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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS E EDUCAÇÃO


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
UEPA-CCSE
EPISTEMOLOGIA - ATIVIDADE I- TURMA 16
Dissertação ( ) Tese ( ) Livro ( ) Artigo ( ) Capítulo de Livro (X )

Título: TEXTOS SOBRE EDUCAÇÃO E ENSINO


Autor(a): MARX, Karl; ENGELS, Friedrich.
Professora: Ivanilde Apoluceno de Oliveira
Aluno do PPGED: NARCIZA VALERIA DOS SANTOS CARVALHO NEVES
Matrícula: 2020100929

Páginas: 64 A 110

Destacar trechos, sem esquecer de colocar o número da página


Nº Trecho Pág.
Capítulo: III. ENSINO, CIÊNCIA E IDEOLOGIA
1ª CARTA: (F. Engels, Carta a Bebel, 24/7/1885.)
01 Sua juvenil inclinaçã o ao juízo foi intensificada ainda mais pelo defeituoso método de 64
ensino de histó ria nas universidades, e especialmente nas austríacas. Lá, ensinam
sistematicamente aos estudantes a fazerem investigaçõ es histó ricas com materiais que
sabem serem inadequados, mas que supõ em considerar adequados;
02 Isto fez com que, naturalmente, Kautsky se tornasse um vaidoso (...) neste aspecto, 64
crítico despiedosamente todas as suas coisas.
2º CARTA: (F. Engels, Cartas de Londres, em Schweizerischer Republikaner, 16/5/1843.)
03 Porém, afortunadamente, posso consolá -lo dizendo-lhe que, em minha imprudente 65
juventude, fiz exatamente o mesmo, aprendendo com Marx a forma de trabalhar. Ele
ajuda consideravelmente.
04 A Inglaterra manifesta um fato notá vel: quanto mais baixa se encontra uma classe no 65
seio da sociedade e mais inculta no sentido corrente do termo, mais pró ximo está do
futuro e do progresso. Isto é, em suma, o que caracteriza toda a época revolucioná ria
que deu lugar ao cristianismo, disse-se "bem aventurados os pobres", a "sabedoria
deste mundo se fez loucura" etc
05 Assim: bem aventurados os pobres, porque deles será o reino dos céus e com um 66
pouco de tempo, sem dú vida, também o reino deste mundo.
(F. Engels, Anti-Dühring, capo IX, "Moral, direito, Verdades eternas")
06 Certamente. Segundo o velho método bem conhecido, podemos dividir todo o domínio 66
do conhecimento em três grandes seçõ es. A primeira abrange todas as ciências que se
ocupam da natureza inanimada e que sã o mais ou menos suscetíveis de ser tratadas
matematicamente: matemá tica, astronomia, mecâ nica, física e química.
07 O caso é ainda pior no campo da astronomia e da mecânica, e na física e na química 67
encontramo-nos rodeados de hipó teses como se estivéssemos no meio de um enxame
de abelhas. Aliá s, nem poderia ser de outro modo. Em física temos de nos haver com o
movimento das moléculas a partir dos á tomos, e se a interferência das ondas
luminosas nã o é um mito, nã o temos absolutamente nenhuma esperança de ver
alguma vez com os nossos olhos essas coisas maravilhosas. As Verdades definidas em
ú ltima aná lise tornam-se, com o tempo, estranhamente raras.
08 A segunda classe de ciências é a que engloba o estudo dos organismos vivos. Neste 67
domínio desenvolve-se tal diversidade de relaçõ es recíprocas e causalidades que nã o
só cada questã o resolvida suscita uma quantidade inumerá vel de novas questõ es,
como também cada questã o
individual só pode ser resolvida - e na maior parte dos casos parcialmente - por meio
de uma série de pesquisas que exigem muitas vezes séculos.
09 Mas as coisas estã o ainda piores para as verdades eternas no terceiro grupo de 68
ciências, as ciências histó ricas, que estudam na sua sucessã o histó rica e no seu
resultado presente as condiçõ es de vida dos homens, as relaçõ es sociais, as formas do
Direito e do Estado com a sua superestrutura ideal baseada na filosofia, na religiã o, na
arte etc.
10 Assim que aplicamos a oposiçã o entre verdade e erro fora do campo limitado que 71
indicamos acima, ela se torna relativa e impró pria para a expressã o científica exata; no
entanto, se tentarmos aplicá -la como absolutamente vá lida fora desse campo,
falharemos por completo: os dois polos da oposiçã o transformar-se-ã o nos seus
opostos e a verdade converter-se-á em erro e o erro em verdade.
