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GEOLOGIA
10º Ano

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GEOLOGIA E MÉTODOS

 Interações entre os Subsistemas da Terra


A Terra é um planeta ativo, manifestando-se essa atividade por diferentes processos que alteram a
morfologia da sua superfície. O dinamismo terrestre sempre despoletou a curiosidade humana, e a
permanente interrogação sobre os fenómenos naturais contribuiu para o nascimento de uma nova
ciência, autónoma e com importância fundamental no bem-estar do Homem - a Geologia.

A Geologia (geo = Terra + logos = estudo) tem como objeto de estudo a Terra, em todas as suas
dimensões. Os geólogos procuram compreender os fenómenos que estiveram na base da génese
da Terra, bem como a sua evolução. Estudam a estrutura e as sucessivas transformações que vão
afetando os diferentes subsistemas terrestres.

Muitas das questões que afetam o futuro da civilização vão procurar respostas nos mais recentes
desenvolvimentos da Geologia, uma vez que esta pode fornecer uma série de conhecimentos
imprescindíveis para a compreensão e proteção do ambiente quer a nível do controlo da poluição,
quer da preservação do património arquitetónico e cultural, assim como do armazenamento de
resíduos perigosos.

SISTEMAS E SUBSISTEMAS

Um sistema é uma porção limitada do Universo onde se verifica a interação de vários componentes
de um modo organizado. A fronteira entre o sistema e o meio envolvente designa-se parede do
sistema.

Um sistema diz-se composto, se nele existirem outros subsistemas mais pequenos que
estabelecem relações entre si.

Na Natureza, podem considerar-se três tipos de sistemas: sistemas abertos, sistemas fechados
e sistemas isolados.

Tipos de sistemas.

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A Terra é um sistema fechado que estabelece trocas de energia com o meio envolvente, mas
onde o intercâmbio de matéria não é significativo.

O sistema Terra é um sistema composto formado por quatro grandes subsistemas, abertos e
dinâmicos, que interagem entre si: a geosfera, a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera.

Subsistemas Terrestres:

 Geosfera:

- representa a parte sólida, quer superficial quer profunda da Terra;

- inclui as grandes massas continentais e as bases dos oceanos;

- serve de suporte a muitos seres vivos.

 Hidrosfera:

- compreende os reservatórios de água da Terra;

- inclui oceanos, rios, lagos, glaciares e águas subterrâneas;

- a água é a substância comum a todos os subsistemas terrestres;

- a água movimenta-se na Natureza formando o ciclo hidrológico.

 Atmosfera:

- formada pela camada gasosa que envolve a Terra;

- constituída por uma mistura de gases: azoto, oxigénio, árgon, dióxido de carbono,
vapor de água em quantidades variáveis e outros gases.

 Biosfera:

- corresponde ao conjunto de seres vivos que povoam a Terra e no qual se inclui o


Homem;

- os seres vivos distribuem-se pela geosfera, hidrosfera e atmosfera.

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Os diferentes subsistemas interagem entre si e estão relacionados uns com os outros, encontrando-
-se em equilíbrio dinâmico. A alteração das condições de equilíbrio de um deles pode ter
repercussões em todos os outros.

Como a Terra é um sistema fechado, os recursos naturais são limitados e os resíduos provenientes
da atividade do Homem acumulam-se, podendo provocar desequilíbrios perigosos.

Nos subsistemas da Terra ocorrem trocas permanentes e recíprocas de matéria e de energia.

EXEMPLOS DE INTERAÇÕES ENTRE OS SUBSISTEMAS

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 As Rochas e o Ciclo Litológico


Na crosta terrestre existe uma grande diversidade de rochas, que representam arquivos de
acontecimentos que ocorreram durante a história da Terra.

Tendo em conta as características e as condições de formação, consideram-se três categorias de


rochas: rochas sedimentares, rochas magmáticas e rochas metamórficas.

ROCHAS SEDIMENTARES
 As rochas sedimentares são formadas à superfície da Terra, ou próximo dela, a partir da
deposição de sedimentos oriundos de rochas preexistentes ou de material resultante da
atividade dos seres vivos.

 A génese das rochas sedimentares envolve duas fases: sedimentogénese e diagénese.

Sedimentogénese:
- engloba os processos de meteorização, erosão, transporte e sedimentação;

- na meteorização ocorre a alteração química e/ou física originando partículas ou


fragmentos de dimensões variadas, designados por detritos ou clastos;

- os materiais resultantes da meteorização são removidos e transportados pelos


agentes erosivos, nomeadamente, a água, o vento e a ação da gravidade;

- em condições propícias, os materiais transportados depositam-se, constituindo


os sedimentos;

- o processo de deposição denomina-se sedimentação e é determinado pela força


gravítica; a ordem de sedimentação dos sedimentos é condicionada pelas dimensões
e densidade dos materiais;

- a contínua deposição de sedimentos vai originando camadas - os estratos, que se


apresentam originalmente em posição horizontal, podendo, posteriormente, sofrer
deformações.

- o estrato é delimitado pelo teto (limite superior da camada) e pelo muro (limite
inferior da camada).

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Diagénese:
- ocorre um conjunto de processos químicos e físicos que provocam a alteração dos
sedimentos;

- os sedimentos perdem água, são compactados e ligados por um cimento,


originando rochas sedimentares consolidadas, com diferentes graus de evolução e
com diferente composição, consoante a natureza dos sedimentos.

Processo de diagénese.

 As rochas sedimentares constituem uma fina película que recobre cerca de 75% da superfície
da crosta.

 As rochas sedimentares apresentam estratificação e são normalmente ricas em fósseis,


contribuindo, desta forma, para o desvendar dos mistérios da história da Terra e da vida.

 Os conglomerados, as areias, as argilas, o calcário, o carvão e o petróleo são exemplos da


diversidade das rochas sedimentares.

ROCHAS MAGMÁTICAS
 As rochas magmáticas resultam do arrefecimento e consolidação, no interior ou à superfície da
Terra, do magma. O magma é uma mistura de minerais e gases em estado de fusão que se
encontra no interior da Terra.

 Atendendo às condições da consolidação do magma, consideram-se dois grandes grupos de


rochas magmáticas: intrusivas ou plutónicas e as extrusivas ou vulcânicas.

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Rochas intrusivas ou plutónicas:


- o magma consolida no interior da crosta;

- resultam de um arrefecimento lento;

- as rochas apresentam minerais bem desenvolvidos, visíveis à vista


desarmada;

- o granito, o gabro e o diorito constituem exemplos de rochas


intrusivas.
Granito

Rochas extrusivas ou vulcânicas:


- o magma consolida à superfície ou próximo dela;

- resultam de um arrefecimento rápido;

- as rochas apresentam minerais de pequenas dimensões;

- o basalto, o riólito e o andesito são exemplos de rochas extrusivas.

Basalto

ROCHAS METAMÓRFICAS
 Resultam de um processo de litogénese designado por metamorfismo, pelo qual qualquer tipo
de rocha pode experimentar transformações mineralógicas e/ou texturais, mantendo-se no
estado sólido, por alteração das condições de pressão e temperatura em que foram geradas,
bem como de alterações da composição química dos fluidos envolventes.

 Os principais fatores de metamorfismo são: calor, pressão, os fluidos de circulação e o


tempo.

 O mármore, o xisto e o gnaisse são algumas rochas metamórficas.

Gnaisse

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Cerca de 95% dos constituintes da crosta terrestre são rochas magmáticas e metamórficas.
Tipicamente, as rochas metamórficas e magmáticas não são fossilíferas, no entanto, também
fornecem muitas informações sobre as condições em que se deu a sua génese, portanto, sobre o
passado da Terra.

CICLO DAS ROCHAS


 A formação e transformação das rochas constituintes da litosfera é um processo contínuo e
cíclico, dependente dos agentes internos e modeladores do globo terrestre, constituindo assim
o ciclo litológico ou o ciclo das rochas.

 As rochas da litosfera transformam-se praticamente umas nas outras ao longo do tempo. Os


materiais resultantes da alteração e da erosão das rochas superficiais são transportados e
depositados, sofrendo, posteriormente, diagénese dando origem a rochas sedimentares.
Estas, quando aprofundam na crosta, encontram condições diferentes de pressão e
temperatura, experimentam grandes transformações mineralógicas e estruturais originando
rochas metamórficas. Em profundidade, o calor interno pode ser suficiente para fundir parcial
ou totalmente as rochas, convertendo-as em magmas. Estes magmas podem então solidificar
em profundidade ou movimentar-se e ascender através da crosta, onde consolidam, dando
origem, em ambos os casos, a rochas magmáticas.

Ciclo das Rochas.

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 Dos Princípios do Raciocínio Geológico à Tectónica de Placas

Princípios básicos do Raciocínio Geológico

A história da Terra é marcada por grandes modificações geológicas e biológicas, que podem ser
interpretadas à luz de várias teorias: catastrofismo, uniformitarismo, e neocatastrofismo.

CATASTROFISMO:

- principal defensor: Georges Cuvier;

- segundo esta teoria, as alterações que ocorreram na Terra foram provocadas por
fenómenos catastróficos.

UNIFORMITARISMO:

- atribuído a James Hutton;

- postula que os diferentes aspetos geológicos podem ser interpretados segundo


processos naturais semelhantes aos que se observam atualmente, processando-se,
geralmente, de forma lenta e gradual;

 Assenta em três princípios:

* Princípio do atualismo ou das causas atuais: as causas que provocaram


determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam o
mesmo tipo de fenómenos no presente.

* Princípio do gradualismo: a maior parte das mudanças que ocorrem na


Terra desenvolvem-se de uma forma lenta e gradual.

As leis naturais são constantes no espaço e no tempo.

NEOCATASTROFISMO:

- combina os princípios do uniformitarismo com a possibilidade de ocorrência de


fenómenos catastróficos ocasionais.

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Mobilismo Geológico. As Placas Tectónicas e os seus movimentos

As alterações observadas ao longo dos tempos na configuração dos oceanos e dos continentes
revelam o dinamismo da Terra levando à formulação da Teoria da Tectónica das Placas, que
admite que a superfície da Terra está dividida em diferentes placas litosféricas, que se movimentam
umas em relação às outras.

A superfície terrestre e o limite das placas litosféricas.

As placas litosféricas são constituídas por crusta e pela parte mais externa do manto e estão
assentes sobre uma camada com propriedades plásticas - a astenosfera.

Estrutura da parte mais externa da Terra.

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Os limites das placas litosféricas, marcados por intensa atividade geológica, podem ser de diversos
tipos: divergentes, convergentes e conservativos.

Limites Divergentes
As placas deslocam-se em sentido contrário, afastando-se uma da outra. Situam-se nas zonas de
rifte das dorsais oceânicas, onde se verifica a ascensão de magma e consequente formação de
nova litosfera.

Limites Convergentes
Zona de colisão de placas, o sentido do movimento relativo das duas placas faz com que elas se
aproximem. Localizam-se, geralmente, em zonas de fossas oceânicas - zonas de subducção,
onde se verifica a destruição da placa litosférica, que mergulha.

Limites Conservativos

Zonas onde não se verifica formação nem destruição de litosfera. O sentido do movimento relativo
entre as duas placas litosféricas faz com que haja apenas o deslizamento de uma placa em relação
à outra. Situam-se em determinadas falhas - falhas transformantes.

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Da Hipótese da Deriva Cóntinental à Teória da Tectónica de Placas


HIPÓTESE DAS DERIVA CONTINENTAL

 Foi elaborada por Alfred Wegener, no ano de 1912. Em conjunto com a teoria da tectónica de
placas, explica a atual disposição dos continentes.

 De acordo com esta teoria, os continentes terrestres


formavam, há mais de 200 milhões de anos, uma massa
única chamada Pangeia. Esse bloco continental era
banhado pelo oceano denominado Pantalassa.

 O supercontinente fragmentou-se e deu origem a dois


continentes: Laurásia e Gondwana. Como não são
estáticos, os continentes continuaram movimentar-se até
chegarem à atual configuração.

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 Segundo Wegener, as forças responsáveis pelo movimento dos continentes seriam as forças
de atração gravítica entre a Terra e a Lua, também responsáveis pelas marés, bem como a
existência de “correntes acidentais no globo”, como escreveu, que forçariam o movimento dos
continentes sobre os oceanos.

 Além de se ter demonstrado que as medições do afastamento entre massas continentais feitas
por Wegener estavam erradas, as principais críticas à sua teoria residiram no facto de ele não
ter conseguido explicar, de forma cientificamente convincente, o processo de deslocação dos
continentes, nem qual a origem das forças responsáveis por essa movimentação.

A comprovação da existência de grandes blocos rochosos que formam a litosfera (placas tectónicas)
e a explicação do mecanismo que os movimentam sobre o magma vieram somente na década de
1960, 30 anos após a morte de Wegener."

TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS

 A teoria da Tectónica de Placas estabelece que o planeta Terra é constituído por uma
camada rochosa superficial rígida, a litosfera, que está dividida em várias porções – as placas
tectónicas ou litosféricas. Assim, uma placa tectónica corresponde a uma porção da
litosfera que contacta com as placas envolventes, através de diferentes tipos de limites
entre elas.

 Uma das consequências deste movimento das placas é o próprio movimento dos continentes
que elas comportam, daí resultando, entre outras situações, a formação de cadeias
montanhosas e a abertura ou fecho de mares e oceanos. Por outro lado, ao nível dos limites
entre as diferentes placas regista-se grande atividade sísmica e vulcânica, devido à intensa
deformação das rochas que ali se verifica. Por estes motivos, a forma dos atuais continentes
está em lenta e constante transformação.

Principais placas tectónicas e tipos de limites.

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Morfologia dos fundos oceânicos.

