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LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA

- Questões de Múltipla Escolha -


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INSTRUÇÃO: Leia o texto 1 para responder às questões de 01 a 06

TEXTO 1

AS SETE MAIORES DESCOBERTAS CIENTÍFICAS DA HISTÓRIA


12 Uma pessoa comum pode verdadeiramente entender a ciência? Uma pessoa
3 comum QUER saber sobre ciência? A ciência é importante para nós? A resposta a essas
45 perguntas é um retumbante SIM!
67 Porém, para muitos de nós, a mera lembrança das aulas já nos deixa de olhos
89 vidrados. Naquela época, entender de ciência não era o "máximo", e ela parecia ter pouca
10 importância imediata para nossa vida. Entretanto, à medida que fomos amadurecendo
11 e nos inserindo no mundo, vimo-nos às voltas com sofisticados computadores no trabalho e
12 com freqüentes manchetes sobre temas científicos  mapeamento da constituição genética
13 humana, clonagem, bebês de proveta e a descoberta, em agosto de 1996, da possibilidade de
14 ter existido vida em Marte no passado, para mencionar apenas algumas. Subitamente, o
15 conhecimento científico não só passou a ser aceitável, mas também se tornou uma parte útil,
16 essencial e inescapável de nossa vida.
17 Para alguns de nós, o fascínio pela ciência começou quando a União Soviética
18 lançou o Sputnik ou quando Neil Armstrong pisou na Lua - marcante evidência da
19 capacidade humana para aplicar o conhecimento científico à realização de um objetivo
20 extraordinário. E houve aqueles para quem o surgimento do interesse pela ciência dependeu
21 apenas de testemunharem a infinita série de novos êxitos e invenções científicas ocorrida
22 nas décadas de 70, 80 e 90: pousos em Vênus, fibras ópticas, leitura do código de DNA,
23 buracos negros, estações espaciais, microchips e computadores, microcirurgia, o Ônibus
24 Espacial, transplantes cardíacos, coração artificial, supercondutividade, descoberta de
25 outros sistemas solares e muito mais.
26 Você não precisa ser um físico teórico para ter a curiosidade de saber se há vida em
27 Marte ou como o universo começou. É impossível não sentir curiosidade a respeito dessas
28 questões. Os conhecimentos e as descobertas científicas são interessantes e profundos
29 demais para ficarem restritos apenas aos cientistas: a gravidade e as leis básicas da física,
30 a estrutura do átomo, o Princípio da Relatividade, o Big-Bang e a formação do universo,
31 a evolução e o Princípio da Seleção Natural, a célula e a genética e a estrutura da
32 molécula de DNA são sete achados tão fundamentais que quase todo o resto do que a
33 humanidade conhece da ciência se baseia neles.
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34 Em 1543 Nicolau Copérnico publicou o livro no qual afirmava que o Sol, e não a
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35 Terra, é o centro do universo. Essa idéia desencadeou uma revolução no pensamento que
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36 avançou com enorme força e gerou controvérsia até o século seguinte. Galileu, o
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37 matemático, astrônomo e físico italiano, passou anos tentando provar a verdade da teoria
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38 de Copérnico. Quando publicou essa prova em 1632, no Diálogo sobre os dois máximos
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39 sistemas do mundo, a Igreja concluiu que ele violara a proibição de ensinar as idéias de
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40 Copérnico e declarou que o livro era herético. Por fim, Galileu foi forçado a retratar-se
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41 publicamente e jurar nunca mais ensinar a teoria copernicana sob pena de ser torturado e
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42 queimado vivo.
52 Isaac Newton, o pai da física, conduziu o mundo à era científica seguinte, quando
53 idealizou o cálculo e concebeu a idéia da gravitação universal. Como ocorre com qualquer
54 mudança fundamental no pensamento, essa nova idéia denominada gravidade demorou a ser
55 aceita.
56 Em meados do século XIX uma batalha monumental começava a ser travada na área
57 da biologia, e Charles Darwin tornou-se o general encarregado de comandá-la. Sua
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proposição era única e dizia respeito a uma questão que nunca antes fora objeto do método
científico de investigação: o conceito da própria vida, sua origem e evolução.
Sim, a ciência pode ser fascinante. Essas sete descobertas culminaram agora, em
nossa época, na mais incrível e difusa revolução científica e tecnológica que se poderia
imaginar. Independentemente de a aprovarmos ou não, somos arrastados nessa revolução e
na cultura resultante - a não ser que você viva numa caverna. E, mesmo nesse caso, você
poderia ter TV a cabo e telefone celular. Portanto, a ciência é, sim, não só fascinante, mas
também importante para nós porque ela é a nossa vida. A ciência é parte de nossa cultura e
de nossa herança. Ela é para as massas, e não apenas para intelectuais de torre de marfim.
(David Eliot Brody e Arnold R. Brody. As sete maiores descobertas
científicas da História. 2001, p.19-26 - com adaptações)