(F. Engels, Dialética da Natureza. "Introdução".)
11 As modernas ciências naturais sã o as ú nicas que alcançaram um desenvolvimento 72
científico sistemá tico e completo em oposiçã o à s geniais intuiçõ es filosó ficas que os
antigos aventuraram acerca da natureza, e à s descobertas dos á rabes, importantes
mas esporá dicas e que se perderam na maioria dos casos sem oferecer o menor
resultado positivo;
12 Mas a partir daí operou-se, a passos agigantados, o desenvolvimento da ciência, pode- 75
se dizer que esse desenvolvimento se intensificou proporcionalmente ao quadrado da
distâ ncia (no tempo) que o separa de seu ponto de partida.
13 Mas o que, sobretudo, caracteriza esse período é a elaboraçã o de uma peculiar 77
concepçã o do mundo, na qual o ponto de vista mais importante é a ideia da
imutabilidade absoluta da natureza. Segundo essa ideia, a natureza,
independentemente da forma como nasceu, uma vez presente, permaneceria sempre
imutá vel, enquanto existisse.
14 Mas o que, sobretudo, caracteriza esse período é a elaboraçã o de uma peculiar 78
concepçã o do mundo, na qual o ponto de vista mais importante é a ideia da
imutabilidade absoluta da
natureza. Segundo essa ideia, a natureza, independentemente da forma como nasceu,
uma vez presente, permaneceria sempre imutá vel, enquanto existisse.
15 Incluo também nesse período os materialistas do século XVIII, porque nã o dispunham 79
de outros dados das ciências naturais além dos que foram descritos acima. A obra de
Kant, que posteriormente faria época, nã o foi por eles conhecida, e Laplace apareceu
muito depois deles
16 Nã o esqueçamos que embora os progressos da ciência abrissem numerosas brechas 79
nessa caduca
Conceºpçã o da natureza, toda a primeira metade do século XIX, se encontrou, apesar
de tudo, sob a sua influência; em essência, ainda hoje ela continua a ser ensinada em
todas as escolas.
(F. Engels, A Guerra dos Camponeses, Werke, 7.)
17 A descoberta da imprensa e as crescentes necessidades comerciais lhe tiraram nã o só 79
o monopó lio da leitura e da escrita como também o domínio intelectual. O clero se viu
expulso dos postos influentes pela nova ordem dos juristas. Também começou a ser
em grande parte, supérfluo, como ele mesmo confirmava tornando-se cada vez mais
preguiçoso e ignorante
18 Nas épocas primitivas, os eclesiá sticos obtiveram o monopó lio da cultura que adquiriu 80
um cará ter essencialmente teoló gico. Nas mã os dos eclesiá sticos, a política e a
jurisprudência se
converteram, da mesma forma que as ciências restantes, em simples ramos da teologia
e foram tratadas segundo seus princípios.
19 Está claro que todos os ataques dirigidos, em geral, contra o feudalismo devem ser 80
reconduzidos contra a Igreja; todas as doutrinas revolucioná rias, sociais e políticas
devem ser, ao mesmo
tempo, heresias teoló gicas. Para poder sanear as condiçõ es sociais existentes é preciso
tirar-lhes seu cará ter sagrado.
(K. Marx, A Revolução de Junho, em "A Nova Gazeta Renana", 29/6/1848)
20 A ciência nã o existe para a plebe, que cometeu um crime desonrado, inexpressivo: 81
arriscar tudo por sua pró pria existência e nã o por Luiz Felipe ou M. Marrast.
21 O ú ltimo vestígio oficial da Revoluçã o de fevereiro, a comissã o executiva, se 81
desvaneceu com a bruma diante da gravidade dos elementos. Os poéticos jogos de
artifício de Lamartine se transformaram em planos incendiá rios de Cavaignac.
3º CARTA: (F. Engels, Cartas a A. Sorge, 29/4/1886.)
22 O que diria este filisteu se ouvisse falar no Reichstag, pessoas que fizeram tabula rasa 82
dessa vergonhosa sintaxe, da qual ele nã o pode se desvencilhar e que falam como os
judeus: "Desde que Bismarck chegou preferiu beijar a bunda do papa que a boca da
revoluçã o", etc.
23 A propó sito de seu "o senhor conhece a mesquinhez do filisteu alemã o cultivado", me 82
parece que isso nã o é verdade, especialmente na América. A sintaxe alemã , com toda
sua pontuaçã o,
tal como foi ensinada, faz quarenta ou cinquenta anos na Alemanha, está boa para ser
