Você está na página 1de 5

FATORES QUE CONTROLAM A SEDIMENTAÇÃ O

A sedimentação é o resultado da interação entre o suprimento sedimentar, o retrabalhamento


e modificação destes sedimentos por processos físicos, químicos e biológicos e as variações no
espaço de acomodação (Reading 1996). A sedimentação é controlada por processos
autogênicos e alogênicos (Catuneanu 2006). Os autogênicos influenciam a arquitetura interna
das sucessões sedimentares e têm sua importância atribuída a menores escalas de observação.
Os alogênicos são externos à bacia sedimentar, relacionados às variações eustáticas, tectônica
e clima (Catuneanu, 2011). O suprimento sedimentar se refere à quantidade e ao tipo dos
sedimentos trazidos das áreas-fonte para a bacia pela gravidade, água e vento (Catuneanu,
2006). É influenciado principalmente pelo clima e tectônica, que exercem controle na litologia,
no local de deposição e no padrão de empilhamento dos elementos deposicionais. O
suprimento sedimentar contribui tanto com a destruição como na criação da paleobatimetria
(espaço de acomodação). Apresenta relação importante com a energia de fluxo do sistema, o
equilíbrio entre a energia do agente transportador e sua carga sedimentar controla a
ocorrência de erosão ou deposição e as mudanças neste equilíbrio podem ser causadas por
qualquer um dos fatores alogênicos (Catuneanu, 2006).

NÍVEL DE BASE E ESPAÇO DE ACOMODAÇÃO

O nível de base refere-se a uma superfície dinâmica na qual tanto a erosão como a deposição
marinha podem ocorrer (Catuneanu, 2002). O posicionamento desta superfície varia de acordo
com as mudanças eustáticas e tectônicas, mas ela está geralmente localizada logo abaixo do
nível do mar. Seu conceito também pode ser aplicado para ambientes continentais, neste caso,
utiliza-se o termo “perfil de equilíbrio fluvial” (Figura 5). Este equilíbrio é atingido quando o rio
consegue transportar sua carga sedimentar sem causar erosão ou assoreamento dos canais
fluviais (Leopold e Bull, 1979). A utilização do nível de base definido na linha costeira
juntamente com o perfil de equilíbrio fluvial permite determinar um nível de base
estratigráfico que define uma superfície de equilíbrio entre a erosão e a deposição tanto em
ambientes fluviais (continentais) como costeiros (Catuneanu, 2002)

Para que ocorra a deposição dos sedimentos é necessário que exista espaço de acomodação
suficiente. O espaço de acomodação é o espaço disponível, dentro de um sistema sedimentar,
que pode ser preenchido durante um ciclo de deposição. A criação ou destruição do espaço de
acomodação está diretamente relacionada às variações do nível de base, mas também são
dependentes de fatores como o aporte sedimentar e as mudanças da energia do sistema. O
tectonismo e a eustasia exercem o principal controle na criação do espaço de acomodação,
através da formação de feições geomorfológicas e bacias sedimentares e das variações do
nível do mar. A subsidência em uma bacia é sem dúvida o principal mecanismo para a criação
de espaço de acomodação (Catuneanu, 2006). As variações climáticas podem ser controladas
pela força orbital, que causam a mudanças globais, ou pelos processos tectônicos, que tendem
a atingir escalas mais locais. O clima afeta a criação de espaço de acomodação através das
mudanças na eustasia, mas também influencia na energia dos processos deposicionais. De
acordo com Catuneanu (2006), o clima também é capaz de controlar o suprimento sedimentar
e a eficiência dos processos de intemperismo e erosão.
SISTEMA DEPOSICIONAL DELTAICO-MARINHO RASO

De acordo com Elliott (1986 apud Bhattacharya, 2006) os deltas são protuberâncias da linha de
costa formadas nos locais em que os rios encontram oceanos, mares parcialmente fechados ou
lagoas e são fundamentalmente regressivos em sua natureza (Dalrymple, 1999 apud
Bhattacharya, 2006). O processo de deposição está relacionado ao fato de os rios perderem
sua competência de transportar sedimentos ao encontrarem um corpo de água estável.

Os deltas possuem três principais ambientes de deposição: planície deltaica, frente deltaica e
prodelta. O primeiro é caracterizado pela presença de canais distributários, e inclui uma
grande variedade de sub-ambientes como pântanos, planícies de maré, lagoas e baías
interdistributárias. A frente deltaica é definida como a área dominada por sedimentos mais
grosseiros (areia e cascalho) e o prodelta trata-se da área mais distal, em que sedimentos finos
se depositam a partir da suspensão. Na área estudada foram identificados dois desses
ambientes: a frente deltaica e prodelta.

