Você está na página 1de 11

Modelo de PGR 2023:

aprenda a elaborar o
documento
O modelo de PGR é uma obrigação para os empresários brasileiros. Entenda o que é esse
documento, como funciona e como elaborar.

Em janeiro de 2022 surgiu mais uma obrigação para os empresários brasileiros: a


elaboração do PGR. Mas afinal, o que é ? Qual é o objetivo? E o mais importante, como
elaborar esse documento?

Neste post, você encontrará as respostas para essas e várias outras questões.

Aproveite e baixe gratuitamente o nosso Guia Prático para Precificação de Serviços:


O que é PGR -Programa de
Gerenciamento de Riscos?
Como o próprio nome diz, o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) é um
documento obrigatório, que visa concretizar o processo de gerenciamento de riscos
da empresa.

O PGR e sua respectiva documentação foram estabelecidos na atualização da norma


regulamentadora 1 (NR-1), em janeiro de 2022.

Tal atualização ocorreu para determinar as responsabilidades das organizações quanto à


Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO).
É importante salientar que a elaboração de um modelo de PGR não retira a
obrigatoriedade de outros documentos exigidos pelas demais NR’ s.

Qual é o objetivo do PGR?


O principal objetivo do PGR é consolidar informações voltadas para a preservação da
saúde e integridade dos trabalhadores nos ambientes de trabalho.

Por isso, é necessário que o documento contenha ações permanentes, que antes de tudo,
devem ser planejadas e desenvolvidas no âmbito de cada empresa, sob a responsabilidade
do empregador e com a participação de todos os empregados.

Além disso, o PGR deve ser de domínio público, e estar disponível para os trabalhadores
interessados, assim como para os seus representantes.

Leia mais sobre satisfação do cliente e como utilizar o NPS para reter e fidelizar.

Quem pode elaborar e assinar o PGR?


A elaboração do PGR fica sob responsabilidade da organização, seja pública ou
privada. Da mesma forma, os documentos precisam ser devidamente datados e assinados
pela mesma.

Salvo em situações onde a organização não possui nenhum empregado que saiba
distinguir perigo, risco ou até mesmo, criar planos de ação e inventários.

Nesses casos, é recomendável a terceirização do serviço através de um profissional


qualificado, como por exemplo, um engenheiro ou um técnico de segurança do trabalho.

Está gostando do nosso texto? Não esqueça de visitar a nossa biblioteca de materiais
gratuitos para sua empresa crescer rapidamente:
Quem fica dispensado de elaborar o PGR?

Nem todos os empreendedores ou empresários são obrigados a elaborar o PGR. Pelo


contrário, alguns deles ficam dispensados sob algumas condições:

MEI (Microempreendedor Individual) - o MEI está dispensado de elaborar o PGR.


Porém, ele precisa adotar medidas preventivas conforme orienta a ficha expedida pela
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho - SEPRT.

ME e EPP (Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte) - conforme previsto na NR


4, estão dispensadas da elaboração do PGR apenas as ME e EPP enquadradas nos graus
de riscos 1 e 2 que declararem informações digitais.

Além disso, é necessário que em seu levantamento preliminar de perigos, não sejam
identificados riscos químicos, físicos e biológicos.

Modelo de PGR: informações


importantes
Agora que você já sabe a importância do PGR, chegou o momento de elaborar o seu
próprio modelo. Para isso, siga todos os passos descritos nos próximos tópicos.

Exemplo de PGR: O que deve conter no PGR?

Ao contrário do que muitos pensam, o PGR não é um documento com forma definida.
Mas, o que realmente importa é que ele seja composto pelo inventário de riscos e
pelo plano de ação.
Saiba mais sobre cada um a seguir:

1.Inventário de riscos

O Inventário de Riscos Ocupacionais deve conter as seguintes informações:

1. a) caracterização dos processos, dos ambientes de trabalho e das atividades;


2. b) descrição detalhada de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde;
3. c) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes
físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos
termos da NR 17;
4. d) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do
plano de ação; e) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de
decisão.
2. Plano de ação

A norma não apresenta um modelo de Plano de Ação, porém, define que este deverá
conter:

1. cronograma (é necessário inserir datas de cumprimeto do plano de ação);


2. formas de acompanhamento (descrição de como será feito o acompanhamento,
qual a periodicidade, quem serão os responsáveis);
3. aferição de resultados (como será aferido o resultado daquela medida e outras
informações que forem pertinentes).

