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LÍNGUA PORTUGUESA
PROF. WELLINGTON WELLA
AULA 1
Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se à questão da efemeridade dos suportes de informação, desde
a tábua de argila, o papiro e o pergaminho até o livro impresso e os atuais meios eletrônicos. O livro impresso, até
agora, demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas só quando se trata de livros feitos de papel de trapos. A
partir de meados do XIX, passou-se ao papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida máxima de 70
anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver como muitos se desfazem ao ser
folheados). Há muito tempo se realizam estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma
das soluções mais adotadas é escanear todas as páginas e passá-las para um suporte eletrônico.
Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmissão e a conservação de informações, da
foto ao filme, do disco à memória do computador, são mais perecíveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com pouco
tempo de uso se enrolavam todas, e saíam mascadas; as fitas de vídeo perdem as cores e a definição com facilidade.
Tivemos tempo suficiente para ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas não para
verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a invenção que substituiria o livro, ameaça sair rapidamente
do mercado, porque podemos acessar on line os mesmos conteúdos por um custo menor. Sabemos que todos os
suportes mecânicos, elétricos ou eletrônicos são rapidamente perecíveis, ou não sabemos quanto duram e
provavelmente nunca chegaremos a saber. Basta um pico de tensão, um raio no jardim para desmagnetizar uma
memória. Se houvesse um apagão bastante longo, não poderíamos usar nenhuma memória eletrônica.
Os suportes modernos parecem criados mais para a difusão do que para a conservação das informações. É
possível que, dentro de alguns séculos, a única forma de ler notícias sobre o passado continue sendo a consulta a um
velho e bom livro. Não, não sou um conservador reacionário. Gravei em disco rígido portátil de 250 gigabytes as
maiores obras primas da literatura universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca – uma
garantia para quando os instrumentos eletrônicos entrarem em pane.
(Adaptado de Umberto Eco – UOL – Notícias – NYT/ 26/04/2009)
2. Analisando diferentes mídias, o autor tem sua atenção voltada, sobretudo, para
(A) o grau de obsolescência dos livros antigos, mormente os centenários.
(B) a conservação dos livros, que se vem revelando cada vez mais precária.
(C) o conservadorismo de quem rejeita os suportes modernos de informação.
(D) a preservação das informações, quaisquer que sejam seus suportes.
(E) a fidedignidade das informações que circulam em suportes eletrônicos.
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II. No segundo parágrafo, considera-se não apenas a efemeridade dos últimos suportes de mídia, mas também
aspectos éticos envolvidos na transmissão de informações on-line.
III. No terceiro parágrafo, o autor sugere que informações impressas em livro estão mais seguras do que as que se
veem processando em suportes mais avançados.
Está correto o que se afirma em
(A) III, apenas. (B) II e III, apenas. (C) I, II e III. (D) I e II, apenas. (E) I e III, apenas.
4. O autor nega que seja um conservador reacionário – negativa que pode ser justificada atentando-se para o
segmento
(A) consulta a um velho e bom livro.
(B) Gravei em disco rígido portátil.
(C) mais para a difusão do que para a conservação das informações.
(D) única forma de ler notícias sobre o passado.
(E) os livros continuam em minha biblioteca.
ESQUERDA E DIREITA
O DNA é de esquerda ou de direita? Ele fornece argumentos para todos. Prova que todos nascem com o
mesmo sistema de códigos genéticos, e portanto são iguais – ponto para a esquerda –, mas que cada indivíduo tem
uma senha diferente, ponto para a direita. Na velha questão biologia x cultura, o DNA dá razão a quem diz que
características adquiridas não são hereditárias, nenhuma experiência cultural afeta os genes transmitidos e a
humanidade não ficará mais virtuosa –muito menos socialista – com o tempo. Mas a própria descoberta do DNA e
todas as projeções do que se tornou possível com a manipulação do material genético mostram como o ser humano
pode, sim, interferir na sua própria evolução, e como existe nele uma determinação inata para o
autoaperfeiçoamento. Parafraseando Marx: os cientistas sempre se preocuparam em compreender o ser humano,
agora devem tratar de mudá-lo.
A indefinição dos nossos genes é apenas mais um numa longa lista de paradoxos que nos dividem. É “de
esquerda” ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à vida,
porque é sagrada, e ao mesmo tempo o direito do Estado de tirá-la, embora não gostem que o Estado interfira em
outras áreas. A direita valoriza o indivíduo acima da sociedade, que seria uma abstração, mas aceita a desigualdade
social, ou o sacrifício de muitos indivíduos pelo sucesso de poucos, como natural. A esquerda muitas vezes atribui a
um líder superpersonalizado a incongruente realização de um humanismo igualitário.
Feliz é a mosca, que tem mais ou menos a nossa estrutura genética, mas absolutamente nenhum interesse
nas suas implicações. (Adaptado de Luís Fernando Veríssimo. O mundo é bárbaro)
5. O autor admite que, com a descoberta e com a possibilidade de manipulação do sistema de códigos genéticos
(DNA),
(A) não haverá mais como estabelecer qualquer distinção entre o que sempre foi “de direita” e o que sempre se
definiu como “de esquerda”.
(B) acabarão de vez os desequilíbrios sociais, pois será possível superar as desigualdades com base em seguros
critérios de justiça, que são hereditários.
(C) os homens poderão favorecer determinados aspectos de sua evolução, atendendo assim a uma inclinação da
espécie para seu próprio aprimoramento.
(D) tanto a esquerda como a direita deixarão de encontrar argumentos para suas posições, de vez que é a ação do
código genético que determina uma opção política.
(E) ficará ainda mais acirrada a oposição entre a esquerda e a direita, pois uma e outra reivindicarão para si o direito
de gerenciar os dividendos de uma ciência tão lucrativa.
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6. Atente para as seguintes afirmações:
I. Um dos vários paradoxos enunciados no texto é o de que a esquerda, que valoriza a vida, acaba defendendo
posição similar à da direita, nos casos do aborto e da pena de morte.
II. Ao contrário da direita, a esquerda encoraja as iniciativas do Estado, quando estas promovem a valorização do
indivíduo sem abonar, no entanto, qualquer forma de personalismo.
III. A paráfrase de uma afirmação de Marx deixa ver que este alimentava a convicção de que os homens são capazes
de se transformarem a si mesmos, em sua trajetória.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) III, apenas. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, II e III.
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, estamos certos disto: o moralizador e o
homem moral são figuras diferentes, se não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respeitá-
los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue respeitar.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. Primeiro, o moralizador é um homem moral falido:
se soubesse respeitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições nos outros. Segundo,
é possível e compreensível que um homem moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em
que as normas morais ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regradas por uma moral
comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos homens exemplares, mas por moralizadores que tentam remir
suas próprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A pior barbárie do mundo
é isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de hipócritas que não se aguentam.
(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
9. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu um bom século de psicologia e psiquiatria
dinâmicas indica um fator determinante para que
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos padrões morais para avaliar sua conduta.
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem moral e o homem moralizador.
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracterizar um homem moralizador.
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de um homem moral e o de um moralizador.
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas atitudes tomadas pelo homem moral.
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10. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, o sentido da expressão sublinhada está
corretamente traduzido em:
(A) significativos desdobramentos dela.
(B) determinados antecedentes dela.
(C) reconhecidos fatores que a causam.
(D) consequentes aspectos que a relativizam.
(E) valores comuns que ela propicia.
A CARA DO PRECONCEITO
O racismo brasileiro é uma coisa curiosa. Que existe, todo mundo sabe. Mas é tão disfarçado, tão camuflado,
que se torna difícil detectar sua existência. Agora, um estudo realizado pela Universidade Federal Fluminense e
patrocinado pela Fundação Ford vem dar uma boa contribuição para retirar a máscara da suposta tolerância.
.....1..... pessoas objeto do estudo .....2..... sete fotos. A primeira era a de um homem obviamente branco; a última, de
um obviamente negro. Entre elas, situações intermediárias. Perguntava-se então qual das fotos correspondia mais
provavelmente a um advogado, a um taxista, a um preguiçoso, a um criminoso. O resultado é aquele que poderíamos
imaginar. Advogado tem de ser, de preferência, branco (professor também). Pardos e pretos são, preferencialmente,
pobres. Brancos são mais inteligentes. E assim por diante.
Pergunta: isso é preconceito ou é o simples resultado da observação? Pretos e pardos são, de fato, mais
pobres - assim como, na Idade Média, os judeus eram os usurários. Mas .....3..... de situações .....4..... quais as
pessoas são empurradas. Constatá-lo é o primeiro passo para mudar o preconceito.
Preconceito começa quando alguém diz: "Fulano tem de ser pobre, porque é negro. Está no sangue dele." (ou
no genoma, para usar um termo mais moderno). Isto não é só ignorância, muitas vezes corresponde .....5.....
interesses. Foi baseado neste pressuposto que a escravatura resistiu tanto tempo no Brasil.
Para mudar essa situação, é preciso mostrar que negros ou pardos podem, sim, ser advogados e professores.
A solução é o sistema de cotas no ensino superior? Talvez esteja aí o ponto de partida para mudar uma situação
inadmissível para um país que tem um pouco de vergonha na cara.
SCLIAR, M. A cara do preconceito. Zero Hora, 28/08/2002
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13. (PUC-RS) As palavras que completam corretamente as lacunas 1 e 2 do texto são, respectivamente,
a) Às / eram mostradas b) As / era mostrado c) As / mostravam-se d) Às / mostrava-se e) Às / era mostrado
14. (PUC-RS) As palavras que completam corretamente as lacunas 3, 4 e 5 do texto são, respectivamente,
a) tratam-se /as / a b) trata-se / às / a c) tratam-se / às / à d) tratam-se / as / à e) trata-se / as / a
15. (FUVEST-SP) - A frase em que todos os vocábulos destacados estão corretamente empregados é:
a) Descobriu-se, HÁ instantes, a verdadeira razão POR QUE a criança se recusava À frequentar a escola.
b) Não se sabe, de fato, PORQUÊ o engenheiro preferiu destruir o pátio A adaptá-lo as novas normas.
c) Disse-nos, já A várias semanas, que explicaria o PORQUE da decisão tomada ÀS pressas naquela reunião.
d) Chegava tarde, PORQUE precisava percorrer A pé uma distância de dois À três quilômetros.
e) Não prestou contas À associação de moradores, não compareceu À audiência e até hoje não disse POR QUÊ.
16. (UFSM-RS) - Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro de colocação do pronome oblíquo e de emprego de
crase.
a) Jane Goodall, uma das primeiras a observar os chimpanzés, escreveu um livro que se refere a trinta anos de
experiência na selva.
b) Jane Goodall, uma das primeiras à observar os chimpanzés, escreveu um livro que refere-se à trinta anos de
experiência na selva.
c) Jane Goodall, uma das primeiras à observar os chimpanzés, escreveu um livro que se refere a trinta anos de
experiência na selva.
d) Jane Goodall, uma das primeiras a observar os chimpanzés, escreveu um livro que refere-se a trinta anos de
experiência na selva.
e) Jane Goodall, um das primeiras a observar os chimpanzés, escreveu um livro que refere-se à trinta anos de
experiência na selva.
17. (FGV-SP) - Entre as formas A, AS, À, ÀS, HÁ, HÃO, FAZ, FAZEM, escolha as que completam corretamente a frase
a seguir.
________ seis meses fomos ________ Bahia. Chegamos ________ cidade de Salvador sábado, ________
dezesseis horas. Domingo, dirigimo-nos ________ Itabuna, que fica ________ 454 quilômetros da capital. Nestas
férias, pretendemos ir ________ Curitiba, ________ Florianópolis e ________ capital do Rio Grande do Sul.
18. (ITA-SP) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas das frases a seguir:
I - Saíram daqui______ pouco, mas voltarão daqui______ pouco, pois moram apenas______dois quilômetros de
distância.
II- _______foram suas amigas? _______ estarão agora?
a) há - a - a - Aonde - Onde
b) há - há - à - Onde - Onde
c) há - a - a - Aonde - Aonde
d) a - a - à - Para onde - Por onde
e) a - há - há - Por onde - Aonde
Texto para a questão 19
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19. Assinale a alternativa incorreta sobre o texto acima:
a) Paralelismo sintático e semântico caracterizam o poema.
b) Há uma série de oposições formais – “à porta / a porta”; “tudo / nada”; “festa x resta” – que contribuem com a
elaboração de sentido no texto.
c) “Tudo” e “nada” funcionam sintaticamente como sujeito.
d) Quanto à transitividade, o verbo “bater” apresenta dupla classificação no poema: no verso 1, é intransitivo; no
verso 2, é transitivo direto.
e) “À porta” e “a porta” apresentam a mesma função sintática.
20 (FGV-SP) - Observe a palavra destacada na frase: "A campanha de meus adversários interpõe-se À dos meus
parceiros". Assinale a alternativa que JUSTIFICA o uso do sinal de crase:
a) "Interpor-se" rege preposição "a" e subentende-se um objeto indireto feminino.
b) "Interpor-se" rege preposição "a" e "dos meus parceiros" é masculino.
c) "Interpor-se" rege preposição "a" e subentende-se um objeto direto feminino.
d) "Interpor-se" rege preposição "a" e o objeto direto explícito é masculino.
e) "Interpor-se" é verbo intransitivo e "dos meus parceiros" é adjunto masculino.
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AULA 2
02 - Em entrevista concedida à revista Veja, edição de 26/11/2008, a antropóloga Eunice Durham falou sobre o
ensino superior no Brasil. Numere a coluna da direita, relacionando as respostas com as respectivas perguntas.
1. Muita gente defende a expansão das ( ) Frequentemente, não. Aqui vale a pena
universidades públicas. E a senhora? chamar a atenção para um ponto: os cursos
técnicos de ensino superior, ainda desconhecidos
2. As faculdades particulares são uma boa da maioria dos brasileiros, formam gente mais
opção para os outros estudantes? capacitada para o mercado de trabalho do que
uma faculdade particular de ensino ruim.
3. Nos Estados Unidos, cerca de 60% dos ( ) Está suficientemente claro que a ação
alunos frequentam essas escolas técnicas. fundamental desses movimentos é garantir
No Brasil, são apenas 9%. Por quê? direitos corporativos, e não o bom ensino.
( ) Sou contra. Nos países onde o ensino superior
4. Como os sindicatos prejudicam a sala de funciona, apenas um grupo reduzido de
aula? instituições concentra a maior parte da pesquisa
acadêmica, e os demais miram, basicamente, os
cursos de graduação.
( ) Sempre houve preconceito no Brasil em
relação a qualquer coisa que lembrasse o
trabalho manual, caso desses cursos.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
a) 4 – 1 – 3 – 2. b) 2 – 4 – 1 – 3. c) 1 – 3 – 2 – 4. d) 3 – 4 – 2 – 1. e) 3 – 2 – 1 – 4.
03 - Os torcedores uniformizados não entenderam o motivo __________ foram impedidos de entrar no estádio
pelos funcionários
encarregados da portaria, ___________ disseram apenas tratar-se de uma questão de segurança.
Assinale a alternativa que apresenta os termos que, respectivamente, preenchem de forma correta as lacunas
acima.
a) porque – onde. b) por que – que. c) porquê – os mesmos. d) por quê – onde. e) porque – que.
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O autor da crônica abaixo, o jornalista Ivan Lessa, mora em Londres e escreve para vários jornais brasileiros. Este
texto é referência para as questões 04 a 06.
Homem brasileiro
Há uma grande falta de homem em Londres. O que é lamentável. O comentário é meu e não reflete posição
sexista ou homófoba. É uma observação de profissional sobre profissionais.
Raramente agito a bandeira verde-amarela da saudade da simples torcida na arquibancada. Permitam -se
empunhar agora uma modesta flâmula com as cores de nossos bosques e nossos céus – em louvor e homenagem ao
(exatamente) homem brasileiro. Morro de saudade de nossos homens. E apresso-me em explicar:
Classe média, ou remediado, conforme se dizia em minha época, sempre enfrentei os problemas domésticos
do dia-a-dia chamando um homem , desajeitado que sou, desajeitados que somos todos nós que pegamos às 10 e
largamos às 5, e vamos para o centro da cidade fazer algo vago e entre aspas, tal como “trabalhar” – um trabalho
que tanto poderia ser ficar acompanhando o Índice Bovespa quanto bolando slogan para geladeira Prosdócimo. Não
éramos direito “homens”. Homens eram aqueles caras que resolviam os problemas que, quase todas as semanas,
quase que literalmente estouravam lá em casa.
A antena de televisão quebrou, chama o homem da antena. A pia entupiu, chama o homem da pia. O ar-
condicionado pifou, chama o homem do ar-condicionado. E era aquela fila de homens na porta de casa. O homem da
prestação, o homem do armazém, o homem do lixo. No tom mais másculo possível de voz, ergo o copo e a voz e
sugiro o brinde: Vivam os homens brasileiros!
Célere, faço a ressalva: não vamos nos esquecer que, na gíria dos marginais, os “homens” eram policiais.
Cuidado com eles. Andemos na linha.
Essas ponderações ocorrem porque estou com obras em casa. E não há homens. Há profissionais qualificados
fazendo trabalhos inqualificáveis, todos eles técnicos ou engenheiros. Como um mendigo, quase que chego perto
deles de chapéu na mão e chamando “doutor”, pedindo desculpas por estar chateando.
Eles, os londrinos, podem ser formados e passar duas semanas de férias na França ou na Espanha – mas eu
sou mil vezes mais os nossos “homens”.
(LESSA, Ivan. Ivan vê o mundo – crônicas de Londres . São Paulo: Objetiva, 1999, p. 67–68.)
04 - Com as afirmações que faz no primeiro parágrafo, o autor antecipa que a ideia de que:
a) os ingleses preferem trabalhos mais leves, faltando “homens” para encarar o trabalho mais bruto, preenchido
pelos trabalhadores estrangeiros .
b) é um profissional que desenvolve análises da vida cotidiana e como tal vai abordar o trabalho realizado por
profissionais de outras áreas .
c) a precariedade dos serviços de conserto domésticos na capital inglesa se deve à omissão dos homens em assumir
tal função.
d) os homens ingleses têm pouca disposição para o trabalho, ocupando-se mais de viagens ao exterior.
e) por ser homem, pode julgar o comportamento sexual dos ingleses sem ser preconceituoso.
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06 - Sobre a frase “... desajeitados que somos todos nós que pegamos às 10 e largamos às 5, e vamos para o centro
da cidade fazer algo vago e entre aspas, tal como “trabalhar” – um trabalho que tanto poderia ser ficar
acompanhando o Índice Bovespa quanto bolando slogan para geladeira Prosdócimo”, considere as seguintes
afirmativas:
1. Para o autor, trabalhar é uma atividade importante e respeitada, tal como as tarefas de um economista ou um
publicitário.
2. Acompanhar o índice Bovespa ou criar slogan para a geladeira Prosdócimo são atividades que ilustram a inaptidão
de quem realiza trabalhos pouco práticos.
3. Apenas os que vão para o centro da cidade é que têm horário flexível das 10 às 5, o que os torna desajeitados para
as atividades que precisam ser realizada durante o dia, como consertos domésticos.
4. Há um tom irônico na comparação entre “fazer algo vago” e “trabalhar”.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
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07 - O texto relata um experimento bem sucedido, realizado para testar a hipótese de que:
a) a música ocidental é superior à de culturas africanas, uma vez que expressa emoções reconhecidas
universalmente.
b) alguns grupos étnicos (como a população Mafa, de Camarões) têm uma capacidade inata de reconhecer as
emoções expressas pela música ocidental.
c) a associação entre as características da música e as emoções é aprendida e condicionada por fatores culturais.
d) a alegria, a tristeza e o medo são emoções inatas e reconhecidas universalmente quando expressas através da
música.
e) em todas as culturas há diferenças individuais na capacidade de reconhecer as emoções expressas através da
música.
08 - Assinale a alternativa que NÃO apresenta um sinônimo que poderia substituir adequadamente a expressão
correspondente no texto.
a) evocar (linha 2) – lembrar.
b) prevalência (linha 14) – incipiência.
c) excertos (linha 18) – fragmentos.
d) transcenda (linha 27) – supere.
e) fomentam (linha 29) – estimulam.
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Considere a seguinte charge reproduzida na Revista da Semana nº 38, de 02 out. 2008.
O açaí ganhou o mundo por suas qualidades energéticas e por seu selo verde: foi aclamado como um recurso
renovável que oferece um modo de vida sustentável a milhares de agricultores brasileiros que vivem na Amazônia,
sem danificar o meio ambiente.
Mas o sucesso mundial mudou esse cenário, alerta Patrick McDonnell no Los Angeles Times. “Conglomerados
internacionais se acotovelam para entrar no mercado do açaí, enquanto produtores tradicionais estão derrubando
outras árvores para incrementar suas colheitas”, escreve. “Há uma espécie de desmatamento verde para plantar
açaí”, disse ao jornal americano o agrônomo Alfredo Homma. (Revista da Semana nº 38, 02 out. 2008.)