rejeitada, o que está acontecendo cada vez mais, inclusive na Alemanha.
IV. EDUCAÇÃO, TRABALHO INFANTIL E FEMININO
(K. Marx, Instruções aos Delegados do Conselho Central Provisório, AIT,1868.)
24 83
Em uma sociedade racional, qualquer criança deve ser um trabalhador produtivo a
partir dos nove anos, da mesma forma que um adulto em posse de todos os seus
meios, nã o pode escapar da lei da natureza, segundo a qual aquele que quer comer tem
de trabalhar, nã o só com o seu cérebro, mas também com suas mã os.
25 Parece-nos ú til fazer uma divisã o em três categorias, que serã o tratadas de maneira 83
diferente.
26 A primeira compreende as crianças dos nove aos doze anos; a segunda, dos treze aos 84
quinze; a terceira, dos dezesseis aos dezessete anos. Propomos que o emprego da
primeira categoria, em todo o trabalho, na fá brica ou no domicílio, seja reduzido para
duas horas; o da segunda, para quatro horas, e o da terceira, para seis. Para a terceira
categoria deve existir uma interrupçã o de, pelo menos, uma hora para a comida e o
descanso.
27 Os direitos das crianças, e dos adultos terã o de ser defendidos, já que nã o podem fazê- 84
los eles pró prios. Daí o dever da sociedade de combater em seu nome.
28 No entanto, o setor mais culto da classe operá ria compreende que o futuro de sua 84
classe e, portanto, da humanidade, depende da formaçã o da classe operá ria que há de
vir.
29 Isto só será possível mediante a transformaçã o da razã o social em força social e, 85
nas atuais circunstâ ncias, só podemos fazê-lo através das leis gerais impostas pelo
poder do Estado.
30 Por educação entendemos três coisas: 85
1) Educaçã o intelectual.
2) Educaçã o corporal, tal como a que se consegue com os exercícios de giná stica e
militares.
3) Educaçã o tecnoló gica, que recolhe os princípios gerais e de cará ter científico de
todo o processo de produçã o e, ao mesmo tempo, inicia as crianças e os adolescentes
no manejo de ferramentas elementares dos diversos ramos industriais.
31 O emprego de crianças e adolescentes de nove a dezoito anos em trabalhos noturnos 86
ou em indú strias, cujos efeitos sejam nocivos à saú de deve ser severamente proibido
por lei.
(K. Marx, O Capital, I, 4, c. 13: "A Maquinaria e a Indústria Moderna"; 3". "Apropriação pelo capital das
forças de trabalho suplementares. O trabalho das mulheres e das crianças".)
32 A obliteraçã o intelectual dos adolescentes, artificialmente produzida com a 86
transformaçã o deles em simples má quinas de fabricar mais-valia, é bem diversa
daquela ignorâ ncia natural em que o espírito, embora sem cultura, nã o perde sua
capacidade de desenvolvimento, sua fertilidade natural.
33 O espírito da produçã o capitalista resplandecia vitorioso na redaçã o confusa das 86
chamadas clá usulas de educaçã o das leis fabris, na falta de aparelhagem
administrativa, que tornava frequentemente ilusó ria a obrigatoriedade do ensino, na
oposiçã o dos pró prios fabricantes contra essa obrigatoriedade e nas suas manhas e
trapaças para se furtarem a ela.
34 Essa lei estabelece apenas que as crianças sejam encerradas por determinado nú mero 87
de horas (3 horas) por dia, entre as quatro paredes de um local chamado escola e que
o empregador receba por isso semanalmente certificado subscrito por uma pessoa que
se qualifique de professor ou professora.
K. Marx, O Capital, J, 4 c. 13, "A maquinaria e a indústria moderna", 9, "Legislação fabril inglesa, suas
disposições relativas à higiene e à educação, a sua generalização e toda produção social".)
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O sistema de metade trabalho e metade escola toma cada uma das duas ocupaçõ es
descanso e recreaçã o em relaçã o à outra, sendo por isso mais apropriado para a
criança do que a continuaçã o ininterrupta de uma das duas.
36 Mais informaçõ es sobre o assunto encontra-se no discurso de Senior no Congresso 91
Socioló gico de Edimburgo, em 1863. Entre outras coisas, mostra ele como o dia
escolar monó tono, improdutivo e prolongado das crianças das classes superiores e