 Datação das Rochas e Idade da Terra


É possível determinar a idade de diversos acontecimentos geológicos, recorrendo a dois tipos de
métodos: datação relativa e datação absoluta ou radiométrica.

DATAÇÃO RELATIVA

 Permite sequenciar acontecimentos geológicos ocorridos no passado;


 Não atribui um valor numérico (absoluto) à idade das rochas.

Apoia-se em vários princípios geológicos:

- Princípio da horizontalidade inicial: postula que a deposição de materiais,


provenientes da ação da geodinâmica externa sobre as rochas, obedece a um plano
horizontal na formação inicial dos estratos.

Camadas de estratos horizontais.

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- Princípio da sobreposição: estabelece que, numa série de rochas sedimentares


não deformadas, um estrato é mais velho que aqueles que o recobrem e mais novo
do que os que lhes estão subjacentes.

- Princípio da identidade paleontológica: admite que estratos que possuam o


mesmo conjunto de fósseis, pode ser atribuída a mesma idade.

A datação relativa baseia-se, portanto, na presença de fósseis nas rochas e/ou na posição
relativa das formações geológicas.

Os fósseis que permitem inferir a datação de determinado acontecimento geológico designam-se


fósseis de idade ou estratigráficos, constituindo as trilobites e as amonites um bom exemplo
deste tipo de fósseis.

Os fósseis de idade correspondem a formas que sobreviveram durante intervalos de tempo curtos e
tiveram grande área de dispersão.

Trilobite Amonite

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DATAÇÃO ABSOLUTA

 Permite atribuir uma idade numérica às formações geológicas, baseada na desintegração


regular de isótopos radioativos naturais.

 Os isótopos radioativos, presentes nos minerais, desintegram-se espontaneamente a uma


velocidade constante. A determinação dessa velocidade e das quantidades dos elementos
radioativos permite datar as rochas, que continham esses minerais.

Memória dos Tempos Geológicos


A história da Terra pode ser dividida em intervalos temporais de duração variável, sendo possível
construir uma escala de tempo geológico.

Esta escala baseia-se em acontecimentos que marcaram a história da Terra, desde a génese até
aos nossos dias, como, por exemplo, a ocorrência de mudanças climáticas acentuadas, bem como
grandes alterações no mundo vegetal e animal, com extinções em massa ou desenvolvimento
súbito de determinado grupo de seres vivos.

A escala de tempo geológica ou estratigráfica divide o tempo geológico em Eons, os Eons em Eras
e estas em Períodos.

Tempo Geológico.

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ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA

 Vulcanismo
O vulcanismo é uma manifestação da geodinâmica da Terra, segundo a qual grandes quantidades
de matéria e energia são transferidas do interior da Terra para a superfície.

Podemos distinguir dois tipos principais de vulcanismo: o vulcanismo primário e o vulcanismo


secundário ou residual.

Vulcanismo Primário
O vulcanismo primário pode ser, essencialmente, de dois tipos: o vulcanismo central e
o vulcanismo fissural.

 Vulcanismo central: é caracterizado pela presença de um aparelho vulcânico - vulcão, que é


constituído por:

- Câmara magmática - reservatório no interior da Terra onde se acumula uma


mistura complexa de silicatos fundidos, cristais em suspensão e gases
dissolvidos - o magma.

- Chaminé vulcânica - canal colunar por onde ascendem os materiais


incluídos na câmara magmática.

- Cone vulcânico - estrutura cónica resultante da acumulação dos materiais


expelidos durante a erupção vulcânica.

- Cratera vulcânica - parte terminal externa da chaminé, normalmente em


forma de funil, por onde são ejetados os materiais provenientes da atividade
vulcânica; por vezes, formam-se cones vulcânicos secundários ou adventícios
originando-se, consequentemente, crateras secundárias ou adventícias.

Corte esquemático de um vulcão.

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Como resultado de fortes erupções vulcânicas, por vezes, formam-se caldeiras - depressões
circulares de grandes dimensões que surgiram como resultado do colapso do cone vulcânico. Estas
estruturas podem, posteriormente, transformar-se em lagoas quando preenchidas por água.

 Vulcanismo fissural:

Os materiais vulcânicos são expulsos através de fraturas da superfície terrestre - fissuras, que, por
vezes, atingem quilómetros de comprimento.

Erupção fissural.

MATERIAIS EXPELIDOS DURANTE UMA ERUPÇÃO VULCÂNICA

Durante uma erupção vulcânica podem libertar-se vários tipos de materiais, em diferentes estados
físicos: gases, piroclastos e lava.

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 Gases: predomina o vapor de água, mas o monóxido de carbono, o dióxido de carbono, o


hidrogénio, o azoto, o ácido clorídrico e compostos de enxofre são também lançados na
atmosfera.

 Piroclastos: fragmentos sólidos de origem lávica ou da rocha encaixante expelidos pelos


vulcões. Podem ser classificados segundo as suas dimensões em:

- Cinzas - fragmentos muito finos, com diâmetro inferior a 2 mm.

- Lapilli ou bagacina - fragmentos, com diâmetro entre 2 mm e 50 mm.

- Bombas vulcânicas - fragmentos grosseiros de forma arredondada, que podem


apresentar grandes dimensões.

 Lava: material rochoso resultante de magma parcialmente desgaseificado. As lavas podem


ser classificadas, quanto à percentagem de sílica, em: básicas, intermédias e ácidas.

Lavas ácidas

- percentagem de sílica superior a 70%;

- viscosas;

- ricas em gases, que têm dificuldade em libertar-se;

- temperaturas variam entre 800 °C e 1000 °C.

Lavas básicas

- percentagem de sílica entre 45% e 50%;

- fluidas;

- pobres em gases, que se libertam facilmente;

- temperaturas variam entre 1100 °C e 1200 °C.

Lavas intermédias

- como o próprio nome indica, apresentam características intermédias entre as lavas básicas
e as ácidas;

- o teor em sílica está compreendido entre 50% e 70%.

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A solidificação das lavas assume formas características das paisagens vulcânicas.

As lavas fluidas originam:

 Lavas encordoadas ou pahoehoe - após a sua solidificação, originam superfícies lisas ou


com aspeto semelhante a cordas.

 Lavas escoriáceas ou aa - após a sua solidificação, originam superfícies ásperas,


irregulares e formadas por fragmentos porosos.

 Lava em almofada ou pillow lavas - formam-se nas erupções subaquáticas marinhas e,


após a sua solidificação, originam massas arredondadas, semelhantes a almofadas,
revestidas por uma película de vidro vulcânico.

As lavas viscosas originam:

 Domas ou cúpulas - estrutura arredondada resultante da solidificação de lavas viscosas


dentro da própria cratera.

 Agulhas vulcânicas - formação vulcânica resultante da consolidação de lavas, muito


viscosas, dentro da chaminé vulcânica.

 Nuvens ardentes - massas de gases e cinzas incandescentes expelidas nas erupções


vulcânicas explosivas.

TIPOS DE ATIVIDADE VULCÂNICA


Existem três tipos de erupções vulcânicas, a explosiva, a mista e a efusiva, que dependem de
vários fatores, nomeadamente da composição e temperatura do magma, que determinam a sua
viscosidade.

Erupção Explosiva
 lavas viscosas e ácidas;
 as lavas fluem com dificuldade e impedem a libertação dos gases;
 erupções muito explosivas com emissão de piroclastos;
 formação de domas ou cúpulas, agulhas vulcânicas e de nuvens ardentes;
 cone vulcânico alto e com vertentes íngremes.

Erupção Efusiva
 lavas fluidas e básicas;
 formam correntes de lavas ou mantos de lava e a libertação de gases é fácil;
 erupção calma;
 cones vulcânicos baixos;
 não ocorre emissão de piroclastos.

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Erupção Mista
 formação de cones mistos, em que alternam camadas de lavas com camadas de piroclastos;
 alternância de emissões de lava fluida com emissões de lava viscosa.

Vulcanismo Residual
Conjunto de manifestações vulcânicas menos espetaculares, como a libertação de gases e/ou água
a elevadas temperaturas, com origem no interior da Terra. Estas manifestações podem ocorrer de
várias formas:

 Fumarolas: emanações de vapor de água e outros gases, a temperaturas elevadas.


Quando abundam os compostos de enxofre designam-se de sulfataras, se predomina o
dióxido de carbono chamam-se de mofetas.

 Géiseres: são jatos de água quente e vapor projetados para o exterior sob a forma de
repuxos intermitentes.

 Nascentes ou fontes termais: são fontes de água corrente, a elevada temperatura, que
libertam vapor de água e dióxido de carbono e contêm, dissolvidas, substâncias minerais.

VULCÕES E TECTÓNICA DE PLACAS


A distribuição dos vulcões à superfície do Globo não é uniforme, no entanto, normalmente,
encontra-se associada aos limites de placas (interplaca) podendo ocorrer, também, no interior das
placas (intraplaca).

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 Limites divergentes: nas zonas de afastamento de placas tectónicas - zonas de rifte, o magma
ascende à superfície através de erupções efusivas e mistas.

 Limites convergentes: nas zonas de colisão de placas tectónicas - zonas de subducção, a


atividade vulcânica é do tipo explosivo.

 Vulcanismo intraplacas: o magma é libertado através de pontos quentes (hot spots) que são
centros de atividade vulcânica situados no interior das placas litosféricas. Admite-se que estes
pontos têm origem em fontes de magma localizadas no manto superior - as plumas térmicas.

A atividade vulcânica intraplacas é normalmente do tipo efusiva.

Ponto quente associado a uma pluma térmica.

Riscos e Benefícios da Atividade Vulcânica

Riscos:
- Mortes;
- Destruição de construções humanas;
- Destruição de biodiversidade e habitats;
- Contaminação da atmosfera.

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Benefícios:
- Estudo da estrutura interna da Terra;
- Solos férteis;
- Produção de energia elétrica em centrais geotérmicas;
- Produção de betão resistente a partir de lava;
- Estâncias termais;
- Aproveitamento do calor para cozinhar;
- Atração turística;
- Exploração de minério.

MINIMIZAÇÃO DE RISCOS VULCÂNICOS - PREVISÃO E PREVENÇÃO

O vulcanismo primário ativo constitui um risco natural para o Homem que com ele coabita. Assim, a
previsão e prevenção permite minimizar os riscos vulcânicos.

A previsão de erupções vulcânicas é baseada na identificação de alguns acontecimentos que são


considerados sinais precursores de uma erupção vulcânica, como, por exemplo a deteção de
anomalias físicas e químicas, como deformações no cone, variação da temperatura da água e do
solo nas proximidades dos vulcões, alteração da composição dos gases emanados e a deteção de
atividade sísmica.

Outro passo fundamental na previsão é a elaboração de mapas de zonas de risco que se baseiam
na história eruptiva do vulcão. Para além da previsão, a sensibilização e educação das populações
para uma situação de risco pode ajudar a salvar muitas vidas.

 Sismologia
A Sismologia é um ramo da Geofísica que tem como objeto de estudo os sismos e os seus efeitos.

Um sismo é um movimento vibratório de curta duração da crosta terrestre, em consequência da


libertação de energia.

Os sismos naturais apresentam várias designações que se relacionam com os mecanismos que os
geram, como:

 Sismos de colapso - são o resultado do abatimento de grutas ou do resvalamento de


massas rochosas.

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 Sismos vulcânicos - associados a deslocamentos de magma aquando de uma erupção


vulcânica.

 Sismos tectónicos - são originados por movimentos de origem tectónica, que são
provocados por diferentes tipos de forças:

A) Compressivas - os materiais são comprimidos;

B) Distensivas - os materiais sofrem estiramento e alongamento;

C)Cisalhamento - os materiais são submetidos a pressões que provocam


movimentos horizontais, experimentando alongamento na direção do movimento e
estreitamento na direção perpendicular ao alongamento.

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A teoria do ressalto elástico, formulado por Reid, permite compreender o mecanismo fundamental
da geração dos sismos devido à atuação das forças tectónicas. Segundo esta teoria, as forças
tectónicas levam ao acumular de tensões energéticas que provocam a deformação das rochas,
quando o material atinge o seu limite de plasticidade, entra em rutura e dá-se a libertação de
energia. Se a rutura das rochas é acompanhada pela deslocação dos blocos rochosos denomina-
se falha.

Conceitos Básicos de Sismologia


 Os sismos são frequentemente precedidos de abalos de fraca intensidade - abalos
premonitórios - e seguidos por outros mais pequenos – as réplicas.

 Se o epicentro do sismo estiver situado no oceano, produz-se uma agitação violenta das águas,
dando origem a um maremoto ou tsunami.

 O ponto do interior do Globo onde se inicia o sismo denomina-se foco sísmico ou hipocentro.

 O local à superfície da Terra mais próximo do hipocentro, ou seja, que fica na vertical em
relação ao foco, designa-se epicentro.

Após a geração do sismo, a energia libertada propaga-se em todas as direções sob a forma de
ondas elásticas, vulgarmente designadas por ondas sísmicas. A frente da onda é a superfície que
separa as partículas que já entraram em vibração daquelas que ainda o não fizeram. A trajetória
perpendicular à frente de onda chama-se raio sísmico.

Propagação das ondas sísmicas a partir do foco.

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Ondas Sísmicas e o seu Registo


As ondas sísmicas classificam-se em dois tipos principais: as que se propagam no interior - ondas
volumétricas ou profundas, e as que se transmitem superficialmente - ondas superficiais.

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Os movimentos do solo provocados pelas ondas sísmicas podem ser registados pelos sismógrafos,
e o registo obtido designa-se sismograma. O estudo dos sismogramas permite localizar o epicentro,
calcular a profundidade do foco e a magnitude de um sismo.

