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RISCOS
Tatiane Antonovz
Riscos e incertezas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Os conceitos iniciais ligados a risco são elementares para o mundo das
finanças e fazem parte da vida cotidiana de todos os seres huma-
nos. A utilização da probabilidade e da estatística pertence a esse
universo, com o intuito de mitigar e diminuir, principalmente, os aspec-
tos relacionados à incerteza nos eventos. Outro ponto de destaque é a
diferença entre o risco e a incerteza que possui relação, justamente,
com a possibilidade de previsão de um evento ou controle sobre fatores
relacionados a ele. A compreensão desses elementos é importante para
tomadas de decisão e análises dentro do mercado financeiro como um
todo. Por fim, compreender o efeito da subjetividade e os fatores que
a fazem alterar decisões envolvendo risco e incerteza abrange estudos
não só de finanças, mas de aspectos comportamentais, e permite que
estudiosos mapeiem e entendam por que as decisões não são 100%
racionais.
Neste capítulo, serão vistos os conceitos iniciais ligados a risco,
a diferença entre o risco e a incerteza, bem como o impacto da
subjetividade na tomada de decisão ligada a esses dois fatores.
Para compreender melhor como o risco pode influenciar uma empresa e todo o mer-
cado financeiro, você pode ler mais sobre o caso Nahas no link de O Globo Online (2008).
https://goo.gl/mnhV9D
Outro exemplo relacionado ao risco pode ser dado por títulos do governo,
que, em alguns casos, parecem totalmente livres desse tipo de ameaça, mas
já se mostraram suscetíveis a problemas com economia e recessão, ou ainda
empresas que são surpreendidas por problemas econômicos não previstos e
acabam praticamente indo à falência.
Se dois investimentos tiverem o mesmo retorno esperado, porém, com riscos diferentes,
a grande maioria preferirá a alternativa de menor risco. Isso ocorre porque somos
avessos ao risco, o que, consequentemente, leva à redução do valor do investimento.
Contudo, será que existem situações em que não seja tão fácil decidir
utilizando, por exemplo, probabilidade e estatística?
Em questões envolvendo a incerteza, ou, ainda, o comportamento humano,
por exemplo, é quase impossível determinar os eventos utilizando probabi-
lidade e estatística. Vamos, agora, entender outros elementos que permitem
dissociar o risco da incerteza.
4 Riscos e incertezas
Por exemplo, em uma fábrica, caso um produto saia defeituoso inúmeras vezes, a
probabilidade objetiva pode ser observada, já que há um histórico de casos. Com isso,
quando um evento se repete por inúmeras vezes, mantidas inalteradas as condições
da atividade, é possível ter um percentual significativo de probabilidade, e esta é
considerada objetiva.
perder 20%. Assim, observando a fórmula do retorno, fica fácil calcular uma
média ponderada dos resultados possíveis:
onde
Pk = probabilidade de cada evento;
Rk = valor de cada resultado considerado;
Retorno esperado:
https://goo.gl/TkD8Qb
Leia mais sobre a Teoria da Perspectiva e sua ligação com finanças comportamentais
no artigo de Melo (2014), disponível no link a seguir.
https://goo.gl/cW8cPZ
frases como “eu acho que” ou “as possibilidades são”. Em algumas situações
essas crenças podem ser expressas numericamente como chances ou proba-
bilidades subjetivas.
No entanto, como uma pessoa avalia uma probabilidade de um evento
incerto ou uma quantidade incerta em uma ocasião?
Para facilitar a vida, as pessoas comumente utilizam, nessas situações,
as chamadas heurísticas, que acabam por reduzir tarefas complexas e tornar
operações mais simples por meio do juízo.
Outro fator que pode afetar de forma subjetiva as decisões dos indivíduos
e gerar incerteza é a forma como os problemas e escolhas são apresentados.
Um mesmo problema pode ser apresentado de maneira positiva ou negativa.
Esse tipo de efeito é reconhecido como efeito enquadramento ou efeito
framing, e pode ser dividido em duas fases:
a) representatividade;
b) disponibilidade;
c) ancoragem.
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; ALLEN, F. Princípios de finanças corporativas. 10. ed. Porto
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SECURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. 2. ed. São Paulo: Saint Paul,
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Leituras recomendadas
KAHNEMAN, D. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
ROSS, S. A. et al. Administração financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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