médias aumenta inutilmente o trabalho do professor, "que desperdiça o tempo, a
saú de e a energia das crianças
37 Do sistema fabril, conforme expõ e pormenorizadamente Robert Owen, brotou o germe 92
da educaçã o do futuro que conjugará o trabalho produtivo de todos os meninos além
de uma certa idade com o ensino e a ginástica, constituindo-se em método de elevar a
produçã o social e de ú nico meio de produzir seres humanos plenamente
desenvolvidos.
38 Já vimos que a indú stria moderna elimina tecnicamente a divisã o manufatureira do 92
trabalho, na qual um ser humano com todas as suas faculdades e por toda a vida fica
prisioneiro de uma tarefa parcial. Mas, ao mesmo tempo, a forma capitalista da
indú stria moderna reproduz aquela divisã o de trabalho de maneira ainda mais
monstruosa, na fá brica propriamente dita, transformando o trabalhador no acessó rio
consciente de uma má quina parcial
39 A contradiçã o entre a divisã o manufatureira do trabalho e a natureza da indú stria 93
Moderna se impõ e de maneira poderosa. Ela se patenteia, por exemplo, no terrível
fato de grande parte dos meninos empregados nas fábricas e manufaturas modernas,
condenados desde a mais tenra idade a repetir sempre as operaçõ es mais simples,
serem explorados anos seguidos, sem aprender qualquer trabalho que os torne ú teis
mais tarde, mesmo que fosse na mesma manufatura ou fá brica
40 A indú stria moderna rasgou o véu que ocultava ao homem seu pró prio processo social 95
de produçã o e que transformava os ramos de produçã o naturalmente diversos em
enigmas, mesmo para aquele que fosse iniciado num deles.
41 A tecnologia descobriu as poucas formas fundamentais do movimento, em que se 96
resolve necessariamente toda a açã o produtiva do corpo humano, apesar da variedade
dos instrumentos empregados, do mesmo modo que a mecâ nica nos faz ver, através da
grande complicaçã o da maquinaria, a contínua repetiçã o das potências mecânicas
simples
42 Por meio da maquinaria, dos processos químicos e de outros modos, a indú stria 96
moderna transforma continuamente a base técnica da produçã o e com ela as funçõ es
dos trabalhadores e as combinaçõ es sociais do processo de trabalho.
43 Exige, por sua natureza, variaçã o do trabalho, isto é, fluidez das funçõ es, mobilidade 96
do trabalhador em todos os sentidos.
44 Tudo o que se acreditava permanente e perene extingue-se, o santo é profanado e, por 96
fim, o homem se vê constrangido, pela força das coisas, a contemplar com olhares frios
sua vida e suas relaçõ es com os outros". (F. Engels e Karl Marx, Manifesto Comunista,
London, 1848, pg 57.)
45 Já vimos como essa contradiçã o absoluta elimina toda tranquilidade, solidez e 97
segurança da vida do trabalhador, mantendo-o sob a ameaça constante de perder os
meios de subsistência ao ser-lhe tirado das mã os o instrumental de trabalho 46, de
tornar-se supérfluo ao ser impedido de exercer sua funçã o parcial; como essa
contradiçã o se patenteia poderosa na hecatombe ininterrupta de trabalhadores, no
desgaste sem freio das forças de trabalho e nas devastaçõ es da anarquia social. Este é
o aspecto negativo.
46 Torna questã o de vida ou morte substituir a monstruosidade de uma populaçã o 97
operá ria miserá vel, disponível, mantida em reserva para as necessidades flutuantes da
exploraçã o capitalista, pela disponibilidade absoluta do ser humano para as
necessidades variá veis do trabalho;
47 As escolas politécnicas e agronô micas sã o fatores desse processo de transformaçã o 98
que se desenvolveram espontaneamente na base da indú stria moderna;
48 A legislaçã o fabril arrancou ao capital a primeira e insuficiente concessã o de conjugar 98
a instruçã o primá ria com o trabalho na fá brica. Mas, nã o há dú vida de que a conquista
inevitá vel do poder político pela classe trabalhadora trará a adoçã o do ensino
tecnoló gico, teó rico e prá tico nas escolas dos trabalhadores.
49 Mas, o desenvolvimento das contradiçõ es de uma forma histó rica de produçã o é o 98
ú nico caminho de sua dissoluçã o e do estabelecimento de uma nova forma.
