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Trabalho T-3

Mapeamento de áreas de risco geológico em Francisco Morato

Participantes:
Diogo Cimini Isnard – 32224303
Fabio Luiz Pacini Caldeira Miretti - 32217684
Isabella Cristina de Faria Cunha – 32270097
Victória Gonçalves Assalin – 32218958
Rafael Blinder - 32243634
1 – Introdução
- Contextualização
O mapeamento de risco geológico é fundamental para proteger as
comunidades contra fenômenos prejudiciais, como deslizamentos de terra,
enchentes, terremotos e vulcanismo. A identificação meticulosa e avaliação de
ameaças são fundamentais para compreender as dinâmicas naturais que impactam
uma região, sendo essencial para o planejamento urbano.
Ao analisar o ambiente geológico e geotécnico, o mapeamento fornece dados
valiosos sobre solo, formações rochosas e condições hidrogeológicas, essenciais
para decisões informadas. Isso não apenas revela vulnerabilidades, mas orienta
medidas preventivas e mitigadoras. O planejamento urbano se beneficia ao
estabelecer regulamentações mais seguras, resultando em comunidades resilientes.
Além disso, o mapeamento é crucial na gestão de riscos, permitindo
estratégias de resposta eficazes e antecipação de eventos geológicos, fazendo com
que muitas pessoas não se prejudiquem com esses eventos. Medidas preventivas,
como estruturas de contenção e zonas de evacuação, derivam do mapeamento,
visando a segurança e o bem-estar geral. Em resumo, o mapeamento de risco
geológico é uma ferramenta integrada para fortalecer a resiliência das comunidades,
contribuindo para um ambiente mais seguro e sustentável diante dos desafios da
dinâmica geológica planetária.
Falando sobre riscos geológicos, Francisco Morato sofre com vários
problemas, como as enchentes e deslizamentos de terra, nos quais ocorrem
principalmente por conta da ocupação rápida e desordenada de encostas e áreas
de risco. Por conta das fortes chuvas que estão atingindo todo o estado de São
Paulo, ocorreram muitos deslizamentos em Francisco Morato, mas essa cidade não
sofre com esse tipo de problema apenas agora, são mais de 40 anos passando por
esse tipo de situação. Levando tudo isso em conta, podemos notar que não foi feito
um mapeamento de áreas de risco geológico nessa cidade, já que faz décadas que
ela sofre com esses problemas. Ao decorrer do trabalho iremos apresentar análises
de alguns pontos da cidade que sofreram algum desastre ou pontos que
apresentam riscos em potencial, e com isso vamos entender um pouco melhor a
importância do mapeamento e o quanto ele poderia ter ajudado caso tivesse sido
feito em Francisco Morato.
- Objetivos
Esse trabalho tem como objetivo o estudo dos riscos geológicos como perigo,
vulnerabilidade, suscetibilidade, mitigação, prevenção e alerta e resposta, e da
classificação dos graus de risco, nos quais podem ser R1 (baixo risco), R2 (médio
risco), R3 (alto risco) e R4 (muito alto risco). Além disso, nesse trabalho é feito o
mapeamento das áreas de risco geológico em Francisco Morato, apresentando o
procedimento de mapeamento, a ficha descritiva de área de risco, na qual faz a
caracterização do setor, a ocupação antrópica, os fatores e processos de
instabilidade e analisa os riscos presentes na área, seu grau, quantas moradias
estão sendo afetadas e uma média de quantas pessoas estão sofrendo as
consequências, e a definição do setor objeto de estudo e quais são os critérios para
a divisão da área em setores.
Para que esse trabalho seja realizado é feito uma série de procedimentos, o
primeiro deles é o mapeamento de estruturas geológicas da área em questão, onde
se nota a presença de dobras, falas e intrusões magnéticas. O segundo processo é
a análise da geologia estrutural, na qual estuda como as rochas estão organizadas
espacialmente e como as estruturas geológicas presentes afetam na disposição das
camadas rochosas, sendo importante para verificar a estabilidade da região. Outro
procedimento é a caracterização do tipo de rocha presente, são determinados os
tipos, as características, a composição, a textura e a origem das rochas.
A avaliação dos riscos geológicos é outro processo, ele consiste em
identificar se a área está propensa a sofrer riscos geológicos, sendo importante para
o planejamento urbano e para evitar possíveis eventos. Mais um procedimento é o
planejamento do uso do solo, no qual é fornecido informações para que seja feito o
planejamento adequado para o tipo de solo daquela região, mostrando quais áreas
podem receber quais tipos de construções e quais requerem uma atenção maior em
relação a riscos geológicos. Esses são alguns dos processos realizados, mas
existem outros.

