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ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS

CONSIDERAÇÕES DE RISCO, INCERTEZA E


DE IRREVERSIBILIDADE

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Olá!
Nesta aula, você irá: 1. Conhecer por que são feitas as simulações de cenários para análise de impactos

ambientais;

2. Entender suas vantagens e desvantagens.

1 Técnicas de planejamento
Apesar dos avanços dados com as inovações introduzidas pelo Plano Diretor, as técnicas de planejamento e

gestão estratégica permanecem rudimentares, exigindo o aprimoramento e a revisão das práticas atuais, ainda

mais a partir da utilização da técnica de cenários e pensamento estratégico.

Uma concepção moderna de planejamento leva em conta as incertezas na elaboração de um plano; não há como

ignorar as incertezas, uma vez que o cálculo estratégico é um processo cujo formato muda continuamente, na

medida em que as condições do ambiente social são produzidas e modificadas incessantemente.


• Incerteza
A incerteza é a indicação quantitativa da qualidade de um resultado. Ela permite que avaliem a confiabilidade de

resultados de diferentes procedências ou com valores de referência. A incerteza é um valor existente em

qualquer medição e que começa a ser importante quando resultados estão próximos dos limites especificados.

Uma avaliação apropriada da incerteza revela informações valiosas sobre a qualidade e confiabilidade de

resultados.
• Viabilidade
A viabilidade de um plano tem dimensões variadas, observando desde a questão política, econômica, técnica ou

institucional. Talvez a viabilidade política seja a mais complexa, porque diz respeito às relações que se estabelece

entre os envolvidos (dominância e/ou dependência), aos recursos e às motivações; daí a importância da técnica

de cenários onde a incerteza é quase absoluta, possibilitando visualizar direções para a continuidade do

planejamento.

2 Definição do futuro
O presente é um momento entre o passado e o futuro, passado que o condiciona e o determina, e o futuro, que é o

momento para o qual estão voltadas nossas ações.

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A discussão em torno do determinismo da história traz uma reflexão sobre a questão do destino como um futuro

predefinido. Segundo alguns filósofos, as leis da natureza definem o futuro por meio de leis gerais, que poderiam

ser compreendidas pelo conhecimento científico desde que tivesse a teoria certa e conhecesse os eventos

iniciais: se conhecermos as causas poderemos prever os efeitos. Logo, vemos que a ciência avança na medida em

que domina mais informação e mais capacidade de análise, tornando o futuro “previsível”.

3 Divisão dos fenômenos da natureza


Karl Popper (1902-1994), cientista naturalizado inglês, defendia que o problema estaria precisamente nessa

impossibilidade de se contar com uma teoria capaz de apreender e organizar todas as variáveis e a complexidade

das relações de causa e efeito que se estabelecem entre elas e de dominar os eventos iniciais.

Os fenômenos da natureza e da sociedade, então, poderiam ser divididos em eventos previsíveis, como as

mudanças das estações, os movimentos diários do sol ou o funcionamento do relógio, e eventos imprevisíveis,

como o movimento das nuvens.

Para ele, mesmo as decisões e a vontade humana poderiam ser previsíveis, já que uma escolha tem uma causa

que, uma vez conhecida, poderia apontar seus efeitos.

4 Planejamento e a concepção de cenários


O planejamento e a concepção de cenários partem do postulado segundo o qual o futuro não está completamente

firmado, mas aberto a influências. Nem todas as teorias conseguem apreender e processar a complexidade de

uma realidade estudada e, com isso, reduzem sua capacidade de antecipação do futuro. Daí a importância da

interdisciplinaridade para um planejamento, com um conhecimento complementando ao outro.

Entretanto, à medida que os movimentos de um sistema se ampliam, este pode tomar caminhos diferentes

dentro do seu padrão de organização. Segundo o físico austríaco Fritjof Capra (1939), o destino de um homem

depende da história do sistema em que está inserido e de várias condições externas, e nunca pode ser previsto. É

o padrão de organização dos sistemas que define os espaços de comportamentos aleatórios ao condicionar o

curso das interações e as imponderabilidades futuras.

Desse ponto de vista, para os estudos de cenários é necessário considerar a inevitabilidade de se lidar e aceitar a

incerteza, tentando limitar seus espaços de possibilidades. A incerteza constitui uma característica dos sistemas

complexos, ainda que o comportamento de qualquer objeto tenda a expressar padrões logicamente

interpretados e analisados. O futuro deve ser sempre encarado como incerto e aberto a múltiplas possibilidades,

com seus riscos e chances.

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5 Risco
O risco é o potencial prejudicial que pode resultar de um perigo, tomando como referência o pior cenário

possível. Nem todos os riscos podem ser eliminados, mas requerem um processo racional de decisões. Este

processo se conhece como gestão de riscos, que pode ser definido como a identificação, análise e eliminação dos

riscos que ameaçam a viabilidade de um projeto. A gestão de facilita o equilíbrio entre os riscos avaliados e sua

mitigação viável, como componente da gestão da segurança operacional.

A gestão de riscos compreende três elementos essenciais:


• Identificação de riscos;
• Avaliação de riscos;
• Mitigação de riscos.

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6 Vulnerabilidade
• Exemplos de vulnerabilidades por ausência de desenvolvimento
Pobreza (estrutural e conjuntural), concentração de população em áreas de riscos, marginalidade e violência,

aglomeração e precariedade das habitações, corrupção, deficiência no fornecimento de água e saneamento

básico deterioração das condições de saúde, desemprego e subemprego, deserção escolar, disparidade na

distribuição da renda, falta de investimento em segurança, desconhecimento das tecnologias empregadas no

meio.
• Exemplos de vulnerabilidades geradas por um desenvolvimento insustentável
Comprometimento das reservas de água doce, uso inadequado do solo, êxodo rural, manejo inadequado dos

solos, desmatamento, contaminação, segurança alimentar, mudança climática global, doenças novas e

emergentes.

A capacidade de agir sobre um evento tanto pode reduzir a vulnerabilidade como reduzir a ameaça através de

ações, o que nos leva a considerar os desastres.

Exemplo: construção de muro de contenção diante da probabilidade de ruptura de uma encosta

Um desastre (Má estrela, em grego) é um evento natural ou provocado pelo homem que afeta negativamente a

vida ou o ambiente humano, provocando alguma forma de mudanças à comunidade, ao ecossistemas ou ao meio

ambiente. Os desastres põem em evidência a vulnerabilidade e abalam o equilíbrio necessário para viver.

Os desastres podem ser classificados em três tipos:

Naturais

Os desastres naturais se referem aos eventos da Natureza: terremotos, deslizamento de terras, corrida de

massas, enchentes, trombas d´água, e outros mais.

Tecnológicos

Os tecnológicos são caracterizados pela intervenção do homem. São as explosões industriais ou contaminações.

Do ponto de vista industrial, eles são denominados acidentes ampliados, pois são frutos de um acidente que

atingiu os domínios físicos exteriores à indústria ou empreendimento.

Situações complexas

Já as situações complexas envolvem guerra, rebeliões, insurreições e similares.

EGLER, Claudio Antonio G.; RIO, Gisele Aquino do. Cenários para a gestão ambiental no Brasil. Disponível em:

http://www.laget.igeo.ufrj.br/egler/pdf/Cenario_VF.pdf

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O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
• Organização de relatórios EIA/RIMA.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Conheceu as simulação de cenários para análise de impactos;
• Entendeu quais são suas vantagens e desvantagens.

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