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SUMÁRIO;
IV — OIT; da R e com endação 119/63 à C o nve nção 15 8/82 ................................ (§§ 17 a 22)
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I — Da g a ra n tia de e m p re g o na A s s e m b lé ia C o n s titu in te b ra s ile ira
B — O a n te p ro je to da C o m issã o da O rd e m S o cia l p re s c re v e u :
a) c o n tra to a te rm o ;
C — O a n te p ro je to da C o m is s ã o de S is te m a tiz a ç ã o , qu e re u n iu os te x to s das
o ito c o m is s õ e s te m á tic a s , re p e tiu , co m a lgu m as p re c is õ e s , o d is p o s itiv o ad otad o
p e la C o m is s ã o da O rd e m S o cia l, a ssin a la n d o que o c o n tra to a te rm o , lim ita d o a
d o is anos, só p o d e ria s e r u tiliz a d o
“ nos casos de tra n s ito rie d a d e do s s e rv iç o s ou da a tiv id a d e da e m p r esa "
eque o c o n tra to de e x p e riê n c ia não p o d e ria e x c e d e r d e 90 d ia s ( a r t . 14, n. I).
D — O p rim e iro s u b s titu tiv o a p re s e n ta d o p e lo re la to r da C o m is s ã o de S is te
m atiza ção , d e p u ta d o BERNARDO CA B R A L, s in te tiz o u a q u e s tã o no s e g u in te
e n u n cia d o :
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tando, sem modificações, as proposições constantes do segundo substitutivo
apresentado pelo relator:
“I — garantia de emprego, protegido, contra despedida ¡motivada, assim
entendida a que não se fundar em:
a) contrato a termo, nas condições e prazos de lei;
b) falta grave, assim conceituada em lei;
c) justa causa, fundada em fato econômico intransponível ou tecnológico
ou em infortúnio da empresa, de acordo com critérios estabelecidos na
legislação do trabalho".
“§ 4° — O s princípios de garantia de emprego de que trata o inciso I não
se aplicam à pequena empresa com até dez empregados".
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gados o regime do FGTS acoplado a um sistema de segurança no emprego, de
forma a Impedir a despedida arbitrária, tal como a própria Comissão sugeriu, e foi
transformado em lei no concernente aos empregados eleitos para as Com issões
Internas de Prevenção de Acidentes (v. o novo art. 165 da CLT).
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d ific o u -s e ra d ic a lm e n te em m u ito s países. D e ix o u de c o n s titu ir-s e , e s s e n c ia l
m e n te , em reg ra s s o b re p e río d o s de p ré -a viso e in d e n iza çõ e s p o r d e s p e d id a e
s o b re as c o n d iç õ e s em que não são d e v id o s , p a ssan do o re q u is ito de ju s tific a ç ã o
p o r p a rte do e m p re g a d o r a c o rre s p o n d e r ao c e n tro ju ríd ic o das a n á lis e s e d e c i
sõe s do s trib u n a is , p rin c ip a lm e n te c om o c o n s e q ü ê n cia do fre q ü e n te re c u rs o à sua
p ro te çã o , p o r p a rte do s tra b a lh a d o re s que e s tim a m t e r p e rd id o o e m p re g o se m
m o tiv o ju s tific a d o . A s s im , po is, o p rin c íp io da ju s tific a ç ã o se c o n v e rte u no fu n d a
m e n to de m u ito s países s ob re a te rm in a ç ã o do c o n tra to de tra b a lh o p o r in ic ia tiv a
do e m p re g a d o r, dando o rig e m a um c o m p le x o c am p o de e s tu d o s ju ríd ic o s , en
q u a n to que as re g ra s s ob re p e río d o s de a viso p ré v io e p a g a m e n to de indeniza ção
pe rd e ra m c e rta Im p o rtâ n c ia " (C o m issã o de E xpe rtos na A p lic a ç ã o de C o n ve nçõe s
e R e co m e n d a çõ e s", “ In fo rm e III, Parte 4-B ” , G enebra, OIT, 1974, pág. 7).
