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A gestão de riscos nas entidades de base.

Historial: Por muitos anos o conceito de riscos esteve ligado às actividades do


ramo financeiro (risco financeiro) e aquelas directamente relacionadas a ideia
extractivista (risco ambiental), porém a partir dos anos 90 começou-se a
disseminar os conceitos de riscos corporativos de forma mais abrangente do
que havia se pretendido até o momento.

Gestão de risco

A grande maioria das empresas tem adoptado actualmente os projectos como


meio de atingir o planejamento estratégico definido e desta forma alcançar
seus objectivos.

Para conduzir a realização dos projectos de forma eficiente, a observância do


planeamento, organização, direcção e controlo de todos os aspectos do
projecto é um processo contínuo que pode melhorar o desempenho durante a
execução e criar condições para aumentar as chances de sucesso.

 A gestão de projectos financeiros está integrado com outros processos


de gerenciamento, entre eles a gestão de riscos.
 A questão da gestão de riscos vem apresentando crescente importância
no contexto empresarial.
 Aspectos económicos, financeiros e até mesmo movimentações
competitivas propagam-se rapidamente, podendo afectar
consideravelmente, os resultados das empresas.
 Com o aumento da interdependência dos mercados, as empresas
tornam-se mais vulneráveis aos diversos factores de risco.

A ISO 31.000 fornece princípios e diretrizes para gerenciar qualquer tipo de


risco em toda ou em parte de qualquer organização;

Risco tem origem:

1. Do italiano risicare = ousar;


2. Do latim riscu = incerteza;
3. Do francês medieval risqué = perigo com chance de ocorrer;
4. Do inglês hazard = acaso ou risco (azar);
A noção de risco tem a ver com a possibilidade de perda ou dano, ou como
sinônimo de perigo.

 Risco = Probabilidade + Impacto


 Risco = o seu impacto varia em função do seguimento

Risco:

 Saúde;
 Morte;
 Ambiental;
 Negócios.

A palavra risco é utilizada em muitas áreas e com vários significados, neste


particular será vinculado a gestão empresarial.

O conceito de risco está relacionado ao conjunto de variáveis conhecidas


sobre um determinado evento, que permitem calcular sua ocorrência em todas
as suas possibilidades de forma combinada, onde os resultados de cada
possibilidade pode ser medido de forma a aceitar ou refutar sua utilização.

O risco como fenômeno, surge associado para caracterizar situações de


perigo ou advertência que induzem a momentos de incerteza, assim se
corrobora nos dicionários revisados.

O conceito de incerteza incorpora uma ou mais variáveis que não podem ser
"medidas",de forma que o tomador de decisões não tem como saber sobre o
"tamanho" do impacto de sua(s) escolha(s).

A incerteza é a impossibilidade de predizer ou prognosticar exatamente o


resultado de uma situação num dado momento. Esta impossibilidade se deve
principalmente ao desconhecimento ou insuficiência de conhecimento sobre o
futuro, independentemente de que este desconhecimento seja reconhecido ou
não pelos indivíduos.

A probabilidade da proporção de ocorrência de um evento em particular, num


determinado tempo, assumindo que as condições permaneçam constantes.

Pode-se considerar o risco como a exposição à possibilidade de ocorrência de


certas acções, tais como, perda econômica, dano físico, atrasos, prejuízo à
saúde, etc. que surgem como consequência de seguir um percurso particular
de acção.

Segundo Antonio Fidalgo Nunchera, o risco constitui uma falta de


conhecimento sobre futuros acontecimentos, pode-se definir como o efeito
acumulativo que estes acontecimentos adversos poderiam ter sobre os
objectivos da actividade planeada. Também pode falar-se de risco quando a
consequência seja positiva para a marcha da organização.

Segundo Cooper e Chapman o risco é a exposição à possibilidade de perdas


econômicas e financeiras, de danos nas coisas e nas pessoas ou de outros
prejuízos como consequência da incerteza que origina ao levar a cabo uma
acção.

RISCO NO AMBIENTE EMPRESARIAL

 No ambiente empresarial os riscos estão cada vez mais sendo


identificados em todos os processos que envolvem a empresa, sendo
eles, com os negócios actuais ou em oportunidades de negócios futuros.
 As empresas estão investindo cada vez mais parte de seus rendimentos
em prevenção e minimização dos riscos.
 Os riscos sendo identificados podem ajudar os gestores a tomarem a
decisão mais precisa em quais investimentos a empresa deve efectivar e
em que nicho de mercado ela deve actuar.
 O risco não precisa ser hoje tão temido: administrá-lo tornou-se
sinónimo de desafio e de oportunidade.