- Metodologia
O mapeamento geológico é feito de acordo com uma metodologia específica
para que seja fornecido informações detalhadas sobre a geologia de uma
determinada região. Ela pode variar dependendo dos objetivos específicos do
mapeamento, da escala da área a ser mapeada e dos recursos disponíveis. Mas
mesmo podendo variar bastante, seu processo é sempre o mesmo, começando pela
revisão bibliográfica e pela coleta de dados preliminares, esse primeiro processo é
feito para que seja coletado dados topográficos, climatológicos e informações sobre
o uso do solo em questão.
O segundo processo é conhecido como estudo da cartografia básica, onde é
feito a análise dos mapas topográficos e imagens de satélite, além de identificar os
rios, estradas e áreas urbanas. Mais um processo importante é a coleta de
amostras, onde é coletado amostras de solos, rochas e outros materiais geológicos
importantes para o mapeamento, essas amostras são para análise mineralogia e
geoquímica, na qual fornece muitas informações sobre a composição e
características de cada amostra. O quarto é o trabalho de campo, onde é feito
levantamentos na área pada coletar dados que são essenciais para definir as
estruturas geológicas, rochas, feições topográficas e evidências de processos
geológicos.
Também é feito a análise estrutural e sedimentologia, sendo realizada a
avaliação das estruturas, levando em conta suas dobras, falhas e fraturas, além de
fazer a análise das características sedimentológicas das rochas presentes que é
essencial para entender os processos de deposição. O último processo para que
seja feito os mapas é o mapeamento geofísico, onde é realizado métodos geofísicos
para coletar informações consideradas subsuperficiais. Depois que todos esses
processos são feitos, é realizada a produção dos mapas, nos quais representam
todos os elementos relevantes presentes na área estudada.

2 – Conceitos básicos de risco geológico


- Risco:
O risco é a probabilidade de que ocorra um acidente, desastre ou evento
adverso em um determinado local e intervalo de tempo, envolvendo a localização,
as dimensões, processos, materiais envolvidos, velocidade e trajetória. Essa
probabilidade é relacionada com a intensidade dos danos ou perdas sociais e
econômicas que esses eventos podem causar.
O risco está ligado com a vulnerabilidade, está ligação é a relação entre a
possibilidade de ocorrer determinado processo ou fenômeno e a severidade que os
danos e consequências sociais e econômicas podem ter sobre um determinado
elemento, grupo ou comunidade. Por isso, quanto maior é a vulnerabilidade, maior é
o risco.
É usada uma fórmula segundo esses dois parâmetros principais, a possibilidade de
ocorrência de um evento (P) e as consequências sociais e/ou econômicas
potenciais (C), onde o risco (R) é:
R=PxC
No Brasil, foram desenvolvidas diversas classificações referentes aos riscos,
onde a maior parte se baseia no processo desencadeador para dividir os tipos de
risco.
Imagem: Tipos de riscos

O mapeamento geológico é fundamental nesse contexto, ele pode


fornecer informações detalhadas sobre as características do terreno, tipos de solo,
presença de falhas e outros elementos relevantes, nos quais ajudam a identificar as
áreas que são submetidas à riscos geológicos, dando a possibilidade de que seja
feito um planejamento urbano e de riscos para que ocorra a implementação de
medidas preventivas.

- Perigo
Condição ou fenômeno com potencial para causar uma consequência
desagradável. Ele expressa a probabilidade de ocorrência do processo,
considerando seu alcance em relação ao elemento a ser afetado. Uma
característica que difere o perigo dos outros tipos de risco geológico é que ele
destaca as características intrínsecas de um fenômeno ou processo que podem
representar uma ameaça para áreas habitadas, infraestruturas ou o meio ambiente,
além de apresentar o potencial prejudicial que cada evento pode causar.
Mas mesmo que o perigo apresente quais eventos podem ocorrer, ele não
apresenta qual é a probabilidade de que ele ocorra, não sendo tão eficaz na hora de
pensar em uma estratégia para que o fenômeno em questão não ocorra.
No exemplo abaixo podemos notar que as casas que se encontram na
encosta têm o perigo de sofrerem queda e as casas que se encontram na base da
encosta têm o perigo de sofrerem um atingimento caso as casas da encostam
caíam. Porém, não conseguimos entender qual é a probabilidade de que esse
evento ocorra, temos apenas uma possibilidade.