Sismógrafo Sismogramas

Intensidade sísmica e Magnitude


Um sismo pode ser avaliado pela sua intensidade ou pela magnitude.

Intensidade:
 é um parâmetro de avaliação da vibração das ondas sísmicas sentidas num certo local,
baseado nos efeitos sobre as populações e na destruição causada, é portanto subjetiva;

 é expressa na escala de Mercalli modificada ou escala internacional, que é constituída


por doze graus baseados na perceção e em acontecimentos qualitativos;

 uma vez estimada a intensidade de um sismo é possível traçar isossistas - linhas curvas
em torno do epicentro e que delimitam áreas em que o sismo atinge a mesma intensidade,
de forma a construir uma carta de isossistas.

Carta de isossistas do terramoto de Lisboa, de 1755.

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Magnitude:
 é calculada a partir de um sismograma e expressa a quantidade de energia libertada pelo
foco sísmico, constituindo este um parâmetro muito objetivo;

 é expressa na escala de Richter, que é uma escala logarítmica sem limites; no entanto, o
valor máximo registado foi de 8,9.

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Sismos e a Tectónica de Placas


A distribuição geográfica da maior parte dos sismos coincide com zonas de fronteiras de placas
litosféricas, nomeadamente, fronteiras convergentes, divergentes e transformantes - sismos
interplacas. Os sismos também podem ter origem em falhas ativas no interior das placas - sismos
intraplacas.

Sismicidade em Portugal
Portugal é uma zona de risco sísmico moderado, localizado numa zona relativamente instável
associada a sismos intraplacas e a sismos interplacas.

Sismicidade intraplacas: a sismicidade do continente parece estar relacionada com um conjunto


de falhas ativas, que atravessam o território.

Sismicidade interplacas:

 a Zona Sul de Portugal continental situa-se próxima da zona de fronteira entre a placa euro-
asiática e a placa africana. O banco de Goringe, localizado nessa fronteira, é uma das
zonas de maior instabilidade;

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 o arquipélago açoriano situa-se no chamado ponto triplo, isto é, no ponto de confluência


de três placas: a euro-asiática, a africana e a americana, apresentando, consequentemente,
grande atividade sísmica.

Portugal no contexto da tectónica de placas.

MINIMIZAÇÃO DE RISCOS SÍSMICOS - PREVISÃO E PREVENÇÃO

 Na atualidade, ainda não é possível fazer-se a previsão sísmica com segurança. No entanto,
parâmetros físicos como, por exemplo, deformação e inclinação na zona epicentral, variação no
campo geomagnético e geoelétrico, modificação nas propriedades físicas das rochas e até
mesmo análise do comportamento de animais poderão ser indicadores de uma possível
atividade sísmica.

 Independentemente da possibilidade de uma previsão sísmica, mais ou menos fiável, deve


investir-se o máximo na prevenção. Adotando as seguintes medidas:

 construção de edifícios que obedecem a regras antissísmicas;


 estudo da estrutura e litologia dos terrenos antes da construção de obras de construção civil;
 formação de pessoal especializado para situações de emergência;
 elaboração de planos de evacuação;
 informar a população das normas de conduta a seguir em caso de sismo.

Ondas Sísmicas e a Estrutura Interna da Terra


A velocidade e a direção das ondas P e S são condicionadas pela densidade, compressibilidade e
rigidez dos materiais que atravessam. A velocidade das ondas sísmicas aumenta com a rigidez
dos materiais e diminui proporcionalmente à sua densidade.

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Variações bruscas da velocidade, ao serem atingidas determinadas profundidades, permitem


detetar superfícies, no interior da Terra, que separam materiais com diferentes composições e
propriedades, designadas por superfícies de descontinuidade.

DESCONTINUIDADE DE MOHOROVICIC:

 delimita duas zonas distintas: uma superior, denominada por crusta, e uma inferior
designada por manto;

 situa-se a uma profundidade média de 35 a 40 km;

 verifica-se um aumento da velocidade das ondas P e S.

DESCONTINUIDADE DE GUTENBERG:

 situa-se a 2900 km, de profundidade;

 separa o manto do núcleo externo;

 aos 2900 km a velocidade das ondas P sofre uma redução acentuada, enquanto que as
ondas S deixam de se propagar o que parece indicar uma natureza fluida do núcleo externo.

DESCONTINUIDADE DE WEICHERT/LEHMANN:

 situa-se a uma profundidade de 5140 km e separa o núcleo externo do núcleo interno;

 a partir dos 5140 km a velocidade das ondas P sofre um aumento significativo, o que
permite inferir que o núcleo externo se deve encontrar no estado sólido.

Estrutura interna da Terra e

superfícies de descontinuidade.

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Quando ocorre um sismo verifica-se a existência de uma zona sobre a superfície da Terra, variável
conforme a localização do epicentro de um sismo, em que as ondas P e S diretas não são
registadas. Essa zona situa-se entre os 103º e os 143º a partir do epicentro e designa-se zona de
sombra sísmica.

Zona de sombra sísmica.

No manto, entre os 100 e os 350 km, a velocidade das ondas P sofre uma ligeira descida, o que
leva a admitir que, embora a composição seja idêntica, o material deve estar parcialmente fundido.
Esta zona do manto, menos rígida, é chamada astenosfera e é uma zona de baixa velocidade. A
partir desta zona, a velocidade das ondas P começa a aumentar ligeiramente.

 Estudo da Estrutura Interna da Terra


MÉTODOS PARA O ESTUDO DA ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

O conhecimento da estrutura interna da Terra baseia-se em métodos de estudo muito diversificados,


que podem ser diretos ou indiretos.

MÉTODOS DIRETOS

O estudo direto das zonas profundas da Terra limita-se a uma película delgada, quando comparada
com o diâmetro terrestre. Para este conhecimento contribuem:

 Observação e estudo direto da superfície visível - abrange o estudo da superfície


terrestre desde os fundos dos oceanos até aos altos cumes continentais.

 Exploração de jazigos minerais - efetuada em minas e escavações, que permitem


conhecer zonas profundas da Terra.

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 Sondagens - são perfurações no terreno, a diferentes profundidades, através das quais são
retiradas amostras de rochas para estudos posteriores.

 Análise de magmas e xenólitos - o estudo dos magmas e das rochas encaixantes


libertadas aquando de uma erupção vulcânica. Os xenólitos, fornecem indicações sobre as
condições do ambiente em que foram gerados.

MÉTODOS INDIRETOS

Incluem a planetologia e a astrogeologia e os métodos geofísicos.

 Planetologia e astrogeologia - têm por objetivo o estudo geológico e morfológico


comparado dos diversos corpos do Sistema Solar, uma vez que estes fornecem indicações
preciosas sobre o planeta Terra. É de salientar o estudo dos meteoritos, que são relíquias
dos tempos da formação do Sistema Solar que nos dão informações sobre as épocas em
que as marcas da história da Terra foram totalmente apagadas.

 Métodos geofísicos - combinam os princípios da Matemática e da Física com o uso de


instrumentos de medição para a determinação das propriedades físicas da Terra e que
incluem: o geomagnetismo, a sismologia e o geotermismo.

- Geomagnetismo: o estudo do campo magnético terrestre, passado e presente, fornece


inúmeras informações sobre a composição e características da Terra.

- Sismologia: o estudo da velocidade e trajetória das ondas sísmicas, no interior da Terra,


permite concluir que esta apresenta grande heterogeneidade na sua constituição.

- Geotermismo: o calor interno da Terra vai-se libertando continuamente através da


superfície da Terra; a sua dissipação é constante e designa-se por fluxo térmico, que é
avaliado pela quantidade de calor libertada por unidade de superfície e por unidade de
tempo.

Na Terra, a temperatura aumenta com a profundidade, entendendo-se por gradiente


geotérmico a taxa de variação da temperatura com a profundidade. Ao número de metros
que é necessário aprofundar para que a temperatura aumente 1ºC denomina-se grau
geotérmico.

MODELOS PROPOSTOS PARA A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

Os modelos sobre a estrutura interna do globo baseiam-se em dois critérios diferentes, relativos aos
materiais constituintes:

- composição química;
- propriedades físicas.

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Modelo Segundo a Composição Química


A Terra é constituída por três unidades estruturais concêntricas - crosta, manto e núcleo,
separadas por superfícies de descontinuidade.

CROSTA:

* zona mais superficial do globo terrestre;


* pode ser dividida em crosta continental e crosta oceânica.

- Crosta continental:

- espessura média de 35 a 40 km;


- constituída por rochas metamórficas, graníticas e por algumas rochas sedimentares;
- densidade média de 2,7.

- Crosta oceânica:

- espessura média de 5 a 10 km;


- natureza basáltica;
- densidade média de 3.

Descontinuidade de Mohorovicic

MANTO:

* situa-se desde a base da crosta até à profundidade de 2900 km;

* constituído por peridotitos - rochas ultrabásicas constituídas por minerais


ferromagnesianos;

* densidade varia entre os 3,3 e os 5,5;

* pode ser dividido em manto superior (até aos 700 km) e manto inferior (700 km aos
2900 km).

Descontinuidade de Gutenberg

NÚCLEO:

* situa-se a partir dos 2900 km;

* constituído por ferro e níquel, que são materiais que apresentam elevada densidade;

* pode ser dividido em núcleo externo e núcleo interno, que são separados
pela descontinuidade de Lehmann.

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Modelo Segundo as Propriedades Físicas


O globo terrestre é constituído pelas seguintes regiões:
litosfera, astenosfera, mesosfera e endosfera.

LITOSFERA:

* compreende a crosta e a parte mais externa do manto superior;

* é sólida e rígida.

ASTENOSFERA:

* compreendida desde a base da litosfera até à profundidade de 350 km;

* zona de baixa rigidez e de comportamento plástico.

MESOSFERA:

* estende-se desde a base da astenosfera até à fronteira do manto com o núcleo;

* é rígida.

ENDOSFERA:

* Pode ser dividida em:

- Endosfera externa - é líquida.

- Endosfera interna - é sólida.

Estrutura interna da Terra


segundo os dois modelos.

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GEOLOGIA
11º Ano

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MINERAIS
A atividade humana tem sido, desde sempre, condicionada pela riqueza dos materiais terrestres.

O Homem utiliza uma grande variedade de produtos obtidos a partir da transformação de minerais e
rochas:

 na construção civil e obras de engenharia;

 no calcetamento de ruas e passeios e na construção de estradas;

 em esculturas e na extração de pigmentos presentes nas tintas dos pintores;

 em aparelhos de precisão;

 em variadas indústrias;

 como combustíveis, por exemplo, o carvão e o petróleo.

Geologicamente, os minerais são corpos sólidos, homogéneos e naturais, inorgânicos e com


estrutura cristalina, e apresentam uma composição química definida, fixa ou variável, dentro de
certos limites. O conceito de mineral não é muito claro e surgem algumas situações de ambiguidade.

Por exemplo, nas condições normais de pressão e temperatura, a água e o mercúrio são líquidos,
não sendo considerados minerais; também as substâncias produzidas pelos seres vivos (ou seja,
substâncias orgânicas), como o carvão e o âmbar, não são consideradas minerais.

Em muitas rochas, os minerais podem apresentar dimensões tais que se conseguem observar
individualizadamente. Estes casos ocorrem em determinadas condições, principalmente sob o efeito
da pressão e da temperatura, bem como o tempo.

As rochas são os constituintes naturais da litosfera, apresentam grande diversidade e distribuição.


As unidades básicas constituintes das rochas são os minerais. Uma rocha pode ser constituída por
um só mineral ou pode comportar diferentes minerais em diferentes proporções.

A Terra caracteriza-se pelos materiais que a constituem e os tipos de rocha condicionam


profundamente a paisagem, desde o tipo de solo até às atividades humanas que são praticadas
num determinado local.

Os variados processos que se desenvolvem em consequência do dinamismo terrestre, também


caracterizam o nosso planeta. Os materiais terrestres não são estáveis e estão em permanente
alteração, transformação e destruição, como é bem evidenciado no ciclo das rochas.

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MINERAIS

As rochas são constituídas por minerais. Os minerais presentes nas rochas podem ser herdados ou
de neoformação:

 minerais herdados – se vieram diretamente de rochas preexistentes, através de fenómenos


de desagregação e transporte, sem terem sofrido qualquer alteração química. Estes minerais
vão constituir as rochas sedimentares detríticas. O mais comum e abundante é o quartzo,
mas também estão presentes na fração detrítica os feldspatos, as micas (principalmente a
moscovite), as anfíbolas, as piroxenas, a calcite, entre outros;

 minerais de neoformação – são minerais novos, formados durante a sedimentogénese ou


a diagénese, resultantes da alteração química ou da precipitação de outros minerais. São
frequentes a calcite, a dolomite, a sílica, os minerais de argila, a halite e o gesso.

Identificação dos minerais


Os minerais são constituídos por átomos. Os átomos e a forma como estes se dispõem
condicionam as características dos minerais. Para se determinarem essas características é
necessário o uso de equipamento de laboratório muito sofisticado e nem sempre acessível. Para
que a identificação dos minerais seja rigorosa, é necessário utilizar técnicas especializadas de
análise química, de observação microscópica e de difração de raios X.

Mas, como as propriedades físicas e químicas são o reflexo da composição e estrutura dos
minerais, o seu estudo pode ser feito tendo em conta a observação dessas propriedades.

As propriedades dos minerais agrupam-se em dois tipos, as físicas e as químicas.

Propriedades Físicas

As mais utilizadas na identificação dos minerais são: as propriedades óticas, as propriedades


mecânicas e a densidade.

 Propriedades óticas: são a cor, a risca e o brilho.

