Você está na página 1de 48

Unidade 01

Conceituação de Processos e
Centralização e Descentralização

Caro aluno,
Bem-vindo à disciplina de Gestão Industrial, Processos e Tomada de Decisões!

Ela está organizada em quatro unidades divididas em dois grandes temas.

O tema Processos gerenciais e tomada de decisão, tratado nas duas primeiras unidades.

E o tema Organização e Gestão Industrial, tratado nas duas últimas unidades.

Organize suas leituras de acordo com o cronograma do módulo, leia os conteúdos com atenção e
aproveite a oportunidade para maximizar suas aprendizagens!

Bons estudos!
Unidade 01
Aula 01

Introdução ao Processo Decisório

Prezados e prezadas estudantes,

Na contemporaneidade, vivemos uma necessidade constante de tomar decisões que busquem


maior agilidade e flexibilidade dos agentes as quais resultem em mudanças e transformações das
organizações em resposta às demandas da sociedade.

A teoria do gerenciamento de tomada de decisão formula proposições em função de duas


condicionantes básicas: o tempo e os recursos, visando oferecer uma visão socioeconômica das
organizações e do contexto no qual atuam.

Temos a certeza que você já passou por várias situações em que foi “obrigado” a tomar decisões
rápidas, em condição não confortáveis, na utilização de bens e serviços, seja como usuário dos
serviços, seja como funcionário ou como colaborador.

Dessa forma, a disciplina Processos Gerenciais e Tomada de Decisões proporcionará material


teórico e prático cujo o intuito é empreender e promover transformações de forma interdisciplinar,
visando sua articulação com a modernização e inovação das estruturas e funcionamento de
organizações.

Bons estudos!
VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

Em nosso cotidiano particular, tomamos decisões a cada instante, sem que essas nos causem
problemas, pois fazemos escolhas racionais frente às alternativas possíveis apresentadas, mesmo
que conscientemente desconheçamos os critérios de julgamento. Nesse caso, sempre nos tornamos
um decisor, ainda que não consigamos justificar nossa escolha.

Contrariamente, os problemas com que nos deparamos, enquanto profissionais, têm de ser
equacionados e as alternativas apresentadas devem ser obtidas por meio de metodologias que
melhor nos apoiem na elaboração e definição dos critérios adotados para apresentação de soluções
das alternativas.

Em geral, os gestores confrontam-se, praticamente todos os dias, com a necessidade de fazerem


escolhas. Nas rotinas diárias, as escolhas são decisões que podem ser classificadas como simples,
pois, geralmente, não envolvem grandes conflitos de interesses e facilmente chega-se a um
consenso. Um dos maiores problemas que os gestores enfrentam é que as decisões empresariais
deverem levar em conta diferentes critérios os quais,e na maioria das vezes, são antagônicos. Ou
seja, o gestor deverá estar sempre preparado para solucionar um problema.
Problema, no cotidiano, é geralmente visto como um transtorno, uma insatisfação ou um obstáculo.
Na realidade, a noção de problema foi elaborada inicialmente por matemáticos da Antiguidade, ou
seja, “problema” designava uma proposição que parte de certas condições conhecidas para se
buscar alguma coisa que é desconhecida. Isso solucionaria a equação ou problema.

Na realidade, resolver um problema na visão desta disciplina é a escolha entre várias ações
possíveis diante de uma situação apresentada. Nessa visão está implícita que um problema dever
ser suscitado por alguém ou por um grupo de pessoas, por exemplo, os gerentes de certa área ou os
diretores da organização, mas isso dever levar em conta uma ação de agir, esse agir é a escolha de
uma entre várias ações possíveis.

Por conseguinte, o conceito geral de problema aparece como resultado de uma mudança, um novo
objeto, ou meta a ser alcançada., Poderíamos citar como exemplo o aumento da satisfação do
cliente/usuário, o aumento da produtividade, o estabelecimento de nova linha de produção, um
conjunto de metas para corrigir queda nas vendas, metas para redução de custos, etc. De forma
geral, problema pode ser entendido como a diferença entre a situação atual da organização e a
situação almejada, ou seja, o que deveria estar sendo executado pelos gestores para se alcançar o
objetivo proposto.

A teoria de tomada de decisão se desenvolveu para responder às questões relativas ao


equacionamento de problemas, à apresentação de justificativas de escolhas de critérios e à
apresentação de alternativas. Para tanto, devemos estabelecer – no gerenciamento de tomada de
decisões – um conjunto de pressupostos que nos auxilie na visualização das vantagens e
desvantagens; na adequabilidade e na exequibilidade das alternativas; e, principalmente, na
aceitabilidade de cada uma das soluções apresentadas, de modo que seja possível compará-las e
decidir qual é mais aceitável.

De uma forma geral, a solução de um problema é uma ação numa cadeia de ações. Portanto, colocar
um problema é estabelecer um objetivo de agir, de ação! Nesse sentido, resolver o problema é
escolher uma alternativa dentre várias que irão contribuir para o objetivo demandado.

As pessoas em geral podem analisar um problema e escolher a aleatoriamente uma decisão


informal. Elas possuem a tendência de tomar decisões que sejam satisfatórias, ao invés de optarem
para decisões ótimas. Na literatura, isso é conhecido como racionalidade limitada.

Nas organizações, de uma forma geral, os problemas e as decisões são muito mais amplos e
complexos, sempre envolvendo riscos e incertezas, sob vários pontos de vista: financeiro,
econômico, logístico, marketing, ou seja, na forma de gerir os ativos tangíveis e intangíveis da
organização. Portanto, o processo de tomada de decisão organiza-se numa inter-relação de várias
disciplinas do saber com a ação de priorizar os valores da sociedade na qual os gestores colocam em
prática seu conhecimento para obter um resultado otimizado.
O processo de decisão numa organização deve ser estruturado e formalmente discutido nos
diversos níveis funcionais, com a participação dos colaboradores e, principalmente, de forma
consistente e transparente.

O mais condizente, na condução de sua estratégia, do ponto de vista das organizações públicas ou
privadas, é conhecer as alternativas possíveis de decisões, ou seja, a organização poderia optar
entre as possibilidades apresentadas e escolher, no momento, não a mais fácil, mas a mais adequada
para seus objetivos. Dessa forma, o gerenciamento de tomada de decisões deverá contar com
profissionais bem formados, que, por meio de técnicas e análises de tomada de decisões, possam
apresentar alternativas quando demandados para discussões de soluções viáveis para organização.

A questão que se coloca é:

O que se entende por gerenciamento de tomada de decisões? De uma forma sucinta, tomada de
decisão é um processo que auxilia direta ou indiretamente à escolha de pelo menos uma, das
diversas alternativas possíveis do problema levantado.

Imaginemos que um gestor recém-formado escolha trabalhar numa organização pública.


Imaginemos, também, que tal instituição possua orçamento escasso. Nessa situação, caberia ao
gestor elaborar propostas quanto a alocação dos recursos no que diz respeito a sua eficácia e
eficiência. Nesse exemplo, ou em outros, a situação apresentada será um problema a ser resolvido,
enquanto as alternativas serão as soluções possíveis.

O processo de tomada de decisão apresenta três fases distintas e fundamentais para se obter o que
é definido na literatura por racionalidade ótima, que são:
1- Na fase de reconhecimento, devemos definir com clareza quais são os objetivos da
decisão a ser tomada e os resultados esperados. Um dos problemas da tomada de decisão
nas organizações é a falta de comunicação e de clareza dos objetivos a serem alcançados.
Nessa fase, é necessário definir quais serão os participantes e a participação desses. Essa é
uma fase importante, pois com o problema claramente equacionado e explanado, as
demais fases tornam-se mais fáceis para o gerenciamento da tomada de decisão.

2- Na fase de concepção, concentra-se o processo de apresentação de todas as informações


necessárias para a análise das alternativas e dos critérios, os quais serão pontuados por
ordem de prioridade. Nessa fase, é importante que se busque e se discuta as várias
alternativas e critérios que não foram levadas em consideração, bem como se avalie os
riscos e benefícios de cada alternativas.

3- Na fase de escolha, é tomada a decisão propriamente dita. Isso se dá, por parte da
gestão, com a apresentação de análise fundamentada. Resultando da sua implementação,
a reflexão do impacto na estratégia da organização.

SAIBA MAIS
Leia o texto “Tomadores de decisões: estilos que fazem a diferença”,clicando aqui.

Agora clique aqui e leia o texto “Uma breve história da tomada de decisão”.

Agora, vamos estudar o modelo geral e amplitude da gestão de processos nas organizações.
Veremos, dessa forma, como trabalhar com variáveis, etapas e capacidades no momento da gestão.
Estudaremos também princípios que devem ser identificados pelos gestores a fim de evitar os erros
mais comuns na tomada de decisões.

A tomada de decisão tem uma importância como objeto de estudo na organização, seja ela privada
ou governamental, pois os gestores estão constantemente decidindo, ou seja, escolhendo a melhor
solução para um problema apresentado. Se acontecer de uma decisão ser posta em prática sem uso
de conceitos administrativos adequados, será momento de os gestores identificarem os equívocos,
por exemplo: não foram levantados todos os elementos importantes; não foram escutados todos os
envolvidos no processo; ou muitas ações não foram consideradas etc.

Geralmente, decisões precisam ser tomadas sempre que os gestores se encontrarem frente a um
problema, que possua mais que uma alternativa para a sua solução. Nesse caso, do gestor, é
demandada a solução do problema, tendo que apresentar uma única ação a ser tomada, embora
seja facultada a possibilidade de se seguir, ou não, essa ação. Lembrando que qualquer decisão deve
ser consciente.

