Você está na página 1de 5

Universidade Federal do Rio Grande Do Norte

Centro de Ensino Superior do Seridó


Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas
Curso: Ciências Contábeis
Disciplina: Finanças Corporativas
Docente: Profa. Mariana Joyce dos Santos Nascimento

Componentes:
Ézio Lucas Medeiros da Silva
Júlio Cesar Dias Lustosa
Marcos Antônio de Araújo Júnior
Paulo Roberto de Oliveira Júnior

ESTUDO DE CASO

Racionalidade Ilimitada vs. Racionalidade Limitada: Desafios na Tomada de Decisões


Financeiras

Questões:

1. (0,2) Quais são as principais características da teoria da "racionalidade ilimitada" em


finanças? Quais são suas suposições fundamentais sobre os tomadores de decisões
financeiras?

Na teoria da Racionalidade Ilimitada, os indivíduos ao se debruçarem sobre quais


decisões precisam ser tomadas, inicialmente precisariam analisar a situação do problema,
identificando os possíveis obstáculos que se façam presentes. Entender os objetivos do processo
de tomada de decisão também se encaixa nesse cenário. Haja visto que, nesse tipo de teoria, o
analista não opta pelo caminho mais fácil a percorrer, mesmo que seja um caminho menos
desgastante e trabalhoso, mas sim utiliza-se de informações que irão impactar aquilo que está
sendo estudado e investigado. Como forma de conseguir compreender a realidade a qual se vê
e analisa.
Nesse caso, nas Finanças, um empreendedor ou um analista de uma empresa necessitam
analisar não somente usando os seus instintos, mas sim tomar decisões, preferencialmente,
baseando-se nas evidências que foram encontradas. Tais evidencias, posteriormente, poderão
facilitar seus trabalhos a evitar cometer erros graves ou negligenciar qualquer tipo de decisão
que precise ser tomada. É nesse raciocínio, que utilizando-se de caminhos sistemáticos, um bom
analista de uma empresa passaria a tomar decisões mais coerentes ao invés de seguir sua
intuição sempre que se deparasse com uma situação problema ou dificuldade na corporação.
De todo modo, em um dado momento, possa ser que a intuição faça parte do processo, mas isso
por si só não pode substituir a racionalidade que se necessita em um processo de tomada de
decisão, conforme os estudos de Santos e Dacors (2013).

2. (0,2) Explique as teorias da "racionalidade limitada" em finanças, como a Teoria dos


Prospectos. Como essas teorias programam as limitações dos tomadores de decisões
financeiras?

Uma das teorias da racionalidade limitada, Teoria dos Prospectos, pressupõe que, na
atualidade, muitos são os indivíduos que tomam estratégias ou seguem caminhos mais simples
com o intuito de simplificar os seus processos de decisão. Nesse contexto, as heurísticas, ou
seja, os atalhos baseados nas informações que são preferidas pelas pessoas, podem mudar a
depender do risco que venha a ser perceptível quando um problema venha a se fazer presente
(TASHIRO; CAPELATO, 2017).

Assim, ao se tomar uma decisão que beneficie o individuo, os atalhos mentais ou as


heurísticas, acabam simplificando tais decisões, ao invés de ser algo maçante e cansativo, passa
a ser algo mais veloz e menos desgastante. O que, todavia, implica no processo de
racionalidade, já que decisões tomadas por caminhos facilitadores podem gerar distorções que
comprometam o processo decisório como um todo. Nesse caso, dentre duas alternativas
possíveis, o ser humano opta por aquela alternativa mais simples, a qual pense que é racional,
mas que no final das contas, apresenta-se como sendo uma visão limitada e com viesses de
parcialidade. Levando o individuo a tomar uma decisão errônea sobre o que deseja, estuda, etc.

Por conseguinte, nas Finanças Públicas, ou mesmo na Contabilidade, se um


analista/contador analisa os dados por meio de suas emoções ou por padrões comportamentais,
isso pode comprometer mais para frente no processo decisório da empresa a qual atua, visto
que optando sempre pelo caminho mais fácil, mais simplório, deixando de agir racionalmente,
as informações poderão se apresentar de forma equivocada, prejudicando o progresso da
Organização e comprometendo não só o seu próprio trabalho bem como os dos outros colegas
de profissão. Fica nítido, então, que agir com racionalidade, agregará muito mais ao indivíduo
a atingir o seu objetivo do que optar sempre pelo caminho mais fácil.

3. (0,2) Quais são os benefícios de considerar a racionalidade limitada na tomada de


decisões financeiras? Apresente exemplos reais ou hipotéticos em que a consideração
da racionalidade limitada pode levar a decisões mais acertadas.

