Você está na página 1de 15

Aula – IEPREV

Gestão de Riscos
Prof. Thassya Prado
Material Complementar

1. COMO ELABORAR UM RELATÓRIO?

O relatório é a parte final da sua análise de riscos. É importante


que você apresente para a Empresa tudo de maneira completa para que a Alta
Gestão compreenda e tenha todas as informações para o próximo passo: o plano
de ação.
Antes de mostrar os principais itens de um relatório veja um
exemplo de metodologia de avaliação de riscos apresentada no Guia de
Avaliação de Risco de Corrupção da ONU1 na página 18, a saber:

1
https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms/files/89484/1562342239Guia-de-Avaliacao-de-Risco-de-
Corrupcao.pdf
No planejamento da AVALIAÇÃO DE RISCOS é importante que
você resposta alguns questionamentos antes de iniciar, quais sejam:

➔ QUEM SERÁ O RESPONSÁVEL PELA AVALIAÇÃO DE RISCOS?


➔ QUEM INTEGRARÁ O COMITÊ DE AVALIAÇÃO DE RISCOS?
➔ QUANTO TEMPO DURARÁ PROCESSO?
➔ COMO OS DADOS SERÃO ANALISADOS?
➔ QUE RECURSOS SERÃO NECESSÁRIOS?
➔ QUAL ANÁLISE ADICIONAL DEVE SER FEITA?
➔ QUAL METODOLOGIA VAI SER USADA?

Você já sabe que risk assessment ou Gestão de Riscos é um dos


pilares do Programa de Compliance. Então, para facilitar: PASSO A PASSO para a
elaboração da Gestão de Riscos, veja:

➔ CONHEÇA O NEGÓCIO DO SEU CLIENTE


o QUAIS AS NORMAS A QUE A EMPRESA ESTÁ SUJEITA?
➔ DETECTAR OS RISCOS INERENTES
o RISCO DO NEGÓCIO
o RISCO OPERACIONAL
o RISCO DE COMPLIANCE
➔ DEFINIR A METODOLOGIA PARA MAPEAMENTO
o COSO
o ISO 31000
o MATRIZ IMPACTO x PROBABILIDADE
➔ REALIZAÇÃO DAS ENTREVISTAS
o FAÇA ENTREVISTAS
o ENTREGUE QUESTIONÁRIOS
➔ IDENTIFICAÇÃO DOS CONTROLES EXISTENTES
o ANALISE SE OS CONTROLES SÃO EFICIENTES
➔ IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS RESIDUAIS
o APÓS ANALISAR OS CONTROLES É POSSÍVEL
IDENTIFICAR OS RISCOS QUE CONTINUAM COM UMA
PROBABILIDADE ALTA DE OCORRÊNCIA
➔ PLANO DE AÇÃO
➔ RELATÓRIO FINAL

COMO EU FAÇO ESSE RELATÓRIO FINAL? O início do seu


relatório deverá apresentar:

➔ TODAS AS NORMAS APLICÁVEIS


o LEI DE LICITAÇÃO
o LEGISLAÇÃO MERCADO REGULADO
o NORMAS FISCALIZADORAS
o CLT
o LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ESPECIAL
o CÓDIGO DE CONDUTA
o POLÍTICAS INTERNAS
o CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO - CCT
o ACORDO COLETIVO DE TRABALHO – ACT

➔ RISCOS DEFINIDOS
➔ METODOLOGIA
➔ PROCESSOS E ÁREAS AFETADAS
➔ RISCOS INERENTES
➔ INFORMAÇÕES OBTIDAS COM AS ÁREAS
➔ CONTROLES INTERNOS
➔ RISCOS RESIDUAIS
➔ PLANO DE AÇÃO
o MEDIDAS DE TRATAMENTO DOS RISCOS
o AÇÕES
o RESPONSÁVEIS

No seu relatório é de suma importância que você apresente um


sumário, para melhor apresentação ao seu cliente. Para que seu relatório fique
ainda mais completo incluía as seguintes informações:

➔ NÍVEL DE TOLERÂNCIA DE RISCO


➔ ETAPAS DE TRABALHO
➔ FALHAS OU AUSÊNCIAS DE CONTROLE IDENTIFICADAS
➔ GRÁFICOS E DIAGRAMAS RESUMIDOS SELECIONADOS
➔ MAPA DE RISCOS

O objetivo do relatório é demonstrar todos os fatores de riscos


que a Empresa precisará resguardar. Não se esqueça: índice e sumário
executivo. No relatório você incluirá, ainda, todas as pessoas que foram
entrevistas e todos os questionários respondidos. Inclua, também, os
documentos e notas fiscais.

