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04/09/2023, 22:51 Roteiro de Estudos

Roteiro de
‍Estudos

Caro(a) estudante, ao ler este roteiro, você vai:


conhecer as principais técnicas de análise de riscos financeiros;
entender a importância dos indicadores financeiros;
compreender os indicadores de liquidez financeira;
avaliar os indicadores de endividamento financeiro;
aprender a aplicar os indicadores de rentabilidade financeira;
entender a importância da implementação dessas técnicas.

Introdução
Quando falamos de monitoramento e riscos financeiros, por vezes, a grande maioria das
empresas sugere que já o faz de alguma forma, até porque a entrada do dinheiro é uma das
etapas mais importantes da empresa. No entanto não é o que se vê acontecendo na maioria
delas. O que alguns conhecem como o gerenciamento desse risco é o cálculo feito de cabeça
com relação aos perigos a que a empresa está exposta. Infelizmente, na realidade, boa parte
desses cálculos realizados de forma automática não é capaz de abranger todo o universo de
riscos financeiros pelos quais uma empresa pode passar. O monitoramento de risco realizado
de maneira adequada pode ajudar a empresa a se planejar e se preparar para os possíveis
riscos.

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Isso ocorre porque essas contas automáticas executadas apenas pela cabeça do proprietário
são frutos de um pensamento único, isto é, não levam em consideração uma série de visões
dos colaboradores e de outras áreas da empresa. Também, na maioria das vezes, essas
análises de riscos realizadas de forma “rápida” são passíveis de erros. Não existe uma
ferramenta técnica para a execução de cada uma, nem um acompanhamento.
Uma empresa que dê importância ao processo de eficiência financeira precisa entender todos
os seus obstáculos e caminhos, a fim de trilhar uma saúde financeira de alta qualidade. Com os
mercados, atualmente, brigando por espaço, e o preço sendo, muitas vezes, o “pano de fundo”
da maioria das negociações, fechar um negócio sem ter a base desses riscos e indicadores é
um erro grosseiro que pode custar muito caro.
Seja qual for o negócio, os conceitos de retorno financeiro seguem a mesma regra, ou seja,
quanto maior o risco, maior o retorno e vice-versa. Por isso que ronda entre as empresas a
difícil decisão de escolher uma entre várias alternativas, para verificar aquela decisão em que o
risco é mais compensatório.
Por mais que exista uma infinidade de técnicas e indicadores a serem utilizados, nenhuma
decisão financeira é tomada em um ambiente de total certeza. Tanto as técnicas como os
indicadores podem mostrar o melhor caminho, contudo, não existe um processo de certeza
absoluta. Uma decisão financeira, por sua vez, é cercada por várias outras situações que, por
vezes, fogem do controle. Por isso, o importante de uma decisão é que ela esteja pautada em
diversas técnicas, porque se for uma decisão tomada de forma intempestiva, a possibilidade de
um erro é muito maior. No entanto, apesar de não transparecer com a confiabilidade total, as
técnicas de riscos financeiros e os indicadores devem ser vistos como fundamentais. É por
intermédio deles que o nível de eficiência em um processo financeiro aumenta sobremaneira.
O risco, por sua vez, é uma probabilidade de erro entre várias alternativas, e, no meio
financeiro, ele está relacionado diretamente com uma perda de valores, ou com um retorno
financeiro determinado em um espaço de tempo. Por exemplo, existe a possibilidade de uma
empresa efetuar uma compra de determinada matéria-prima, a fim de atender a um cliente em
potencial. Porém, o cliente precisa do produto em um determinado prazo que exige da
empresa uma fabricação muito rápida. Se, porventura, a empresa não conseguir entregar,
pode ser que o cliente nem queira mais o produto, ou ainda determine um multa por atraso,
ou mesmo ocorra uma mancha na imagem da empresa pelo atraso na entrega.
Portanto, neste módulo, você vai conhecer as principais técnicas de análise de riscos
financeiros, bem como os principais indicadores presentes nesse processo. É por meio deles
que o índice de probabilidade ao risco vai diminuir consideravelmente.