12 - Assinale a alternativa que apresenta um título para esse texto que seja coerente com as informações nele
contidas.
a) Açaí é o novo herói amazonense
b) Os perigos do açaí
c) O açaí começa a ser plantado em outras regiões do mundo
d) Sucesso do açaí ajuda a proteger o meio ambiente
e) Desmatamento afeta a produção de açaí
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14 (PUC-PR) As orações destacadas do período:
"Era um homem de frases curtas; A BOCA DELE SÓ SE ABRIA PARA DIZER COISAS IMPORTANTES; NINGUÉM QUERIA
FALAR DESSAS COISAS", convertidas em um só período, equivalem a:
a) ...cuja a boca dele só se abria para dizer coisas importantes que ninguém queria falar delas.
b) ...cuja boca só se abria para dizer coisas importantes sobre as quais ninguém queria falar.
c) ...cuja a boca só se abria para dizer coisas importantes sobre o que ninguém queria falar.
d) ...cuja boca dele só se abria para dizer coisas importantes que ninguém queria falar sobre elas.
e) ...cuja boca só se abria para dizer coisas importantes de quem ninguém queria falar.
15 - (UTFPR) - Analisando o texto acima como um todo, assinale a alternativa que reescreva
"Aonde você vai, te veem" e "Tão longe quanto a mais avançada tecnologia móvel pode te levar", respeitando a
norma culta.
a) "Onde você vai, te veem."/ "Tão longe quanto a mais avançada tecnologia móvel pode lhe levar."
b) "Aonde você vai, é visto."/ "Tão longe quanto a mais avançada tecnologia móvel pode levá-lo."
c) "Aonde você vai, é visto."/ "Tão longe quanto a mais avançada tecnologia móvel te pode levar."
d) "Aonde você vai, lhe veem."/ "Tão longe quanto a mais avançada tecnologia móvel pode lhe levar."
e) "Aonde você vai, o veem."/ "Tão longe quanto a mais avançada tecnologia móvel pode no levar."
17 (PUC-PR) – Segundo Rui Barbosa, “não escreveria correto quem não discriminasse nitidamente (...) o lugar Donde,
o lugar Onde, o lugar Aonde...” João Guimarães, Linguagem Correta. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura.
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18 (FEI-SP) a alternativa que completa corretamente as lacunas das seguintes frases:
I. As flores_______________aroma tanto gosto, são efêmeras.
19 (CESGRANRIO) - Indique a alternativa que completa, respectivamente, as lacunas das frases a seguir, de acordo
com a norma culta.
I - É uma situação________________nunca nos esqueceremos.
II - A situação____________chegamos é ímpar.
21 (UFPR) Em que alternativa (s) o pronome relativo onde foi usado corretamente?
01) O dono da fazenda Santa Bárbara mandou lavrar uma área de 25 hectares onde ele pretende plantar soja.
02) Um candidato prometeu triplicar o salario dos funcionários, onde seria muito difícil cumprir a promessa.
04) O caso que relatei está na mesma revista onde foi publicada a reportagem sobre a mineração no rio
Jequitinhonha.
08) Recomecei a ler o romance a partir da página onde havia interrompido a leitura.
16) O professor de biologia afirmou que fantasmas não existem, onde estou de pleno acordo.
32) Pedro procurou um médico onde ele recomendou ao rapaz que deixasse de fumar.
22 (MACK-SP)
I - Os recursos de que disponho no momento são precários.
II - O cavalheiro cujo escritório estivemos é advogado.
III - Os elementos que ele conta para elaborar sua tese são muito bons.
Quanto ao emprego dos pronomes relativos e à regência verbal, assinale:
a) se todas as afirmações estão corretas. b) se apenas I está correta.
c) se apenas III está correta. d) se apenas II está correta.
e) se todas estão incorretas.
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23 (CFTSC) - Em qual das sentenças a seguir NÃO HÁ ERRO quanto à concordância e à regência verbal?
a) A empresa a qual o prêmio foi concedido destacou-se pelas ações destinadas à preservação do meio-ambiente.
b) Ainda não se discutiu os termos do acordo cujo os presidentes comprometeram-se a reduzir as emissões de CO2
até 2050.
c) O arquipélago dos Açores, aonde iremos nas próximas férias, possui uma natureza deslumbrante.
d) Foi oferecido uma vaga de gerente à moça com a qual ele namorava.
e) Não se conseguiu determinar a maneira que o vigarista selecionava às vitimas nas quais aplicava seus golpes.
25 - Assinale a alternativa em que os dois períodos a seguir estão adequadamente reunidos por meio de um
pronome relativo.
As ideias foram expostas na reunião.
Simpatizamos com essas ideias.
a) As ideias que simpatizamos foram expostas na reunião.
b) As ideias de que simpatizamos foram expostas na reunião.
c) As ideias a que simpatizamos foram expostas na reunião.
d) As ideias com que simpatizamos foram expostas na reunião.
e) As ideias por que simpatizamos foram expostas na reunião.
26 (CFTPR) - O período, a seguir, reproduz a fala de uma pessoa em que fica marcado o registro coloquial da
linguagem. Leia-o e assinale a alternativa que apresenta o mesmo conteúdo em um registro formal.
"Aqui tem um funcionário que se acha e que eu não gosto da conversa dele."
a) Aqui há um funcionário muito convencido, de cuja conversa não gosto.
b) Aqui existe um funcionário, de cuja conversa não me agrada porque ele é convencidíssimo.
c) Aqui tem um funcionário que o seu convencimento provoca que eu não goste de sua conversa.
d) Aqui há um funcionário convencidíssimo, o cujo discurso me provoca aversão.
e) Aqui há um funcionário, a qual conversa eu não gosto devido ao seu convencimento.
27 – (FUVEST-SP)
A televisão tem de ser vista ...... um prisma crítico, principalmente as telenovelas, ..... audiência é
significativa.
Temos de procurar saber ..... elas prendem tanto os telespectadores.
Preenchem de modo correto as lacunas do texto, respectivamente,
a) a nível de/ as quais a/ por que. b) sobre/ que/ porquê.
c) sob/ cuja/ por que. d) em nível de/ cuja a/ porque.
e) sob/ cuja a/ porque.
30. – (FEPAR-PR) Junte as duas orações isoladas num único período e indique a alternativa que apresenta o melhor
resultado para essa transformação.
Os Ramones chegam a Curitiba pela primeira vez. Seus clássicos vêm encantando o mundo do rock há 20 anos.
a) Os Ramones, dos quais os clássicos do rock vêm encantando o mundo, chegam, depois de 20 anos, a Curitiba pela
primeira vez.
b) Os Ramones, de cujo rock os seus clássicos vêm encantando o mundo há 20 anos, a Curitiba pela primeira vez.
c) Os Ramones, que chegam a Curitiba pela primeira vez após 20 anos, encantam o mundo dos clássicos do rock.
d) Os Ramones, com cujo rock clássico vêm encantando o mundo há 20 anos, chegam a Curitiba pela primeira vez.
e) Os Ramones, cujos clássicos vêm encantando o mundo do rock há 20 anos, chegam a Curitiba pela primeira vez.
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AULA 3
Oxítonas Paroxítonas
refem falem
revolver revolver
Brasil amavel
manha orfa
ilusao orgao
Ajax torax
serei serie
sereis series
7.(UFES) – Se o vocábulo concluiu não tem acento gráfico, tal não acontece com uma das seguintes formas do
verbo concluir:
a) concluia b) concluirmos c) concluem d) concluindo e) concluas
8. (UFES) – Assinale a opção em que o par de vocabulos nao obedece à mesma regra de acentuacao grafica.
a) sofismatico/insondavel b) automovel/ facil c) ta/ja d) agua/raciocinio e) alguem/convem
10. (UFRJ) – “Andavam devagar, olhando para trás... J.A de Almeida-Americo A. Bagaceira
Assinale o item em que nem todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo da palavra grifada no texto.
a) Más – vês b) Mês – pás c) Vós – Brás d) Pés – atrás e) Dês – pés
11. (MACK – SP) – Indique a única alternativa em que nenhuma palavra é acentuada graficamente.
a) lapis, canoa, abacaxi, jovens; b) ruim, sozinho, aquele, traiu; c) saudade, onix, grau, orquidea;
d) flores, acucar, album, virus; e) voo, legua, assim, tenis.
12. (CESCEA – SP) – Indique a alternativa em que todas as palavras estão corretas:
a) ritmo, ibero, interim b) recém, rúbrica, refém c) bátavo, tulipa, avaro
d) lêvedo, caráter, caracteres e) maquinaria, condor, púdico
13. (UFSCAR – SP) – Assinale a série em que todas as palavras estão acentuadas corretamente:
a) idéia – urubú – suíno – ênclise b) bíceps – heróico – ítem – fóssil c) tênis – fôsseis – caíste – japonêsa
d) fútil – hífen – ânsia – decaído e) espopéia – tapête – órfa – ruína
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a) Qual é o pressuposto da personagem que defende o acordo ortográfico entre os países de língua portuguesa? Por
que esse pressuposto é inadequado?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
b) Explique como, na tira acima, esse pressuposto é quebrado.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
16. (UEL – PR) – O texto faz parte da propaganda de um dicionário de língua portuguesa.
Sobre as marcas de correcao presentes no texto, assinale a alternativa correta.
a) Trata-se de retificações, no plano semântico, das palavras do léxico brasileiro.
b) Referem-se às alterações ortográficas a serem feitas na lingua portuguesa.
c) São correções necessárias para a modificação da pronúncia dessas palavras.
d) Sao parte das mudancas sintáticas que deverão ocorrer em breve no Português.
e) Configuram sugestões de correção para que o texto se torne mais coeso.
17. (UEL – PR) – Sobre cada uma das marcações feitas no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. A palavra “idéia” perderá o acento, visto que haverá alteração no timbre dessa palavra cujo ditongo aberto passara
a ser fechado.
II. Em “tranqüilo”, a eliminação do trema implicará alteração na pronúncia, aproximando-a da palavra “aquilo”.
III. “Pára” perderá o acento que o diferencia de “para,” o que exigira do leitor a observação do contexto para a
correta distinção desses vocábulos.
IV. Quanto a “auto-suficiente”, o acréscimo do “s” visa manter a pronúncia original de “suficiente” quando este se
juntar ao prefixo “auto” sem a presenca do hífen.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
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18. (UEL – PR) – Levando-se em conta que o texto é dirigido a um potencial comprador do dicionario anunciado,
assinale a alternativa correta quanto à sua construção.
I. O anuncio, ao dirigir-se ao leitor, reforça a finalidade persuasiva própria do gênero anúncio publicitário.
II. A segunda frase pressupõe desconhecimento, por parte do leitor, do conteúdo das mudanças referidas na
pergunta lançada anteriormente.
III. O uso do modo imperativo, comum em anúncios publicitários, está contrariando a norma padrão do Português,
por misturar pessoas verbais.
IV. Os adjetivos presentes no anúncio publicitário conferem ao texto maior cientificidade.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
19. (FMTM – MG) – “É necessário que as mães_________________ histórias aos filhos, principalmente as que
__________________um fundo de verdade, ou seja, a mesma verdade que a vida_____________________.”
As lacunas do texto acima se preenchem corretamente, na ordem dada, da seguinte maneira.
a) côntem – contém – contém;
b) contêm – contém – contêm;
c) contem – contêm – contém;
d) côntem – contem – contém;
e) contem – contém – contém.
20. Instrução: Os trechos a seguir foram propositadamente transcritos sem acentuação. Leia-os atentamente e
ponha os acentos que faltam.
a) Se se encontrar esse nome, ainda ha um problema, de natureza mais psicologica: da-se como certo que a pessoa
indicada por FHC para substitui-lo sera aceita sem restrições pelo presidente Itamar Franco, mas ninguem pode
oferecer a garantia de que o presidente nao vai, em seguida, desautorizar o novo ministro.
Clovis Rossi, Folha de S.Paulo, 20/02/94
b) O seu ultimo truque intelectual era este do classico. (...) O processo era simples: escrevia de modo comum, com as
palavras e o jeito de hoje, em seguida invertia as oracoes, picava o periodo com virgulas e substituia incomodar por
molestar, ao redor por derredor, isto por esto, quao grande ou tao grande por quamanho, sarapintava tudo de ao
inves, (…) e assim obtinha o seu estilo classico que começava a causar admiração aos seus pares e ao publico em
geral. Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma
c) Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma Igreja. Embora os
seus lucros fossem continuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde seculos, sem
organizacao, sem regras, sem canones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos
descuidos e obsequios humanos. (...) Esta claro que [o Diabo] combateu o perdao das injurias e outras maximas de
brandura e cordialidade. Nao proibiu formalmente a calunia, mas induziu a exerce-la mediante retribuição, ou
pecuniaria, ou de outra especie. (...) A Igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; nao havia uma região do globo
que não a conhecesse, uma lingua que nao a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de
triunfo. Machado de Assis, A igreja do diabo
d) Sera que eu enriqueceria este relato se usasse alguns dificeis termos tecnicos? Mas ai que esta: esta historia não
tem nenhuma tecnica, nem de estilo, ela e ao deus-dara. Eu que tambem não mancharia por nada deste mundo com
palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilografa. Clarice Lispector, A hora da estrela
e) E conhecida a importancia do setor informal na economia brasileira, tanto pelo volume de renda gerada quanto
por sua significativa participação na ocupação de mão de obra urbana. Objeto de estudo e pesquisas ha varias
decadas, esse setor vem sendo apresentado como reduto de ocupações altamente instaveis, provedor de parcos
rendimentos, congregando baixos niveis de escolaridade e apresentando atividades de carater temporario.
Bila Sorj – Ciência Hoje – outubro de 1988, p. 20
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21. Compare as duas frases a seguir:
1 – Que força detém esses bárbaros?
2 – Que força detêm esses bárbaros?
a) Qual a diferenca formal entre as duas frases?
_______________________________________________________________________________________________
b) Como se classifica sintaticamente o termo “esses barbaros” na primeira frase e na segunda?
_______________________________________________________________________________________________
c) Qual o significado do verbo deter nos dois enunciados?
_____________________________________________________________________________________________
2) Assinale a alternativa cujas palavras são acentuadas, respectivamente, segundo as regras que determinam a
acentuação das palavras destacadas no texto.
a) Saída; mostrará; hífen. b) Comprá-la; político; nível. c) Ócio; fenômeno; inútil.
d) Dá-lo; anônima; estéril. e)Eólica; órfã; ninguém.
3) Em relação às informações e estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens que se seguem.
Os acentos gráficos empregados em “Agência” e em “Saúde” têm a mesma justificativa.
a) Certo b) Errado
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4) Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª em relação à razão do acento gráfico.
5) De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as palavras que obedecem, respectivamente, às mesmas
regras de acentuação gráfica de “alguém” e “até” são:
a) reféns – fé b) herói – baú c) hífen – português d) ímã – através e) parabéns – clichê
6) A palavra “construído” recebe acento gráfico pelo mesmo motivo que a palavra:
a) mídia b) saúde c) sábios d) disponíveis e) imaginário
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7) Com base no texto acima, julgue os próximos itens.
As palavras “municípios” e “bancários” recebem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação.
a) Certo b) Errado
8) Nos dois primeiros parágrafos do Texto I (L. 1-14), a palavra que deixou de ser acentuada, em função do Novo
Acordo Ortográfico, é
a) “...ideia...” (L. 1) b) “...tem...” (L. 4) c) “...para...” (L. 5) d) “...traquitana,” (L. 10) e) “...surpresa:” (L. 10)
9) Das palavras a seguir, assinale aquela cuja acentuação é determinada por uma regra diferente da que determina
a acentuação em patrimônio (linha 12).
a) média (linha 09). b) importância (linha 17). c) princípio (linha 18). d) óbvio (linha 19) e) saúde (linha 21).10)
10) Assinale a alternativa em que necessariamente todos os termos devem receber acento para terem sentido:
a) Item – guri b) interim – ciume. c) Numero – publica d) Ate – sagui
12) As palavras “indivíduos”, “vulneráveis”, “incidência” e “neurônios”, contidas no texto, presentam acento
gráfico com base na mesma regra.
a) Certo b)Errado
13) A respeito das ideias e de aspectos linguísticos do texto acima, julgue os itens que se seguem.
As palavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação
gráfica.
a) Certo b)Errado
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14) No trecho destacado, há palavras que receberam acento e outras que deveriam ser acentuadas, mas que não
foram. São elas:
" pedagogia ambiental deve desenvolver canais que permitam maior politização do consumo, incluindo noções
basicas e essenciais para evitar o desperdicio de alimentos e enfatizar praticas que favoreçam os processos de
reciclagem" (http://revistasustentabilidade.com.br/por-uma-pedagogia-ambiental/ - ADAPTADO
a) Básicas – desperdício – práticas
b) Básicas – essênciais – ênfatizar
c) Essênciais – desperdício – ênfatizar
d) Incluíndo – desperdício – práticas
e) Incluíndo – essênciais – práticas
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15) É correto dizer que a acentuação gráfica que o autor emprega tanto segue a norma-padrão quanto desobedece
a ela, neste caso, numa tentativa de imitar a entonação oral do chamamento. Essa afirmação é baseada na
acentuação, respectivamente, de
a) sapatênis e Tietê. b) diabólico e marmóreo. c) esquecê-lo e amigô.
d) companheirô e débito. e) chefê e parceirô.
16) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas segundo as regras de acentuação, respectivamente,
de intercâmbio e antropológico.
a) Distúrbio e acórdão. b) Máquina e jiló. c) Alvará e Vândalo. d) Consciência e características. e) Órgão e órfãs.
18) Assinale a alternativa cuja palavra apresenta a mesma regra de acentuação da palavra destacada abaixo.
“É a escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um trânsito mais humano, harmonioso, mais seguro e mais
justo para que sejamos cidadãos mais responsáveis.”
a) Freguês. b) Véu. c) Sábio. d) Baú. e) Órgão.
20) Quanto à acentuação gráfica, a relação de palavras em que todas estão conformes ao atual Acordo Ortográfico
é
a) família – arcaico – espermatozóide – pólo.
b) epopeia – voo – tranquilo – constrói.
c) troféu – bilíngue – feiúra – entrevêem.
d) decompor – agüentar – apóio – colmeia.
e) linguística – joia – refém – assembléia.
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AULA 4
1. (PUC – PR) – Nas sentenças seguintes, os conectores sublinhados estabelecem diferentes relações. Identifique
essas relações.
I. Pretendo ingressar na Universidade, A FIM de me qualificar para o trabalho.
II. Pretendo ingressar na Universidade, PORQUE quero ser biólogo.
III. Ingresso na Universidade, OU viajo para o exterior.
IV. Frequentarei a Universidade, EMBORA more bem distante daqui.
V. Ingressarei nesta Universidade, SE passar no vestibular.
Marque a alternativa que corresponde ao tipo de relação estabelecida, respectivamente, em cada frase.
a) temporalidade, finalidade, adição, condicionalidade, disjunção
b) condicionalidade, finalidade, adição, disjunção, oposição
c) finalidade, causalidade, disjunção, disjunção, oposição
d) causalidade, oposição, finalidade, disjunção, condicionalidade
e) finalidade, causalidade, disjunção, oposição, condicionalidade
2. (ACAFE – SC) – Nas frases abaixo, cada espaço em branco corresponde a uma conjunção.
• _____________________não costumasse mentir, ninguém acreditava em sua versão.
• A temperatura baixava sensivelmente_________________ subíamos a serra.
• O preço dos combustíveis é alto___________________ os donos dos postos formam um cartel.
• Ficamos duas horas presos no bagageiro do carro__________________ pudéssemos fazer nada.
• As estruturas dos ratos comuns começam a perder a forma________________ elas sofrem danos oxidativos.
As conjunções que preenchem corretamente as lacunas são, respectivamente:
a) Como – porque – quando – se – contanto que
b) Embora – quando – sempre que – consoante – desde que
c) Mesmo que – na hora em que – à proporção que – ainda que – caso
d) Posto que – à medida que – porque – sem que – assim que
3. A frase a “China talvez esteja liderando a saída da economia mundial da recessão, mas o Brasil está em um bom
momento” só não pode ser lida da seguinte maneira:
a) O Brasil está em um bom momento, embora a China esteja liderando a saída da economia mundial da recessão.
b) A China está liderando a saída da economia mundial da recessão, apesar de o Brasil estar em um bom momento.
c) Ainda que a China esteja liderando a saída da economia mundial da recessão, o Brasil está em um bom momento.
d) A China está, quem sabe, liderando a saída da economia mundial da recessão, porém o Brasil está em um bom
momento.
e) O Brasil está em um bom momento, por mais que a China esteja liderando a saída da economia mundial da
recessão.
Quando vieram me chamar para o almoço, ainda me encontraram encantado diante da roda preguiçosa, que mal se
arrastava, e as duas bolas alvoroçadas, que não queriam parar.
08. (PUC – SP) – “Então, os peixes jovens, já não era mais possível segurá-los; agitavam as nadadeiras nas margens
lodosas para ver se funcionavam como patas, como haviam conseguido fazer os mais dotados. Mas precisamente
naqueles tempos se acentuavam as diferenças entre nós...”
As palavras destacadas indicam, respectivamente,
a) finalidade, oposição, comparação, conformidade.
b) oposição, finalidade, conformidade, oposição.
c) conformidade, finalidade, oposição, comparação.
d) finalidade, comparação, conformidade, oposição.
e) comparação, finalidade, oposição, conformidade.
