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INTRODUÇÃO

O Ponto critico de vendas, é um tema de estrema importância para a gestão de uma


empresa, de longo ou curto prazo para apoiar na tomada de decisões e logo para o sucesso
da empresa, a sua analise é feita a partir de indicadores cujo a fonte de informações está
associada a demonstração de resultados em custeio variável.
O estudo principal terá como o objectivo analisar o risco de negocio a partir da
classificação dos custos variáveis (Anabela Teixeira 2014).
No desenvolvimento das suas actividades de exploração, as empresas incorrem num
conjunto de custos, de diversas ordens que são factores necessários para a obtenção dos
proveitos e das receitas associadas a estas actividades. Um dos objectivos das empresas em
termos de gestão, como é natural é que os proveitos e as receitas ultrapassem os custos e as
despesas na medida em que tal situação configurara o certo e a obtenção de um resultado.
No respeitante a estrutura dos custos é possível estabelecer de acordo com um
critério de natureza uma distinção fundamental entre custos fixos e variáveis.
Correspondem a encargos que as empresas têm de suportar independentemente do volume
de vendas e/ou produção que obtiverem.
Podemos ter a renda de um edifício utilizado pela empresa e outros custos por ela
suportados, mesmo que o seu volume de produção ou Venda seja nulo. Os custos variáveis
têm uma natureza diferente caracterizando se pelo facto de estarem directamente associado
aos volumes de venda ou produção variando directamente com esses valores. A estrutura
de custos de uma empresa e assim um item de estrema importância para toda gestão.
A analise da relação dos custos, volume de vendas, lucro prejuízo pode ser feita
pelo estudo do ponto critico, denominado também como ponto morto, ponto de equilíbrio,
de limiar de rentabilidade ou break even-point. O ponto critico de vendas e o volume das
vendas é o nível de actividades que a empresa deve atingir para cobrir os custos (fixos e
variáveis) na qual o resultado é nulo, é o ponto em que a empresa não realiza lucro nem
prejuízo.
Para determinar o ponto critico de vendas o empreendedor deve saber:
 O preço do produto;
 Os custos associados ao que está ser vendido (custos variáveis);
 As despesas habituais a gestão de negócio (custos fixos).
O ponto critico de vendas permite a empresa:
 Calcular o montante das vendas a partir do qual a actividade é rentável;
 Determinar a data na qual a actividade torna-se rentável;
 Analisar a incidência da evolução do comportamento dos custos sobre a rentabilidade de
exploração;
 Estimar rapidamente os resultados previsionais.
Justificativa

Segundo o (Casper Libeiro 2010), definiu a justificativa como uma forma de


mostrar com factos e argumentos porque o projecto é importante e deve ser desenvolvido,
quais factores e ideias, e mostrar que o tema é importante e precisa ser estudado e qual a
relevância do tema.
Escolha do Tema: Escolheu-se o presente tema porque é pertinente e muito
importante na tomada de decisões e poucos empresários têm noção do ponto critico de
venda, não só para as empresas de grandes dimensões mas também para as empresas de
pequenas dimensões, nós como técnicos médios de contabilidade e gestão, sabendo que
ponto critico de venda é um ponto de equilíbrio entre os lucros e prejuízos e é um
indicativo que nos permite cobrir na integra todos os custos Fixos e Variáveis na empresa,
vamos ilustrar os passos a serem seguidos para se calcular o ponto critico de venda e fazer
uma analise para apoiar na tomada de decisões.
Situação problemática e Problema de Investigação

Descrever os principais problemas existentes a nível das empresas quanto ao ponto


crítico de vendas.
Problema: De que forma a analise de ponto crítico de vendas poderá ser utilizada
como um instrumento para o processo de tomada de decisões na empresa Erja Tec?
Definição do tema

O ponto critico de venda é um nível de actividades para qual os resultados


operacionais serão nulos, ou seja, a empresa atinge o limiar de rentabilidade, informa o
empresário sobre a facturação mínima necessária para cobrir os custos, informação esta
que muitas vezes é vital para a análise de viabilidade de um empreendimento ou adequação
da empresa ao mercado.

1.1 Delimitação Do Tema


O nosso tema está delimitado na analise de ponto critico de venda como um
instrumento no processo de tomada de decisões na empresa Erja Tec.

1.2 Objecto de estudo

Processo de determinação do ponto crítico de vendas.

Campo de Acção e Delimitação Temporal do Estudo

Análise do ponto critico de venda na empresa Erja Tec no período de 2019-202.

