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Como extrair e visualizar moléculas de DNA

(banana)

INTRODUÇÃO

O ADN (ácido desoxirribonucleico) é o suporte universal da informação genética que define as


características de cada organismo vivo. A unidade fundamental do ADN é o nucleótido, que
resulta da ligação entre uma base azotada (A- adenina, G- Guanina, C- citosina, T- timina), uma
pentose (desoxirribose) e um grupo fosfato.

Constituição do ADN

Nas células eucarióticas de plantas, fungos e animais, esta molécula encontra-se no núcleo. A
designação dada ao nucleótido encontra-se relacionada com a respetiva base azotada que o
compõe.

Dada a posição dos grupos fosfato no polímero, a sua carga negativa (a pH neutro) torna a
molécula altamente hidrofílica. Em consequência disto, as moléculas que interagem com o
material genético (nomeadamente proteínas) têm em geral cargas positivas necessárias a
estabelecerem-se ligações iónicas com o ADN.
A extração e análise de ADN é uma técnica laboratorial muito utilizada na investigação
científica e em diversos estudos forenses (testes de paternidade e identificação de indivíduos).

Os segmentos de ADN que são responsáveis por carregar a informação genética são
denominados genes. O restante da sequência de ADN tem uma importância estrutural ou está
envolvido na regulação do uso da informação genética.

A dupla hélice ADN é estabilizada por pontes de hidrogénio entre as bases presas às duas fitas.
As quatro bases são adenina, citosina, guanina e timina.

O objetivo desta atividade experimental era conseguir visualizar o ADN das células vegetais,
neste caso do Kiwi. Para tal tínhamos que destruir os tecidos e separar os fragmentos celulares
por filtração. A extração de ADN completa-se adicionando álcool frio, que provoca a sua
precipitação.

CÉLULA VEGETAL
A Célula vegetal é, fundamentalmente constituída por:
Célula

Vegetal

Cloroplasto: organela formada por duas membranas e por estruturas discóidais internas. É a
sede da fotossíntese, pois contém moléculas de clorofila que capturam a energia solar e
produzem moléculas como glicose que poderá ser utilizada pelas mitocôndrias para a geração
de ATP.

Parede celulósica: constituída por celulose (polissacarídio) e também por glicoproteínas


(açúcar + proteína), hemicelulose (união de certos açúcares com 5 carbonos) e pectina
(polissacarídio). A celulose forma fibras, enquanto as outras constituem uma espécie de
cimento; juntas formam uma estrutura muito resistente.

Vacúolo: Estrutura derivada do retículo endoplasmático que pode conter líquidos e pigmentos,
além de diversas outras substâncias.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E MATERIAIS


Materiais:

1 banana
1 Faca

1 Goblé

1 Tubo de ensaio

Sal

Detergente de Louça

Água

1 Funil

Filtro de café

1 Varinha Mágica

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
1º. Descascar e cortar a banana;

2º. Triturar a banana até ser uma solução líquida;

3º. Fazer a preparação de extração, juntando num copo, ½ colher de café de sal fino, 1 colher
de chá de detergente e 100 ml de água;

4º. Adicionar a polpa de Kiwi à preparação de extração, antes preparada;

5º. Colocar o filtro de café, preferencialmente em leque, de modo a ter a maior superfície de
absorção possível, num funil;

6º. Verter através do funil a solução para o tubo de ensaio;

7º. Adicionar álcool à solução filtrada.

RESULTADOS: Na região de intersecção entre o álcool e a solução é visível a formação de


um novelo fino e branco. Este novelo é o ADN do kiwi.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E DO PROCEDIMENTO

Foi realizada a extração do ADN do kiwi, pois as células deste fruto possuem esta molécula
com grande densidade. A extração do ADN destas células consiste fundamentalmente em três
etapas:

1ª Rutura das células para a libertação dos seus núcleos;

2ª Desmembramento da cromatina nos seus componentes básicos, ADN e proteínas;

3ª Separação do ADN dos demais componentes celulares.


Para começar, na primeira etapa, foi necessário esmagar o kiwi para libertar o conteúdo do
ADN que estava dentro do núcleo das células e por isso, intacto. Obteve-se assim o maior
número possível de células.

Como resultado desta operação resultou uma polpa de kiwi espessa.

Ao kiwi foi, numa primeira fase, adicionado sal, detergente e água:

Utilizámos o sal (cloreto de sódio) para ajudar a manter as proteínas dissolvidas no líquido
extraído, impedindo que elas se precipitem com o ADN. Mas a razão principal pela qual
utilizámos o Sal deve-se ao facto que este interfere com a carga da molécula de ADN, tornando
a molécula mais estável, com a ajuda das proteínas histonas. Ao contribuir com iões positivos
para a solução, vai provocar reações químicas e neutralizar a carga por natureza negativa do
ADN. (O cloreto de sódio dissocia-se em Na+ e Cl- enquanto que o açúcar-fosfato, presente na
molécula de ADN possui uma carga negativa. A junção dos dois elementos permite a agregação
das moléculas de ADN, visto que os iões Na+ reagem com os grupos fosfato do ADN).

O detergente tem por função de separar as gorduras e afectar as membranas, abrindo e


dissolvendo as camadas lipídicas que compõem a membrana plasmática e as membranas dos
organelos.

Ao filtrar a preparação para o tubo de ensaio apenas uma parte liquida e quase translúcida
atravessa o filtro e se deposita no fundo, de forma uniforme, enquanto que as substâncias
mais espessas da polpa de kiwi não atravessaram o filtro e ficaram detidas no funil.

Posteriormente adicionámos o álcool gelado porque o ADN não é solúvel neste composto,
logo vai precipitá-lo. Por outro lado, ajuda a remover a impurezas do ADN. Ao derramarmos
o álcool na solução, foi claro que estes dois não são solúveis e a pouco e pouco começaram a
notar-se no extrato filamentos brancos muito finos, na zona de intersecção dos dois. Estes
filamentos representam o ADN.

Como o ADN precipitado é menos denso que a água, ascende rapidamente e acumula-se na
parte superior, ascendendo depois lentamente na camada de álcool, tornando possível a sua
visualização.

CONCLUSÃO
Assim podemos concluir que a molécula do ADN:

 É pouco solúvel no álcool


 É muito pouco densa (ascendeu, mesmo para além do álcool, que já é pouco
denso)

 Tal como esperado, as células vegetais, mais propriamente as do Kiwi contém


ADN na sua constituição.

 A nossa experiência realizou-se sem problemas, sendo possível obter os


resultados esperados. Conseguimos separar o ADN das proteínas, e observá-lo
numa proveta.

 Pretendia-se com este trabalho efetuar a remoção e observação do ADN das


células vegetais do kiwi, objetivos esses que foram plenamente atingidos.

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