10. (UFPR) –
Com o receio do curitibano em descer a serra e enfrentar uma viagem de até 8 horas, o setor turístico de Morretes e
Antonina tem sofrido perdas significativas. Desde o dia 11, quando ocorreu o desastre, vários restaurantes fecharam
as portas e pousadas e hotéis registraram queda de até 100% na ocupação. O Restaurante Lubam, em Morretes, é
um exemplo. A água invadiu o espaço e encheu um dos salões de lama. “Cerca de 250 pessoas cancelaram a vinda
em um único dia”, diz o gerente Fernando Cunha. Gazeta do Povo, 20 mar 2011.
As expressões “de até” e “quando” correspondem, respectivamente, a ideias de_______________________
e__________________ , enquanto que “cerca de” pode ser substituída por_______________ , sem alteração do
sentido.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima.
a) limite – oposição – a respeito de
b) limite – temporalidade – aproximadamente
c) comparação – explicação – sobre
d) comparação – temporalidade – a respeito de
e) comparação – explicação – aproximadamente
11. “Como alguns moradores do vilarejo contam, muitos forasteiros perderam suas vidas tentando encontrar
pedras preciosas.”
Em que alternativa a palavra como expressa a mesma relação de sentido que apresenta acima?
a) O grande pacificador morreu como herói.
b) Como era um garoto muito peralta, acabou espatifando-se no chão.
c) Félix e o advogado encontraram-se ao amanhecer como haviam combinado ontem.
d) Como o céu estivesse recoberto de nuvens escuras, não fomos à praia.
e) O garoto voltou para a cidade como quem vai para a prisão.
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Texto para as questões 12 e 13
12. (FUVEST – SP) – Neste trecho de uma carta de Fernando Sabino a Mário de Andrade, o emprego de linguagem
informal é bem evidente em
a) “se bem que haja”.
b) “que acabei de ler agora”.
c) “Vem-me uma vontade”.
d) “tudo o que ela me fez sentir”.
e) “tomar seu tempo e te chatear”.
13. (FUVEST – SP) – No texto, o conectivo “se bem que” estabelece relação de
a) conformidade.
b) condição.
c) concessão.
d) alternância.
e) consequência.
17. A seguir, você tem dois dos versos mais famosos de Fernando Pessoa, componentes do não menos famoso Mar
Portuguez
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena
No pequeno trecho, a relação de sentido verificada é a mesma que se reconhece em
a) Como uma criança antes de a ensinarem a ser grande. Fui leal e verdadeiro ao que vi e ouvi. Alberto Caeiro
b) A gente julga mal ou bem conforme o interesse que tem. Dito popular
c) O homem é rico desde que se familiariza com a pobreza. Epicuro
d) Não é possível ter lucros sem que os outros sofram prejuízos. Provérbio
e) A palavra “progresso” não terá qualquer sentido enquanto houver crianças infelizes. Albert Einstein
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Texto para as questões 18 a 20
Em 1998, 20% dos homens entrevistados na pesquisa Família Brasileira pensavam que a principal qualidade de uma
esposa consistisse em saber cuidar da casa. Hoje, esse percentual caiu para 7%. Também em 1998, outros 12%
escolheram cuidar bem dos filhos como qualidade principal. Em 2007, foram só 4%.
Até aqui poderíamos entender, simplesmente, que, na última década, os homens, enfim, pararam de esperar
que suas esposas fossem babás e governantas.
A recíproca, digamos assim, também aconteceu: há nove anos, 14% das mulheres diziam que a principal
qualidade de um marido consistia em sustentar a família. Agora, são 4% as que pensam o mesmo.
[...]
Ora, talvez a pesquisa de hoje mostre que estamos amadurecendo, ou seja, reformulando essa utopia
impossível: nada de resignação, mas a invenção progressiva de um novo tipo de casamento. Veja só. Os
entrevistados tiveram que escolher, entre seis itens, qual seria o mais importante para a felicidade de um
casamento. Pois bem, 38% escolheram a fidelidade (contra 23% em 98). Em compensação, a importância do amor
diminuiu, de 41% para 35%.
Estranho, não é? Afinal, o ciúme não é um complemento do amor-paixão? Como pode diminuir a exigência
de amor e aumentar a de fidelidade? A resposta está em outros números oferecidos pela pesquisa.
Entre 1998 e hoje, aumentou o percentual das mulheres que consideram como principal qualidade de um
marido sua capacidade de ser companheiro e amigo (de 6% para 11%) e de ser atencioso (de 3%para 10%). Que ele
ame a esposa é também crucial, mas talvez esteja mudando nossa ideia do tipo de amor que deve acompanhar e
sustentar o casamento. Talvez não procuremos mais o amor-paixão (note- se que a vida sexual satisfatória como
item necessário para a felicidade da união ficou com um triste 2%), mas um amor companheiro e amigo, “um amor
tranquilo”, como diz a música.
Se isso fosse verdade, a fidelidade, hoje considerada uma qualidade essencial do marido e da esposa, não
seria a exigência possessiva da paixão. Existe uma fidelidade que não consiste em evitar aventuras, escapadas e
amoricos paralelos; é o tipo de fidelidade que é exigível de um amigo.
Talvez, em suma, esteja aparecendo um novo tipo de casamento moderno, baseado, como ser, nos
sentimentos, mas não no ideal do amor-paixão romântico nem no da satisfação sexual: uma espécie de aliança
sentimental para a vida.
CALLIGARIS, Contardo. O triunfo de qual amor. Família brasileira / Folha de S. Paulo,
São Paulo, p. 46-47, 7 out. 2007.
18. (UNICENTRO – PR) – A alternativa que apresenta fidelidade às informações do texto é a
a) A ressignificação constatada nas relações conjugais, para o homem ou para a mulher, prescinde de respeito às
tradições.
b) A melhoria das condições socioeconômicas das mulheres, hoje um fato, ocorreu em detrimento de seu papel
principal, que deveria ser a maternidade.
c) A situação sociocomportamental da família brasileira revela, hoje, alterações pouco relevantes nos códigos da
sexualidade e das normas culturais.
d) As mudanças detectadas nas pesquisas em apreço constatam um reforço no lado do amor-paixão, contrariamente
aos interesses materiais na relação familiar.
e) Alguns valores dos brasileiros mudaram, nos últimos anos, nos segmentos sociais mais populares, contudo a
família não aumentou em importância como instituição.
20. (UNICENTRO – PR) – Em relação ao que se informa sobre a felicidade no parágrafo anterior, a frase “Se isso fosse
verdade, a fidelidade, hoje considerada uma qualidade essencial do marido e da esposa, não seria a exigência
possessiva da paixão.” constitui
a) uma retificação. b) uma concessão. c) uma conexão causal.
d) uma condicionalidade. e) um contraste adversativo.
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Texto para as questões de 21 a 24
Nem médico compreende letra de colega
Nem mesmo os médicos conseguem, muitas vezes, entender o diagnóstico escrito pelos colegas durante o
atendimento a pacientes. É isso que mostra uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O estudo comparou prontuários médicos e comprovou que a letra ilegível impede que médicos da mesma
especialidade cheguem a um diagnóstico igual sobre o quadro clínico do paciente.
A pesquisa foi tese de mestrado do fisioterapeuta Maurício Merino Nunes, do Departamento de Informática
em Saúde. Ele avaliou o grau de entendimento de prontuários feitos por médicos ortopedistas do grupo de joelho do
Cete (Centro de Traumatologia do Esporte) da Unifesp.
O prontuário deve ser compreendido por outros profissionais para que seja possível dar continuidade ao
tratamento de um paciente. “Se o médico não tem a informação adequada, existe a possibilidade de não fazer o
tratamento correto”, afirmou Nunes, autor da tese. A legibilidade dos prontuários médicos é exigida no código de
ética da profissão.
A ilegibilidade da letra do médico pode acarretar uma advertência ao profissional. A necessidade de o
prontuário ser compreensível faz parte do Código de Ética Médica e de uma resolução do Conselho Federal de
Medicina. Folha de S. Paulo, 09.07.2005. (Adaptado).
22. (UNIFESP) – Nem mesmo os médicos conseguem, muitas vezes, entender o diagnóstico escrito pelos colegas...
A frase pressupõe que
a) a letra dos médicos, em geral, não deve ser entendida por outros médicos.
b) os médicos ignoram tanto os pacientes quanto os outros médicos.
c) os médicos têm dificuldades em registrar pela escrita os problemas de seus pacientes.
d) a letra de um médico deveria, pelo menos, ser entendida por outro médico.
e) os médicos não se preocupam com a escrita, porque acreditam que seus pares os entendem.
Instrução: A frase – Se o médico não tem a informação adequada, existe a possibilidade de não fazer o tratamento
correto... – é base para as questões 23 e 24.
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25. (PUC – SP) – “Então, os peixes jovens, já não era mais possível segurá-los; agitavam as nadadeiras nas margens
lodosas para ver se funcionavam como patas, como haviam conseguido fazer os mais dotados. Mas precisamente
naqueles tempos se acentuavam as diferenças entre nós...”
As palavras destacadas indicam, respectivamente,
a) finalidade, oposição, comparação, conformidade.
b) oposição, finalidade, conformidade, oposição.
c) conformidade, finalidade, oposição, comparação.
d) finalidade, comparação, conformidade, oposição.
e) comparação, finalidade, oposição, conformidade.
27. (UFPR) – “Como alguns moradores do vilarejo contam, muitos forasteiros perderam suas vidas tentando
encontrar pedras preciosas.”
Em que alternativa a palavra como expressa a mesma relação de sentido que apresenta acima?
a) O grande pacificador morreu como herói.
b) Como era um garoto muito peralta, acabou espatifando-se no chão.
c) Félix e o advogado encontraram-se ao amanhecer como haviam combinado ontem.
d) Como o céu estivesse recoberto de nuvens escuras, não fomos à praia.
e) O garoto voltou para a cidade como quem vai para a prisão.
28. (UEL – PR) – Embora possa parecer incrível, nem todos os participantes da reunião compreenderam que o
intuito do diretor, ainda que manifestado discretamente, era beneficiar todo o corpo docente da Escola.
Sobre o período anterior é correto afirmar que
a) contém 6 orações.
b) é composto por coordenação e subordinação.
c) apresenta 2 orações reduzidas.
d) encerra 2 orações objetivas diretas.
e) a primeira oração tem valor concessivo.
29. “Todos o criticam por ter agido imprudentemente; mas, se ele tem defeitos, tem virtudes também.”
o conectivo SE, na oração “se ele tem defeitos”, dá ideia de:
a) proporção b) causa c) consequência d) condição e) concessão
30. (UFPR) –
Memória Fraca
Albert Einstein (1879 - 1955) tinha dificuldade de memorização. Um diretor de escola disse que ele era mau exemplo
e não serviria para nada. Na adolescência, decidiu cursar física. Sem possuir o diploma ginasial, não pôde frequentar
a universidade. Na primeira tentativa de ingressar na Escola Politécnica Federal (ETH) da Suíça, foi reprovado nos
exames de botânica, zoologia e línguas modernas.
No que respeita ao trecho “Sem possuir o diploma ginasial, não pôde frequentar a universidade”, foram efetuadas
modificações na estrutura da oração sem que houvesse distorção de sentido em:
01) Por não possuir o diploma ginasial, foi impedido de frequentar a universidade.
02) Em não possuindo diploma ginasial, não poderia frequentar a universidade.
04) Não pôde frequentar a universidade, pois não possuía diploma ginasial.
08) O acesso à universidade foi-lhe negado, uma vez que não possuía o diploma ginasial.
16) A falta de um diploma ginasial impediu-o de frequentar a universidade.
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31. (UFPR) – A entrevista com o representante do governo estava muito interessante. Os sindicalistas saíram cedo.
Tinham outra passeata reivindicatória.
Entre as alternativas que seguem, assinale aquela em que as relações entre as ideias apresentadas acima não estão
corretamente indicadas.
a) A entrevista com o representante do governo estava muito interessante, mas os sindicalistas saíram cedo porque
tinham outra passeata reivindicatória.
b) Mesmo estando a entrevista com o representante do governo muito interessante, os sindicalistas saíram cedo,
por terem outra passeata reivindicatória.
c) Já que a entrevista com o representante do governo estava muito interessante, os sindicalistas saíram cedo
porque tinham outra passeata reivindicatória.
d) Embora a entrevista com o representante do governo estivesse muito interessante, os sindicalistas saíram cedo
porque tinham outra passeata reivindicatória.
e) Por terem outra passeata reivindicatória, os sindicalistas saíram cedo, apesar de a entrevista com o representante
do governo estar muito interessante.
32. (UFPR) Embora a afetividade do povo brasileiro nunca tenha se manifestado verdadeiramente em nossa
história social, talvez ela seja o mais belo projeto inconsciente do povo desse país.
Mantém(êm) as mesmas relações lógicas da proposição acima a(s) sentença(s):
I. A afetividade do povo brasileiro nunca se manifestou verdadeiramente em nossa história social, mas é possível que
ela seja o mais belo projeto inconsciente do povo desse país.
II. A afetividade do povo brasileiro nunca se manifestou verdadeiramente em nossa história social, portanto pode ser
que ela seja o mais belo projeto inconsciente do povo desse país.
III. Apesar de a afetividade do povo brasileiro nunca ter se manifestado verdadeiramente em nossa história social,
talvez ela seja o mais belo projeto inconsciente do povo desse país.
a) Apenas I e II b) Apenas I e III c) Apenas II e III d) Apenas I e) Apenas III
Nos anos 70, de regime militar, em que havia crescimento econômico num sistema sem estímulos à
distribuição de renda, a ala dos 50% mais pobres detinha 15% da riqueza nacional. No fim dos anos 80, com governos
civis e lemas de “tudo pelo social”, essa porcentagem havia caído para 12%. Era o resultado da soma de recessão
com inflação. Nas palavras de Cláudio Consídera: “Na década de 1980, tanto a falta de crescimento quanto o
aumento da desigualdade contribuíram para um significativo aumento da pobreza e declínio do bem-estar social. Em
primeiro lugar, a renda per capita se reduz, em média, 0,4% ao ano. Em segundo lugar, a desigualdade aumenta, com
os 20% mais ricos elevando a sua participação na renda em 2 pontos na porcentagem e os 50% mais pobres baixando
em 2 pontos”. E ainda pior no começo dos anos 90, entre o Plano Collor e o impeachment do presidente. A renda per
capita cai ao ritmo de 3,2% ao ano e até os 20% mais ricos empobrecem. “Mas o resultado líquido foi uma brutal
deterioração dos níveis de pobreza”, segundo Consídera. Veja, 6/3/96
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34 (UFPR) – A oração “mas o resultado líquido foi uma brutal deterioração dos níveis de pobreza ” significa que:
a) durante a ditadura militar, os pobres detiveram 15% da riqueza nacional, o que aumentou o crescimento
econômico.
b) nas três décadas, os pobres passaram a deter mais riquezas, porque os 20% mais ricos empobreceram no começo
dos anos 90.
c) os governos dos anos 80 e 90 deram continuidade ao sistema perverso de não distribuição de renda característico
dos governos militares.
d) nas três décadas, os ricos detiveram cada vez mais.
e) durante a década de 80, os índices de queda na renda per capita foram maiores do que na década de 90.
35 (UFPR) – Qual das alternativas abaixo não substitui corretamente a palavra mas no trecho: “Mas o resultado
líquido foi uma brutal deterioração dos níveis de pobreza” ?
a) Entretanto; b) Contudo; c) Porém; d) Por isso; e) No entanto.
QUESTÕES DISCURSIVAS
1. (VUNESP – SP) – O Padre Antônio Vieira (1608 - 1697), em cuja prosa oratória coexistem os princípios barrocos do
cultismo e do conceptismo, é considerado um dos maiores oradores de todos os tempos, em Língua Portuguesa. Em
seus sermões se serve frequentemente do simbolismo das Sagradas Escrituras para desenvolver argumentos de
raciocínio complexo, mas sempre de modo claro e preciso. No fragmento acima transcrito, Vieira aborda
fundamentalmente o tema do “amor”. Releia o texto dado e, a seguir, responda: quantas e quais são as espécies de
“amor”, segundo Vieira.
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_____________________________________________________________________________________________
2. (VUNESP – SP) – Verifique no texto as menções feitas por Vieira ao amor de Cristo pelos apóstolos e, a seguir,
justifique como se dá o amor de Cristo a Judas de acordo com a argumentação de Vieira.
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3. Em sua argumentação insistente, repetitiva, Vieira sintetiza sua teoria do amor com a frase “O amor fino não
busca causa nem fruto”.
a) O que, no contexto, significa “fruto”?
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_______________________________________________________________________________________________
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b) Dois conectivos apresentam relação contextual com os vocábulos “causa” e “fruto”. Quais são eles?
_______________________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________________________
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c) Qual a importância das noções de “causa” e “fruto” para a divisão do amor em três espécies?
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AULA 5
VERBOS
1 - Suponha a seguinte definição de verbo:
VERBO – Palavra que indica ação.
Ainda que inúmeros verbos de fato expressem o que chamamos ação, a definição, tal como está colocada, não é
perfeita. Valendo-se da sequência de enunciados a seguir, especialmente dos termos destacados, procure explicar
por que não é corretodefinir verbo como palavra que indica ação.
1) A construção da casa demorou seis meses.
2) Reprovamos o envio de mais tropas para a região do conflito.
3) Triângulos são figuras de três ângulos internos, cuja soma é 180º.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
2 - Nas frases a seguir, preencha as lacunas com a forma adequada do verbo entre parênteses:
a) (FEPAR – PR) – Quando você_________________ para Curitiba, traga seus filhos. (VIR)
b) (FEPAR – PR) – Se nós___________________ para Curitiba, traremos nossos filhos. (VIR)
c) (PUC – PR) – Nada acontecerá, se o diretor ____________________. (INTERVIR)
d) (FUVEST – SP) – Ele_______________ a seca e________________ a casa de mantimentos. (PREVER, PROVER)
e) (FEPAR – PR) – Se eu o_________________ , transmitirei o recado. (VER)
f) (FEPAR – PR) – Assim que nós o_______________ , transmitiremos o recado. (VER)
4 - (FUVEST – SP) – Observe as seguintes formas verbais: vê, és, vai, venha. Se empregarmos no futuro do
subjuntivo os verbos a que tais formas pertencem, teremos, respectivamente:
a) vir, fores, for, vier; b) ver, seres, ir, vir; c) vir, fores, fosse, viesse; d) ver, seres, vá, virá;
e) verá, será, irá, virá.
5 - (ENGENHARIA DE ITAJUBÁ – MG) – Assinale a alternativa que completa, na ordem, as lacunas nas frases a
seguir, com os verbos indicados entre parênteses.
1. Meus pais sempre (verbo vir) à minha casa.
2. Quando vocês (verbo vir), ganharão os prêmios.
3. Se você (verbo ver) meu material,entregue-me, por favor.
4. Os olhos (verbo ver) o que o coração deseja.
a) vêm – virem – ver – veem;
b) vem – vierem – ver – vêm;
c) vem – vierem – vir – vêm;
d) vêem – vierem – ver – vêm;
e) vêm – vierem – vir – veem.
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6 - Assinale as alternativas em que a palavra fora corresponde a uma forma do verbo ir.
01) Uma das pessoas que mais haviam concorrido para a impulsão artística do seu espírito fora um seu parente, o
Rev. Carlos Peixoto de Alencar. Araripe Júnior, Perfil literário de José de Alencar
02) Era como se Olegário o chamasse, as ladeiras subindo, a praça vazia. Depois, e nas férias seguintes, fora
esquecendo. Adonias Filho, O forte
04) Escolhido para a importante função por suas eminentes virtudes, por todos consideradas e estimadas, o fora
também por ser o santo homem proprietário de terras e roças, diretamente interessado na intervenção celestial.
Jorge Amado, Gabriela, cravo e canela
08) Dias e dias procurando Olegário, esteve tardes seguidas no Terreiro de Jesus, os cantadores e os violões. Fora ao
forte, regressara, as noites mornas. Adonias Filho, O forte
16) Um sujeito franzino, que até aí não fora notado por ninguém no São Romão, postou-se defronte da entrada, de
mãos limpas, à espera dos invasores. Aluísio Azevedo, O cortiço.
7 - (ACAFE – SC) – De acordo com a variedade formal da língua portuguesa, a única alternativa que preenche
corretamente os espaços das frases abaixo, respectivamente, é:
– Sem outra solução, agora_____________________solicitar sua ajuda.
– Helô, se você___________________ meu pai, diga-lhe que eu estou bem.
– Foi difícil fazer com que o síndico___________________para acabar com a discussão.
– O que devo fazer se o caixa eletrônico___________________ o cartão?
– Se eu___________________ recurso agora, talvez consiga reverter a sentença.
a) vimos – vir – intervisse – retiver – interpuser
b) viemos – ver – interviesse – retiver – interpusesse
c) vimos – ver – intervisse – reter – interpuser
d) viemos – ver – intervisse – reter – interpor
e) vimos – vir – intervisse – reter – interpusesse
8 - (TRT) – Observe:
I. Eu venho pensando em exercer atividades no campo da fiscalização.
II. Vi quando você apreendeu a mercadoria.
III. Não vá dizer que não foi orientado no tocante às formas tributárias.
Os verbos sublinhados acima têm, no plural, as seguintes formas:
a) vimos, vimos, ide b) viemos, vimos, vades c) viemos, vimos, ides
d) vimos, vimos, vão e) vimos, viemos, vão
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12 - (VUNESP – SP) – Assinale a única alternativa em que há erro de flexão verbal:
a) Quando eu vir, acertarei as contas.
b) Se ele propor um aumento de verba, direi que não teremos recursos.
c) O governo interveio na região.
d) Os funcionários vêm aqui hoje.
e) Na tentativa de solucionar o problema, eles se desavieram.