Conceito de Incerteza e Risco

O termo risco é originado do latim risicu ou riscu, que significa ousar,


proveniente de um pensamento embasado em algo negativo ou que pode não
dar certo. Porém, actualmente esta visão foi remodelada com a inclusão da
qualificação e da quantificação dos riscos e os possíveis ganhos ou perdas em
um planeamento tanto em âmbito profissional quanto pessoal (ABRAHAM,
2012).

O risco é definido como elementos inconstantes às expectativas, aquilo que


age constantemente sobre os objectivos, as metas e os meios estratégicos
(pessoas, processos, informação e comunicação), influenciando o ambiente e
provocando prejuízos. Entretanto, quando bem gerenciados, criam
oportunidades de ganhos financeiros, de reputação e de relacionamento.
(BARALDI, 2010).

Conceito de Incerteza e Risco

O risco é inerente a qualquer actividade na vida pessoal, profissional ou nas


organizações, e pode envolver perdas, bem como oportunidades.

Em finanças, a relação risco-retorno indica que quanto maior o nível de risco


aceito, maior o retorno esperado dos investimentos.

Esta relação vale tanto para investimentos financeiros como para os negócios
cujo “retorno” é determinado pelos dividendos e pelo aumento do valor
econômico da organização.

A incerteza pode contribuir directamente para o risco de um projecto. Sendo


que a incerteza aponta para uma falta de informações referentes ao projecto e
a certeza significa a existência da totalidade de tais informações, porém
dificilmente um gerente de projecto terá a sua disposição todas as informações
disponíveis, fazendo-se necessário que o projecto siga adiante por conta dos
compromissos assumidos junto a clientes e fornecedores.

Nas plataformas de investimentos financeiros de renda variável, é mais ou


menos assim: "desempenho anterior não é garantia de mesmo desempenho
futuro". Portanto, os riscos podem ser controlados e previstos. As incertezas,
não; pois nos deixam com muitas dúvidas. Saber essa diferenciação é o
primeiro passo para que o indivíduo possa atingir um bom desempenho. Isso
não é garantia de sucesso, mas é garantia de responsabilidade e compromisso
com àquilo que deve ser feito. Entretanto, não há como "fugir" das incertezas.
As inovações dependem delas.

Em correspondência com o exposto anteriormente se pode concluir que tanto a


incerteza como o risco, são dois conceitos distintos;

Incerteza: como falta de certeza, dúvida;

Enquanto que o risco constitui o evento provável de ocorrer.


Sendo que a inter-relação é que, quando aumentam as probabilidades
conhecidas de um acontecimento, diminui a incerteza sobre essa experiência;
quando aumentam as probabilidades de que se apresente um evento ou
sucesso, aumenta o risco.

Factores que pode tornar-se riscos na empresa

Entre os factores que originam em riscos, podemos citar os riscos que existem
em relação ao:

 Captação de investimento;
 Patrimônio da empresa, como equipamentos, roubos, furtos, incêndios;
 Os riscos de doenças e acidentes de trabalho que podem acontecer com
os colaboradores;
 Os riscos de RH: (despedimento injusto, desconto injusto, a falta de
sigilo), que podem causar uma indenização a terceiros;
 Os riscos ambientais,
 Os riscos que podem causa a enfatuamento como inflação e
depreciação da moeda.

O Risco Organizacional existe na condição de que,muitas vezes, a


organização é ineficiente ou a administração é inconsistente e seus objetivos a
longo prazo não são bem definidos.

Uma das dificuldades é o desejo de lucro a curto prazo, desprezando a


continuidade dos lucros e até da própria organização.

Tipos de riscos

1. Riscos estratégicos;
2. Riscos fiscais: dizem respeito às obrigações legais relacionadas às
declarações e impostos;
3. Riscos operacionais;
4. Riscos financeiros;
5. Riscos cibernéticos;
6. Riscos de inovações tecnológicas;
7. Risco por incapacidade de atrair talentos;

IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE RISCO


A análise de riscos é importante, pois: Toda gestão de projecto é um
gerenciamento de riscos, alega-se ainda que “o gerenciamento dos riscos é o
trabalho principal de uma gestão de projectos”, baseado na visão em que as
técnicas de gestão são também técnicas de prevenção de riscos (algumas
reduzem o risco de atrasos; outras reduzem o risco de estourar o orçamento,
etc.).

Na prática, os gerentes devem começar a identificar os riscos associados as


entidades desde a sua fase inicial atendendo sua importância para facilitar a
gestão, prevenção e minimizar o impacto. Outra questão importante é que os
princípios do gerenciamento de riscos podem ser aplicados a todos os
aspectos de um negócio. Assim que uma empresa começa a utilizar práticas de
gerenciamento de riscos, pode identificar outras aplicações para esses
processos.