2. PLANO DE AÇÃO

ATENÇÃO: PLANO DE AÇÃO PARA MITIGAR OS RISCOS ou, se


possível, eliminar os riscos encontrados. É necessário ter muita estratégia no
tratamento de riscos. Qual será o objetivo?

➔ EVITAR: risco acentuado e de difícil ou mitigação.


➔ REDUZIR: reduzir o impacto ou a probabilidade.
➔ TRANSFERIR OU COMPARTILHAR: quando é possível a
transferência ou o compartilhamento do risco com terceiros
(apólices de seguros ou a contratação de ferramentas como
transporte de valores por empresa de segurança).
➔ ACEITAR: quando o risco residual já está em padrões
desejáveis ou aceitáveis.

Como ser estratégico? É essencial a elaboração da matriz do risco


desejável, aquele gráfico de impacto e probabilidade de risco. Mas, o que seria o
PLANO DE AÇÃO? O monitoramento! O plano de ação é para estabelecer que as
metas de mitigação serão executadas, acompanhadas e adotadas. É preciso
documentar tudo o que está sendo feito.

O que não pode faltar no seu Plano de Ação? É importante que


você descreve cada risco e, consequentemente, cada item de ação para sua
mitigação. Não se esqueça de determinar o responsável pela implementação de
cada ação e o prazo para implementação e a periodicidade do monitoramento.

No seu Plano de Ação incluía, também, os recursos que precisará


para cada ação de mitigação de riscos, quais sejam: orçamento, pessoas,
treinamentos e horas de trabalho.
ANEXO
MODELO 01: PLANO DE AÇÃO

DO PLANO DE AÇÃO: DA CARGA HORÁRIA DOS ESTAGIÁRIOS

Será necessário adequar a carga horária, tornando-a fixa, para eliminar um risco
sobremaneira excessivo para a empresa. Com isso, propõe-se à empresa, caso assim
queira proceder, selecionar os estagiários por grupos, de modo que um dos grupos inicie
as atividades no período da manhã e o outro grupo, no período da tarde. Ou ainda, que
iniciem simultaneamente, desde que obedecido o limite diário de 6 (seis) horas.

Por fim, é válido ressaltar que, quanto à concessão de descansos durante a jornada, as
partes envolvidas devem regular a questão de comum acordo no Termo de
Compromisso de Estágio. Recomenda-se, outrossim, a observância de período suficiente
à preservação da higidez física e mental do estagiário e respeito aos padrões de horário
de alimentação - lanches, almoço e jantar. O período de intervalo não é computado na
jornada. Dessa forma, a empresa fica em conformidade com as regras atinentes à carga
horária e cumpre seu papel social e educativo na formação do futuro profissional.

DO PLANO DE AÇÃO: DOS ESTAGIÁRIOS EM SITUAÇÃO IRREGULAR

Aqueles estagiários que já se encontram há mais de dois anos exercendo suas atividades
para a empresa devem necessariamente ser desligados, podendo a empresa, caso
queira, proceder à contratação de novos estagiários, de forma que se mantenha
incólume a finalidade do estágio, qual seja a aprendizagem e acúmulo de experiências
em diversos estabelecimentos, enriquecendo qualitativamente o currículo do
educando.

Para tanto, mister se faz imprescindível a adequação desses estagiários desvinculados


da instituição de ensino em outro cargo dentro da empresa, de modo que não se
configure mão de obra barata e nem autorize a caracterização de vínculo empregatício.
Como exemplo, esses estagiários poderiam, se assim for conveniente para a empresa,
ser contratados como assistentes, recebendo remuneração diversa dos estagiários
regularmente contratados, ou até mesmo como XXXXXX, caso já tenham registro
profissional perante o Conselho Regional de XXXXXXXX.

DO PLANO DE AÇÃO: DOS DEVERES DA PARTE CONCEDENTE

Conforme o art. 9º da Lei do Estágio Estudantil, são deveres da parte concedente:

I. Celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando,


zelando por seu cumprimento;
II. Ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando
atividades de aprendizagem social, profissional e cultural;
III. Indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou
experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do
estágio, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários
simultaneamente;
IV. Contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja
apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique
estabelecido no termo de compromisso;
V. Por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização
do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos
períodos e da avaliação de desempenho;
VI. Manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a
relação de estágio;
VII. Enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis)
meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.