O gestor deverá também levar em consideração as diversas variáveis que poderão afetar o
processo decisório, sendo que em todas elas; ele não terá muita influência. Porém deverá estar
atento e deverá levar em consideração, na escolha das alternativas apresentadas, as variáveis:

Variáveis humanas: representadas por motivação, conflito, personalidade e outros,


expressadas pela direção ou pelos principais gestores.
Variáveis políticas: sendo o interesse dessas, de ordem política, o que poderá interferir no
processo decisório. Essa variável é a mais comum na gestão pública.
Variáveis sociais: representadas pelos direitos ou demandas de grupos vulneráveis ou de
pressão.
O princípio de apoio à decisão pode ser definido como a capacidade de analisar problemas
complexos, incorporando critérios tanto quantitativos como qualitativos, para evitar conflitos entre
as questões levantadas para dar solução ao problema. O processo decisório busca analisar, com
base nas premissas apresentadas, a existência de um dilema de objetivos conflitantes, com soluções
viáveis e compatíveis com os diversos interesses da organização, sejam eles no nível micro
(departamental) ou no macro (gerentes ou diretoria). Portanto, o processo de tomada de decisão
implica, para o gestor, em escolher entre as diversas alternativas apresentadas. A eficiência na
tomada de decisão consiste na escolha de uma alternativa que, tanto quanto possível, oferecerá os
melhores resultados.

Para Gomes et al. (2002, p. 30-31) , seguindo o modelo de processos de decisão proposto por Auren
Uris em 1989, em todo processo decisório devemos nos orientar pelas seguintes etapas:

1. Análise e identificação da situação: a situação do ambiente onde o problema está inserido


deve ser claramente identificada através do levantamento de informações, para que se possa
chegar a uma decisão segura e precisa.
2. Desenvolvimento de alternativas: em função do levantamento das informações, ou seja, da
coleta de dados, pode-se chegar à possíveis alternativas para a resolução do problema
proposto.
3. Comparação entre as alternativas: levantamento das vantagens e desvantagens de cada
alternativa.
4. Classificação dos riscos de cada alternativa: as decisões sempre envolvem riscos, seja num
grau quase nulo, seja num alto grau de risco, seja num estágio intermediário de risco entre o
quase nulo e o alto grau. Temos sempre que levar em consideração o grau de risco que temos
em cada alternativa e escolher a alternativa que apresente comprovadamente o menor grau de
risco. Porém, é necessário, muitas vezes, combinarmos o grau de risco com os objetivos a serem
alcançados. Às vezes, o grau de risco que se corre é muito grande, porém, o objetivo a ser
alcançado, se alcançado, nos trará benefícios maiores em relação às alternativas menos
arriscadas.
5. Escolher a melhor alternativa: tendo o conhecimento das vantagens, desvantagens e riscos,
o decisor é capaz de identificar a alternativa que melhor solucione seu problema.
6. Execução e avaliação: a alternativa escolhida fornecerá resultados que deverão ser
comparados e avaliados com as previsões anteriores.

No processo de decisão, o gestor deverá desenvolver e aplicar todas as suas capacidades e


habilidades para atender às reais necessidades da organização, ou seja, o gestor/decisor deverá ter:

Capacidade prática e teórica: para aplicar os conceitos apreendidos em sua trajetória


educacional, ou seja, todos os conceitos desenvolvidos no decorrer do curso.
Capacidade gerencial: aplicar de forma eficiente os conhecimentos para controlar as
atividades obtendo os melhores resultados esperados.
Capacidade interpessoal: ou seja, sua capacidade de inter-relacionamento entre os
colaboradores, buscando comprometer todos com os objetivos da organização.
Capacidade administrativa: ou seja, de ter conhecimento específico das atividades que são
desenvolvidas na organização e suas interligações.

Para isso o gestor deve conhecer a fundo os princípios que norteiam a tomada de decisão, além de
ter um conhecimento da gestão administrativa e de suas principais teorias. A tomada de decisão
geralmente envolve duas vertentes: uma que apresenta situações de certeza, na qual o gestor pode
comprovar sua veracidade por meio de levantamentos estatísticos ou de opinião; e outra que
envolve situações de incerteza, na qual o gestor deverá colocar em prática todo o seu
conhecimento da organização.

De uma forma geral, podemos dizer que as condições de certeza são aquelas em que o gestor pode
exercer o controle sobre as variáveis que influenciam na decisão, geralmente situações ligadas ao
ambiente interno das organizações. Entretanto, nas condições de incerteza, o gestor se encontra
com um problema que até o presente não eram colocados, sendo esse configurado pela ausência de
controle sobre as variáveis – na maioria dos casos são situações associadas ao ambiente externo
das organizações.

As decisões tomadas sob condições de incerteza, como tem descrito os estudos de Hammond,
Keeney e Raiffa (2004) , afirmam que no processo de decisão existem várias “armadilhas” ou “erros”
de julgamento, contra os quais os gestores devem estar precavidos para não serem ludibriados. Em
outras situações, os gestores deverão estar cada vez mais capacitados e informados sobre os
processos de gestão que envolvem as organizações.

Hammond, Keeney e Raiffa (2004) apresentam uma lista oito princípios que devem ser
identificados pelos gestores a fim de que estes evitem os erros mais comuns na tomada de decisões:

1. Trabalhar com o problema errado.


2. Deixar de identificar seus objetivos principais.
3. Não ser capaz de criar uma margem de alternativas boas e criativas.
4. Examinar superficialmente consequências importantes de suas alternativas.
5. Pensar de maneira inadequada sobre as negociações.
6. Ignorar a incerteza.
7. Não avaliar sua capacidade de suportar o risco.
8. Não planejar com antecedência a tomada decisões interligadas no tempo.

Quando há incerteza, não se pode garantir que uma escolha inteligente trará
consequências satisfatórias. Embora muitos julguem tanto a qualidade de suas próprias
decisões como a de decisões alheias baseados na qualidade das respectivas consequências
– o modo como a situação se resolve – essa é uma visão errada... .

(HAMMOND; KEENEY; RAIFFA, 2004, p. 102-103)

Nesse sentido, a incerteza vem acrescentar uma nova complexidade ao processo de decisão, a qual
pode envolver numerosas incertezas, sendo que essas podem ter, por sua vez, variados níveis de
importância, as quais interagem entre si. Portanto, há necessidade de se ter uma fórmula para
simplificá-las, ou seja, isolar seus elementos e avaliá-los um de cada vez. Isso é possível por meio do
estudo dos fatores de risco. Esse capta a informação essencial de modo a apresentar como a
incerteza influencia uma alternativa.

Para tanto, devemos atentar para quatro questões fundamentais de acordo com Hammond, Keeney
e Raiffa (2004, p. 104) .

1. Quais são as principais incertezas?


2. Quais os possíveis resultados?
3. Quais as chances de ocorrência de cada possível resultado?
4. Quais as consequências de cada resultado?

Nesse sentido, os estudos dos fatores de risco permitem que se concentrem os elementos
principais que influenciam a escolha, deixando de lado outro que tenham nenhuma ou pouco
influência.

Como é possível elaborar um estudo dos fatores de risco?

Identifique as principais incertezas – deve-se proceder em duas etapas: a) faça uma lista de todas
as incertezas que possam determinar significativamente as alternativas; b) alise cada uma dessas
incertezas e verifique em que grau os resultados podem influenciar a decisão, se por acaso houver
muitas incertezas, detenha-se naquelas que têm maior probabilidade de alterar os resultados.
Defina os possíveis resultados – nessa fase devem-se selecionar os possíveis resultados de cada
incerteza, para tal isso devem ser respondidas as seguintes questões: a) Quantos são os resultados
possíveis que precisam ser definidos para expressar a extensão de cada incerteza? b) Como é
possível se obter uma melhor definição de cada resultado?

De uma maneira geral, a complexidade do problema de tomada de decisão cresce em proporção ao


conjunto dos resultados. Dessa forma, devem ser reduzidos ao menor número possível, para
somente aqueles que identificam a incerteza. Para tanto, é necessário que se siga os seguintes
passos:

1. Faça um julgamento completo – ou seja, avalie a probabilidade dos resultados e de seus


sucessos, leve em conta sua experiência e seu conhecimento.
2. Busque maior número de informação – use somente a informação pertinente ao problema,
descartando as informações supérfluas ou que não impactam no processo decisório.
3. Sempre que possível busque novos dados – em certas ocasiões, os dados apresentados podem
ser insuficientes para um julgamento mais amplo, ou no momento da coleta dos dados ainda
não se tinha claro o objetivo proposto, isso pode ser refeito de forma contínua para alimentar e
ampliar seus conhecimentos.
4. Se necessário consulte um especialista – pode ocorrer que no desenvolvimento do processo
novos dados sejam trazidos e que, pela sua especificidade, estes demandem a consulta de
alguém que domine o assunto.
5. E, por fim, defina separadamente quais os componentes essenciais da incerteza que possam
ser trabalhados – ou seja, separar os dados que têm maior impacto na incerteza, isso ajuda a
compreensão do todo e das partes.

Dessa forma procure utilizar de todos os mecanismos necessários para ter uma visão dos riscos e
das incertezas das alternativas e levar em conta o julgamento e a compreensão que influenciam a
decisão a ser tomada. Essa construção não exige muito tempo, exige sim uma dedicação de
identificação dos objetivos a serem alcançados.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

Unidade 01
Aula 02

Gestão de Processos em Instituições


Governamentais e Privadas

Estudantes, agora que já conceituamos e nos introduzimos ao mundo do estudo da gestão de


processos, vamos ver como esses conhecimentos podem ser usados no contexto de instituições
públicas e privadas. Há diferenças nas formas de gerir as decisões nesses dois tipos de instituição?

Boa aula!

As organizações costumam atender de forma rápida aos desafios apresentados pela demanda de
mercado, pela entrada de novos concorrentes, bem como por uma maior conscientização dos
consumidores ou usuários de serviços. Uma das maneiras de se atender essa demanda crescente é
por meio da utilização e aplicação de método de tomada de decisão, cujo objetivo é superar os
obstáculos apresentados e incrementar a performance organizacional.

As implicações das técnicas de tomadas de decisões nas organizações públicas ou privadas não
diferem no essencial, é característica de ambas se utilizar dos procedimentos e das técnicas de
tomada de decisão cada vez mais para orientar suas decisões estratégicas, pois tem-se notado uma
maior necessidade de interação entre os diversos atores envolvidos no objetivo organizacional. Ou
seja, há uma maior interação entre os colaboradores na busca de decisões coletivas que
impulsionam o cerne do negócio. As organizações que seguem essa abordagem tentam fortalecer
seus recursos por meio de uma melhor estratégia em seu posicionamento.

