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INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO
Referências: "Os líderes como arquitetos da decisão" - artigo da Harvard Business Review
por John Beshear e Francesca Gino, ppt de processo decisório pelo Prof. Marco Aurélio
Benevides de Pinho e artigo sobre o processo decisório pelo GESID/PPGA/UFRGS.
A tomada de decisões é um desafio cada vez maior considerando o cenário no qual nos
encontramos de um ritmo de mudanças aceleradíssimo, sobrecarga de informações,
incerteza crescente, poucos precedentes históricos, metas conflitantes e decisões
frequentes e cada vez mais importantes. Todos os funcionários, do CEO aos trabalhadores
da linha de frente, cometem erros evitáveis, não porque não sejam inteligentes, mas pela
forma como o cérebro humano está configurado. É extremamente difícil mudar a forma
como os cérebros das pessoas estão configurados, mas dá pra induzir as pessoas a
fazerem escolhas melhores simplismente alterando o ambiente no qual as pessoas tomam
decisões e fazendo alguns ajustes simples.
Para isso, primeiro deve-se entender como as decisões são tomadas. Há décadas,
psicólogos e pesquisadores de decisão comportamental apontam que os seres humanos
têm dois modos de processar informações e tomar decisões:
- O primeiro, o Sistema 1 de pensamento, é automático, instintivo e emocional, o qual
se baseia em atalhos mentais que geram respostas intuitivas aos problemas quando
eles surgem.
- O segundo, o Sistema 2, é lento, lógico e deliberado.
Essas categorias não são mutuamente excludentes, mas reconhecer a diferença entre elas
é um bom ponto de partida.
Aqui já dá pra se ver como o processo decisório é uma questão muito mais complexa e
complicada do que parece, pois, mesmo num contexto onde as pessoas têm a disposição
todas as informações de que precisam (o que já é improvável), cada sistema de
pensamento tem suas limitações de forma a dificultar a realização de boas tomada de
decisões. Por isto a arquitetura de decisão se torna tão importante, pois a mesma busca
maximizar a utilidade de cada um desses sistemas a fim de descomplicar essa parte tão
importante do gerenciamento de um negócio. Além disso, uma abordagem sistemática
conduzirá a escolhas mais precisas de modo bem mais eficiente que horas gastas com
pensamento desorganizado.
Depois de entender tudo isto, pode-se partir para as etapas de resolução do problema, as
quais são projetar formas de resolver o problema e de ajustar o ambiente para reduzir ou
eliminar o impacto negativo dos vieses cognitivos e da motivação insuficiente a solução,
testar com rigor a solução proposta e, por fim, aprender com a experiência.
É importante perceber que a decisão não é um fim em si mesmo e sim uma etapa para que
os objetivos sejam alcançados. Nem sempre o esforço é dirigido para o objetivo final e sim
para um objetivo intermediário, que somado a outros, constituem o objetivo final. Tem-se aí
uma rede cuja ponta final é o objetivo maior da organização e, neste contexto, os tomadores
de decisão precisam escolher a melhor entre as diversas alternativas.