Além desses deveres, a empresa deve assegurar a regularidade quanto à verificação de


matrícula e frequência regular do educando, a devida celebração de termo de
compromisso com o educando e a instituição de ensino e, por último, a compatibilidade
entre as atividades desenvolvidas no estágio e as previstas no termo de compromisso
(art. 3º, incisos I, II e III da Lei nº 11.788/2008).

Estas regras consistem em deveres da parte concedente e devem por elas serem
seguidas. Importante vertente de um programa de Compliance Trabalhista é estar em
conformidade não apenas com o regramento aplicável no que tange ao ajuste de
procedimentos, mas principalmente estar de acordo com os deveres e obrigações,
primando por uma conduta ética e moral, distante de eventuais desvirtuamentos e
irregularidades.

Por isso, recomenda-se seguir estritamente as normas acima elencadas, com vistas a dar
efetividade, regularidade e transparência quanto aos vínculos com estagiários.

DO PLANO DE AÇÃO: MANUTENÇÃO DE ESTAGIÁRIOS EM DESCONFORMIDADE COM


A LEI

Alerta-se, por fim, sobre a imprescindibilidade de se manter em conformidade com as


regras aplicáveis ao estágio estudantil. De acordo com o art. 15 da Lei 11.788/2008, ipsis
litteris, “a manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza
vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins
da legislação trabalhista e previdenciária.”

A legislação ainda assevera que a instituição privada ou pública que reincidir na


irregularidade de que trata o art. 15 ficará impedida de receber estagiários por 2 (dois)
anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo
correspondente.
Por todo o exposto, conclui-se pela imperiosa necessidade de a empresa se adequar à
legislação referente à concessão de estágios estudantis, conforme orientações acima
discorridas, com o fim de se manter em conformidade com as exigências legais e
condutas éticas pertinentes na formação e aperfeiçoamento de futuros profissionais na
área da XXXXXXXX.
MODELO 02: MODELO DE RELATÓRIO
MODELO SIMPLES PARA VOCÊ COMPREENDER – VAMOS UTILIZAR APENAS UM ÚNICO
TÓPICO: CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS

Ao Sr.
Sócio da Empresa
Cidade, dia de mês de ano.

O objetivo do presente relatório é informar sobre os questionamentos


levantados pela área de administração de pessoal quanto a exigências legais referentes a
contratação de estagiários

DAS NORMAS ANALISADAS:

De acordo com o art. 1º a Lei 11.788/2008, o estágio é o ato


educativo supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o
trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de
educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
Além disso, o estágio faz parte do projeto pedagógico do curso,
além de integrar o itinerário formativo do educando. É no estágio que o educando aprende e
desenvolve competências próprias para o exercício da futura profissão.
Tendo por base as situações delineadas acima, e considerando
a função primordial do Compliance Trabalhista, qual seja estar em conformidade com as normas
e condutas éticas aplicáveis ao caso, passa-se por ora à análise das situações críticas ou de risco
diagnosticadas, com as devidas considerações para adequação dos procedimentos.

DOS RISCOS DEFINIDOS: (i) reconhecimento de vínculo; (ii) recolhimentos de impostos relativos
ao vínculo de emprego;

DAS INFORMAÇÕES OBTIDAS DA ÁREA: o setor de RH informou que a Empresa já foi condenada
na Justiça do Trabalho em razão do desvio de finalidade na contratação de estagiário, sendo a
condenação por três motivos: jornada acima do limite, tempo superior a dois anos e função não
pedagógica. Foi informado, ainda, a não existência de um controle interno tendo em vista que
a Alta Administração solicita que o estagiário continue trabalhando nas condições estabelecidas
(ainda que em desconformidade com a legislação).

TOLERÂNCIA AO RISCO - DA CARGA HORÁRIA DOS ESTAGIÁRIOS

A Lei do Estágio – lei 11.788/2008 – é assente no sentido de que a jornada do estagiário será
definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno
estagiário, devendo constar no termo de compromisso a compatibilidade com as atividades
escolares e a jornada de 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais quando se tratar de
estudante do ensino superior, como é o caso.

Ocorre que estes estagiários, por estarem à disposição da empregadora, acabam por perfazer
mais que 6 (seis) horas diárias ou 30 (trinta) semanais, o que compromete a intenção pedagógica
do estágio, qual seja proporcionar aprendizado aliado à prática sem prejudicar e tampouco
sobrecarregar o tempo disponível que o estudante teria para se dedicar às atividades escolares.