QUESTÃO No 01
De acordo com as idéias do texto, todas as alternativas estão corretas,
EXCETO:
a) Ao longo do texto, de natureza argumentativa, confirma-se a resposta do
início, "um retumbante SIM".
b) O interesse pela ciência restringe-se a físicos e cientistas, conhecedores
dessa arte.
c) No último parágrafo, os autores concluem, enfaticamente, sobre a importância
da ciência para todos, inclusive para as pessoas comuns.
d) Há identidade semântica entre as frases "A ciência é parte de nossa cultura e
de nossa herança" e " ... ela é a nossa vida."
e) A possibilidade de se viver numa caverna e, apesar disso, ter telefone e TV a
cabo, constata a realidade da revolução tecnológica.

QUESTÃO No 02
Nas frases "... a ciência pode ser fascinante." (linha 54) e "... o fascínio pela
ciência..." (linha 15), a relação de derivação entre adjetivo e substantivo aparece
corretamente nas palavras abaixo, EXCETO:

a) científico  ciência
b) universal  uniforme
c) essencial  essência
d) teórico  teoria
e) evidente  evidência
o
QUESTÃO N 03
Tendo em vista o fato de que num texto o sentido de cada parte é definido
pela relação que mantém com as demais, todas as afirmativas estão corretas,
EXCETO:
a) O emprego da conjunção "entretanto" (linha 6) estabelece uma relação de
oposição entre o que já foi dito e o que será apresentado.
b) Existe uma relação de coesão textual no emprego dos elementos grifados na
frase "... o conhecimento científico não só passou a ser aceitável, mas também
se tornou uma parte útil ..." (linhas 12 e 13).
c) No período "... sete achados tão fundamentais que quase todo o resto do que
a humanidade conhece da ciência se baseia neles." (linhas 32 a 34) os
conectores grifados, além de ligarem as partes da oração, estabelecem uma
relação de conseqüência.
d) O pronome oblíquo a na frase "Independentemente de a aprovarmos ou
não..." (linhas 56 e 57) refere-se ao termo "revolução científica e tecnológica"
(linhas 55 e 56).
e) Substituindo a locução "à medida que" (linha 7) por pelo fato de que, não
haverá alteração do sentido da frase.

QUESTÃO No 04
No trecho "Essa idéia desencadeou uma revolução no pensamento..."
(linhas 36 e 37), o pronome "essa", que retoma outro termo ou idéia, refere-se
a) a Nicolau Copérnico.
b) ao Sol, e não à Terra.
c) à data de 1543.
d) à afirmação de Copérnico.
e) às grandes descobertas científicas.

QUESTÃO No 05
Na frase "E, mesmo nesse caso, você poderia ter TV a cabo e telefone
celular." (linhas 58 e 59), poderíamos substituir a expressão grifada, sem alterar o
sentido, por:
a) de tal forma.
b) de maneira que.
c) apesar disso.
d) a menos que.
e) contanto que.

QUESTÃO No 06
No trecho "Portanto, a ciência é, sim, não só fascinante, mas também
importante para nós, porque ela é a nossa vida." (linhas 59 e 60), o emprego da
conjunção grifada indica que
a) há, nesse parágrafo, uma relação de especificação.
b) o texto se encaminha para uma conclusão.
c) o período dirige a discussão para o caso mais particular da mensagem.
d) o contraste ocorre entre esse período e o anterior.
e) o período expressa a conseqüência de tudo o que foi dito anteriormente.
INSTRUÇÃO: Leia o texto 2 para responder às questões de 07 a 11.
TEXTO 2
A ARTE NADA FÁCIL DE ENFRENTAR O DESAFIO DAS BARATAS
(O humorista Millôr Fernandes mostra, em nove lições (e muitas considerações), a
sua técnica infalível, que dispensa a ajuda de qualquer tipo de inseticida.)