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g ra ve do empregado e, ainda assim, c o m p ro v a d o s p e ra n te o Juiz do Traba lh o (Lei
dos despedimentos, de 1975). Conseqüência prática desse regime jurídico — acen
tuou M Á R IO PINTO — é que “cerca de 70 a 8 0 % dos novos contratos de trabalho
são celebrados com prazo" (“Garantia de emprego e crise econômica", Anais do
Congresso Internacional de Direito do Trabalho de Santos, 1986, pág. 14), já que
a legislação portuguesa não limita o apelo a esse instrumento contratual.
14. Inúmeros são os p a íse s q u e já ad o ta ra m s is te m a s s im ila re s ao da Re
p ú b lic a F ederal da A le m a n h a : o reconhecimento pelo órgão estatal competente de
que a despedida foi arbitrária determina, em princípio, a reintegração do trabalhador.
Dentre outros, podemos citar os seguintes: Argélia, Áustria, Bangladesh, Chile,
Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Índia, Indonésia,
Inglaterra, Iraque, Irlanda, Israel, Itália, Iugoslávia, Marrocos, México, Noruega,
Paquistão, Peru, Polônia, Quênia, República Democrática da Alemanha, República
Dominicana, Romênia, Singapura, Suécia, Tchecoslováquia, U RSS e Venezuela (Cf.,
a propósito, OIT, "Informe VII (1) da 67.' reunião da Conferência", Genebra, 1981,
págs. 44/5; PLÁ RODRIGUEZ, "La terminación de la relación de trabajo por inicia
tiva del empresário”, Madrid, ACARL, 1983, págs. 71/87).
15. Esclareça-se que nos E stados U n ido s, Canadá e D inam a rca, desde os
anos 60, muitos contratos coletivos contêm cláusulas sobre o tema, visando à ga
rantia. do emprego contra a despedida arbitrária e consagrando o respeito à anti
guidade do empregado nos casos de despedidas coletivas.
16. Em muitos países, tal como referimos no resumo da legislação da Ale
manha Ocidental, a decisão ordenatória da reintegração pode ser convertida em
indenização e, em alguns deles, a nova fórmula de estabilidade só se aplica a
empresas com um mínimo de empregados. Por exemplo, na Espanha a opção pela
indenização é do trabalhador nas empresas com mais de 50 e m p re g a d o s e do
empresário nas de menos de 50; na França a garantia contra a despedida arbitrá
ria só alcança os estabelecimentos com m a is de 10 e m p re g a d o s e tanto estes
quanto o empresário podem o p ta r p e la in de niza ção ; na In g la te rra a opção é sem
pre do empregador; na Itá lia só o trabalhador pode o p ta r pela indenização, mas
essa estabilidade não atinge as empresas com menos de 15 em p re g a d o s.
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do trabalhador ou se baseie nas necessidades do funcionamento da em
presa, do estabelecimento ou do serviço” (Item 2, n, 1).
19. Esse diploma legal da OIT exerceu grande influência em diversos países,
que inovaram ou reformularam as respectivas legislações, conciliando a efetivação
do direito do trabalhador à segurança no emprego com a preservação de respei
táveis interesses da empresa e da própria economia nacional. Consoante o de
poimento da mencionada C o m is s ã o de E xp e rto s, em estudo do qual participamos,
“ainda que o objetivo fundamental da Recomendação é o de proteger a segurança
no emprego dos trabalhadores, trata também de equilibrar distintos interesses.
Por exemplo, o interesse do trabalhador na segurança no emprego, posto que a
perda do emprego importa a perda, para ele e sua família, dos meios de vida
indispensáveis; o do empregador, em manter a autoridade nas questões que in
fluem no funcionamento eficaz da empresa; e, por último, o interesse da comu
nidade em manter relações de trabalho pacíficas e evitar desiquilíbrios desne
cessários, seja pelo desemprego ou por unidades econômicas improdutivas...
Desta maneira, a Recomendação consagra o princípio de que o trabalhador deve
ter direito a permanecer no seu cargo, salvo se o empregador tiver uma razão
válida para dar por terminada a relação de trabalho" (Trab. cit., págs. 2 e 16).
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g o v e rn a m e n ta l b ra s ile ira , c h e fia d a p e lo e n tã o M in is tr o do Traba lh o M u r ilo M a
ced o, não t e r v o ta d o p e la a p rova ção da C o nve nção (s o m e n te nove d e le g a ç õ e s
g o v e rn a m e n ta is a s s im p ro c e d e ra m ), o G o ve rn o b ra s ile iro e s tá o b rig a d o a s u b m e
te r ao C o n g re s s o N a cion al, ta n to a C o nve nção n. 158, c o m o a R ecom e nda ção n, 166.