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Mapeamento de Riscos sob os


Vieses de Probabilidade,
Frequência e Gravidade
O objetivo de realizar um mapeamento de riscos deve-se ao fato de possibilitar um melhor
conhecimento da intensidade dos riscos que podem afetar a organização. A análise da
mensuração de riscos de determinada ação pode ser realizada por meio de uma probabilidade,
frequência ou mesmo com a sua gravidade.
O gerenciamento de um risco financeiro tem por objetivo blindar a empresa, na medida do
possível, dos riscos do mercado. No entanto, esse tipo de análise também pode criar na
empresa uma política da aceitação de riscos, ou seja, um modo de a organização encarar os
riscos. Trata-se de um documento no qual a empresa descreve, de forma clara, até onde está
disposta a assumir um risco, o que deve auxiliar na organização de toda a empresa.
Uma das formas de se analisar esse processo é por meio da probabilidade. Vamos utilizar
como exemplo um equipamento da empresa que teve um problema mecânico e acabou
parando. Esse equipamento parado provavelmente gerou alguns impactos financeiros, como o
tempo da máquina parada, que, por sua vez, pode afetar toda a produção e também o custo da
manutenção da máquina. Por isso, uma das formas é analisar a probabilidade de essa situação
acontecer com os impactos financeiros gerados por esse equipamento.
Um processo de análise de probabilidade de risco financeiro não deve ser encarado como uma
fórmula pronta que possa ser generalizada para todas as organizações, pois cada empresa
precisa desenvolver o seu grau de probabilidade, tendo em vista aquilo que é importante para
a organização. A probabilidade de risco financeiro de uma empresa estará diretamente ligada
às operações financeiras da empresa. Todo cálculo de risco financeiro deve ter como base a
probabilidade de algo acontecer. A probabilidade de um risco financeiro pode ser classificada
em cinco etapas:
extremamente remota: a possibilidade é mínima, porém existe;
remota: também é inesperada, porém possível;
improvável: há eventos que podem ocorrer, porém a condição é mínima;
provável: pode ocorrer ao longo do projeto;
frequente: ocorrerá diversas vezes.
Esse método trata apenas de uma classificação da probabilidade de um risco. Por mais simples
que pareça, grande parte das organizações não desenvolve de forma sistêmica um processo
desses.

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A probabilidade de um risco financeiro acontecer também pode ser realizada por um cálculo
matemático, em que a probabilidade de um risco impossível de acontecer é igual a zero, de
forma que a probabilidade de ocorrer é igual a um. Vamos utilizar como exemplo um dado que
contém seis lados, um com cada número. A possibilidade de se tirar o número três é de seis em
uma, ou seja, é de 1/6.
A fórmula matemática da probabilidade é a seguinte:

Número de casos Favoráveis


P(A) =
Número de casos Possíveis

Por exemplo:
Se a empresa possui uma gama de 75 produtos no total, no entanto, 13 produtos estão com as
vendas abaixo do esperado, qual é o percentual do total que está com um resultado de vendas
abaixo do esperado?

13 = 0,17 = 17%
P(A) =
75

Com relação à gravidade de um risco financeiro, ele faz referência ao impacto que alguns riscos
financeiros podem trazer à empresa. Ele, assim como o risco de probabilidade, é classificado
conforme o seu grau de impacto. E é dividido em:
nível catastrófico: é o nível mais alto, que inclui prejuízos elevados, inclusive, com
possibilidade de falência do negócio;
crítico: são riscos que podem causar sérios danos aos negócios, porém ainda podem ser
revertidos;
marginal: são perdas de receitas menores, que impactam, no entanto, nos planejamentos
de curtos e médios prazos;
desprezível: nível pequeno de prejuízos, que podem ser facilmente revertidos.
Existe, ainda, uma outra ferramenta, chamada Análise Preliminar de Riscos, largamente
utilizada, principalmente pelas ciências biológicas, de saúde e de segurança do trabalho (porém
várias outras áreas científicas também utilizam essa técnica). Essa ferramenta possibilita
identificar os possíveis riscos ainda no início da operação. Zocchio (2002) menciona que a
análise preliminar de riscos surgiu no meio militar e tinha como objetivo analisar o risco de
determinada ação, antes de ela entrar em curso.
Para que essa técnica seja possível de realização, o primeiro passo é identificar todos os riscos
possíveis envolvidos em uma situação. Deve-se analisar e rever em cada etapa qual o risco