Cor:

– é a característica mais evidente na observação dos minerais;

– depende da absorção, pelos minerais, de certos comprimentos de onda do espetro


solar;

– para ser correta, a observação deve ser feita à luz natural difusa e em superfícies
de fratura recente;

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– os minerais, na sua maioria, apresentam-se coloridos;

– quando têm uma cor característica e própria em toda a sua superfície designam-
-se idiocromáticos (ídios “próprio” + khrõma “cor”), por exemplo a magnetite, a
malaquite, a galenite e a pirite.

- Outros minerais chamados alocromáticos (állos “outro” + khrõma “cor”) não


apresentam uma cor constante, como, por exemplo, o quartzo que pode ter cores
muito diversas;

Minerais idiocromáticos e alocromáticos

– a variação da cor nos minerais alocromáticos pode dever-se à mistura de pequenas


quantidades de determinados pigmentos ou pode estar relacionada com variações na
composição química dos minerais;

– como cada cor não é exclusiva para cada mineral e, como pode ser alterada, esta
característica não é muito fiável na identificação dos minerais.

Risca ou traço:

– é a cor do mineral quando é reduzido a pó fino;

– é uma característica importante na identificação dos minerais porque, mesmo que a


cor do mineral seja variável, a cor da risca mantém-se normalmente constante;

– pode ser facilmente determinada friccionando o mineral sobre uma placa de


porcelana fosca;

– a cor da risca pode ser igual à do mineral – como acontece nos minerais
idiocromáticos de brilho vulgar e nos metais nativos –, ou pode ser diferente da cor
apresentada pelo mineral – nos minerais alocromáticos de brilho vulgar a risca é
branca ou quase branca; nos minerais alocromáticos de brilho metálico e que não
sejam metais nativos, a risca é escura ou mesmo preta.

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Brilho ou lustre:

– é o modo como o mineral reflete a luz natural difusa, quando esta incide sobre uma
superfície de fratura recente;

– normalmente distinguem-se três tipos de brilho:

 Propriedades mecânicas: são a clivagem, a fratura e a dureza.

Clivagem:

– é a propriedade que os minerais têm de, quando aplicada uma pancada, se


dividirem em lâminas ou poliedros limitados por superfícies planas bem definidas – as
superfícies de clivagem;

Clivagem dos minerais

– qualquer plano paralelo ao plano de clivagem é outro potencial plano de clivagem;

– relaciona-se com a textura dos cristais que resulta do arranjo dos átomos e do tipo
de ligações químicas; nas superfícies de clivagem as ligações são mais fracas;

– pode ser perfeita, imperfeita ou inexistente.

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Fratura:

– corresponde a uma situação em que o mineral parte em várias direções não


coincidentes com os planos de clivagem, originando fragmentos com superfícies mais
ou menos irregulares;

– dadas as suas características revela que todas as ligações químicas são


igualmente fortes;

– pode apresentar diferentes aspetos, classificando-se


em concoidal, escamosa, laminar, irregular, fibrosa ou terrosa.

Dureza:

– consiste na resistência que o mineral oferece à abrasão, ou seja, a ser riscado por
outro mineral ou por determinados objetos;

– é condicionada pela estrutura e pelo tipo de ligações entre as partículas, pelo que
pode ser muito variável;

– a dureza é normalmente avaliada em termos comparativos e sabe-se que um


mineral é mais duro do que outro quando, depois de pressionado, deixa um sulco no
outro mineral;

– a determinação da dureza dos minerais é feita em relação aos termos de uma


escala de dureza, sendo a mais conhecida a escala de Mohs:

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– é constituída por 10 termos colocados por ordem crescente de dureza, desde o


menos duro – o talco, até ao mais duro – o diamante;

– qualquer mineral desta escala risca todos os que estão abaixo dele e não é
riscado por nenhum deles;

– se um mineral riscar um determinado termo e não riscar o imediatamente a


seguir, então a sua dureza está compreendida entre os dois termos;

– os termos da escala devem ser percorridos do mais duro para o menos duro;

– esta escala apenas fornece valores relativos, o que se torna desvantajoso,


porque ao contrário do que é observado pela sua aplicação, o aumento da dureza
absoluta faz-se de forma descontínua. Mas a determinação de valores absolutos é
complexa e implica a utilização de aparelhos muito especializados.

– quando não se dispõe de uma escala de Mohs a determinação relativa de um


mineral pode conseguir-se atendendo a que:

Escala alternativa para determinação da dureza

Esta escala pode também ser útil servindo como ensaio preliminar à aplicação da escala de Mohs.
Ao fornecer a delimitação das zonas da escala em que a dureza de um determinado mineral se
deve situar, evita ensaios desgastantes dos termos de ordem inferior.

 Densidade:

– a densidade absoluta ou massa volúmica de uma substância é a quantidade de


massa por unidade de volume;

– depende de vários fatores como a composição química do mineral principalmente


da massa atómica dos seus constituintes, a distribuição dos átomos na rede cristalina,
a pressão a que o mineral se forma e a temperatura;

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– pode ser avaliada desenvolvendo um sentido de peso relativo que, com algum
treino, pode dar indicações da densidade bastando pegar na amostra que se quer
analisar;

– pode recorrer-se à balança de Jolly que permite determinar a densidade através


da relação entre o peso de um determinado volume desse mineral no ar e o peso de
igual volume de água.

Propriedades Químicas

 Podem fazer-se alguns testes químicos que permitem fazer a identificação dos minerais. São
exemplos o teste do sabor salgado para identificar halite, ou o teste da efervescência, que é
uma reação em que há libertação de dióxido de carbono quando a calcite reage com um ácido.
A efervescência pode ser bem evidente a frio, mas há outros casos em que só se verifica a
quente ou quando o mineral é reduzido a pó.

Pode, ainda, recorrer-se à identificação das propriedades dos minerais através da utilização de
chaves dicotómicas ou de tabelas específicas para o efeito.

Atualmente existem programas de software que tornam mais fácil a identificação dos minerais
através das suas propriedades.

Minerais mais comuns nas rochas

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SEDIMENTAÇÃO E ROCHAS SEDIMENTARES

 Génese e Classificação das Rochas Sedimentares


As rochas sedimentares são um tipo de rochas:

– que tem uma fraca representação na crusta terrestre, pois apenas constituem 5% do seu
volume;

– que recobre uma extensa superfície, ocupando mais de 75% da área continental;

– que se forma na superfície do globo ou a pequenas profundidades e, geralmente, resulta


da interação da hidrosfera, da atmosfera e da biosfera;

– que é muito diversa, tanto na constituição como no aspeto e processos de formação;

– cuja classificação se baseia na conjugação de critérios de composição química com a


génese dos sedimentos que as originam.

Formação das Rochas Sedimentares


A génese das rochas sedimentares pode dividir-se em duas etapas:

 A sedimentogénese, que consiste na elaboração dos materiais que vão constituir as rochas
(sedimentos). Implica a ocorrência de diversos processos geológicos como:

– a meteorização ou alteração das rochas;

– a erosão e o transporte de sedimentos;

– a sedimentação desses sedimentos.

 A diagénese, que corresponde à evolução dos sedimentos até se formarem rochas


consolidadas. Intervêm os processos:

– a compactação e desidratação;

– a cimentação;

– a recristalização.

Processos implicados

na formação das rochas

sedimentares.

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Sedimentogénese – formação de sedimentos

 A sedimentogénese consiste na elaboração de materiais – sedimentos ou detritos – que vão


ser a matéria-prima constituinte das rochas sedimentares.

De acordo com os seus processos de formação, os sedimentos classificam-se em três tipos:

 sedimentos detríticos ou clastos – de dimensões muito variadas, desde partículas muito


pequenas até grandes blocos rochosos, resultam da alteração de rochas preexistentes;

 sedimentos de origem química – resultam da precipitação de substâncias dissolvidas na


água;

 sedimentos biogénicos – são compostos por restos de seres vivos como os esqueletos ou
conchas de animais, ou fragmentos de plantas.

 Inclui a Meteorização, a Erosão, o Transporte e a Sedimentação.

 Meteorização ou alteração das rochas:

– é um dos fenómenos que faz parte da sedimentogénese e é essencial para a formação de


sedimentos;

– corresponde ao conjunto de processos que levam à alteração química e/ou física das
características iniciais das rochas, levando à sua destruição;

– os agentes de meteorização – a água, o vento, as mudanças de temperatura e a ação dos


seres vivos atuam de forma muito lenta, pelo que a sua ação pode ser impercetível;

– de acordo com o seu modo de atuação e dos produtos que originam, os agentes de
meteorização podem ser classificados em físicos e químicos provocando a fragmentação e
a alteração química das rochas, respetivamente;

– existem, então, dois tipos de meteorização – a meteorização física ou mecânica e


a meteorização química.

* Meteorização física ou mecânica:

– é uma ação que leva à fragmentação das rochas em pedaços cada vez mais
pequenos, sem que ocorra qualquer transformação química que leve à alteração
mineralógica das rochas;

– predomina em zonas do globo geladas e desérticas, em que a água se encontra


frequentemente congelada;

– inclui processos como a ação da água e do vento, a ação do gelo e do calor,


que levam a contrações e dilatações térmicas, a atividade biológica, através da ação
dos seres vivos, o crescimento de minerais e a descompressão que as rochas
sofrem à superfície:

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

* Meteorização química:

– é uma ação que leva à alteração da composição química e mineralógica das rochas;

– alguns minerais são destruídos e transformados em novos produtos químicos,


enquanto outros são formados, adquirindo estruturas cristalinas mais estáveis nas
condições a que a rocha está sujeita;

– os iões ou os novos minerais obtidos constituem os sedimentos de origem química;

– a sua ação é tanto maior quanto maior for o estado de desagregação física das
rochas, pois assim a atuação dos agentes é mais fácil;

– é mais frequente em regiões quentes e húmidas, pois a temperatura tem um papel


muito importante na velocidade e dinâmica das reações químicas, bem como a água
e o ar atmosférico que também favorecem essas reações;

– pode ocorrer de duas formas distintas:

a) os minerais são completamente dissolvidos e, posteriormente, podem


precipitar formando os mesmos minerais, como acontece com a calcite e a
halite;

b) os minerais são alterados e formam novos minerais, tal como se verifica


com os feldspatos e as micas que originam minerais de argila.

– inclui diversas reações químicas como a dissolução, a hidratação/desidratação,


a hidrólise e a oxidação/redução:

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

Pode ainda considerar-se um tipo de meteorização química que se designa como meteorização
bioquímica ou químico-biológica:

- Os seres vivos intervêm no processo de decomposição dos minerais, levando à


sua alteração química. Através do metabolismo produzem fluidos e ácidos que,
quando contactam com as rochas e com os minerais, provocam a sua alteração
química.

- Por exemplo, os líquenes elaboram substâncias que atacam as rochas facilitando a


sua desagregação; alguns animais, como certos bivalves, produzem substâncias
corrosivas que utilizam para abrir fendas nas rochas.

Caos de blocos:

 É um tipo de paisagem que resulta da ação conjunta dos agentes de meteorização física e
química e da erosão e transporte de sedimentos.

 Ocorre em maciços graníticos e resulta de modificações operadas nas rochas devido à


alteração das condições em que estas se formaram.

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

Formação de um caos de blocos:

 Erosão:

– é um processo que faz parte da sedimentogénese e ocorre depois da meteorização;

– corresponde ao conjunto de processos físicos que permitem remover do local os


materiais resultantes da meteorização física ou química;

– a ação da gravidade, a água, o vento e o gelo são os principais agentes erosivos


que arrancam e separam os fragmentos desagregados da rocha-mãe.

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

Agentes erosivos:

 Transporte:

– também faz parte do processo de sedimentogénese;

– corresponde à ação da água e do vento, que levam para outros locais os materiais
resultantes da meteorização e que foram removidos pelos agentes erosivos;

– alguns sedimentos são transportados em solução e outros sob a forma de detritos


de dimensões muito variáveis;

– os sedimentos podem sofrer um transporte pequeno ou podem ser transportados


para locais muito distantes daquele em que se formaram;

– durante o transporte os detritos sólidos podem sofrer sucessivas alterações, sendo


as principais o arredondamento e a granotriagem:

* Arredondamento – devido aos choques entre eles e ao atrito com as rochas da superfície,
os sedimentos inicialmente angulosos vão perdendo as suas arestas e vértices, ficando cada
vez mais lisos e curvos, tornando-se arredondados. Pelo grau de arredondamento pode
inferir-se o tipo e a duração do transporte que os sedimentos sofreram;

* Granotriagem – consiste na separação dos sedimentos de acordo com o tamanho, a


forma e a densidade que possuem. Considera-se que há boa calibragem de sedimentos
quando todos possuem aproximadamente o mesmo tamanho. O vento e as águas dos rios
são bons agentes de granotriagem.

 Vento

– o poder de transporte do vento, como possui densidade baixa, é muito dependente da sua
intensidade e do tamanho das partículas que transporta;

– os sedimentos podem ser transportados em suspensão, por saltação ou deslizamento;

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

– a sua ação de transporte é mais notória em regiões áridas e sem vegetação, porque as
partículas do solo são mais facilmente levantadas e transportadas.

 Água

– é o principal agente de transporte de sedimentos;

– os sedimentos quando são transportados podem ir em solução (dissolvidos) ou sob a forma


de detritos, que vão em suspensão, saltação ou deslizamento;

– efetua transporte quando está no estado sólido (o gelo dos glaciares) e no estado líquido
(águas selvagens, rios e ribeiros, lagos, águas subterrâneas e mares);

– a carga transportada pelas águas depende da sua quantidade e consequente velocidade.