Objectivo Geral

Compreender como a análise do ponto crítico de vendas poderá ser utilizada como um
instrumento para o processo de tomada de decisões na empresa Erja Tec.

Objectivo específico

- Apresentar os elementos fundamentais sobre analise do ponto critico de venda como


instrumento no processo de tomada de decisões;

- Identificar os pontos fortes e fracos da empresa para se evitar qualquer tipo de riscos;

- Conhecer os riscos provocados pelos encobrimentos dos custos para uma boa gestão e
funcionamento da empresa;

1.9 Hipótese

H1-Analisar o ponto critico de venda que permitirá a boa gestão na empresa;

H2-Calcular o ponto critico de venda da empresa;

Metodologia

Este estudo permite a uma metodologia aplicada a analise de ponto critico de venda para
apoiar a tomada de decisões e logo para o sucesso da empresa, e a sua analise é feita a
partir de indicadores cujo a fonte de informações está associada a demostração de resultado
em custeio variável (Anabela Teixeira 2014)

CAPÍTULO – I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


1.1 Conceito de Risco

A noção de risco é proveniência nos séculos XVI e XVII e nesta época era associada
à insegurança marítima e aos perigos inerentes as longas viagens. O risco não era visto
apenas na vertente negativa, associava a ela também o sentido de oportunidade e
recompensa. (Kelly et al, 2006)

Existem vários conceitos de risco, no entanto é importante sublinhar as duas noções


de risco: a negativa e a positiva. É negativa quando o risco a suportar acarreta
probabilidade de perda ou incerteza e neste caso, quanto maior for a possibilidade de perda
a suportar maior será o risco na vertente negativa. Quando, por outro lado o risco a
suportar evidencia vantagens, então estamos perante a vertente positiva do risco.

O risco pode ser definido como a combinação de probabilidade de um


acontecimento e das suas consequências (ISO/IEC GUIDE 73, 2009:2). O simples facto de
existir actividade, abre a possibilidade de ocorrência de eventos ou situações cujas
consequências constituem oportunidades para obter vantagens (lado positivo) ou então
ameaças ao sucesso (lado negativo).

De uma forma geral, podemos definir o risco como um acontecimento futuro que
resulta de decisões tomadas hoje. O autor defende o risco na vertente positiva, pelo facto
de ser parte necessária da empresa e ser uma pré-condição para a inovação. Refere o autor
que, sem inovação o negócio poderá não ter continuidade. Na mesma senda, Kropp et al.
(1999) citado por Alves (2005), definem risco como algo ligado aos acontecimentos
incertos do futuro que por sua vez, podem influenciar o alcance dos objetivos estratégicos,
operacionais e financeiros da organização; acrescentando ainda que, a ligação do risco e a
sua boa gestão com o melhor desempenho das organizações, leva a uma possível criação
de valor para o accionista. Numa outra perspectiva mais negativista Nabais e Nabais
(2004:140), refere que “na análise financeira, o risco está relacionado com a probabilidade
de perda, levando a variação provável do futuro (Quanto maior for a probabilidade de
perda, maior será o risco).
1.1.1 Classificação dos Riscos

Antes de desenvolvermos a classificação dos riscos, é importante realçar as


diferentes atitudes face ao risco:
Adverso ao risco é aquela atitude onde o investidor acarreta risco acreditando que,
quanto maior for o risco, maior será a rendibilidade;
Indiferente: é a atitude em que o investidor não pondera o risco;
Jogador é o investidor que não tem medo de riscos, quanto maior for o risco, maior
a atracão de investir (Neves, 2012).
De seguida, apresentamos a classificação do risco em duas vertentes: A de
mercado e a contabilística.
Risco de Mercado ou Sistemático: está directamente ligado às condições do setor,
isto é, à sua evolução, bem como aos factores macroeconómicos tais como: políticos,
tecnológicos, económicos e sociais.
Relativamente à classificação do risco, na óptica do mercado verificamos:
 Risco Específico ou não sistemático: Envolve uma empresa específica e os eventuais
concorrentes directos;
 Risco de Mercado ou sistemático: Inclui todas as empresas ligadas ao sector.

Riscos na óptica contabilística:


 Risco Operacional: Ligado ao negócio da empresa, influenciando os fluxos de caixa
operacionais;
 Risco Financeiro: Tem haver com a estrutura de capital, bem como os seus fluxos e
gastos;
 Risco não corrente: Ligados aos gastos e ganhos de natureza extraordinária.

1.1.2 Risco do Negócio

Relativamente ao tema, iremos de seguida cingir-nos ao risco de mercado, com


maior destaque do primeiro onde se enquadra o risco de negócio.
Cada empresa tem suas próprias características, portanto possuem diferentes tipos
de riscos. Com tudo existem aqueles que são aplicáveis a toda organização.

