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Síntese Proteica

Código genético
A informação genética contida nas moléculas de DNA, sob a forma de sequências
de bases que constituem os genes, permite às células a síntese de proteínas.
O processo de síntese proteica consiste, indubitavelmente, na síntese de proteínas
(macromoléculas formadas por conjuntos de aminoácidos, que estão ligados entre si
por ligações polipeptídicas)
Durante a síntese proteica existe a transcrição da informação genética do núcleo
(DNA) para uma molécula de mRNA. Esta consiste numa sequência de três
nucleótidos correspondente a três bases consecutivas, designada por codão, que
está especializado para formação de um aminoácido. A relação entre cada codão
do mRNA e um aminoácido constitui o código genético.

Figura 1 - Código genético: Expressa a informação do DNA na linguagem de mRNA que


corresponde a um determinado aminoácido.

Cada aminoácido é codificado por um tripleto do mRNA - codão. Existem 64


codões, em que 61 especificam aminoácidos e 3 são chamados de codões de
terminação (UAA, UAG e UGA), que não codificam aminoácidos, funcionando
como sinais de finalização do processo de tradução. Também existe um codão de
iniciação (AUG), que apresenta uma característica particular: para além de codificar
o aminoácido metionina, serve também de sinal de iniciação da tradução.
O Código genético é universal, pois os codões têm o mesmo significado em
quase todos os organismos do planeta (seres eucariontes e procariontes), é
redundante, pois um aminoácido pode ser codificado por vários codões e não é
ambíguo, ou seja, cada codão corresponde apenas um aminoácido, não havendo
possibilidade de codificar dois ou mais aminoácidos.

Síntese de proteínas
A síntese proteica divide se em duas etapas:
1) Transcrição (Núcleo)
DNA ⇒ RNA (mRNA)

2) Tradução (Citoplasma- Ribossomas)


Formação do Polipéptido

Figura 2 - Síntese Proteica

Transcrição
A transcrição efetua-se em três etapas: iniciação, alongamento e terminação. Este
processo começa, quando ocorre a intervenção de uma enzima (RNA polimerase)
que se liga à dupla hélice da molécula de DNA, numa sequência específica do gene
chamada promotor. A ligação desta enzima a este local específico, provoca a
quebra das ligações de hidrogênio entre os pares de bases complementares e o
desenrolamento da molécula de DNA. Há a separação das duas cadeias do DNA.
Uma dessas cadeias atua como molde para a síntese de mRNA, a partir de
nucleótidos livres e estes nucleótidos vão-se ligando no sentido 5`⇒ 3`, de acordo
com o padrão de complementaridade das bases nitrogenadas.
Figura 3 - Etapa de Transcrição

Figura 4 - Transcrição do DNA

Nas células eucarióticas, após a transcrição do mRNA sintetizado (pré-mRNA), este


possui uma sequência de bases complementares da cadeia do gene que lhe serviu
de molde, no entanto contudo ainda não está em condições de migrar para o
citoplasma, sendo necessário que este passe por um processamento. Este
processo faz com que pré-mRNA, seja sujeito a transformações que o convertem
num mRNA funcional. Essas modificações consistem na remoção das regiões não
codificantes, os intrões*, que não têm qualquer informação para a síntese de
proteínas e na união dos segmentos codificantes, os exões, sequências que
especificam os aminoácidos constituintes das proteínas.
Apenas ocorre o processamento do RNA nas células eucariontes, pois nos
procariontes o DNA não possui intrões.
*Os intrões são hidrolisados e degradados.
Nota: ver figura 25 da página 28 do manual.

Tradução
A tradução é a segunda etapa da síntese de proteínas, que se divide também em
iniciação, alongamento e terminação e ocorre no citoplasma. O mRNA ao migrar
para o citoplasma é traduzido e usado como molde para a produção de proteínas. É
nos ribossomas, que é feita a leitura da sequência de codões do mRNA utilizado
para a formação de uma cadeia de aminoácidos.
Iniciação

Figura 6 - Iniciação

Alongamento

Figura 7 - Alongamento

Finalização

Figura 8 - Finalização
É possível também distinguir três regiões na subunidade do ribossoma:

Figura 9 - Subunidade maior do ribossoma.

Figura 10 - tRNA (RNA de transferência)

Alterações da informação genética


Mutações Genéticas
São designadas por mutações, às modificações que ocorrem na sequência de
nucleótidos do DNA, que resultam de erros que ocorrem durante a replicação ou da
exposição a agentes mutagénicos.
As mutações podem ocorrer em células somáticas (células integrantes de órgãos e
tecidos do organismo) ou em células germinativas (células especializadas para a
formação de gametas). Enquanto que, se houver uma mutação ao nível das
células somáticas, só afeta as células desses tecidos, mas se for ao nível das
células germinativas poderão ser geneticamente transmissíveis entre gerações.

Mutações génicas são alterações na sequência de bases de DNA num determinado


gene.
Podem ser classificadas em:
● Mutações silenciosas ou sinómicas - não afetam a função do gene; ocorre
a alteração das bases na sequência do DNA, mas que não tem efeito na
tradução;
● Mutações sem sentido - se originam proteínas não funciona; troca de
nucleótidos; interrupção da tradução;
● Mutações não sinómicas - se originam proteínas alteradas, mas funcionais,
como é o caso da mutação que origina a anemia falciforme.

Figura 10 - Anemia falciforme

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