Ademais, somente poderia chegar a uma jornada de 8 (oito) horas diárias ou 40 (quarenta) horas
semanais caso o estágio fosse uma alternância entre teoria e prática e desde que exercido em
períodos em que não estejam programadas aulas presenciais, o que também não se adequa ao
presente caso.

É sabido que o estagiário deve ter uma carga horária fixa em razão da própria natureza da
atividade de aprendizagem, de tal forma que seja compatível com a rotina de aulas presenciais
junto à instituição de ensino. Para tanto, propõe-se a adequação das atividades dentro do
período mencionado pela legislação, qual seja de 6 (seis) horas diárias ou 30 (trinta) horas
semanais, ainda que os estagiários não fiquem nas acomodações físicas da empresa e continuem
exercendo as mesmas atividades em domicílio.

O RISCO QUE A EMPRESA ASSUME ao manter estagiários exercendo carga horária acima do
permitido por lei, mesmo estando eles à sua disposição aguardando ordens, é a configuração do
vínculo empregatício para todos os fins trabalhistas e previdenciários, conforme aduz o art. 15º
da Lei 11.788/2008. É válido ressaltar, inclusive, que o tempo à disposição do empregador
também é considerado tempo de serviço efetivo.2

TOLERÂNCIA AO RISCO – DOS ESTAGIÁRIOS EM SITUAÇÃO IRREGULAR

Constata-se junto à empresa que a mesma possui estagiários com mais de dois anos de casa,
outros que exercem estágio voluntário e recebem bolsa e, por último, um estagiário formado há
pelo menos um ano.

A finalidade do estágio é estritamente pedagógica e sua duração possui tempo determinado, ou


seja, o tempo de estágio para uma mesma parte concedente não poderá ser superior a 2 (dois)

2Art. 4º da CLT – Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador,
aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência, à luz do art. 11 da Lei
11.788/2008.

Isso significa dizer que aqueles estagiários que já se encontram há mais de dois anos exercendo
suas atividades para a empresa devem necessariamente ser desligados, podendo a empresa,
caso queira, proceder à contratação de novos estagiários, de forma que se mantenha incólume
a finalidade do estágio, qual seja a aprendizagem e acúmulo de experiências em diversos
estabelecimentos, enriquecendo qualitativamente o currículo do educando.

Segundo a Lei 11.788/2008, existem duas modalidades de estágio: obrigatório e não obrigatório.
O estágio obrigatório é aquele definido como obrigatório no projeto pedagógico do curso, cuja
carga horária é requisito para aprovação e obtenção do diploma (§ 1º do art. 2º da Lei nº
11.788/2008). Já o não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à
carga horária regular e obrigatória, e parte do projeto pedagógico do curso (§ 2º do art. 2º da
Lei nº 11.788/2008).

De acordo com a norma, o estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação
que venha a ser acordada entre as partes integrantes da relação de estágio.

Nesse tocante, a Lei faz uso da análise das modalidades de estágio existentes para definir a
obrigatoriedade ou não de o estagiário perceber valores, devendo ser compulsória a concessão
da bolsa ou outra forma de contraprestação, bem como de auxílio-transporte, quando o estágio
for não obrigatório.

Além disso, é de se salientar que a lei praticamente extinguiu o estágio voluntário, já que, agora,
para que seja caracterizado o estágio voluntário (aquele sem o recebimento de valores pelo
estagiário), deve ser previsto no plano político-pedagógico do curso frequentado pelo aluno a
obrigatoriedade de estágio (estágio obrigatório), bem como o aluno estar no período em que é
possível a realização do estágio obrigatório. E, ainda assim, este não deve ser remunerado.

Por fim, o estagiário é o estudante que está frequentando o ensino regular, em instituições de
educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (art.
1º da Lei nº 11.788/2008). Logo, se o estagiário continua a exercer essa função - mesmo depois
de graduado ou, ainda, sem estar matriculado e, consequentemente, sem estar seguindo o
projeto pedagógico do curso – a empresa corre um risco considerável em ser autuada pelas
autoridades de fiscalização do trabalho por utilização de mão de obra barata.

Para tanto, mister se faz imprescindível a adequação desses estagiários desvinculados da


instituição de ensino em outro cargo dentro da empresa, de modo que não se configure mão de
obra barata e nem autorize a caracterização de vínculo empregatício. Como exemplo, esses
estagiários poderiam, se assim for conveniente para a empresa, ser contratados como
assistentes, recebendo remuneração diversa dos estagiários regularmente contratados.