SISTEMA DEPOSICIONAL MARINHO PROFUNDO

De acordo com Reineck e Singh (1973) os ambientes deposicionais mais importantes em


contextos marinhos são as margens continentais, aonde se depositam sedimento detríticos, e
as bacias oceânicas, aonde se depositam a maioria dos sedimentos pelágicos. A maior parte
desses sedimentos é originada na plataforma continental e um dos mecanismos de transporte
mais comuns são os fluxos gravitacionais e as plumas que transportam os sedimentos finos em
suspensão (Boggs 2006). Os fluxos gravitacionais são influenciados por parâmetros como
tectonismo, clima, aporte sedimentar e as variações do nível do mar, que apesar de não
atingirem os ambientes marinhos profundos afetam a região costeira, sua principal área-fonte,
e influenciam no suprimento sedimentar.

Ambiente de sedimentação marinho.

O fundo oceânico, em sua grande extensão está coberto por camadas de sedimentos. O
sedimento é formado por partículas oriundas do continente, de atividades biológicas, de
processos químicos na água e ocasionalmente do espaço. As camadas de sedimentos marinhos
é mais espessas nas margens continentais e mais delgada nas regiões próximas as cordilheiras
oceânicasativas.

Os sedimentos são classificados de acordo com o tamanho das partículas, pela fonte,
localização ou cor.

Os sedimentos originados a partir dos processos de intemperismo e erosão das rochas no


continente ou em ilhas, de erupções vulcânicas e de poeira trazidas por ventos recebem o
nome de sedimentos terrígenos ou sedimentos silici-clásticos e são os mais abundantes. Os
sedimentosbiogênicos são o segundo tipo de sedimento marinho mais abundante. Como o
próprio nome diz, são sedimentos de origem orgânica. Os compostos de silício e calcário,
originalmente introduzidos no oceanos pelos rios ou dissolvidos nas dorsais oceânicas, são os
principais componentes desse sedimento de origem biológica. Tanto o silício como o calcário
foram extraídos da água do mar a partir das atividade deminúsculas algas e animais que
constroem suas conchas e esqueletos de proteção. Sedimentos hidrogênicos ou autigênicos,
são minerais que precipitam diretamente da água do mar, são gerados a partir de rochas
submersas e sedimentos, compostos lixiviados da crosta recém-formada nas dorsais oceânicas,
material das fontes hidrotermais e substancias que fluem pela descarga dos rios para o mar.

Os sedimentosmais importantes são os nódulos de manganês e os de fosforita, presente em


algumas porções de margens continentais. Os sedimentos cosmogênicos, são de origem
extraterrestre, e são os menos abundantes (GARRISON 2010). Os sedimentos vulcanogênicos
originados da degradação de rochas vulcânicas e depositados sob a forma de camadas
sedimentares (CPRM).

Os ambientes marinhos geralmente sãosubdivididos de acordo com a profundidade da água,


alternativamente pode ser classificados com base na distância até a margem continental e com
a declividade do fundo e a profundidade das águas, em plataforma continental, talude
continental e sopé continental.

A plataforma continental é o ambiente mais raso, atinge no máximo 200m de profundidade.


Apresenta pouca declividade e constitui um ambiente dedeposição e acumulação de partículas
detríticas originadas dos continentes. São recoberta por sedimentos de origem continental
trazidos principalmente pelos rios, mas também por geleiras e ventos, e abriga importantes
concentrações de recursos minerais, fornecendo também grande parte da produção atual de
petróleo. As águas oceânicas acima da plataforma e fora da influência das marés constituem,
doponto de vista biológico, a zona nerítica, a mais importante para a pesca.

Deltas São feições progradacionais associadas a depósitos sedimentares fluviais retrabalhados


por energias marinhas Tem-se varias definições:  Barrell (1912) usou o termo delta para
designar um depósito parcialmente subaéreo construído por um rio no encontro com um
corpo permanente de água.  Bates (1953) definiu um delta como depósito sedimentar
construído por fluxo de água dentro de um corpo permanente de água.  Wright (1978) define
um delta como acumulações costeiras subaquosas e subaéreas, construídas a partir de
sedimentos trazidos por um rio, adjacentes ou em estreita proximidade com o mesmo,
incluindo os depósitos reafeiçoados secundariamente pelos diversos agentes da bacia
receptora, tais como ondas correntes e marés.

