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QUESTÃO 2
Instituição do neoliberalismo;
Generalização do trabalho livre;
Redistribuição da riqueza social;
Banalização do processo de escravidão;
Fortalecimento das ações coletivas.
QUESTÃO 3
"Se as leis sociais são, em última instância, resultantes da pressão do proletariado pelo reconhecimento
de sua cidadania social, o Serviço Social se origina de uma demanda diametralmente oposta".
(Iamamoto, 1985) em Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Dessa forma, a especificidade maior
do Serviço Social, segundo a autora, está:
QUESTÃO 4
De acordo com a reflexão apresentada podemos apontar como conceito da QUESTÃO SOCIAL a
alternativa:
QUESTÃO 5
A trajetória da prática histórica do Serviço Social, segundo Iamamoto, deve demonstrar como força
dominante no seu desenvolvimento teórico e empírico, a viabilidade de:
Atender prioritariamente, uma demanda do capital ou do trabalho, tendo por suposto que estas
forças contraditórias não se excluem do contexto profissional;
Recusar-se a atender com prioridade à demanda do capital ou do trabalho, tendo por suposto que
estas forças contraditórias se excluem do contexto profissional;
Excluir do contexto profissional a demanda do capital ou do trabalho, tendo por suposto que estas
forças não se constituem campo de trabalho do assistente social;
Estabelecer uma estratégia profissional que garanta mecanismos de resolução dos antagonismos
entre as demandas do capital e do trabalho;
Planejar o atendimento da demanda, tendo por suposto que as forças contraditórias do capital
inexistem na instituição.
Web aula 1
Caros alunos! Vocês já me conhecem? Sou Adarly, o docente responsável em apresentar o conteúdo
da disciplina de Fundamentos II do Bacharelado em Serviço Social.
Estão preparados para entrar na aventura de conhecer fatos que foram determinantes no curso da
história para legitimar a nossa profissão e construíram a imagem dos assistentes sociais como
profissionais críticos e interventivos nas expressões da questão social? Então é para já! Vamos iniciar a
primeira web aula relacionada à disciplina de Fundamentos II.
Como início deste estudo, precisamos decifrar a categoria questão social, pois é nela que se enraíza a
nossa prática cotidiana que consequentemente relaciona com os fundamentos históricos,
metodológicos e teóricos da profissão.
Questão social
"A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe
operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe
por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição
entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da
caridade e repressão".
Como vocês puderam observar na charge, as demissões em massa ou mesmo o desemprego são
expressões inerentes à questão social, porque evidenciam claramente a contradição entre o capital e o
trabalho. Além do que o desemprego é um enorme problema que vem retratando a realidade do
trabalhador brasileiro ao longo dos anos.
VAMOS EM FRENTE...
Além dessa ideia inicial acerca da questão social, o nosso curso busca formar profissionais de Serviço
Social com conhecimento e aprofundamento teórico para fundamentar ações interventivas e
transformadoras na realidade social.
Para a professora Maria Benevides (2009), a primeira constatação histórica que precisamos ter em
mente quando pensamos a questão social, está centrada no fato de que até o século XIX, os
trabalhadores ligados à terra não podiam ser expulsos. Tinham, apesar da pobreza, um mínimo de
segurança. O capitalismo, segundo suas palavras ("tudo que é sólido desmancha no ar") destruiu essa
proteção social e provocou as hordas de excluídos de toda sorte.
Nas sociedades pré-industriais, a pobreza era considerada um fato natural e necessário para por em
ação, ou motivar os pobres a tornarem-se laboriosos e uteis à acumulação de riquezas das nações em
formação. Já na fase industrial, ela deveria ser enfrentada e resolvida em benefício, inclusive, do
progresso material que emergia.
Isso não quer dizer que antes da sociedade industrial, o "social" não existisse ou que estivessem
ausentes formas institucionalizadas de atendimento a pobreza. Segundo Pereira (1999, p.48):
A história da proteção social informa que, desde o século XIV, existiam intervenções públicas que iam
da assitência aos indigentes até a repressão à vagabundagem, passando pela regulação estatal da
organização do trabalho e da mobilidade espacial dos trabalhadores. Mas, isso acontecia porque nas
sociedades pré-industriais já existiam questões sociais que, assim como as posteriores, constituiam
ameaça à ordem instituida, dada a pressão exercida por aqueles que não se encontravam nessa ordem
o seu lugar a partir da organização do trabalho.
Em nosso país, no entanto, a partir do final do século XIX, até 1920, ainda segundo a referida autora,
se inicia a atenção à questão social de forma mais sistematizada, por parte do Estado. Caracterizada
como problemas advindos da crescente desigualdade social. Período que pode ser considerado como
a época da inovação da legisladora e regulamentadora no campo da política social.
Conforme vocês puderam perceber o texto foca o nascimento da nossa profissão, que está, como já
afirmei aqui, enraizado na questão social.
REFORÇANDO O CONTEÚDO...
E para ilustrar nossos argumentos, que tal curtir um video educativo que mostra todo esse processo de
articulação do sistema no sentido de conter a incipiente organização da classe trabalhadora brasileira
na década de 1930. Vocês vão gostar!!!
No caso brasileiro é possível afirmar, salvo execeções, que até 1930 a conciência possível em nosso
país não apreendia a pobreza enquanto expressão da questão social. Quando esta se insinuava como
questão para o Estado, era de imediato enquadrada como "caso de polícia" e tratada no interior de seus
aparelhos repressivos. Os problemas sociais eram mascarados e ocultados sob forma de fatos
esporádicos e excepcionais. A pobreza era tratada com disfunção pessoal dos individuos ( p.41).
