Você está na página 1de 27

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

ELAINE PEREIRA DE SOUZA SOBRAL

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Montes Claros
2018
ELAINE PEREIRA DE SOUZA SOBRAL

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Projeto de Ensino apresentado à Universidade


Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito
parcial para a obtenção do título de Pedagogo.

Orientador: Prof. Natália Gomes

Montes Claros
2018
SOBRAL, Elaine Santos. Alfabetização e letramento. 2018. 27 p. Projeto de Ensino
(Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade
Norte do Paraná, Montes Claros, 2018.

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma Projeto de ensino que busca demonstrar


os professores podem alfabetizar com o intuito de letrar. Hoje, temos em pauta o
desafio maior que está expresso na questão: Como os professores podem
alfabetizar letrando? Objetivando de forma geral incentivar práticas de alfabetização
e letramento e de maneira específica colaborar com o conhecimento teórico e
prático do assunto, desenvolver estratégias para alfabetizar letrando e apresentar
atividades para serem desenvolvidas em salas de aula na alfabetização. As
reflexões apresentadas constituem-se nos fundamentos básicos do alfabetizar
letrando. No decorrer desse trabalho pudemos perceber que o aprendizado da
linguagem que se usa ao escrever e o aprendizado da escrita alfabética são dois
subdomínios de conhecimento que têm suas especificidades e propriedades.

Palavras-chave: Alfabetizar. Letrar. Professor.


SUMÁRIO

1 Introdução....................................................................................................5
2 Revisão Bibliográfica ...................................................................................6
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino.................................18
3.1 Tema e linha de pesquisa........................................................................18
3.2 Justificativa...............................................................................................18
3.3 Problematização.......................................................................................18
3.4 Objetivos...................................................................................................18
3.5 Conteúdos................................................................................................19
3.6 Processo de desenvolvimento..................................................................19
3.7 Tempo para a realização do projeto.........................................................21
3.8 Recursos humanos e materiais................................................................22
3.9 Avaliação..................................................................................................23
4 Considerações Finais..................................................................................24
5 Referências.................................................................................................26
5

1. Introdução

Ao longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de inúmeras controvérsias


teóricas e metodológicas, exigindo que a escola e, os educadores se posicionem em
relação às mesmas, construindo suas práticas a partir do que está sendo discutido
no meio acadêmico e transposto para a sala de aula a partir de suas
reinterpretações e do que é possível e pertinente ser feito.

Essas mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas definições
dos conteúdos a serem desenvolvidos quanto na natureza da organização do
trabalho pedagógico. E, a partir delas surgem as necessidades de adequação. Hoje,
temos em pauta o desafio maior que está expresso na questão: Como os
professores podem alfabetizar letrando? Objetivando de forma geral incentivar
práticas de alfabetização e letramento e de maneira específica colaborar com o
conhecimento teórico e prático do assunto, desenvolver estratégias para alfabetizar
letrando e apresentar atividades para serem desenvolvidas em salas de aula na
alfabetização.

Isso porque identificamos durante os estágios e estudos a


importância de o professor relacionar juntamente a alfabetização com o letramento,
sendo que um complementa o outro. O professor acha nesses atos importantes
aliados para que se faça um bom trabalho em relação a alfabetização.
Concluímos com esse trabalho que os professores têm a
possibilidade em suas aulas de alfabetização trabalhar com um projeto que insira na
vida dos educandos uma forma de facilitar o trabalho com os vocábulos. Então, a
nova proposta pedagógica embasada no alfabetizar letrando, pretendem que as
aulas de não sejam mera codificação e decodificação na alfabetização.
6

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O contexto do alfabetizar

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa apresenta a definição estrita de


alfabetização. Ela é o “ato ou efeito de alfabetizar, de ensinar as primeiras letras ”.
Assim, uma pessoa alfabetizada é entendida como aquela que domina as “primeiras
letras ”, que domina as habilidades básicas ou iniciais do ler e do escrever.

Alfabetizar, outrora, era entendido apenas na ação do professor


transmitir conhecimento. A formação do aluno seguia um nível
individual, desvinculado de seus usos sociais. No entanto, na
atualidade alfabetizar é, além de conduzir o aluno a retenção de
conhecimentos, proporcionar condições para que ele os use
cotidianamente em suas atividades.

Nesse processo, o professor não mais é o detentor do saber inquestionável,


em vez, disso ele passa a ser o orientador de um novo processo que visa
desenvolver em seu aluno uma postura crítica, pois assim ele será capaz de
transformar o meio em que vive. O professor tem que ser um cidadão crítico e ativo,
e dar base para que seus alunos também sejam. Para isso, o professor propicia
reflexões e trabalha com o cotidiano do aluno. O professor também tem de ser
reflexivo em suas avaliações de profissional e cidadão.