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iminente que está presente no negócio; todas essas informações serão utilizadas para
preencher uma tabela, na qual deverão constar: em uma primeira coluna, todos os riscos que
foram identificados ao longo do processo; na segunda coluna, quais podem ser as possíveis
causas desses riscos; e, na terceira coluna, quais as consequências provenientes desses riscos.
Na última coluna, deverá constar a categoria do risco, sendo que ela pode ser dividida em três
etapas.
● Frequência: nessa categoria, é analisada a probabilidade de um risco ocorrer. Pode ser
classificada em provável, razoavelmente provável, remota ou extremamente remota.
● Gravidade: descreve a força que um risco pode trazer à instituição. Como já mencionado em
parágrafos acima, pode ser classificado como desprezível, marginal, crítico e catastrófico.
● Matriz de risco: nesse critério, é combinada a gravidade e a frequência de um risco; sendo
assim, quanto maior for a frequência e a gravidade de um evento, maior também deve ser a
atenção destinada a esse risco. A matriz de risco pode ser classificada em desprezível, menor,
moderada, séria e catastrófica.

Matriz
Riscos Causas Classificação Ações de
Consequências de
Identificados Prováveis do Risco Prevenção
Risco

Frequência
Situação 1 Causas 1 Consequência 1 ou Gravidade Risco 1 Ação 1
1

Frequência
Situação 2 Causas 2 Consequência 2 ou Gravidade Risco 2 Ação 2
2

Frequência
Situação 3 Causas 3 Consequência 3 ou Gravidade Risco 3 Ação 3
3

Frequência
Situação 4 Causas 4 Consequência 4 ou Gravidade Risco 4 Ação 4
4
Quadro 1 - Matriz de risco
Fonte: Adaptado de Zocchio (2002).

A situação fundamental de uma análise de risco é que ela é uma técnica que procura identificar
os riscos que podem ser provenientes de determinada situação. Pelo fato de ser uma análise
preliminar, ela antecede possíveis problemas e, principalmente, prepara a organização para os

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efeitos de determinado risco financeiro. Existe uma outra matriz chamada de matriz de
Probabilidade X Impacto, a qual tem na sua base uma tabela em que referencia a probabilidade
e o impacto dos riscos de uma organização que podem ser divididos em quatro etapas: a
descrição do risco; uma análise dos impactos e das suas probabilidades; em conjunto com um
plano de contingência; e, por fim, um histórico do risco.
A probabilidade de cada risco e seu impacto em cada objetivo são avaliados durante a
entrevista ou reunião. Os detalhes da explanação, inclusive as premissas que justificam os
níveis atribuídos, também são registrados. As probabilidades e os impactos de riscos são
classificados de acordo com as definições fornecidas no plano de gerenciamento de riscos. Às
vezes, os riscos com probabilidade e impacto visivelmente baixos não serão classificados, mas
serão incluídos em uma lista de observação para monitoramento futuro (PMBOK, 2007, p. 251).
Nessa matriz, em um eixo está centrado o impacto que determinado risco pode trazer à
organização e em outro eixo está a probabilidade de determinado risco acontecer, conforme
segue:

Muito Alto PS S S C C C

Alto PS S S S C C

Médio PS PS PS S S C

Baixo PS PS PS S S S

Impacto Muito
PS PS PS PS S S
Baixo

Nulo PS PS PS PS PS PS

Muito Muito
Nula Baixo Médio Alto
Baixo Alto

Probabilidade
Quadro 2 - Matriz
Fonte: Adaptado de PMBOK (2007).

Nessa matriz, fica claro que, conforme o impacto for crítico (C) e a probabilidade também for
crítica (C), maior deve ser a atenção destinada à determinada situação. Se, porventura, uma
situação for pouco significante (PS), ela tem uma probabilidade pequena de acontecer, porém,
mesmo que aconteça, o seu impacto é pouco significante. Pode ser também que exista uma

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situação significante, em que tanto seus níveis de probabilidade quanto o seu impacto são de
média significância.
Por meio dessas técnicas, é possível traçar uma análise de riscos financeiros, bem como
priorizar ações que tenham grande impacto e que sejam de cunho emergencial. Os gestores
estão cientes da existência dessas técnicas e acreditam nelas, mas, costumeiramente, não
estão dispostos a implementa-las.
Nos próximos tópicos, iremos nos debruçar sobre os principais tipos de indicadores financeiros
e suas utilidades no dia a dia de uma organização.