1 A barata é a mais lídima das aquisições democráticas do mundo. Quase toda casa a
2 possui. Aos pobres, lhes cabe melhor quinhão desses insetos, muito embora os hotéis de luxo
3 também as tenham apesar de todo o DDT. Pertencendo à família das Blatídeas, muito
4 conhecida nos buracos de rodapés, fundos de arquivo e de gavetas, as baratas têm hábitos
5 próprios interessantíssimos com os quais me familiarizei nos meus longos anos de pertinaz
6 contato com arcanos e alfarrábios.
7 Para se lidar com as baratas, há quem acredite em inseticidas e baraticidas. Como em
8 tudo mais, acredito em psicologia. Para se aplicar a psicologia é preciso um certo método e
9 uma vasta disciplina. Vejamos.
10 Encontra-se a barata. Para se encontrar uma barata, não é preciso muito gasto de
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35 energia. Em geral ela nos procura. E mais em geral ainda, ela vem ao meio de nossos dedos
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36 quando pegamos aquela pilha de livros que estava embaixo da escada. No momento em que
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37 sentimos a barata presa em nossos dedos um sentimento de horror inaudito corre nossa
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38 espinha. Largamos livros, agitamo-nos furiosamente, batemos no chão, nos móveis e nos
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39 livros com o primeiro pano ou jornal que se nos depara, mas, a essa altura, a barata já estará
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40 longe, escondida numa das 365 mil páginas dos 870 livros que espalhamos no chão. Como
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41 encontrá-la? Eis o problema. Esse problema, depois de acalmados nossos nervos e esfregadas
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42 nossas mãos com sabão e bastante álcool, é que procuramos resolver.
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43 Existem, para se pegar uma barata, dois processos distintos. Um é chamar a
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44 empregada e dizer: "Tem uma barata aí! Quero isso bem limpo!" E virar covardemente as
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45 costas. Dessa atitude pode resultar que a barata atinja um extraordinário grau de longevidade,
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46 pois a empregada passará um pano nos livros e jogará por cima deles um pouco de DDT,
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47 dando-se por satisfeita. A barata também. E daqui a seis meses, quando você for pegar aquele
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48 velho exemplar de Balzac (o escritor francês Honoré de Balzac, 1799-1850), terá a
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49 desagradável surpresa de ver, à página 276, olhando-o com aqueles olhos brejeiros e aquelas
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50 antenas irônicas que lhe são próprios, a mesma barata que você tinha condenado à morte.
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51 Vocês fitar-se-ão demoradamente. Ela continuará baloiçando as antenas. E você, depois de
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52 um segundo de inércia, saltará para o ar e berrará femininamente. Pois eis que as baratas têm
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53 o extraordinário poder de nos afeminar a todos.
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54 Portanto, não se deve virar as costas a uma barata, mas sim enfrentá-la
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55 masculamente. Para isso precisamos, antes de mais nada, saber se a barata é uma Blatídea
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56 comum ou se é uma Periplaneta Americana, ou, em linguagem menos científica, uma dessas
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57 baratas que voam. Se é dessas, aconselhamos o leitor a desistir de qualquer pretensão
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58 máscula. Agora, se é das outras, sempre há recursos:
59 1. Pegue um jornal bem dobrado, deixando à mostra o artigo de fundo. Sacuda os
60 livros e espere, trepado numa cadeira. Atente sobretudo para o estilo de bater quando a barata
61 surgir. Lembre-se: o estilo é o homem.
62 2. Quando a barata surgir bata de uma vez. Não durma na pontaria. Ela normalmente
63 pára um pouquinho, para sondar o ambiente cá de fora e confrontá-lo com a literatura em que
64 vive metida. É esse o momento de atacar.
65 3. Nunca aproxime e afaste o jornal para fazer pontaria. As baratas sabem muito bem
66 o que as espera quando sentem esse ventinho. Quando você bater ela já terá embarcado para a
67 Europa.
68 4. Não tenha pena de bater. Bata firme, forte, decididamente. É a vida dela ou a sua.
69 Se você não a matar, então terá que passar a existência inteira alimentando-a à base de
70 inseticida.
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5. Não se importe com as coisas que o cercam. Afinal de contas, que são meia dúzia
de copos partidos, um tapete manchado, dois livros com as páginas rasgadas e uma perna de
cadeira quebrada se você conseguiu matar uma barata.
6. Se falhar, só a paciência lhe dará outra oportunidade. A barata não lhe dará outra
tão cedo, enquanto permanecer em sua memória o trauma da pancada que quase lhe tirava a
vida. Não adianta você sacudir livro após livro porque se recusará a aparecer. Agarrar-se-á às
páginas e, se cair, correrá rapidamente, escondendo-se por trás do guarda-roupa.
7. Não se deixe levar pela vaidade. Às vezes você atinge uma barata de leve e ela
vira-se de barriga para o ar agitando as perninhas ininterruptamente, com a expressão de
quem está dando uma gargalhada, achando você engraçadíssimo. Isso poderá lisonjeá-lo mas
não a poupe por esse motivo.
8. Às vezes elas tentam outro truque - sentimental. Atingidas de leve vão se
arrastando tristemente, de vez em quando olhando para você com um olhar que lhe dilacera o
coração, como quem diz: "Seu malvado, viu o que você fez?" Antes de começar a chorar bata
até matar. Depois chore.
9. De seis em seis meses faça um teste consigo próprio para ver se você está mais
desbaratador do que no semestre anterior. Se a resposta for negativa não esmoreça. Continue
lutando até que possa, como nós, cobrar caro pelas lições administradas. E essa é nossa
última recomendação: cobre sempre caro pelos seus conselhos nesse setor. Não se barateie!