Cabe ao professor estabelecer relação de confiança e respeito pelo que o


aluno sabe e é, para participar das reflexões por meio do diálogo. Além disso, deve
promover um processo interativo, colocar-se na posição de aprendiz com o aluno,
para que este assuma um papel atuante no próprio processo de aprendizagem.
Tudo deve basear-se na troca de experiência, em boas táticas e na conversa
informal.

Deve-se respeitar a criança e sua variedade linguística, já que esta, muda de


acordo com cada grupo social. É de suma importância saber que não existe um
grupo certo ou errado. O professor deverá mostrar a importância da norma culta e
7

ensinar seu aluno a usá-la sem discriminar ou desvalorizar o dialeto utilizado no


meio social em que ele vive.

No processo de alfabetização, o aluno precisa compreender porquê e para


quê aprender ele aprende a ler e escrever, uma vez que a leitura pode ser definida
como um pensamento estimulado pela linguagem escrita (cf. Smith, apud Kleiman,
1995). Na alfabetização, a criança precisa aprender os diferentes interlocutores
existentes, além das variações e gêneros de textos. Então, o aluno deve aprender a
identificar a quem ele quer escrever e que gênero aplicar. Além disso, o professor
deve sugerir que o aluno escreva sobre seu cotidiano, para que ao aluno seja capaz
de construir no decorrer do processo suas próprias reflexões sobre a sociedade e o
meio em que vive. Dessa forma vai se formando um cidadão crítico diante das
questões sociais.

O processo de alfabetização continua sendo um desafio na área da


educação, porém, ela é fundamental e necessária para construir cidadãos ativos na
sociedade, e esse aprendizado deve ocorrer na escola de forma planejada e
sistematizada.

A escola é responsável pela continuidade do processo de alfabetização da criança


que começa em casa. E, o professor deverá trabalhar com esses conhecimentos
trazidos pelo aluno, utilizando textos voltados para a formação de cidadão crítico,
que posteriormente venha a exercer a cidadania.

Hoje, o que a educação deve visar e contemplar é a formação de leitores e


produtores de textos, nas mais diversas situações de interação social. O desafio é
alfabetizar letrando, porém, vale ressaltar que é possível que haja um indivíduo
alfabetizado e mal letrado, pois embora muito se tenha feito para separar esses dois
caminham juntos. O objetivo é que o aluno decifre o código, domine a escrita e a
leitura e aplique-as na sua vida social. É essa a visão do alfabetizar no contexto
atual do letramento.

2.2 O contexto do Letramento


8

O contexto de Letramento para ser compreendido precisa de uma análise que


comece na compreensão da história da educação desde quando a discussão se
baseava no analfabetismo. Em 1965, em Teerã, no Congresso Mundial dos
Ministros da Educação sobre a Eliminação do Analfabetismo, começa-se a utilizar o
termo Alfabetização Funcional cuja compreensão incluía, além de saber ler, escrever
e contar, a aquisição de outros conhecimentos gerais básicos, bem como um melhor
preparo para o trabalho e inserção no meio. Em meio a essa redefinição de
conceitos, “alfabetizados” no passado voltam a ser “analfabetos”, situação
denominada de “analfabetismo regressivo”.

Já em 1978, a UNESCO define o «iletrismo», para imigrantes instalados em


países de primeiro mundo, e analfabetismo funcional, para pessoas de países do
terceiro mundo que não sabem ler e escrever sua própria língua materna. Nesses
dois casos, pode –se entender a mesma coisa : Pessoa incapaz de exercer todas as
atividades para as quais a alfabetização é necessária e para o bom funcionamento
da pessoa em seu grupo e na sociedade a qual pertence.

Na década de 80, com a fundação do Grupo Permanente de Luta contra o


Iletrismo (GPLI), os debates sobre o iletrismo ganham especial destaque pela
ampliação dos discursos que consideram a temática. Centralizando as concepções,
o Grupo define, em 1991, a condição do iletrado:

«Falta de domínio suficiente de saber de base tendo dificuldade em comunicação


com o outro, dificuldade em utilizar contas matemáticas, dificuldade em se situar
geograficamente e historicamente» (Lahire, 1999, p.38).

Nos anos seguintes, o termo literacia (ou letramento) enfatiza a capacidade


de utilizar os textos escritos necessários para funcionar dentro da sociedade,
atendendo seus objetivos, por fazer-se conhecer e crescer seu potencial.

O termo letramento ainda não consta em nossos dicionários, pois como


pudemos constatar ela tem um aparecimento recente. Assim, as palavras que nós
conhecemos e logo relacionamos a letramento são as palavras letrado e iletrado:

Letrado: versado em letras, erudito


iletrado: que não tem conhecimentos literários
9

uma pessoa letrada = uma pessoa erudita, versada em letras (letras significando
literatura, línguas)

uma pessoa iletrada = uma pessoa que não tem conhecimentos literários, que não é
erudita; analfabeta, ou quase analfabeta.

