Você está na página 1de 4

ASPECTOS DERMATOLÓGICOS DA TOXOPLASMOSE *

V ic e n te A m a to N e to * *

S ã o e f e t u a d a s c o n s id e r a ç õ e s s ô b r e m a n i f e s t a ç õ e s c u t â n e a s e n c o n t r á v e i s e m
p a c i e n t e s c o m to x o p l a s m o s e a d q u ir id a .
F u n d a m e n t a l m e n t e , f o r a m v e r i f i c a d a s a s s e g u i n te s a lt e r a ç õ e s : a) e ru p ç ã o
m á c u l o - p a p u l a r p e t e q u i a l ; b) a lt e r a ç ã o m ã c u l o - p a p u l a r ; c) e r u p ç ã o vesic u lo sa :
d ) e r u p ç ã o e s c a r l a t i n i f o r m e ; e) e r i t e m a n o d o s o ; f) e r u p ç ã o d e c a r á t e r m is to .
O assu?ito m e r e c e u c o m e n t á r i o s s o b r e tu d o s o m a f i n a l i d a d e de s e r a p r e s e n ­
t a d a u m a s i s t e m a t i z a ç ã o in icial, t e n d o f i c a d o s a l i e n t a d o a u e a to x o p l a s m o s e
o f e r e c e ao s d e r m a to l o g is t a s , s e m d ú v id a , m o t i v o s ju s ti f ic a d o r e s d e c a b a is i n t e ­
r e s se e a t e n ç ã o .

A to x o p la sm o se, em v irtu d e dos m ú lti­ m é d ic a e as o b serv a çõ es que p u d em o s r e a ­


p los tip o s d e a c o m e tim e n to o r g â n ic o que lizar, a to x o p la sm o se ad q u irid a é ca p a z
p o d e d e term in a r, m ere c e in te r ê sse por de c a u sa r a s a g r e ssõ e s a seg u ir e s p e c ifi­
p a r te dos m éd ico s que se d ed ica m a vá ria s ca d a s, p r e se n te s is o la d a m e n te o u em a s ­
e sp e c ia lid a d e s. Isso é o que su c ed e e sp e ­ so c ia çõ e s v a r iá v e is: a ) m io ca rd ite ; b> h e ­
c ia lm e n te em rela çã o a p ed ia tra s, n e o n a - p a tite ; c) p n e u m o n ia em g era l de ca rá ter
ta lista s, o fta lm o lo g ista s, n e u r o lo g ista s e in te r stic a l; d) eru p çã o c u tâ n e a ; et m e -
o b stetra s, a ssim co m o aos que e x e c u ta m n in g o e n c e fa lite ; f) c o rio r rtin ite; g) m io -
ta r e fa s c lín ic a s de ca r á te r g era l ou lig a ­ site; h ) a fe e ç õ e s de n a tu re z a lin fo g la n d u -
d as m a is e sp e c ia lm e n te à s d o e n ç a s tr a n s ­ la r . O ú ltim o tip o m e n c io n a d o é r e a lm e n ­
m issív e is. A lém d isso, ou tros p r o fissio ­ te o ú n ico que p e r m ite su s p e ita d ia g n o s ­
n a is, ta is com o v e te r in á r io s e e p id e m io lo - tica c o n c re ta , u m a v ez que os d e m a is p r o ­
g is ta s tê m m o tiv o s para p r e o c u p a r -se com cesso s o r g â n ic o s são c o n fu n d ív e is com
p ro b lem a s r e fe r e n te s a e ssa p rotozoose. m u ito s ou tros, a trib u ív e is à s m a is d iv ersa s
Sob o p o n to de v is ta clín ic o , a lé m dos e tio lo g ia s, d e v en d o a co rreta d ife r e n c ia ­
c o m p r o m e tim e n to s c o r r e sp o n d en te s à m o ­ çã o d ep en d er de a p ro p ria d a c o n d u ta c lí­
d a lid a d e c o n g ê n ita d a in fe c ç ã o , o u tro s p o ­ n ic a e d e p e n d e n te dos r e su lta d o s de e x a ­
d em ter lu gar, com p on d o a s fa c e ta s r e la ­ m es su b sid iá r io s. É p reciso sa lie n ta r ta m ­
tiv a s à s fo rm a s a d q u irid a s. C o n sid era n d o b ém que a in fe c ç ã o to x o p la sm ó tic a é c o n ­
a s in fo r m a ç õ e s c o n sig n a d a s n a lite r a tu r a sid era d a a ss in to m á tic a em r e la ç ã o a m ú l­