Os benefícios de considerar a racionalidade limitada na tomada de decisões financeiras


são diversos, e essa abordagem pode levar a decisões mais acertadas em muitas situações.
Realismo na avaliação de riscos, adaptação a mudanças no mercado, gestão de
investimentos de longo prazo, maior atenção a diversificação, tomada de decisões em grupo
mais equilibrada, aumento da resiliência a choques de mercado. Como exemplo: um investidor
que adota a racionalidade limitada pode reconhecer que o mercado de ações é volátil e que os
preços das ações podem ser afetados por emoções e notícias do momento. em vez de tentar
prever movimentos de curto prazo, ele opta por uma estratégia de investimento de longo prazo,
ignorando flutuações temporárias e focando em resultados a longo prazo.
4. (0,2) Como você descreveria a importância de adaptar os processos decisivos
financeiros em um ambiente de negócios volátil e complexo? Quais são os desafios
específicos enfrentados pelas empresas nesse contexto?

A importância de adaptar os processos decisivos financeiros em um ambiente de


negócios volátil e complexo é fundamental para o sucesso e a sobrevivência das empresas.
Nesse contexto, as decisões financeiras não podem ser estáticas, pois as condições de mercado
estão em constante mudança. A Agilidade, Relevância Contínua, Redução de Riscos,
Aproveitamento de Oportunidades. Nesse sentido, em um ambiente de negócios volátil, as
empresas precisam ser capazes de responder rapidamente a oportunidades e ameaças
emergentes, e a adaptação permite que as empresas identifiquem e mitiguem riscos emergentes.
Ao monitorar de perto as condições de mercado, as empresas podem tomar medidas proativas
para proteger seus ativos e interesses.
Com isso, adaptar os processos decisivos financeiros é essencial para enfrentar os
desafios de um ambiente de negócios volátil e complexo. A capacidade de responder
rapidamente a mudanças nas condições de mercado, identificar oportunidades e gerenciar riscos
é crucial para o sucesso a longo prazo das empresas nesse cenário desafiador.

5. (0,2) Com base na análise apresentada no estudo de caso, que recomendações você faria
ao cliente (uma empresa multinacional) para melhorar seus processos decisórios
financeiros? Como eles podem integrar os conceitos de racionalidade limitada em suas
estratégias?

"Em Colinsk (1996, p. 681), a racionalidade deve ser de alguma forma modelada como
adaptação dinâmica, pois ao utilizar intuição e observação os agentes passam a apresentar
padrões de comportamento adaptativos no momento em que interagem com determinado
ambiente. Podemos dizer que um dos aspectos principais da teoria da racionalidade limitada é
questionar o uso da racionalidade em modelos analíticos para a obtenção de soluções
maximizadoras. Uma dessas limitações é o reconhecimento de que há vários elementos do acaso
que mudam o resultado das ações, sendo a razão instrumental insuficiente para identificar
previamente todas as contingências futuras de determinada ação. Se na tentativa de alcançar um
determinado objetivo o indivíduo utiliza a razão, apenas conseguirá encontrar formas de chegar
até este objetivo, mas nunca a certeza de que conseguirá alcançá-lo."

6. (0,2) Em sua opinião, qual das abordagens - racionalidade ilimitada ou limitada - é mais
importante para orientar a tomada de decisões financeiras em um ambiente empresarial
moderno e sonoro? Justifique sua resposta.

Inicialmente, a ideia central da racionalidade limitada é a de que embora o homem, no


contexto organizacional, seja pretensamente racional, suas ações são restringidas por
capacidades cognitivas limitadas e falta de informações completas (March, 1994). “A principal
noção que fundamenta o modelo de racionalidade ilimitada ou substantiva é a de que não há
conclusões sem premissas, o que torna o uso da lógica indispensável para a construção de uma
teoria normativa, na medida em que o estabelecimento de regras de inferência permite obter
leis gerais imutáveis com base em axiomas ou pressupostos induzidos de observações
empíricas.” Dessa maneira, a escolha entre racionalidade limitada ou racionalidade ilimitada na
tomada de decisões em um ambiente empresarial moderno e sonoro depende da complexidade
da situação e dos recursos disponíveis.

“A racionalidade ilimitada implica que todas as contingências futuras podem ser


antecipadas. Esta implicação com relação à ocorrência de eventos futuros somente pode ser
justificada se forem observadas duas condições. Primeiramente, assume-se que o sistema
econômico é ergódico, o que inviabiliza a existência de surpresas genuínas no futuro.
Segundamente, assume-se uma homologia entre o mundo do modelo e o mundo real.
Entretanto, dada a sua natureza axiomática, o suposto de racionalidade substantiva presta-se
apenas à prova lógica, mas não empírica.”