13 - (FGV – SP) – Assim que ................. encaminhados ao arquivo e ................... colhido todos os dados, é provável
que já ................. prontos para iniciar o trabalho.
a) sermos – termos – estejamos
b) formos – tivermos – estejamos
c) formos – tivermos – estejemos
d) formos – termos – estejamos
e) sermos – tivermos – estejemos
14 - (SANTA CASA – SP) – Os mesários ...................... -se de votar, mas não .................dispensa. Se você os
.............., peça que venham aqui imediatamente.
a) absteram – requereram – vir
b) absteram – requiseram – ver
c) abstiveram – requereram – vir
d) abstiveram – requereram – ver
e) abstiveram – requiseram – ver
16 - (ACAFE – SC) – Observe o modelo e indique a alternativa em que houve erro na flexão da forma verbal.
O presidente da mesa interveio e a discussão acabou.
Se o presidente da mesa intervier, a discussão acabará.
a) Ele previu a queda da inflação e alertou os clientes.
Se ele previer a queda da inflação, alertará os clientes.
b) O banco reteve os documentos e prejudicou o negócio.
Se o banco retiver os documentos, prejudicará o negócio.
c) Nós propusemos uma trégua e eles aceitaram.
Se nós propusermos uma trégua, eles aceitarão.
d) Eles mantiveram o ritmo e atingiram a meta.
Se eles mantiverem o ritmo, atingirão a meta.
e) Você viu o advogado e pegou os documentos.
Se você vir o advogado, pegará os documentos.
17 - (FGV – SP) – Assinale a alternativa em que os verbos prever, intervir, propor e manter estão corretamente
conjugados.
a) Previu/interviu/propuser/mantesse.
b) Prevesse/intervisse/proposse/mantesse.
c) Previu/ interveio/ propusesse/mantera.
d) Preveu/intervim/propuser/mantivesse.
e) Previsse/intervier/propusesse/mantinha.
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18 - (FEPAR – PR) – Complete as lacunas com o verbo e respectivamente forma indicados entre parênteses, ao final
de cada frase.
1. Se eu ______________ a Pátria em perigo, defendê-la-ei.
(ver – futuro do subjuntivo).
2. Depois dos sete anos de fartura, ____________ sete anos de fome. (sobrevir – pretérito mais-que-perfeito do
indicativo).
3. Se ele ____________ mais cedo, avise-me. (vir – futuro do subjuntivo).
4. Os pais nunca se ____________ aos ideais de João. (contrapor- se – pretérito perfeito do indicativo).
5. Apesar das ameaças, os criminosos não se ___________. (deter – pretérito perfeito do indicativo).
A sequência correta das lacunas preenchidas é:
a) ver, sobrevieram, vir, contrapuseram, deteram;
b) vir, sobrevieram, vier, contrapuseram, detiveram;
c) ver, sobrevieram, vir, contraporam, deteram;
d) ver, sobreviram, vier, contrapuseram, deteram;
e) vir, sobrevieram, vier, contraporam, detiveram
19 - (UFPel – RS) – As frases abaixo, que apareceram em periódicos gaúchos, tratando do polêmico assunto
Calendário Rotativo, apresentam formas verbais inadequadas:
I. “Os choques entre professores, alunos e Brigada Militar adviram, sem dúvida, de posturas radicais, sem a
concessão mútua que leva ao entendimento final.”
II. “A guerra no ensino público gaúcho não terá trégua se as partes interessadas na questão manterem sua postura
radical.”
a) Que formas verbais são inadequadas?
_______________________________________________________________________________________________
b) Que formas deveriam ter sido empregadas?
_______________________________________________________________________________________________
20 - (UNICAMP – SP) – O caderno FOVEST do jornal Folha de S. Paulo de 28/11/91 fez a seguinte recomendação aos
vestibulados, para que fossem bem sucedidos na prova de redação do vestibular Unicamp.
Como escrever
Olho vivo para não maltratar o português. Preste atenção ao enunciado. Se fugir do tema, copiar o texto
apresentado ou fazer uma narração (relato de uma história) onde é pedida uma dissertação (defesa de uma ideia), a
redação será anulada.
Apesar de recomendar cuidado no uso do português, o jornal comete um erro gramatical no texto citado.
a) Transcreva a passagem em que há erro gramatical.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
b) Há uma explicação para ocorrências desse tipo. Qual é?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
21 - (PUC – SP) – No trecho: “Agora vire a página e olhe o anjo que ele possuiu, veja esta mantilha sobre este ombro
puro (...)”, alterando-se o sujeito dos verbos destacados para tu e depois nós, teríamos a seguinte modificação das
formas verbais:
a) vira, olhe, vê/viremos, olhamos, vemos
b) vire, olhe, veja/viremos, olhemos, vejamos
c) vira, olha, vês/viramos, olhamos, vemos
d) viras, olhas, vês/viramos, olhamos,vemos
e) vira, olha, vê/viremos, olhemos, vejamos
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22 - (FAAP – SP) – Assinale a resposta correspondente à alternativa que completa corretamente os espaços em
branco: Se você o_________________ , por favor____________-lhe que______________ para apressar o processo.
a) ver – peça – intervenha
b) vir – peça – intervém
c) vir – peça – intervenha
d) ver – pede – intervenha
e) vir – peças – interviesse
23 - (UFF – RJ) – Das frases que seguem, uma traz errado emprego da forma verbal. Assinale-a:
a) Cumpre teus deveres e terás a consciência tranquila.
b) Suporta-se com paciência a cólica do próximo.
c) Nada do que se possui com gosto se perde sem desconsolação.
d) Não voltes atrás, pois é fraqueza desistir-se da empresa começada.
e) Dizia Rui Barbosa: “Fazei o que vos manda a consciência, e não fazei o que vos convém aos apetites.”
26 - (MED – SANTOS – SP) – Assinale a alternativa em que o imperativo está empregado corretamente:
a) Não ide lá, eu vou-lo proíbo.
b) Não vades lá, eu to proíbo.
c) Não vades lá, eu vo-lo proíbo.
d) Não ides lá, eu vos proíbo.
e) Não vade lá, eu vo-lo proíbo.
27 - (FUVEST – SP) – Entre as mensagens abaixo, a única que está de acordo com a norma escrita culta é:
a) Confira as receitas incríveis preparadas para você. Clica aqui!
b) Mostra que você tem bom coração. Contribua para a campanha do agasalho!
c) Cura-te a ti mesmo e seja feliz!
d) Não subestime o consumidor. Venda produtos de boa procedência.
e) Em caso de acidente, não siga viagem.Pede o apoio de um policial.
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28 - (PUC – SP) – A questão toma por base o seguinte trecho de poema de Castro Alves.
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! por que não apagas
Côa esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!”
Observe, no texto, os verbos dizer, rolar e varrer, assim empregados: “dizei-me”, “rolai”, “varrei”.
a) Indique em que modo e pessoa estão conjugados.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
b) Mantendo o modo, conjugue os referidos verbos na 3a. pessoa do singular.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
Neste parágrafo, a argumentação leva em conta tanto fatos ocorridos como fatos não ocorridos no passado.
Indique as formas verbais que expressam hipóteses levantadas pelo autor do texto.
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
30 - (UNICAMP – SP) – As gramáticas costumam definir os tempos verbais de forma simplificada. C. Cunha e L. Cintra,
por exemplo, em sua Nova Gramática do Português Contemporâneo, dizem que o futuro designa um fato ocorrido
após o momento em que se fala. Observe como Bastos Tigre joga com essa noção de futuro para dar uma
interpretação engraçada do sétimo mandamento:
Não furtarás – prega o Decálogo e cada homem deixa para amanhã a observância do sétimo mandamento.
Citado por Mendes Fradique em sua Grammatica
Portugueza pelo Methodo Confuso, 1928.
a) qual a interpretação usual (feita, por exemplo, por um rabino, um pastor ou um padre) desse mandamento?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
b) qual a interpretação feita por Bastos Tigre?
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
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AULA 6
CONCORDÂNCIA
1 - (UFPR) – Em que alternativa a substituição do verbo grifado pelo verbo haver está de acordo com as normas da
língua padrão escrita?
a) Naquela época, existiam valores muito diferentes dos de hoje.
Naquela época, haviam valores muito diferentes dos de hoje.
b) Em todos os cantos da cidade, ocorreram tiroteios aterrorizando a população.
Em todos os cantos da cidade, houveram tiroteios aterrorizando a população.
c) Ninguém sabia quantos animais viviam naquela reserva.
Ninguém sabia quantos animais haviam naquela reserva.
d) Todos os consumidores já tinham efetivado denúncia junto ao Procon.
Todos os consumidores já haviam efetivado denúncia junto ao Procon.
e) Imaginava-se que muitos telefonemas acontecessem durante a viagem.
Imaginava-se que houvessem muitos telefonemas durante a viagem.
2 - (UFPR) – Segundo as regras de concordância da língua culta, em que alternativa a flexão do verbo haver, que
deve ser usado em substituição aos verbos grifados, é obrigatória?
a) Existem muitos pontos que ainda devem ser discutidos antes de fechar o contrato.
b) Ocorreram várias discussões entre as partes envolvidas durante o trâmite do processo.
c) Em relação a esse assunto, tem, ainda, os recursos que não foram explicados.
d) Ninguém sabe quantas crianças estavam na escola naquele momento.
e) Embora sem muita certeza do ocorrido, tinham obstinadamente apoiado a posição do diretor.
3 - (UFPR) – Em que alternativa a substituição da expressão grifada pela que está entre parênteses não acarretaria
a alteração de nenhum dos verbos da sentença?
a) Foi inaugurado na semana passada, sob protestos de várias entidades nacionalistas, um novo complexo
multinacional na cidade industrial de Curitiba. (dois novos empreendimentos multinacionais)
b) Ocorreu, neste ano, contrariando a expectativa dos investidores, uma queda substancial nas ações das
montadoras de carros. (quedas substanciais)
c) Falta, para compor o relatório final do projeto, o dado sobre gastos com viagens e insumos. (as previsões de
gastos)
d) Faz um ano que o diretor não entrega nenhum tipo de relatórios obre as novas atividades que propôs para sanear
a situação financeira da empresa. (anos)
e) É imprescindível a lista dos candidatos, para podermos prever o número de pessoas necessárias para conduzir a
operação. (as listas)
4 - (UFPR) – Em que alternativa(s) tanto a quanto b estão adequadas à modalidade escrita padrão?
01) a – O juiz havia assinado o mandado na véspera.
b – O juiz tinha assinado o mandado na véspera.
02) a – Tem vários pontos de vista diferentes.
b – Trata-se de vários pontos de vista diferentes.
04) a – Havia várias pessoas descontentes com a política social do governo.
b – Existiam várias pessoas descontentes com a política social do governo.
08) a – O sorteio foi suspenso porque houveram muitas reclamações no Procon.
b – Para avaliação final do curso será solicitado trabalhos referentes a cada uma de suas unidades.
16) a – Como taxa adicional de inscrição será cobrado R$ 2,00 (dois) reais.
b – Se ele não teve que fazer o serviço é porque existe outras pessoas que fizeram-no por ele.
32) a – Se houvesse, à disposição dos usuários, formulários suficientes, eles poderiam inscrever-se hoje.
b – Eu faria o serviço se houvessem condições adequadas para realizá-lo.
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5 - (PUC – SP) – Indique a alternativa em que não há concordância inadequada à norma culta.
a) Devem haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
b) Deve existir poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
c) Pode existir poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
d) Pode haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
e) Podem haver poetas que pensam no desastre aéreo como sendo o arrebol.
6 - (ACAFE – SC) – Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, considerando o significado que o verbo
haver apresenta em cada uma das frases.
1. Meu irmão se houve muito bem na prova.
2. O ódio no olhar avisava: haver-se-ia com o bandido maistarde.
3. Houvemos por bem adiar a reunião.
4. Ninguém me houve por intruso, pois fora convidado.
( ) Comportar-se, sair-se
( ) Julgar
( ) Resolver
( ) Ajustar contas
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 1 – 3 – 2 – 4 b) 1 – 4 – 3 – 2 c) 2 – 1 – 3 – 4 d) 3 – 4 – 2 – 1 e) 4 – 1 – 2 – 3
8 - (UFSC) – Dentre as proposições abaixo, algumas ferem a norma padrão. Assinale aquelas que não apresentam
desvio gramatical.
01) Se todos houvessem seguido as normas, não haveria tantas reclamações.
02) O desrespeito à natureza é tanto que, naquele lugar, já não existem animais daquela espécie.
04) Havia apenas uma saída para o problema, mas outras poderiam haver caso analisássemos o problema com mais
calma.
08) O desafio que me refiro implica em fazer escolhas.
16) Restabelecer-se-iam, de imediato, as ligações, se houvessem técnicos de plantão.
32) Hão de trazer o que me prometeram! Ora, se hão!
9 - (PUC – SP) – Indique a alternativa em que não há concordância inadequada à norma culta.
a) Fazia dois anos que não aconteciam desastres desse tipo.
b) Faz alguns anos que não acontece desastres desse tipo.
c) Deve fazer um ano que aconteceu vários desastres aéreos.
d) Fazia algum tempo que não acontecia desastres desse tipo.
e) Devem fazer dois anos que aconteceu um desastre desse tipo.
10 - (FESP – SP) – Preencha as lacunas com as formas verbais adequadas, depois assinale a alternativa que
apresenta a seriação de números correta:
I. Quando cheguei à classe__________________ quatro colegas estudando.
1. havia 2. haviam
II.__________________________ muitos feridos no acidente do viaduto.
3. deve haver 4. devem haver
III. ____________________________muitas razões para o seu divórcio.
5. devem existir 6. deve existir
IV. _________________________três anos que não a vejo.
7. vai fazer 8. vão fazer
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a) 1 – 4 – 6 – 8 b) 1 – 3 – 5 – 7 c) 2 – 3 – 6 – 8 d) 1 – 3 – 5 – 8 e) 2 – 4 – 6 – 8
11 - -
12 - Dentre as frases a seguir, assinale aquela(s) que estiver(em) em desacordo com a norma culta da língua
portuguesa e as reescreva.
a) ( ) Já se disse, há muito tempo, muitas e belas palavras a respeito do amor entre dois seres humanos.
b) ( ) Joana olhou curiosa o recém-chegado. Aparentemente, o dr. Luís já o conhece de longa data, pois os dois
tratavam-se com grande intimidade.
c) ( ) É preciso muita atenção com o molho de chaves, como já dizia o saudoso Pedro Américo. Aqueles cadeados, por
exemplo, só se abre com estas chaves, aqui, e assim por diante.
d) ( ) A vida no campo possui uma rotina que muito me agrada. Planta-se a semente hoje. Colhe-se os frutos amanhã.
e) ( ) “A estrada parecia deserta, só os cachorros latiam. Ouviram-se um tiro seco e o latido de um perdigueiro.”
José Lins do Rego
f) ( ) “Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis: encolerizo-me e enterneço-me; bato na mesa e tenho vontade
de chorar.” Graciliano Ramos
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13 - (UFPR) – “Na análise do relatório, constatou-se um desvio de recursos que se supõe ter sido feito pelo diretor
afastado. Para que os fatos sejam apurados, decidiu-se encaminhar o caso para as instâncias superiores.”
No trecho apresentado, são utilizados recursos gramaticais para tornar o texto impessoal. Analise as ocorrências a
seguir e aponte aquelas em que esses recursos foram usados para impessoalizar o que aparece em 1, de acordo
com as normas da língua padrão.
I. 1 – No relatório final, nós omitimos as informações que comprometeriam o andamento das investigações.
Decidimos também relatar os últimos acontecimentos que não constavam do processo.
2 – No relatório final, omitiram-se as informações que comprometeriam o andamento das investigações. Decidiu- -se
também relatar os últimos acontecimentos que não constavam do processo.
II. 1 – Após instalarmos a comissão, abrimos os documentos que apontavam os pontos falhos do processo.
Observamos que medidas mais enérgicas eram urgentes para conter as despesas.
2 – Após a comissão ser instalada, abrimos os documentos nos quais se apontava os pontos falhos do processo.
Foram observadas que medidas mais enérgicas eram urgentes para as despesas serem contidas.
III. 1 – Em situações como essas, sempre constato que é necessário ter atitudes firmes na hora certa. Se deixar as
decisões urgentes para outras pessoas, corro o risco deperder o controle sobre os acontecimentos.
2 – Em situações como essas, sempre se constata que é necessário ter atitudes firmes na hora certa. Se se deixam as
decisões urgentes para outras pessoas, corre-se o risco de se perder o controle sobre os acontecimentos.
IV. 1 – Eu constatei, após fazer uma análise cuidadosa, que os dados que recolhi não eram suficientes para justificar a
conclusão. Assim, resolvi buscar mais evidências a fim de apresentar uma análise que tivesse mais respaldo.
2 – Constatei, após fazer cuidadosa análise, que são insuficientes os dados recolhidos para que se justifique a
conclusão. Resolveram-se, assim, buscar mais evidências a fim de uma análise ser apresentada com mais respaldo.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
14–(FUVEST–SP) – Num dos períodos seguintes não se observa a concordância prescrita pela gramática. Indique-o:
a) Não se apanham moscas com vinagre.
b) Casamento e mortalha no céu se talha.
c) Quem ama o feio, bonito lhe parece.
d) De boas ceias, as sepulturas estão cheias.
e) Quem cabras não tem e cabritos vende, de algum lugar lhe vêm.
16 - (PUC – RJ) – Indique a série que corresponde às formas apropriadas para os enunciados abaixo:
As diferenças existentes entre homens e mulheres ....... ser um fato indiscutível.
1. parece 2. parecem
Alguns cientistas, desenvolvendo uma nova pesquisa sobre a estrutura do cérebro, os efeitos dos hormônios e a
psicologia infantil, ..... que as diferenças entre homens e mulheres não se devem apenas à educação.
3. propõe 4. propõem
....... diferenças cerebrais condicionadoras das aptidões tidas como tipicamente masculinas ou femininas.
5. Haveria 6. Haveriam
....... ainda pesquisadores que consideram os machos mais agressivos, em virtude de sua constituição hormonal.
7. Existe 8. Existem
Como sempre, discute-se se é a força da Biologia, ou meramente a Educação, que ....... sobre o comportamento
humano.
9. predomina 10. predominam
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a) 2 – 4 – 5 – 8 – 9 b) 1 – 4 – 6 – 8 – 9 c) 2 – 4 – 6 – 7 – 10 d) 2 – 3 – 5 – 8 – 10 e) 2 – 4 – 6 – 7 – 9
17 - (FGV – SP) – “Os fluxos de comunicação, em nossa empresa, não tem sido dinâmicos.”
Nessa frase, há um erro de concordância verbal. Para corrigi- -lo, será preciso:
a) acrescentar um s às palavras nossa e empresa.
b) passar o termo comunicação para o plural.
c) passar o termo dinâmicos para o singular.
d) acrescentar um s à palavra sido.
e) colocar um acento circunflexo na forma tem.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
18 - (ENEM) – Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação
de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais. b) diferentes regiões do país. c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos. e) diferentes épocas.
19 - (ENEM) – No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:
a) “A linguagem/na ponta da língua”. (v. 1 e 2).
b) “A linguagem/na superfície estrelada de letras”. (v. 5 e 6).
c) “[a língua] em que pedia pra ir lá fora”. (v. 14).
d) “[a língua] em que levava e dava pontapé.” (v. 15).
e) “[a língua] do namoro com a priminha.” (v. 17).
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21 - (UFPR) – Assinale a alternativa que completa as lacunas:
1. Estes comprimidos são para vocês__________ os nervos.
2. Isto se deve ao fato de os manuscritos__________ sido perdidos.
3. Para nós, aquilo era difícil de__________ .
4. Viu-os__________ pela manhã.
5. Tu estás sempre a__________ conselhos.
a) acalmar/terem/aceitarmos/partir/pedir;
b) acalmar/ter/aceitar/partirem/pedires;
c) acalmarem/terem/aceitarmos/partirem/pedires;
d) acalmarem/ter/aceitar/partirem/pedir;
e) acalmarem/terem/aceitar/partir/pedir.
26 - Complete as lacunas das frases a seguir com a forma verbal vermos (infinitivo flexionado de ver ) ou virmos
(futuro do subjuntivo de ver ):
a) É sempre melhor ocupar a cadeira do juiz do que o banco dos réus, mas não há nada de agradável em
nos_____________de repente no papel de acusadores de companheiros davéspera.
b) Só teremos certeza da eficácia do remédio quando_____________melhoras efetivas no paciente.
c) Convido o júri a ler comigo os trechos principais dessa denúncia, para em seguida_____________ juntos as provas
da culpabilidade do réu.
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28 - (FEPAR – PR) – Indique os casos em que o verbo entre parênteses deve tomar a forma da 3a. pessoa do plural:
01) Ainda não (SAIR) as notas de Física.
02) Julgo (ESTAR) os alunos ansiosos pelos resultados.
04) Mandaram-nas (ESTUDAR) mais.
08) Os engenheiros estavam decididos a (IR) em frente com a obra.
16) Creio que doravante não (HAVER) mais dúvidas sobre o assunto.
32) Já (FAZER) três semanas que não chove.