T r a b n liio d o S e rv iç o d e D o e n ç a s T r a n s m is s ív e is , do H n so ira l do S e rv id o r P ú b lic o E s ta d u a l “ F r a n c is c o


M o ra to d e O liv e ira ” , d e S ã o F a u io . A p re s e n ta d o n o S e m in á r io d o I n s t i t u t o d e M e d ic in a T r o p ic a l d e
S ã o P a u lo re a liz a d o n o d ia 18 d e a b r il d e 1968.
M é d ic o -c h e fe d o S e rv iç o d e D o e n ç a s T r a n s m is s ív e is , d o H o s p ita l d,o S e rv id o r P ú b lic o E s ta d u a l " F r a n ­
cisc o M o ra to d e O liv e ira ” , d e S ã o P a u lo . L iv r e - d o c e n te d e C lín ic a d e D o e n ç a s T r o p ic a is e I n f e c tu o s a s .
d a F a c u ld a d e d e M e d ic in a d a U n iv e rs id a d e d e S ã o P a u lo . P ro fesso r de D o e n ç a s T ra n s m is s ív e is , d a
F a c u ld a d e d e C iê n c ia s M é d ic a s d a U n iv e rs id a d e E s ta d u a l d e C a m p in a s .
H e c e b id o p a r a p u b lic a ç ã o e m 10-6-70.
346 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. IV — N.° 5