Imagem: Exemplo de perigo

- Vulnerabilidade
A vulnerabilidade consiste no grau de perda para um dado elemento ou
grupo dentro de uma área afetada por um processo. Durante uma avaliação de risco
a vulnerabilidade apresenta um papel essencial já que ela se concentra na
capacidade que um sistema tem de se proteger dos efeitos do fenômeno.
A vulnerabilidade leva em conta vários elementos, como as características
demográficas, condições socioeconômicas, os níveis educacionais, condições
ambientais naturais, a qualidade da edificação e suas regulamentações. Ela varia de
acordo com cada região e por isso é essencial na análise dos riscos geológicos.
Um exemplo de vulnerabilidade são as pessoas que tem suas casas feitas
em barrancos, essas pessoas têm uma vulnerabilidade maior do que as pessoas
que têm suas casas feitas em terrenos planos, já que apresentam um risco maior de
sofrerem um desastre, como um escorregamento.
Imagem: Exemplo de vulnerabilidade

- Suscetibilidade

Indica a potencialidade de ocorrência de processos naturais e induzidos em


áreas de interesse ao uso do solo, expressando a suscetibilidade segundo classes
de probabilidade de ocorrência. Esse tipo de risco geológico é influenciado por
vários fatores como, por exemplo, as características geológicas, o tipo de solo, a
composição geológica, a inclinação do terreno, a cobertura vegetal e o histórico de
eventos.
Enquanto o risco envolve a possibilidade de ocorrência de um fenômeno
acompanhado de danos e perdas, a suscetibilidade caracteriza a possibilidade de
ocorrência de um evento e se concentra na propensão do ambiente físico a ser
impactado pelos eventos geológicos.
No exemplo abaixo podemos notar que a área circulada apresenta um certo
desnível, sendo mais baixa do que o restante da representação, essa área está
mais suscetível à inundação, já que apresenta um rio e é mais baixa, já as pontas dl
desenho são menos suscetíveis à inundação, já que estão em um nível
consideravelmente mais alto.

Imagem: Exemplo de suscetibilidade


Imagem: Comparação de risco com suscetibilidade

- Mitigação
A mitigação geológica refere-se às práticas e medidas adotadas para reduzir
ou prevenir os impactos adversos de eventos geológicos, como terremotos,
deslizamentos de terra ou erupções vulcânicas, basicamente ela minimiza a
vulnerabilidade. Isso pode envolver o planejamento urbano, monitoramento sísmico
e outras estratégias para minimizar riscos.
Estratégias comuns de mitigação abrangem o fortalecimento de estruturas
contra terremotos, deslizamentos de terra e inundações, assim como a construção
de barreiras físicas, como diques e barragens, para controlar o fluxo de água em
regiões suscetíveis a enchentes. O zoneamento e o planejamento urbano
desempenham papel crucial ao identificar e restringir o desenvolvimento em áreas
de alto risco, estabelecendo um zoneamento apropriado que leve em consideração
as características geológicas, prevenindo construções em locais propensos a
desastres.
Outros exemplos de mitigação geológica incluem a implementação de
códigos de construção sísmica rigorosos em áreas propensas a terremotos, a
instalação de sistemas de alerta precoce para tsunamis, o mapeamento de áreas de
risco de deslizamentos de terra para evitar construções nessas regiões e o
desenvolvimento de planos de evacuação em áreas vulcânicas para garantir a
segurança da população.
A eficácia da mitigação está vinculada à compreensão detalhada do risco
geológico específico enfrentado por uma região, exigindo a implementação
coordenada de medidas apropriadas. A mitigação desempenha um papel vital ao
promover a resiliência das comunidades diante de eventos geológicos adversos,
contribuindo para a segurança e o bem-estar a longo prazo.

