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O Re su l t ad o M o r t e co m o Dan o In d e m n i záve l.

Consequências da morte como dano.


Ob ser vação : a d o u t r in a d o m in an t e cam in h a
no sen t id o de d ef en d er q ue co m o
co n seq u ên cias d e u m act o lesivo q u e t em
co m o r esu lt ad o o ó b it o d e u m a p esso a,
p o d em d ar o r ig em ao s seg u in t es d an o s:
1-Dan o s n ão p at r im o n iais(m o r ais) so f r id o s
p elo s f am iliar es d a vit im a em co n seq u ên cia
d a su a m o r t e.
2- Dan o s n ão p at r im o n iais(m o r ais) so f r id o s
p ela v it im a e seu s f am iliar es em caso d e
m o r t e n ão in st an t ân ea at é a o co r r ên cia d a
m o r t e.
3-Dan o s p at r im o n iais so f r id o s p ela f am ília d a vit im a
em vir t u d e d o d e cu jos d eixar d e co n t r ib u ir co m a
f am ília.
4-Dan o s p ela p erd a d a vid a d a p r ó p r ia vít im a.
Co m en t ár io : co m r elação ao s d an o s n ão p at r im o n iais
so f r id o s t an t o p elo s f am iliares, o u o s d an o s n ão
p at r im o n iais so f r id o s p ela vit im a e seu s f am iliares n o
caso d e m o r t e n ão in st an t ân ea são in d em n izáveis,
co m f u n d am en t o n o ar t ig o 496.º 1 d o CCP, “ Na f ixação
d a in d em n ização d eve at en d er -se ao s d an o s n ão
p at rim o n iais q u e, p ela g rav id ad e, m ereçam a t u t ela
ju ríd ica”
Ob ser vação : p o r ém co m relação a in d em n ização ao
d an o m o r t e em sen t id o rest r it o, o u seja, in d em n izar
p ela m o r t e d a vít im a, ai já d esap arece a u n an im id ad e
d o u t r in ár ia.
Co m en t ár io I: o s d ef en so res d a n ão in d em n ização
su st en t am a t ese d e q u e co m b ase n o ar t ig o 68.º
n u m ero 1 d o CCP, “a p e r son a lid a d e jur íd ica ce ssa
p e la m or t e ”, e q u e p o r t an t o, p elo q u e a m o r t e n ão
p er m it ir ia a aq u isição d e q u alq u er d ireit o.
Co m en t ár io II. Su st en t am ain d a, o s q u e d ef en d em a
n ão in d em n ização p ela m o r t e, q u e o d e cu jos, ain d a
n ão t in h a ad q u ir id o t al d ireit o, e p o r co n seq u ên cias
n ão p o d ia t ran sm it ir ao s h erd eiro s p o r via su cessó r ia.
Ou t r o f u n d am en t o d essa lin h a d e p en sam en t o, é q u e
ao in d em n izar p ela m o r t e, o ag en t e cau sad o r d a
lesão est ar ia so f r en d o u m a p u n ição, e q u e isso
af ast ar ia d a f u n ção ressarcit ó r ia, q u e é a f u n ção d a
resp o n sab ilid ad e civil.
Alg u n s ch eg am a af ir m ar q u e a in d em n ização p ela
m o r t e t em ef eit o p u n it ivo, e q u e levar ia a u m Bis in
id e m , o u seja o au t o r d a lesão ser ia p u n id o d u as
vezes p elo m esm o f act o g erad o r.
Ou t r a lin h a d e Pen sam en t o : Pen sam en t o ju r íd ico
d ist in t o, p u g n am p ela in d em n ização d o elem en t o
m o r t e, so b a ég id e: “a v id a con st it u i um b e m
jur íd ico cu ja lesão f az su rg ir n a esf er a d a vít im a o