No entanto o sentido que temos atribuído aos adjetivos letrado e iletrado não
está relacionado com o sentido da palavra letramento. Isso porque o aparecimento
da palavra Letramento é recente. No Brasil, conforme nos explica Soares (1998), o
aparecimento do termo « letramento» está associado ao fenômeno da superação do
analfabetismo em uma sociedade que vem, progressivamente, valorizando a escrita:

« À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um númro


cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida
que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais
centrada na escrita (cada vez mais grafocêntrica), um novo fenômeno
se evidencia: não basta apenas aprender a ler e a escrever. As
pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não
necessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita, não
necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a
escrita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita (...) Esse
novo fenômeno só ganha visibilidade depois que é minimamente
resolvido o problema do analfabetismo e que o desenvolvimemnto
social, cultural, econômico e político traz novas, intensas e variadas
práticas de leitura e de escrita, fazendo emergirem novas
necessidades além de novas alternativas de lazer. (Soares, 1998,
pp.45/46) »

Em entrevista ao Jornal do Brasil de 26/11/2000 a autora Magda Becker Soares


define Letramento da seguinte forma:

Letramento é, de certa forma, o contrário de analfabetismo. Aliás,


houve um momento em que as palavras letramento e alfabetismo se
alternavam, para nomear o mesmo conceito. Ainda hoje há quem
prefira a palavra alfabetismo à palavra letramento - eu mesma acho
alfabetismo uma palavra mais vernácula que letramento, que é uma
tentativa de tradução da palavra inglesa literacy, mas curvo-me ao
poder das tendências linguísticas, que estão dando preferência a
letramento. Analfabetismo é definido como o estado de quem não
sabe ler e escrever; seu contrário, alfabetismo ou letramento, é o
estado de quem sabe ler e escrever. Ou seja: letramento é o estado
em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce
as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em
que vive: sabe ler e lê jornais, revistas, livros; sabe ler e interpretar
tabelas, quadros, formulários, sua carteira de trabalho, suas contas
10

de água, luz, telefone; sabe escrever e escreve cartas, bilhetes,


telegramas sem dificuldade, sabe preencher um formulário, sabe
redigir um ofício, um requerimento. São exemplos das práticas mais
comuns e cotidianas de leitura e escrita; muitas outras poderiam ser
citadas. (Disponível em:
http://alfabetizacaoecia.blogspot.com/2010/02/entrevista-magda-becker-
soares.html).

Letramento é um termo, considerado polissêmico e atualmente os


educadores têm buscado descobrir a amplitude dos significados desse conceito que
cada vez mais é discutido e analisado dentro da educação. Muitos estudos e
pesquisas têm surgido com o intuito de expandir os conhecimentos a cerca desse
assunto, o que gera certa polêmica entre os educadores ativos e passivos. Estes,
por não estarem comprometidos com a educação preferem a acomodação e as
formas mais fáceis de prosseguir sem “complicações” para seu trabalho. Enquanto
isso, o educador ativo por entender a educação em toda a sua amplitude busca com
todo seu empenho o aprendizado significativo.

Diante de todos os problemas e desafios da educação, focalizando a visão


para a postura dos educadores, podemos dizer que é necessário um trabalho árduo
por parte destes, principalmente quando o assunto é: Alfabetização e Letramento, já
que para que haja compreensão da prática da leitura e escrita, dentro e fora da sala
de aula além da teoria, a prática precisa ser repensada. Assim pode-se perceber
que num mundo em transformação, onde a cada dia novas tecnologias surgem, é de
fundamental importância que educadores alterem suas metodologias em sala de
aula.

A oralidade e o letramento têm uma significativa importância no cotidiano


das pessoas, sob essa perspectiva, Street (1995) apud Marcuschi (2003, p. 19),
afirma que o letramento não é o equivalente à aquisição da escrita. Existem
“letramentos sociais” que surgem e se desenvolvem à margem da escola não
precisando, por isso serem depreciados. Em paralelo com a oralidade, estão os
contextos sociais básicos em que a escrita está inserida na vida das pessoas são,
entre outros: o trabalho, a escola, o dia-a-dia, a família, a vida burocrática, a
atividade intelectual, que possuem objetivos diferenciados. Dessa forma pode-se
11

perceber a distinção entre a apropriação da escrita e leitura- alfabetização, e os usos


ou papéis da escrita e leitura- letramento.