Por exemplo:

Riscos de Mercado
Riscos de Reputação Riscos Estratégicos
Risco de Negócio
Riscos de E T I
Riscos de Crédito

Riscos Financeiro

Fonte: Elaboração própria

Tal como já referido, existem vários tipos de riscos conforme descrevemos no


quadro acima.
No entanto, relativamente aos riscos referenciados acima, o que iremos aprofundar
ao longo do estudo é o primeiro, mais concretamente, ao nível do Risco do Negócio.
Antes de se aprofundar esta temática, é importante referir que, para se identificarem
os fatores que influenciam o risco de negócio é indispensável o conhecimento desse
mesmo negócio. De acordo com a Diretriz Técnica 310 (1999) sobre o Conhecimento do
Negócio, diz que este facto implica três aspectos a citar:
 Conhecimento geral dos factores económicos;
 Conhecimento do sector de actividade: condições importantes que afectam o
negócio da entidade, inclui o risco do negócio (por exemplo, alta tecnologia, alta
moda, facilidade de entrada da concorrência no mercado);
 Conhecimento particular da Entidade: caraterísticas necessárias que compõem uma
organização (físicas, intelectual, financeiras, tecnológicas, cultura, etc.).
Desta forma, o conhecimento do negócio implica conhecer primeiro o meio
envolvente para se compreender o setor onde a entidade opera e, de igual modo, os riscos
inerentes ao negócio.
O risco de negócio está associado à actividade de exploração da empresa. Tem a ver
com a probabilidade do volume de negócio não ser suficiente para fazer face aos custos de
exploração.

O risco de negócio é visto como a incerteza ligada às projeções do resultado


operacional. Este por seu lado está relacionado diretamente com o negócio da empresa e a
correspondente estrutura de custos. (Nabais e Nabais, 2004)
Portanto, o risco de negócio, ou económico, varia de empresa para empresa, sendo
que as atividades ou o tipo de negócio são diferenciados.
Importa assim salientar que, os riscos não são iguais, principalmente o risco de
negócio que varia de sector para sector, mas também de empresa para empresa apesar de
pertencerem ao mesmo sector, isto porque, as decisões tomadas perante os mesmos factos,
podem ser deferentes.
1.1.3 A Demonstração dos Resultados e a necessidade de informação para
calcular o risco do negócio

Os gastos (ou custos) podem ser agrupados com vários objetivos e perspetivas e daí,
obterem-se classificações distintas, tais como, diretos e indiretos, industriais e não
industriais, administrativos, comerciais, financeiros, de produção, de venda, de pessoal, de
fornecimento e serviços externos, ou por serem fixos ou variáveis e em consequência,
várias formas de serem analisados e apresentados.
Relativamente à forma como estão organizados, há uma demonstração financeira de
excelência, que evidencia os gastos e os rendimentos e consequentemente os resultados e
estamos a falar da Demonstração dos Resultados que pode ser elaborada organizando os
gastos por “natureza” ou organizando os gastos por “funções” ou organizando os gastos
por serem “fixos” ou “variáveis”.
Para se analisar qualquer risco, existem normas ou regras a seguir. Primeiramente,
devemos saber qual o tipo de risco que queremos medir e de seguida, a necessidade de
informação que necessitamos ter para efetuar o seu cálculo. Identificado o tipo de risco que
pretendemos medir, faremos de seguida uma breve caraterização das Demonstrações de
Resultados, salientando a que diretamente nos permite calcular os indicadores do risco do
negócio.
No que se refere aos indicadores do risco do negócio, a principal fonte de
informação para o seu cálculo, é a Demonstração dos Resultados em Custeio Variável.
Volume de venda
Custos operacionais variáveis
1) Margem de contribuição
2) Custos operacionais fixos
3) Resultados operacionais
4) Custos financeiros líquidos
5) Resultados correntes
6) Resultados não corrente
7) Resultado antes do imposto
8) Imposto sobre o lucro
9) Resultado liquido
Tabela: Demostração de resultado em custeio variável

