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Escola: Deputado Manoel Rodrigues

Professor: Fábio Jeyson


Disciplina: Biologia
Titulo da aula: Extração de DNA
Série: 1º Ano C
Nº de alunos: 25
Tempo: 50 min; Turno: Manhã
Será utilizado produtos químicos para o isolamento do DNA do
morango para com isso percebermos a existência dessa
estrutura e a função e importância de cada elemento químico
bem como a relação dele conosco no dia a dia.

O objetivo geral dessa atividade é mostrar a importância da


química e da biologia como uma forma de pensar e falar sobre
o mundo, que pode ajudar o cidadão a participar da sociedade
industrializada e globalizada, na qual a ciência e a tecnologia
desempenham um papel cada vez mais importante, sobretudo
no que se referem as importantes conquistas da ciência para a
nossa vida.

O objetivo específico dessa experiência é entender os


conceitos de genética básica e demonstrar como podemos
identificar e extrair o DNA do morango como um bom modelo
para esse tipo de estudo e atividade prática.

Materiais (por grupo):


 Mascara para proteger a respiração
 Óculo de Proteção
 1 par de luvas
 1 Jaleco
 1 Almofariz com Pistilo
 1 morango (fresco ou congelado)
 10 ml de solução de extração de DNA (veja como fazer
abaixo)
 Aparato filtrante: 1 filtro de papel com funil ou 1 filtro de
pano ou gaze
 Álcool etílico gelado (pode ser álcool 90º g.l.)
 1 tubo de ensaio limpo
 1 bastão de vidro ou 1 palito de madeira (tipo pau-de-
laranjeira, para manicure, encontrado em drogarias)

Preparo das soluções e outras notas sobre os


materiais
 O saquinho tipo “zip loc” deve ser bem espesso. Quanto
mais espesso mais resistente e geralmente os saquinhos
utilizados para embalar comidas no freezer são
apropriados.

 Os morangos podem ser frescos ou congelados. Se for
usar morangos congelados, deixar descongelar
completamente antes de realizar o experimento. Outras
frutas macias como Kiwi ou banana podem ser usadas,
mas não fornecem ao final tanto DNA.

Solução de extração de DNA (suficiente para 100


grupos)
 15 gramas de NaCl
 900 ml de água
 100 ml de detergente

Método (ou como fazer)


 Ponha as luvas, o Jaleco, óculos de proteção e a máscara
 Coloque um morango, previamente lavado e sem as
sépalas (as folhinhas verdes) em um Almofariz com
Pistilo.

1. Esmague o morango por, no mínimo, 2 minutos.


2. Transfira o macerado para um Béquer e o adicione a
solução de extração ao conteúdo.
3. Misture tudo por 1 minuto.
4. Derrame o extrato no aparato filtrante e deixe filtrar
diretamente dentro do tubo. Não encha totalmente o tubo
(encha somente até 1/8 do seu volume total).
5. Derrame devagar o álcool gelado no tubo, até que o
mesmo esteja cheio pela metade.
6. Mergulhe o bastão de vidro ou o pau-de-laranjeira dentro
do tubo no local onde a camada de álcool faz contato com
a camada de extrato.
7. Mantenha o tubo ao nível dos olhos para ver o que está
acontecendo.

O que é DNA e qual a sua função


Todos os organismos vivos armazenam todas as suas
informações genéticas codificadas e contidas nos ácidos
nucleicos (DNA, ácido dioxirribonucleico e RNA ácido
ribonucleico). A molécula de DNA é conhecida como a
molécula da hereditariedade, pois dentro dela estão contidas
todas as informações genéticas das quais o novo indivíduo
necessita para ser formado.

Na molécula de DNA existem duas longas fitas de nucleotídeos


que se enrolam formando uma estrutura de dupla hélice. Essa
molécula se auto-reproduz e sintetiza o RNA que é uma fita
simples que atua na síntese de proteínas. Cada nucleotídeo é
composto por um açúcar, uma base e um fosfato, o açúcar é
uma pentose do tipo desoxirribose no DNA e ribose no RNA.
As bases são de 4 tipos A (adenina), C (citosina), T (timina ), G
(guanina) para o DNA.

No RNA a base T(timina) é substituída pela base U (uracila).