tip lo s ca so s e essa c ir c u n s tâ n c ia to r n a n e ­ b) E ru p ç ã o m á c u l o - p a p u l a r . — F oi a
cessá rio in te r p r e ta r ju d ic io sa m e n te d ife ­ m a is h a b itu a l e n tre os p a c ie n te s por n ós
r e n te s situ a ç õ e s c lín ic a s, u m a vez que a c o n sid e r a d o s. D ifu s a ou lo c a liz a d a , g e r a l­
p o sitiv id a d e de prova s la b o ra to ria is p e r t i­ m e n te está p r e se n te no tó r a x e te m d u r a ­
n e n te s à in fe c ç ã o d ev id a ao T o x o p la s m a ção v a riá v el; p orém , m u ita s vêzes é fu g a z
go n d ii, n e ss a s ev e n tu a lid a d e s, n ã o é s u f i­ e pode ser re sp o n sá v e l por d e sc a m a ç ã o .
c ie n te p ara o fin a l e sc la r e c im e n to d a s s i­
tu a ç õ e s v ig e n te s . In fo r m a ç õ e s m a is d e ta ­ E sta fo rm a de eru p çã o é c a u sa de c o n ­
lh a d a s sôbre êsses a sp e c to s e stã o a s s in a ­ fu sõ es co m sa ra m p o e ru b éo la e sò m e n te
la d a s no m a n u a l esp ecia liza d o , de a u to ria a n á lise s c lín ic a s c u id a d o sa s, em a lg u m a s
d e A m ato N eto & C am p os ( 1) . o p o rtu n id a d es a m p a r a d a s p elo s re su lta d o s
de e x a m e s su b sid iá rio s, p o ssib ilita m c o n ­
A to x o p la sm o se é d o e n ç a que sò m e n te c r e ta s d ife r e n c ia ç õ e s . L em b ra m o s que a
n o s ú ltim o s a n o s p a sso u a ser a lv o de c o n ju n tiv ite , o e n fa r ta m e n to g a n g lio n a r e
m a is in te n s iv a s e n u m e r o sa s a p recia ç õ es, a p la sm o c ito se v e r ific á v e l em e stá d io s in i­
d as q u ais resu lta ra m n o v a s e im p o r ta n te s cia is, n o ta d o s em a lg u n s in d iv íd u o s com
v erific a ç õ e s; m esm o a ssim , e n tr e ta n to , é to x o p la sm o se , p e r m ite m a in d a m a is a
fá c il co m p reen d er que o u tra s fa c ê ta s p a u ­ o co r rên cia de d ificu ld a d e s.
la tin a m e n te v e n h a m a ser r e v e la d a s. Por
ex em p lo , S p ilb o rg h s & F e d erico ( 4) , em É c o n v e n ie n te d e sta c a r que a in fe c ç ã o
São P a u lo , c h a m a r a m a a te n ç ã o p a ra a d ev id a ao T o x o p la s m a g o n d ii m a n ife s t a -
p o ssív el e x is tê n c ia de u m a fo r m a r e u m á ­ se, em c e r ta s o ca siõ es, sob a fo rm a de su r ­
tic a d a to x o p la sm o se . n o d ecu rso da qual tos, c ir c u n s tâ n c ia qu e p õe a in d a m a is em
p a rticip a çã o a rticu la r é n o tó ria ; sôb re o fo c o a o p o rtu n id a d e de c o n fu sã o com
a ssu n to , n o e n ta n to , in fo r m a ç õ e s m a is d e ­ d o e n ça s e x a n te m á tic a s . P or ex em p lo , em
cisiv a s deverão le v a r a u m a co n clu sã o d e ­ u m a e sc o la d e S ã o P a u lo , c o n fo r m e to m a ­
fin itiv a . A pós têrm os ob servad o, in c lu siv e m os c o n h e c im e n to , v á rio s jo v e n s a p r e se n ­
e v o lu tiv a m e n te , m u ito s ca so s da m o d a li­ ta r a m q u ase que c o n c o m ita n te m e n te e r u p ­
d a d e ad q u irid a da protoroose, p erceb em o s çã o m á c u lo -p a p u la r e ru b eó la fo i a d o e n ­
que a lte r a ç õ e s c u tâ n e a s n ã o sã o e x c e p c io ­ ça c o n sid e r a d a com o d e te r m in a n te da s i­
n a is e a p r e s e n ta m -s e seg u n d o e x p ressõ es tu a çã o ; a lg u n s m e se s após, porque a lg u ­
v a riá v eis, d ig n a s de u m a co n sid e r a ç ã o g lo ­ m a s d e ssa s p e sso a s a in d a tin h a m e n fa r t a ­
bal, que pode e v e n tu a lm e n te en v o lv e r a l­ m e n to de g â n g ílo s su p e r fic ia is e n o ssa
g u n s m é rito s fu n d a m e n ta is , r e p r e s e n ta ­ o p in iã o fo i so lic ita d a , v e r ific a m o s que se is
dos p elo in te r ê sse p rá tico da q u estã o , p ela e stu d a n te s, e n tre dez c lín ic a e la b o r a to ­
c o n c r e tiz a ç ã o de u m a siste m a tiz a ç ã o in i­ r ia lm e n te ex a m in a d o s, a p r e se n ta v a m , sem
cial cap az de su sc ita r a p r im o r a m e n to s f u ­ d ú vid a, to x o p la sm o se . C u rio sa m en te, e n ­
tu ro s e p e la in d ic a ç ã o de le s õ e s cu ja r e la ­ tã o , a p ro p ó sito d e ssa o co rrên cia de ca so s
ção c a u sa i com a in fe c ç ã o p recisa ser alvo em é p o c a s b em p ró x im a s, em um m esm o
de c o n fir m a ç ã o por p a rte de o u tro s p e s ­ a m b ie n te , a m a n ife s ta ç ã o e x a n te m á tic a
q u isad ores, em rela çã o às re sp e c tiv a s n a ­ su rg iu com o sin a l c o m u m e b a s ta n te e x ­
tu reza s e fr e q ü ê n c ia s. p ressiv o .

