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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO

Tomada de decisões administrativas

Aluno(a): Sara Pistis

Referências: "Os líderes como arquitetos da decisão" - artigo da Harvard Business Review
por John Beshear e Francesca Gino, ppt de processo decisório pelo Prof. Marco Aurélio
Benevides de Pinho e artigo sobre o processo decisório pelo GESID/PPGA/UFRGS.

A tomada de decisões é um desafio cada vez maior considerando o cenário no qual nos
encontramos de um ritmo de mudanças aceleradíssimo, sobrecarga de informações,
incerteza crescente, poucos precedentes históricos, metas conflitantes e decisões
frequentes e cada vez mais importantes. Todos os funcionários, do CEO aos trabalhadores
da linha de frente, cometem erros evitáveis, não porque não sejam inteligentes, mas pela
forma como o cérebro humano está configurado. É extremamente difícil mudar a forma
como os cérebros das pessoas estão configurados, mas dá pra induzir as pessoas a
fazerem escolhas melhores simplismente alterando o ambiente no qual as pessoas tomam
decisões e fazendo alguns ajustes simples.

Para isso, primeiro deve-se entender como as decisões são tomadas. Há décadas,
psicólogos e pesquisadores de decisão comportamental apontam que os seres humanos
têm dois modos de processar informações e tomar decisões:
- O primeiro, o Sistema 1 de pensamento, é automático, instintivo e emocional, o qual
se baseia em atalhos mentais que geram respostas intuitivas aos problemas quando
eles surgem.
- O segundo, o Sistema 2, é lento, lógico e deliberado.

Cada um dos dois modos de pensamento tem vantagens e desvantagens. Em muitos


casos, o Sistema 1 capta informações e chega a conclusões corretas quase sem esforço,
usando a intuição e regras gerais, mas, como esses atalhos podem nos levar a erro,
contamos também com o pensamento metódico do Sistema 2 para nos dizer quando nossa
intuição está errada ou quando emoções atrapalham nosso julgamento e para corrigir
julgamentos ruins feitos precipitadamente. Porém, o envolvimento do Sistema 2 exige um
esforço cognitivo, que é um recurso escasso que simplesmente não existe em quantidade
suficiente para orientar todas as decisões que temos de tomar. Quando a energia cognitiva
necessária para exercitar o Sistema 2 está esgotada, podem surgir problemas de viés e
motivação inadequada.

Após compreender como são os processos de tomada de decisão, deve-se definir o


problema a ser resolvido. Antes de determinar se os problemas de negócios devem ser
enfrentados ou não com ferramentas de economia comportamental, é necessário
determinar se não é o comportamento humano que está no cerne do problema, se as
pessoas estão agindo de forma contrária a seus melhores interesses e se o problema pode
ser definido com precisão.
Além disso, há duas causas principais de uma má tomada de decisão: motivação
insuficiente e vieses cognitivos. Para determinar qual delas está provocando o
comportamento problemático, as empresas devem fazer duas perguntas:
- Será que o problema é provocado porque as pessoas não conseguem adotar
nenhuma ação? Se for isso, a causa é a falta de motivação.
- Será que as pessoas estão agindo, mas de uma forma que introduz erros
sistemáticos no processo decisório? Se for isso, o problema vem de vieses
cognitivos.

Essas categorias não são mutuamente excludentes, mas reconhecer a diferença entre elas
é um bom ponto de partida.

Em seguida deve-se buscar os fatos e as opções já conhecidas para produzir avaliações


razoáveis dos fatos “desconhecidos” e, assim, permitir a tomada de decisão face à
incerteza.

Aqui já dá pra se ver como o processo decisório é uma questão muito mais complexa e
complicada do que parece, pois, mesmo num contexto onde as pessoas têm a disposição
todas as informações de que precisam (o que já é improvável), cada sistema de
pensamento tem suas limitações de forma a dificultar a realização de boas tomada de
decisões. Por isto a arquitetura de decisão se torna tão importante, pois a mesma busca
maximizar a utilidade de cada um desses sistemas a fim de descomplicar essa parte tão
importante do gerenciamento de um negócio. Além disso, uma abordagem sistemática
conduzirá a escolhas mais precisas de modo bem mais eficiente que horas gastas com
pensamento desorganizado.

Depois de entender tudo isto, pode-se partir para as etapas de resolução do problema, as
quais são projetar formas de resolver o problema e de ajustar o ambiente para reduzir ou
eliminar o impacto negativo dos vieses cognitivos e da motivação insuficiente a solução,
testar com rigor a solução proposta e, por fim, aprender com a experiência.

É importante perceber que a decisão não é um fim em si mesmo e sim uma etapa para que
os objetivos sejam alcançados. Nem sempre o esforço é dirigido para o objetivo final e sim
para um objetivo intermediário, que somado a outros, constituem o objetivo final. Tem-se aí
uma rede cuja ponta final é o objetivo maior da organização e, neste contexto, os tomadores
de decisão precisam escolher a melhor entre as diversas alternativas.

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