As organizações que não utilizarem de técnicas de tomada de decisão estarão fadadas à estagnação
ou ao fracasso. Mesmo que haja incerteza quanto à previsão das metas estabelecidas, as
organizações necessitam ter como certo que elas ocorrerão e devem estar preparadas para aceitar
e enfrentar a inevitabilidade das mudanças e utilizá-las como oportunidades, pondo em prática
decisões inteligentes que as orientem para novos horizontes, utilizando técnicas avançadas de
tomada de decisão. Se isso já é utilizado nas organizações privadas, mais urgente se faz nas
organizações governamentais.

O gerenciamento de tomada de decisão é uma técnica que permite extrair dos dados a
informação necessária para que seja possível tomar decisões acertadas com base em um
determinado nível de confiança e margem de erro.

Conforme colocado por Ferreira e Negreiros (2008) , as organizações governamentais necessitam


trabalhar com uma quantidade maior de informações, pois o objetivo é atender aos usuários dos
sistemas públicos. Dessa forma, há necessidade de uma maior quantidade de esforços dos gestores
públicos visando à coleta, à organização, à avaliação, aos dados de diferentes origens, ampliando
cada vez mais a importância dos métodos e técnicas de tomada de decisão para cumprir os
objetivos estabelecidos das entidades governamentais, em especial para o atendimento da
população de baixa renda.
Outra mudança, mais recente, da forma de atuação governamental que tem implicado
novas demandas por informações foi a chamada focalização das políticas sociais. Várias
das ações governamentais passaram a eleger segmentos específicos da população como
seu público-alvo, requerendo para tanto informações detalhadas das características da
população, de modo a permitir a identificação do segmento prioritário, incluindo, em
muitos casos, sua localização espacial e a construção de cadastros das famílias ou pessoas
beneficiárias.

(FERREIRA; NEGREIROS, 2008, p. 3).

Os fatores que atualmente implicam em mudanças nas organizações privadas ou públicas são:
fusão, expansão, novas aquisições e desinvestimentos; entrada ou demanda de novos produtos ou
serviços; ou novas tecnologias que reconfiguram seus produtos e/ou serviços.

1. Fusão – efeito que estamos vendo ocorrer com frequência tanto no setor público como no
privado, no qual as organizações governamentais buscam agregar setores, serviços e mesmo
departamentos em busca de um melhor atendimento ao usuário ou para evitar a duplicação ou
um desdobramento de serviço. Mas, nas organizações privadas, o efeito é devido
principalmente a um fortalecimento da marca ou domínio do mercado.
2. Expansão – pode ser entendido como um movimento contrário à fusão. No setor público, há
necessidade de criação de novos serviços para atender à população de uma maneira geral. No
setor privado, essa mudança ocorre geralmente quando a organização busca atingir novos
mercados ou, por uma questão de estratégia, busca atingir também um maior número de
postos de produto ou serviço, um exemplo particular nesse sentido é a utilização de franquias.
3. Novas aquisições – movimento característico do setor privado, localizado principalmente no
setor bancário ou de bebidas, mas também utilizado pelo setor público por meio de suas
empresas.
4. Desinvestimentos – estratégia também muito utilizada pelo setor privado, pois os custos de
alocação de produtos ou serviços podem refletir na queda de demanda. As organizações
utilizam essa forma de atuação para se posicionarem de forma rentável. Essa estratégia é
também utilizada pelo setor público, porém de forma incipiente, quando os gestores percebem
que não há mais necessidade dos usuários. Essa estratégia, contudo, no setor público, é rara,
pois levam em conta fatores políticos.

Dessa forma, as mudanças fazem parte do mundo organizacional e todas as decisões devem prevê-
las e gerenciá-las de forma a se tornarem mais bem-sucedidas para os consumidores e usuários,
portanto há uma necessidade maior dos gestores compreenderem e utilizarem a gestão de tomada
de decisão como fundamental nas suas orientações gerais. Nesse sentido, as organizações devem
estar preparadas para utilizar com mais frequência técnicas de tomada de decisão que podem ser
do tipo analítico ou de processo.
Os gestores têm a necessidade de utilizar o gerenciamento de tomada de decisões num processo
organizacional limitado e fragmentado (isso ocorre tanto no setor público como no privado), no
qual não funciona uma racionalidade total. Como há necessidade de se apresentar respostas
rápidas para a alta gerência, o processo decisório se torna bem diferente daquele baseado na
proposta racional. Dessa forma, as intuições vêm desempenhando um papel fundamental na
utilização de tal técnica. Assim, a tomada de decisão torna-se para o gestor um instrumento
fundamentado em sua experiência e prática profissional, que buscam soluções para o
enfrentamento de possíveis obstáculos que podem comprometer os objetivos organizacionais.

1. Tomada de decisão tipo analítico: no esquema de tomada de decisão analítico, são utilizados,
em sua maioria, modelos matemáticos que podem representar uma racionalidade do
comportamento social, conforme a visão de Herbert Simon, que será discutida adiante.
2. Tomada de decisão de processo: nesse processo, as organizações utilizam diversos
procedimentos que permitem a integração de um maior número de pessoas envolvidas no
processo decisório. Ambas as técnicas serão apresentadas adiante.

De certa maneira, o tema tomada de decisão não é recente, e sua utilização está se tornando
rapidamente um dos instrumentais de maior utilidade nas organizações privadas ou públicas, visto
que os decisores estão compartilhando seus conhecimentos e integrando a organização como um
todo, e não apenas no contexto departamental, como ocorria nos anos 1950 e 1960, ou seja, há uma
maior integração entre os colaboradores e eles compartilham responsabilidades, pois todos têm em
mente os objetivos finais da organização.

Portanto, os gestores utilizam o instrumental de tomada de decisão para subsidiar o planejamento


e formulação das intervenções no mercado (caso dos gestores privado) e nas políticas
governamentais (caso dos gestores públicos). Seus objetivos são o acompanhamento, as
reformulações e os ajustes necessários visando a manutenção ou interrupção das ações que melhor
atendam aos clientes/usuários. Tudo isso com uma maior qualidade da gestão e do controle sobre a
efetividade do produto/serviço, bem como da divulgação de resultados, focando na transparência
de suas ações.
A objetividade, na análise e nos resultados, permite que a tomada de decisão, em sua avaliação ,
leve em conta os aspectos qualitativos, constituindo-se num julgamento sobre o valor das
intervenções públicas ou privadas por parte dos avaliadores internos ou externos, bem como por
parte dos clientes e dos usuários, que são os principais beneficiários. Assim, a tomada de decisão se
aplica em busca de ações que legitimem os objetivos, cabendo ao decisor verificar o cumprimento
das metas estabelecidas.

A objetividade na tomada de decisão deve estar voltada também para garantir um fluxo contínuo de
informações que possibilitem o estudo do caráter evolutivo da organização e, por consequência, a
atuação dos tomadores de decisão. Dessa forma, o uso correto do instrumental de tomada de
decisão serve não somente para avaliar as organizações, mas também os próprios gestores.

A utilização das ferramentas da tomada de decisão, seja para as instituições públicas, seja para as
instituições privadas, deve privilegiar os seguintes objetivos:

1. Atender aos setores tático e operacional da organização, os quais permitem a criação e


formatação de relatórios gerenciais flexíveis e dinâmicos.
2. Gerar relatórios dinâmicos, os quais permitem aos gestores da camada tática fazerem análise
precisa das informações geradas, possibilitando a escolha do quê fazer e como trabalhar com as
alternativas apresentadas nos relatórios.
3. Subsidiar a camada estratégica das organizações, o que permite, de forma mais precisa,
verificar o panorama dos assuntos corporativos, visualizando de uma maneira muito mais
intuitiva e de fácil compreensão dos processos interativos e dinâmicos das alternativas
propostas.
4. Propiciar a criação de vários cenários alternativos com base em simulação de ambientes
futuros, como métodos para facilitar o controle das metas para no processo de tomada de
decisão.
O objetivo geral na utilização do instrumental de tomada de decisão é de amparar os tomadores de
decisão com informações precisas devido à constante necessidade de atualização sobre os dados
gerenciais de diversos órgãos combinados das organizações, de forma a contribuir para o
acompanhamento de novas alternativas para uma melhor gestão pública e privada.

Com isso é possível atualizar as demandas dos consumidores/usuários oportunizando uma


melhoria no processo de entrega do produto/serviços e atuar de forma transparente na gestão
pública ou privada e também junto à camada estratégica das organizações e da sociedade.

Como resultados, espera-se uma possível melhora na gestão, na qual os tomadores de decisões
possam atuar o mais eficientemente possível para alcançar resultados concretos em benefício da
organização, permitindo também uma ampliação na autonomia dos gestores, contribuindo com
uma avaliação quantitativa e qualitativa do desempenho organizacional.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

SAIBA MAIS
Não deixe de ler o artigo “Controle interno para auxílio de tomada de decisão gerencial: um
estudo de caso em uma pequena empresa”, clicando aqui.
Unidade 01
Aula 03

Procedimentos da Tomada de Decisão

Olá estudante. Dessa forma, cabe falarmos de variadas técnicas que ajudam no processo de
decisão. Veremos: técnica de brainstorming, de matriz de prioridade, do diagrama de espinha de
peixe e técnicas matemáticas.

Boa aula!

A compreensão e a busca por entender a melhor opção entre as disponíveis, tanto a nível individual
como coletivo, data dos tempos da pré-história, quando os homens consultavam os oráculos para
tomarem decisões individuais ou coletivas até processos envolvendo questões heurísticas. Mas o
marco teórico para esta disciplina foi o uso do termo “tomada de decisão”, estabelecido em 1938,
com o trabalho de Chester Barnard (veja texto “Uma breve história da tomada de decisão”, no
acervo da disciplina).