 Sedimentação:

– é a fase final da sedimentogénese e prepara os sedimentos para a diagénese;

– ocorre em locais onde a ação dos agentes erosivos e de transporte se anula ou é


muito reduzida, ou seja, o agente transportador perde energia e deixa de exercer a
sua ação;

– consiste na deposição dos sedimentos;

– os materiais que são transportados em solução sedimentam após a precipitação;


também se podem depositar novos minerais resultantes da meteorização química e
matéria orgânica;

– pode ocorrer em ambientes terrestres mas é mais importante em ambientes


aquáticos, principalmente nos cursos de água, nos lagos e nos mares;

– a deposição dos sedimentos ocorre, normalmente, em camadas sobrepostas,


horizontais e paralelas que se designam estratos ou camadas.

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

Diagénese – formação de rochas sedimentares

 A diagénese é o conjunto de processos físico-químicos que provocam a evolução mais ou


menos complexa dos sedimentos.

 Através desses processos os sedimentos móveis transformam-se em rochas sedimentares


mais ou menos consolidadas, sofrendo:

Compactação e desidratação, cimentação e recristalização.

 Compactação e desidratação:

– pela força de gravidade, os sedimentos que deixaram de ser transportados vão-se


depositando e formam novas camadas;

– as camadas formadas exercem pressão sobre as camadas inferiores;

– devido ao peso e à pressão exercidos, a água contida nos interstícios dos


sedimentos é expulsa, ocorrendo desidratação;

– os sedimentos ficam cada vez mais próximos, o volume da rocha diminui e torna-se
progressivamente mais compacta e mais densa (compactação).

 Cimentação:

– os espaços vazios entre os sedimentos são preenchidos por materiais de


neoformação, resultantes da precipitação química de substâncias dissolvidas na
água;

– essas substâncias cristalizam, constituindo um cimento que une os sedimentos e


forma-se uma rocha consolidada;

– os cimentos mais comuns formam-se por precipitação de carbonato de cálcio e


sílica (sendo muito duro) ou por precipitação de óxidos de ferro e de argilas;

– quando os sedimentos são de grandes dimensões, as partículas finas


transportadas pela água e que se vão depositar formam uma matriz que liga os
materiais.

 Recristalização:

– consiste num rearranjo dos componentes originais da rocha;

– alguns minerais alteram as suas estruturas cristalinas como resposta a novas


condições de pressão, temperatura e circulação de água ou outros fluidos;

– por exemplo, a calcite, para se adaptar às novas condições, transforma-se em


dolomite; já a aragonite pode passar a calcite.

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Etapas da formação das rochas sedimentares.

Classificação das Rochas Sedimentares​


Existem diferentes classificações baseadas em critérios muito variados. Normalmente recorre-se à
conjugação de critérios de composição química e da génese dos sedimentos que as originam.
Assim, tendo em conta a origem da fração predominante, podem considerar-se três grupos:
as rochas detríticas, as rochas quimiogénicas e as rochas biogénicas.

ROCHAS DETRÍTICAS

– formam-se a partir de fragmentos sólidos ou detritos obtidos pela meteorização e erosão de


rochas preexistentes;

– os sedimentos detríticos, ao longo do seu transporte, vão sofrendo arredondamento e


calibragem, pelo que refletem a força e a duração da corrente que os transportou e depositou,
bem como a dureza do material que os constitui;

– os detritos podem ser classificados em função do seu tamanho, recorrendo a escalas


granulométricas;

– para se caracterizarem estas rochas é importante a composição, a dimensão, a distribuição e


a morfologia dos sedimentos;

– classificam-se em dois grandes grupos: as sedimentares detríticas não consolidadas – que


são depósitos de sedimentos que não sofreram diagénese – e as sedimentares detríticas
consolidadas.

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ROCHAS QUIMIOGÉNICAS

– formam-se através de sedimentos quimiogénicos, ou seja, substâncias químicas


dissolvidas numa solução aquosa;

– o principal processo físico-químico que origina estas rochas é a precipitação das


substâncias dissolvidas, que pode ser devida:

* à evaporação da água – quando a água, com substâncias dissolvidas,


evapora, por estar sujeita a um aumento de temperatura, formam-se cristais
que se acumulam e constituem os evaporitos;

* a outras reações químicas – que se desencadeiam devido a ocorrer


variação de algumas condições do meio;

– importantes exemplos de rochas de origem química são os calcários de precipitação e as


rochas salinas – os evaporitos como o gesso e o sal-gema.

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Modelado cársico:

As reações descritas no caso dos calcários de precipitação são reversíveis. Assim, para além de
ocorrer precipitação do carbonato de cálcio com consequente formação de calcite, também se pode
verificar a meteorização química do calcário com remoção do ião HCO-3, devida à ação da água
acidificada pela presença de CO2 atmosférico dissolvido.

Forma-se, então, uma paisagem característica das regiões calcárias – o modelado cársico –, onde
se podem observar as seguintes estruturas:

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ROCHAS BIOGÉNICAS

– resultam de sedimentos biogénicos, ou seja, detritos orgânicos ou materiais resultantes de


uma ação bioquímica;

– podem também ser denominadas quimiobiogénicas, uma vez que é difícil, em certas
situações, separar os processos inorgânicos dos bioquímicos;

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– são exemplos deste tipo de rochas os calcários biogénicos e as rochas


carbonáceas como os carvões e os petróleos.

Calcários biogénicos:

– formam-se, essencialmente, pela acumulação de partes esqueléticas de


seres vivos, ricas em carbonato de cálcio, ou por reações de precipitação,
mas que foram despoletadas pela ação dos seres vivos;

– os depósitos de carbonato de cálcio sofrem diagénese originando rochas


consolidadas.

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Rochas carbonáceas:

– são as rochas sedimentares que possuem uma verdadeira origem orgânica


ou biogénica;

– no seu processo de formação houve intervenção direta da matéria orgânica


resultante dos seres vivos, animais ou vegetais, que sofreu transformações
químicas por ação de bactérias anaeróbias;

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– a génese destas rochas está relacionada com a fossilização de matéria


orgânica proveniente do plâncton para o petróleo e da flora continental para a
formação dos carvões;

– são designadas combustíveis fósseis, pois representam a energia solar


captada por seres fotossintéticos, transformada, armazenada e preservada
durante milhões de anos;

– a evolução da matéria orgânica requer um conjunto de condições favoráveis,


como:

* meios em que há condições anaeróbias;

* ambientes costeiros lagunares ou zonas lacustres;

* afundimento progressivo dos sedimentos nas bacias de


sedimentação devido aos movimentos tectónicos, através de
movimentos de subsidência;

* aumento das condições de pressão e temperatura resultantes do


aprofundamento dos sedimentos.

Nesta categoria de rochas incluem-se os carvões minerais e os hidrocarbonetos naturais:

Carvões minerais:

– formam-se por decomposição anaeróbia de detritos de plantas superiores, levada a cabo


por bactérias anaeróbias;

– a decomposição é desencadeada pela alteração das condições de pressão e temperatura,


devidas ao afundimento dos sedimentos;

– é um importante combustível fóssil;

– de acordo com a relação entre a quantidade de substâncias voláteis e a quantidade de


carbono total, os carvões podem classificar-se em vários tipos, sendo os mais
representativos a turfa e os carvões húmicos – o lignito, o carvão betuminoso e
o antracito.

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Hidrocarbonetos naturais

– são compostos químicos constituídos por átomos de hidrogénio e de carbono;

– a sua formação resulta da conjugação de uma série de fatores naturais, não reproduzíveis
em laboratório, que originam os hidrocarbonetos;

– os fatores pertencem a três categorias: biológicos, físico-químicos e geológicos;

– podem ser gasosos – gás natural, líquidos – petróleo bruto, ou sólidos –


asfaltos e betumes.

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Num jazigo de petróleo é possível distinguir as seguintes formações geológicas:

Associada às jazidas petrolíferas existe, normalmente, água salgada que:

– impregna camadas de rochas permeáveis;

– pode ser remanescente da água que ficou aprisionada durante a formação dos sedimentos
ou pode ser água resultante de infiltrações verificadas à superfície;

– ajuda a estabelecer a ordem de densidades – primeiro a água, depois o petróleo (menos


denso) e por fim o gás.

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 Descobrir a História da Terra


As rochas sedimentares são arquivos onde está armazenada informação sobre os vários processos
envolvidos na sua formação, que pode ter ocorrido há milhões de anos.

Cada estrato rochoso pode corresponder a um determinado período da história da Terra. Assim,
numa coluna estratigráfica podem estar representados milhões de anos do tempo geológico.

Da observação dos estratos podemos retirar informações sobre:

 os ambientes de épocas passadas;

 os climas antigos;

 a posição dos continentes e dos oceanos;

 a química da água;

 a composição da atmosfera;

 o tipo de fauna e flora existentes numa determinada altura;

 os movimentos tectónicos do planeta.

As rochas sedimentares:

– podem ser datadas e o seu estudo permite fazer a reconstituição dos ambientes antigos em
que se formaram – os paleoambientes. Através da recolha e compilação destas informações em
vários locais do globo terrestre é possível fazer a reconstituição da Terra numa determinada
época;

– normalmente são estratificadas e frequentemente são fossilíferas, ou seja, têm fósseis


associados;

– apresentam estruturas preservadas que permitem inferir dados sobre os ambientes em que se
formaram. Geralmente, estas estruturas formam-se durante ou após a deposição dos sedimentos
e antes de ocorrer a diagénese;

– revelam marcas, nas juntas de estratificação, que indicam a existência de pausas ou


interrupções na sedimentação, mudanças na natureza dos sedimentos ou alteração das
condições físico-químicas do meio, pelo que se individualiza um novo estrato.

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Exemplos de estruturas frequentemente encontradas são:

Devido às características das rochas sedimentares e considerando a aplicação do princípio das


causas atuais ou princípio do atualismo, que:

– permite explicar o passado através da observação do presente;

– parte do pressuposto de que as causas que provocaram determinados fenómenos no


passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente, é
possível reconstituir a história da Terra.

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Os fósseis e a reconstituição do passado


Os fósseis:

 são restos ou vestígios de seres vivos que viveram em tempos geológicos passados;

 ocorrem predominantemente em rochas sedimentares, podendo haver alguns exemplares em


rochas metamórficas;

 são contemporâneos da génese das rochas que os contêm, porque se depositaram na mesma
altura que os sedimentos e com eles sofreram diagénese;

 possibilitam a datação relativa dos estratos em que se encontram e fornecem pistas para a
reconstituição dos paleoambientes;

 mais comuns são as partes duras dos seres vivos, como ossos, conchas ou dentes dos animais
e das partes lenhosas nas plantas porque são estruturas mais resistentes e, por isso, mais
facilmente preservadas;

 são relativamente pouco numerosos porque é necessário que se reúnam uma série de
condições propícias à sua formação, ou seja, condições de fossilização.

CONDICÕES DE FOSSILIZAÇÃO:

– após a morte, os seres têm de ser imediatamente incorporados nos sedimentos, para que
não sejam comidos nem decompostos;

– a camada que recobre os seres que morreram deve isolar da temperatura e da pressão,
bem como da ação dos agentes de meteorização, principalmente da ação oxidante da
atmosfera;

Processo de fossilização.

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 formam-se através de diferentes processos de fossilização, sendo os principais as marcas,


as impressões, as mineralizações, as incrustações e a mumificação:

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 podem classificar-se de fósseis de idade ou estratigráficos e fósseis de fácies ou de


paleoambientes:

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Datação Relativa das Rochas


A Estratigrafia é um ramo da Geologia que se ocupa do estudo, descrição, correlação de idades e
classificação das rochas sedimentares, bem como a sua representação horizontal e vertical.

Normalmente, a formação dos estratos faz-se segundo planos horizontais.

A datação relativa dos estratos:

 corresponde à determinação da ordem cronológica de uma sequência de


acontecimentos;

 utiliza diversos princípios, tais como o princípio da sobreposição, o princípio da


continuidade lateral, o princípio da identidade paleontológica, o princípio da
interseção e o princípio da inclusão:

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Datação Absoluta das Rochas


 atribui uma idade certa às formações rochosas, dizendo quantos anos ou milhões de anos
possui;

 utiliza técnicas baseadas na desintegração regular de isótopos radioativos naturais, como por
exemplo o carbono 14.

Reconstituição de Paleoambientes
O conjunto das características litológicas e fossilíferas de um estrato sedimentar designa-
-se fácies e o seu estudo possibilita a compreensão e interpretação do ambiente aquando da
formação do estrato, permitindo fazer a reconstituição dos paleoambientes.

Os diferentes tipos de fácies correspondem a diferentes ambientes sedimentares, sejam eles


detríticos, quimiogénicos ou biogénicos. Muito simplificadamente podem considerar-se: fácies
continental, fácies marinha e fácies de transição.

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Escala do Tempo Geológico


A escala do tempo geológico:

 foi elaborada recorrendo:

– aos princípios da datação relativa das rochas;

– a informações evidenciadas pelos estratos que foram recolhidas em afloramentos de


toda a Terra;

– a correlações estabelecidas entre rochas e fósseis.

 baseia-se na seriação cronológica dos acontecimentos que marcaram a história da Terra,


desde a sua formação até à atualidade;

 as diferentes unidades temporais correspondem a determinadas formações estratigráficas;

 tem várias divisões com diferentes amplitudes: o éon, que é a unidade geocronológica mais
ampla, divide-se em eras; períodos; épocas.

Acontecimentos mais importantes na história da Terra.