Podemos afirmar, também, que os modelos de sociedades que existiram e precederam, a sociedade
capitalista e burguesa de nossos tempos está dividida em dois campos distintos, o proletariado (no
sentido mais extenso da palavra) e a burguesia, diferenciados socialmente por suas respectivas
situações e funções: A classe proletária tem sido destinada há séculos, a carregar o fardo do trabalho
físico e penoso, cujos frutos são usufruídos por outra classe, a burguesia, que são os detentores da
propriedade, a autoridade e os produtos da cultura (ciência, educação, arte, etc.).
"A existência e reprodução das classes dominadas funciona como condição básica de existência do
modo de produção capitalista. A medida que a desigualdade e a exploração constituem a própria
essência da sociedade capitalista, esta se sustenta sobre um permanente processo de luta entre as
classes fundamentais: de um lado as classes dominantes, interessadas em manter e ampliar a
acumulação do capital e do lucro; e de outro, as classes dominadas, que lutam para reduzir esta
exploração e melhorar suas condições de vida e de trabalho.(p.28).
A exploração das massas trabalhadoras forma a base sobre a qual a chamada sociedade moderna se
apóia e sem a qual não poderia existir, para tanto não se utiliza apenas dominação política através de
aparatos de violência, ou controle repressivo e legal. A ideologia, que invade os hábitos, os costumes, o
modo de viver e de pensar e as formas representativas que as classes dominadas constroem na sua
subjetividade consentimento a respeito de sua própria dominação.
Estamos fechando aqui nossa Web aula 01 com as primeiras reflexões sobre a questão social! Vamos
em frente na trajetória do aprofundamento deste conteúdo importante para os futuros profissionais de
Serviço Social. Por isso espero vocês na Web 2 para continuarmos nossa discussão.
Um abraço!
Web aula 02
E aí, está ficando mais claro a relação Serviço Social e a questão social?
Então vamos explorar um pouco mais os aspectos teóricos relacionados a este tema, apontado pela
Assistente Social Marilda Iamamoto, renomada acadêmica do Serviço Social. Esta autora enfatiza que
para compor estes novos aparatos de dominação exigidos pelo modo de produção em consolidação, o
serviço social emerge dentro do contexto das classes dominantes como um movimento de cunho
reformista-conservador.
Iamamoto (2000) esclarece que a fundamentação conservadora capitalista se baseia num modo de vida
do passado, que é resgatado e proposto como nova maneira de interpretar o presente. Tudo isto com
uma roupagem de viabilidade inconteste para a sociedade capitalista.
Desta forma, os conservadores identificados como "profetas do passado" reeditam formas de vida que
já foram historicamente dominantes, porém superadas, tornando-as válidas para atual organização da
sociedade. Através deste mecanismo, "noções reinterpretadas no seu significado original e propostas
como validas para compreeender e agir em um contexto hitórico diferenciado daquele no qual
emergiram" (Iamamoto, 2000, pg. 23).
Reforçando o conteúdo...
Desta forma a autora quer deixar claro que o Serviço Social "nasce e se desenvolve embebido de
ideias conservadoras, incorporando as ambiguidades do reformismo conservador." (p. 23).
E nos tempos mais recentes, na virada do século XXI, a modificações nos processos econômicos e
sociais, com a hegemonia do mercado, e com a globalização, as expressões da questão social se
apresentam em multiplas manifestações e num patamar de complexidade decorrente da imposição de
novas formas de dominação. Este aspecto é concreto, pois do ponto de vista do funcionamento do
capitalismo mundial, questão social se materializa mediante os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam
mais pobres.
Sendo mais objetiva ainda, podemos enumerar como questão social o aumento da pobreza, o
desemprego estrutural, crise fiscal e aumento dos oligopólios, aspecto problematizado por Pereira
(1999):
(...) se no passado, quem tomava as grandes decisões econômicas eram os agentes governantais,
regulando inclusive o mercado, no presente, são as empresas privadas gigantes que decidem e
controlam o Estado, bem como definem o uso e a direção do avanço tecnológico. Tais empresas que
geralmente operam fora do seu país de origem, em busca de mão-de-obra mais barata, automatizam-
se velozmente, ercerizam parte do trabalho e exigem a quebra da proteção social ao trabalhador. Disso
decorrem sérias implicações que conferem no configuração à questão social. (p.43).
Francisco Libânio
07/02/08
9:17 PM
http://franciscolibanio.blogspot.com/2008/02/fala-sobre-questo-social.html
Desta forma quero lembrar-los que o foco da nossa disciplina é discutir e aprofundar os aspectos
históricos da profissão. Esta abordagem mais recente será objeto de trabalho das disciplinas
posteriores. Acredito, porém, que se faz importante a analogia e discussão das características da
questão social industrial e a contemporânea pela complexidade dos desafios, bem como, o surgimento
de novos protagonistas e novas bases de regulação social, em o cidadão é portador de direitos e o
Estado se compõem como provedor.
Amarrando as idéias...
Porém vocês devem estar se perguntando e o papel do Estado como articulador das ações iniciais de
enfrentamento às questões sociais, que não ainda foram mencionadas?
Por isso não deixe de acompanhar e participar das Web aulas, pois este será o foco da Unidade II das
próximas Web aulas.
Bibliografia
NETTO, José Paulo. O Serviço Social e a tradição marxista. In: Serviço Social e Sociedade, nº 30,
Cortez Editora,1989. pgnas: 89 - 102.
RAICHELIS, Raquel. Legitimidade popular e poder público. São Paulo, Cortez, 1988.
SPOSATI, Aldaíza de Oliveira. Assistência na Trajetória das Políticas Socias Brasileiras. Uma questão
em análise. 9ª edição. São Paulo, Cortez 2007.