D e m a n e ir a su c in ta , os a c o m e tim e n to s A a lte r a ç ã o m á c u lo -p a p u la r , se n ã o
cu tâ n eo s, r e la tiv o s à to x o p la sm o se a d q u i­ h o u v er c u id a d o sa in te r p r e ta ç ã o , p erm itir á
rida, seg u n d o a s a p re cia ç õ es que p u d em o s a in d a o u tra s c o n fu sõ e s, e n tre as quais
realizar, ocorrem de acôrd o co m os tip o s a d e sta c a m o s a s co m m o n o n u c le o se in f e c ­
segu ir m en cio n a d o s. cio sa e feb re tifó id e , sen d o que d iversos
e le m e n to s c lín ic o s c o m u n s a tô d a s essa s
a) E ru p ç ã o m á c u l o - p a p u l a r p e te q u ia l. in fe c ç õ e s g e ra m sem p re a e x is tê n c ia de d i­
— É se m e lh a n te à p r e se n te e m p a c ie n te s fic u ld a d e s s u p le m e n ta r e s . A c ita d a d o e n ­
com riq u etio ses, m o tiv a n d o c o n fu sã o com ça s a lm o n e ló tic a fo i por n ó s lem b ra d a
feb re m a c u lo sa . N ão n o s p a r e ce com um porque e la p o d e m o tiv a r a p r e se n ç a d as
e sôbre e la M eira & cols. (2) e fe tu a r a m c o n h e c id a s ro se ó la s e ta m b é m em virtu d e
co m e n tá r io s m a is m in u c io so s, sa lie n ta n d o da r e a ç ã o de W id al m o s tr a r -se p o sitiv a
e sp e c ia lm e n te os d e ta lh e s fo r n e c id o s por em a lg u n s c a so s d e to x o p la sm o se , c o n fo r ­
P in k e r to n e H en d erso n (3) . m e te m o s v e r ific a d o e d o c u m e n ta r e m o s
Set.-Outubro, 1970 Rev. Soc. Med. Trop. 347