A gestão de riscos nas entidades de base

Objectivo: Compreender o funcionamento do processo de gestão dos riscos


conhecendo os objectivos e cada uma das suas etapas.

O Maneio da Gestão de Riscos corresponde ao sector amplo das definições o


sector que se “destina a reduzir ao mínimo os efeitos adversos que as perdas
acidentais podem ocasionara uma empresa”

Gestão do Risco (Risk Management) como o processo do planeamento,


direcção, organização e controlo dos recursos e actividades de uma entidade
para alcançar os objectivos previstos com o menor custo possível.

O objectivo geral da gestão do risco

 “Gerir o risco é pensar de forma rigurosa”.

 “Gerir o risco significa pensar no futuro.”

 Gerir orisco é pensar responsavelmente.”

 “Gerir o risco significa pensar equilibradamente.”

Fase de seguimentação da gestão de riscos

1. Identifição;

2. Análise;
3. Avaliação;

4. Selecção;

5. Financiamento;

6. Seguimento e Controlo.

A preocupação de executivos de empresas com relação à possibilidade de


incorrer perdas decorrentes de situações que nem sempre estão directamente
sob o seu controle, causa a necessidade de serem utilizadas ferramentas de
identificação, gerenciamento e protecção de riscos de perdas inseridas nos
processos operacionais.

O processo de identificação de um risco permite determinar a existência do


mesmo e se pode ou não afectar as entidades.

1. Características das empresa, a actividade, os processos que se realizam,


localizam os recursos humanos que participam no processo.

2. Observação física externa, se deve estabelecer a localização exacta do


risco, as construções e actividade adjacente e sua possível afectação.

3. Histórico de reclamações próprias e de terceiros

4. Sugestões para corregir, controlar, erradicar ou optimizar o risco. Quando


são identificado os riscos, se procede as Análises da informação com que se
conta.

 É necessário considerar o conhecimento dos regulamentos, as medidas de


segurança e proteção em caso do sinistro; investiga-se o comportamento das
empresas através da sua constituição com respeito as políticas de prevenção,
previsão e proteção; faz-se um estudo minucioso dos planos e procede se a
realização de um levantamento.

Para desenvolver o processo é necessário realizar inquéritos e entrevistas,


tendo em conta a quem será dirigido; copiar os documentos informativos,
descritivos, normativos, avaliativos e de fixação de projeções os objectivos e
metas da entidade; as series históricas da entidade, assim como qualquer outro
documento que seja necessário para efectuar o processo de análise.
Coma análise exaustivas e pode determinar o nível de risco, para o qual se
pode utilizar diferentes métodos: Qualitativos, Quantitativos e Semi-
quantitativos

Com estes elementos se procede a realização da Avaliação

Realizar a análise quantitativa das possíveis consequências no momento da


ocorrência de um risco; pode-se fazer uma estimativa do potencial de perda ou
ganho, se estabelece o impacto económico que ocasiona, se estima a máxima
perda prova vele desenha-se a matriz do risco, como se vê abaixo:

Formulário de trabalho para avaliação dos riscos.

RISCO AVALIAÇÃO

INTENSIDADE FREQUÊNCIA

MUITO GRAVE GRAVE MODERADA - ALTA MEDIA BAIXA

A finalidade da fase de avaliação é determinar a gravidade económica de cada


risco identificado e analisado, para destacar os riscos de ponta, quer dizer,
aqueles que caso ocorra, possam ter um impacto económico muito significativo
para os resultados económicos da organização. Sobre esta base é que se
prepara a matriz de riscos frequência– intensidade.

Matriz de riscos frequência –intensidade.

A partir da informação contida na Matriz pode-se determinar os riscos


fundamentais da empresa, que seriam aqueles que indiscutivelmente se reflete
nos quadrantes 1 e 4, onde apresentam uma intensidade muito grave ou grave
e frequência alta, esses são os riscos sob os quais deverá a empresa
concentrar com maior atenção e medida, a gestão de riscos da empresa.

Atendendo as características da empresa, podem considerar-se também riscos


de maior realce aqueles que se fixam nos quadrantes 2 e 5, onde a frequência
é media, e que a intensidade é grave ou muito grave. Chegando neste ponto
proceder-se-á a realização da Selecção, para o tratamento do risco, que
relacionar um balanço ou um equilíbrio dos custos de implementação de cada
acção em comparação com os benefícios obtidos. Isso pode avaliar-se fazendo
uma análise de custo benefício das opções.
As opções devem ser avaliadas sob a base de que os riscos podem ser
reduzidos e a extensão dos benefícios aumentadas ou se podem criar novas
oportunidades. Geralmente quanto maior seja a oportunidade maior é risco
associado, mas existem muitos exemplos aonde uma opção de redução de
risco não justifica somente em termos económicos. Outros factores tais como
os custos sociais e políticas e benefícios deverão tomar se em conta.