Fonte: Neves 2012

1.1.4 O custeio total e a Demonstração dos Resultados.

O sistema de custeio total ou por absorção é caraterizado por valorizar os produtos


acabados com a totalidade dos custos de produção, sejam eles variáveis ou fixos. Ou seja,
neste sistema os produtos fabricados estão em armazém com o total dos custos industriais e
por isso, só são custos do período à medida que a produção é vendida (Pereira e Franco,
1994).
Em 2007, Borges referiu que as caraterísticas qualitativas da informação financeira
eram: a Compreensibilidade, a Comparabilidade, a Relevância e a Fiabilidade. Para
garantir essas características, a estrutura e conteúdo das Demonstrações Financeiras, tendo
em conta o Sistema de Normalização Contabilística (SNC), deverão conter os seguintes
aspetos: (Pinto et. al, 2009).
1. O nome da Entidade;
2. Se as DRF abrangem uma Entidade individual ou um grupo;
3. A data do balanço ou período das DRF;
4. A moeda de apresentação; e
5. O nível de arredondamento usado nas DRF
De acordo com as necessidades de informação requerida pelo nosso estudo, das
Demonstrações Financeiras previstas, a Demonstração dos Resultados.
A Demonstração de resultado é um documento contabilístico que ao comparar os
rendimentos com os gastos, evidencia a formação dos resultados ou seja, este documento é
obtido apartir da comparação da classe 6 e 7 do plano de Conta no sistema de normalização
contabilista (SNC), e destq comparação apura se os resultados. Este documento organiza os
gastos da classe 6 uma vez pela natureza dos gastos ocorrido resultando a demonstração de
Resultado por natureza (DRN), outras vezes pelas funções que ocorrem dando origem a
demonstração de resultados por funções (DRF).
O resultado liquido do período evidenciado na DRF é exatamente igual do resultado
evidenciado na DRN.

Rubricas
1) Vendas e prestação de serviços (+)
2) Subsidio a explorar (+)
3) Ganhos e perdas associadas a empreendimento (+/-)
4) Variação nos inventários da empresa (+/-)
Tabela 1: modelo da DRN
5) Trabalhos para a própria empresa (+)
6) Custos das mercadorias vendidas e matérias consumidas (-)
7) Fornecimento e serviços externos (-)
8) Gastos com pessoal (-)
9) Imparidade de inventário (+/-)
10) Imparidade de dividas a receber (+/-)
11) Provisões aumentos (+/-)
12) Investimento não depreciáveis /amortização (+/-)
13) Aumento/redução dos justos de valores (+/-)
14) Outros rendimentos e ganho (+)
15) Outro ganhos e perdas (-)
16) Resultado antes da depreciação, gastos de financiamento e impostos (=)
17) Ganhos/ Reversões de depreciação e amortização (+/-)
18) Investimento depreciáveis/amortizados (+/-)
19) Resultado operacional antes do gasto de investimento e impostos (=)
20) Juros e rendimentos similares (+)
21) Juros e gastos similares suportados (-)
22) Resultado antes do imposto (=)
23) Imposto sobre o rendimento do período (+/-)
24) Resultado liquido do período (=)
Fonte: Adaptado do SNC. DL 158/2009
Tabela 2: Modelo da DRF
Rubricas
Vendas e prestações de serviços (+)
Custos das venda e dos serviços (-)
Resultado bruto (=)
Outros rendimentos (+)
Gasto de distribuição (-)
Gastos administrativos (-)
Gastos de investigação e desenvolvimento (-)
Outros gastos (-)
Resultado operacional (=)
Gastos de financiamento (Liquido) (-)
Resultado antes do imposto (=)
Imposto sobre o rendimento do período (+/-)
Resultado liquido do período (=)
Fontes: Adaptado do SNC, DL 158/2009
A tabela tem haver com a DRF que evidencia o resultado tendo em conta as
funções. Em quanto que a DRN apura os resultados de acordo a sua natureza.