O letramento envolve as mais diversas práticas da escrita, nas mais variadas


formas, na sociedade. Sendo assim, letrado é o indivíduo que participa de forma
significativa de eventos de letramento e não apenas aquele que faz uso formal da
escrita. A sociedade brasileira é heterogênea em relação ao letramento, uma vez
que não existe “sociedade letrada” e sim, “grupos de letrados”. A língua falada é
muito mais analisada do que a língua escrita. No entanto, as observações são feitas
geralmente segundo a ótica da língua escrita, embora essa seja a visão,
desconhecemos as características de ambas, evidenciando que o que conhecemos
são as características de um sistema normativo da língua.

O despertamento para o fenômeno do letramento e sua incorporação no


nosso vocabulário educacional significa que já compreendemos que nosso problema
não é apenas ensinar a ler e a escrever, mas é, também, e sobretudo, levar os
indivíduos (crianças e adultos) a fazer uso da leitura e da escrita, envolver-se em
práticas sociais de leitura e de escrita. No entanto, infere-se, de tudo que foi dito,
que o nível de letramento de grupos sociais relaciona-se fundamentalmente com as
suas condições sociais, culturais e econômicas. É preciso que haja, pois, condições
para o letramento.

2.3 Alfabetização e Letramento

Nos Estados Unidos e na Inglaterra, embora a palavra literacy (palavra que


originou a palavra letramento) já constasse do dicionário desde o final do século XIX,
foi nos anos 80, que o assunto tornou-se foco de atenção e de estudos nas áreas da
educação e da linguagem. Enquanto isso no Brasil, os conceitos de alfabetização e
letramento se misturam e acabam se confundindo. Em nosso país, a discussão do
letramento surge sempre envolvida no conceito de alfabetização, prejudicando a
síntese dos dois procedimentos, com prevalência do conceito de letramento sobre o
de alfabetização. Os dois processos não devem ser separados, já que a inserção do
aluno no universo da escrita se dá por meio desses dois processos: a alfabetização,
12

e pelo desenvolvimento de habilidades da leitura e escrita, nas práticas sociais que


envolvem a língua escrita, o letramento. . Nas palavras de Monteiro:

[...] alfabetizar é ensinar a ler e a escrever e letrar é proporcionar aos


educandos o envolvimento em práticas sociais de leitura e de escrita.
Acredito que esses dois movimentos, necessários, contínuos e
inseparáveis são a chave de um processo educativo comprometido
com a aprendizagem dos educando e com as funções sociais da
escrita em nossa sociedade (MONTEIRO, 2005, p. 28).

A aquisição da linguística a partir de inúmeras discussões passou a ser


compreendida sob a visão de seu significado social e político, ela ganha um outro
status no discurso pedagógico devido ao desafio que hoje se coloca à escola que é
a construção da sociedade democrática e seu trabalho não mais se foca na
dimensão técnica do ensinar as letras, as sílabas e as palavras. E como vimos
anteriormente, a partir da busca por novos significados e dimensões a alfabetização
e o letramento, e educação passa a se preocupar com a grande parcela da
educação que não é letrada, constituindo assim em exclusão social, por isso tanta
preocupação em re- considerar os paradigmas e métodos.

Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy”


que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. Um indivíduo alfabetizado
não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que
sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde
adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando, é
ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita,
assim o educando deve ser alfabetizado e letrado. A linguagem é um fenômeno
social, estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social. A
palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada.

A escola deve promover meios para a criança interagir firmemente com o


caráter social da escrita e ler e escrever textos significativos. A alfabetização se
ocupa da aquisição da escrita pelo indivíduo ou grupos de indivíduos, o letramento
focaliza os aspectos sócio- históricos da aquisição de um sistema escrito por uma
sociedade.
13

Segundo as palavras de Leda Verdiani Tfouni:

Em termos sociais mais amplos, o letramento é apontado como


sendo produto do desenvolvimento do comércio, da diversificação
dos meios de produção e da complexidade crescente da agricultura.
Ao mesmo tempo, dentro de uma visão dialética, torna-se uma causa
de transformações históricas profundas, como o aparecimento da
máquina a vapor, da imprensa, do telescópio, e da sociedade
industrial como um todo... (Tfouni , 2010, p.31).

A alfabetização deve se desenvolver em um contexto de letramento como


início da aprendizagem da escrita, como desenvolvimento de habilidades de uso da
leitura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, e de atitudes
de caráter prático em relação a esse aprendizado. Dessa forma, a alfabetização e o
letramento, devem ser entendidos e necessitam ter tratamento metodológico
diferente e com isso alcançar o sucesso no ensino aprendizagem da língua escrita,
falada e contextualizada nas nossas escolas. Letramento é informar-se através da
leitura, é buscar notícias e lazer nos jornais, é interagir com o mundo da leitura.