34 - Assinale a opção em que o emprego do vocábulo MEIO não obedece às regras do português culto.
a) Eles estavam meio confusos, agiram de acordo com os comandos.
b) O soldado foi punido porque se apresentou meio bêbado ao general.
c) As moças estavam meias desatentas à explicação do professor, daí que ele as repreendeu.
d) Não me venha com meias palavras: exijo que você se expresse com objetividade.
e) Era cedo, mas a sala já se encontrava meio escura.
35 - (UEL – PR) – Nos debates que________ durante o torneio, alguns dos jovens pareciam_________ desanimados
a) houve – meios; b) houve – meio; c) houveram – meio; d) houvem – meio; e) houve – meios.
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36 - (PUC – SP) – Considerando a possibilidade de flexão ou não da palavra bastante, em função de seus diferentes
empregos, assinale a alternativa incorreta:
a) Bastantes verdades experimentei anos depois do aviso que meu pai me deu.
b) Meu pai me falou bastante sobre verdades que eu encontraria anos depois.
c) Bastante tempo depois, eu encontraria muitas das verdades anunciadas no aviso de meu pai.
d) Bastantes anos depois, eu experimentaria as verdades do aviso de meu pai.
e) Anos depois, bastantes verdadeiros se tornaram também outros avisos de meu pai.
37 - (UEL – PR) – que as propostas, não dúvidas a respeito das boas intenções do diretor.
a) Qualquer – fossem – restariam;
b) Quaisquer – fosse – restaria;
c) Quaisquer – fossem – restaria;
d) Qualquer – fosse – restariam;
e) Quaisquer – fossem – restariam.
38 - (UEPG – PR) – Acho que a menina ficará aborrecida quando que em sua caixa há balas.
a) meio – vir – menas;
b) meia – vir – menos;
c) meia – ver – menas;
d) meia – ver – menos;
e) meio – vir – menos.
Usa-se sic entre parênteses, numa citação, para indicar que o texto original é aquele mesmo, por errado ou estranho
que pareça.
39 - Com base na informação gramatical do trecho I, apresente uma justificativa para aceitar ou não o sic usado pelo
autor do trecho II.
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40 - Há, no trecho II, no fragmento que não está entre aspas, uma construção que justifica o emprego do sic.
Transcreva- a aplicando o sic no lugar adequado.
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AULA 7
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3. (ENEM) Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma
linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque
a) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma criança.
b) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de
arte.
c) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos.
d) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal.
e) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este último.
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio.
Porto Alegre: L&PM, 1997.
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4. O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de
pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação do sujeito.
5. (ENEM) As diferentes esferas sociais de uso da língua obrigam o falante a adaptá-la às variadas situações de
comunicação. Uma das marcas linguísticas que configuram a linguagem oral informal usada entre avô e neto neste
texto é:
a) a opção pelo emprego da forma verbal “era” em lugar de “foi”.
b) a ausência de artigo antes da palavra “árvore”.
c) o emprego da redução “tá” em lugar da forma verbal “está”.
d) o uso da contração “desse” em lugar da expressão “de esse”.
e) a utilização do pronome “que” em início de frase exclamativa.
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6. (UFPR) Observe a charge, que satiriza o comportamento dos participantes de uma entrevista coletiva por causa
do que fazem, do que falam e do ambiente em que se encontram. Considerando-se os elementos da charge,
conclui-se que ela
a) defende, em teoria, o desmatamento.
b) valoriza a transparência pública.
c) destaca a atuação dos ambientalistas.
d) ironiza o comportamento da imprensa.
e) critica a ineficácia das políticas.
07. (Ifsul 2011) Levando em conta o texto e o contexto presente acima, não é correto afirmar que a tira
a) expõe o problema da falta de segurança dos centros urbanos.
b) critica a falta de receptividade das pessoas frente à felicidade.
c) centra-se em exaltar a oposição semântica do termo felicidade.
d) remete ao sentido figurado de Abra a porta para a felicidade.
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08. (UFPR) Tendo em vista a charge de Fausto, considere as seguintes afirmativas:
1. O efeito de humor é obtido, dentre outras coisas, pela recuperação do sentido literal da frase do último
quadrinho.
2. A expressão “trem-bala” constitui uma metáfora: veloz como uma bala. Fausto associa, à já metaforizada
expressão, um novo sentido.
3. O mico retratado no último quadrinho simboliza a vergonha do povo brasileiro diante dos infortúnios.
4. O desenho do Congresso Nacional no último quadro permite associar as figuras humanas retratadas nesse quadro
com os políticos brasileiros, que se revoltam com os escândalos divulgados nos últimos meses.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1,2 e 4 são verdadeiras.
Tira 2
11. (UFPR) – Ao fazer um comentário sobre a interpretação das tiras divulgadas em sua página da Internet, Laerte
afirma no Blog “Manual do Minotauro”:
“Tiras, assim como esfihas, podem ser abertas ou fechadas. Segundo o Umberto Eco, que estabeleceu este modelo,
tão mais abertas serão quanto mais possibilidades de leitura oferecem, e tão mais fechadas quanto mais estrito for o
campo de interpretação. Na minha produção, tem de tudo, com vários índices de abertura. Nestas, de ‘Almanaque’,
em especial, tive uma intenção mais ou menos clara, que alcança seu êxito (na leitura) conforme os
códigos de quem lê são parecidos com os meus, que as fiz.” Postado em 10 de ago 2010.
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Veja uma das tiras publicadas em “Almanaque”:
Para a interpretação dessa tira, considere que os códigos a que o autor se refere sejam os conhecimentos
necessários à interpretação da tira e indique quais, entre os pressupostos abaixo, são mobilizados para o sucesso na
leitura.
1. Para a interpretação de tiras, é importante conhecer a distinção entre obra aberta e obra fechada formulada por
Umberto Eco.
2. As geladeiras são equipamentos fundamentais para a conservação de produtos que se deterioram se não forem
armazenados em temperaturas baixas.
3. Numa sociedade consumista, é comum a aquisição de bens desnecessários.
4. A Terra corre o risco permanente de ser alvo de ataques de armas nucleares.
5. O aquecimento global pode resultar no derretimento das geleiras da Antártida.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente o item 2 é verdadeiro. b) Somente os itens 3, 4, e 5 são verdadeiros.
c) Somente os itens 2, 3 e 5 são verdadeiros. d) Somente os itens 1 e 4 são verdadeiros.
e) Somente os itens 1, 2, 3 e 5 são verdadeiros.
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Sobre a tira, considere as seguintes afirmativas:
1. Os dois quadrinhos centrais funcionam na tira como aspas que indicam ao leitor o conteúdo, em discurso direto,
da carta escrita por Vera.
2. Os dois pontos usados no primeiro quadrinho servem para introduzir uma oposição ao que será dito no segundo
quadrinho.
3. A expressão “um de vocês” usada no segundo quadrinho indica com precisão quem da dupla causará o
desconforto que a carta diz que acontecerá.
4. “isso”, usado no último quadrinho, faz referência à carta recebida pela dupla que aparece no primeiro quadrinho.
5. Para que a tira produza efeito de humor é preciso que o leitor compartilhe minimamente dos conhecimentos de
mundo veiculados por ela. Nesse caso especifico, um desses conhecimentos de mundo que precisa ser acionado diz
respeito ao fato de que Pavel e Vania são atiradores de faca.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiros.
b) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiros.
c) Somente as afirmativas 3, 4 e 5 são verdadeiros.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiros.
e) Somente as afirmativas 1 e 5 são verdadeiros.
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14. (G1 - ifsc 2012 Leia e observe com atenção o quadrinho e, a seguir, assinale a alternativa CORRETA.
15. (ITA – SP) – Qual o dito popular que se aplica à situação mostrada na tira abaixo?
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a) Quem ao moinho vai, enfarinhado sai.
b) Não se faz omelete sem quebrar os ovos.
c) Ri-se o roto do esfarrapado e o sujo do mal lavado.
d) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
e) Para bom mestre, não há má ferramenta.
16. (UFPR) – Assinale a alternativa que apresenta o ponto de vista implícito na charge.
17. (UFPR)
Considerando-se os elementos verbais e visuais da charge, conclui-se que o humor decorre do(a)
a) crítica despropositada feita a um livro considerado um clássico da literatura universal.
b) duplo sentido que a palavra “barata” adquire no contexto do último quadrinho da tirinha.
c) ambiguidade do substantivo “impressão”, presente no segundo quadrinho.
d) explícita referência intertextual que ocorre no primeiro quadrinho da tira.
e) traço caricatural das personagens que as aproxima do conteúdo do livro mencionado.
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18. (ISFER)
Texto I
O texto na era digital
Para além do internetês, a internet está mudando a maneira como lemos e escrevemos
Com cada vez mais usuários – o acesso à rede no Brasil aumentou 35% entre 2008 e 2009 – a internet está criando
novos hábitos de comunicação entre as pessoas, que acabam se adaptando às facilidades da nova tecnologia. (...)
O que já havia sido deflagrado nos anos 90 pela comunicação via e-mail, mensageiros eletrônicos e pela cultura
escrita dos blogs, as redes sociais elevaram à enésima potência ao garantir interatividade e visibilidade às pessoas
em torno de interesses em comum. (...)
Para além dos modismos que nascem e morrem na grande rede mundial de computadores, o advento do microblog
Twitter extrapolou essa esfera para cair na boca de grandes homens de letras, muitas vezes avessos a novidades
tecnológicas, como o escritor José Saramago, que chegou a declarar: "Os tais 140 caracteres reflectem algo que já
conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo
até o grunhido". (...)
Embora não se possa afirmar categoricamente que a internet favoreceu o desenvolvimento de uma "cultura
letrada", com ênfase em informações profundas e relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no cotidiano das
pessoas. Mais do que gírias e jargões, como o famigerado "internetês", as transformações pelas quais passam a
escrita e a leitura estão por ser dimensionadas.
Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/64/artigo249031-1.asp
Texto II
Os Textos I e II abordam a questão da linguagem nos meios digitais. A partir de sua leitura, infere-se que
a) Em ambos os textos, há evidências de que a navegação na internet limita a disseminação do saber.
b) O Texto I defende que as inovações tecnológicas produziram uma torrente de informações tão grande que
tornaram a escrita banal e empobrecedora.
c) Tanto o Texto I quanto o Texto II revelam que o acesso à rede está interferindo na capacidade de leitura de
crianças e adolescentes.
d) O Texto II apresenta marcas específicas da linguagem do Twitter que limitam a compreensão da tira em leitores
que não são usuários do microblog.
e) O Texto I demonstra que o internetês produziu impactos na comunicação escrita, enquanto que o texto II nega
esse fato.
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19. (Ufrn 2012) Observe a capa de um livro reproduzida abaixo:
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(G1 - ifsc 2012) Leia e observe com atenção o quadrinho e, a seguir, assinale a alternativa
20. (Uerj 2012) A tira traz um efeito de surpresa ao final, produzido pela cena inusitada de uma pessoa sentada
no ar, como se isso fosse possível. Esse efeito de surpresa se intensifica pelo fato de o último quadrinho contrastar
com o seguinte aspecto da própria tira:
a) exposição parcial do cotidiano familiar
b) sugestão gradual de atitudes imprevisíveis
c) apresentação sequencial de ações rotineiras
d) referência indireta à solidão dos personagens
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Texto
Pau de Dois Bicos
Um morcego estonteado pousou certa vez no ninho da coruja, e ali ficaria de dentro se a coruja ao regressar
não investisse contra ele.
– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha casa, sabendo que odeio a família dos ratos?
– Achas então que sou rato? Não tenho asas e não voo como tu? Rato, eu? Essa é boa!...
A coruja não sabia discutir e, vencida de tais razões, poupou-lhe a pele.
Dias depois, o finório morcego planta-se no casebre do gato-do-mato. O gato entra, dá com ele e chia de
cólera.
– Miserável bicho! Pois te atreves a entrar em minha toca, sabendo que detesto as aves?
– E quem te disse que sou ave? - retruca o cínico - sou muito bom bicho de pelo, como tu, não vês?
– Mas voas!...
– Voo de mentira, por fingimento...
– Mas tem asas!
– Asas? Que tolice! O que faz a asa são as penas e quem já viu penas em morcego? Sou animal de pelo, dos
legítimos, e inimigo das aves como tu. Ave, eu? É boa...
O gato embasbacou, e o morcego conseguiu retirar-se dali são e salvo.
Moral da Estória:
O segredo de certos homens está nesta política do morcego. É vermelho? Tome vermelho. É branco? Viva o branco!
(LOBATO, José Bento Monteiro. Fábulas. 45. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. p. 49.)
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A palavra
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito − como não imaginar que, sem querer, 4feri alguém? Às
vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. 1Imprudente
5
ofício é este, de viver em voz alta.
11
Às vezes, também a gente tem o 6consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém
9
a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer
alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter
sido alguma frase 7espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento − e depois
3
esqueci.
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário, e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o
canário cantar; que falasse com ele, cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando
trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário
cantador; até mesmo que ligasse o rádio um pouco alto durante uma transmissão de jogo de futebol... mas o canário
não cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma pequena frase melódica de
Beethoven − e o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma 8secreta ligação entre a alma do velho
artista morto e o pequeno pássaro cor de ouro?
2
Alguma coisa que eu disse distraído − talvez palavras de algum poeta antigo − foi 10despertar melodias
esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma
princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um pouco as suas pobres
choupanas e as suas remotas esperanças.
RUBEM BRAGA
PROENÇA FILHO, Domício (org.). Pequena antologia do Braga. Rio de Janeiro: Record, 1997.
22. (Uerj 2012) Alguma coisa que eu disse distraído − talvez palavras de algum poeta antigo − foi despertar melodias
esquecidas dentro da alma de alguém. (ref.2)
O cronista revela que sua fala ou escrita pode conter algo escrito por “algum poeta antigo”.
Ao fazer essa revelação, o cronista se refere ao seguinte recurso:
a) polissemia b) pressuposição c) exemplificação d) intertextualidade
A questão, a seguir, refere-se ao livro Quem matou o livro policial?, de Luiz Antonio Aguiar.
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Pode-se afirmar, corretamente, que nela há
a) paródia e metonímia.
b) metáfora e metalinguagem.
c) metonímia e intertextualidade.
d) metalinguagem e intertextualidade.
24. (Unifesp 2011) (...) Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns
lineamentos do menino.
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui
dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a
cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o
malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é
que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo
de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso,
com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo –
mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” –
Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar
beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo
crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às
vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos.
Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a
esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a
esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)
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Compare o trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, com o fragmento do poema O navio
negreiro – tragédia no mar, de Castro Alves. Indique a alternativa que apresenta aspectos observáveis nos dois
textos.
a) Tema da escravidão, contenção expressional, exploração do ritmo da frase, visão crítica da realidade.
b) Ironia, exploração do ritmo da frase, intertextualidade explícita, denúncia de problemas sociais.
c) Tema da escravidão, visão crítica da realidade, exploração do ritmo da frase, representação do homem como
objeto do homem.
d) Estilo apurado, visão crítica da realidade, representação do homem como objeto do homem, intertextualidade
explícita.
e) Tema da escravidão, tom arrebatado, visão crítica da realidade, estilo apurado.
USE A SETA
Se a criança mereceu uma bronca, você deve dizer explicadinho o porquê. Mostre a ela como fazer diferente nas
próximas vezes.
Carolina Romanini
Alexandre Salvador
Naiara Magalhães
(...) O presidente Lula assinou um projeto de lei que modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu
artigo 18. Pelo novo texto, fica vedado aos pais usar castigos corporais de qualquer tipo na educação dos filhos. Um
parágrafo define o castigo corporal como “ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso de força física que
resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente”. De acordo com a nova lei, que ainda precisa ser aprovada pelo
Congresso Nacional, 3o pai ou mãe que, por exemplo, der uma palmada na mão do filho que insiste em enfiar o dedo
na tomada elétrica 1poderá se sujeitar a penas que variam da advertência à obrigatoriedade de se submeter a
acompanhamento psicológico ou programas de orientação à família.
A alteração no texto do estatuto tem raízes num projeto de lei apresentado em 2003 pela deputada Maria do
Rosário (PT-RS) e rejeitado pelo Legislativo. A proposta da deputada surgiu a partir de uma pesquisa realizada ao
longo de trinta anos pela Universidade de São Paulo com crianças que sofriam castigos físicos na infância. 4O estudo
apontou que elas chegavam à vida adulta traumatizadas e se mostravam mais agressivas em situações corriqueiras
do dia a dia. “Esse projeto é 100% preventivo. A intenção não é punir pais e familiares. Queremos, apenas, que as
pessoas estejam alertas para as consequências desse tipo de ato”, diz Maria do Rosário.
A intenção é boa, mas a nova lei antipalmada levanta uma série de questionamentos de ordem legal e
cultural. 5Em primeiro lugar, para combater castigos físicos severos, a lei é redundante. O Código Penal e o Código
Civil já contêm artigos que punem os maus-tratos. (...) A nova lei suscita, ainda, a questão sobre até que ponto o
estado tem direito de intervir no que se passa dentro dos lares. Ninguém de bom-senso defende o espancamento de
crianças – 2mas será desejável que o estado legisle sobre a palmadinha, que muitos pais ainda consideram positiva
do ponto de vista pedagógico, apesar de todas as condenações da psicologia moderna? “A lei confronta o poder
familiar, que é o direito do pai e da mãe de exercer sua autoridade”, diz a advogada Renata di Pierro, especialista em
direito de família.
(...) A psicóloga Jonia Lacerda, do Instituto de Psiquiatria da USP, pondera que, no caso de criança muito
pequena, lançar um olhar mais duro, segurá-la pelo braço ou mesmo dar um tapleve no bumbum pode ser mais
adequado e eficiente que discorrer durante horas sobre uma regra que ela infringiu. Diz Jonia: “A criança de até 5
anos ainda não tem plena capacidade intelectual para entender conceitos abstratos. Para ela, a linguagem corporal,
muito mais direta e clara que a verbal, pode ser mais apropriada em algumas situações”. (...)
De acordo com a psicóloga Marilda Lipp, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, (...) a
palmada passa a ser um problema quando se torna a principal forma de comunicação dos pais com os filhos. Quando
o pai ou a mãe se excedem no uso do tapinha na mão ou no bumbum – um risco na fase em que as crianças tendem
a se tornar desafiadoras e irônicas, entre os 3 e os 5 anos de idade –, o recurso perde a função pedagógica e se torna
apenas uma maneira de os pais descarregarem a própria raiva. Os especialistas ressaltam que a violência física
contra meninos e meninas deve, obviamente, ser evitada. Mas consideram que o texto agora incorporado ao
Estatuto da Criança e do Adolescente, além de exagerar ao proibir castigos leves e pedagógicos, cria a ilusão de que
toda e qualquer violência contra menores de idade será coibida. Diz a educadora Guiomar Mello: “Há outros tipos de
violência mais sutis, como a pressão psicológica, a chantagem emocional e a expectativa exagerada sobre os filhos,
que podem causar tanto sofrimento quanto a agressão física”. (...)
Texto adaptado da Revista Veja. São Paulo: Abril, ano 43, n. 29, 21 jul. 2010, p. 87-92.
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08) Diferente do texto “Cuidado para não bater”, no texto “Palmadinha fora de lei” encontra-se o argumento de
que nem sempre as crianças têm maturidade para compreender as explicações verbais dadas por seus pais sobre
suas condutas inadequadas. Por essa razão, as chamadas palmadas pedagógicas são necessárias em algumas
situações.
16) Embora os textos mencionem a comunicação como forma adequada de se educar uma criança, é o texto
“Cuidado para não bater” que evidencia a comunicação como a melhor e mais importante forma de orientar os
filhos.
26. (Enem 2011) O argumento presente na charge consiste em uma metáfora relativa à teoria evolucionista e ao
desenvolvimento tecnológico. Considerando o contexto apresentado, verifica-se que o impacto tecnológico pode
ocasionar.
a) o surgimento de um homem dependente de um novo modelo tecnológico.
b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que destroem sua realidade.
c) a problemática social de grande exclusão digital a partir da interferência da máquina.
d) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do homem, em sua esfera social.
e) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da criação de ferramentas como lança, máquina e
computador.
Texto 2
A coragem (...) só se torna uma virtude quando a serviço de outrem ou de uma causa geral e generosa. Como
traço de caráter, a coragem é, sobretudo, uma fraca sensibilidade ao medo, seja por ele ser pouco sentido, seja por
ser bem suportado, ou até provocar prazer. É a coragem dos estouvados, dos brigões ou dos impávidos, a coragem
dos “durões”, como se diz em nossos filmes policiais, e todos sabem que a virtude pode não ter nada a ver com ela.
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Isso quer dizer que ela é, do ponto de vista moral, totalmente indiferente? Não é tão simples assim. Mesmo
numa situação em que eu agiria apenas por egoísmo, pode-se estimar que a ação generosa (por exemplo, o combate
contra um agressor, em vez da súplica) manifestará maior domínio, maior dignidade, maior liberdade, qualidades
moralmente significativas e que darão à coragem, como que por retroação, algo de seu valor: sem ser sempre moral,
em sua essência, a coragem é aquilo sem o que, não há dúvida, qualquer moral seria impossível ou sem efeito.