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MAGMATISMO E ROCHAS MAGMÁTICAS

 Génese e Classificação das Rochas Magmáticas


As rochas magmáticas:

- estão bem representadas no nosso país: os granitos, que afloram em extensas áreas
localizadas, abundam nas zonas continentais; os basaltos são as rochas características dos
arquipélagos dos Açores e da Madeira;

- conferem às paisagens aspetos muito característicos que influenciam a flora e a fauna,


condicionando a fixação e desenvolvimento das atividades humanas;

- podem classificar-se tendo em conta a textura, a cor e a composição química e


mineralógica;

- formam-se, em grande parte, devido à mobilidade da litosfera e, principalmente, nos limites


convergentes e divergentes das placas litosféricas, onde as condições de pressão e
temperatura provocam a fusão das rochas da crusta e do manto superior originando
magmas;

- resultam da consolidação de material magmático, que pode arrefecer em profundidade


originando plutónicas ou rochas intrusivas, ou pode arrefecer na superfície da Terra
originando vulcânicas ou rochas extrusivas;

São estudadas com base em observações feitas em vulcões submarinos ou continentais, em dados
experimentais obtidos em laboratório e em dados referentes à variação da temperatura com a
profundidade da Terra;

Diferentes ambientes tectónicos de formação de magmas.

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Sabe-se, atualmente, que se podem formar através da solidificação de magmas resultantes da


fusão parcial de outras rochas, sendo os três principais, de acordo com o teor em sílica, o basáltico,
o andesítico e o riolítico:

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Diferentes tipos de magmas

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Consolidação de magmas
 O magma é um material rochoso semi-fundido com componentes sólida, líquida e gasosa.
Quando o magma consolida, devido a variações da pressão e da temperatura, podem ocorrer
processos de solidificação de certos componentes magmáticos, sublimação de vapores ou
fenómenos de vaporização de fluidos com deposição de substâncias dissolvidas.

 Assim, de acordo com as condições verificadas, podem desenvolver-se, ou não, cristais mais
ou menos desenvolvidos. Então, a cristalização é condicionada por fatores externos e fatores
internos:

Os fatores externos que condicionam a cristalização são:

– a agitação do meio em que se encontram;

– a presença ou ausência de água;

– o tempo;

– o espaço disponível;

– a temperatura e a pressão.

Os fatores internos são, por exemplo, a disposição ordenada dos átomos ou dos iões que formam
a rede tridimensional cujo modelo geométrico regular é característico de cada espécie mineral.

Diferenciação Magmática
A temperatura e a pressão vão diminuindo durante o processo de arrefecimento do magma,
ocorrendo um processo de cristalização da matéria mineral.

O arrefecimento pode ocorrer:

– em profundidade, que é o que se verifica com a maior parte dos magmas que arrefecem
ainda nas câmaras magmáticas;

– à superfície ou próximo dela, situação em que o arrefecimento é brusco, assim como as


variações de pressão e temperatura, pelo que muitos minerais não chegam a cristalizar.

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À medida que o magma vai ascendendo, a sua temperatura vai gradualmente baixando e vai- -se
formar um gradiente de pontos de cristalização de diferentes minerais que fracionadamente vão
cristalizando – cristalização fracionada.

Estes minerais tornam-se mais densos e separam-se do magma residual, ou seja, que não
cristalizou, devido ao efeito gravítico – diferenciação gravítica. Este magma, cuja composição
química já é diferente da inicial, pode continuar a ascender e pode reagir com rochas encaixantes
que atravessa, alterando ainda mais a sua composição inicial por um processo de assimilação
magmática.

Cristalização Fracionada:

 Bowen investigou o comportamento dos magmas e a forma como ocorre a cristalização durante
o seu arrefecimento:

– concluiu que os minerais possuem diferentes pontos de cristalização, cristalizando primeiro


os que têm um ponto de fusão mais elevado, seguidos dos restantes por ordem decrescente
dos respetivos pontos de fusão – cristalização fracionada;

– estabeleceu a sequência de reações que ocorrem no magma durante a sua diferenciação.

 A sequência de reações de formação de minerais ou série reacional de Bowen:

– reflete fenómenos que ocorrem simultaneamente à medida que a temperatura do magma vai
baixando;

– os minerais que se situam na mesma linha horizontal possuem temperatura de cristalização


semelhante;

– é composta por dois ramos:

* o ramo da série de minerais ferromagnesianos ou série descontínua;

* o ramo da série das plagióclases ou série contínua.

Série reacional de Bowen

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Após a cristalização completa dos minerais que constituem os dois ramos, a fração magmática
resultante pode apresentar elevadas concentrações de sílica e de metais leves como o potássio (K)
e o alumínio (Al). Pode, então, ocorrer a cristalização sucessiva dos feldspatos potássicos,
da moscovite e, finalmente, do quartzo, até ao esgotamento do magma residual.

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Diferenciação Gravítica:

 os primeiros cristais que se formam, por serem mais densos, separam-se do magma que os
originou;

 a separação ocorre por ação da gravidade e os cristais depositam-se no fundo da câmara


magmática;

 os cristais menos densos que o magma migram para o cimo da câmara magmática;

 a acumulação dos cristais reflete a sua ordem de formação, bem como a sua ordem de
densidade;

 este mecanismo de diferenciação explica o aparecimento de massas rochosas constituídas


por um mineral com composição química global diferente da do magma que o originou.

Assimilação Magmática:

 um magma pode reagir com as rochas


encaixantes por onde vai passando,
provocando a fusão dessas rochas;

 o material rochoso fundido vai ser


adicionado ao magma – assimilação –,
pelo que a sua composição química inicial
pode ser alterada;

 as rochas resultantes da consolidação


deste magma vão refletir a assimilação
verificada.

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Mistura de Magmas:

 este processo pode ocorrer nas cinturas orogénicas e resulta da contaminação entre
magmas diferentes;

 por exemplo, quando um magma basáltico ascende pode encontrar magmas graníticos
havendo mistura dos dois;

 o magma resultante terá características intermédias.

As últimas frações do magma, constituídas por água com voláteis e outras substâncias – sílica,
plagióclase sódica e feldspato potássico – em solução constituem as soluções hidrotermais, que
podem preencher fendas existentes nas rochas e aí cristalizam formando filões, como, por exemplo,
os filões de quartzo. Os filões podem ser constituídos por um só mineral ou por vários minerais
associados.

Diversidade de Rochas Magmáticas

As rochas magmáticas são agregados naturais e coerentes constituídos por vários minerais que
conservam individualmente as suas propriedades.

Para se observarem minerais pormenorizadamente recorre-se ao uso do microscópio, mas é


necessário efetuar lâminas extremamente finas para poderem ser atravessadas pela luz.

A sua classificação baseia-se essencialmente na composição química e mineralógica e


na textura, embora também seja importante a cor, a acidez e o modo de jazida.

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Composição química e mineralógica:

 como os silicatos são os minerais mais abundantes nas rochas magmáticas, utiliza-se a
percentagem em sílica para estabelecer uma classificação química para estas rochas;

 resultam quatro tipos de rochas, de acordo com o teor em sílica:

 relativamente aos minerais que constituem as rochas, distinguem-se dois grandes grupos,
os minerais essenciais e os minerais acessórios:

* minerais essenciais – são minerais cuja presença confere caráter à rocha


e determina a sua designação. O mais citados são o quartzo, o feldspato
(potássico e calcossódico), a moscovite, a biotite, a piroxena, a anfíbola e
a olivina.

* minerais acessórios – são minerais que não afetam o aspeto fundamental


da rocha, que ocorrem em quantidades diminutas e que, geralmente, só são
visíveis ao microscópio. Destaca-se como exemplo a magnetite, o zircão, a
apatite, o rútilo e a turmalina.

Os minerais podem agrupar-se de acordo com as tonalidades que apresentam e, assim, as rochas
magmáticas podem classificar-se de acordo com o índice da cor.

Cor:

 a tonalidade das rochas pode fornecer indicações sobre o tipo de minerais que as
constituem;

 resulta a seguinte classificação dos minerais:

- minerais félsicos– têm cor clara como o quartzo e a moscovite (feldspato


+ sílica);

- minerais máficos – têm cor escura como a biotite e a olivina (magnésio


+ ferro).

 as rochas onde predominam uns ou outros minerais possuem tonalidades diferentes, sendo
classificadas em leucocratas, mesocratas e melanocratas.

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Textura:

 é o aspeto exterior e geral das rochas;

 resulta das dimensões, da forma e do arranjo dos minerais constituintes;

 é determinada pela viscosidade e pelo tempo de arrefecimento do magma;

 a classificação é feita com base no tamanho e nas características dos cristais que as rochas
apresentam;

 de acordo com o grau de cristalinidade pode considerar-se a seguinte classificação para as


diferentes texturas:

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Tendo em conta a composição mineralógica, podem constituir-se agrupamentos de rochas


designados famílias. As principais famílias das rochas magmáticas são:

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A diversidade das rochas das diferentes famílias apresenta aspetos macroscópicos e microscópicos
muito variados. Nas diferentes famílias existem rochas plutónicas que, por esse facto possuem
textura granular e rochas vulcânicas que apresentam a mesma composição química mas têm
textura agranular, uma vez que as condições de arrefecimento do magma foram diferentes.

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METAMORFISMO E ROCHAS METAMÓRFICAS

 Génese e Classificação das Rochas Metamórficas


O Metamorfismo:

 corresponde ao conjunto de adaptações mineralógicas, químicas e texturais que as rochas pré-


existentes sofrem quando estão sujeitas a condições de pressão e temperatura diferentes das
que presidiram à sua génese;

 ocorre normalmente sem que haja fusão das rochas e, por vezes, verifica-se em estados de
deformação dúctil, pois é frequente o metamorfismo estar associado a dobras;

 é característico de determinados contextos tectónicos, como, por exemplo, ao nível das zonas
de subducção e em zonas de formação de cadeias montanhosas;

 pode ser mais ou menos acentuado, consoante a diferenciação que uma rocha metamórfica
apresenta relativamente à rocha que lhe deu origem, definindo assim o grau de metamorfismo;

 origina rochas metamórficas:

- são um dos tipos de rochas mais abundantes na crusta continental;

- resultam de rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas;

- formam-se no estado sólido, em profundidade e tornam-se acessíveis quando


afloram, devido aos processos tectónicos e à remoção de camadas suprajacentes;

- permitem estudar indiretamente os processos geológicos que se verificam no


interior da Terra.

FATORES DE METAMORFISMO

A grande diversidade de rochas metamórficas é devida às condições em que estas se formaram. A


predominância ou intensidade de um fator relativamente a outro pode determinar a formação de
diferentes rochas.

Os fatores de metamorfismo são a temperatura, a pressão, o tempo geológico e a presença de


fluidos.

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TEMPERATURA:

 afeta de forma significativa a composição mineralógica e a textura das rochas;

 altera ou quebra as ligações químicas que definem a estrutura cristalina dos minerais
levando à recristalização, que origina novos minerais estáveis nas novas condições;

 para que ocorra metamorfismo, varia de 200 a 800 ºC;

 aumenta com o aumento de profundidade;

 pode ser elevada em zonas mais superficiais da Terra devido a:

– convergência de placas – nestas zonas, os sedimentos e as rochas, durante o


processo de subducção, vão aprofundando. A temperatura aumenta, provocando
instabilidade no arranjo dos minerais. A rocha ajusta-se às novas condições,
formam-se novos minerais que resultam de novas ligações entre os átomos
presentes nas redes cristalinas;

– intrusões magmáticas – um magma pode ascender e instalar-se em rochas da


crusta. Essas rochas vão sobreaquecer originando um processo metamórfico
provocado pelo contacto com a massa magmática.

PRESSÃO:

 as rochas metamórficas são formadas a diferentes profundidades e, à medida que aumenta


a profundidade, são sujeitas a tensões cada vez mais elevadas;

 resulta do peso exercido pela coluna de rochas suprajacentes e pelos movimentos


tectónicos;

 modifica a composição mineralógica e o arranjo dos minerais;

 pode ser litostática ou não litostática:

o pressão litostática:

– deve-se ao peso das camadas rochosas suprajacentes;

– é aplicada de igual modo em todas as direções diminuindo o volume da rocha, porque os


seus minerais passam a ocupar menos espaço;

– induz a formação de minerais com estrutura cristalina mais compacta, originando rochas
mais densas;

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– as rochas sedimentares à medida que vão aprofundando ficam sujeitas a um aumento


progressivo deste tipo de pressões;

– não gera uma orientação preferencial dos minerais da rocha.

o pressão não litostática:

– é uma pressão dirigida ou orientada em que as forças em atuação não são iguais em
todas as direções;

– pode originar deformações como falhas e dobras;

– as rochas podem sofrer compressão, estiramento ou cisalhamento se a tensão atuante for


do tipo compressivo, de tração ou de cisalhamento, respetivamente;

– altera a textura das rochas metamórficas, pois alinha paralelamente os minerais


constituintes, desenvolvendo foliação;

– produz uma orientação preferencial em certos minerais.

TEMPO:

– é um dos fatores relevantes para a formação de rochas metamórficas;

– os fenómenos metamórficos ocorrem de forma muito lenta;

– possibilita a reorganização mineralógica e os reajustamentos texturais e estruturais das


rochas;

– pode estabelecer-se uma relação direta entre o tempo decorrido e o grau de metamorfismo;

– por vezes, os efeitos do metamorfismo só são atingidos ao fim de dezenas de milhões de


anos.

FLUIDOS:

– circulam no interior das rochas – circulação intra-rochosa –, e são responsáveis por


muitas das alterações químicas e mineralógicas que ocorrem durante o metamorfismo;

– podem ser libertados por um magma e são, normalmente, ricos em iões; ou podem ser
formados durante o metamorfismo devido, por exemplo, à evaporação de água presente nas
rochas;

– um exemplo é a água aquecida a elevadas pressões que transporta diversas substâncias


dissolvidas;

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– reagem com as rochas em que penetram, trocando átomos e/ou iões e podem levar à
substituição completa de um mineral por outro, alterando a composição e o arranjo original
da rocha;

– alguns possuem a capacidade de acelerar os processos metamórficos, ajudando a romper


ou a estabelecer novas ligações químicas;

– podem encontrar-se em minúsculos poros existentes nas rochas, embora aparentemente


as rochas pareçam secas.