Para as duas fitas se ligarem e enrolarem formando uma dupla
hélice, as bases se conectam através de ligações formando
pontes de hidrogênio entre as bases complementares (A e T, G
e C no caso do DNA e no caso do RNA A e U).

Quando ocorre a duplicação do DNA uma enzima separa as


duas fitas da dupla hélice, e a informação contida no DNA é
transferida para uma molécula de RNA, essa molécula é muito
semelhante ao DNA, porém é constituída de um único filamento
e sua função é reproduzir a seqüência de um dos filamentos do
DNA, atuando como intermediário na construção de uma
proteína. Cada uma das hélices do DNA serve como molde
para a construção do novo DNA.

Por que utilizamos o morango para extrair o DNA


Uma das razões de se trabalhar com morangos é que por
serem muito macios e fáceis de homogeneizar, são mais
eficientes para se extrair o DNA.

Morangos maduros também produzem pectinases e celulases


– enzimas que degradam a pectina e a celulose
(respectivamente), presentes nas paredes celulares das células
vegetais.

Além disso, os morangos possuem muito DNA: eles possuem 8


cópias de cada conjunto de cromossomos, o que facilita a
extração.

O que é a solução para extrair o DNA


A solução para extrair DNA também conhecida como solução
de lise, é assim denominada devido a sua função de
rompimento da membrana plasmática e outras membranas.

Por que amassamos os morangos


Quanto mais os morangos forem macerados maior será sua
superfície de contato com a solução de lise e melhor a ação da
solução sobre as células. Isto permitirá a liberação de uma
maior quantidade de moléculas de DNA e, portanto, um bom
rendimento.

Porque utilizamos detergente/shampoo, sal e etanol?


O DNA está presente no núcleo das células de qualquer
organismo, dentro de pequenos pacotes genéticos chamados
cromossomos. Para isolá-los os cientistas separaram-no dos
outros componentes celulares. As células são fragmentadas e
o DNA é separado do conteúdo lipídico das membranas da
célula e dos organitos. Em seguida o DNA é separado das
proteínas.
O detergente/shampoo permite a desestruturação das
moléculas de lipídios das membranas. Com a ruptura das
membranas o conteúdo celular, incluindo as proteínas e o DNA,
soltam-se e dispersam-se na solução.

A adição do sal (NaCl) proporciona ao DNA um ambiente


favorável para a extração de DNA. O sal contribui com íons
positivos que neutralizam a carga negativa do DNA.
Numerosas moléculas de DNA podem coexistir nessa solução.

E o álcool gelado torna possível a visualização das moléculas,


que se agrupam formando um monte de filamentos muito finos
tipo fios de algodão. Isso ocorre devido ao fato de a proteína
ser insolúvel em álcool, ou seja, ela não se dissolve no álcool.
O DNA é menos denso que a água e a mistura aquosa dos
restos celulares.

O DNA do morango que vemos é igual a


representação de dupla hélice de DNA?
Sim. Não dá para ver a dupla hélice de DNA como nos livros,
a molécula de DNA pode ser extremamente longa, mas seu
diâmetro é de apenas 2 nanômetros, ou seja, é visível apenas
em microscopia eletrônica.

Assim sendo, o que se vê após a precipitação é um


emaranhado formado por milhares de moléculas de DNA.

Outro aspecto que precisa de muita atenção é


para não confundir a pectina com o DNA. O morango é muito
rico em pectina, e por isso não propicia uma extração de DNA
tão limpa quanto outros vegetais, como a cebola por exemplo.

A pectina apresenta consistência de geleia quando retirada


com um bastão de vidro, pipeta Pasteur ou palito de dente,
além de apresentar bolhas. O DNA forma filamentos finíssimos.

Essa atividade pode ser utilizada para que os alunos


compreendam as correlações da química e da biologia na
genética, e que por isso é importante tanto saber as estruturas
quanto como elas funcionam.
A utilização dessa prática em sala de aula exige cautela para
não induzir o aluno a erros, e uma problematização  – uma
questão que o aluno precisa dos resultados ou dos
procedimentos dessa atividade para responder – para que o
aluno entenda o por que fazer e não apenas seguir protocolos
como um checklist.

É possível a partir dessa atividade trabalhar conceitos como:


composição das células (membranas, lipídios, pectina);
molécula de DNA; reações bioquímicas e procedimentos
experimentais.

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