Alguém que se entregasse totalmente ao medo que lugar poderia deixar aos seus deveres? (...) O medo é egoísta. A
covardia é egoísta. (...) Como virtude, ao contrário, a coragem supõe sempre uma forma de desinteresse, de
altruísmo ou de generosidade. Ela não exclui, sem dúvida, uma certa insensibilidade ao medo, até mesmo um gosto
por ele. Mas não os supõe necessariamente. Essa coragem não é a ausência do medo, é a capacidade de superá-lo,
quando ele existe, por uma vontade mais forte e mais generosa. Já não é (ou já não é apenas) fisiologia, é força de
alma, diante do perigo. Já não é uma paixão, é uma virtude, é a condição de todas. Já não é a coragem dos durões, é
a coragem dos doces, e dos heróis.
André Comte-Sponville. Pequeno tratado das grandes virtudes. p. 55 a 57 (adaptado).
Texto 3
Para responder à questão, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso), considerando as afirmativas
sobre o texto 3 e relacionando-as, se for o caso, com as ideias presentes nos textos 1 e 2.
( ) No primeiro quadrinho, a palavra “hostilidade” está sendo usada com uma conotação positiva.
( ) O conceito de “ação generosa”, apresentado no texto 2 (2º parágrafo), é exemplificado nos planos das crianças,
no segundo quadro do texto 3.
( ) No terceiro e no quarto quadrinhos, as falas de Hamlet indicam que ele já vivenciou a situação descrita.
( ) O “dom da antecipação”, explicitado no texto 1 (3º parágrafo), pode ser ilustrado pela manifestação das
crianças, no quinto quadro do texto 3.
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A sequência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – F – V
b) F – V – F – V
c) V – V – F – F
d) V – F – V – F
e) F – F – V – V
29. (Uerj 2009) Nas falas do personagem há uma frase interrogativa. No contexto, essa frase tem a função de:
a) desfazer uma incerteza
b) relativizar uma opinião
c) buscar um interlocutor
d) demonstrar uma realidade
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30. (Uerj 2009) Herói na contemporaneidade
1
Quando eu era criança, passava todo o tempo desenhando super-heróis.
Recorro ao historiador de mitologia Joseph Campbell, que diferenciava as duas figuras públicas: o herói
(figura pública antiga) e a celebridade (a figura pública moderna). Enquanto a celebridade se populariza por viver
para si mesma, o herói assim se tornava por viver servindo sua comunidade. 2Todo super-herói deve atravessar
alguma via crucis. Gandhi, líder pacifista indiano, disse que, quanto maior nosso sacrifício, maior será nossa
conquista. Como Hércules, como Batman.
Toda história em quadrinhos traz em si alguma coisa de industrial e marginal, ao mesmo tempo e sob o
mesmo aspecto. Os filmes de super-herói, ainda que transpondo essa cultura para a grande e famigerada indústria,
realizam uma outra façanha, que provavelmente sem eles não ocorreria: a formação de novas mitologias
reafirmando os mesmos ideais heroicos da Antiguidade para o homem moderno. O cineasta italiano Fellini afirmou
uma vez que Stan Lee, o criador da editora Marvel e de diversos heróis populares, era o Homero dos quadrinhos.
Toda boa história de super-herói é uma história de exclusão social. Homem-Aranha é um nerd, Hulk é um
monstro amaldiçoado, Demolidor é um deficiente, os X-Men são indivíduos excepcionais, Batman é um órfão, Super-
Homem é um alienígena expatriado. 3São todos símbolos da solidão, da sobrevivência e da abnegação humanas.
Não se ama um herói pelos seus poderes, mas pela sua dor. Nossos olhos podem até se voltar a eles por suas
habilidades fantásticas, mas é na humanidade que eles crescem dentro do gosto popular. Os super-heróis que não
sofrem ou simplesmente trabalham para o sistema vigente tendem a se tornar meio bobos, como o Tocha-Humana
ou o Capitão América.
Hulk e Homem-Aranha são seres que criticam a inconsequência da ciência, com sua energia atômica e suas
experiências genéticas. Os X-Men nos advertem para a educação inclusiva. Super-Homem é aquele que mais se
aproxima de Jesus Cristo, e por isso talvez seja o mais popular de todos, em seu sacrifício solitário em defesa dos
seres humanos, mas também tem algo de Aquiles, com seu calcanhar que é a kriptonita. Humano e super-herói,
como Gandhi.
4
Não houve nenhuma literatura que tenha me marcado mais do que essas histórias em quadrinhos. Eu
raramente as leio hoje em dia, mas quando assisto a bons filmes de super-heróis eu lembro que todos temos um
lado ingênuo e bom, que pode ser capaz de suportar a dor da solidão por um princípio.
FERNANDO CHUÍ
Adaptado de http://fernandochui.blogspot.com
Os quadrinhos se aproximam da abordagem do primeiro texto. Essa proximidade está relacionada com o seguinte
aspecto:
a) foco na celebridade b) luta contra a tirania c) referência a conflitos d) humanização do herói
31. (Uerj 2009) Em geral, nos textos em quadrinhos, o sentido é construído por elementos verbais e não verbais.
Nestes quadrinhos, o uso apenas de balões de pensamento reforça, a respeito do herói, a seguinte característica:
a) tom de revolta b) orgulho ferido c) condição solitária d) sentimento de culpa
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Texto 2
SONHO IMPOSSÍVEL
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.
(J. Darione - M. Leigh - Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que os dois textos
a) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
b) concordam que o desarmamento é inatingível.
c) julgam que o sonho é um desafio invencível.
d) têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
e) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.
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AULA 8
01 - (UFPR) - Identifique a ordem lógica das ideias abaixo, para que formem um texto informativo coerente.
( ) Além disso, a presença de proteínas do leite pode vir mascarada com outros nomes, como caseinato de cálcio,
lactalbumina e soro de leite.
( ) Afinal, inocentes pacotes de bolachas e bolinhos geralmente contêm doses desse ingrediente e, entre uma
mordida e a reação, é questão de segundos.
( ) Sendo assim, a ordem é ter atenção na hora da compra.
( ) O único tratamento seguro hoje para a alergia ao leite é restringir o alimento e seus derivados, e os pais devem
ficar atentos à embalagem.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) 1 – 4 – 2 – 3. b) 2 – 1 – 3 – 4. c) 1 – 2 – 3 – 4. d) 3 – 2 – 4 – 1. e) 3 – 1 – 2 – 4.
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03 (UFPR) - Na crônica “GPS”, Zeca Baleiro tem como objetivo central:
a) Mostrar a precariedade do GPS como recurso para orientação em uma cidade grande.
b) Criticar a dependência que muitas pessoas têm da tecnologia para qualquer atividade do dia a dia.
c) Apontar a singularidade do comportamento do motorista de táxi, deslumbrado com a tecnologia.
d) Alertar o leitor para a desonestidade de motoristas de táxi que usam o GPS para ganhar mais com as corridas.
e) Contar casos engraçados para divertir o leitor.
05 (UFPR) - A linguagem informal, característica da crônica de Zeca Baleiro, NÃO aparece no trecho:
a) “Tá aqui no GPS, ó. Não vou discutir com a tecnologia, né, amigo?”
b) “...logo algum bobo alegre vai acessar a internet e buscar a resposta...”
c) “...não se deslocam mais à esquina para comprar pão sem que façam uso de GPS, Google Maps e o escambau.”
d) “Outro amigo, filósofo de padaria, tem uma tese/profecia tenebrosa sobre o uso dos tecnobreguetes.”
e) “Num futuro próximo, as pessoas deixarão de ter memória.”
06 (UFPR) - O sujeito deixava de lado sua inteligência (se é que a tinha), a experiência de anos perambulando a
bordo do seu táxi pelas quebradas da cidade e o próprio poder de dedução para seguir uma engenhoca surda e
cega – mas “tecnológica” – sem questioná-la, e sem que eu também pudesse fazê-lo.
Considere as seguintes afirmativas sobre a frase acima:
1. A expressão “fazê-lo” equivale a “questionar uma engenhoca surda e cega”.
2. No trecho entre travessões, “mas” poderia ser substituído, sem alteração do sentido, por “portanto”.
3. No comentário entre parênteses, o autor faz uma avaliação sobre o motorista de táxi.
4. Com o uso de aspas na palavra “tecnológica”, o autor marca que se trata de um discurso alheio.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgou ontem nota em que se defende das acusações de favorecimento
da exploração sexual de menores. Na semana passada, a Terceira Seção do tribunal – responsável por analisar
assuntos criminais – entendeu que não são todos os casos de relação sexual com menores de 14 anos que podem ser
encaixados na categoria de estupro. A decisão provocou reação de diversos segmentos da sociedade, que viram
brecha para o favorecimento da prostituição infantil. Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, Maria do Rosário, "a sentença demonstra que quem foi julgada foi a vítima, mas não quem
está respondendo pela prática de um crime".
Em sua defesa, o STJ explica que a ação penal tratava apenas do crime de estupro, que é o sexo obtido
mediante violência ou grave ameaça, o que não ocorreu no caso. O tribunal também afirma que, em nenhum
momento do processo foi abordada a questão da exploração sexual de crianças e adolescentes. "Se houver violência
ou grave ameaça, o réu deve ser punido. Se há exploração sexual, o réu deve ser punido. O STJ apenas permitiu que
o acusado possa produzir prova de que a conjunção ocorreu com consentimento da suposta vítima", ressalta o STJ na
nota.
Além disso, o tribunal esclarece que a lei que criou o crime de estupro de vulnerável não poderia ser aplicada
ao caso porque foi editada apenas em 2009, anos depois dos fatos denunciados. Na Justiça criminal, uma lei nunca
pode ser aplicada a fatos anteriores para prejudicar o réu.
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O STJ também lembra que essa não foi a primeira decisão judicial nesse sentido, e que até o Supremo
Tribunal Federal já entendeu que as relações sexuais com menores de 14 anos nem sempre podem ser consideradas
como estupro. "O próprio STJ tinha entendimentos anteriores contraditórios, e foi exatamente essa divisão da
jurisprudência interna que levou a questão a ser decidida em recurso especial".
Na nota, o tribunal nega que o presidente do STJ tenha admitido rever a decisão "em razão da má
repercussão" e diz que o recurso apresentado pelo Ministério Público na semana passada não deverá mudar o
resultado. No entanto, a corte admite que o assunto pode voltar a ser discutido no futuro, caso o tribunal seja
provocado novamente a se posicionar sobre o tema.
(JusBrasil – Notícias, 06/04/2012. Autor: Agência Brasil.)
07 (UFPR) - De acordo com o texto, é correto afirmar:
a) Em razão da má repercussão, o STJ decidiu não responder às críticas.
b) O tribunal afirma que o recurso apresentado pelo Ministério Público poderá mudar o resultado.
c) O tribunal entende que no caso em julgamento não ocorreu estupro.
d) A decisão do STJ não permite ao acusado produzir provas de consentimento à conjunção carnal
e) O STJ alega que o fato ocorrido não está previsto em lei.
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09 (UFPR) - Esse texto está incompleto. Assinale a alternativa que apresenta um assunto que poderia ser tratado
no parágrafo seguinte, dando continuidade coerente ao texto.
a) A informação de que o Brasil é o maior consumidor mundial de leite condensado.
b) Uma síntese da biografia de Nelson Rodrigues.
c) A explicação do sentido de "complexo de vira-latas".
d) Dados sobre a extensão do rio Amazonas.
e) Informações sobre o processo de fabricação da vacina contra a febre amarela.
10 (UFPR) - O texto tem início com uma citação de Nelson Rodrigues. Com as informações apresentadas no
restante do texto, o autor:
a) confirma o que disse Nelson Rodrigues.
b) aponta exceções que confirmam o princípio geral formulado por Nelson Rodrigues.
c) ratifica a afirmação de Nelson Rodrigues.
d) questiona a afirmação de Nelson Rodrigues.
e) complementa com novos dados o que disse Nelson Rodrigues.
11 (UFPR) - O texto classifica os recordes brasileiros em dois grupos: importantes e desimportantes. A partir dessa
classificação, numere a coluna da direita de acordo com sua correspondência com a coluna da esquerda.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta na coluna da direita, de cima para baixo.
a) 1 – 1 – 1 – 2 – 2. b) 2 – 1 – 1 – 2 – 1. c) 1 – 2 – 2 – 1 – 2. d) 2 – 1 – 2 – 1 – 1. e) 1 – 2 – 1 – 1 – 2.
12 (UFPR) - Identifique as afirmações a seguir sobre o texto como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) "De lá para cá" (linha 4) significa: da época em que Nelson Rodrigues fez sua afirmação até atualmente.
( ) "De lá" (linha 14) deve ser interpretado como "de São Paulo".
( ) "são estas honrarias que desfilam nesta matéria" (linhas 8 e 9) deve ser entendido como "este texto trata da
liderança do Brasil em fatos irrelevantes".
( ) "(e polêmicos)" (linha 4) mostra uma retificação do que o autor disse: Nelson Rodrigues não era genial e sim
polêmico.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F. b) V – F – F – V. c) V – V – F – V. d) F – F – V – V. e) V – F – V – F.
13 (UFPR) - O terceiro parágrafo do texto é iniciado pela palavra "mas", que faz a conexão desse parágrafo com os
anteriores. Assinale a alternativa que apresenta uma expressão que poderia substituir o "mas" mantendo as
mesmas relações de sentido.
a) Portanto. b) No entanto. c) Por exemplo. d) Assim. e) Felizmente.
14 (UFPR) - As alternativas a seguir mostram palavras empregadas no texto e, depois das setas, expressões que
poderiam substituí-las. Assinale a alternativa em que a substituição proposta está INCORRETA.
a) cunhou (linha 3) → inventou.
b) inusitados (linha 8) →incomuns.
c) honrarias (linha 8) → distinções.
d) façanhas (linha 15) →proezas.
e) ícones (linha 16) →visitantes.
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15 (UFPR) - O texto abaixo trata do papel da televisão em casa e foi escrito por um aluno do Ensino Fundamental:
Quando os pai sai as mulheres fica em casa e não pode sair e agora os homens trabalha e quando eles chega ficam
cansado de trabalhar e aí ele deita na cama vendo futebol e as mulheres são as mesmas coisa quando chega vai
asistir novela as crianças também da escola eles senta no sofá e vê desenho toda ora.
Assinale a alternativa que reescreve esse trecho no padrão culto do português escrito.
a) Quando os pais sai, as mulheres ficam em casa e não pode sair. Mas os homens trabalham e, quando chegam,
ficam cansados de trabalhar e deitam na cama vendo futebol. As mulheres são a mesma coisa: quando chega vão
assistir à novela. As crianças também chegam da escola, sentam no sofá e vê desenho todo tempo.
b) Quando os pais saem, as mulheres fica em casa e não podem sair. Mas os homens trabalham e, quando chegam,
fica cansado de trabalhar e deitam na cama vendo futebol. Com as mulheres é a mesma coisa: quando chegam vão
assistir à novela. As crianças também chegam da escola, sentam no sofá e veem desenho todo tempo.
c) Quando os pais saem, as mulheres ficam em casa e não podem sair. Mas os homens trabalham e, quando chegam,
ficam cansados de trabalhar e deita na cama vendo futebol. As mulheres são a mesma coisa: quando chega vão
assistir à novela. As crianças também chegam da escola, sentam no sofá e vem desenho todo tempo.
d) Quando os pais saem, as mulheres ficam em casa e não podem sair. Mas os homens trabalham e, quando chegam,
ficam cansados de trabalhar e deitam na cama vendo futebol. Com as mulheres é a mesma coisa: quando chegam
vão assistir à novela. As crianças também chegam da escola, sentam no sofá e veem desenho todo tempo.
e) Quando os pais sae, as mulheres ficam em casa e não podem sair. Mas os homens trabalham e, quando chegam,
ficam cansados de trabalhar e deitam na cama vendo futebol. As mulheres são a mesma coisa: quando chegam vão
assistir à novela. As crianças também chega da escola, senta no sofá e ve desenho todo tempo.
17 (UFPR) - Considere o texto abaixo, cujo título é: “Por que as árvores do cerrado são retorcidas?”.
A vegetação do cerrado é influenciada pelas características do solo e do clima, bem como pela frequência de
incêndios. O excesso de alumínio provoca uma alta acidez no solo, o que diminui a disponibilidade de nutrientes e o
torna tóxico para plantas não adaptadas. A elevada toxidade do solo e a baixa fertilidade das plantas levariam ao
nanismo e à tortuosidade da vegetação. (Revista CiênciaHoje, mar. 2008, p. 9.)
Assinale a alternativa que destaca a expressão que apresenta a informação mais importante para a resposta à
pergunta do título.
a) Excesso de alumínio. b) Plantas não adaptadas.
c) frequência de incêndios. d) Nanismo. e) Tortuosidade da vegetação.
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19 (UFPR) - Considere o texto opinativo abaixo, que teve seu primeiro parágrafo suprimido:
Para começar, o dinheiro seria sujo. Análises mostram que 94% das notas de dólar têm vestígios de estafilococos,
bactérias de doenças como pneumonia e meningite. Os custos com emissão, manutenção, transporte e segurança do
dinheiro vivo, só nos EUA, chegam a US$ 20 bilhões anuais. Sem contar os gastos para investigar, prender e julgar
ladrões de banco ou traficantes de drogas, que usam notas para garantir o anonimato de suas transações.
(...) (Revista Galileu, abr. 2012, p. 20.)
Assinale a alternativa que apresenta o início desse texto, que sintetiza adequadamente o ponto de vista que o
autor desenvolve no segundo parágrafo.
a) O jornalista norte-americano David Wolman defende a substituição completa de notas e moedas.
b) Viver sem dinheiro no Brasil não é tarefa fácil.
c) Os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento defendem que os EUA retirem suas notas de dólar do mercado
mundial.
d) Os táxis dos EUA só aceitam notas em dinheiro vivo como pagamento das corridas urbanas.
e) A empresa Google Wallet resiste em aceitar sistemas de pagamento em cartões de crédito.
21 (UFPR) - Com base na leitura do gráfico, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) Os dados estatísticos referentes à Alemanha mostram que o país encontra-se em situação melhor do que a
Holanda.
( ) A Finlândia é o país que mais se aproxima da média de desemprego entre os jovens da Europa.
( ) A Itália tem uma taxa de desemprego entre os jovens que se compara à da França.
( ) França e Romênia possuem taxas equivalentes de desemprego entre os jovens.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – F – V. b) V – F – F – V. c) F – V – V – F. d) V – F – V – F. e) V – F – F – F.
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22 (UFPR) - Assinale a alternativa que pode funcionar como título do gráfico.
a) DESEMPREGO ATINGE JOVENS DE 16 A 24 ANOS.
b) NA GRÉCIA, VIVE-SE A REAÇÃO MAIS EFICAZ CONTRA O DESEMPREGO.
c) 2 MILHÕES DE ALEMÃES JOVENS NÃO CONSEGUEM EMPREGO FORMAL.
d) ABAIXO DA MÉDIA EUROPEIA, A ESPANHA É O PAÍS COM ÍNDICE DE 45,7% DE DESEMPREGO ENTRE JOVENS.
e) NA MÉDIA DO CONTINENTE, PASSA DE 20% O DESEMPREGO ENTRE OS JOVENS.
23 (UFPR) - A frase “Não importa” – destacada no trecho acima – se refere a uma ideia mencionada anteriormente
no mesmo fragmento. Assinale a alternativa em que essa ideia está indicada.
a) Somos puros, e ao mesmo tempo egoístas.
b) A autenticidade é uma expressão de infantilidade.
c) O futebol gera um sentimento particular.
d) O resultado do jogo pode não beneficiar o nosso time.
e) Todos têm esperança, ou confiança, no resultado final do jogo.
24 (UFPR) - Assinale a alternativa que apresenta as palavras que justificam o sentido de “paradoxal”, presente na
última frase do texto.
a) A Copa funciona como um tranco e como uma pausa.
b) Existe a Copa e a Copa da vida.
c) A pureza infantil é egoísta e coletiva.
d) Sofremos e gozamos por nada.
e) O futebol é um pretexto temporal e factual.
25 (UFPR) - Assinale a alternativa que analisa corretamente o emprego da palavra "mesmo", nos trechos "por
nada mesmo" (linha 2) e "ao mesmo tempo" (linha 3).
a) Na primeira expressão, "mesmo" indica autorreflexão; na segunda expressão, é um recurso de ênfase.
b) Na primeira expressão, o vocábulo tem sentido pejorativo; na segunda, promove a comparação de dois
elementos.
c) Na primeira expressão, a palavra guarda um sentido de negação; na segunda, o sentido é de reciprocidade.
d) Na primeira expressão, trata-se de um recurso de ênfase; na segunda, há o sentido de simultaneidade.
e) Na primeira expressão, tem-se o sentido de negação; na segunda, o sentido de autorreflexão.
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Afinal, esta geração pode, por exemplo, ver um ninho de águia careca em tempo real, ou também por uma webcam,
acompanhar o desmonte de uma hidrelétrica para restaurar o Rio Elwha.
Podemos ver diversas coisas, mas na realidade não as vemos. Apesar da riqueza de informação à disposição, as
fofocas atraem mais, ainda mais para os adolescentes. Os gregos já resolveram esses problemas há 3.000 anos, mas
o que fazer se as pessoas preferem a versão fofoquinha do Facebook a uma peça de teatro? Exatamente pelo fato de
estar aberto para todos verem é que há um sentimento de que alguém irá fazer algo, mas quem seria esse alguém
que não é nenhum de todos?