Na história das organizações, foi com a ciência da Administração que a questão da tomada de
decisão apareceu como ramo de estudo. No século XVIII, na Inglaterra, com o surgimento da
Revolução Industrial, as organizações que atuavam com grandes empreendimentos foram as
primeiras a demandar decisões envolvendo gestores.
As indústrias, no final do século XIX, já tinham suas estruturas organizadas por departamentos em
um embrião que conhecemos hoje, ou seja, departamentos de produção, vendas, financeiros etc. Os
empresários perceberam que suas organizações não poderiam mais ser gerenciadas por
habilidades pessoais, fazia-se necessário um gestor profissional e mais ainda havia necessidade de
se colocar em prática o planejamento, a execução e o controle das atividades. Para isso, era
necessário à compreensão da tomada de decisões.

No início do século XX, Frederick Taylor, utilizando-se do método científico chamado hoje de
abordagem clássica da administração, sugeriu que os gerentes deveriam estabelecer processos
padronizados que permitissem o controle de operações fabris, bem como processos pelos quais os
empregados envolvidos na produção deveriam aperfeiçoar suas aptidões para melhoria do
desempenho.

Em 1950, Henri Fayol lança a base da administração científica com sua ideia de que as funções de o
administrador serem de planejamento, onde está a concepção de previsão, que mais tarde se
transformaria em tomada de decisão.

A chamada escola neoclássica da administração marcou presença na discussão da tomada da


decisão, essa escola se diferenciava do princípio estabelecidos por Fayol, o da centralização. Essa
escola argumentava que a delegação de responsabilidade era importante como forma de tomada de
decisão. Argumentavam que a pulverização de decisão para os níveis mais baixos da organização
gerava uma maior rapidez no processo e principalmente deixava os funcionários mais motivados;
portanto, isso implicava em uma empresa mais rápida e com melhoria da qualidade daquilo que é
decidido para ser ofertado ao consumidor.
Em 1954, Peter Drucker lança o termo Administração por Objetivos (APO), que valoriza gerentes e
subordinados de acordo com as metas e responsabilidades de cada um e com a necessidade da
empresa. Assim, a temática desloca-se das atividades meio – o “como fazer” das escolas de
administração anteriores –, para os objetivos e finalidades da organização – o “por que fazer”. Essa
nova visão da administração elege critérios para a escolha (decisão) dos objetivos organizacionais.
Tais objetivos, normalmente, são: posição competitiva no mercado, inovação dos produtos/serviços,
eficiência, qualidade, retorno financeiro, responsabilidade social e satisfação do cliente. Entre
outras, a base da APO ressalta a necessidade da tomada de decisão para os objetivos da
organização.

Com os estudos de Herbert Simon (1983) , em seu livro Comportamento administrativo, o


gerenciamento de tomada de decisão assume um caráter racional. Para Simon, há dois tipos de
decisões:
DECISÃO ESTRUTURADA DECISÃO NÃO ESTRUTURADA

Ocorre quando o gestor que toma a decisão é capaz de determinar os As decisões não estruturadas ocorrem quando não é

elementos relevantes à decisão ou ter uma base teórica dessa possível descrever os elementos relevantes.

Portanto, é com os estudos de Simon que, pela primeira vez, a tomada da decisão será abordada
como um processo, considerando a determinação do que se deve fazer (decisão) como sendo o
ponto principal da administração. Na sua visão, as escolas de administração anteriores se
preocupavam muito com o processo de execução e negligenciavam o processo de decisão. Desse
modo, o autor usa a expressão “teoria da decisão” para explicar o comportamento humano nas
organizações, como se cada pessoa fosse um sistema de decisões na empresa. Conceituava a
decisão como sendo um processo de análise e escolha entre alternativas disponíveis de cursos de
ação que os indivíduos poderiam optar.
Os estudos de Simon contribuíram muito para o conceito e utilização da tomada de decisão nas
organizações. Novas teorias foram acrescentadas (discutiremos mais adiante), apesar de muitos
gestores que tomam parte nas decisões ainda não se darem conta de que seguem uma teoria que
vem sendo discutida e aperfeiçoada a décadas. O que essa pequena introdução histórica nos
mostra é que, atualmente, o processo decisório passou por várias etapas e a concepção de
gerenciamento de tomada de decisão nas organizações segue a vertente de um processo coletivo
mais amplo, com base na decisão de um conselho ou de um colegiado nomeado, para apresentar as
propostas em pauta que irão nortear o planejamento das organizações.

Para que possamos entender os conceitos e os critérios na gestão de tomada de decisões, a questão
que se coloca é:

O que entendemos por decisão?

Decisão é o processo de escolha de pelo menos uma entre diferentes alternativas que nos
permitem dar resposta a um determinado problema. Nas organizações, as habilidades de seus
gestores são vistas quando estes possuem qualidades como liderança, habilidade de negociação ,
pró-atividade e gerenciamento. Nas organizações, soluções rápidas são demandadas, e, nessa
situação, frequentemente a decisão é feita por um grupo que tenha conhecimento do problema,
para isso um checklist deve ser elaborado:

Qual é realmente o problema que se esta tentando resolver?


Ter clareza sobre o problema, mantendo um distanciamento de eventuais envolvimentos
emocionais.
Coletar todas as informações possíveis relevantes ao problema.
Ter um comprometimento ético e moral ante o compromisso.
Explicar os critérios adotados.
Processar as informações tendo como parâmetro os critérios.
Gerar as alternativas viáveis mais amplamente possíveis.
Efetuar uma análise dos resultados obtidos e produzir recomendações para cada uma delas.

Para essa tarefa, há necessidade de se definir os principais participantes envolvidos na gestão de


tomada de decisões e a função que cada um desempenha. São eles:

O tomador de decisão: representa o responsável último pela tomada de decisão, poder ser um
único elemento, mas aconselha-se que seja por um conjunto de indivíduos envolvidos no
processo pertencente a organização.
O agente de decisão: formado por um indivíduo ou grupo que direta ou indiretamente
estabelece os critérios a serem adotados com base em recomendações éticas e morais.
O analista da decisão: um agente que domina as tarefas de gestor e é capaz de analisar,
processar e recomendar as alternativas obtidas.
Para que o processo seja efetuado com sucesso, é preciso definir as características básicas do
profissional que administrará o processo. Essa característica é conhecida pela sigla de CHA, ou seja,
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Essas características devem estar interligadas às
necessidades da organização. O gestor encarregado de administrar o processo decisório tem que
ter vasto domínio teórico e prático do processo, que normalmente é conhecido como analista de
O&M, ou seja, analista de organização e métodos.

Portanto, existem técnicas que auxiliam a tomada de decisão chamadas técnicas qualitativas. Estas
são estruturadas e têm como parâmetro os critérios de qualidade, diferentemente das técnicas
quantitativas que se baseiam em critérios numéricos.

Técnica de Brainstorming

Também conhecida como tempestade de ideias, é uma técnica utilizada para auxiliar um grupo a
criar ou imaginar tantas ideias quanto possível em torno do problema proposto ou de um assunto a
ser resolvido. O grupo é geralmente formado por um coordenador e um assistente para cada cinco
pessoas, sendo que é indicado no mínimo cinco e no máximo quinze participantes. O grupo ou
grupos em torno do assistente têm a possibilidade de oferecer as alternativas mais criativas
possíveis, após um tempo determinado de criatividade, os mesmos são orientados a votarem nas
mais exequíveis possíveis.

Existem duas formas de se utilizar a técnica de brainstorming:


Estruturada: em cada grupo, todos os presentes devem dar uma ideia a cada rodada, podendo
ser definido no início do processo a possibilidade de “passar” até a próxima rodada, isso para
não inibir a espontaneidade da ideia.
Não estruturada: os membros do grupo podem dar ideias sem seguir uma ordem de rodada,
isso para deixar o grupo mais à vontade em sua criatividade.

Veja agora as vantagens e desvantagens de se utilizar a técnica de brainstorming:

Vantagens: não pressupõe necessariamente que os membros do grupo sejam especialistas no


assunto em pauta. As ideias de todos são levadas em consideração.
Desvantagens: se não houver um líder que estimule a participação, haverá com certeza inibição
de alguns.

Técnica Matriz de Prioridade

Também conhecida como matriz de impacto, essa técnica prioriza as alternativas com base em
critérios. É utilizada quando se estabelece hierarquia entre as alternativas. Essa técnica exige que
os participantes tenham um conhecimento do assunto ou do problema, pois é constituída por um
somatório das matrizes. O número de participantes ideal é de cinco a quinze.

Vantagem: permite estabelecer prioridade nas alternativas em termos numéricos, buscando


eliminar a subjetividade. Permite estabelecer uma prioridade nas alternativas apresentadas.
Desvantagem: exige que os participantes tenham um conhecimento antecipado da questão.
Com isso, muitos já têm um prejulgamento do assunto. A ordenação numérica das alternativas
pode ocasionar uma falta de visão global do contexto a ser debatido.
Técnica do Diagrama de Espinha de Peixe

Também conhecida como diagrama de Ishikawa, por ter sido desenvolvida pelo professor Kaoru
Ishikawa. Essa técnica permite visualizar melhor o contexto do problema ou do assunto, isso
porque é construído um diagrama no qual as causas vão sendo cada vez mais discriminadas. Sua
utilização é bem simples, pois se baseia na estrutura do esqueleto de um peixe, no qual a estrutura
horizontal é o problema a ser tratado e as espinhas são causas ou os efeitos que influenciam no
problema. O número ideal de participante é de cinco a quinze.

Vantagem: permite uma visualização mais clara das causas do problema em questão, podendo
ser agrupados por fatores.
Desvantagem: para que a técnica produza em um resultado satisfatório é necessário a
presença de pelo menos um especialista no problema ou no assunto e, pelo menos, um seja
especialista na técnica.

Técnicas Matemáticas de Tomada de Decisão


É por meio de modelos matemáticos que se fazem simulações de situações futuras e avaliação da
probabilidade de sua ocorrência. As mais utilizadas são: Probabilidade Estatística; Programação
Linear; Teoria dos Jogos; Teoria das Filas; Teoria dos Grafos e Pesquisa Operacional.