1.1.5 O sistema de custeio variável e a Demonstração dos Resultados

Custeio variável é um sistema de custeio que apenas imputa aos produtos ou


serviços os custos variáveis industriais e por isso, apenas estes custos serão considerados
para efeitos de valorização dos inventários de produto acabado. Neste sistema de custeio,
os custos fixos industriais, são totalmente considerados custos do período em que ocorrem.
Assim, no custeio variável, os custos fixos são excluídos do custo de produção, dado que,
são os mesmos, independentemente da quantidade produzida. Face a esta caraterística
deste sistema de custeio, apenas quando a quantidade produzida iguala a quantidade
vendida, o resultado líquido do período evidenciado na DRCV, é exatamente igual ao do
resultado evidenciado na DRN e na DRF.
Para Moura (2005, p.129) referindo Koliver (2000), o custeio variável está
alicerçado na apropriação de todos os custos variáveis, quer sejam directos ou indirectos,
aos portadores finais dos custos (...). Ainda de acordo com o mesmo autor citando Datar
(2000), o custeio variável é o método de custeio de inventários em que todos os custos de
fabricação variáveis são considerados custos inventariáveis e onde todos os custos de
fabricação fixos são excluídos dos custos inventariáveis sendo sempre custos do período
em que ocorrem.
Moura (2005) resume o Custeio variável de seguinte forma:
 O método considera apenas os custos variáveis, como custo do produto;
 O resultado varia em função do volume das vendas;
 Os custos fixos não são considerados custos dos produtos;  Identifica a margem
de contribuição unitária e geral.
Munaretto e Diedrich (2007) referem também que o custeio variável consiste num
sistema de custeio onde o objeto de custo é valorizado apenas com os custos variáveis,
quer sejam diretos ou indiretos ao objeto de custo, sendo os custos fixos considerados
como elemento do resultado do período em que ocorrem e não como custos integrantes dos
produtos ou serviços produzidos pela empresa.
Os mesmos autores citando Martins (2001) acrescentam ainda que por esse motivo, na
valorização dos stocks de produto acabado, só são considerados, os custos variáveis
industriais.
Munaretto e Diedrich (2007) afirmam ainda que, um dos méritos do custeio variável,
é possibilitar a comparação entre os custos unitários, independente do volume de produção;
Referindo também que este sistema de custeio permite um melhor controlo dos custos
fixos, facilita a análise da relação custo/volume/resultado, uma vez que não atribui os
custos fixos aos produtos por meio de critérios arbitrários e por fim, que possibilita o
cálculo do ponto de crítico das vendas.
Dois dos inconvenientes deste método, segundo os mesmos autores, prendem-se com
o não ser aceite fiscalmente e por outro lado, não ter em conta os pressupostos previstos no
normativo contabilístico.
A organização dos gastos de uma organização, em variáveis e fixos, permite-nos
efetuar uma demonstração de resultados com outras caraterísticas e que nos vai permitir
efetuar outro tipo de análises, determinantes para apoiar a gestão, tal como, calcular
indicadores que permitam medir o risco do negocio.

1.1.6 Caraterização e comportamento dos gastos face à actividade

Ainda que atualmente não tenha a mesma relevância, a verdade é que, ao longo dos
anos, um dos aspetos extremamente relevantes na definição do preço de venda, eram os
gastos, isto porque, conhecendo-se os gastos totais de um bem, conseguimos saber se o
volume de venda é suficiente para gerar resultados positivos.
O conhecimento do comportamento ainda que atualmente não tenha a mesma
relevância, a verdade é que, ao longo dos anos, um dos aspetos extremamente relevantes na
definição do preço de venda, eram os gastos, isto porque, conhecendo-se os gastos totais de
um bem, conseguimos saber se o volume de venda é suficiente para gerar resultados
positivos. Dos gastos ajuda um gestor a tomar decisões. Um produto com gastos elevados,
pode não gerar margem suficiente para obter resultados positivos.
Neste ponto, iremos caracterizar os variados tipos de gastos e relacionar o seu
comportamento face à actividade da empresa. Como já referenciámos, os gastos podem ser
classificados de várias formas, nomeadamente, quanto ao volume de produção.
Souza, (2013) citando Padoveze (2004), referem que os gastos podem ser
classificados em directos ou indirectos, contudo, esta classificação somente se torna
necessária caso a empresa possua actividades operacionais com as quais os gastos possam
ser relacionados. A partir desta classificação é possível, por exemplo, fazer a atribuição de
gastos a actividades/produtos específicos da empresa. Os mesmos autores, citando agora
Ferreira (2010), referem que gastos directos são aqueles que são direccionados ou
específicos de cada produto fabricado; os gastos indirectos são tradicionalmente atribuídos
aos produtos fabricados através de bases de repartição, por não serem identificados de
forma precisa no cálculo do custo de cada produto.
Portanto, custos directos são aqueles que são identificados inequivocamente com o
objecto de custo e por isso é um gasto específico; já os gastos indirectos não podem ser
identificados de forma clara com o objecto de custo.
Uma outra classificação dos custos tem a ver com a sua variação ou não com a
actividade, sendo por isso, de natureza variável ou fixo. Souza, et al (2013:58) referem que
“custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos, quaisquer que sejam o volume de
produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguer da fábrica. Este será cobrado pelo
mesmo valor, com qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso de a fábrica
nada produzir”. Ainda de acordo com os mesmos autores, custos variáveis são aqueles que,
variam com a actividade alterando-se em função do volume de produção da empresa.
Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver produção, não há consumo e por isso,
o seu custo será nulo. Os gastos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção.
Ou seja, estes gastos acompanham, no mesmo sentido, a diminuição ou aumento
verificado no nível de produção. Portanto, esses gastos variam com o nível de actividade.
São exemplo as matérias-primas, transporte de mercadorias, energia, água ligadas ao
processo produtivo. Assim, quanto mais produzirmos, maior será o nível de gastos; Já os
gastos fixos não se alteram com o nível de actividade. A sua variação a ocorrer, é no médio
ou longo prazo e não com o volume de produção verificado no período. São exemplo
destes gastos, as depreciações e as rendas dos edifícios.
Jordan, Neves e Rodrigues, 2011 mencionam que há três tipologias de custos
variáveis: Proporcionais (variam em proporção à actividade); Degressivos (variam menos
que proporcional à actividade); e Progressivos (variam mais que proporcional à
actividade).
Wernke (2004) citado por Santos, et al (2008:81), refere que custos fixos são
aqueles que tendem a manter-se constantes mesmo que existam alterações da actividade
operacional, sendo por isso, independentes do volume de produção. São os custos que não
têm o seu montante fixado em função de oscilações na actividade, ou seja, sem vínculo
com o aumento ou diminuição da produção. (A concretização da decisão de construção de
edifícios ou de investimentos em novas máquinas leva algum tempo, logo, o aumento da
capacidade instalada numa empresa não se altera a curto prazo e por isso, esses tipos de
gastos mantêm-se constantes dentro de um certo nível de actividade).