(Excerto do texto de Efraim Rodrigues – Gazeta do Povo - 23 março 2012)
27 (UFPR) - Apesar da quantidade de informação, os jovens de hoje estão mais alienados porque:
a) são menos preconceituosos.
b) preferem as fofocas da internet.
c) tem mais respeito pelas questões sociais.
d) têm acesso a informações sobre os fatos ao mesmo tempo em que eles acontecem.
e) a internet não oferece informações confiáveis.
28 (UFPR) - No primeiro período desse excerto, fala-se que o artigo em questão demonstra "algo que muitos de
nós já percebemos..."
O que poderia ser esse “algo” que muitos de nós já percebemos, levando-se em conta o sentido geral do texto?
a) A juventude atual é educada e informada.
b) A juventude atual é absolutamente incapaz de fazer mal a outrem.
c) A juventude atual, apesar de ter acesso a muita informação, é alienada.
d) A juventude atual estuda demais.
e) A juventude atual procura sempre o melhor.
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sentimentos. Os primeiros a serem liquidados foram atos fundamentais: o fingir, o disfarçar e o mentir. E, sem poder
mentir, houve uma tal sinceridade que a individualidade, com suas escolhas e seus planos essencialmente secretos;
as paixões, com suas fúrias, inibições e gozos; e as esperanças, com suas expectativas, desvaneceram-se. E assim
muita gente se matou, especialmente no governo, nas igrejas e na universidade. Muitos isolaram-se em casas com
paredes de chumbo que, descobriu-se, tornavam fracas as ondas mentais, diminuindo, mas infelizmente não
impedindo, a telepatia e a tragicomédia de um entendimento total, completo e absoluto.
Em poucos anos, o drama que é justamente o que jaz eternamente entre o dito e o não dito; o que fica encerrado
dentro de cada qual sem ruído ou palavra; ou o que se transforma em silêncio ou suspiro reprimido, tornou-se coisa
do passado, e as pessoas ficaram muito amargas e tristes porque não havia mais a distinção entre o manifesto e o
oculto, de modo que a comédia e o riso ficaram escassos. E, sem riso e comédia, sumiram igualmente as lágrimas e o
choro, pois não havia mais o que se poderia exprimir além dos pensamentos. Ou melhor, sem as palavras e os seus
sons, não havia mais a vontade de exprimir sentimentos, os quais dependiam exatamente das palavras, pois, como
se sabe, nenhuma sentença verbal ou canto traduz uma amizade, um desejo, um perdão, uma bênção, um ódio ou
uma esperança. Sem sons, o ato de dar, de receber e de retribuir palavras, músicas, brindes, beijos e presentes
sumiu. As descontinuidades entre os sons foram suprimidas pelas continuidades dos pensamentos, o que fez com
que a humanidade fosse atingida por um enorme silêncio, pois ninguém precisava produzir sons para implorar, dar,
perdoar, perguntar, discutir, rir, protestar ou jogar conversa fora. Viviam todos num silêncio profundo lançando
mensagens telepáticas uns aos outros e,quando souberam que seus ancestrais usavam da fala para a comunicação,
ficaram intrigados e com inveja. Foram ouvir o mar e os ventos cujos sons lhes pareceram encantadores.
Como todas as portas humanas, a novidade da telepatia também trouxe seus problemas, pois o pensamento
decorria de línguas naturais que eram variadas, mas que, com a evolução da comunicação pelo pensamento,
perderam seus lastros, suas concretudes e suas diferenças. Agora ninguém podia dizer aquilo que só poderia ser dito
em inglês, alemão, russo, português, tupi ou chinês. A universalização absoluta do telepático produziu uma perda
irreparável nos modos de dizer porque o pensamento puro se fazia numa só língua: uma espécie de Esperanto que
juntava todos os idiomas vivos e mortos, antigos e modernos, mas que não era língua nenhuma. Dizem que a partir
da telepatia, a poesia, a literatura, a música e os mitos acabaram.
E os homens, como sempre, arrependeram-se e pediram de volta as suas línguas antigas que permitiam o milagre
das compreensões sempre incompreendidas. Mas era tarde demais.
(Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,um-mundo-transparente-,1068646,0.htm>. Acesso
em 23 nov. 2013.)
01 - Assinale a alternativa que expressa adequadamente o tema abordado na lenda narrada por Damatta.
a) A superação das dificuldades de comunicação entre os seres humanos.
b) A importância da racionalidade na interação.
c) A imperfeição das línguas como fundamento para a cultura humana.
d) A comunicação total como solução dos conflitos entre as pessoas.
02 - Segundo o texto, foram consequências da nova forma de comunicação entre os seres humanos:
1. A impossibilidade de ocultar os pensamentos.
2. O desaparecimento do humor.
3. O acirramento da diversidade cultural.
4. A sobreposição da racionalidade sobre os sentimentos.
5. A consciência de que muita coisa se perdeu junto com o desaparecimento das línguas.
Estão corretos os itens:
a) 1, 2 e 3 apenas. b) 2, 3 e 4 apenas. c) 1, 4 e 5 apenas. d) 1, 2, 4 e 5 apenas.
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04 - As expressões “porque” (linha 14), “ou melhor” (linha 16), “como” (linha 17) e “pois” (linha 20) estabelecem
entre os enunciados do texto, respectivamente, as seguintes relações de sentido:
a) Explicação, retificação, conformidade, explicação.
b) Causalidade, explicação, comparação, explicação.
c) Comparação, exemplificação, conformidade, causalidade.
d) Exemplificação, retificação, comparação, retificação.
05 - O efeito de humor da charge decorre da resposta que o segundo personagem dá à pergunta que lhe foi feita.
Relacionando essa resposta com a pergunta e o título da charge, é correto afirmar:
a) A resposta mostra um equívoco na aplicação das novas regras de acentuação, pois as palavras
“deputado” e “castelinho” não eram acentuadas antes da reforma.
b) Há um equívoco na resposta, uma vez que o nome do deputado não pode ter perdido o acento, pois a ortografia
oficial não afeta os nomes próprios.
c) A resposta mostra um deslocamento, pois o uso do interrogativo “o que” pressupõe que a resposta não seria uma
pessoa.
d) O efeito de humor decorre da dualidade na interpretação de “perdeu o acento”
O texto a seguir é referência para as questões 6 a 8.
Nem real, nem dólar, nem euro. Neuro é o nome da moeda que os moradores da Vila Pantanal terão à disposição
para empréstimo a partir de abril, quando entra em operação o primeiro banco comunitário do Paraná. Os
moradores desse bolsão de pobreza do bairro Alto Boqueirão, em Curitiba, terão linhas de crédito de até R$ 15 mil
por pessoa, com juro de 0%. O tomador pagará apenas uma taxa administrativa. O valor, porém, será disponibilizado
em uma moeda própria aceita apenas no comércio local. O objetivo é estimular o consumo e a oferta de serviços e
produtos na região, dinamizando a microeconomia local e criando oportunidades para os moradores.
Lançado há algumas semanas, o NeuroBanco começa agora a fase de implantação efetiva. O principal entrave é a
instalação de uma instituição financeira em uma região de alta criminalidade. Por isso, será um “nanobanco” –
neologismo criado por um de seus coordenadores. Agentes financeiros farão o trabalho de inscrição dos interessados
e repasse das quantias, sem a necessidade de uma sala fixa. “Existe uma forte exclusão financeira nessa região. A
maioria dos moradores nunca teve uma conta bancária”, aponta Lutero Couto, um dos coordenadores do
NeuroBanco.
(...)
Antes mesmo do projeto bancário, a moeda neuro existia e circulava entre os participantes do Parque de Tecnologia
Social, rede de participação política e cidadã entre pessoas físicas, existente desde 2003. Como a ação não tinha
capital próprio, criou-se a moeda como uma forma de proporcionar troca de trabalho entre os participantes. “O
nome da moeda remete a ‘neurônio’, porque é um capital humano e intelectual”, explica Couto.
Na Vila Pantanal, os neuros serão emprestados conforme a capacidade produtiva ou necessidade dos tomadores.
“Produtores de comidas podem passar a vender para os próprios vizinhos. É um ganho nas duas pontas”, projeta. (...)
(Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1342954&tit=Neuro-a-
nova-moeda-da-Vila-Pantanal>. Acesso em 21 out. 13.)
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6 - Dado o objetivo de criação do neuro – “estimular o consumo e a oferta de serviços e produtos na região,
dinamizando a microeconomia local e criando oportunidades para os moradores” –, avalie se há convergência com
esse objetivo nos seguintes excertos do texto:
1. “O principal entrave é a instalação de uma instituição financeira em uma região de alta criminalidade”. (linhas 7 e
8)
2. “A maioria dos moradores nunca teve uma conta bancária”. (linhas 10 e 11)
3. “(...) os neuros serão emprestados conforme a capacidade produtiva ou necessidade dos tomadores”. (linha 17)
4. “Produtores de comidas podem passar a vender para os próprios vizinhos”. (linha 18)
Há relação de convergência com o objetivo de criação do neuro nos itens:
a) 1 e 4 apenas. b) 2 e 3 apenas. c) 1, 3 e 4 apenas. d) 2, 3 e 4 apenas.
7 - Com base no texto, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) O primeiro banco comunitário do Paraná se chamará Nanobanco.
( ) “Tomadores” são as pessoas que virão a usufruir do neuro.
( ) Capacidade produtiva e necessidade configuram-se requisitos para a distribuição dos neuros.
( ) A expressão “um ganho nas duas pontas” (linha 18) refere-se aos benefícios para os moradores e para o banco
comunitário.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – V – F. b) F – V – F – V. c) F – V – V – F. d) V – F – F – V.
8 - Na frase “Como a ação não tinha capital próprio, criou-se a moeda como uma forma de proporcionar troca de
trabalho entre os participantes” (linhas 14 e 15), as conjunções em destaque estabelecem, respectivamente,
relação de:
a) comparação e causa. b) causa e finalidade. c) explicação e causa. d) causa e comparação.
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AULA 9
ESTILO
— CLAREZA E ELEGÂNCIA —
Coesão e Coerência
Pode-se definir uma parede como um amontoado de tijolos, mas não o inverso: um amontoado de tijolos não
pode ser definido como uma parede. Para tanto é preciso que haja harmonia, que cada tijolo esteja desempenhando
uma função dentro de um todo maior, a parede. Da mesma maneira, um texto pode ser definido como um
amontoado de palavras, mas não o inverso. Cada palavra precisa estar desempenhando uma função dentro de um
todo, o texto. É necessária uma distribuição harmônica, que garanta os nexos pretendidos pelo autor e que garanta
unidade ao texto.
São, pois, a coesão e a coerência que garantem essa unidade. Por mais que um texto apresente 333 palavras,
dispostas em 33 frases, divididas em 3 parágrafos, apesar de toda essa diversidade, seja um único texto.
Coerência Textual
Ao considerarmos um texto, não devemos levar em conta apenas os limites da página. Aspectos externos
devem ser observados. O momento da redação e o momento da leitura, que configuram o conceito de contexto.
O autor concebe uma ideia em seu cérebro e tenta transformá-la em palavras. A partir do momento em que
externou seu pensamento, perdeu o controle sobre as palavras. O texto ganha autonomia e passa a pertencer ao
leitor. É ao leitor que cabe a tarefa de atribuir sentido ao texto. A leitura é um confronto entre o que está escrito e o
conhecimento de mundo do leitor. Esse confronto pode ser coerente ou pode apresentar conflitos.
No máximo, o autor teve a intenção de dizer algo. É o leitor, no entanto, que vai depreender o que está
escrito. Em muitas cenas cotidianas nos deparamos com várias situações em que tentamos transmitir determinadas
mensagens que acabam sendo entendidas de outra maneira por nosso interlocutor. É o que costumamos chamar de
mal-entendido. Pois bem, muitas vezes esse “mal-entendido” é, na verdade, “mal-transmitido”.
O fato de, internamente, sabermos exatamente o que queremos dizer não garante que seremos
compreendidos exatamente como pretendemos. Daí advêm os problemas de coerência textual. São os ruídos de
comunicação observados em dois momentos, o da redação e o da leitura. Esses problemas podem ser analisados de
duas maneiras: a coerência interna e a coerência externa.
Coerência Interna
É a compatibilidade entre a proposta do texto como um todo e determinadas partes do texto. São incoerentes
momentos em que a redação acaba promovendo uma contradição. Exemplo:
É um absurdo que alguns delinqüentes como esse Edmundo continuem impunes faturando livremente seus
milhões. Os jogadores, que são indisciplinados, devem ser banidos do futebol. (redação de aluno)
A segunda frase apresenta uma contradição em relação à primeira, que define a proposta do texto como um
todo. Pretende-se punir “alguns” jogadores, “como esse Edmundo”. Na segunda frase, entretanto, por aquela
simples vírgula, acaba-se considerando todos os jogadores como indisciplinados e sugerindo, incoerentemente, que
todos sejam “banidos do futebol”.
Coerência Externa
Trata-se da compatibilidade entre o texto e o conhecimento pré-estabelecido. Defeitos na construção de um
texto podem gerar sentidos muitas vezes absurdos se confrontados com o conhecimento prévio do leitor. Se alguém
afirmar, por exemplo, que Tancredo Neves foi eleito presidente por eleições diretas em 1985, a passagem
apresentará incoerência externa, uma vez que não será compatível com o conhecimento pré-estabelecido.
Outras vezes, o texto pode admitir mais de um sentido, as famosas ambigüidades. É o que podemos observar
no exemplo a seguir:
Coesão Textual
Coesão significa “união”. Na teoria do texto, aplica-se esse termo para avaliar o grau de união entre as
palavras na frase e ao longo do texto. A língua dispõe de diversos mecanismos para a operação da coesão em um
texto. Estudemos, a seguir, alguns deles:
Exercícios
Nas frases a seguir, a ordem que foi dada às palavras provoca efeitos semânticos (= de significado) estranhos.
Reescreva cada um dos enunciados apenas alterando a ordem das palavras, de modo a torná-los mais aceitáveis.
1. (UNICAMP-SP) – “Fazendo sucesso com sua nova clínica, a psicóloga Iracema Leite Ferreira Duarte, localizada na
Rua Campo Grande, 159” (Correio de Mato Grosso, 28/08/88).
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2. (UNICAMP-SP) – “Embarcou para São Paulo Maria Helena Arruda, onde ficará hospedada no luxuoso hotel
Maksoud Plaza.” (Correio de Mato Grosso, 28/08/88)
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3. (FUVEST-SP) – “Trouxe um presente para o meu chefe que fez anos nesta caixa."
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4. (UNICAMP) – “Zélia Cardoso de Mello decidiu amanhã oficializar sua união com Chico Ayzio.” (A Tarde, Salvador-
BA, 16/09/94)
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3. ELIPSE
Além das palavras referenciais, um outro mecanismo que evita a repetição de palavras é a elipse. Recebe esse
nome o “apagamento” de algum termo já subentendido na frase. Confira:
Fernando Henrique Cardoso esteve recentemente em Portugal. Lá, deu início às festividades em comemoração
aos 500 anos do descobrimento do Brasil.
O sujeito de “deu início” está elíptico, mas é preenchido naturalmente pelo leitor com “Fernando Henrique
Cardoso”. Desnecessária a troca por qualquer outro termo e, mais ainda, a repetição.
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4. EXPANSÃO LEXICAL
É chamado de léxico de uma língua o repertório de vocábulos à disposição do usuário. Trocando em miúdos,
léxico é o vocabulário, o dicionário de uma língua. O que tem o léxico a ver com a coesão textual? Ora, é um dos
melhores recursos para evitar a repetição de palavras e garantir unidade ao texto. Trata-se da substituição do termo
que se deseja recuperar por palavras ou expressões sinônimas, ou seja, de sentido eqüivalente. Observe:
Dilma Roussef esteve recentemente nos Estados Unidos. Lá, a presidente do Brasil assinou acordos de
cooperação comercial entre os dois países.
“Dilma Roussef” é recuperada, na progressão do texto, por uma expressão sinônima: “a presidente do Brasil”.
É a expansão lexical. Este é o recurso que oferece menos riscos de ambiguidades, pois a expressão sinônima é
específica, ao contrário das soluções anteriores.
(UFPel-RS) Em um texto, para evitar muitas vezes a mesma palavra ou a mesma expressão, o autor se vale de
termos que as substituem.
A vida afetiva de Boris Becker foi sempre uma atração a mais para os torcedores alemães. Depois das
raquetadas, o excepcional atleta aparecia com uma loura cada vez mais bela do que a anterior. Desde o final de
1991, quando o alemão começou a namorar uma negra, a atriz e modelo Barbara Feltus, o racismo exaltado está
azedando a mais bela história de amor do supercampeão. O ídolo das quadras a conheceu durante a disputa do
Austrália Open (...). Os fascistas alemães não perdoaram um dos símbolos da força e da eficiência germânica por Ter
escolhido uma moça negra como companheira. Barbara foi massacrada pela imprensa racista e humilhada por fãs do
tenista. (Veja, 14/07/93)
Depois de ler com atenção a notícia acima, copie todas as palavras ou expressões utilizadas pelo autor para
substituir Boris Becker.
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Agora você já conhece três recursos para estabelecer a coesão em seu texto, sem a necessidade de repetir
palavras. Antes de passarmos a um exercício mais prático de redação, chamemos a atenção para que se evite um
recurso de gosto duvidoso, que ninguém utiliza quando fala, mas que é largamente utilizado na escrita. Trata-se da
palavra referencial o(s) mesmo(s) e a(s) mesma(s). Esse recurso depõe muito contra o estilo e revela falta de
intimidade com a linguagem escrita.
Como prova do que estamos afirmando, sugerimos a leitura de uma crônica do escritor Carlos Heitor Cony
justamente sobre redação:
O repórter e os peixes
CARLOS HEITOR CONY
Uma das regrinhas que nos ensinam na escola, primeiramente, e nas redações, mais tarde, é que o bom texto
em português condena a repetição de palavras. No inglês não existe esse problema, mas nas línguas latinas o bom
gosto obriga o uso dos sinônimos ou circunlóquios que, por sinal, é uma das palavras mais feias da língua.
Não sei se é conhecida no resto do Brasil uma história (verídica) que teve como cenário a redação de um jornal
popular aqui do Rio. E como personagens o chefe de reportagem e um repórter da pesada, desses que entrevistam
até defunto no necrotério e são excelentes farejadores, indispensáveis na hora de investigar os casos mais
complicados.
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O forte dele era a apuração, não o texto. Cansado de enviar ao copidesque matérias mal-escritas, o chefe dele
chamou-o e pediu que, ao escrever os textos, evitasse repetir palavras. Como prova, pegou a reportagem da véspera
e mostrou um parágrafo onde havia três vezes a palavra ''entusiasmo''. E um outro trecho onde o Machado de Assis
de plantão cismara de cortar as duas vezes em que o repórter se referira ''ao precioso líquido'' já num esforço
considerável para evitar a repetição da palavra ''água''.
No dia seguinte, o repórter foi cobrir uma pancadaria na colônia de pesca da praia do Zumbi, na Ilha do
Governador. Tudo começara com uma peixada dominical onde a turma bebeu demais e saiu porrada para tudo o que
era lado. Historiando os fatos, o repórter gastou o verbo descrevendo os antecedentes do caso:
''Na madrugada de domingo, Amadeu Lopes de Souza, 49, saiu com amigos para pescar na foz do rio Suruí, no
fundo da baía. Conseguiu encher dois enormes samburás com robalos, badejos e uma centena de cocorocas. Chegou
em casa pouco antes do meio-dia, chamou a consorte, Conceição Lopes de Souza, 37, mostrou-lhe os peixes e disse:
'Mulher, frite os mesmos!'''
Não há o menor problema em se utilizar o mesmo para se referir a eventos abstratos. Não haveria, pois,
problema algum de estilo em frase como a que segue:
(1) O ladrão espancou a mulher e fez o mesmo com o marido.
Nesse caso, “o mesmo” se refere ao ato de espancar. Sem problemas.
O problema é pensar que o/a/s mesmo/a/s possa não só substituir, como – o que é pior – funcionar como
alternativa mais elegante a ele/a/s.
Compare:
(1) O ladrão apontou o revólver para a mulher e a mesma gritou.
(2) O ladrão apontou o revólver para a mulher e ela gritou.
(UNICAMP-SP) A comunidade do Orkut “Eu tenho medo do Mesmo” foi criada em função do aviso bastante
conhecido dos usuários de elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste
andar”.
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a) Explique o que torna possível o jogo de palavras “Mesmo, o maníaco dos elevadores” usado pelos membros dessa
comunidade.
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b) Reescreva o aviso de forma que essa leitura não seja mais possível.
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Exercícios de redação
Para cada um dos exercícios você terá um “texto básico” onde não está ainda realizada a coesão. Essa tarefa caberá
a você, na medida em que for capaz de substituir os termos repetidos pelos recursos que julgar mais adequados —
elipse, expansão lexical ou palavras referenciais.
1 - Todos os anos dezenas de baleias encalham nas praias do mundo e até há pouco nenhum oceanógrafo ou biólogo
era capaz de explicar por que as baleias encalham. Segundo uma hipótese corrente, as baleias se suicidariam ao
pressentir a morte, em razão de uma doença grave ou da própria idade, ou seja, as baleias praticariam uma espécie
de eutanásia instintiva. Segundo outra, as baleias se desorientariam por influência de tempestades magnéticas ou de
correntes marinhas.
