos
Esse trabalho tem como objetivo o estudo dos riscos geológicos como perigo,
vulnerabilidade, suscetibilidade, mitigação, prevenção e alerta e resposta, e da
classificação dos graus de risco, nos quais podem ser R1 (baixo risco), R2 (médio
risco), R3 (alto risco) e R4 (muito alto risco). Além disso, nesse trabalho é feito o
mapeamento das áreas de risco geológico em Francisco Morato, apresentando o
procedimento de mapeamento, a ficha descritiva de área de risco, na qual faz a
caracterização do setor, a ocupação antrópica, os fatores e processos de
instabilidade e analisa os riscos presentes na área, seu grau, quantas moradias
estão sendo afetadas e uma média de quantas pessoas estão sofrendo as
consequências, e a definição do setor objeto de estudo e quais são os critérios para
a divisão da área em setores.
Para que esse trabalho seja realizado é feito uma série de procedimentos, o
primeiro deles é o mapeamento de estruturas geológicas da área em questão, onde
se nota a presença de dobras, falas e intrusões magnéticas. O segundo processo é
a análise da geologia estrutural, na qual estuda como as rochas estão organizadas
espacialmente e como as estruturas geológicas presentes afetam na disposição das
camadas rochosas, sendo importante para verificar a estabilidade da região. Outro
procedimento é a caracterização do tipo de rocha presente, são determinados os
tipos, as características, a composição, a textura e a origem das rochas.
A avaliação dos riscos geológicos é outro processo, ele consiste em
identificar se a área está propensa a sofrer riscos geológicos, sendo importante para
o planejamento urbano e para evitar possíveis eventos. Mais um procedimento é o
planejamento do uso do solo, no qual é fornecido informações para que seja feito o
planejamento adequado para o tipo de solo daquela região, mostrando quais áreas
podem receber quais tipos de construções e quais requerem uma atenção maior em
relação a riscos geológicos. Esses são alguns dos processos realizados, mas
existem outros.
- Metodologia
O mapeamento geológico é feito de acordo com uma metodologia específica
para que seja fornecido informações detalhadas sobre a geologia de uma
determinada região. Ela pode variar dependendo dos objetivos específicos do
mapeamento, da escala da área a ser mapeada e dos recursos disponíveis. Mas
mesmo podendo variar bastante, seu processo é sempre o mesmo, começando pela
revisão bibliográfica e pela coleta de dados preliminares, esse primeiro processo é
feito para que seja coletado dados topográficos, climatológicos e informações sobre
o uso do solo em questão.
O segundo processo é conhecido como estudo da cartografia básica, onde é
feito a análise dos mapas topográficos e imagens de satélite, além de identificar os
rios, estradas e áreas urbanas. Mais um processo importante é a coleta de
amostras, onde é coletado amostras de solos, rochas e outros materiais geológicos
importantes para o mapeamento, essas amostras são para análise mineralogia e
geoquímica, na qual fornece muitas informações sobre a composição e
características de cada amostra. O quarto é o trabalho de campo, onde é feito
levantamentos na área pada coletar dados que são essenciais para definir as
estruturas geológicas, rochas, feições topográficas e evidências de processos
geológicos.
Também é feito a análise estrutural e sedimentologia, sendo realizada a
avaliação das estruturas, levando em conta suas dobras, falhas e fraturas, além de
fazer a análise das características sedimentológicas das rochas presentes que é
essencial para entender os processos de deposição. O último processo para que
seja feito os mapas é o mapeamento geofísico, onde é realizado métodos geofísicos
para coletar informações consideradas subsuperficiais. Depois que todos esses
processos são feitos, é realizada a produção dos mapas, nos quais representam
todos os elementos relevantes presentes na área estudada.
- Perigo
Condição ou fenômeno com potencial para causar uma consequência
desagradável. Ele expressa a probabilidade de ocorrência do processo,
considerando seu alcance em relação ao elemento a ser afetado. Uma
característica que difere o perigo dos outros tipos de risco geológico é que ele
destaca as características intrínsecas de um fenômeno ou processo que podem
representar uma ameaça para áreas habitadas, infraestruturas ou o meio ambiente,
além de apresentar o potencial prejudicial que cada evento pode causar.
Mas mesmo que o perigo apresente quais eventos podem ocorrer, ele não
apresenta qual é a probabilidade de que ele ocorra, não sendo tão eficaz na hora de
pensar em uma estratégia para que o fenômeno em questão não ocorra.
No exemplo abaixo podemos notar que as casas que se encontram na
encosta têm o perigo de sofrerem queda e as casas que se encontram na base da
encosta têm o perigo de sofrerem um atingimento caso as casas da encostam
caíam. Porém, não conseguimos entender qual é a probabilidade de que esse
evento ocorra, temos apenas uma possibilidade.
- Vulnerabilidade
A vulnerabilidade consiste no grau de perda para um dado elemento ou
grupo dentro de uma área afetada por um processo. Durante uma avaliação de risco
a vulnerabilidade apresenta um papel essencial já que ela se concentra na
capacidade que um sistema tem de se proteger dos efeitos do fenômeno.
A vulnerabilidade leva em conta vários elementos, como as características
demográficas, condições socioeconômicas, os níveis educacionais, condições
ambientais naturais, a qualidade da edificação e suas regulamentações. Ela varia de
acordo com cada região e por isso é essencial na análise dos riscos geológicos.
Um exemplo de vulnerabilidade são as pessoas que tem suas casas feitas
em barrancos, essas pessoas têm uma vulnerabilidade maior do que as pessoas
que têm suas casas feitas em terrenos planos, já que apresentam um risco maior de
sofrerem um desastre, como um escorregamento.