O Financiamento dos riscos, é momento da toma de decisões importantes, de


como o enfrentar e como o minimizar os efeitos adversos económicos sob a
actividade que se avalia. O Financiamento dos riscos pode ser a prior, a partir
das medidas de prevenção e protecção e a posterior em correspondência com
os danos e perdas. Por outra parte, as entidades tem duas alternativas, mantê-
los ou transferi-los.

Entre as situações que se pode considerar retenção dos riscos se


encontram:

1. Quando é impossível transferir ou eliminar o risco;


2. Quando a provável perda é reduzida ou pequena e se pode cobrir com
os gastos correntes;
3. Quando a probabilidade da perda é muito remota;
4. Quando a probabilidade de perda é tão grande, que o custo de transferi-
lo é igualmente grande o maior que o valor do risco;
5. Quando a probabilidade de perdida específica é menor à do mercado
local de seguros.

A consideração das fases da gestão de risco contribuirá de maneira decisiva na


manutenção e continuidade das empresas sua projeção de no futuro,
constituindo um dos pontos chave para o alcance da excelência na gestão
empresarial de qualquer organização.

GESTÃO DE RISCO CAMBIÁRIO NAS ENTIDADES DE BASE

RISCOS NÃO FINANCEIROS: As empresas comumente têm três tipos de


perdas em riscos não financeiros:

1. Os pouco severas recorrentes (como fraudes de cartão de crédito);


2. As muito graves de única ocorrência (como má conduta dos líderes)
3. Danos à reputação.

RISCOS FINANCEIROS

A análise de risco financeiro é o processo no qual se avalia a real probabilidade


de acontecer um cenário financeiro que seja adverso. Na análise de riscos
uma vez conhecidos, os riscos devem ser avaliados. Definição de prioridades.
Depois de feita a análise, a empresa deve definir quais riscos devem ser
priorizados: Planejamento de medidas e Monitoramento de riscos

Risco financeiro é a possibilidade de prejuízo em decorrência de transações


financeiras e operações de investimentos, sejam os agentes, pessoa física ou
jurídica. O mesmo risco corre um investidor pessoa física que decide aplicar
seus recursos em algum activo financeiro, seja ele de renda fixa ou variável.

Os riscos financeiros podem ser classificados como: de crédito, operacional,


cambial, de taxa de juros e de financiamento.

 Risco Operacional: possibilidade de ocorrência de perdas resultantes


de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e
sistemas, ou de eventos externos.
 O risco de crédito é geralmente definido como o risco de um devedor
não liquidar integralmente seus compromissos em tempo hábil
(inadimplência). A gestão desse risco abrange: originação; empréstimo
ou gestão da dívida; cobrança e recuperação.
 Risco cambial é a relação entre moedas dos países exportadores e
importadores se moverem adversamente entre a data da cotação e a
data da liquidação de um negócio. Ou a possibilidade de uma perda ou
de um ganho resultante de uma variação nas taxas de câmbio entre
moedas.
 O risco de taxa de juro ocorre quando as instituições financeiras
possuem activos e passivos com diferentes prazos de maturidade.
 Risco de financiamento estão relacionados com a capacidade ou
incapacidade de honrar com as obrigações.

A Gestão de Riscos não deve ser praticada de maneira arbitrária, mas


conforme as técnicas reconhecidas como as fases de seguimentação. O gestor
de riscos deve ter em atenção estas fases e o uso de metodologia adequada
que pode permitir a redução de riscos de falha nos projectos e ganho de
qualidade, além de ser ajustável às necessidades e à realidade da empresa,
desta forma, os gerentes das entidades poderão aumentar a efectividade da
gestão, alcançando melhores resultados.

Os riscos são inerentes a toda entidade de base, sendo também específicos a


cada tipo de entidade. A gestão de riscos é importante exactamente para
analisar tais riscos de forma dinâmica e eficiente, para que não sejam
encarados como custo adicional.

A gestão induz ao gerente da organização melhores saídas para os eventos


negativos e melhor aproveitamento dos eventos positivos.

Actualmente, se acredita que os riscos, por mais sérios que possam ser, e com
mais consequências negativas que possam ter, podem e devem ser tratados
de forma a gerar uma consequência positiva, transformando o risco em
vantagem competitiva para a empresa. Este é exactamente o papel
fundamental da gestão de risco.