50 O direito das crianças tinha de ser proclamado. "Infelizmente", diz o relató rio final da 99
'Child. Empl. Comm.' de 1866, "da totalidade dos depoimentos obtidos se desprende
que as crianças de ambos os sexos precisam ser mais protegidas principalmente de
seus pais".
51 Mas, nã o foram os abusos do poder paterno que criaram a exploraçã o direta ou 100
indireta das forças imaturas do trabalho pelo capital; ao contrá rio, foi o modo
capitalista de exploraçã o que, ao suprimir a base econô mica correspondente à
autoridade paterna, fez o exercício dela degenerar em abusos nefastos.
52 Duas circunstâ ncias têm sido decisivas para a generalizaçã o da lei fabril: primeiro, a 101
experiência sempre repetida de que o capital, quando fica sujeito ao controle do
Estado em alguns pontos da esfera social, procura compensar-se nos demais da
maneira mais desmesurada52, segundo, o clamor dos pró prios capitalistas pela
igualdade das condiçõ es de concorrência, isto é, o estabelecimento de barreiras iguais
para todos que exploram o trabalho53.
53 Na fala do trono de 5 de fevereiro de 1867, o gabinete conservador anunciou que tinha 103
transformado em projetos de lei as recomendaçõ es da comissã o de inquérito
industrial59. Para chegar a esse resultado foi necessá ria uma nova experiência de 20
anos com as características de uma operaçã o em corpo vil. Já em 1840, fora nomeada
uma comissã o parlamentar para investigar as condiçõ es de trabalho das crianças.
54 "Esse relató rio (de. 1842) ficou esquecido durante vinte anos, período em que se 104
permitiu que aquelas crianças crescessem sem a menor noçã o do que chamamos de
moral, sem educaçã o, sem religiã o ou afeto natural da família e se tornassem os
pais da geraçã o atual"
55 "Oficio é qualquer trabalho manual exercido como meio de vida, ou com fins lucrativos, 105
ou na confecçã o, ou na modificaçã o, conserto, adorno, acabamento, de um artigo ou
parte dele, ou por ocasiã o dessas operaçõ es, ou tom o fim de adaptar, seja de que
modo for, qualquer artigo para venda".
56 "Oficina é qualquer quarto ou local, com teto ou ao ar livre, onde exerce um oficio 105
qualquer criança, adolescente ou mulher, e em relaçã o ao qual tem o direito de acesso
e controle aquele que emprega essa criança, adolescente ou mulher".
57 "Trabalhador significa trabalhar em qualquer oficio, com ou sem salá rio, subordinado 105
a um patrã o ou a um pai, como está definido nessa lei".
58 "Por Pai se entende pai, mã e, tutor ou qualquer outra pessoa que exerça tutela ou 105
controle sobre qualquer. criança ou adolescente".
59 lei que estende as leis fabris (Factory Acts Extensions Act), relativa aos grandes 106
estabelecimentos, é inferior à lei fabril, em virtude de uma série de lamentá veis
disposiçõ es de exceçã o e de covardes compromissos com os capitalistas.
60 lei que estende as leis fabris (Factory Acts Extensions Act), relativa aos grandes 106
estabelecimentos, é inferior à lei fabril, em virtude de uma série de lamentá veis
disposiçõ es de exceçã o e de covardes compromissos com os capitalistas.
61 Toda a farsa caracteriza tã o bem o espírito do capital, que daremos dela alguns 108
extratos. Para facilitar a literatura, apresentá -los-emos devidamente classificados. As
perguntas e as correspondentes respostas sã o numeradas nos livros azuis. Os
depoimentos citados sã o de trabalhadores das minhas de carvã o.
4º CARTA: (F. Engels, Carta a Gertrud Guillaume-Schack, 5/7/1885.)
62 A igualdade de salá rio para o mesmo trabalho de ambos os sexos foi exigida, pelo que 108
sei, por todos os socialistas, enquanto o sistema geral de salá rios nã o tenha sido
abolido. Pareceme claro que a mulher trabalhadora necessita de proteçõ es específicas
contra a exploraçã o capitalista, por razõ es psicoló gicas particulares.
63 Estou convencido de que uma verdadeira igualdade de direitos entre homens e 108 e
mulheres só poderá ser verdadeira quando e tiver eliminado a exploraçã o capitalista 109
sobre ambos e o trabalho doméstico privado seja convertido em indú stria pú blica.