Para a teoria administrativa, a pesquisa operacional é a mais utilizada.


Vantagem: permite manipular simultaneamente as complexas situações reais por meio de
simplificações da realidade.
Desvantagem: essa teoria foca a abordagem quantitativa, ou seja, foca na abordagem
matemática.

Dessa forma, processos gerenciais e tomada de decisões, são complexos por si só, visto que os seres
humanos estão inseridos em um contexto social, tanto familiar como organizacional, e as decisões
se confrontam a partir do convívio e são influenciados pelo ambiente e pelo sistema.

Todo sistema consiste em um conjunto organizado de partes que se inter-relacionam, trocando


energia, recursos, informações internas e externas, em um processo de interdependência mútua.

Portanto, as funções do gestor: planejar, organizar, liderar e controlar; estão em estreita relação
com assunto desta disciplina, Processos Gerenciais e Tomadas de Decisões. Assim, a Tomada de
Decisão pode ser entendida como sinônimo de administrar.

Com esses conceitos e elementos buscaremos elaborar o processo de gerenciamento de tomada de


decisões.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
Unidade 01
Aula 04

Fundamentos da Estrutura e dos


Processos Organizacionais

Olá, estudante. Nesta aula, focaremos nos fundamentos da estrutura e dos processos
organizacionais. Boa aula!

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
A maneira empírica de tomada de decisão não atende às necessidades das organizações atuais,
principalmente pela sua complexidade e pela quantidade de informações disponíveis em um mundo
globalizado. Os gestores constantemente se deparam com um volume contínuo e crescente de
informações e, muitas vezes, essas informações não são portadoras de conhecimentos úteis para as
decisões gerenciais mais complexas.

Portanto, o processo de tomada de decisão organizacional se apresenta para os gestores como a


essência das habilidades gerenciais, visto que esses têm de decidir em um curto espaço de tempo
e optarem pela escolha da melhor alternativa possível, sendo dado o contexto e o problema a ser
solucionado.

Sabemos que os gestores são demandados a tomarem decisões em sua maior parte envolvendo
questões econômicas e financeiras, ou seja, a base da decisão são estritamente elementos
quantitativos representados por valores monetários. Nesse sentido, a estrutura organizacional
deve ser vista como um instrumento gerencial resultante da identificação, análise, ordenação e
agrupamento das atividades e dos recursos das organizações, que deverá também estabelecer e
utilizar os níveis dos processos decisórios, visando ao alcance dos objetivos estabelecidos pelos
gestores das organizações.

Uma estrutura organizacional, atualmente, se apresenta bastante dinâmica, principalmente quando


são considerados seus aspectos informais, provenientes da caracterização dos processos utilizados
e da demanda rápida por resultados, bem como da formação do seu quadro de colaboradores que
são responsáveis pelo seu esquema de funcionamento.

O planejamento organizacional, segundo Chiavenato (2000) , deverá estar voltado para os


seguintes objetivos:

a) identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas;

b) agrupar as tarefas em funções;


c) proporcionar aos executivos e funcionários de todos os níveis hierárquicos da empresa as:

- informações e outros recursos necessários para trabalhar de maneira eficaz quando possível;
- medidas de desempenho que sejam compatíveis com os objetivos e as metas empresariais.

Dessa forma, o gestor precisa compreender os processos e os conceitos da estrutura


organizacional a qual está vinculado e conheçer as componentes e condicionantes em seus níveis
de abrangência da estrutura organizacional. Tendo em vista que os parâmetros quantitativos e
qualitativos organizacionais são entendidos como focos de tensões e antagonismo, quando bem
conduzidos, levam à escolha da melhor decisão ao nível organizacional.

Um dos grandes desafios que se colocam na gestão organizacional é a necessidade de o gestor estar
preparado para as mudanças de novos cenários que se apresentam atualmente, que irá impulsioná-
lo para a evolução de novas formas de decisão. Dessa forma, a gestão preocupa-se em minimizar os
meios utilizados e maximizar os resultados, devendo realçar os seguintes aspectos:

o aumento da produtividade;
o aumento da eficiência; e
o aumento da flexibilidade estrutural.

Além dos aspectos citados, os gestores públicos e privados se defrontam com questões monetárias
e são demandados a analisar aspectos qualitativos que geralmente não são internalizados na
tomada de decisão devido um cuidado de não se expor financeiramente. Se isso ocorrer, o processo
de tomada de decisão poderá representar uma perda para a organização e para a sociedade, além
da falta de transparência. Por exemplo, podermos citar as questões ambientais, de saúde ou mesmo
a construção de um grande empreendimento.

Na estrutura organizacional, o gestor deverá estar ciente do seu papel tendo como objetivo
analisar, definir, mensurar e propor soluções para os problemas de gerenciamento organizacional,
visto que deverá atuar na:
tomada de decisões baseado na melhor alternativa;
estímulo a participação de todos os colaboradores;
valorização do trabalho em equipe;
reconhecimento e valorização da capacidade intelectual; e
concentração em buscar e eliminar a causa dos problemas.

Decisão, portanto, pode ser definida nesse sentido como um ato de escolha de uma entre várias
alternativas de ação que se oferecem para alcançar um ou vários propósitos organizacionais.

Não se esqueça que o gestor deverá abrir mão ou renunciar a todas as outras. O gestor deverá estar
preparado para operar em um sistema que deva simultaneamente eleger uma e renunciar as outras
alternativas apresentadas.

Dentro da estrutura organizacional, o gestor poderá se confrontar na organização com dois tipos
de decisão: a decisão sequencial e a decisão única.

A decisão sequencial ocorre geralmente quando uma organização está bem estruturada e já
conta com certo grau de aceitabilidade no mercado. Também ocorre, geralmente, no nível da
estrutura governamental, é quando decisões anteriores já foram tomadas e há necessidade de
se atender a uma nova demanda, sem que haja mudança radical na organização. No setor
privado, ocorre quando decisões já foram tomadas e se faz necessário ampliar o leque de
opções para aumentar a penetração do produto frente à concorrência. No nível governamental,
é quando o gestor deverá dar sequência às ações de políticas públicas já estabelecidas, mas que
não estão dando os resultados esperados. O decisor deverá analisar as ações e as
consequências das decisões tomadas anteriormente.
A decisão única ocorre quando o gestor é orientado a fim de se posicionar sobre um propósito
organizacional, mas que não necessariamente deva levar em conta decisões anteriores. Por
exemplo, no setor privado, pode se citar quando o decisor deverá se posicionar quanto à
escolha de ampliação e expansão de novas unidades ou novas instalações. No setor público é
quando o decisor se posicionará sobre nova unidade de atendimento ou novo serviço para
atender à comunidade.

No desenvolvimento da estrutura organizacional, devemos considerar seus componentes,


condicionantes, níveis de influência e níveis de abrangência, logo, o sistema de decisões representa
um instrumental analítico no processo de tomada de decisão dos colaboradores, o qual
corresponde a uma sistemática estruturada e descritiva em função dos elementos que o tomador
da decisão possa obter para oferecer cenários, vislumbrando o acesso às ações que permitem ter
uma situação mais abrangente da organização, nesse sentido a decisão deverá ser tomada:

no nível mais concreto possível e no mais perto possível da cena de ação;


no nível que assegure a consideração plena de todos os objetivos e atividades organizacionais.
Para Drucker, (1962, p. 24) os fatores internos que influenciam a natureza da estrutura
organizacional da empresa, são:

a natureza dos objetivos estabelecidos para a empresa e para seus executivos e funcionários;
as atividades operacionais exigidas para alcançar esses objetivos;
a sequência de passos necessária para proporcionar os produtos e serviços que os funcionários
e clientes desejam ou necessitam;
as funções administrativas a desempenhar;
as limitações da habilidade de cada profissional na empresa, além das limitações tecnológicas;
as necessidades sociais dos executivos e funcionários da empresa; e
o tamanho da empresa.

O papel do gestor na tomada de decisão está intrinsecamente ligado à estrutura da organização


sendo que esse deve assumir responsabilidades envolvendo o ambiente externo e interno da
organização e deve propor um equilíbrio dinâmico com eficiência e eficácia.

De acordo com Maximiano (2007) a função do gestor abrange três responsabilidades principais:

1 - Desenvolver e manter um sistema de comunicação com a organização informal, como


estratégia para possibilitar a eficácia da organização formal.
2 - Promover a formação e manutenção de um sistema de recursos humanos, incluindo a
motivação das pessoas, por meio de incentivo eficazes.
3 - Formular e definir os propósitos, objetivos e fins da organização, o que inclui a
doutrinação dos funcionários operacionais com os propósitos gerais e as grandes decisões,
de modo que eles permaneçam coesos e capazes de tomar as decisões finais, que são
detalhadas, de maneira coerente.

(MAXIMIANO, 2007, p. 98)

As situações de decisão , bem como as incertezas daí resultantes e que são apresentadas aos
gestores e às organizações, também passam por mudanças e se atualizam com o tempo. Desse
modo, o planejamento da tomada de decisão deve também se atualizar e se atualiza, já que, hoje,
muitas instituições já adotam um paradigma pós-moderno (descentralizador) em oposição ao
moderno (centralizador).
Planejamento e Tomada de Decisão

Organização Modernidade Organização Pós-Modernidade

Tarefa exclusiva dos gerentes ( centralização ) Colaboração da equipe ( descentralização )

Planos táticos detalhados Planos conjuntos

Fonte: Adaptado de Moraes (2001, p. 35).


Portanto, o processo no qual o gestor está envolvido constantemente é o de tomada de decisão que
pode ocorrer em situações de certezas ou incertezas. As primeiras, são aquelas em que existe maior
probabilidade de se exercer o controle de suas variáveis e influenciar as decisões, pois estão ligadas
ao ambiente interno da organização, não esquecendo que mesmo estas estão sujeitas às variáveis
não controladas. As segundas, por outro lado, são caracterizadas pela ausência, quase que
completa, do controle das variáveis, geralmente estão ligadas ao ambiente externo da organização.