A gestão de riscos não deve se manter estática, se for para atender seu
potencial de contribuição significante para o sucesso do projecto e dos
negócios, e se for para ele tomar seu lugar como uma indispensável e efectiva
ferramenta de gestão.

Portanto, a gestão de riscos trabalha nas incertezas dos organizações,


contribuindo para diminuir os efeitos negativos, ou ameaças, e aumentar os
efeitos positivos, ou oportunidades, de forma sistemática e por todo o ciclo de
vida empresarial.

Apesar das vantagens da gestão dos riscos para entidades de base, o mesmo
ainda não é priorizado pelas empresas na fase de planeamento. A utilização da
gestão de risco é fundamental para que as empresas possam ter mais chances
de alcançar os seus objectivos e consequentemente cumprirem o planeamento
estratégico, gerando os resultados planeados.

Em função da volatilidade dos cenários em que as organizações actuam, os


quais são susceptíveis a crises e perdas económicas, o auxílio de ferramentas
como a GR se torna directriz essencial para a redução de impactos negativos e
a maximização de resultados positivos através do objectivo de verificação
deste cenário.

No estudo das etapas, fundamenta-se mais uma vez que o risco é um factor
que pode ser convertido em oportunidade de negócio. Uma das mais
importantes etapas do gestão de risco é a avaliação do mesmo.

Ele deve ser constantemente avaliado, para que qualquer alteração seja
realizada a tempo, em destaque para a elaboração de um plano de
contingência. Este deve ser sempre o objectivo da GR, transformar risco em
oportunidades; os gerentes devem se familiarizar com tais práticas, de forma a
optimizar as vagas possíveis de cada facto.

O SISTEMA FINANCEIRO E A POLÍTICA MONETÁRIA

Moeda: Conceito e Características

Conceito Geral de Moeda: algo que é geralmente aceite como pagamento de


bens e serviços ou como reembolso de dívidas.

Moeda em sentido restrito: é o agregado monetário.

Diferente de riqueza: o conjunto de todas as partes de propriedade com


carácter de reserva de valor. Inclui moeda mas também outros activos como
obrigações, acções, automóveis, casas.

Diferente de rendimento: fluxo de ganhos por unidade de tempo (como


salários, rendas, juros e lucros). A moeda é um stock. M = C + DO

Características da Moeda

 Aceitabilidade no espaço territorial em que é adoptada.


 Liquidez - pela capacidade de se transformar de imediato em outros
activos e não sofrer variações no seu valor nominal.
 Rendimento nulo - para a moeda em circulação mas não para os
depósitos à ordem “DO”.
 Economia Directa /de Troca - os bens são trocados por outros bens.
 Economia Monetária - o comércio tem lugar com recurso ao meio de
troca (moeda) que é aceite de uma forma geral.

Tipos de Moeda
1. Moeda Mercadoria: azeite; gado; vinho; sal (origem da palavra salário);
metais preciosos (nomeadamente prata e ouro). Tem valor intrínseco.
Desvantagens? Difícil de transportar e de fazer troco.
2. Papel-Moeda (notas e moedas fiduciárias): Moeda sem valor
intrínseco que é usada como moeda porque o governo decretou.
Vantagens? Mais fácil de transportar e fazer troco. Desvantagens? O
transporte de valores elevados se torna dispendioso e é facilmente
objecto de roubo.
3. Moeda Bancária/Escritural (DO) Cheque: é uma instrução de
transferência de moeda de um agente para a conta de outro aquando do
depósito do cheque. Vantagens? Reduzem o custo de transporte.
Desvantagens? Tempo necessário para que o valor do cheque fique
disponível e custos associados ao seu processamento.
4. Moeda Electrónica (cartões de débito e de crédito, etc.)

Funções da Moeda

a) Meio de Troca / Pagamento

 A moeda é utilizada para pagar bens e serviços.


 Promove uma maior eficácia no processo de troca pois minimiza os
custos de transacção: elimina o requisito da dupla coincidência de
necessidades.
 Para que uma mercadoria funcione como moeda tem obrigatoriamente
de: Ser facilmente estandardizada; Ser amplamente aceite; Ser divisível;
Ser de fácil transporte; Não deteriorar facilmente.

b) Unidade de Conta

 A moeda é usada para medir o valor na economia: todos os preços


expressos em unidades monetárias.
 Permite reduzir os custos de transacção pois diminui o número de
preços a ter em consideração.
 Elimina a necessidade de conhecer todos os preços relativos.
 Os benefícios do uso da moeda crescem à medida que uma economia
se torna mais complexa.

c) Reserva de Valor
 A moeda conserva o seu valor nominal ao longo do tempo.
 Permite separar o momento da formação do rendimento do momento da
sua utilização.
 Vantagem? Elevada liquidez.
 Desvantagem? Possível perda de valor real (do poder aquisitivo em
bens e serviços) devido a inflação.