Diante de todas as informações sobre o que é letramento, disponibilizadas


no item anterior, podemos em fim compreender o significado desse termo e por que
ele surgiu. Então podemos nos voltar à diferença entre letramento e alfabetização:

Alfabetização = ação de ensinar/ aprender a ler e a escrever

Letramento = estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas
cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.

cultiva = dedica-se a atividades de leitura e escrita

exerce = responde às demandas sociais de leitura e escrita

O verbo "letrar" nesse contexto seria utilizado para nomear a ação de levar os
indivíduos ao letramento. Assim, teríamos em alfabetizar e letrar duas ações
distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando.
Nesse caso, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e
14

da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e


letrado.

2.4 Alfabetizar Letrando

Nos dias de hoje, as novas tecnologias e o desenvolvimento da sociedade


promovem uma vida cada vez mais centrada na escrita, ser alfabetizado, isto é,
saber ler escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder
adequadamente às demandas contemporâneas. É preciso ir além da simples
aquisição do código escrito, é preciso fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano,
apropriar-se da função social dessas duas práticas; é preciso se tornar letrado. Em
entrevista ao Jornal do Brasil de 26/11/2000, Magda Becker Soares diz o seguinte:

A alfabetização, no sentido que atribuí a essa palavra, é que se


concentra nos primeiros anos de escolaridade. Concentra-se aí, mas
não ocorre só aí: por toda a vida escolar os alunos estão avançando
em seu domínio do sistema ortográfico. Aliás, um adulto
escolarizado, quando vai ao dicionário, resolver dúvida sobre a
escrita de uma palavra está retomando seu processo de
alfabetização. Mas esses procedimentos de alfabetização tardia são
esporádicos e eventuais, ao contrário do letramento, que é um
processo que se estende por todos os anos de escolaridade e, mais
que isso, por toda a vida. Eu diria mesmo que o processo de
escolarização é, fundamentalmente, um processo de letramento.
(Disponível em:
http://alfabetizacaoecia.blogspot.com/2010/02/entrevista-magda-
becker-soares.html).

Assim, temos no contexto da atualidade uma proposta inovadora que tem o


foco principal na organização curricular, que até então, era baseada numa visão
curricular tradicional, centrada nas disciplinas e sem contextualização com a
realidade do aluno e, por isso, não possibilitava a formação crítica. O que muito tem
se discutido no âmbito educacional é que a proposta de ensino deve ser elaborada a
partir da realidade vivenciada na escola e na comunidade para haver a
interdisciplinaridade e total entendimento no ensino. Já dizia Paulo Freire (2001)
15

que aprender a ler e a escrever é aprender a ler o mundo, compreender o seu


contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem e realidade e ser alfabetizado
é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como meio de tomar consciência da
realidade e de transformá-la. Soares 1998 a esse respeito nos diz:

Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis,


ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja:ensinar a ler e
escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de
modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e
letrado (SOARES, 1998a, p. 47).

Para alfabetizar letrando, é importante que o professor esteja ciente de seu


papel na hora da aprendizagem escrita e que leve em consideração a relação do
som com a escrita. O professor deve trabalhar com textos para ensinar a
importância de se saber escrever. O ato de ensinar deve ser visto pelo professo
como uma troca de experiências.

Mesmo considerando a enorme e inegável importância que a escrita tem nos


povos e nas civilizações “letradas”, continuamos como observou Ong (1982):

a oralidade jamais desaparecerá e sempre será, ao lado da escrita, o


grande meio de expressão e de atividade comunicativa. A oralidade
enquanto prática social é inerente ao ser humano e não será
substituída por nenhuma outra tecnologia. Ela será sempre a porta de
nossa iniciação à racionalidade e fator de identidade social, regional,
grupal dos indivíduos. (ONG, 1982 apud MARCUSCHI, 2003, p. 36).

A leitura e sua compreensão se diferenciam com as experiências pessoais e


a vivência de cada em relação ao conhecimento da língua, portanto quem escreve
deve dar o máximo de pistas, para que se absorva o que ele quer dizer e expressar.
É evidente que para se atingir o objetivo de letramento, tem que haver um trabalho
coletivo de toda a instituição escolar, para se fazer um trabalho reflexivo.

Argumenta Magda Soares (1997), que:

... o mais importante, porém, é que, numa escola transformadora, a


articulação de conhecimentos produzidos por diferentes teorias se faz
a partir de uma concepção política da escola, vista como espaço de
atuação de forças que podem leva-la a contribuir na luta por
transformações sociais. (SOARES, 1997).
16

A escrita é indispensável para a vida social, ela surgiu há mais de cinco mil
anos (antes da era cristã), e é também uma das causas principais do surgimento da
civilização moderna. Para alfabetizar letrando o professor deve usar o cotidiano da
criança, coisas do seu meio, para ela se familiarizar e entender a importância do
letramento. Para que esse aprendizado fique fácil para ela, o professor deve propor
atividades que envolvam leitura e escrita em suas práticas do dia-a-dia como uma
ida a um supermercado, ou à elaboração de uma lista de compras.