SAIBA MAIS
Não deixe de ler os textos indicados:

“Processo Decisório e Tomada de Decisão: um dualismo”

“Tomada de decisão, do modelo racional ao comportamental: uma síntese teórica”

Estudantes, agora chegou a hora de estudar os principais tipos de estruturas organizacionais,


estruturas estas usadas para alcançar a melhoria na tomada de decisão. Continue os estudos e
vamos lá!

A estrutura organizacional vem sendo objeto de estudo de diversos autores, entre eles Weber,
Barnard (1971) e Chandler (1962) , nos primeiros anos do século 1920, Hall (1984) e Mintzberg
(2001) , nas décadas de 1980 e 1990, até Kaplan e Norton (1997) e Davenport e Prusak (1998) nos
dias atuais.

Na abordagem clássica da administração, os estudos apresentavam uma única forma de estrutura


para qualquer tipo de organização. A escola classificada como relações humanas, na década de
1930, sustentava que o empregado possuía necessidades psicológicas e sociais e a organização do
trabalho dependia da interação das pessoas dentro da empresa. No final dos anos 1950, surge a
abordagem contingencial, afirmando que a estrutura de uma organização é dependente de fatores
contingenciais, como o ambiente, a tecnologia, a estrutura da organização e principalmente sua
estratégia.

De acordo com a abordagem contingencial, não é possível estabelecer uma única forma de
gerenciar as organizações; cada organização tem uma situação específica e requer um tipo de
gestão específica, isso é valido para as organizações públicas e para as organizações privadas.

A principal interferência acontece no ambiente externo das organizações, nos níveis


mercadológico, tecnológico, político ou demográfico, que de uma forma geral afetam sua atividade
principal, sua estrutura, sua gestão e as decisões dos seus gestores. As organizações devem se
ajustar às contingências para atingir de forma adequada seus objetivos.

Segundo Chandler (1962) , em resposta às pressões do ambiente, as empresas adotam estratégias


que levam essas às mudanças organizacionais que podem ser estratégias:

a) positivas: desenvolvendo novos produtos ou novos serviços;


b) defensiva: para proteger sua atual posição.

Seguindo essa teoria, pode-se entender que a estratégia depende das características do ambiente e
determina a reconfiguração organizacional, visando atingir objetivos estabelecidos.

As organizações podem ser vistas como um conjunto integrado de centros de decisão com níveis e
hierarquias distintos, onde devem ser levadas em consideração as situações de certezas e
incertezas. Para se ter uma ideia do processo decisório dentro da organização, basta imaginar a
estrutura organizacional e seus vários departamentos, cada qual com autonomia relativa, que vai
de um extremo de tomada de decisão rotineira (estruturadas) ao outro, de tomada de decisão não
rotineira (não estruturada).
Nível Hierárquico Gerencial Nível Hierárquico não Gerencial

Decisões não rotineiras Decisões rotineiras

(não estruturada) (estruturada)

Decisões não programadas Decisões programadas

Maior grau de incerteza Menor grau de incerteza


Para Dubrin (1998) a tomada de decisão seria a escolha de uma entre as várias alternativas, seria
também um importante componente do planejamento necessário à função do gestor.

Sob circunstâncias ideais, a administração de alto nível se preocupa quase que


exclusivamente com decisões não-rotineiras, e a administração de nível inferior lida com as
rotineiras. Na verdade, os executivos tomam decisões pequenas e programadas, além das
não-programadas. Alguns altos executivos assinam relatórios de despesas e respondem a
correspondência de rotina, por exemplo. Os administradores dos níveis médio e inferior
geralmente tomam decisão tanto de rotina quanto não-rotineiras, e os administradores de
nível operacional tomam uma proporção maior de decisões de rotina. Uma organização
bem administrada estimula todos os gerentes a delegarem o máximo de decisões não
programadas.

(DUBRIN, 1998, p. 79, grifo nosso)

Simon (1965) em seus estudos teóricos apresentou a importância da teoria das decisões,
ressaltando que a decisão é um fator mais significante que as ações executivas subsequentes. Nesse
sentido, as organizações que adotam a tomada de decisão como princípio estratégico passam a ser
visualizadas como sistemas de decisões em que os gestores percebem, sentem, decidem e agem,
definindo seus comportamentos frente às situações definidas nos princípios e metas
organizacionais.

Para que o gestor possa se pautar em situações ambíguas e complexas na tomada de decisão, ele
deve ter uma visão geral da organização e entender quais os componentes disponíveis no momento.
Isso porque as decisões devem ser eficientes ante os dados fornecidos e consistentes, uma vez que,
na maioria dos casos, o gestor estará sobre pressão dos stakeholders.

Portanto, o papel dos gestores na tomada de decisão é administrativo, e eles são necessitam
planejar, organizar, liderar e controlar o processo. Nesse sentido, gerenciar é decidir
constantemente em um quadro de incerteza.

A tarefa de administrar é incerta e desafiadora, pois lida com mudanças, inovações e


transformações rápidas e situações ambíguas, além de problemas cada vez mais diferentes
e complexos. Eventos externos e internos as organizações fornecem informações
contraditórias que dificultam o diagnostico para solução de problemas, tais como:
exigências diferentes da sociedade, dos clientes e dos fornecedores, desafios dos
concorrentes e expectativas da alta administração e dos acionistas.

(MORAES, 2001, p. 16)

Nesse sentido, os gestores necessitam compreender melhor a estrutura organizacional e trabalhar


com os conflitos materiais e de valores, devendo alcançar entendimento e objetividade na
utilização da função da organização. Isso é feito a fim de propor soluções às disputas
organizacionais, tanto interna como externa, e tendo em vista que, devido à diferença de opiniões
que se apresentam, o gestor deverá criar soluções agindo com ética e responsabilidade. A figura
abaixo ilustra a função do gestor e possíveis decisões a serem tomadas.
Funções do Gestor Possíveis Decisões

Quais as estratégias da Organização.


Planejar
Quais os objetivos a longo e a curto prazo da Organização.

Quais os colaboradores que deverão responder ao processo. Qual o grau de centralidade e quais os departamentos envolvidos. Quando a organização
Organizar
poderá e deverá implantar as decisões.

Como motivar os colaboradores. Como não afetar a produtividade dos colaboradores ante novos desafios. Qual o momento correto para estimular os
Liderar
colaboradores.

Quais as atividades que necessitam maior controle na organização. Quais os mecanismos de controle para as atividades. Quais as informações
Controlar
gerenciais deverão estar disponíveis.

Fonte: Adaptado de Maximiano (2007, p. 5) .

Acrescenta-se à função do gestor a preocupação com os objetivos que se quer atingir. Essa forma
de pensar aparece em Drucker (1998), quando o autor discute o conceito de Administração por
Objetivos (APO), que valoriza as metas e responsabilidades que os gestores e subordinados devem
assumir de acordo com a estrutura organizacional.
A escolha de uma alternativa em detrimento de outra, inevitavelmente, envolve eventuais
vantagens e desvantagens. Privilegiando certos aspectos, comparativamente, a estrutura
organizacional constitui uma das maiores prioridades da gestão organizacional, pois a função da
estrutura organizacional é auxiliar no alcance dos objetivos organizacionais, servindo como:

a) Estrutura básica: ao contribuir para a implementação dos planos e das metas, bem como
para a alocação de pessoas e de recursos para as tarefas que precisam ser feitas e ao
proporcionar mecanismos de coordenação dessas tarefas.
b) Mecanismo de operação: ao indicar com clareza aos membros da organização que irão
compor o comitê de gestor de decisão, definindo os procedimentos de trabalho, padrões de
desempenho, sistema de avaliação, sistema de análise, programações e sistemas de
comunicação (interno e externo).
c) Mecanismo de decisão: apoiando o processo de tomada de decisão e seus requisitos de
processamento de coleta de dados, o que inclui o fornecimento dos cenários favoráveis aos
objetivos principais das metas organizacionais.

De acordo com Motta (2003) , a estratégia faz parte da premissa organizacional e influencia,
diretamente, o ambiente com mudanças constantes. Para tanto, faz-se necessário a contínua
reformulação e avaliação de objetivos, baseando-se na análise de tomada de decisão visando
analisar o ambiente interno e externo da organização. De maneira sucinta, a organização se depara
constantemente com pressões dos concorrentes e do mercado e precisa eleger uma das
alternativas entre muitas para alcançar suas metas.

Conforme Mintzberg (2001) , ao formular suas estratégias, a organização busca identificar as


oportunidades e ameaças do ambiente organizacional, bem como estabelecer os ajustes
necessários entre a estratégia e a meta da organização.
Mas para Vasconcellos (1989) , as decisões não devem ser excessivamente centralizadas no topo da
hierarquia organizacional, onde já se encontra uma sobrecarga de tarefas da alta gerência. Se isso
ocorrer, as decisões podem ser desvinculadas da realidade e demoradas. Entretanto, se as decisões
estão excessivamente descentralizadas, tem-se uma falta de coordenação e uma maior dificuldade
de controle, fazendo com que as organizações não alcancem seus objetivos. Portanto, faz-se
necessário que haja uma equipe indicada e encarregada de gestores que tenha conhecimento
prévio da utilização do gerenciamento de tomada de decisão para que possa haver um equilíbrio
por meio da delegação de funções determinadas, estabelecendo-se prazos, metas e objetivos.

Dessa maneira, as metas seriam os indicadores sob os quais os critérios de escolha, ou de decisão
dos objetivos da organização, seriam fixados de acordo com as prioridades, a fim de se alcançar os
resultados da organização definidos pela alta gerência.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
Unidade 01
Aula 05

Aspectos Gerais e Sistemas Integrados


da Tomada de Decisão

Estudaremos os aspectos gerais sobre a tomada de decisão e sua influência sobre os processos
organizacionais. Essas noções são essenciais para o dia a dia profissional e para o estudioso(a) da
área. Boa aula!
Com a gestão assumindo o conceito de APO, os gestores incorporam a questão do planejamento
estratégico, que na sua estrutura organizacional deve ser tratada como uma questão de tomada de
decisão, sendo composta, nos objetivos organizacionais, pelas análises externa (ambiente da
organização) e interna (matriz de oportunidades), que analisam as ameaças e as forças que servirão
de base para a formulação das alternativas a serem consideras no processo decisório. (DUBRIN,
1998).