Imagem: Exemplo de vulnerabilidade
- Suscetibilidade
- Mitigação
A mitigação geológica refere-se às práticas e medidas adotadas para reduzir
ou prevenir os impactos adversos de eventos geológicos, como terremotos,
deslizamentos de terra ou erupções vulcânicas, basicamente ela minimiza a
vulnerabilidade. Isso pode envolver o planejamento urbano, monitoramento sísmico
e outras estratégias para minimizar riscos.
Estratégias comuns de mitigação abrangem o fortalecimento de estruturas
contra terremotos, deslizamentos de terra e inundações, assim como a construção
de barreiras físicas, como diques e barragens, para controlar o fluxo de água em
regiões suscetíveis a enchentes. O zoneamento e o planejamento urbano
desempenham papel crucial ao identificar e restringir o desenvolvimento em áreas
de alto risco, estabelecendo um zoneamento apropriado que leve em consideração
as características geológicas, prevenindo construções em locais propensos a
desastres.
Outros exemplos de mitigação geológica incluem a implementação de
códigos de construção sísmica rigorosos em áreas propensas a terremotos, a
instalação de sistemas de alerta precoce para tsunamis, o mapeamento de áreas de
risco de deslizamentos de terra para evitar construções nessas regiões e o
desenvolvimento de planos de evacuação em áreas vulcânicas para garantir a
segurança da população.
A eficácia da mitigação está vinculada à compreensão detalhada do risco
geológico específico enfrentado por uma região, exigindo a implementação
coordenada de medidas apropriadas. A mitigação desempenha um papel vital ao
promover a resiliência das comunidades diante de eventos geológicos adversos,
contribuindo para a segurança e o bem-estar a longo prazo.
- Prevenção
A prevenção geológica envolve medidas tomadas antecipadamente para
evitar ou reduzir os riscos associados a eventos geológicos. Exemplos incluem a
implementação de zonas de construção seguras, a educação pública sobre práticas
seguras em áreas de risco e a preservação de ecossistemas que desempenham um
papel na estabilidade geológica, como florestas que ajudam a evitar deslizamentos
de terra.
A prevenção abrange diversas ações, desde a identificação e avaliação de
áreas suscetíveis a fenômenos geológicos específicos até a implementação de
políticas públicas, códigos de construção e planos de ordenamento territorial.
Medidas preventivas incluem estratégias como zoneamento de risco, restrições de
uso do solo em áreas vulneráveis e a adoção de padrões de construção resilientes.
No contexto do risco geológico, a prevenção engloba um conjunto abrangente de
ações para criar uma base resiliente capaz de enfrentar e superar os desafios
apresentados por fenômenos geológicos potencialmente prejudiciais.
A importância da mitigação e prevenção geológica reside na redução dos
impactos negativos causados por eventos geológicos, como terremotos, vulcões,
deslizamentos de terra e inundações. Essas práticas contribuem para a segurança
pública, minimizando danos a propriedades, infraestrutura e, mais importante,
protegendo vidas humanas. Além disso, a abordagem proativa na prevenção
geológica também pode resultar em economia de recursos ao evitar ou reduzir os
custos associados à reconstrução após desastres naturais
- Alerta e resposta
– R2 - Médio risco
No baixo risco R2 os condicionantes geológicos predisponentes e o nível de
intervenção no setor são de média potencialidade para o desenvolvimento de
processos de deslizamentos e solapamentos. Observa-se a presença de algum
sinal, feição e evidencia de instabilidade das encostas e margens de drenagens,
porém incipiente. Mantidas as condições existentes se reduz a possibilidade de
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e
prolongadas, no período compreendido por uma estação chuvosa.
– R3 - Alto risco
No R3, considerado como médio risco, os condicionantes geológicos e o nível
de intervenção no setor são de alta potencialidade para o desenvolvimento de
processos de deslizamentos e solapamentos. Pode-se observar a presença de
significativos sinais, feições e evidências de instabilidade como trincas no solo,
degraus de abatimento em taludes, etc. Mantidas as condições existentes, tem uma
grande possibilidade de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas, no período compreendido por uma estação
chuvosa.
- Google Earth
Nº de Casas em risco= 15
Nº de Pessoas por casa = 4 –> portanto, Nº de pessoas em risco = 15x4 = 60
pessoas
- Google Maps
5 – Mapeamento do setor
- Procedimento
O processo de mapeamento de Francisco Morato teve início com uma visita a
cidade para analisar a área propensa a deslizamentos, onde está localizada uma
comunidade. Durante a visita, realizou-se uma análise para identificar os setores a
serem mapeados. Em seguida, iniciou-se o processo de coleta de dados,
registrando detalhes relevantes sobre o terreno, como elevações, declives, tipo de
solo, características geológicas, entre outros.
Foram anotados graus de inclinação, alturas dos declives e taludes de corte e
aterro, assim como a distância das casas a esses locais. Dados sobre o tipo de
construção, materiais nos aterros, solo, rochas, vegetação, abastecimento de água,
comportamento pluviométrico, sistema de esgoto e drenagem superficial foram
registrados. As próprias construções e o ambiente foram estudados para identificar
sinais de instabilidade, como rachaduras e cicatrizes de deslizamento. Com essas
informações, foi possível concluir o nível de risco da região e determinar o número
de pessoas que precisariam ser realocadas. Ao chegar a uma conclusão, foram
estabelecidas recomendações para lidar com a situação.