Custos de Posse de Moeda

Sacrifício do rendimento (juro) que se tem pela posse de dinheiro. Reter moeda
em vez de possuir activos patrimoniais ou financeiros significa perda de
rendimento (juro).

PREÇO DO DINHEIRO: JURO

Juro - pagamento por uso de dinheiro.

Taxa de juro – montante de juro pago por unidade de tempo.

DE QUE DEPENDE A TAXA DE JURO?

I. Prazo ou maturidade

II. Risco

III. Liquidez

IV. Custos administrativos

Taxa de juro nominal - quantifica a remuneração de dinheiro para dado período


e por cada kz euro ou USD investido.

Taxa de juro real - indica a quantidade adicional de bens e serviços que


podemos obter no futuro pelos bens e serviços (De que prescindimos no
presente).

A Intermediação Financeira e os Intermediários Financeiros

A Função dos Mercados Financeiros: Facilitar a canalização de fundos dos


agentes com capacidade de financiamento Aforradores líquidos ou
“superavitários”, cujo desejo de investir é inferior a capacidade de poupar.

Para os agentes com necessidade de financiamento.


Investidores líquidos ou “deficitários”, aqueles cujas intenções de
investimento superam a capacidade de geração de poupança e que são os p
rincipais promotores de investimento produtivo.

Classificação dos Mercados Financeiros

 Mercado de valores mobiliários (capitais)


 Mercado dos títulos indirectos (secundários)
 Mercado cambial
 Mercado Cambial: Mercado onde se transaccionam moedas
estrangeiras.

A conferência celebrada em Bretão Woods (New Hampshire, EUA) entre o 1 e


em 22 de julho de 1944, reuniu aos representantes de quarenta e quatro
nações aliadas, ao objeto de definir uma política monetária e comercial depois
da Segunda guerra mundial, cujo fim já se via como próximo depois da invasão
da Europa (o dia, o 6 julho de 1944).

Está conferência marcou a origem da criação do Fundo Monetário Internacional


(FMI, na concepção se enfrentaram o Plano White e o Plano Keynes) e do
Banco Internacional de Reconstrução e Fomento (BIRF), que se conhecem
como «instituições do Bretton Woods».

Também se faz referência a «order do Bretton Woods», evocando a disciplina


internacional de mudanças fixas pré conhecido para o Sistema Monetário
Internacional, e que de facto funcionou entre 1948 e 1971 (do Plano Marshall
à declaração de inconversibilidade ouro ao dólar).

No final da segunda guerra mundial e até 1971 se adoptou um sistema do tipo


de câmbio fixo, que era administrado pelo FMI e onde o dólar americano estava
vinculado ao ouro e todas as demais divisa se vinculavam a ele. A partir de
agosto de 1971 o dólar se separa do padrão ouro, permitindo desta maneira
que flutuasse, quer dizer, que variasse pela acção do mercado.

Notas: O Plano White foi o instrumento de afirmação da concepção de sistema


económico internacional norte-americana

O Plano White deu o tom da resolução do problema do padrão monetário,


restabelecendo o ouro como instrumento de reserva internacional. O
keynesianismo é uma teoria económica formulada pelo economista John
Maynard Keynes (1883 - 1946), que defende que deve haver a plena acção do
Estado nas políticas económicas de um país para atingir o pleno emprego e o
equilíbrio económico.

O acordo de Bretton Woods definiu que cada país seria obrigado a manter a
taxa de câmbio de sua moeda "congelada" ao dólar, com margem de manobra
de cerca de 1%. A moeda norte-americana, por sua vez, estaria ligada ao valor
do ouro em uma base fixa

Ainda quando a maior parte das finanças devem ser visualizadas de uma
óptica internacional, existem alguns problemas específicos que surgem das
relações económicas entre as nações, dentro do que se podem assinalar, os
tipos de câmbios, cujas variações podem ter efeitos muito profundos nas
vendas, nos custos, nas utilidades e no bem-estar individual.

Além desta problemática, apresentam-se outros problemas especiais e únicos


do ponto de vista internacional, os quais se originam as oportunidades e as
regras implícitas nas solicitações de empréstimos e nos investimentos que se
realizam no estrangeiro.

De tal modo, o subcampo das finanças internacionais têm como foco de


atenção os problemas aos quais se enfrentam os administradores quando os
tipos de câmbios variam e quando participam de investimentos ou solicitação
de empréstimos de recursos no estrangeiro.