O gestor deve fazer clara distinção entre resolução de problema e tomada de decisão, embora a
resolução de problema e a tomada de decisão possam ser consideradas um processo ordenado. No
entanto, nem sempre a solução efetiva é produto de um processo ordenado ou de decisão, mas sim
somente a resolução de um problema.

Os gestores tomam melhores decisões quando encaram problemas complexos. O propósito da


tomada de decisão é buscar uma alternativa entre as várias propostas, ou seja, uma solução para
vários problemas. Portanto, há necessidade de se analisar os problemas antes da tomada de
decisão, pois o propósito final da tomada de decisão é impulsionar a organização e trazer soluções
para que ela atinja seus objetivos estabelecidos ou propostos.

Conforme Santos e Wagner (2008) , os gestores sempre vão se encontrar em situações difíceis para
a tomada de decisão, porém deverão levar em conta os fatores organizacionais que influenciam as
decisões.

Em relação ao modelo administrativo de tomada de decisão, Daft (1997) descreve como os


gerentes atualmente tomam decisões em situações difíceis, como aquelas caracterizadas
como decisões não-programadas, de incerteza e de ambiguidade. Este modelo se apoia nas
diferentes suposições do modelo clássico e focaliza os fatores da organização que
influenciam as decisões individuais. É mais realista do que o modelo clássico para decisões
complexas e não-programadas. De acordo com o modelo administrativo:
1. As metas de decisão são frequentemente vagas, conflitantes, e não há consenso entre os
gerentes. Os gerentes frequentemente não estão a par dos problemas e oportunidades que
existem na organização.
2. Os procedimentos racionais não são usados sempre e, quando são, estão restritos a uma
visão simplista do problema que não capta a complexidade real dos eventos
organizacionais.
3. A busca dos gerentes por alternativas é limitada por causa das restrições de pessoas, de
informações e de recursos.
4. A maioria dos gerentes acomoda-se com uma solução satisfatória em vez maximizar as
soluções. Isso se deve em parte porque eles têm informação limitada e também porque têm
somente um critério vago do que constitui maximizar uma solução.

(SANTOS; WAGNER, 2008)


Dessa forma, os gestores deverão identificar o problema definindo e limitando a análise de
avaliação levando em consideração, no processo, os fatores que influenciam direta ou
indiretamente a tomada de decisão.

Essa é uma fase importante do processo, já que o gestor deverá ter as condições necessárias para
continuar ou interromper o processo, visto que, mesmo a não continuidade do processo, é uma
decisão e, portanto, requer do gestor a capacidade de reconhecer, no processo, cada passo,
identificando sua origem e se há condições físicas, financeira e humana na organização para
resolver o problema.

De acordo com Barnard (1971) essas são questões que cada gestor deve levar em conta antes de
iniciar o processo de tomada de decisão:

A arte da decisão administrativa consiste em não decidir questões que não são pertinentes,
em não decidir prematuramente, em não tomar decisões que não podem ser executadas, e
em não tomar decisões que competem a outras pessoas .

(BARNARD, 1971)

A análise do gestor na avaliação dos problemas necessita, além do exposto, levar em conta a
maneira como o processo se apresenta ante a situação dada. O gestor deve se posicionar como
membro da organização considerando a natureza do conjunto dos valores organizacionais. São
esses fatores que emprestam significado ao problema e determinam o grau e a natureza da ação a
ser desencadeada e os melhores critérios de escolha e quando será necessário dar início à tomada
de decisão.
É precisamente nesse ponto que a atenção deve se voltar para a escolha dos critérios de avaliação
das possíveis soluções propostas para o problema. Sendo essa uma fase crucial para o processo de
tomada de decisão e, é nessa etapa que são introduzidos no processo o sistema de valores e as
aspirações das metas futura das organizações.

Portanto, os fatores organizacionais que influenciam o processo decisório envolvem um ciclo de


eventos que devem discernir uma direção consistente por parte do gestor, contudo deve haver uma
percepção da grande quantidade de eventos dentro de um conjunto de pressuposições explícitas na
organização. É necessário ter em consideração qual a direção que os eventos possam assumir, visto
que o processo de tomada de decisão em uma organização não é um assunto particular ou
específico de um departamento, esse deve estar articulado e comprometido com a eficácia
organizacional sendo não uma decisão isolada, mas uma estratégia mais ampla.

Dessa forma, o processo de tomada de decisão deve utilizar de métodos que tragam melhorias a
priori para a organização como um todo que deve deliberar sobre a linha de conduta a ser adotada
em todas as atividades de planejamento, direção, execução e controle.

Alguns gestores julgam que o processo de tomada de decisão não corresponde a um trabalho
consciente, sujeito a princípios e regras. Porém, o gestor profissional sabe que o processo envolve
uma decisão lógica que necessita de uma aplicação sistemática, de habilidade e de conhecimento
teórico do instrumental de sua utilização reconhecendo que o processo de tomada de decisão é
uma habilidade que comporta diferentes elementos que podem ser aprendidos como qualquer
outra habilidade gerencial.

O gestor no processo de tomada de decisão deve estar envolvido tanto com a execução da decisão
principal quanto suas modificações em termos das condições de alinhamento, isso pode ocorrer
quando a decisão se torna mais operacional. O que pode suceder é que, embora essa esteja sendo
executada como uma decisão principal, isso não significa que o processo de tomada de decisão deva
ser encerrado, pois durante a sua execução poderá haver a necessidade de tomada de numerosas
decisões secundárias, isso se caracteriza com a dinâmica do processo e principalmente pela sua
natureza sequencial que encontra reflexo na organização.

No processo de tomada de decisão, a organização busca uma maior eficiência organizacional que
depende do alcance dos seus objetivos e da interação do sistema interno ao ambiente externo,
portanto ela deve ser uma conjugação de capacidade (habilidades e comportamentos), motivação,
execução correta das relações interpessoais, de uma comunicação objetiva, de propostas que
apresentam solução de conflitos; de forma sucinta, o processo de tomada de decisão deve levar em
conta a percepção a respeito dos objetivos e metas das organizações.

O processo de tomada de decisão está diretamente associado aos eventos futuros que afetarão a
organização como um todo e, portanto, inclui situações de total incerteza sobre os resultados.
Nota-se, então, que a relação entre risco e retorno é fundamental para a tomada de decisão.
Toda tomada de decisão se constitui em um processo de análise dos riscos.

O gestor deverá em sua primeira interação analisar os riscos e gerenciá-los de forma a identificar
seus impactos na organização, enquanto as verificações subsequentes irão analisar os riscos que
surgirem no decorrer do processo.

O gestor, com o intuito de minimizar os riscos e obter uma melhor qualidade no processo de
tomada de decisões gerenciais, deverá expandir suas atividades ou, simplesmente, obter um maior
controle sobre as operações, com aumento do uso de infraestrutura de informação.

De acordo com Laudon e Laudon (2007) :

Hoje todos admitem que conhecer sistemas de informação é essencial para os


administradores, porque a maioria das organizações precisam deles para progredir e
prosperar. Esses sistemas podem auxiliar as empresas a estender seu alcance a locais
distantes, oferecer novos produtos e serviços, reorganizar fluxos de tarefas e trabalho e,
talvez transformar radicalmente o modo como conduzem os negócios.

(LAUDON; LAUDON, 2007, p. 4)

Portanto, o processo de tomada de decisão, assegurada as informações necessárias, implicará numa


sequência de procedimentos que o gestor deverá observar:

1. Quais os objetivos de uma decisão devem ser determinados em primeiro lugar: os objetivos
deverão ser classificados segundo sua importância.
2. Quais as alternativas deverão ser analisadas: ou seja, escolher as alternativas mais aptas a
atingir os objetivos organizacionais.
3. Examinar quais as possíveis consequências adversas: ou seja, verificar os efeitos da decisão
tomada evitando que possíveis consequências adversas transforme a solução em um problema
maior para a organização.
4. Tomar todas as medidas possíveis com auxílio do sistema de informação para que as medidas
escolhidas sejam executadas corretamente.

Para que a tomada de decisão se torne efetiva, há que se considerar três fases do processo
gerencial: programação, controle e avaliação.

a. Programação: é o procedimento utilizado para criar uma estrutura necessária para a tomada
de decisão, visto que se uma decisão é tomada e deverá ser posta em execução, cria-se na
organização uma estrutura que torna possível a previsão das futuras inter-relações referente à
decisão tomada.
b. Controle: é o processo de assegurar que as ações correspondam às alternativas escolhidas,
sabendo que aqueles que tomam decisões operam dentro de um conjunto de incerteza, mas o
objetivo sempre é o de aperfeiçoar a qualidade das decisões tomadas. Aos gestores, deve ser
assegurando que lhes serão dadas as orientações definidas dos problemas que afetam os
principais objetivos da organização.
c. Avaliação: é a fase final da efetivação de uma decisão. O gestor deve determinar se a
alternativa escolhida será a mais coerente com as metas organizacionais, se a decisão será
executada de maneira a atingir o fim proposto e quais as alterações necessárias à execução para
que seja alcançado o resultado desejado.

VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.
VÍDEO
Olá, estudante! Para assistir a esse vídeo, acesse a versão web do seu material didático.

Agora estudaremos os sistemas integrados de gestão na tomada de decisão. Continue estudando


para desenvolver as competências e habilidades necessárias a essa área de atuação e do
conhecimento. Boa aula!

A decisão de implementação de um sistema integrado de gestão, utilizando o processo de tomada


de decisão, requer que os executivos responsáveis pela tomada de decisão levem em consideração
uma série de variáveis. Estas são relativas ao ambiente interno e externo da organização nos quais
o sistema deve ser implementado. Isso provoca uma série de mudanças significativas no
gerenciamento e na operação das organizações, envolvendo, principalmente, investimentos em
termos de recursos, tempo e de trabalho de equipe.