(F. Engels, A Origem da família, da Propriedade privada e do Estado, C. 2, "A família”.)


64 As coisas mudaram com a família patriarcal e ainda mais com a família individual 109
monogâ mica. O governo do lar perdeu seu cará ter social. A sociedade já nada mais
tinha a ver com ele.

65 A família individual moderna baseia-se na escravidã o doméstica, franca ou 109


dissimulada, da mulher, e a sociedade moderna é uma massa cujas moléculas sã o as
famílias individuais. Hoje, na maioria dos casos, é o homem que tem que ganhar os
meios de subsistência da família, pelo menos nas classes possuidoras; e isso dá -lhes
uma posiçã o dominadora, que nã o exige privilégios legais especiais
67 De igual maneira, o cará ter particular do predomínio do homem sobre a mulher na 110
família moderna assim como a necessidade e o modo de estabelecer uma igualdade
social efetiva entre ambos, nã o se manifestarã o com toda a nitidez senã o quando
homem e mulher tiverem, por lei, direitos absolutamente iguais.
68 Entã o é que se há ver que a libertaçã o da mulher exige, como primeira condiçã o, a 110
reincorporaçã o de todo o sexo feminino na indú stria social, o que, por sua vez, requer
a supressã o da família individual enquanto unidade econô mica da sociedade.

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