2.5 As diferenças entre alfabetizar e Letrar

Compreendido o que é letramento, por que surgiu a palavra letramento, qual


a origem da palavra letramento, pode-se voltar à diferença entre letramento e
alfabetização:

Alfabetização = ação de ensinar/aprender a ler e a escrever

Letramento = estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever,


mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita

cultiva = dedica-se a atividades de leitura e escrita

exerce = responde às demandas sociais de leitura e escrita

Precisaríamos de um verbo "letrar" para nomear a ação de levar os indivíduos ao


letramento... Assim, teríamos alfabetizar e letrar como duas ações distintas, mas não
inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a
escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o
indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado.

A partir da década de 80, através de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o


professor começou a repensar a sua prática cotidiana em sala de aula. Nos dias de
hoje, sabemos que um indivíduo plenamente alfabetizado é “aquele capaz de atuar
com êxito nas mais diversas situações de uso da língua escrita. Dessa forma, não
17

basta apenas ter o domínio do código alfabético, isto é, saber codificar e decodificar
um texto: é necessário conhecer a diversidade de textos que percorrem a sociedade,
suas funções e as ações necessárias para interpretá-los e produzi-los”.

O processo de alfabetização ocorre durante toda a escolaridade e tem início


antes mesmo da criança ingressar na escola. Implica em tomar como ponto de
partida, o texto, pois este é revestido de função social e não mais as palavras ou
sílabas sem sentido. O professor deve buscar um vocabulário que tenha realmente
significado para a classe, isto é, que seja retirado das suas experiências.
Atualmente, a cartilha não é o recurso mais favorável à aprendizagem da leitura e da
escrita, principalmente, porque não tem qualquer significado para o aluno e
apresenta textos desconexos, apenas garantindo a “memorização das famílias
silábicas.”

Para Teberosky, deve ser considerada no processo de alfabetização, a


diferenciação entre a escrita e a linguagem. Segundo a referida autora, a escrita
deve ser entendida como um sistema de notação, que no caso da língua portuguesa
é alfabetização (conhecer as letras, sua organização, sinais de pontuação, letra
maiúscula, ortografia, etc.). A linguagem escrita é definida como as formas de
discurso, as condições e situações de uso nas quais a escrita possa ser utilizada
(cartas, bilhetes, notícias, relatos científicos, etc.) Inicialmente, o professor precisa
tomar por base o texto e não mais as palavras-chaves. O texto deve ser o elemento
fundamental para inserir a criança no universo letrado’.

A palavra letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa


Literacy “condição de ser letrado”. Assim, letramento é o estado ou a condição de
quem responde adequadamente às demandas sociais pelo uso amplo e diferenciado
da leitura e da escrita. De acordo com Soares (2003), alfabetização e letramento são
processos distintos, de natureza essencialmente diferente, porém, são
interdependentes e indissociáveis, pois uma pessoa pode ser alfabetizada e não ser
letrada ou ser letrada e não ser alfabetizada.

Na concepção atual, a alfabetização não precede o letramento, os dois


processos podem ser vistos como simultâneos entendendo que no conceito de
alfabetização estaria compreendido o de letramento e vice-versa. Já dizia Paulo
18

Freire (2001) que aprender a ler e a escrever é aprender a ler o mundo,


compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem e
realidade e ser alfabetizado é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como
meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la. O autor expressa
exatamente o que representa o trabalho do letramento.

3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO

3.1 Tema e linha de pesquisa

A linha de pesquisa adotada por este trabalho é docência nas séries iniciais
do Ensino Fundamental I, já que é o período de alfabetização. O tema é muito
importante para o nosso campo de atuação, além de ter sido abordado no curso de
graduação em Pedagogia. A alfabetização e o letramento fazem parte do cotidiano
educacional, sendo assunto a ser sempre estudado e analisado dentro das práticas
pedagógicas.

3.2 Justificativa

O Projeto de ensino Alfabetização e letramento traz um assunto sempre atual e seu


estudo e análise se justificam pela necessidade de buscar sempre melhorias para
que o processo de ensino e aprendizagem sejam efetivos.

3.3 Problematização

Como os professores podem alfabetizar letrando?

3.4 Objetivos

Objetivo geral: Incentivar práticas de alfabetização e letramento.


19

Objetivos específicos:

 Colaborar com o conhecimento teórico e prático do assunto.

 Desenvolver estratégias para alfabetizar letrando.

 Apresentar atividades para serem desenvolvidas em salas de aula na


alfabetização.

3.5 Conteúdos

 Leitura.

 Escrita.

 Interpretação.

 Senso crítico.