Mineralogia do Metamorfismo
Quando as rochas sofrem metamorfismo, experimentam condições diferentes daquelas em que
foram originadas e, como tal, os seus minerais tornam-se instáveis.

Nas novas condições ocorre recombinação dos constituintes químicos das rochas que
por recristalização, formam novas associações minerais compatíveis com as condições
termodinâmicas do novo ambiente.

Transformações ocorridas durante o processo metamórfico.

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Nas rochas metamórficas existem minerais comuns às rochas magmáticas, como o quartzo e os
feldspatos e às rochas sedimentares, como a calcite e a dolomite; mas também existem minerais
exclusivos deste tipo de rocha. Estes minerais, indicadores de metamorfismo, só se formam em
condições bem definidas de pressão e temperatura, variáveis dentro de limites muito restritos.
Então, as rochas metamórficas podem distinguir-se pela sua mineralogia típica.

- Exemplos de minerais metamórficos são: cordierite, andaluzite, epídoto, granada, estaurolite,


silimanite, talco, distena e grafite.

As transformações mineralógicas que ocorrem por recristalização durante os processos


metamórficos, podem resultar de:

– alteração da composição química dos minerais por circulação de fluidos;

– instabilidade entre dois ou mais minerais, levando à formação de novos minerais sem que
ocorra variação na composição química global da rocha;

– alteração da estrutura cristalina do mineral sem variação da composição química através de


uma transformação polimórfica:

A presença de determinado mineral metamórfico numa rocha pode fornecer informações sobre as
condições em que a rocha se formou e, de igual modo, permite identificar diferentes graus de
metamorfismo.

Estes minerais são designados minerais-índice, uma vez que definem os limites de pressão e de
temperatura em que a rocha foi gerada, funcionando como paleobarómetros ou paleotermómetros.

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Grau de Metamorfismo:
 é definido de acordo com as condições de pressão e temperatura:

- Metamorfismo de baixo grau

- Metamorfismo de médio grau

- Metamorfismo de alto grau

Alguns minerais indicadores do grau de metamorfismo.

 à medida que aumenta, aumenta também a granularidade da rocha devido aos intensos
fenómenos de recristalização;

 as diversas zonas metamórficas são delimitadas por superfícies de igual grau de


metamorfismo.

Tipos de Metamorfismo
Consideram-se diferentes tipos de metamorfismo de acordo com os seguintes critérios de
classificação:

– o tipo de ambiente tectónico em que ocorre;

– a predominância e a intensidade de um ou mais fatores de metamorfismo relativamente a


outros;

– a extensão da área afetada.

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Definem-se, assim, dois tipos principais de metamorfismo: o metamorfismo regional e


o metamorfismo de contacto.

Ambientes tectónicos em que decorre o metamorfismo regional e o metamorfismo de contacto.

Metamorfismo Regional:
– afeta grandes áreas da crusta terrestre;

– é originado por processos que envolvem elevadas temperaturas e forças tectónicas que
geram tensões não litostáticas altas que modificam as rochas em profundidade;

– está geralmente associado a processos tectónicos relacionados com a formação de


cadeias montanhosas, quer em zonas de colisão de placas, quer em zonas de subducção;

– pode formar diferentes tipos de rochas como a ardósia, o filito, o micaxisto e o gnaisse.

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– algumas rochas formadas podem possuir xistosidade, devido à conjugação da


deformação com a recristalização;

– se forem ultrapassados determinados valores de tensão e temperatura (superior a 800 °C)


inicia-se o magmatismo e a rocha entra em fusão parcial – anatexia.

Metamorfismo de Contacto:
– é um tipo de metamorfismo local;

– ocorre em zonas próximas de intrusões magmáticas;

– a elevada temperatura do magma e os fluidos que se libertam propagam-se às rochas


encaixantes da intrusão e alteram os seus minerais;

– forma uma zona denominada auréola de metamorfismo, que é a orla de rochas próximas
da intrusão que foram fortemente aquecidas e sofreram metamorfismo. A extensão da
auréola depende do tamanho da massa magmática, da sua temperatura, da quantidade de
água existente nas rochas e da profundidade a que ocorre o contacto;

– o grau de metamorfismo das rochas da auréola é tanto menor, quanto maior for a distância
à intrusão magmática;

– a variedade de rochas resultantes depende do tipo de rocha que é intruída, da quantidade


de fluidos circulantes e da temperatura da intrusão;

– quando afeta calcários, arenitos ricos em quartzo e rochas argilosas origina,


respetivamente, mármore, quartzito e corneanas.

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Auréola de metamorfismo originada por uma intrusão magmática:

A designação corneana pode ser atribuída a qualquer rocha que se forme nas zonas mais próximas da intrusão
magmática.

Texturas Características das Rochas Metamórficas


 A textura das rochas metamórficas é determinada pelo tamanho, forma e arranjo dos minerais
que as constituem. O tamanho dos grãos é também importante na determinação da textura.

 Podem distinguir-se dois grandes grupos de rochas metamórficas: as rochas foliadas e


as rochas não foliadas ou granoblásticas.

A foliação:

– é qualquer estrutura planar de uma rocha que pode ser originada durante os processos de
metamorfismo e resulta, quer de um alinhamento preferencial de certos minerais anteriores ao
metamorfismo, quer da orientação de novos minerais formados durante os processos de
recristalização;

– pode ser muito evidente ou apenas observável ao microscópio.

À medida que o grau de metamorfismo aumenta, a propriedade de certas rochas metamórficas se


dividirem em lâminas – fissilidade – segundo os planos de foliação, torna-se menos evidente.

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Existem três tipos de foliação muito característicos em rochas de baixo, médio e alto grau de
metamorfismo, que são respetivamente, a clivagem xistenta, a xistosidade e o bandado
gnaissico:

As rochas com textura não foliada ou granoblástica:

– são constituídas, essencialmente, por minerais com dimensões semelhantes a grânulos, não
sendo tabulares nem alongados;

– a orientação dos minerais não é preferencial;

– resultam de um tipo de metamorfismo como o de contacto, em que a deformação não é relevante;

– são, por exemplo, as corneanas, os quartzitos e os mármores.

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Exemplos de rochas metamórficas.

DEFORMAÇÃO DE ROCHAS

 Falhas e Dobras
A Terra é um planeta dotado de grande dinamismo. Uma das formas que a Terra tem de mostrar
esse dinamismo é através da ocorrência de processos contínuos, muito lentos e graduais, que
provocam modificações nas formações rochosas – as deformações.

As deformações:

– são alterações que se devem a forças de tensão exercidas sobre as rochas, provocadas
pela mobilidade da litosfera e pelo peso de camadas suprajacentes;

– quando ocorrem, podem provocar alteração de volume ou alteração da forma das


rochas ou, como é comum, alterar simultaneamente o volume e a forma das rochas;

– podem ocorrer em todos os tipos de rochas.

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​ Mecanismos de Deformação

Através do estudo laboratorial do comportamento dos materiais e da observação direta das rochas,
concluiu-se que:

 o tipo de tensões a que as rochas ficam sujeitas são a tensão de compressão, tensão de
distensão (ou tensão de torção) e tensão de cisalhamento;

 o tipo de comportamento que as rochas apresentam, quando estão sob o efeito de tensões,
pode ser frágil ou dúctil:

* frágil – quando entram facilmente em rutura, originando falhas;

* dúctil – quando dificilmente entram em rutura e experimentam deformações


permanentes, originando dobras.

Os mecanismos de deformação das rochas estão associados, normalmente, a diferentes tipos de


limites tectónicos:

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Os materiais rochosos podem apresentar diversos tipos de deformações em resposta às tensões


que suportam:

 Deformação elástica:

– é um tipo de deformação reversível;

– é proporcional ao esforço aplicado;

– quando a força de tensão é retirada, o material volta ao estado inicial;

– as rochas possuem um limite de elasticidade; quando este limite é ultrapassado, as


rochas passam a manifestar um comportamento plástico ou entram em rutura;

– as deformações sofridas por uma mola ou por um elástico quando são sujeitos a tensões
são um exemplo deste tipo de deformação.

 Deformação plástica:

– é um tipo de deformação irreversível;

– o material, depois de ultrapassado o limite de elasticidade, fica permanentemente


deformado;

– se o limite de plasticidade não for ultrapassado não há rutura do material;

– origina uma deformação contínua pois, neste caso, não se verifica descontinuidade entre
as partes contíguas do material deformado, tal como acontece nas dobras;

– as deformações evidenciadas pelo barro ou pela plasticina quando moldados são


exemplo deste tipo de deformação.

 Os comportamentos apresentados pelas rochas:

– são influenciados pelas condições em que as deformações se processam;

– são, geralmente, frágeis, pois as rochas são materiais pouco plásticos que entram
facilmente em rutura, principalmente quando estão próximas da superfície;

– podem tornar-se dúcteis, quando estão sob ação de temperaturas e pressões elevadas
em zonas mais profundas;

– em situações extremas de pressão e temperatura, são semelhantes ao comportamento de


fluidos muito viscosos;

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– dependem dos seguintes fatores:

* Tipo de tensão;

* Temperatura;

* Conteúdo em fluidos;

* Tempo de atuação;

* Composição e estrutura da rocha;

DEFORMAÇÕES MAIS FREQUENTES NAS ROCHAS

As deformações que se verificam nas rochas podem apresentar diversos aspetos, sendo os mais
comuns as dobras e as falhas.

Dobras
– são deformações que consistem no arqueamento ou encurvamento das camadas
rochosas inicialmente planas;

– podem ser macro ou microscópicas;

– resultam de tensões compressivas quando o material tem comportamento dúctil;

– caracterizam-se geometricamente pela forma da superfície de referência como, por


exemplo, os planos de estratificação;

– formam-se no interior da crusta ou do manto de forma lenta e gradual;

– afloram à superfície devido aos movimentos tectónicos e à erosão.

Numa dobra, a posição das camadas rochosas no espaço, ou seja, a atitude dessas camadas,
pode ser definida pela direção e pela inclinação das camadas.

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A geometria das dobras caracteriza-se pelos seguintes elementos:

De acordo com a sua disposição espacial e com a idade das rochas que as constituem, podem
ser classificadas em:

 Disposição espacial

ANTIFORMA SINFORMA

NEUTRA

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 Idade das rochas do núcleo

ANTICLINAL SINCLINAL

Falhas
– são deformações descontínuas em que se verifica a fratura das rochas, acompanhada de
deslocamento dos blocos fraturados um em relação ao outro;

– ocorrem quando o limite de plasticidade dos materiais rochosos é ultrapassado;

– resultam de tensões compressivas, distensivas ou de cisalhamento quando as rochas


têm comportamento frágil;

– caracterizam-se pelos seguintes elementos:

– de acordo com a inclinação do plano de falha e com o movimento dos lábios, classificam-se em:

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Tipos de falhas:

– podem surgir associadas e com configurações geográficas designadas por fossas


tectónicas ou grabens e maciços tectónicos ou horsts:

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EXPLORAÇÃO SUSTENTADA DE RECURSOS GEOLÓGICOS

 Recursos Minerais, Energéticos e Hidrogeológicos

Todos os materiais que o Homem utiliza diariamente para satisfazer as suas necessidades básicas
e o seu bem-estar – os recursos – provêm da Terra.

Os recursos naturais são, e foram desde sempre, a fonte de matérias-primas a partir das quais,
direta ou indiretamente, são fabricados os mais diversos produtos que utilizamos no nosso
quotidiano.

Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia as sociedades tornaram-se cada vez mais


especializadas e mais dependentes dos recursos geológicos. A evolução das sociedades humanas
requer uma maior utilização de grandes quantidades de recursos naturais.

Os recursos geológicos:

– são todos os bens de natureza geológica, existentes na crusta terrestre e que são
passíveis de serem utilizados pelo Homem;

– podem ser materiais sólidos, líquidos ou gasosos ou as propriedades desses materiais,


como o calor ou a radioatividade que certas rochas e minerais libertam;

– atualmente, são entendidos como o resultado de um conjunto de processos do ciclo


geológico que decorrem, normalmente, de forma muito lenta;

– podem ser considerados recursos não renováveis ou recursos renováveis:

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De acordo com as funções que podem desempenhar, podem classificar-se em:


 Recursos Hidrogeológicos;

 Recurso Energéticos;

 Recursos Minerais.

Esta classificação não é rígida, porque um mesmo material pode funcionar como diferente recurso.
Por exemplo, a água pode ser um recurso hidrogeológico ou energético.

 O aproveitamento dos recursos pelo Homem depende da sua concentração na crusta terrestre,
de modo a permitir rentabilidade da sua exploração.

 Os recursos geológicos de um país são formados pelo conjunto de recursos que se


conhecem mais os recursos desconhecidos, que existem na parte acessível da crusta
terrestre.

 Consideram-se reservas os recursos que existem no solo ou subsolo e que se encontram


disponíveis para serem utilizados pelo Homem, depois de terem sido submetidas a uma
avaliação económica.

 Os depósitos conhecidos podem tornar-se reservas se a sua procura aumentar ou se a sua


cotação subir, pois só assim é que a exploração se tornará rentável.

 A utilização e exploração dos recursos geológicos têm vindo a ser cada vez maiores e, como tal,
os recursos são cada vez mais escassos.

 Uma exploração controlada e refletida e a gestão sustentável dos recursos tornam-se


prementes nas sociedades atuais.

 A reciclagem também pode ser uma resposta para combater a excessiva utilização dos
recursos geológicos, principalmente os não renováveis.

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RECURSOS MINERAIS
Os minerais são constituídos por elementos químicos que estão largamente distribuídos na crusta
terrestre. A grande variedade de minerais encontra-se nas diversas rochas existentes.