Agora, dois pesquisadores do Departamento de História natural do Museu Britânico, com sede em Londres,
encontraram uma resposta científica para o suicídio das baleias. De acordo com Katherine Parry e Michael Moore, as
baleias são desorientadas de suas rotas em alto-mar para as águas rasas do litoral por ação de um minúsculo verme
de apenas 2,5 centímetros de comprimento.
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2 - Desde cedo o rádio noticiava: um objeto voador não identificado estava provocando pânico entre os moradores de
Valéria. A primeira reação de Vera foi sair da cama e correr para o porto. Fazia seis meses que Vera andava
trabalhando em Parintins. Vera levantava cedo todos os dias e passava a manhã inteira conversando com o
presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Vera estava em Parintins tentando convencer os agricultores a
mudar a técnica do plantio da várzea.
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3 - A China é mesmo um país fascinante onde tudo é dimensionado em termos gigantescos. A China é uma civilização
milenar. A China abriga, na terceira maior extensão territorial do planeta (com 9 960 547 km), cerca de 1 bilhão e
100 mil habitantes. Mencionar tudo o que a China, um tanto misteriosa, tem de grande, ocuparia um espaço também
exagerado.
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4 - As revendedoras de automóveis não estão mais equipando seus automóveis, para poder vender mais
automóveis. Tem sido comum, nestes tempos de crise, o consumidor de automóveis chegar à revendedora de
automóveis e pedir automóveis mais simples e, portanto, mais baratos.
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AULA 10
(UNICAMP) – Na embalagem de um aparelho eletrônico, você encontra um “Termo de Garantia” no qual se lêem,
entre outras, as informações abaixo:
Este produto é garantido pela Amelco S/A Indústria Eletrônica dentro das seguintes condições:
1. Fica garantida, por um período de 6 (seis) meses a contar da data de emissão da nota fiscal de venda ao
consumidor, a substituição de peças, partes ou componentes que apresentarem defeitos de fabricação, exceto
aqueles decorrentes de instalação e uso inadequado e em desacordo com as especificações contidas no “Manual de
Instruções”.
2. A Amelco não se responsabiliza pelos produtos agregados aos seus pelos consumidores e ainda por defeitos que
esses causarem. (...)
b) Considerando o uso corrente, o pronome esses (cláusula 2) pode ser interpretado como referindo-se a mais de um
antecedente. Aponte dois.
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c) A terceira cláusula é em grande parte repetitiva em relação às cláusulas 1 e 2, mas sempre acrescenta algum dado
novo. Aponte dois desses dados novos.
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Diversificação de vocabulário
Além das enfadonhas e deselegantes repetições — que depõem contra qualquer texto em língua portuguesa —,
algumas expressões são usadas como “curingas”. São termos “tapa-buracos” que se encaixam em vários contextos e
revelam pobreza vocabular.
Devem-se evitar expressões genéricas como coisa, negócio, troço, treco, bagulho, trem (como se diz em Minas
Gerais).Devem-se buscar palavras mais precisas, mais exatas. Isso não pode ser confundido com buscar palavras
raras, desconhecidas de todos. A clareza deve estar acima da elegância, sobretudo no discurso didático, que é o
nosso caso.
É possível diversificar o vocabulário com termos que já conhecemos, mas muitas vezes não usamos. No momento de
conceber uma idéia em palavras, muitas vezes acabamos nos servindo justamente dos termos mais genéricos. Um
exercício para enriquecimento de vocabulário seria identificar esses termos no rascunho ou primeiro tratamento de
nossos textos e procurar substituí-los por palavras ou expressões mais precisas.
Os verbos genéricos
O Professor Adriano da Gama Kury, em seu livro Para falar e escrever melhor o português, detecta alguns verbos
que devem ser perseguidos por nós em nossos textos, pois cada vez que utilizamos um deles estamos perdendo uma
excelente oportunidade de tornar nossos textos mais elegantes.
Alguns verbos de significação muito genérica e extensiva podem, em certos contextos, ser substituídos com vantagem
por outros de significação específica, mais precisa, mais expressiva, mais elegante. Entre eles figuram (já ia escrever
estão...) DAR, DIZER, FAZER, TER, ESTAR e SER, cuja repetição torna enfadonho qualquer tipo de discurso. Escolha o
sinônimo adequado ao contexto e melhore seu estilo!
I – DAR
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13.Esta mesa não dá o conforto desejável.
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14.O veneno do sapo deu-lhe uma grave doença.
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15.Deram-me um bom quarto no hotel.
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16.O texto deu quase 200 páginas.
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17.Dê a sua sugestão.
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18.A nova antologia dá um texto inédito de Drummond.
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19.Este dicionário não dá a palavra desmilingüir.
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20.A crítica deu a Graciliano a autoridade de clássico.
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21.Os amigos deram-lhe a notícia.
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22.Seu comportamento dava preocupação aos pais.
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23.Deu dois carros usados por um novo
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24.Deu milhões pelo cavalo.
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25.O Modernismo deu nova visão às Artes.
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26.É preciso que lhe dêem um crédito de confiança.
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27.As idéias de Fukuyama sobre o fim da História deram-lhe renome mundial.
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28.Deram-lhe a culpa injustamente.
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29.Dê-lhe as suas razões.
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30.Dava nos filhos por qualquer coisa.
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31. Afinal deu com o livro procurado.
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32.O sol dava no seu rosto.
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33.O dinheiro já não dava para os gastos.
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34.Não dou para isso.
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35.Agora deu de falar sozinho.
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36.Ultimamente dei de reler a bíblia.
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37.Dou-me bem no clima da serra.
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38.O crime deu-se antes da meia-noite.
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39.Dá-se a devaneios.
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40.Agora se dá à Matemática.
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41.Deu a palavra a outro orador.
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II – DIZER
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4. Dizia tudo por mímica.
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5. Estes versos dizem bem o sentimento do poeta.
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6. Dizia, na carta, que passava bem.
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7. Todos disseram “Viva!” à sua passagem.
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8. Esse provérbio diz uma grande verdade.
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9. Dizia sempre a mesma coisa.
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10. Ela diz versos com muita expressividade.
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11. Naquela igreja, ainda se diz missa em latim.
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12. As rugas dizem bem a sua idade.
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13. A Constituição diz que todos são iguais perante a lei.
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14. A música popular não lhe dizia nada.
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15. Sua mãe bem lhe disse que não saísse.
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16. Todos o dizem um gênio.
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17. Tais maneiras não dizem bem com sua educação.
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18. Disse que se atrasara em virtude de um acidente.
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19. Disse convicto que tudo era verdade.
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20. Diz-se um gênio incompreendido.
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III – FAZER
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IV – TER
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24. Tinha o dinheiro seguro.
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25. Um povo consciente tem amor ao passado.
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26. Depois do susto, tinha o rosto lívido.
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27. Sempre o tive por (ou como) honesto.
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28. Ele já tem 40 anos.
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29. O quarto só tem três metros por três.
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31. Tenho de ir a São Paulo.
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32. Tenho para mim que sua fama é um equívoco.
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V – ESTAR
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VI – SER
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4. É a cara do pai.
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5. Ignorava que “tépido” é “morno”.
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6. Quanto é este livro?
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7. Se agora as coisas se acham assim, que será no futuro?
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8. Os filhos são a sua única riqueza.
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9. Este livro é dele.
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10. O senhor também é de Santa Catarina?
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11. Era de família tradicional.
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Pontuação e Estilo
Os seres humanos aprendemos a falar antes de aprendermos a escrever. A linguagem falada se utiliza de sons
(fonemas) e comunica aos ouvidos. A linguagem escrita, por sua vez, vale-se das letras (grafemas) e comunica aos
olhos.
Além disso, na fala, os interlocutores estão na presença um do outro e se revezam nas funções de falante e
ouvinte. Isso permite uma comunicação eficaz, pois sempre há a possibilidade de pedir que seu interlocutor repita
uma mensagem que você não compreendeu ou que, ao exprimir sua mensagem, você se apóie em acessórios, como
gestos, expressões faciais, alterações no tom de voz.
Na escrita, não há tantas possibilidades expressivas. A precisão tem de ser muito maior. Autor e leitor não
estão na presença um do outro. Não existe revezamento. Não há possibilidade do uso de acessórios, como gestos e
expressões faciais. As alterações no tom de voz, entretanto, podem ser sugeridas pelos sinais de pontuação.
Os sinais de pontuação devem funcionar como uma espécie de “partitura”. Eles é que vão grafar as pausas, os
tons e as cadências na tentativa de reproduzir na escrita a musicalidade da frase como concebida no cérebro, como
se fosse falada. Se existe a expressão “pensar em voz alta” para quando se fala um pensamento, pode-se imaginar o
inverso, “pensar em voz baixa” para quando se pensa sem externar. De qualquer maneira, “pensar em voz” indica
que pensamos como se estivéssemos falando...ou como se estivessem falando aos nossos ouvidos.
Dentre os sinais de pontuação, os pontos de interrogação (?), exclamação (!) e as reticências (...) marcam as
variações de entoação que o autor pretendeu para a frase.
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Exemplos:
A baleia é um mamífero?
A baleia é um mamífero!
A baleia? É um mamífero.
A baleia...é um mamífero.
Como você viu nos exemplos, além dos três sinais mencionados, também o ponto final (.) contribui para
marcar a entoação. Nós o estudaremos, entretanto, em separado, como marcador de cadência na frase escrita.
Talvez pelo seu nome ponto final muitos usuários da língua tenham receio de utilizá-lo no interior de um
texto, supondo que deva ser empregado apenas ao final. Ora, chama-se ponto final, pois indica final de frase,
conclusão da frase e não do texto.
Perdem-se assim excelentes oportunidades de tornar o texto mais claro. Como subterfúgio para se fugir
inconscientemente do ponto final, nota-se nos textos em geral um excesso de gerúndios o que alguns gostam de
classificar como “gerundite aguda”. O melhor exemplo de gerúndio desnecessário é a expressão sendo que. Cada vez
que a usamos estamos perdendo a oportunidade de empregar um ponto. Observe o exemplo:
O campeonato se dividirá em dois turnos, sendo que o time que jogar em casa no primeiro, joga fora no
segundo e vice-versa.
A redação, por meio do sendo que, une duas informações em uma única frase. Poderia separá-las em duas
frases distintas. O texto ficaria mais claro pois o leitor absorveria uma informação de cada vez:
O campeonato se dividirá em dois turnos. O time que jogar em casa no primeiro, joga fora no segundo e vice-
versa.
Manifesto Antigerundista
RICARDO FREIRE – Xongas
As pessoas precisam estar entendendo a maneira como esse vício maldito conseguiu estar entrando na
linguagem do dia-a-dia. Tudo começou a estar acontecendo quando alguém precisou estar traduzindo manuais de
atendimento por telemarketing. Daí a estar pensando que "We'll be sending it tomorrow" possa estar tendo o
mesmo significado que "Nós vamos estar mandando isso amanhã" acabou por estar sendo só um passo.
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Pouco a pouco a coisa deixou de estar acontecendo apenas no âmbito dos atendentes de telemarketing para
estar ganhando osescritórios. Todo mundo passou a estar marcando reuniões, a estar considerando pedidos e a
estar retornando ligações.
A gravidade da situação só começou a estar se evidenciando quando o diálogo mais coloquial demonstrou
estar sendo invadido inapelavelmente pelo gerundismo.
A primeira pessoa que inventou de estar falando "Eu vou tá pensando no seu caso" sem querer acabou por
estar escancarando uma porta para essa infelicidade lingüística estar se instalando nas ruas e estar entrando em
nossas vidas.
Você certamente já deve ter estado estando a estar ouvindo coisas como "O que cê vai tá fazendo
domingo?", ou "Quando que ce vai tá viajando pra praia?", ou "Me espera, que eu vou tá te ligando assim que eu
chegar em casa".
Deus. O que a gente pode tá fazendo pra que as pessoas tejam entendendo o que esse negócio pode tá
provocando no cérebro das novas gerações?
A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo à mesma campanha de desmoralização à qual
precisaram estar sendo expostos seus coleguinhas contagiosos, como o "a nível de", o "enquanto", o "pra se ter uma
idéia" e outros menos votados.
A nível de linguagem, enquanto pessoa, o que você acha de tá insistindo em tá falando desse jeito?"
Se você ajudou a espalhar pela Internet aquele manifesto Xongas contra o gerundismo, parabéns. Graças a
você, o movimento está tomando proporções de... bem, está tomando proporções de um movimento.
Só na semana passada o gerundismo foi assunto na CBN, na TV Globo e na Rede TV!. E o iG transformou a
última quarta-feira no Dia Nacional Contra o Gerúndio.
O único senão do Dia Contra o Gerúndio do iG é que a última palavra ficou, pasme, com os DEFENSORES do
futuro do gerúndio. Sim, existem DEFENSORES. Gente que acha que o “eu vou estar transferindo sua ligação” é uma
EVOLUÇÃO da língua, e que não há como deter a vontade do povo.
Houve um professor que chegou a LEGITIMAR o futuro do gerúndio, usando como exemplo a frase “Não me
ligue às oito e meia, porque eu vou estar jantando”. Nesse caso, eu (quase) me rendo: a frase está correta, e o futuro
do gerúndio, bem empregado. Mas até que essa epidemia passe, eu recomendaria a forma “Não me ligue às oito e
meia, porque é a hora do jantar lá em casa”.
O fato de haver PROFESSORES que mandam e-mails para o iG defendendo o telemarketês (e inclusive
dizendo que isso NÃO VEIO do telemarketing, foi o povo que inventou!) demonstra o quanto precisamos nos unir
para a acabar com essa praga.
Se a gente se descuidar, daqui a pouco todos os provérbios, ditados e expressões populares ficarão
irreconhecíveis. Deus o vá estar livrando! Cuidado, não vá estar colocando a carroça na frente dos bois! Por favor,
não me deixe ao deus-vai-estar-dando!
As coisas vão estar acontecendo num estar piscando de olhos. Sabendo estar usando não vai estar faltando.
É estar pegando ou estar largando! Ah, mas eu vou estar chutando o balde.
Estar tendo não é estar podendo. Ih, eu vou estar deitando e estar rolando. Essa é pra estar valendo, viu?
Não é pra inglês estar vendo, não!
Crianças que estudam em jardins de infância controlados por defensores do gerundismo passarão a cantar
nos recreios: “Ciranda, cirandinha / vamos todos estar cirandando / vamos estar dando a meia-volta / volta e meia
vamos estar dando”.
Meninos brigões vão se desafiar uns aos outros: “Vou estar te pegando na saída!”. Padrinhos vão perguntara
seus afilhados: “O que você vai estar sendo quando vá estar crescendo?”.
Se Chacrinha estivesse vivo, será que seu bordão já teria virado “Vai estar indo para o trono ou não vai estar
indo”? Meu Deus. E se “vamulá!” virar “vamutaindolá”? Já pensou? “VAMUTAINDOLÁ, CURÍNTIA!!!”
E tem as músicas. As suas músicas favoritas. O que Vinícius e Tom pensariam de “Eu sei que vou estar te
amando / por toda a minha vida eu vou estar te amando / a cada despedida eu vou estar te amando /
desesperadamente / eu sei que vou estar te amando”?
E Gonzaguinha, coitado? Estará ele condenado a revirar-se no túnel diante de um “Estar vivendo... / e não
estar tendo a vergonha de ser feliz”? No Carnaval, a marchinha de maior sucesso vai ser: “As águas vão estar rolando
/ garrafa cheia eu não quero estar vendo estar sobrando”.
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Se bem que, nos cupons de compras por reembolso postal, fica adequado: “Sim! Eu vou estar querendo estar
recebendo em casa este lindo jogo de 25 panelas...”
O próximo tradutor de “Hamlet” talvez precise fazer uma pequena correção no texto: “Estar sendo ou não
estar sendo, eis a questão”. E os títulos dos filmes, coitados? A Insustentável Leveza do Estar Sendo. Duro de Estar
Matando.
A continuar assim, até os substantivos derivados de verbo vão virar gerúndio. Um belo dia você vai abrir o
jornal e ler notícias sobre o estar podendo municipal, o estar podendo estadual e o estar podendo federal. “O
Executivo, o Legislativo e o Judiciário estão reunidos em Brasília na Praça dos Três Estares Podendos”. Gente, essa
moda vai estar pegando.
Mas nem tudo está perdido. Hay que estar endurecendo, pero sin estar perdiendo la ternura jamás!
RICARDO FREIRE – Xongas
Jornal da Tarde (02/04/2001)
Além das reduzidas de gerúndio, uma outra forma de fuga ao ponto final muito comum é trocá-lo pela
vírgula. Emprega-se uma vírgula (,) em lugar onde deveria estar um ponto.
Embora a pontuação em língua portuguesa seja de base sintática e não de base prosódica como no
alemão, por exemplo , no caso da vírgula e do ponto, não se podem dissociar os sinais de pontuação de seu
componente oral. A variação entre a vírgula e o ponto marca a cadência. A cadência é fruto da combinação entre as
pausas e o tom.
Não é suficiente a explicação reduzida muito comum nas séries iniciais do ensino fundamental de que a
vírgula indica uma pausa menor e o ponto, uma pausa maior. Além das pausas, é preciso que se leve em conta o
tom. As subidas e descidas do tom de voz.
A vírgula assinala uma pausa com tom de voz ascendente. Indica que a frase está suspensa e que seu sentido
ainda não foi concluído. Está à espera de uma descida no tom de voz, que leve à conclusão do sentido da frase,
momento em que deve ser empregado o ponto final.
01. possuir cartão de crédito internacional cerca de US$ 2 mil na carteira passagem de volta e reserva em hotéis
esses são os requisitos básicos do turista brasileiro com ótimas chances de passar sem problemas pelas alfândegas
da Europa Ocidental mesmo estando de posse de todos esses itens alguns brasileiros correm o risco de serem
barrados nos aeroportos exemplo disso acontece na Itália temendo o crescimento do número de travestis e
prostitutas brasileiros em seu território a polícia italiana é rigorosa na entrevista com mulheres e homossexuais que
viajem desacompanhados caso não consiga comprovar sua situação de turista este viajante pode engrossar a fila dos
cerca de dez brasileiros que são expulsos mensalmente do país segundo dados do Consulado da Itália em São Paulo.
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2. antes do CD para onde iam os LPs depois de mortos por “mortos” entenda-se esgotados e evaporados do catálogo
das gravadoras bem alguns sumiam como se nunca tivessem existido outros ficavam vagando num limbo às vezes
ressurgindo como ectoplasmas em sebos onde dependendo do disco eram cotados a preço de ouro ou de banana
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3. nos últimos anos começaram a aparecer os primeiros resultados comerciais da aplicação de uma biotecnologia
idealizada nos fins da década de 70 que usa o ácido ribonucléico (RNA) chamado de anti-senso para bloquear a ação
de genes específicos a tecnologia foi primeiro desenvolvida para fornecer aos biólogos moleculares um meio para
obter mutação de genes nas células dos organismos superiores o exemplo mais significativo são tomates que se
mantêm túrgidos sem murchar ou amassar por prazo mais longo que o normal permitindo sua mais segura e
demorada conservação no transporte e nas prateleiras conseguiu-se esse efeito pela inserção de RNA anti-senso
correspondente a uma enzima que quebra as paredes das células da planta e é inibida pelo processo
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4. nada vingará a frustração da derrota para o Uruguai na final da Copa de 50 ou melhor só uma outra final de Copa
do Mundo no Estádio Centenário de Montevidéu com o Uruguai jogando pelo empate e o Brasil virando o jogo
poderá fazê-lo uma coisa tão improvável quanto os Estados Unidos ganharem a taça da Fifa neste século mas sempre
que se aproxima uma partida decisiva entre as seleções brasileira e uruguaia o clima de revanche é revivido foi assim
em 1970 quando o Brasil acabou derrotando a Celeste nas semifinais da Copa do México estamos vingados
decretaram alguns não estávamos
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5. a guerra não existe em Club des Pins a 24 km de Argel na Argélia não nas praias onde as ondas e as areias fustigam
as famílias de classe média envoltas em echarpes de lã casacos franceses e botas forradas nem nas avenidas à beira-
mar que ostentam fileiras de Peugeots Mercedes e BMWs estacionados ao sol da tarde atrás dos portões de
segurança perto do palácio presidencial fileiras de residências novas garantem à elite governamental jornalistas altos
funcionários e escritores argelinos seu único Xangrilá no país um minúsculo encrave de segurança em meio ao
furacão que se abate sobre a Argélia vigiados por policiais fora dos muros de três metros de altura coroados por aço
e arame farpado para proteger os homens e mulheres mais odiados pelos islâmicos reúnem-se visitantes diurnos
vindos de Argel em busca da tranqüilidade segundo o governo foram mortos 6 388 civis em 1994.
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6. Quando se reuniu com João Paulo II em 1996 no Vaticano o líder cubano Fidel Castro convidou-o para visitar a ilha
e disse que ele seria tratado como um rei o papa aceitou o convite e agora no dia 21 aterrissa em Cuba pela primeira
vez por mais paradoxal que possa parecer o mesmo João Paulo II tido como um dos mais poderosos inimigos do
comunismo deve ajudar Fidel Castro a legitimar seu poder e de quebra enfraquecer o argumento daqueles que
defendem o embargo econômico americano imposto há 35 anos
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