3.6 Processo de desenvolvimento

Aula 1: Monte a Palavra


Objetivo:
 Perceber que as palavras são feitas por som (sílabas), e que estes sons
podem ser formados por uma ou mais letras.
 Ordenar sílabas para formar palavras.
 Diferenciar desenhos de letras.
 Interdiciplinarizar utilizando tema animais.
20

Providenciar caixas com desenhos de animais nas tampas e com as sílabas que
formam as palavras dentro das caixas. Embaralhar as caixas e pedir que o aluno
escolha um desenho. Perguntar se ele sabe o nome do animal e porque ele o
escolheu. Pedir para que o aluno abra a caixa e monte a palavra correspondente
com o desenho da caixinha, se ele não conseguir pode pedir ajuda de um amigo.

Aula 2:
O professor deverá providenciar cópias do livro: “Menina Bonita do laço de fita” de
Ana Maria Machado para cada aluno. Em uma primeira aula o professor deverá
separar um tempo para os alunos lerem a história.
Em seguida irá exibir o vídeo da história contada por meio de Power
point ou Smart tv que está disponível em: http://www.youtube.com/watch?
v=W9eBpv-WPAs&hd=1 .
Após a exibição do vídeo em roda a professora irá ler a história
“Menina Bonita do Laço de Fita” fazendo comentários sobre a mesma, estimulando a
reflexão das crianças.
Na sequência a professora fará a interpretação do livro oralmente,
com os alunos, buscando interpretar fatos da história a partir de perguntas
sugeridas. (Qual era a cor da pele da menina? Porque o Coelho se encantou com
ela? Você conhece alguma história parecida com essa?).
Havendo alguma criança negra na sala, a professor poderá ressaltá-
la dizendo das semelhanças com a menina da História. Abordar o tema de forma
natural, para que as crianças reconheçam a importância que cada um tem,
independente de posição social, raça ou cor.
Ainda em roda a professora irá ler um pequeno texto informativo
sobre diferenças, favorecendo a ampliação dos seus conhecimentos sobre o
assunto e despertando o senso crítico para a situação do negro em nosso país.
Nesse momento o professor poderá instigar os alunos a falarem sobre o preconceito
racial.
Com base nas falas das crianças a professora irá produzir um texto
coletivo falando das diferenças raciais.
21

Aula 3:

Para essa aula, o professor irá providenciar revistas para recorte.


Ele deverá distribuir revistas para que os alunos recortem pessoas de várias cores e
em uma folha de papel manilha todos juntos montem um mural com o título: Viva as
diferenças! Os alunos deverão elaborar frases para serem colocadas junto com as
imagens no mural. Depois de pronto o mural deve ser exposto no pátio da escola.

Aula 4:

Para essa aula os alunos receberão um texto abordando as


consequências a longo e curto prazo da poluição dos rios. Após a leitura os alunos
identificarão as palavras desconhecidas e procurarão seus significados no dicionário
Em seguida, o professor irá distribuir para os alunos cartelas de bingo com palavras
que fazem parte do assunto tratado. Após o jogo cada aluno irá elaborar frases com
as palavras de sua cartela. E a professora irá pedir a alguns alunos que façam a
leitura de uma das frases elaboradas.

Aula 5:

Estudando o alfabeto através de rótulos

O professor deverá providenciar rótulos de produtos diversos e pedir que os alunos


também colaborem levando rótulos para a aula. O professor irá organizar junto com
a turma um alfabeto com os rótulos, cortando, colando e montando em folhas de
papel de manilha. Incentivar diariamente a leitura dos rótulos (leitura coletiva, leitura
individual...quantidade de letras nas palavras, letra inicial e final...).

3.7 Tempo para a realização do projeto

O projeto poderá ser desenvolvido em cinco aulas, separando uma aula por dia para
que as atividades sejam bem desenvolvidas.
22

Atividades Segunda Terça Quarta Quinta Sexta


Feira Feira Feira Feira Feira

Aula 1

Aula 2 X

Aula 3

Aula 4 X

Aula 5 X

3.8 Recursos humanos e materiais

 Projetor para Power point.

 Professor.

 Alunos.
23

 Lápis de cor

 Texto informativo.

 Papel manilha.

 Hidrocor.

 Cartelas xerocadas.

 Borrachas.

 Sala de aula.

 Caderno de língua Portuguesa.

 Livro: Menina bonita do laço de fita.

 Lápis de escrever.

 Borracha.

 Revistas

 Tesouras

 Colas

3.9 Avaliação

A avaliação poderá ser feita de forma observativa durante a realização das


atividades.
24

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As reflexões apresentadas constituem-se nos fundamentos básicos do


alfabetizar letrando. No decorrer desse trabalho pudemos perceber que o
aprendizado da linguagem que se usa ao escrever e o aprendizado da escrita
alfabética são dois subdomínios de conhecimento que têm suas especificidades e
propriedades.