Salientar que os princípios do gerenciamento de riscos podem ser aplicados a


todos os aspectos de um negócio, não apenas a projectos. Assim que uma
empresa começa a utilizar práticas de gestão de riscos, pode identificar outras
aplicações para esses processos.

GESTÃO DE RISCO NAS TAXAS DE INTERESSE

- O mercado de divisas a vista e diferido, sua característica

As técnicas das operações de câmbio, em formas próximas dos actuais


cenários, remontam ao final do século XIX. Antes de 1875, o sistema de
pagamentos internacionais era asseado em dois metais preciosos: ouro e
prata. Wall Street Journal, as variações cambiais são consideradas como a
terceira ameaça para o desenvolvimento internacional da actividade
empresarial.

O risco cambial apresenta uma forte interdependência com os restantes tipos


de risco, salientando-se a sua relação com o risco dos países, através da
evolução das economias e o seu impacto nas taxas de inflação e de juro e,
com o risco de crédito por via das oscilações monetárias que poderão colocar
em causa, futuros fluxos financeiros.

De acordo com a literatura do campo das finanças internacionais, há um


consenso que existem 3 tipos de risco cambial:

 Risco de conversão;
 Risco de transação;
 Risco económico ou operacional.

Tipos de risco cambial

 O risco de conversão refere-se ao impacto da variação da taxa de


câmbio na avaliação de ativos no estrangeiro.
 O risco transacional está relacionado com a incerteza do valor em
moeda doméstica de uma posição em aberto estipulada em moeda
estrangeira em relação a uma transação conhecida.
 O risco transacional é basicamente um risco de cash flow e lida com o
efeito da variação das taxas de câmbio na exposição dos movimentos
de conta relativos a recebimentos (contratos de exportações),
pagamentos (contratos de importações) ou repatriação de dividendos.
 O risco económico ou operacional, sendo difícil de avaliar e de gerir,
uma vez que se trata de efeitos no valor da empresa resultantes da
variação da taxa cambial no longo prazo, que podem ser negativos.

Este risco consiste na potencial perda de valor e na deterioração da posição


competitiva a médio e longo prazo de uma empresa face à volatilidade das
moedas estrangeiras nos mercados internacionais que podem condicionar a
sua margem comercial, seja pelo impacto nos preços de venda a praticar ou
nos custos de fatores de produção necessários à sua actividade.

O que é o Mercado de Mudança Internacional?


É o sistema mediante o qual compram e vendem as diferentes divisa. Este
mercado é possivelmente um dos que na actualidade se aproxima mais ao
modelo teórico de competência perfeita, pois existem uma grande quantidade
de oferentes e demandantes de divisas, homogeneidade de produtos e
disponibilidade ampla e tramitação de informação.

Suas características

 Este mercado não se encontra localizado fisicamente em nenhum lugar,


mais sim constitui uma rede planetária aonde participam bancos,
corredores (brokers) e negociantes (dealers).
 No mercado de mudanças se distinguem dois tipos de operações: o
mercado de bilhetes bancários e o mercado interbancário.

Mercado de bilhetes bancários é aquele que não se efectua o intercâmbio entre


clientes privados e os bancos. Os tipos de câmbios que se contam para os
viajantes são os mais custosos que existem, pois geralmente se negociam em
pequenas quantidades, os bancos e casa de mudanças devem manter uma
determinada quantidade das distintas divisas para proporcionar aos clientes os
quais não ganham interesses.

 Mercado interbancário de divisas está considerado como o mercado


financeiro maior do mundo pelo volume de divisas que se negociam, das
quais 27% se realizam no Reino Unido, um 17% nos Estados Unidos e
11% no Japão.

Este mercado se dispersa entre os principais centros financeiros do mundo: N.


York, Londres, Francfort, Paris, Zurich, Amsterdam, Tóquio, Toronto,
Estocolmo. As principais divisa que se negociam nestes mercados são: o dólar
americano (USD), o marco alemão (DEM), a libra esterlina (GBP), o franco
suíço (CHF), o franco francês (SEK), o iene japonês (JPY), o dólar canadense
(CAD). Dentro do mercado interbancário de divisas se negociam as moedas à
vista e a futuros, desta maneira temos:

MERCADO DE DIVISAS

1. MERCADO ACTUAL: (SPOT MARKET)


2. MERCADO FUTUROS: ANTICIPADO (FORWARD MARKET),
FUTUROS, OPÇÕES E SWAPS.
Estes mercados operam sobre a base de tipos de câmbios, por isso resulta
importante expor como se classificam os mesmos:

1. Segundo o participante no mercado: DIRETOS ou INDIRETOS

2. Segundo a inclusão do dólar: TERMINOS AMERICANOS E TERMINOS


EUROPEUS.