Portanto, o sistema de integração na gestão para a tomada de decisão necessita levar em


consideração a habilidade do gestor em tomar decisões o que é a chave para um planejamento
efetivo, uma vez que todo sistema da gestão envolve mais que uma simples seleção de planos de
ação, mas leva em consideração a fases de diagnóstico que consiste em apontar para a escolha de
alternativas visando uma análise dos fatores que irão impulsionar a organização.
A gerência responsável pela tomada de decisão necessita da preparação do plano de
implementação, de programas e de divulgação de seus objetivos. Por isso, esse processo é complexo
e requer mudanças de acompanhamento criterioso por parte dos gestores das organizações, já que
vários fatores podem comprometer o resultado final do processo.

Geralmente, sendo um processo de mudança por vezes radical, vários fatores externos ou internos
ao processo de implementação podem dificultar, ou mesmo facilitar, a realização na tomada de
decisão. O gestor deve fazer a identificação os fatores, bem como a mensuração do quanto eles
influenciam e contribuem para que o processo de implementação seja bem-sucedido, isso, portanto,
constitui-se no problema central dos decisores.

Mesmo adotando a simplicidade imposta pela racionalidade, os gestores necessitam ter uma visão
geral dos problemas e métodos de decisão. Para tanto, os problemas e métodos de decisão
precisam ser classificados e analisados em detalhe; gestor deverá compreender que o processo de
tomada de decisão deve ser contínuo, após determinado o problema e suas consequências, e
executado com base no planejando para as alternativas.

As complexidades do gerenciamento da tomada de decisões devem ser vistas como aporte de


novos desafios a serem enfrentados.

Nesse ponto, o gestor utilizará de suas experiências para se colocar a frente de novos problemas
que a organização poderá enfrentar no futuro executivo que examina cenários futuros, assumindo
sempre esses seus dois papéis na organização.

Há vários modelos ou técnicas de tomada de decisão, que vão depender do gestor ou das
características das alternativas. Entretanto, o que irá pesar mais sobre essa escolha serão as
influências sobre a tomada de decisão, uma vez que cada gestor tem uma habilidade em particular,
já que cada um, em sua individualidade, levará em consideração os fatores que influenciam a
decisão que é visualizada. Veja alguns fatores que influenciam sobre a tomada de decisão do gestor.
(BUBRIN, 1998, p. 83).
1) Crise: pode ser individual, sendo originada por fatores de estresse no ambiente de
trabalho, ou pode ser organizacional, por exemplo, quando a organização não pode
oferecer o produto ou serviço adequadamente, uma crise financeira que atinja a
organização, ou a falta de colaboradores que possuam conhecimento necessário para lidar
com o problema.

2) Intuição: a intuição pode ser definida como o conhecimento e a habilidade de um gestor


baseado em sua experiência de vida na qual o mesmo utiliza de ponderações inconsciente e
geralmente automáticas.

3) Personalidade e inteligência: são características dos gestores que durante a tomada de


decisão influenciam na obtenção de propostas efetivas ao problema proposto. A
personalidade pode ser entendida como mais conservador ou mais de vanguarda, mais
otimista ou mais pessimista. A inteligência pode ser entendida como o comportamento que
alguns classificam como inteligência emocional, que se concretiza no fator liderança ao se
transmitir bem o foco do problema e das tarefas.

4) Qualidade e acessibilidade da informação: o tomador de decisão deve ter claro que há


uma diferença entre dados e informação, por isso o gestor deve estar capacitado para
distinguir uma da outra. A acessibilidade pode ser caracterizada pelo grau de rapidez em
que o gestor acessa as informações de qualidade que fazem parte da solução do problema
proposto, por exemplo, onde fazer a pesquisa e obter as informações relevantes de forma
rápida que possam direcionar a organização frente aos concorrentes.

5) Considerações políticas: de maneira geral, as decisões organizacionais são tomadas com


base no mérito e nos objetivos, porém muitas decisões são tomadas tendo em consideração
o parâmetro político. Isso diz respeito não somente à gestão pública, mas também à gestão
empresarial. Por exemplo, na gestão pública: onde alocar primeiro a distribuição de
medicamento, sendo que toda a população deve ser atendida, mas por falta de estoque há
que se dar prioridade a certo tipo da população. Na gestão privada: qual o local de
distribuição do produto sem atender a interesses particulares.
6) Nível de incerteza: para visualizar o nível de incerteza, o gestor deve levar em
consideração que todas tomadas de decisões têm três categorias; certeza, risco, incerteza.
Antes de analisar o problema o tomador de decisão deverá fazer uma análise a fim de
avaliar em qual categoria citada a informação se enquadra. Portanto, o gestor deverá
analisar com detalhes todas as características apresentadas.

7) Valores: em última instância, todas as decisões são baseadas em valores e esses fazem
parte das características de cada gestor, portanto é importante que os gestores cada vez
mais tenham consciência dos valores éticos, sociais, ambientais e morais. Em uma
sociedade como a nossa, onde muitos valores deixaram de ser respeitados, uma retomada
desses e dos seus significados levariam a uma sociedade mais justa e igualitária e com
menos desigualdade. Portanto, faz parte dos elementos na tomada de decisão os valores de
um.

8) Procrastinação: é um termo empregado para caracterizar o tomador de decisão que se


deixa levar pelo adiamento, pela inércia ou pela busca de informações que delongam na
tomada de decisão. Por exemplo, o gestor interromper a tomada de uma decisão
importante durante a reunião para requisitar ou exigir que café e água sejam servidos.

O processo de tomada de decisão envolve a estrutura organizacional e a formação do gestor. A


percepção de fatores subjetivos, decorrente deste e externos àquela, apontam para um processo
gerencial mais dinâmico, com ações mais flexíveis e que conta com a participação de colaboradores,
de onde se obtém o consenso nas decisões como resultado de uma gestão descentralizada.

Conforme Etzioni (2001) , em seu artigo “A Tomada de Decisões Ponderadas”, argumenta que
atualmente é necessária outra visão da tomada de decisão, que possa quebrar paradigmas, levando
em considerações não somente as grandes tendências, mas também os menores detalhes de
influenciam o problema. Todas as unidades da organização devem fazer parte do processo e de
decisão em conjunto.

A antiga maneira de se tomarem decisões não atende às necessidades de um mundo com


tamanho volume de informações e tão pouco tempo. A assim chamada tomada de decisão
racional, que já foi a ideal, demanda um entendimento completo de todas as facetas de um
problema, o que é quase impossível nos dias de hoje. Um dos mais recentes modelos de
tomada de decisão, o incrementalismo, desencoraja a compreensão e, ao contrário,
concentra-se nas menores unidades de mudança possível – sem nenhuma intenção de ser
um projeto grandioso.

(ETZIONI, 2001, p. 47) .

Com isso podemos perceber que a decisão tomada de forma mais flexível e descentralizada, da
qual tomaram parte a maioria dos gestores, tenderá a oferecer uma melhor resposta, já que
valores e intuições são somados para se chegar a uma solução objetiva. Nas organizações com
gestões mais modernas, as decisões são tomadas com base no conjunto de indivíduos, como em
colegiados, assembleias ou reunião de conselheiros.
Dado o exposto, a integração do processo de decisão deve ser levada de forma sistêmica. De
maneira geral, podemos dizer que o processo de tomada de decisão é uma atividade coordenada,
com os objetivos e metas organizacionais e que envolve as pessoas, os procedimentos e a
tecnologia.

Dessa forma, a integração do processo deve incluir não somente as tarefas a serem executadas, mas
também as decisões que devem ser tomadas quanto ao número de colaboradores envolvidos, a
distribuição das tarefas entre eles (respeitando suas capacidades), a tecnologia empregada e a
análise dos indicadores de eficiência e os resultados esperados, a fim de se alcançar os objetivos
organizacionais.

Para Hammond, Keeney e Raiffa (2004) o problema esta colocado nos objetivos a serem alcançados
e coloca:

Porque são os objetivos importantes? Eles formam a base de avaliação para as alternativas
existentes. São, em outras palavras, seus critérios de decisão. Ao identificar os objetivos,
evita-se tomar uma decisão irrefletida – a que, por exemplo, considera as implicações
financeiras, mas esquece a satisfação pessoal. Além disso, dispor de um conjunto de
objetivos pode ajudá-lo a elaborar novas e melhores alternativas, examinando além das
escolhas imediatamente perceptíveis.

(HAMMOND, KEENEY e RAIFFA, 2004, p. 39)

Portanto, as atividades essenciais da organização – atividades críticas para alcançar os objetivos da


empresa – podem ser vistas como processos que envolvem um conjunto de atividades operacionais
envolvendo diversos níveis organizacionais, utilizando as melhores práticas da organização. Ou
seja, são processos que devem ser executados para cumprir o papel da organização e este deve
estar integrado com o processo de tomada de decisão, pois a organização que conseguir integrar
melhor esses dois fatores irá se posicionar de maneira mais eficiente ante a demanda da sociedade.

Nesse sentido, podemos afirmar que a questão essencial na tomada de decisão é a sua interação
como a estrutura organizacional.

A organização nessa perspectiva deve ser vista como uma entidade dinâmica, em que seus fatores e
componentes se integram na configuração das relações entre gestores, possibilitando que as
decisões sejam apresentadas como fluxos que identificam e apreendem não somente o processo,
mas também o produto.

A gestão de tomada de decisão implica em um conhecimento prévio das condições básicas da


organização e de seu ambiente (interno e externo), bem como uma avaliação das consequências
advindas das decisões tomadas em uma primeira etapa, visando dar resultado a sua estratégia. Na
prática, trata-se de um modelo de difícil gestão, principalmente, pelo aspecto dinâmico do mercado,
mas o gestor qualificado tem condições de trabalhar com o maior número de informações possíveis.

Como consequência há necessidade de se conhecer a estrutura da organização com uma visão mais
orgânica e sua interação com a tomada de decisão, o que significa conhecer suas inter-relações,
principalmente as interativas, adaptativas e descentralizadas com o objetivo de apreender a
realidade na qual está inserida.

Você também pode gostar