Ao mesmo tempo, esses dois subdomínios de conhecimento se entrelaçam


quando a leitura e a escrita são praticadas no mundo real. Se assim se dá, ambos
precisam ser vividos conjuntamente, desde o início da escolarização. Assim, nas
etapas iniciais, a escola deve ajudar o aprendiz a se apropriar da escrita alfabética e
automatizar seu uso.

O aluno não pode e não deve assumir sozinho os esforços para entender e
aprender. Ao contrário, o professor deve ajudá-lo em sua obtenção de
conhecimentos. Além disso, no que se refere ao ensino de língua, a tarefa didático-
pedagógica do professor tornou-se mais complexa nas duas últimas décadas. Com
base nas evidências de estudos e pesquisas hoje disponíveis, “alfabetizar letrando”
requer: a democratização da vivência de práticas de uso da leitura e da escrita; e o
auxílio ao aluno para que possa ativamente reconstruir essa invenção social que é a
escrita alfabética.
25

Nesse contexto é necessário buscar a possibilidade de o indivíduo tornar-se


um ser flexível e autônomo frente aos desafios de uma sociedade em constante
mudança, e para isso, o professor precisa ser politicamente comprometido, e
entender a amplitude da relevância social oriunda da leitura. Paulo Freire a esse
respeito dizia que "não se deve somente imaginar que a mudança do mundo advirá
tão-somente da educação, mas certamente sem ela pouco será feito" (1982, p.19),
sendo assim, não se pode imaginar a transformação na educação sem a leitura e,
por conseguinte, sem leitores proficientes.

Os avanços tecnológicos possibilitaram ao ser humano o acesso aos mais


diversos tipos de informações, vindo dos mais variados meios de comunicação. Nas
sociedades contemporâneas a informação e o conhecimento estão se tornando
disponíveis a um número cada vez maior e mais diversificado de pessoas. A
Internet, rede mundial de informações que torna o hipertexto acessível a um simples
toque de dedos, é a expressão tecnologicamente mais avançada de um processo
que há décadas vem se instalando em nossa cultura. O avanço da tecnologia da
informação está propiciando uma mudança no paradigma da produção e divulgação
do conhecimento.

E assim, a complexidade da tarefa de ensino tem uma razão mais profunda,


pois ela implica em mudanças de paradigmas e de ações. Trata-se, agora, de
garantir que as práticas escolares auxiliem o aluno a descobrir que a sua vivência
em sociedade faz parte de sua vida escolar. Para que a contextualização proposta
pelo alfabetizar letrando ultrapasse a teoria, o professor precisa assumir seu papel
de mediador no processo ensino/ aprendizagem, pois sua postura não será mais de
transmissor, já que assumiu o desafio de formar criticamente cidadãos atuantes.
26

5. REFERÊNCIAS

FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985. FERREIRO,


E. Alfabetização e cultura escrita. Revista Nova Escola, maio de 2003.

FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. São Paulo. Cortez/Autores


Associados, 1986.
__________, Reflexões sobre alfabetização. Trad. Horácio Gonzáles et.al 2 ed. São
Paulo: Cortez/Autores
Associados, 1986.

__________, Com todas as letras . São Paulo: Cortez, 1992.

__________, Alfabetização e cultura escrita. Revista do Professor. Nova Escola.


São Paulo: maio de 2003.

FERREIRO , Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Trad. Diana


M.T.L. et.al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo. 41ª ed.Cortez. 2001.

LAHIRE, Bernard. L’invention de l’illettrisme: rethorique publique, éthnique et


stigmates. Paris: La Découvert, 1999.
HOUAISS, A; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.
27

MONTEIRO, Carolina Reis. Métodos de alfabetização ou práticas a se construir ?.


In: MONTEIRO, Carolina et al. Jovens e adultos na escola: lendo e escrevendo o
mundo e a palavra. Pelotas: UFPEL, 2005, p. 21-29.

MORAIS A. & Leite T. Como promover o desenvolvimento das habilidades de


reflexão fonológica dos alfabetizandos. MEC :UFPE/ CEEL 2005.

SOARES, Magda.Letramento e escolarização. São Paulo: Global, 2003.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:


Autêntica,1998a.

SOARES, Magda. A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA,


Aracy A. M.; BRANDÃO, Heliana M. B.; MACHADO, Maria Zélia V. (Org.). A
escolarização da leitura literária. Belo Horizonte: Autêntica, 1998b.

SOARES, Magda. Linguagem e escola : uma perspectiva social. 15. ed. São Paulo:
Ática, 1997.
SOARES, Magda. O que é letramento e alfabetização. Disponível em:
www.moderna.com.br/artigos/pedagogia/0009 acesso em 08 de setembro de 2018.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Você também pode gostar