3. Em função da comercialização: TIPO COMPRADOR E TIPO VENDEDOR.

Segundo o participante no mercado: DIRETOS ou INDIRETOS

De forma directa ou cotação apreço: expressa a quantidade de moeda nacional


por unidade de moeda estrangeira e portanto as flutuações do tipo de câmbio
se refletem na moeda local.

KZ / CAD

Em forma indireta ou cotação volume: expressa quantidade de moeda


estrangeira por unidade de moeda nacional.

CAD / KZ

Segundo a inclusão do dólar: TERMOS AMERICANOS E TERMOS


EUROPEUS.

Em termos americanos, ou seja, a quantidade do USD por unidade da outra


divisa. 0.6240 USD / CAD

Em termos europeus, ou seja, a quantidade da outra divisa por unidade do


USD. 1.6025CAD/ USD

Em função da comercialização

Tipo comprador: o tipo de câmbio ao qual o Banco compra o dólar (Tc).

Tipo vendedor: o tipo de câmbio ao qual o Banco vende o dólar (TV).

Compra Venda

CAD 1,5875 1,6175

Brecha

A brecha é a margem de ganho dos bancos. Geralmente não se carrega


comissão pela compra-venda das moedas. A brecha é maior medida em que
menos se comercializam as moedas. A brecha se abre quando se trata da
cotação de um banco individual, em dependência de sua posição na posse da
divisa.

%Brecha = (P. Venda – P. Compra) / P. Compra

Tipos de mercado

Mercado actual.

É aquele mercado em que se comercializam as divisas para sua entrega


imediata, que se efectua dois dias depois da data de transação.

Mercado antecipado. Um contrato de compra-venda antecipado de divisas


expressa ou compromisso do vendedor de entregar ao comprador uma
quantidade específica de outra moeda em uma data fixa futura. O risco na
operação aumenta na medida que é maior o tempo que medeia entre a data da
assinatura do contrato e a de sua execução.

Mercado de futuros.

Um contrato a futuro é um acordo padronizado que exige a entrega de moeda


em uma data futura especificada. Negociam-se com um intercâmbio, e a
entidade que autoriza o intercâmbio atua como mediadora entre o comprador e
o vendedor. Poucos contratos implicam a entrega física ao vencimento.

Mas bem, os compradores e vendedores de um contrato tomam posições


equilibradoras independentes para fechar um contrato. O vendedor cancela um
contrato ao comprar outro; o comprador o faz ao vender outro contrato.

O contrato a futuro se marca no mercado dia a dia (avalia-se ao preço de


fechamento). Os movimentos em preço afetam ao comprador e ao vendedor
em sentido oposto. Os mercados a futuro são líquidos, e isto lhe permite à
empresa flexibilidade para corrigir uma situação se trocassem as circunstâncias
previstas.

Mercado de opções.

Os contratos diferidos e a futuro proporcionam um amparo bilateral contra os


movimentos das moedas, o que significa que se a moeda implicada se
desagrade em uma direção, a posição diferida ou a futuro é equilibrada. Pelo
contrário, as opções de moeda proporcionam sozinho amparo unilateral. Solo
há amparo contra movimentos adversos.

Uma opção é um instrumento financeiro que dá a seu garfo o direito, mas não
a obrigação de vender ou comprar outro instrumento financeiro a um preço
estabelecido, até uma data determinada.

O vendedor da opção deve cumprir o contrato se o comprador o desejasse, o


que implica que a opção tem um valor que deve ser pago por seu comprador a
seu vendedor.

O comprador da opção só exercerá seu direito a comprar ou vender a moeda


se obtiver lucros. Do contrário a deixa expirar.

Na atualidade em correspondência com os avanços no campo das


telecomunicações e à inconsistência dos tipos de câmbios, em períodos muito
curtos de tempo os negociantes de divisas têm a possibilidade de obter
benefícios na compra-venta de divisas, distinguindo-se dois tipos de
operações: especulação e arbitragem.

Especulação: Consiste em assumir de forma deliberada o risco cambiário com


a expectativa de obter um benefício. O especulador tem expectativas definidas
a respeito dos tipos de câmbios futuros e está interessado em obter um
benefício comprando a divisa quando está troca e vendê-la quando esta se
encarece. Se o especulador acertar, obterá um benefício; se se equivocar,
sofrerá uma perda.

Arbitragem de moedas: trata-se da compra de uma mercadoria ou de um


valor em um mercado, para vendê-lo a maior preço. Diferencia-se da
especulação, em que esta operação suporta uma cobertura contra o risco
cambiário. Distinguem-se: arbitragem direta, indireto.

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