1.1.7 ADRCV e os indicadores que medem o risco de negócio

A demonstração de resultados engloba os custos e perdas suportadas, e os proveitos


e ganhos obtidos pela empresa no exercício económico.

A demonstração de resultados oferece uma síntese financeira dos resultados


operacionais e não operacionais de uma empresa em certo período embora sejam
elaborados anualmente para fins lagas de divulgação, em geral são feitas mensalmente para
fins administrativos e trimestralmente para fins fiscais.

A correta elaboração da DR não deve ser apenas um relatório contabilístico, ele


deve ser principalmente um documento gerencial tão importante ou mas que contábil,
demonstração de resultados permite nos fazer a leitura financeira de forma rápida e
eficiente fazendo as intervenções necessárias apara a manutenção da sustentabilidade.

Os indicadores que medem o risco de negocio são:

Na capacidade de um administrador para


conseguir produtos mais elevados em
relação aos insumos necessários para
Eficiência obtê-los.
Na qualidade daquilo que compre com as
Eficácia metas planejadas ou seja uma
caraterística pertencente aos resultados
alcançados.
Na capacidade de produzir e manter um
Efectividade efeito que pode positivo ou negativo
consequentemente ao que é efectivo.
Fonte: elaboração própria

1.1.8 O Ponto Crítico Das Vendas

Devido ao diferente comportamento dos custos face a alterações no nível de


actividade, Ferreira At Al (2014) considera-se que o gestor se depara com uma questão
primordial;
-Quantas unidades deverá produzir e vender para que a empresa não tenha prejuízo?
A resposta a esta equação leva ao conceito de ponto crítico de venda, que é nada
mais nada menos, o nível de actividadde para qual as empresas, não têm lucros nem
prejuízo, ou seja, os gastos igualam-se aos rendimentos.
Segundo Caiado (2009), esta analise, pode ser utilizada para os períodos passados,
no entanto torna-se mais útil para períodos futuros, servindo de guia para o planeamento
especialmente se guardar uma expansão ou restrição nos negócios. O rigor das estimativas
utilizadas influencia directamente a consequência desta analise.
O autor considera ainda que o calculo do ponto critico pode ser determinado através
da resolução de uma equação pelo rácio da margem de contribuição e por analise gráfica.

Representação Gráfica

Pela analise detalhada ao gráfico podemos verificar que no eixo Horizontal se


representa as quantidades a produzir e a vender e no eixo Vertical os valores das vendas e
dos custos totais. Os custos totais, representam-se pela junção da função dos custos fixos e
variáveis, tornando-se numa função do nível de actividade tal como as vendas.

Segundo Horngrem (2012), o método da equação e da margem de contribuição são


mais uteis, quando os gerentes pretendem calcular o resultado operacional com poucos
níveis específicos de vendas. O método do gráfico permite a este visualizar a relação
existente entre as unidades vendidas e o resultado operacional numa ampla gama de
quantidades vendidas, cada um destes métodos, é útil para diferentes decisões.