- Prevenção
A prevenção geológica envolve medidas tomadas antecipadamente para
evitar ou reduzir os riscos associados a eventos geológicos. Exemplos incluem a
implementação de zonas de construção seguras, a educação pública sobre práticas
seguras em áreas de risco e a preservação de ecossistemas que desempenham um
papel na estabilidade geológica, como florestas que ajudam a evitar deslizamentos
de terra.
A prevenção abrange diversas ações, desde a identificação e avaliação de
áreas suscetíveis a fenômenos geológicos específicos até a implementação de
políticas públicas, códigos de construção e planos de ordenamento territorial.
Medidas preventivas incluem estratégias como zoneamento de risco, restrições de
uso do solo em áreas vulneráveis e a adoção de padrões de construção resilientes.
No contexto do risco geológico, a prevenção engloba um conjunto abrangente de
ações para criar uma base resiliente capaz de enfrentar e superar os desafios
apresentados por fenômenos geológicos potencialmente prejudiciais.
A importância da mitigação e prevenção geológica reside na redução dos
impactos negativos causados por eventos geológicos, como terremotos, vulcões,
deslizamentos de terra e inundações. Essas práticas contribuem para a segurança
pública, minimizando danos a propriedades, infraestrutura e, mais importante,
protegendo vidas humanas. Além disso, a abordagem proativa na prevenção
geológica também pode resultar em economia de recursos ao evitar ou reduzir os
custos associados à reconstrução após desastres naturais

- Alerta e resposta

Alerta e resposta geológica referem-se a sistemas e procedimentos


estabelecidos para detectar, monitorar e responder a eventos geológicos, como
terremotos, vulcões, deslizamentos de terra e outros fenômenos relacionados. O
alerta geológico envolve o uso de monitoramento contínuo para detectar sinais
precursoras de eventos geológicos. Quando esses sinais são identificados, sistemas
de alerta são acionados para informar as autoridades e o público, permitindo a
tomada de medidas preventivas.
E a resposta geológica refere-se às ações tomadas em resposta a um alerta
ou a ocorrência de um evento geológico. Isso inclui evacuações, implementação de
planos de emergência, mobilização de equipes de resgate e esforços para mitigar
os impactos imediatos e facilitar a recuperação.
Na etapa de resposta, incluem-se atividades de socorro, provisão de abrigo
temporário, assistência médica e medidas para reduzir o impacto imediato do
evento geológico perigoso. É nessa fase que a coordenação entre autoridades
locais, estaduais e nacionais, juntamente com a colaboração de organizações de
ajuda humanitária, desempenha um papel essencial na gestão eficaz da crise.
Os sistemas de alerta e resposta geológica são fundamentais para a gestão
eficaz de eventos geológicos. Alertas precoces permitem que as comunidades ajam
a tempo, minimizando danos e salvando vidas. Respostas geológicas envolvem
planos de evacuação, treinamento de equipes de emergência e a implementação de
medidas para mitigar os impactos imediatos e a recuperação pós-desastre. A
integração eficiente desses elementos contribui para a resiliência diante de
ameaças geológicas.

3 – Definição de graus de risco


– R1 - Baixo risco
No grau de risco R1 os condicionantes geológicos predisponentes e o nível
de intervenção no setor são de baixa ou nenhuma potencialidade para o
desenvolvimento de processos de deslizamentos e solapamentos. Nesse grau mão
se observa sinal, feição ou evidência de instabilidade e não há indícios de
desenvolvimento de processos de instabilização de encostas e de margens de
drenagens. Caso sejam mantidas as condições existentes não se espera a
ocorrência de eventos destrutivos no período compreendido por uma estação
chuvosa normal.

– R2 - Médio risco
No baixo risco R2 os condicionantes geológicos predisponentes e o nível de
intervenção no setor são de média potencialidade para o desenvolvimento de
processos de deslizamentos e solapamentos. Observa-se a presença de algum
sinal, feição e evidencia de instabilidade das encostas e margens de drenagens,
porém incipiente. Mantidas as condições existentes se reduz a possibilidade de
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e
prolongadas, no período compreendido por uma estação chuvosa.

– R3 - Alto risco
No R3, considerado como médio risco, os condicionantes geológicos e o nível
de intervenção no setor são de alta potencialidade para o desenvolvimento de
processos de deslizamentos e solapamentos. Pode-se observar a presença de
significativos sinais, feições e evidências de instabilidade como trincas no solo,
degraus de abatimento em taludes, etc. Mantidas as condições existentes, tem uma
grande possibilidade de ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas, no período compreendido por uma estação
chuvosa.