Entendendo os conceitos de Perigo e Risco

Para melhor entendimento das etapas de implementação e execução de um modelo de


PGR, é necessário que você conheça os conceitos de Perigo e Risco:

Perigo ou fator de risco ocupacional / Perigo ou fonte de risco ocupacional:


Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente
ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou
agravos à saúde.

Risco ocupacional:

Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento


perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade
dessa lesão ou agravo à saúde.

Como elaborar um modelo de


PGR/GRO?
Agora que você já sabe o conceito de perigo e risco, chegou a hora de conhecer as etapas
do GRO estabelecidas na NR 01, assim como a sua relação com o seu documento
principal, o PGR.

Elabore o Inventário de riscos

A primeira etapa para elaborar o PGR, é a elaboração do inventário de riscos. Para isso,
siga os seguintes passos:

1ª Passo: levantamento e identificação de perigos

Levante e identifique todos os perigos, antes do funcionamento do estabelecimento e


sempre que houver mudanças nos processos e atividades de trabalho.

Como por exemplo, os perigos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.


Este levantamento preliminar tem o objetivo de levantar perigos e propor soluções e
controles para que o risco possa ser evitado.

Caso não seja possível evitar o risco, a organização deve continuar o processo do GRO,
ou seja, identificar os perigos e avaliar os riscos.

Para identificar os perigos, é preciso:


- descrever as possíveis lesões ou agravos à saúde;

- identificar as fontes ou circunstâncias;

- indicar o grupo de trabalhadores sujeitos aos riscos;

- identificar os perigos externos (para empresas que realizam atividades em campo).

Essas informações são importantes para que você possa compor uma parte do seu
inventário de riscos ocupacional.

Exemplo: imagine uma empresa de telecomunicações. Neste cenário, o técnico externo


realiza o cabeamento em postes, ou seja, próximo a transformadores e redes de
iluminação pública. Neste caso, você pode consultar a NR-10 como correlação para
avaliar os riscos elétricos.

Porém, já é possível identificar alguns perigos, como por exemplo, o risco de choque
elétrico, a queda de altura, os riscos ergonômicos (devido à necessidade de subir com
equipamentos pesados), entre outros.

Dica: Se você não tem tempo de ir a campo para avaliar cada detalhe do processo,
consulte as Ordens de Serviço existentes na sua empresa. Assim, você consegue saber
quais atividades estão sendo exercidas, assim como os serviços que mais oferecem riscos.

2ª Passo: avaliação dos riscos ocupacionais

Após identificar todos os perigos, é hora de avaliá-los com base na severidade das
possíveis lesões ou agravos à saúde, combinados com a probabilidade de sua ocorrência.
A NR 01 não determina uma ferramenta técnica ou matriz de risco padrão, apenas pede a
avaliação dos critérios acima.

Porém, você pode utilizar a matriz de risco que ensinamos aqui no blog. Nela, você
classifica as probabilidades de ocorrência de acidente.

Consulte aqui: Matriz de riscos: o que é e como implementar na sua empresa

3ª Passo: classificação dos níveis de riscos

Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser classificados em níveis, como por
exemplo:

 Risco tolerável ou aceitável;


 Risco moderado;
 Risco alto;
 Risco intolerável.

A classificação deve ser feita para identificar a necessidade de adoção de medidas de


prevenção e qual a prioridade de ação.

Além disso, é importante que a empresa assegure que os trabalhadores sejam encorajados
a relatar situações perigosas, para que medidas preventivas e ações corretivas possam ser
postas em prática.

Tais relatos serão mais eficazes se os colaboradores não temerem ameaça de demissão,
tampouco ação disciplinar ou outras represálias.

Vale ressaltar que a consulta e participação é obrigatória, mas a forma que ela será feita
dependerá do contexto de cada empresa.

Elabore o plano de ação

O plano de ação deve ser feito para alcançar a melhoria de desempenho. Por isso, todo
PGR deve conter um plano de ação.

1º Passo: Tenha em mente que, para cada risco, é necessária uma ação específica
O seu plano de ação deve ser criado com base em cada nível de risco. Sendo assim, para
cada risco identificado, você deve chegar em um plano de ação de forma individualizada.