“Simon (1983, pp. 33-34) descreve alguns mecanismos, presentes nos seres humanos,
que tornam plausível o modelo comportamental de racionalidade limitada. O primeiro desses
mecanismos é a capacidade de concentração dos indivíduos nos problemas que necessitam de
atenção imediata. O segundo mecanismo é a capacidade humana de produzir alternativas de
ação, no sentido de procurar alternativas viáveis ou o aprimoramento daquelas que já existem.
O terceiro mecanismo, e de maior relevância para o ponto discutido nesta seção, é a capacidade
humana de adquirir fatos e inferir a partir desses fatos; neste aspecto, o autor substitui o uso de
axiomas pela noção de escolha logicamente consistente. Uma escolha será racional se for
consistente com as informações que os agentes econômicos têm disponíveis no momento da
tomada de decisão.”

7. (0,5) Imagine que você atua como consultor financeiro e foi encarregado de elaborar
um relatório para um cliente corporativo. O objetivo é detalhar suas análises,
descobertas e recomendações relacionadas à tomada de decisões financeiras. Neste
relatório, você deve explicar suas sugestões com base em evidências sólidas e destacar
como a integração da racionalidade limitada pode trazer benefícios significativos para
a empresa, especialmente em um ambiente de negócios caracterizado pela volatilidade
e incerteza. Como você abordaria essa tarefa e quais elementos cruciais seriam incluídos
em seu relatório?

Ao corpo do relatório será definido em tópicos e em cada um será abordado os elementos


crucias para que a empresa tenha a segurança e entendimento das decisões que venham a tomar.
1. Resumo executivo:
1.1. Resumo executivo conciso que destaque os principais pontos e
recomendações do relatório. Isso permite que os executivos tenham uma
visão geral antes de ver detalhadamente cada ponto.
2. Análise Financeira:
2.1. Apresentar uma análise detalhada das demonstrações financeiras da
empresa, incluindo balanço patrimonial, demonstração de resultados e fluxo
de caixa.
2.2. Identificar tendências e variações significativas nos números ao longo do
tempo.
2.3. Avaliar a saúde financeira da empresa, incluindo sua liquidez, solidez
financeira e capacidade de pagamento de dívidas.
3. Avaliação de Risco e Volatilidade;
3.1. Analisar os riscos financeiros e de mercado que afetam a empresa, levando
em consideração a volatilidade e a incerteza do ambiente de negócios.
3.2. Identificar as principais fontes de risco e avalie seu impacto potencial nas
finanças da empresa.
4. Integração da Racionalidade Limitada
4.1. Reconhecer as limitações e que, em um ambiente volátil e incerto, buscar
informações completas e tomar decisões totalmente racionais pode ser
desafiador.
4.2. Explicar como a racionalidade limitada pode trazer benefícios, como a
capacidade de tomar decisões mais ágeis e a redução de tendências a vieses
cognitivos.
4.3. Sugerir a empresa que a incorporação da racionalidade limitada em seu
processo de tomada de decisões trará benefícios pois ela é uma abordagem
ágil e adequa.
5. Estratégia de Investimento
5.1. Recomendar a diversificação da carteira de investimentos para proteger
contra os riscos do mercado.
6. Gerenciamento de Riscos:
6.1. Verificar as exposições aos riscos financeiros da empresa.
7. Finanças Longo e Curto Prazo
7.1. Desenvolvemos um plano de ação que inclui a diversificação da carteira
de investimentos, a revisão da estratégia de hedge e a análise de
viabilidade de emissão de títulos.
7.2. Estabelecemos metas mensuráveis e prazos para cada iniciativa.

REFERÊNCIAS

MELO, Tatiana Massaroli; FUCIDJI, José Ricardo. Racionalidade limitada e a tomada de


decisão em sistemas complexos. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rep/SZq8Tj3JLNsxHbx44Pn8H6H/. Acesso em: 17 de Setembro de
2023.

SANTOS, M. R.; DACORS, A. L. R. INTUIÇÃO E RACIONALIDADE: um estudo sobre a


tomada de decisão estratégica em empresas de pequeno porte. Revista de Administração da
Universidade Federal de Santa Maria, vol. 9, núm. 3, pp. 448-463, 2016. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/2734/273447625007/html/#:~:text=Segundo%20a%20teoria
%20baseada%20na,decisão%20(CLEMEN%2C%201996). Acesso em: 17 de Setembro de
2023.
TASHIRO, G. M. H.; CAPELATO, E. Efeito competência financeira em decisões de
investimento: um estudo de caso à luz da teoria do prospecto. Revista Iniciativa Econômica,
Araraquara, v. 3 n. 2, julho-dezembro de 2017. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iniciativa/article/view/9995/7482. Acesso em: 15 de Setembro
de 2023.

Você também pode gostar