– R4 - Muito alto risco


E por último, no muito alto risco os condicionantes geológicos e o nível de
intervenção no setor são de muito alta potencialidade para o desenvolvimento de
processos de deslizamentos e solapamentos. Os sinais, feições e evidências de
instabilidade, como trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em
moradias ou em muros de contenção, árvores ou postes inclinados, cicatrizes de
deslizamento, feições erosivas e proximidade da moradia em relação a margem de
córregos, são expressivas e estão presentes em grande número ou magnitude.
Esse é um processo de instabilização em estágio avançado de
desenvolvimento e é considerado a condição mais crítica, sendo impossível
monitorar a evolução do processo, dado seu elevado estágio de desenvolvimento.
Sendo mantidas as condições existentes, é muito provável que ocorra eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período
compreendido por uma estação chuvosa.
4 – Setorização
- Critérios para a divisão da área em setores
A elaboração da Setorização de Áreas de Risco Geológico é embasada nos
métodos propostos pelo Ministério das Cidades & IPT (2007) e por Lana et al.
(2021), os quais adotam uma abordagem heurística para mapear e classificar as
áreas de risco. O foco principal dessa delimitação recai sobre regiões habitadas,
onde se encontram construções de residências, edifícios, hospitais, escolas e
estabelecimentos comerciais. Em contrapartida, não são contempladas áreas não
habitadas, como empreendimentos em implantação, campos esportivos ou
agropecuários, terrenos baldios, estradas, pontes, linhas férreas e túneis.
Os critérios adotados para essa delimitação variam de acordo com o tipo
específico de risco geológico em análise. Dentre os principais critérios gerais,
destaca-se a consideração da topografia e morfologia do terreno, exigindo a
presença de áreas com inclinações acentuadas, relevos íngremes ou características
propensas a movimentos de massa, como deslizamentos.
Outro critério crucial é relacionado ao clima e à precipitação, priorizando
zonas suscetíveis a inundações devido às chuvas intensas ou áreas propensas a
secas e eventos climáticos mais intensos. A hidrologia também desempenha um
papel essencial, demandando a proximidade a corpos d'água, rios ou lagos,
juntamente com a avaliação da capacidade de drenagem dos solos.
Toda a análise realizada considera o tipo de solo e sua estabilidade, além da
presença de rochas instáveis e da contribuição da estrutura geológica para
processos de instabilidade. As atividades humanas e o uso do solo são igualmente
ponderados, levando em conta fatores como desmatamento, urbanização
desordenada e outras práticas que possam aumentar o risco geológico.
Por fim, o monitoramento e sensoriamento remoto encerram os principais
critérios, utilizando tecnologias como satélites, sensores e instrumentos de
monitoramento para avaliar alterações no terreno ao longo do tempo. Essa
abordagem abrangente visa identificar e classificar áreas de risco geológico,
possibilitando a implementação de medidas preventivas e mitigadoras para proteger
tanto a vida quanto o patrimônio.

- Definição de setor objeto de estudo


A definição de setor objeto de estufo foi feita a partir de uma análise
considerada superficial onde foi possível identificar possíveis riscos de deslizamento
na região estudada, utilizando os critérios do item anterior. A partir disso, foi
decidido que a área deveria ser um alvo de estudos, com o objetivo de se
compreender qual seu grau de risco e as medidas que deveriam ser tomadas para
evitar possíveis tragédias.

- Google Earth

Nº de Casas em risco= 15
Nº de Pessoas por casa = 4 –> portanto, Nº de pessoas em risco = 15x4 = 60
pessoas

- Google Maps
5 – Mapeamento do setor
- Procedimento
O processo de mapeamento de Francisco Morato teve início com uma visita a
cidade para analisar a área propensa a deslizamentos, onde está localizada uma
comunidade. Durante a visita, realizou-se uma análise para identificar os setores a
serem mapeados. Em seguida, iniciou-se o processo de coleta de dados,
registrando detalhes relevantes sobre o terreno, como elevações, declives, tipo de
solo, características geológicas, entre outros.
Foram anotados graus de inclinação, alturas dos declives e taludes de corte e
aterro, assim como a distância das casas a esses locais. Dados sobre o tipo de
construção, materiais nos aterros, solo, rochas, vegetação, abastecimento de água,
comportamento pluviométrico, sistema de esgoto e drenagem superficial foram
registrados. As próprias construções e o ambiente foram estudados para identificar
sinais de instabilidade, como rachaduras e cicatrizes de deslizamento. Com essas
informações, foi possível concluir o nível de risco da região e determinar o número
de pessoas que precisariam ser realocadas. Ao chegar a uma conclusão, foram
estabelecidas recomendações para lidar com a situação.