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"Não se porá fim à relação de trabalho de um trabalhador, a menos que
exista para isto uma causa justificada relacionada com sua capacidade ou
sua conduta ou baseada nas necessidades de funcionamento da empresa,
estabelecimento ou serviço".
30. Desde logo, esclarece o art. 5.° da Convenção que não c o n s titu irã o causa
ju s tific a d a para a despedida do trabalhador:
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ou um a in d e n ização q u e o s u b s titu a , s e rá d e v id o s e m p re qu e o tra b a lh a d o r não
“ se ja cu lp a d o de um a fa lta g ra v e de ta l ín d o le que s e ria de sarra zo a d o p e d ir ao
e m p re g a d o r a c o n tin u a ç ã o do e m p re g o d u ra n te o prazo do p ré -a v is o " (a rt. 8 ° ).
e) é a co n s e lh á v e l qu e o e m p re g a d o r c o n s u lte os re p re s e n ta n te s d o s tr a
b a lh a d o re s a n te s de d e c id ir d e s p e d ir um e m p re g a d o (ite m 11);
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a) in c u m b irá ao e m p re g a d o r o ônus da prova da existência de uma causa
justificada para a despedida tal como foi definida no artigo 4.° da pre
sente Convenção;
b) os organismos mencionados no artigo 8° da presente Convenção terão a
faculdade de decidir sobre as causas invocadas para justificar a des
pedida, tendo em conta as provas apresentadas peias partes e de con
formidade com os procedimentos estabelecidos pela legislação e a prá
tica nacionais’’ (art. 9.“, § 2°).
37. A legislação nacional ou as demais fontes formais de direito deverão
dispor sobre a medida em que os precitados organismos neutros terão a faculdade
de decidir se são justificadas as despedidas fundadas na necessidade de funcio
namento da empresa, estabelecimento ou serviço (art. 9°, § 3.°).
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te c n o ló g ic a s re s u lta n te s do ace n tu a d o e v e lo z d e s e n v o lv im e n to da c iê n c ia e da
te c n o lo g ia.
a) p ro p o rc io n a rá aos re p re s e n ta n te s do s tra b a lh a d o re s in te re s s a d o s , em
te m p o o p o rtu n o , a in fo rm a ç ã o p e rtin e n te , in c lu íd o s os m o tiv o s das d e s
pe didas p re v is ta s , o n ú m e ro e c a te g o ria s do s tra b a lh a d o re s qu e pode m
ser a fe ta d o s e o p e río d o d u ra n te o qual d e v e rã o e fe tiv a r-s e essa s
d e sp e d id a s;
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e s tru tu ra ou te c n o lo g ia , v is a n d o a e x a m in a r suas p o s s ív e is re p e rc u s s õ e s
e p re v e n ir ou a te n u a r se u s e fe ito s p re ju d ic ia is (ite m 20);
g) a a u to rid a d e c o m p e te n te , se p o s s ív e l e m c o la b o ra çã o com o e m p re g a
do r e os re p re s e n ta n te s dos tra b a lh a d o re s in te re s s a d o s , de ve ad o ta r
m e d id a s adequadas às c irc u n s tâ n c ia s n a cio n a is para p ro m o v e r a c o lo
caçã o do s tra b a lh a d o re s d e sp e d id o s , p ro p ic ia n d o -lh e s , se f o r o caso, f o r
m ação ou rea da ptaçã o p ro fis s io n a l (ite m 25);
46. V I — C o n c lu s õ e s
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um procedimento constituído de fases nas quais exercita-se o direito de d is p e n s a
sob c o n tro le " ("Dispensa do empregado: direito comparado e perspectivas bra
sileiras", in LTr, São Paulo, 1980, vol. 44, pág. 1.335).
Senhoras e Senhores Congressistas.
47. No momento em que a Assembléia Nacional Constituinte elabora a
futura Constituição brasileira, afigura-se-nos oportuno que os juristas e dirigentes
sindicais aqui reunidos defendam a inserção, no seu texto, do principio da
“ G a ra n tia do e m p re g o c o n tra a d e sp e d id a a r b itr á r ia ” .
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