Não importa a quantidade de riscos avaliados. Cada um precisa de um plano de ação para
que o seu PGR seja realmente efetivo.

Assim como o inventário de riscos, a NR-1 não determina uma forma padrão de plano de
ações. Porém, ela pede que o plano contenha no mínimo as medidas de prevenção,
cronograma, forma de acompanhamento e aferição de resultados.

Além disso, o plano de ação deve apresentar medidas que serão:

 Introduzidas (decisões de introdução de novos controles no sistema);


 Aprimoradas (melhoria de desempenho dos controles existentes);
 Mantidas (monitoramento contínuo dos controles eficazes).

Por exemplo: suponhamos que parte da sua equipe opere uma máquina de prensa, neste
cenário, é fácil avaliar um perigo de esmagamento. Sendo assim, você deve construir um
plano de ação para solucionar esse risco em específico.

Não adianta apenas declarar “adequação à norma X”. É necessário que o plano seja mais
preciso e detalhado.

Portanto, avalie as atividades que são desenvolvidas. Para isso, converse com os
operadores, ou até mesmo, avalie a dimensão do equipamento.

Outro aspecto importante é o respeito à ordem hierárquica determinada no item 1.4.1 da


NR-1:

1º: Busque eliminar os fatores de risco;

2º: Caso não seja possível eliminar o risco, busque minimizar e controlar os fatores de
risco com medidas de proteção coletiva;

3º: Minimize e controle os fatores de risco com medidas administrativas ou organização


do trabalho;

4º: Adote medidas de proteção individual, como o modelo de ficha de EPI, por exemplo.
2º Passo: Defina e implemente os controles dos riscos

Adote e registre medidas de prevenção para eliminar, reduzir ou controlar os riscos


sempre que:

a) Forem determinadas exigências previstas em NR’ s e nos dispositivos legais;


b) For determinada a classificação dos riscos ocupacionais;
c) Houver evidências de associação entre as lesões e os agravos à saúde dos
trabalhadores com os riscos e as situações de trabalho identificados.

3ª Passo: Monitoramento e melhoria do desempenho em SST (Saúde e Segurança do


Trabalho)

Chegou a última etapa do ciclo do gerenciamento de riscos. Neste momento, você deve
avaliar o desempenho das medidas de prevenção das seguintes maneiras:

1. a) Verificação da execução das ações;


2. b) Inspeção dos locais e equipamentos de trabalho;
3. c) Monitoramento das condições ambientais e exposições a agentes nocivos.

Tenha em mente que as medidas de prevenção devem ser corrigidas sempre que os dados
obtidos apontarem ineficácia em seu desempenho.

Esta etapa é a última do ciclo PDCA, ou seja, verificar a implementação das medidas de
controle, monitorar o desempenho destas medidas, se o risco foi eliminado ou
neutralizado e, se necessário, agir corretamente.

Atente-se os outros modelos de PGR

Neste post, explicamos como elaborar um PGR conforme determina a NR-1. Portanto, é
importante salientar que há outros formatos de PGR para as seguintes áreas:

NR-18 - Indústria da construção

NR-22 - Mineração

NR- 31 - Produtor rural


Logo, se você irá elaborar o PGR para algum desses setores, deve consultar as normas
regulamentadoras de seus respectivos segmentos.

Qual é o prazo de validade do PGR?


A avaliação de risco presente no PGR precisa ser refeita a cada 2 anos.

Em casos onde houver a certificação da Norma de Segurança e Saúde Ocupacional, ou


seja, a ISO 9001, a avaliação de risco pode ser refeita a cada 3 anos.

Também, é necessário reavaliar os riscos sempre que houver modificações nos processos
de trabalho ou sempre que ocorrer acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho.

Já em relação à guarda do PGR, a validade é de 20 anos.

Agora, conheça o Auvo e comece


aumentar sua produtividade
Quer tornar o processo de elaboração do PGR ainda mais fácil? Conte com o Auvo. Ele é
um ótimo aliado na hora de coletar informações sobre os processos da sua empresa.

Através dele, você emite ordens de serviço, contratos de prestação de serviços,


checklist e muito mais.

E o melhor, é que todas essas informações ficam armazenadas no sistema, com dados de
performance e relatórios completos.

Quer conhecer o Auvo de perto? Agende uma demonstração grátis!

Você também pode gostar