d ireit o a u m a in d em n ização, q u e n at u ralm en t e se
t ran sm it ir á ao s h erd eiro s.
Ob ser vação : su st en t am t al t ese co m f u n d am en t o n o
ar t ig o 2024 d o CCP, “Diz-se suce ssã o o ch a m a m e n t o
d e um a o u m a is p e ssoa s à t it u la r id a d e d a s
r e la çõ e s jur íd ica s p a t r im on ia is d e u m a p e ssoa
f a le cid a e a con se q ue n t e d evoluçã o d o s b e n s q u e
a e st a p e r t e n cia m ”.
A legislação Comunitária.
No sist e m a ju r íd ico Po r t u g uê s, p o r f or ça d e d ip lo m a
com un it á r io, o D.L. 2 9 1 d e 2 1 d e Ag ost o d e 2 0 0 7 .
Tr an sp õe p a r cialm e n t e p a r a or d e m jur íd ica in t e r n a a
Dir e ct iva n.º 2 0 0 5 / 1 4 / CE, d o Par lam e n t o Eu r op e u e d o
Con se lh o, d e 1 1 d e M aio, q u e alt e r a a s Dir e ct ivas n.os
7 2 / 1 6 6 / CEE, 8 4 / 5 / CEE, 8 8 / 3 5 7 / CEE e 9 0 / 2 3 2 / CEE, d o
Con se lh o, e a Dir e ct iva 2 0 0 0 / 2 6 / CE, r e lat ivas ao se g u r o
d e r e sp o n sab ilid a d e civ il r e sult an t e d a cir cula çã o d e
ve ículos aut om óve is.
Ob se r vação: a le g isla çã o co m un it ár ia se g ue o
e n t e n d im e n t o d e in d e m n ização p e lo r e sult ad o m o r t e.
“ Par a e f e it os d o p r e se n t e d e cr e t o -le i, a m o r t e
in t e g r a o con ce it o d e d an o cor p o r al”. (ar t ig o 3 d o D. l.
291/21/08/2007, alt erad o p elo D.L.153/06/08/2008.
O n exo d e cau salid ad e co m o p ressu p o st o d a
resp o n sab ilid ad e civil su bject iva.
Ob ser vação : Co m r elação a car act er ização d o
n exo d e cau salid ad e co m o p r essu p o st o d a
r esp o n sab ilid ad e civil su bject iva, n ão
en co n t r a-se g r an d es d iver g ên cias.
No r m alm en t e a m at ér ia d e cer t a f o r m a ven h a
m at er ializad a no o rd en am en t o ju r íd ico,
n o m ead am en t e em Po r t u g al, o ar t ig o 483.º
“Aq u ele q u e, co m d o lo o u m era cu lp a, v io lar
ilicit am en t e o d ireit o d e o u t rem o u q u alq u er
d isp o sição leg al d est in ad a a p ro t eg er
in t eresse alh eio s f ica o b r ig ad o a in d e m n izar o
le sad o p e los d an os r e sult an t e s d a le são ”
Com e n t á r io: a q u est ão m ais relevan t e n a m at ér ia é
est ab elecer u m lim it e d e ad m issão d esse n exo d e
cau salid ad e, p elo f act o de m u it as vezes o
aco n t ecim en t o cau sad o r d o d an o, est a t ão d ist an t e
d est e q u e f ica d if ícil resp o n sab ilizar o ag en t e p o r isso.
Com o exe m p lo clá ssico , a d o u t r in a u sa o caso d o
co m ercian t e q u e ven d eu u m a vaca co n t am in ad a co m
u m a d o en ça in f ect o -co n t ag io sa(b r u celo se) a u m
lav rad o r, e t o d o o reb an h o f o i co n t am in ad o vin d o a
m o r t e, p o r co n seq u ên cia, o lav r ad o r p erd eu a
p r o p r ied ad e em f u n ção d o n ão p ag am en t o d o s
cr éd it o s, e co m o at it u d e d e d esesp er o, levo u o
lavrad o r ao su icíd io.

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