O ponto critico em quantidade utiliza-se nas empresas que produzem e


comercializam um único produto, oque constitui uma importante limitação, uma vez que a
generalidade das empresas que comercializam mais de um produto (Ferreira 2014).

Para calcular o ponto crítico em quantidade temos:


CF CF
Q = (pv – cv) OU Q =
MCv
Para determinar o ponto crítico das vendas em valores considera-se ainda que basta
multiplicar as quantidades do ponto crítico pelo preço da venda. Se na expressão obtida
anteriormente multiplicarmos as quantidades pelo preço de venda temos:
CF CF
V = PV X OU V= X PV
PV - CV MCV

O Ponto crítico expresso em valor traduz o valor das vendas que a empresa
necessita de alcançar na qual não tenha lucro nem prejuízo Ferreira (2014).

O PCV é um importante indicador do risco de negocio numa perspectiva de curto


prazo permitindo apoiar as decisões operacionais. Através da sua analise, a empresa
consegue controlar o comportamento dos preços, quantidade, custos fixos e variáveis e
saber então qual a quantidade necessária a se produzir de forma a ter um determinado nível
de resultado. Desta forma consideramos que a informação deste indicador, que é de
simples cálculo é fundamental numa organização.

Custos variáveis: São custos que variam diretamente com o número de unidades
produzidas ou vendidas.

Custos fixos: são custos relativamente constantes independentemente da


quantidade de unidade produzida ou vendida.
Margem Bruta: Corresponde a diferença entre o preços de venda e o preço de
custos suportado pela empresa.

Margem bruta = preço de venda - preço de custo

1.1.9 Margem de segurança

Margem de segurança indica quando pode ocorrer quedas nas vendas antes que a
empresa começa a operar com prejuízo, a margem de segurança é representada pela
diferença entre as vendas totais e o montante de vendas necessárias para atingir o ponto de
equilíbrio, consequentemente representa o quanto a empresa pode cair sem que haja
prejuízo das vendas.

A margem de segurança é um indicador estático do risco económico de exploração,


este indicador dá-nos a percentagem do volume de actividade efectivamente praticada para
alem do ponto crítico. Para calcular a margem de segurança temos que conhecer sempre,
previamente o ponto crítico das vendas (em valores ou em quantidade).

Só tem sentido calcular este indicador quando a empresa já apresenta lucros, ou


seja, já passou valor apresentado pelo ponto crítico das vendas.

MS = ( Qr – Q*) / Q* x 100

Q’ - Q
MS = x 100
Q
Sendo assim, saber o que é e como funciona a margem de segurança pode ser
fundamental na hora de investir levando em consideração analise fundamentalista. Margem
de segurança pode ser definida como a diferença entre o preço que o ativo está a ser
negociado e o seu valor intrínseco, sendo assim a margem de segurança é fundamental na
bordagem de investimento em valor, uma vez que permite a entrada na empresa com os
preços descontados.

Muitos investidores fazem o uso deste conceito quando desejam comprar acções de
uma empresa e esperam oportunidade para comprar o ativo de forma a descontar, isto é, a
baixo do seu valor intrínseco. Neste sentido, outro cenário seria um investidor que compraa
algum ativo com um preço atrativo e assimetria positiva, de acordo com avaliação da
pessoa, ou seja, tem pouco para cair e muito para subir.

1.2.1 Grau de alavanca operacional

Grau de alavanca operacional consiste em buscar meio de utilizar menores recursos


próprios para o negócio conseguir, mas resultados na forma de receitas. O Grau de
alavanca operacional, portanto, serve para apresentar a capacidade de gerara mais receitas
em alterar os custos fixos.

Uma empresa com elevado peso de custos fixos, diz-se na terminologia financeira
que tem um grau de alavanca operacional que significa que uma pequena variação
percentual no volume de negocio tem um impacto mais que proporcional nos resultados
operacionais. O GAO será tanto maior quanto mais próximo o volume de vendas da
empresa estiver no seu ponto critico operacional Neves (2005).

GAO, já que reflete no comportamento da empresa em relação ao nível de produção


e, consequentemente na lucratividade. Assim como para a alavanca financeira, é
importante ter um eficiente controlo interno no que diz respeito a avaliação do índice de
alavanca operacional, já que isso apoiará a tomada de decisões em relação a empresa.

Por fim, não há duvidas de que quanto mais a organização utiliza a alavanca
operacional e financeira mais ela pode ganhar em escala e aumentar os lucros. Renata de
Camargo (2017).

GAO é muito utilizado em finanças, contabilidade gerêncial e em analises das


demostrações contábeis.

O GAO é medido da seguinte forma:

GAO = margem de contribuição /Resultado operacional.