Formação dos Deltas Para a formação do delta é necessário que um rio (corrente aquosa),
transporte carga sedimentar e flua rumo a um corpo permanente de água em relativo
repouso. Além disso, para que a carga sedimentar transportada por um rio se acumule junto a
sua foz e resulte na formação de um delta os seguintes fatores são fundamentais (SUGUIO,
2003):  Regime fluvial  Processos costeiros  Fatores climáticos  Comportamento estrutural
do sitio deposicional

Tipologia dos Deltas Devido as interações entre a dinâmica fluvial e a marinha, diferentes
critérios têm sido utilizados na classificação de deltas (SUGUIO, 2003) : - Lyell (1832) –
considerando a bacia receptora classificou os deltas em: • Continentais – são encontrados na
foz dos rios que deságuam em lagoas ou em outros rios; • Marinhos ou oceânicos – localizam-
se na foz dos rios que deságuam nos oceanos ou mares, sendo constituídos por depósitos
aluviais e fluviomarinhos. - Scott e Fisher (1969) estabeleceram dois grandes grupos de deltas:
• Deltas construtivos • Deltas destrutivos

Estuários  Em termos geológicos, estuário é a terminação de uma vale afogado durante


eventos transgressivos, que recebe sedimentos tanto de fontes fluviais quanto marinhas.. •
ponto de vista oceanográfico, os estuários foram definidos por Pritchard (1967) como corpos
d’água costeiros, semiconfinados, onde ocorre a mistura de água doce, proveniente do
continente, com água salgada do oceano.

12. Com relação a salinidade • zona estuarina fluvial, região mais interna do estuário
fortemente relacionada com o aporte fluvial com salinidades menores que 1 • zona estuarina
média apresenta salinidades variando de 1 a 35, onde ocorre a intensa mistura entre as águas
salgadas e doces • zona estuarina costeira ou desembocadura onde a forçante marinha
(marés, ondas e correntes) predomina.

Os estuários são também classificados em função do grau de estratificação (Stommel, 1953): •


Estuários verticalmente homogêneos: Nestes, a água é misturada verticalmente e os estuários.
são homogêneos da superfície ate o fundo, em cada local em particular do estuário. A
salinidade aumenta ao longo do estuário, da cabeceira à boca. • Estuários moderadamente
estratificados: Nestes, a salinidade aumenta mais próximo ao mar, mas a água apresenta duas
camadas; a camada de superfície é menos salina que a do fundo, havendo mistura entre elas.
Estes estuários são normalmente rasos e controlados pelos rios. • Estuários fortemente
estratificados: Nestes, na camada de superfície, a salinidade aumenta de quase zero (no rio) a
valores próximos aos encontrados no oceano (na extremidade aberta); entretanto, na camada
de fundo, se tem uma salinidade praticamente uniforme, da cabeceira para a boca.

Ambientes deposicionais Ambientes deposicionais são ambientes de sedimentação, locais


envolvidos no processo de formação das rochas sedimentares. Então, para que possamos
ententer este processo é necessário revisar alguns conceitos de rochas sedimentares e os
processos envolvidos na formação destas. As rochas sedimentares ocupam
aproximadamente 5% do volume da crosta terreste. São importantes recursos econômicos
através do carvão mineral, petróleo, gás mineral e outros materais importantes para a
construção civil como areia, calcário e cascalho. Sedimentos são materiais resultante de
processos de desagregação, decomposição e retrabalhamento de qualquer tipo de rocha
pre-existente. São produtos de processo de intemperismo e erosão. Podem conter materia
orgânica ou fósseis1. Os sedimentos formam as rochas sedimentares, ambos estão
diretamente envolvidos durante os estágios de superfície do Ciclo das Rochas. Estes estágios
compreendem a exposição das rochas formadas no interior da crosta (trazidas a tona por
processo de tectonismo) até o retorno a esta através do soterramento2. Processos
geológicos como intemperismo, transporte, sedimentação e diogenese produzem
sedimentos e rochas sedimentares,
Estuário de são francisco

Nas desembocaduras de rios nos mares, temos um ambiente de transição típico, os


estuários. Eles englobam a foz do rio e as terras vizinhas. Nessas regiões existe grande
variação na salinidade em função dos fluxos de maré.Os estuários têm grande quantidade de
nutrientes e muita produtividade. São também o berçário de muitas espécies de peixes e
crustáceos. Tanto a maré como o rio trazem nutrientes para essas áreas. Aparecem aí
caranguejos, camarões e peixes (como linguado e o bacalhau pequeno). Muitas espécies de
pássaros, como a garça e os pelicanos, voam para os estuários, a fim de se alimentar.

https://pt.slideshare.net/girlenevirginia/deltas-e-esturios

Você também pode gostar