QUESTÃO No 07

Para o autor, a barata é a "mais lídima das instituições democráticas"


(linha 1) porque
a) é um inseto comum a todos os lugares.
b) é um inseto inofensivo a todas as pessoas.
c) é um inseto nocivo a todo o mundo.
d) é um inseto irritante a qualquer pessoa.
e) é um inseto resistente a qualquer ataque.
QUESTÃO No 08
De acordo com o texto, as baratas atingem "um extraordinário grau de
longevidade" (linha 25), porque
a) todos os inseticidas são incapazes de exterminá-las.
b) esses insetos são extremamente velozes ao fugir.
c) as empregadas não cuidam geralmente da limpeza das casas.
d) as bibliotecas são lugares seguros para a sobrevivência delas.
e) as pessoas ou as temem ou não se preocupam muito em combatê-las.

QUESTÃO No 09
Todas as alternativas apresentam características que marcam a
intencionalidade humorística do texto, EXCETO:
a) utilização de trocadilhos e referências científicas.
b) atribuição de sentimentos e inteligência aos insetos.
c) exploração de temas repugnantes e macabros.
d) aplicação analítica de processos e métodos de ação.
e) caricatura das reações humanas em situações banais.

QUESTÃO No 10
Assinale a alternativa em que o autor faz irônica alusão à falta de cultura do
leitor.
a) "( ... ) a essa altura, a barata já estará longe, escondida numa das 365 mil
páginas dos 870 livros que espalhamos no chão." (linhas 17 a 19).
b) "( ... ) antes de mais nada, saber se a barata é uma Blatídea comum ou se é
uma Periplaneta Americana ( ... )" (linhas 36 e 37).
c) "Ela normalmente pára um pouquinho, para sondar o ambiente cá de fora e
confrontá-lo com a literatura em que vive metida." (linhas 45 e 46).
d) "E daqui a seis meses, quando você for pegar aquele velho exemplar de
Balzac (o escritor francês Honoré de Balzac, 1799-1850) ( ... )" (linhas 27 e 28).
e) "De seis em seis meses faça um teste consigo próprio para ver se você está
mais desbaratador do que no semestre anterior." (linhas 72 e 73).

QUESTÃO No 11
Assinale a alternativa em que um conceito consagrado pelo uso torna-se
humorístico no contexto.
a) "Sacuda os livros e espere, trepado numa cadeira. Atente sobretudo para o estilo
de bater quando a barata surgir. Lembre-se: o estilo é o homem." (linhas 42 e 43)
b) "Esse problema, depois de acalmados nossos nervos e esfregadas nossas
mãos com sabão e bastante álcool, é que procuramos resolver." (linhas 19 a 21)
c) "Nunca aproxime e afaste o jornal para fazer pontaria. As baratas sabem muito
bem o que as espera quando sentem esse ventinho." (linhas 48 e 49)
d) "Às vezes elas tentam outro truque - sentimental. Atingidas de leve vão se
arrastando tristemente, de vez em quando olhando para você (...)" (linhas 68 e
69)
e) "Se a resposta for negativa não esmoreça. Continue lutando até que possa,
como nós, cobrar caro pelas lições administradas." (linhas 73 a 75)

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