- Ficha descritiva de área de risco


- Fotos ilustrativas
6 – Definição do grau de risco para o setor mapeado e recomendações
Foram observadas cerca de 15 moradias em situação de risco, considerando
a presença de 4 moradores em cada uma das moradias, são 60 pessoas em risco.
O grau de risco apresentado é o R4 - Muito alto. A recomendação é que se tome
uma providência imediata para que não ocorra eventos destrutivos durante os
episódios de chuva intensa e prolongadas em períodos chuvosos.

Parte 2 - Incidente no jardim Silvia em Francisco Morato


- Detalhes do acidente na rua regina Josefa da silva, jardim Silvia, Francisco
Morato
O acidente na Rua Regina Josefa da Silva, localizada no Jardim Silvia, teve
sua primeira documentação registrada em 2011. Ao longo das subsequentes
ocorrências de chuvas, a situação deteriorou-se progressivamente, culminando na
formação de uma cratera na região. Em relação aos moradores, encontravam-se
cada vez mais expostos a perigos, com fissuras que se aprofundavam cada vez
mais, resultando em deslizamentos nas proximidades do final da rua, que é uma via
sem saída.
Como resultado, mais de nove propriedades foram tragadas por
deslizamentos na área, comprometendo quase integralmente o pavimento asfáltico,
deixando apenas a calçada intacta. O desabamento do asfalto não surpreendeu os
residentes, pois as fissuras evidenciavam claramente o risco iminente.
Em 2017, a Prefeitura implementou um plano de metas para reabilitação de
áreas de risco, abrangendo essa rua, com o intuito de obter recursos para as obras,
e iniciou o monitoramento pela Defesa Civil. Antes que uma tragédia fatal ocorresse,
diversas residências foram interditadas, mas acabaram cedendo aos deslizamentos.

- Processo de restauração da área afetada


No final de 2019, após intensos esforços, a administração municipal de
Francisco Morato deu início a uma obra crucial de reconstrução nessa via, em
parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional. Segundo relatos, mais de 2
milhões de reais foram investidos na recuperação desse local.
Utilizando uma abordagem paliativa, a prefeitura preencheu a considerável
cratera com terra para evitar que outras residências fossem arrastadas morro
abaixo. A revitalização do notório "Buraco do Calado" foi viabilizada por recursos
provenientes do governo federal, envolvendo a construção de contenções de
encostas, a instalação de uma escada hidráulica com canaleta e a restauração da
via anteriormente comprometida.
Após aproximadamente três anos, as famílias, que foram temporariamente
realocadas para residências de parentes ou alugaram imóveis, puderam retornar às
suas antigas moradias na Rua Regina Josefa da Silva.

Referências bibliográficas utilizadas

1. Riscos geológico-geomorfológicos: revisão conceitual. Disponível em:


file:///C:/Temp/revistas,+9679-42484-1-CE.pdf. Acesso em: [14/11/2023]
2. Riscos geológicos conceitos básicos sobre desastres naturais, risco e áreas de
risco. Disponível em: https://defesacivil.es.gov.br/Media/DefesaCivil/Material%20Did
%C3%A1tico/CBPRG%20-%202019/Aula%201%20-%20Conceito%20Fundamentais
%20de%20Risco_CPRM_Vitoria.pdf. Acesso em: [14/11/2023]
3. CARTOGRAFIA DE RISCO GEOLÓGICO. Disponível em:
https://rigeo.cprm.gov.br/bitstream/doc/23776/1/relatorio_alagoinha_pe_2023.pdf.
Acesso em: [19/11/2023]
4. Setorização de Riscos Geológicos. Disponível em:
https://www.sgb.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Prevencao-de-Desastres/
Setorizacao-de-Riscos-Geologicos-5389.html. Acesso em: [19/11/2023]
5. USP. Revistas USP. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/guspsc. Acesso em:
[19/11/2023]
6. Ministério das Cidades & IPT. Setorização de Riscos Geológicos. Disponível em:
<https://www.sgb.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Prevencao-de-Desastres/
Setorizacao-de-Riscos-Geologicos-5389.html\>. Acesso em: [19/11/2023].
7. Lana, A. et al. (2021). Mapeamento e Classificação de Áreas de Risco Geológico:
Abordagem Heurística. Disponível em:
<https://ecrie.com.br/sistema/conteudos/arquivo/a_57_0_1_06062023110526.pdf\>.
Acesso em: [19/11/2023].

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