De acordo com as suas propriedades químicas, os recursos minerais podem ser classificados em
dois grupos:

– Recursos Minerais Metálicos;

– Recursos Minerais Não Metálicos.

RECURSOS MINERAIS METÁLICOS

 Existem vários exemplos destes elementos, uns mais comuns e muito utilizados, como o zinco,
o cobre, o alumínio, o ferro e o chumbo e outros mais escassos, como o ouro, a prata e a
platina.

 Na maior parte das zonas terrestres, qualquer elemento pode encontrar-se ligado a outros em
quantidades semelhantes às que são frequentes na composição média da crusta.

O Clarke:

– é a concentração ou abundância média de um elemento químico na crusta terrestre;

– exprime-se em partes por milhão (ppm) ou em gramas por tonelada (g/t).

Os jazigos minerais:

– são locais em que a concentração média de um determinado elemento químico aí


identificado é muito superior ao clarke desse elemento;

– são locais que, se forem explorados, podem ser economicamente rentáveis.

Os minérios:

– são a parte aproveitável num jazigo mineral;

– são minerais que contêm determinados metais;

– são extraídos para fins económicos;

– mais comuns são os sulfuretos como: galena – sulfureto de chumbo; cinábrio –


sulfureto de mercúrio; pirite – sulfureto de ferro; esfalerite – sulfureto de zinco.

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Um mineral pode, numa dada altura, ser minério de um elemento e, noutra altura, ser considerado
minério de outro. Esta situação ocorre tendo em conta determinadas conjunturas económicas e
tecnológicas.

A parte do minério que, no mesmo jazigo, é rejeitado designa-se ganga ou estéril. Pode existir em
grandes quantidades, por exemplo, na extração do ouro, ou em pequenas quantidades, como no
caso do alumínio.

Minério de cobre com estéril

A exploração mineira:

– pode ser feita em minas a céu aberto ou em explorações subterrâneas;

– divide-se em três fases de trabalho – extração do minério, tratamento do minério e


separação e remoção do estéril;

– apresenta as seguintes desvantagens:

Impactos ambientais graves:

* desflorestação;

* remoção das camadas do solo;

* construção de vias e infraestruturas necessárias à exploração.

Acumulação de produtos não úteis:

* em escombreiras – são depósitos de produtos extraídos dos minérios que


não têm valor económico – ganga – e se acumulam nas proximidades das
explorações mineiras; podem conter substâncias tóxicas e se não forem
devidamente tratados, devido à lixiviação poderão contaminar os solos e as
águas subterrâneas.

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Poluição:

 muitos minérios são constituídos por um ou mais metais que, depois de separada a ganga,
têm de ser separados por diversos processos que podem libertar enormes quantidades de
poluentes gasosos;

 um dos tratamentos que o minério sofre no seu processo de separação é a moagem que
gera grandes quantidades de pequenas partículas que são dispersas, quer pela água –
contaminando aquíferos –, quer pelo vento – contaminando solos que se tornam impróprios
para a agricultura.

Ciclo de um recurso mineral metálico.

RECURSOS MINERAIS NÃO METÁLICOS

 São tipos de recursos minerais muito abundantes na Natureza. A sua utilização é tão ampla e
indispensável que são considerados bens de primeira necessidade.

 Exemplos de minerais não metálicos são as areias, as argilas e as rochas como o granito, o
basalto, o mármore e o calcário, entre outras.

 O nosso país é relativamente rico em recursos minerais não metálicos e são utilizados em
grandes quantidades como matérias-primas, principalmente para a construção e ornamentação.

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Principais aplicações dos recursos minerais não metálicos

A exposição dos monumentos a variadas fontes de meteorização pode provocar alterações mais ou
menos graves, face ao envelhecimento da rocha, que obrigam ao restauro e manutenção dos
edifícios.

A utilização de um tipo de rochas em detrimento de outras está, normalmente, relacionada com o


seu predomínio numa determinada região.

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RECURSOS ENERGÉTICOS
 Desde sempre o Homem necessitou de energia para realizar as mais variadas tarefas. À
medida que se foi processando a evolução das sociedades humanas, também o consumo de
energia se tornou crescente. As fontes de energia às quais o Homem foi recorrendo foram,
também, variando.

 A utilização dos recursos energéticos tornou-se vital para as atuais necessidades humanas.

 Dependemos da utilização de fontes de energia que provêm, essencialmente, dos


chamados combustíveis fósseis. No entanto, a utilização excessiva deste tipo de recursos
pode causar graves problemas, ambientais e sociais.

 Por um lado, estes materiais estão próximos do esgotamento, por outro lado, o seu uso provoca
chuvas ácidas, aquecimento global e a degradação da camada de ozono.

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Os combustíveis fósseis ocorrem na crusta terrestre sob três formas principais: os carvões –
sólidos –, o petróleo – líquido – e o gás natural – gasoso.

Na formação desta matéria combustível intervêm fatores como a pressão, o calor, o tempo e a
intervenção de bactérias anaeróbias. Uma vez que os seus processos de formação são
extremamente morosos, estes combustíveis são considerados recursos energéticos não renováveis.
Embora se saiba que estas fontes de energia poderão acabar, cerca de 75% da energia consumida
a nível mundial provém dos combustíveis fósseis.

A utilização das fontes de energia varia:

– nos países menos industrializados os carvões, a lenha e o estrume (matéria orgânica em


decomposição) são os combustíveis mais consumidos;

– nos países mais industrializados o consumo de petróleo e do gás natural é muito elevado.

O consumo destes recursos energéticos tem vindo a aumentar e não se prevê que haja diminuição
do seu consumo. Torna-se assim urgente gerir de forma sustentada a exploração/utilização destes
recursos e recorrer a fontes de energia alternativas, não só para evitar o esgotamento previsível dos
combustíveis fósseis, como também para reduzir os malefícios ambientais que advêm do seu
consumo.

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Desvantagens da utilização dos combustíveis fósseis:

Petróleo

– as suas reservas poderão esgotar-se daqui por 100 anos;

– a sua combustão emite grandes quantidades de dióxido de carbono, que é um dos


principais poluentes da atmosfera e que contribui para o aumento do efeito de estufa;

– poluição e destruição de ecossistemas aquáticos devido a acidentes no transporte


deste combustível (por exemplo, derrames de crude).

Carvão

– alterações graves ao nível dos solos, da atmosfera e dos recursos hídricos, principalmente
devidas a emissões de dióxido de enxofre que provocam chuvas ácidas e a acidificação
dos solos;

– excessiva exploração mineira com destruição de solos;

– consequências nefastas ao nível da saúde humana;

– elevadas emissões de gases poluentes, como o dióxido de carbono, que aumentam o


efeito de estufa e o consequente aquecimento global do planeta.

ENERGIA NUCLEAR

A energia nuclear foi descoberta no século XX e, inicialmente, pensou-se que resolveria os


problemas relacionados com o uso dos combustíveis fósseis. Ao invés, este tipo de energia foi
utilizado, não para benefício do Homem, mas sim para fabricar armas de destruição maciça, pelo
que a sua utilização é deveras discutível.

A energia nuclear obtém-se a partir de minerais radioativos por processos que envolvem mudanças
ao nível dos núcleos atómicos dos minerais utilizados:

– a radioatividade é a possibilidade de certos elementos químicos se desintegrarem


emitindo uma radiação com libertação de energia;

– nas centrais nucleares provoca-se uma cisão nuclear de um elemento radioativo que
liberta grandes quantidades de energia, sob a forma de calor;

– o calor libertado é aproveitado numa central nuclear para provocar a vaporização da


água;

– o vapor de água produzido é utilizado na produção de eletricidade.

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A produção/utilização deste tipo de energia acarreta as seguintes desvantagens:

– elevados custos ambientais, nomeadamente ao nível de potenciais acidentes em


centrais nucleares;

– produz resíduos altamente radioativos que são extremamente nocivos para os seres
vivos. Por exemplo, a exposição de indivíduos a elevados níveis de radioatividade pode
provocar cancros, malformações fetais e atrasos mentais em crianças em desenvolvimento
uterino;

– encontrar locais suficientemente seguros para armazenar os produtos radioativos,


evitando a contaminação dos solos e dos organismos vivos;

– a dificuldade e o custo muito elevado para eliminar os resíduos;

– o elevado preço de construção e manutenção de uma central nuclear.

ENERGIA GEOTÉRMICA

– é um recurso geológico que pode ser utilizado como fonte de energia limpa, ou seja,
pouco poluente e é um recurso renovável;

– é o calor interno da Terra que se liberta à superfície e há zonas do planeta onde se regista
um elevado gradiente geotérmico (variação de temperatura entre a superfície da Terra e o
seu interior);

– tem grande aproveitamento nas zonas vulcânicas;

– é transportada do interior da Terra por um fluido condutor desse calor, sendo a água o
mais eficaz;

Vantagens e desvantagens da utilização da energia geotérmica:

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 Como ainda não foi possível resolver todos os problemas relacionados com a produção e o
consumo de energia, tem sido intensificada a procura de novas fontes de energia alternativas.

 Os principais objetivos desta busca são utilizar e adotar fontes de energia mais eficazes,
renováveis, mais baratas, menos poluentes e menos perigosas para o Homem e o ambiente.

 Algumas das soluções energéticas encontradas, embora ainda não sejam utilizadas em grande
escala, como seria desejável, são:

 a energia hidroelétrica
 a energia eólica
 a energia das marés
 a energia das ondas
 a energia da biomassa
 a energia do biogás
 a energia solar

RECURSOS HIDROGEOLÓGICOS
 A existência de água no estado líquido foi uma das condições fundamentais para o
aparecimento de vida no nosso planeta.

 A água é, assim, essencial e indispensável à vida.

Na Terra ela é um recurso relativamente abundante mas nem toda a água pode ser utilizada pelo
Homem:

Distribuição da água na Natureza.

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

Devido à escassez de água utilizável para consumo humano e ao crescimento exponencial das
populações, é cada vez mais frequente a existência de graves problemas relacionados com este
recurso. A poluição das águas e a sua gestão sustentável são preocupações permanentes.

 A maior parte da água doce disponível no nosso planeta é água subterrânea.

 As rochas podem funcionar como reservatórios de água que pode ser extraída, através de
técnicas apropriadas, para ser consumida pelo Homem.

Os aquíferos:

– são formações geológicas subterrâneas que possuem a capacidade de armazenar água e


possibilitam a sua circulação de forma a que possa ser extraída em condições economicamente
rentáveis e sem impactos ambientais negativos;

– possuem uma zona de alimentação – a zona de recarga – que deve ser preservada da poluição
física (temperatura e radioatividade), química (metais pesados e excesso de nutrientes) e biológica
(vírus e bactérias), para não haver contaminação destas águas subterrâneas;

– para se manterem não poluídos, devem ser preservados através:

 do controlo dos processos antrópicos (indústrias, poços,…);

 da análise periódica da qualidade da água captada;

 da aplicação de coimas pesadas ao nível individual e coletivo para quem polua estes
recursos;

 da sensibilização das populações para o uso correto da água;

 do incentivo à gestão racional dos recursos hidrológicos.

TIPOS DE AQUÍFEROS

– de acordo com o armazenamento da água, podem ser de dois tipos – aquíferos


livres ou aquíferos cativos:

 Aquífero livre

– é uma formação geológica permeável e parcialmente saturada de água,por exemplo areias;

– pela existência de uma camada impermeável, como uma camada de argila, a água deixa
de se infiltrar, ficando retida;

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BG - PREPARAÇÃO PARA EXAME|Resumos

– a água encontra-se à pressão atmosférica e a este local dá-se o nome de nível freático;

– a água que o constitui atravessa camadas com características muito próprias.

 Aquífero cativo ou confinado

– é uma formação geológica permeável, onde a água se acumula e movimenta;

– está limitada por formações geológicas impermeáveis;

– a pressão da água é superior à pressão atmosférica;

– a recarga faz-se através de uma zona limitada que contacta com a superfície mas colocada
lateralmente;

– quando é efetuado um furo para extração, devido à pressão, a água subirá até à superfície
piezométrica originando um furo artesiano;

– se, quando se faz um furo, a água consegue atingir a superfície sob a forma de repuxo, o
furo artesiano designa-se furo repuxante.

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A extração de água efetua-se nos dois tipos de aquíferos. A capacidade de um aquífero para
armazenar água e a possibilidade da sua extração relacionam-se com duas características,
a porosidade e a permeabilidade:

Porosidade

– uma formação é porosa quando é formada por um agregado de grãos entre os quais existem
espaços vazios – poros – que podem ser ocupados pela água ou por ar;

– a água pode também ficar retida em fraturas e diáclases das rochas, que não estão relacionadas
com a porosidade, pois estas estruturas não são poros;

– os poros podem estar ligados ou semifechados, condicionando a passagem da água através da


formação rochosa.

Permeabilidade

– é a propriedade que algumas rochas possuem de se deixarem atravessar pela água com maior ou
menor facilidade;

– pode ser muito elevada em terrenos muito porosos em que os espaços são grandes e estão bem
interligados, como, por exemplo, em areias limpas;

– pode ser extremamente baixa e a formação geológica ser quase impermeável, se os poros,
apesar de numerosos, se encontrarem semifechados e não permitirem a circulação da água. Esta
situação verifica-se em terrenos argilosos e em certos materiais vulcânicos.

Embora seja considerada um recurso renovável, a água, devido ao seu uso desequilibrado e às
formas crescentes de poluição a que está sujeita, corre o risco de se tornar imprópria para utilização.

Assim, torna-se premente procurar educar, sensibilizar e responsabilizar os cidadãos para o


uso eficiente da água e para a proteção dos aquíferos.

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