Indicadores financeiros
Um indicador é uma métrica sobre o desempenho de um determinado item. Ele pode ser
expressado por meio de uma porcentagem, índice e taxa e é monitorado em intervalos de
tempo. Para Iudícibus (1998b), os indicadores têm como objetivo comparar padrões e analisar
situações passadas, procurando nelas advertências para o futuro.
Os indicadores financeiros, em conjunto com as técnicas de análise de risco, devem dar base e
suporte para todo o tipo de decisão financeira da empresa. Qualquer decisão que for tomada
não utilizando essas ferramentas será feita por meio de uma análise que pode ser
comprometida, não sendo, dessa forma, uma decisão com base na racionalidade. Assim, vale
deixar claro, aqui, que, por meio de uma análise de maior racionalidade financeira, é possível
tomar decisões mais assertivas.
Neste módulo, iremos analisar três grupos de indicadores que estão ligados à liquidez ou à
solvência do negócio, bem como os indicadores de endividamento e estrutura, além dos
indicadores de resultados. Os índices de liquidez de uma empresa podem ser confundidos com
os seus investimentos ou suas reservas financeiras e ocorrem a partir do confronto dos ativos
circulantes com as dívidas. Esses três grupos de indicadores são interdependentes, de forma
que a análise deles em conjunto pode trazer um resultado muito mais aprofundado das
possíveis decisões a serem tomadas.

É muito mais útil calcular um certo número selecionado de índices e


quocientes, de forma consistente, de período para período, e compará-los com
padrões preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais
problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e
dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e, ainda,
pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e
quocientes (IUDÍCIBUS, 1998a, p. 65).

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Até por isso, utilizar um número elevado de indicadores que não se comuniquem entre si pode
não trazer o resultado esperado. Desse modo, as organizações devem priorizar aqueles
indicadores que mais se identificam com as suas situações diárias.
Um indicador é uma demonstração da performance de uma situação, no entanto, ele é um
alerta. Outros itens devem ser levados em conta na hora da sua análise. Vamos utilizar para
isso um exemplo de uma empresa distribuidora de bebidas. Essa empresa recebe do seu
fornecedor 10 caixas de vinho com 12 unidades ao custo de R$ 7,99 a unidade, sendo que ela
vende a unidade ao valor de R$ 8,49. A empresa tem, além do custo, o pagamento da comissão
de 5% sobre o valor final do produto. Vejamos, então:

10 caixas com 12 unidades = 120 unidades


Custo de cada unidade = R$ 7,99
Preço de venda de cada unidade = R$ 8,79
Comissão por unidade = 0,43
Percentual de lucro bruto por unidade = 10%
Em uma análise rápida, você vai perceber que não vale a pena a empresa vender esse produto
nesse preço. Porém, outras situações podem influenciar nesse cálculo, como:
se o fornecedor encaminhou também unidades do produto em bonificação;
se não existem outros custos como transporte;
se os produtos estão próximos da sua data de validade.
Perceba que o cálculo do indicador simplesmente indica que não existe viabilidade na
negociação, no entanto, se outras situações forem levadas em conta, o processo todo é
vantajoso, por isso que os indicadores devem ser desenvolvidos conforme o perfil de cada
organização. Os indicadores levantados precisam ter uma sincronia entre si para entregarem
uma informação mais completa, por isso, a quantidade não é importante. É importante,
também, que eles não possam ser vistos apenas como um número; devem ser levadas em
conta outras situações como históricos de negociações e oportunidades de negócios.

Índices de Liquidez ou de Solvência


O conceito de liquidez está ligado diretamente à capacidade da organização transformar todos
os seus ativos em dinheiro, ou seja, é quando uma empresa consegue transformar o que ela
tem em dinheiro de forma rápida. Também pode ser medido pelas suas reservas em
investimentos ou reservas financeiras que podem ser resgatadas de forma rápida e sem
perdas.

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Os Índices de Liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento, isto é,
constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus
compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo,
curto prazo ou prazo imediato (MARION, 2007, p. 83).
Os índices de liquidez “[...] não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as
entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos
Circulantes com as dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa”
(MATARAZZO, 1998, p. 169). Os índices de liquidez podem ser conceituados em: liquidez geral,
liquidez corrente e liquidez seca.
A liquidez corrente indica o quanto uma organização possui em dinheiro e direitos realizáveis
no curto prazo, comparando isso com as obrigações que a organização possui no mesmo
período de tempo. Quanto maior for a liquidez corrente, mais eficiente será a organização em
financiar as suas necessidades de capital de giro (ASSAF NETO, 2006, p. 191).
A fórmula da liquidez corrente é:

Ativo Circulante
Índice de Liquidez Corrente =
Passivo Circulante

Se o resultado do indicador for maior que R$ 1,00, isso indica que a organização tem capital de
giro líquido positivo. Se for menor que R$ 1,00, conclui-se que ela possui um passivo maior que
o seu ativo, e isso indica que sua capacidade de saldar dívidas está comprometida.
Outro indicador utilizado para se analisar a liquidez de uma empresa é chamado de liquidez
seca. Esse indicador demonstra o quanto uma empresa possui em disponibilidades de
aplicações financeiras no curto prazo e também os recebíveis que ela possui, de forma que
possa fazer frente ao seu passivo circulante (SILVA, 2006).
A fórmula da liquidez seca é:

Ativo Circulante - Estoques


Índice de Liquidez Seca =
Passivo Circulante

Da mesma forma que no índice de liquidez corrente, quanto maior o resultado do índice, maior
é a eficiência da empresa em fazer frente às suas obrigações. Nesse indicador, o estoque se faz
presente, porque, se a empresa ficasse com um estoque obsoleto, quais seriam as condições
de ela pagar as suas dívidas? Por isso, o estoque também deve fazer parte desse indicador, pois

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muitas empresas acabam renegando o seu estoque, sendo que ele pode ser fundamental em
uma análise financeira.
Por fim, temos o indicador de liquidez geral, que serve para analisar a saúde financeira da
empresa no curto e no longo prazo. Também serve para verificar se a empresa possui um ativo
circulante de longo prazo, para também fazer frente às obrigações do passivo circulante no
longo prazo.
A fórmula da liquidez geral é:

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo


Índice de Liquidez Geral =
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Da mesma forma como os outros dois índices, quanto maior for o índice, melhor são as
qualidades financeiras da empresa.

Indicadores de endividamento
Os indicadores de endividamento têm como função demonstrar o grau de comprometimento
do capital de uma empresa com as suas obrigações. Demonstram se uma organização utiliza
mais os seus próprios recursos para movimentar uma empresa, como dinheiro para capital de
giro, ou se utiliza recursos de terceiros.
O primeiro indicador que vamos analisar é o de participação de terceiros sobre os recursos
totais da empresa. Nesse tipo de equação, é relacionado o exigível total com os capitais
próprios e também de terceiros.
A fórmula da participação de terceiros sobre os recursos totais da empresa é:

Exigível Total
Quociente de participação de capitais =
Exigível total + Patrimônio Líquido

Nesse indicador, fica claro o volume de endividamento sobre o total da empresa, bem como o
percentual do ativo financiado por intermédio de recursos de terceiros, como empréstimos,
financiamentos e investimentos.
Nesse tipo de indicador, sempre é abordada uma análise do ponto de vista financeiro, ou seja,
da insolvência do negócio e não da relação de lucro ou prejuízo (MATARAZZO, 1998).
Conhecer o endividamento é sempre o primeiro passo para saber em que situação uma
organização se encontra em relação às suas dívidas. Após conhecer o nível de endividamento, o

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ideal é saber de que forma a dívida está estruturada, ou seja, quais as dívidas são de curto
prazo e quais as de longo prazo. Esse é o objetivo do indicador de composição de
endividamento: conhecer as dívidas que precisam ser saldadas no curto e no longo prazo.
A fórmula do indicador de composição de endividamento é:

Quociente de participação das dívidas = Passivo Circulante


de curto prazo sobre o endividamento total Exigível Total

O número ideal desse indicador deve demonstrar que, quanto maior o número de dívidas de
longo prazo, mais a empresa será favorecida, tendo tempo para quitar as suas obrigações.
Marion (2007) afirma que, caso haja um número maior de concentração de dívidas no curto
prazo, a empresa terá dificuldades em um momento de crise, o que não ocorreria se as
obrigações estivessem distribuídas no longo prazo.

Indicadores de rentabilidade
Os indicadores de rentabilidade mais utilizados e conhecidos são o retorno sobre
investimentos (ROI) e o retorno sobre capital investido pelos proprietários (ROE). O retorno
sobre investimentos relaciona o lucro com o valor investido, isto é, relaciona o valor que foi
investido em determinada situação com os lucros daquela operação.
A fórmula do indicador de retorno sobre investimentos é:

Receita - Custos
Retorno sobre investimentos =
Custo

Vamos utilizar como exemplo uma empresa que lucrou 150 mil reais com determinado produto
e que seu custo tenha sido de 90 mil reais.