1.2.2 Analises de Sensibilidades e a Gestão do Custo Operacional

Clarke (2006) afirma que analise de sensibilidade é utilizada para determinar a


sensibilidade dos resultados, sempre que se altera os pressupostos iniciais. Assim para se
medir a sensibilidade do valor do indicador que pretendemos analisar, terá de se fazer
variar isoladamente cada variável, mantendo-se constante os outros parâmetros. Esta
analise pode ser fundamental no apoio ao gestor para tomada de decisão, pois evidencia a
que terá maior e menor impacto.

A analise de sensibilidade aplicada ao calculo dos indicadores de riscos,


nomeadamente ao ponto crítico das vendas pode através de diferentes cenários ajudar a
perceber como o impacto n o resultado operacional quando se faz variar, isoladamente o
preço da venda, a quantidade vendida (volume de negócio) e a estrutura dos custos.

De acordo Ferreira (2004), analise de sensibilidade apresenta algumas limitações


que trem a ver com alteração de uma nova variável que implica voltar ao ponto de partida,
sendo que esta analise só permite averiguar uma variável de forma isolada.

Consideramos que o conhecimento ou a informação de impacto nos resultados


operacionais, podem fazer a diferença na decisão tomada seja boa ou não para uma
organização, uma vez que lhe permite antecipar, um eventual problema. Por outro lado, a
analise de sensibilidade é igualmente a um método que permite avaliar o risco económico,
caso se pretenda averiguar qual a influência de uma variação percentual isolada ou
simultânea (Previamente fixada), nos preços de venda, nas quantidades vendidas e nos
custos, sobre o resultado de exploração. Carrilho (2005).

Capítulo II- Análise e Discussão dos dados (“Estudo de caso”)

Apresentação da Empresa
PCN, S.A. é uma empresa Angolana de referência no setor das rochas ornamentais,
com presença, através de participações estratégicas, na África e na América do Sul.

A sociedade tem como objecto social, a actividade de extração de mármores e


outras rochas carbonatas, assim como de produção e comercialização de artigos de
mármore e de rochas similares identificado pelo Código das Actividades Económicas
(CAE) n.º 23701. Como actividade secundária, desenvolve a comercialização e
representação de materiais e equipamentos de construção. A sociedade tem um capital
social totalmente subscrito e realizado de 1.000.000,00 kz, tendo sido constituída em 02 de
Dezembro de 2005

O seu portfólio é composto por diversas tipologias de produtos de pedra natural,


que se distinguem entre si por incorporarem diferentes graus de transformação, oferecendo
assim, blocos de pedra; chapas; ladrilho para pavimento e revestimento e peças de linha de
obra e cantaria. Os produtos são: calcários, rústico, mármore, travertino, granito, pedras de
cor e ónix.

Tem como Visão, Missão e Valores

Visão - Ser a empresa portuguesa de referência, no setor da pedra natural, nos


mercados onde atua.

Missão - Criar valor para os acionistas, clientes, colaboradores e sociedades em que


se insere, atuando em toda a cadeia de valor da pedra natural com ambição, inovação e de
forma sustentável.

Valores - Orientação para o cliente; Empreendedorismo; Inovação, sustentabilidade


e respeito pelo meio ambiente; Responsabilidade social e respeito pelas condições de
segurança e saúde no trabalho; Integridade e transparência.

Análise histórica da empresa PCN, S.A


Após efectuarmos uma breve carateização da empresa PCN, S.A., iremos
apresentar a partir da informação obtida nos Balanços e Demonstração dos Resultados para
o período de 2018 a 2021, alguns gráficos que nos permitem visualizar a evolução da
empresa nesse período.

Gráfico 2 Evolução do Activo

Evolução do Activo
12000000

10000000

8000000

6000000

4000000

2000000

0
2018 2019 2020 2021

Activo não corrente Activo corrente Total do Activo

Fonte: Elaboração Própria

No que se refere à evolução temporal do activo, durante os quatros anos em análise,


verifica-se em termos totais que o seu valor, se situa sempre acima dos 10.000.000,00,
atingindo o seu valor máximo em 2021 com 11.258.469,11. Da análise do gráfico
evidenciase ainda que é bastante ligeira a oscilação no total do ativo de um ano para o
outro.

Analisando a decomposição do activo em corrente e não corrente, verificamos que


em qualquer dos anos o activo não corrente apresenta valores superiores ao activo corrente
e ainda que, o seu valor mais alto (em 2021) ronda, os 6.288.418,06. O activo não corrente
de 2018, 2019, 2020.

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