e m p u b l i c a ç ã o e s p e c í f i ca s ô b r e a q u e s t ã o , c as o s c o m a c o m e t i m e n t o e x a n t e m á t i c o p u r o
f o r n e c e n d o os n e c e s s á r i o s d e t a l h e s . ou p r e d o m i n a n t e .
Q uanto à erupção m áculo -p apu lar s a ­ A p e s a r de c o m p r o m e t i m e n t o c u t â n e o
l i e n t a m o s , f i n a l m e n t e , q ue e l a é f u g a z ou, f a z e r p a r t e , c o m r e l a t i v a f r e q ü ê n c i a , do
pel o c o n t r á r i o , m a i s p e r s i s t e n t e , f i c a n d o d e c u r s o c lí nico d a t c x o p l a s m o s e a d q u i r i d a ,
n c t a d a , às vêzes, d u r a n t e p e r í o d o p r o l o n ­ é c o n v e n i e n t e s a l i e n t a r q u e ela n ã o é p r o ­
gado. P o r o u t r o l ado, c e r t o s d o e n t e s p r i a m e n t e u m a d o e n ç a e x a n t e m á t i c a , ao
a p r e s e n t a m - n a de m a n e i r a r e c u r r e n t e , s u r ­ s e r e n c a r a d a c o m r i go r e s t a d e n o m i n a ç ã o .
g i n d o a s m o d i f i c a ç õ e s tía p e l e e m u m a ou T r a t a - s e , r e a l m e n t e , d e a f e c ç ã o q ue ás
mais oportunidades. vêzes d e s e n c a d e i a o a p a r e c i m e n t o de l e ­
c> E r v p r c c v s s i c u l o s a . — É v a r i ce l i - sões a o n ív e l d a pele, c o m o v á r i a s o u t r a s ,
forme, m a s ai g u n s doent es são acometidos t a i s c o m o a s v i r o s e s c a u s a d a s p o r v í r us
de l esões m a i o r e s , c l a r a m e n t e b o l h o s a s . E C H O e Co x s a c k i e . a m o n o n u c l e o s e i n f e c ­
E m geral , g l o b a l m e n t e , n ã o h á e x u b e r â n ­ ciosa, a in flu e n z a , a f e b r e t i f ói de , a b r u -
c i a h a b i t u a l m e n t e p e r c e p t í v e l e m c a s o s de celose e a l e p t os p i r o s e , p o r e x e mp l o.
va r i ce l a , e s t a n d o p r e s e n t e u m n ú m e r o li­
É e v i d e n t e m e n t e p o ss í ve l q ue f a t ó r e s
m i t a d o de e l e m e n t o s e r u p t i v o s .
independentes da toxoplasmose t e n h a m in ­
d) E r u p ç ã o c s c a r l a t i r A f c r m c . — M e r e ­ fl u í d o n o s e n t i d o d e d e t e r m i n a r o a p a r e c i ­
ce s e g u r a m e n t e e ss a q u a lific a ç ã o , m a s n ã o m e n t o , e m a l g u n s casos, d a s lesões m e n ­
t e m si do e n c o n t r a d a , p o r nós, c o m f r e ­ ci o na d as . Não real iza m os si st e m à ti c a rc e n -
qüência . t e a v a l i a ç õ e s d e s t i n a d a s a e x cl uí - l o s . m a s
é licito su p or qu e e s s a s e v e n t u a i s i n t e r f e ­
e) E r i í e m a n cã o s o . — F o i d e t e c t a d o
r ê n c i a s p o s s a m t e r o c o r r i d o a p e n a s de m a -
não comumente, em concomitância com
r e i r a esporádica e não re gul ar . Mesmo em
vários sinais e si n to m as de co rr en te s da i n ­
í r c e à e x e c u ç ã o de e x a m e s c o m n l e m e n t a -
fecção tox op la sm ó ti ca a d qu ir id a e aguda.
r e s a p r o p r i a d o s t e m o s a c e r t e z a de que
f) E r u p ç ã o de c a r á t c r m i s t o. — E n ­ i r x o n ' . a s mc s e c o n t i n u a r i a a c o n s t i t u i r e n ­
globa, a um só t e m p o , a l g u m a s d a s a n o r ­ t i d a d e su fic ie n te m e n te c a p a z de e x p l i c a r
m a l i d a d e s a n te r io r m e n te i ef 3 r ' d a s . Na a r r a n d e g e n e r a l i d a d e dos d i s t ú r b i o s c u t â ­
r ea lid a d e, foi v e r i f i c a d a e m p o u q u í s s i m a s n e o s p o r n ó s a n t e r i o r m e n t e r e f er i d o s . A d ­
o c a s i ões . m i t i m o s i n c l us i ve que o u s o d e d r o g a s e
co rr el at as reações de hipe rs en si bil ida de t e ­
C o m p l e m e n t a n d o ess a r e l a ç ã o de a co -
n h a m p a r t i c i p a d o d a g ê n e s e de a l g u m a s
m e t i m e n t o s dermatológicos, con si der am os
d a s a l t e r a ç õ e s d a p e le j á c o m e n t a d a s m a s ,
j ud i ci o s o e o p o r t u n o r e g i s t r a r m a i s a l g u ­
a re s p e i t o , c o n s i d e r a m o s v á l i d a a a p r e c i a ­
m a s i m p r e s s õ e s c o n c e r n e n t e s às lesões
ção p ou co a n t e s r e g i s t r a d a , ou ceja. a de
c o n s t a t á v e i s n a pel e de in d iv íd u o s c o m t o ­
çue global ment e n ã o sofreria modificação
x o p l a s m o s e a d q u i r i d a . An t e s , p orém , d e s ­
o p a n o r a m a q u e t i v e m o s a i n t e n ç ã o de d e s ­
t a c a m o s q ue e m c ria n ç a s c o m a f o r m a
crever.
co n g ê n it a da infecção alterações c u tâ n e a s
são t a m b é m p e r c e p t í v e i s , se b e m q ue de Aiguns pro blem as pre cis arão ser m e ­
m a n eira n ã o s i s t e m a t i c a ; sã o el as m á c u l o - l h o r re s o l v i d o s f u t u r a m e n t e , q u a n t o aos
p a p u la res, p e t e q u i a i s ou a t é m e s m o h e ­ aspectos dermatológicos d a toxoplasmose;
morrágicas e fatores diferentes foram in ­ e n t r e êles, a p r o v e ita m o s a o p o r t u n i d a d e
d i c a d o s c o mo c a p a z e s de e x p l i c á - l a s : f e ­ p a r a d e s t a c a r os s e g u i n t e s : a) a f r e q ü ê n ­
n ô m e n o s emból i cos , r e a ç õ e s t ó x i c as, hi- cia c o m q u e se m a n i f e s t e m as lesões c u t â ­
p o p r o t e i n e m i a e tr o m b o c ito p e n ia . E n t r e ­ n e a s ; b) cs m e c a n ism o s s e c u n d o os q u a i s
t a n t o , c o mo i n i c i a l m e n t e r e f e r i m o s , n a e l a s sã o d e s e n c a d e a d a s ; o a p o ss i b i l i d a d e
presente comunicação apenas daremos ê n ­ de s e r e m e s s a s a l t e r a ç õ e s m a i s ou m e n o s
f a s e aos a s p e c t o s d e r m a t o l ó g i c o s r e l a t i v o s c o m u n s de a c ô r d o c o m as d i f e r e n t e s á r e a s
à toxopl asm ose adquirida. g e o g r á fic a s.