TOLERÂNCIA AO RISCO – DO NÚMERO MÁXIMO DE ESTAGIÁRIOS

De acordo com o art. 17 da Lei 11.788/2008, o número máximo de estagiários em relação ao


quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes
proporções:

I. de 1 (um) a 5 (cinco) empregados; 1 (um) estagiário;


II. de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;
III. de 11(onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;
IV. acima de 25 (vinte e cinco) empregados: até 20% de estagiários.

Os limites acima constituem a regra, porém o §4º do mesmo artigo traz uma exceção: não se
aplicam estes limites a estágios de nível superior e de nível médio profissional.

No entanto, a despeito de não estar adstrita a estas limitações, por conceder estágios de nível
superior, a empresa deve se atentar para outra limitação, imposta a qualquer tipo de estágio,
qual seja assegurar que o supervisor de estágio por parte da empresa somente poderá orientar
e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente (inciso III, do art. 9º da Lei
11.788/2008).

Frisa-se que o supervisor do estagiário da parte concedente deve ser funcionário do seu quadro
de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida
no curso do estagiário (inciso III do art. 9º da Lei 11.788/2008).

TOLERÂNCIA AO RISCO - DOS BENEFÍCIOS E DAS FÉRIAS

Primeiramente, o benefício do auxílio-transporte corresponde a uma concessão pela instituição


concedente de recursos financeiros para auxiliar nas despesas de deslocamento do estagiário
ao local de estágio e seu retorno. Essa antecipação pode ser substituída por transporte próprio
da empresa, sendo que ambas as alternativas deverão constar do Termo de Compromisso. Frisa-
se que, no caso do estágio não obrigatório, é compulsória a concessão de auxílio-transporte. No
caso de estágio obrigatório, a concessão de auxílio transporte é facultativa (art. 12 da Lei nº
11.788/2008).

Nada impede, outrossim, a concessão de outros benefícios ao estagiário, devendo estar


previstos no Termo de Compromisso, sendo que a eventual concessão de benefícios
relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo
empregatício para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária (§ 1º do art. 12 da Lei
11.788/2008).

O valor e forma da concessão da bolsa ou outra forma de contraprestação, bem como o auxílio-
transporte, devem ser definidos no Termo de Compromisso do Estágio e são de
responsabilidade da parte concedente.

Quanto às férias, é assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou
superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias. Nos casos de o estágio ter duração
inferior a 1 (um) ano, os dias de recesso serão concedidos de maneira proporcional.(caput e §
2º do art. 13 da Lei 11.788/2008). Ademais, o recesso poderá ser concedido em período contínuo
ou fracionado, conforme acordado entre as partes, preferencialmente nas férias escolares.
DO MAPA DE CALOR

➔ FISCALIZAÇÃO NA EMPRESA: a probabilidade de acontecer IMPROVÁVEL, o impacto será uma


multa, como a empresa possui 11 (onze) estagiários, na hipótese da multa ser por funcionário
utiliza-se como parâmetro o art. 47. da CLT: O empregador que mantiver empregado não
registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$
3.000,00 (três mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada
reincidência. Portanto, 11 x R$ 3.000,00 = R$ 33.000,00; para a situação da empresa o impacto
é elevado.

➔ PROCESSO TRABALHISTA: já aconteceu na empresa duas vezes, nesse sentido utilizou-se como
base a condenação média dos processos de R$ 11.585,00 e a probabilidade como POSSÍVEL.

É o relatório.
MODELOS COMPLETOS PARA QUE VOCÊ POSSA ESTUDAR A BASE

MODELO BANRISUL:
http://ri.banrisul.com.br/arquivos/Banrisul_RelatorioRiscos_1T11_PT.pdf

MODELO BANCO VOTORANTIM:


https://www.bancobv.com.br/web/site/arquivos/relacoes-investidores/governanca-
corporativa/gerenciamento-riscos/Relatorio_Gestao_Riscos_e_Capital_3Tri19_VFinal.pdf

MODELO C6BANK:
https://www.c6bank.com.br/files/relatorio-de-gerenciamento-de-riscos-
1559341181756.pdf

MODELO BNDES:
https://www.bndes.gov.br/wps/wcm/connect/site/2a3e0cae-528a-4c4d-83ee-
1af5236fc1d2/Relat%C3%B3rio+de+Divulga%C3%A7%C3%A3o+de+Informa%C3%A7%C3%B5es
+de+Risco+3T+2019.pdf?MOD=AJPERES&CVID=mWUV3ZS
MODELO 03: MODELO DE RELATÓRIO

*modelo do documento da ONU (página 72)

Você também pode gostar