150000 – 90000 = 0,66%


Retorno sobre investimentos =
90000

No exemplo anterior, fica representado que o ROI dessa operação foi de 66,66%, ou seja, sobre
o investimento inicial o retorno foi de 66%. Esse indicador é de suma importância, pois serve
para avaliar se determinado investimento é de fato uma oportunidade ou não.

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O outro indicador é o ROE, ou seja, o retorno sobre o capital investido pelos proprietários. O
objetivo desse indicador é avaliar a capacidade que a empresa tem de gerar capital para a sua
organização e para os seus investidores.
Qualquer investidor que deseja colocar o seu dinheiro em uma empresa precisa conhecer se
essa organização tem, de fato, a capacidade para gerar lucros a partir dos seus investimentos.
Por meio do ROI, é possível conhecer a eficiência financeira da empresa, bem como o seu lucro
líquido.
A fórmula do indicador de retorno sobre capital investido pelos proprietários é:

Retorno sobre o capital investido pelo Lucro Líquido


proprietário = Patrimônio Líquido

Para calcular o ROE, é imprescindível considerar o lucro relativo ao exercício fiscal de um ano
todo, além de ser importante também entender que o patrimônio líquido é resultado dos
valores que os acionistas possuem na empresa.

Conclusão
Durante toda a discussão do módulo, verificamos as principais técnicas de análise de risco,
bem como dos principais indicadores financeiros. Todas as técnicas e os indicadores são de
simples aplicações, no entanto, não confunda simplicidade com falta de eficiência. Na
realidade, é aí que se encontra grande parte dos desafios dos indicadores, que é desenvolver
um processo simples, porém eficaz.
Entretanto, por mais que sejam processos simples, existe uma grande dificuldade das
organizações em colocar em prática essas ferramentas. Alguns afirmam que não vale a pena e
acreditam muito mais no seu potencial de análise informal. Delegam todas as decisões
financeiras ao seu processo de conhecimento e experiência da área. Outros acabam por nem
conhecer essas ferramentas, por não se interessarem. A falta de comprometimento da alta
direção é um impeditivo claro e forte para a implementação de indicadores financeiros.
Por isso que muitas decisões financeiras acabam se tornando uma grande dor de cabeça para
o empresário brasileiro. Tudo o que é realizado apenas pela experiência, sem a base técnica,
tem grande probabilidade de resultar em um problema.
Se uma empresa porventura não tiver a capacidade de analisar qual a probabilidade de ter um
problema financeiro ou o impacto que esse problema pode trazer ao longo da cadeia de

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produção, ela pode simplesmente estar tateando no escuro. Se a mesma empresa acaba por
aceitar uma grande encomenda, porém não analisa os seus indicadores de liquidez, como ela
terá condições de fazer frente às suas obrigações? Como consultor, já acompanhei diversas
empresas que aceitaram encomendas que não tinham condições financeiras e operacionais
para cumprir. Aceitaram uma negociação, sem nenhum processo de análise.
Outra situação para isso é o endividamento, pois uma organização precisa conhecer o quanto
de suas obrigações estão no curto e no longo prazo, a fim de que ela possa fazer um
planejamento. Em conjunto com os índices de endividamento, também estão os indicadores de
rentabilidade que vão demonstrar a capacidade de uma empresa de responder aos seus
proprietários ou acionistas com o seu lucro.
Se uma empresa não segue as métricas básicas de riscos e os indicadores financeiros, ela corre
o risco de ser engolida pelo mercado pela sua falta de preparo e por sua incapacidade de
planejar o planejável. Os indicadores financeiros e as técnicas de análise de riscos devem ser
vistos como uma sinalização de como está determinada situação.

Referências Bibliográficas
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços : um enfoque econômico e financeiro. 8. ed.
São Paulo: Atlas, 2006.
IUDÍCIBUS, S. Contabilidade gerencial . 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998a.
IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços . 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998b.
MARION, J. C. M. Análise das demonstrações contábeis : contabilidade empresarial. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços . 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
PMI. Um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projeto (guia PMBOK)
. 4. ed. Pennsylvania: Project Management Institute, 2007.
SILVA, J. P. Análise Financeiras das Empresas . 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
ZOCCHIO, Á. Prática da prevenção de acidentes . 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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