As l esões d e r m a t o l ó g i c a s g e r a l m e n t e A p r e s e n t a n d o estas considerações, ti ve ­


a p r e s e n t a m - s e associadas a o u tr a s a l t e r a ­ m o s a p e n a s a i n t e n ç ã o de c h a m a r a a t e n ­
ções o r g â n i c a s e n ã o e s t a m o s e m c o n d i ­ ç ão p a r a a s p e c t o s p e r t i n e n t e s à t o x o p l a s ­
ções de a f i r m a r se, n a v e r d a d e , e x i s t e m m o s e q ue n o s p a r e c e r a m d i g n o s de u m a
348 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. IV — N.° 5

te n t a tiv a de siste m a tiz a ç ã o in ic ia l. C er­ to . D e q u alq u er fo rm a , p orém , p a r e c e -n o s


ta m e n te , à b a se d e n o v o s su b síd io s que s e ­ que a to x o p la sm o se o fe r ec e aos d e rm a to -
rão referid o s por d iv erso s p esq u isa d o res, a lo g ista s, sem d ú vid a, m o tiv o s ju s tific a d o -
q u estã o so frerá in d isc u tív e l a p r im o r a m e n ­ res de c a b a is in te r ê sse e a te n ç ã o .

SUM MARY

The skin manifestations of patients with acquireã toxoplasmosis were


discussed.
The alterations observed consisted fundam entally of: a) petechial maculo-
papular eruption; b) maculopapular eruption; c) vesiculate eruption; ã) scar-
latiniform e eruption; e) nodular erythem a; f) mixed eruption.
Comments are calleã for, chiefly with the purpose attempt systematization
since, as has been stresseã, toxoplasmosis is fo r ãermatologist, surely and for
obvious reasons, a m atter of great interest and attention.

B IB L IO G R A FIA

1. AM ATO NETO, V. & CAM POS, R . — 3. P IN K E R T O N , H . & H EN DER SO N , R.


T o x o p la sm o se . S ã o P a u lo , L iv ra ria G. — A d u lt to x o p la sm o sis. A p r e -
A th e n e u E d ito ra S ã o P a u lo S . A ., v io u sly u n re c o g n ize d d ise a se e n tity
1965, 102 pp. s im u la tin g th e ty p h u s -s p o tte d fev er
2. M EIRA, J . A ., NÓBREGA, P . & g ro u p . J . A . M . A . , 116: 807-814, 1941.
AMATO NETO, V . — T o x o p la sm o se
a d q u irid a (fo rm a feb ril e x a n te m á ti­
ca) . C o n sid era çõ es c lín ic a s sô b re u m 4. SP IL B O R G H S, G . & FED ERICO , W.
caso ob servad o em a d u lto e d ia g n o s­ A. — T o x o p la sm o se a r tic u la r . A p re­
tic a d o p e la s p ro v a s so r o ló g ic a s. E fe i­ s e n ta d o n o VI C on g resso B ra sileiro
to te r a p ê u tic o do c lo r a n fe n ic o l. R ev. de R e u m a to lo g ia , r e a liza d o e m S ã o
H osp C lin. F a c . M ed. S. P a u lo , 7: 263- P a u lo , B ra sil, em ju lh o de 1966.
290, 1952.

Você também pode gostar