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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CCET- DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA


GEOLOGIA GERAL 1

Estruturas sedimentares

DISCENTE
Maria Eduarda Dalila Costa de Oliveira

Natal/RN

Relatório sobre Estruturas Sedimentares


Introdução:

As estruturas sedimentares são características observadas em rochas sedimentares


que fornecem informações valiosas sobre os processos de deposição e pós-deposição que
ocorreram ao longo do tempo geológico. Essas estruturas são formadas por diversos
mecanismos, como a ação da água, do vento e da gravidade, e podem revelar pistas
importantes sobre as condições ambientais em que os sedimentos foram depositados.
Neste relatório detalhado, abordaremos as principais estruturas sedimentares, suas
características e implicações geológicas.

Como as rochas sedimentares se formam?


Sabemos que a formação das rochas sedimentares acontece pela junção de inúmeros
sedimentos. No entanto, essa união de pequenas partículas manifesta-se em duas etapas
denominadas, respectivamente, por sedimentogênese e diagênese.

a) sedimentogênese: ocorre através da sucessão dos processos de meteorização, erosão,


transporte e sedimentação. Apesar dessa série de nomes, é um processo simples e de fácil
compreensão. Vejamos:

Sequência da sedimentogênese
b) diagênese: ocorre após a sedimentogênese e engloba uma série de processos físico-
químicos responsáveis por dar coesão aos sedimentos, formando, assim, as rochas
sedimentares propriamente ditas. Ela manifesta-se a partir dos processos de compactação
e cimentação.
A compactação ocorre quando as várias camadas de sedimentos vão sendo
depositadas umas sobre as outras. Assim, o peso e a pressão exercidos sobre as camadas
mais inferiores agem no sentido de compactar as partículas de rochas então dispersas. Em
seguida, durante a cimentação, as camadas desidratam-se e unem-se, formando,
finalmente, as rochas.

1. Estratificação:
A estratificação é a disposição em camadas que ocorre em rochas sedimentares.
Essas camadas, chamadas de estratos, são formadas pela deposição sucessiva de
sedimentos ao longo do tempo. A estratificação pode ocorrer em diferentes escalas, desde
camadas milimétricas até camadas que se estendem por quilômetros. Cada estrato pode
variar em espessura, composição, textura e cor, refletindo as mudanças nas condições
ambientais e nos processos deposicionais que ocorreram durante sua formação. A análise
dos estratos e sua relação vertical e lateral permitem reconstruir a sequência de eventos
que ocorreram na história geológica da área.

2. Laminação:
A laminação refere-se às camadas finas que ocorrem dentro dos estratos
sedimentares. Elas são formadas por sucessivas deposições de sedimentos mais finos,
como argilas e siltes, que são separados por interfaces distintas. A laminação pode ser
observada a olho nu ou com auxílio de lentes de aumento. Ela pode ser planar (paralela
ao plano de estratificação) ou cruzada (inclinada em relação ao plano de estratificação).
A presença de laminação cruzada indica a ação de correntes de água ou ventos que movem
os sedimentos de forma assimétrica ao longo do tempo. A laminação planar, por outro
lado, sugere um ambiente mais calmo de deposição, como lagos ou áreas de baixa energia.

3. Estratificação Cruzada:
A estratificação cruzada é caracterizada por camadas inclinadas dentro dos
estratos sedimentares. Essas camadas inclinadas são formadas pela ação de correntes de
água ou ventos, que transportam os sedimentos em determinada direção. As camadas
inclinadas podem apresentar diferentes formas, como cruzadas planas, cruzadas oblíquas
e cruzadas sinuosas. A inclinação das camadas pode variar de acordo com a velocidade e
a direção da corrente ou do vento, permitindo reconstruir a direção do fluxo em tempos
passados. A análise dessas estruturas é fundamental para entender os padrões de
transporte sedimentar e os ambientes de deposição associados.

4. Gradação:
A gradação é uma transição gradual nas características dos sedimentos dentro de
uma camada ou entre camadas adjacentes. Pode ocorrer uma mudança na granulometria
(tamanho dos grãos), na composição mineralógica ou na estrutura interna dos sedimentos.
A gradação é geralmente causada por uma variação nas condições de transporte e
deposição dos sedimentos ao longo do tempo. Por exemplo, em uma única camada,
podem ocorrer sedimentos mais finos na base, gradualmente se tornando mais grossos
em direção ao topo. A análise da gradação pode fornecer informações sobre as mudanças
nas condições hidrodinâmicas ou na energia do ambiente de deposição.

5. Ripple Marks:
As ripple marks são ondulações ou marcas de pequena escala que ocorrem na
superfície de estratos sedimentares. Elas são formadas pela ação de correntes de água ou
ventos, que movem os sedimentos e criam pequenos relevos na superfície. As ripple
marks podem ser simétricas (ondulações de ida e volta) ou assimétricas (ondulações com
uma inclinação mais acentuada em uma direção). A análise das ripple marks pode
fornecer informações sobre a velocidade e a direção do fluxo que as formou. Além disso,
as ripple marks podem indicar a energia do ambiente de deposição e a presença de
correntes unidirecionais ou oscilatórias.

6. Mudcracks:
As mudcracks são fissuras que se formam na superfície de lama ou argila após a
desidratação e contração do material. Elas são geralmente em forma de polígonos e
indicam períodos de secagem intermitente de sedimentos úmidos. As mudcracks são
importantes indicadores de ambientes deposicionais com alternância entre períodos
úmidos e secos, como margens de lagos, rios temporários e áreas sujeitas a variações
sazonais. A análise das mudcracks pode fornecer informações sobre a duração e a
intensidade dos períodos de secagem, bem como a taxa de evaporação.

7. Bioturbação:
A bioturbação refere-se à atividade de organismos vivos dentro dos sedimentos,
como animais escavadores, rastejadores ou construtores de tocas. Essa atividade pode
produzir estruturas características, como galerias, tocas e marcas de alimentação. A
presença de bioturbação indica a presença de vida e pode fornecer informações sobre os
ambientes de deposição e a história paleoecológica. A intensidade e a diversidade da
bioturbação também podem indicar as condições de oxigenação, nutrientes disponíveis e
taxa de sedimentação do ambiente.

Conclusão:
As estruturas sedimentares são elementos-chave para a interpretação dos
processos deposicionais que ocorreram no passado geológico. Ao analisar as
características das estruturas sedimentares, é possível reconstruir os ambientes de
deposição, compreender as mudanças geológicas ao longo do tempo e inferir sobre a
evolução do nosso planeta. A estratificação, laminação, estratificação cruzada, gradação,
ripple marks, mudcracks e bioturbação são apenas algumas das estruturas sedimentares
observadas nas rochas sedimentares. A compreensão dessas estruturas contribui
significativamente para os estudos geológicos, paleoambientais e de exploração de
recursos naturais, fornecendo insights valiosos para a interpretação de ambientes antigos
e a prospecção de depósitos sedimentares.
Bibliografia: Livro geologia sedimentar, Kenitiro Suguio
https://igeologico.com.br/estruturas-sedimentares-voce-conhece-os-principais-tipos/
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/rochas-sedimentares.htm

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