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Classificação dos Seres Vivos

Nicolau Santiago Prímola - CMBH – 2023


Sequência didática Nº 01 – Classificação dos seres vivos.
DETALHAMENTO DOS OBJETOS DO CONHECIMENTO:
1) Sistema de classificação de Lineu (Nomenclatura binomial e categorias taxonômicas).
2) 2) Sistemática moderna (parentesco evolutivo, árvores filogenéticas e cladogramas).
Parte 1
Classificação e Nomenclatura dos
seres vivos

 Classificar = agrupar por critério de alguma


semelhança.
 Nomenclatura = dar nomes aos seres vivos
(universalizar)
Sistemática e Classificação Biológica – Capítulo 1

Classificação biológica: é para facilitar ou para complicar?


1. Aspectos Históricos:
1. Grego Aristóteles ( Séc. IV a.C.) – Elaborou um dos primeiros
sistemas de classificação, que influencia a classificação atual.
2. Lineu ( Séc. XVIII ) – Naturalista Sueco fixista , assumiu o desafio
de desenvolver um sistema de classificação que fosse capaz de
organizar claramente o grande número de espécies então
descobertas.
3. Charles Darwin ( Meados do Sec. XIX ) – Naturalista Inglês
evolucionista, segundo o qual todos os seres vivos atuais
descendem dos primeiros organismos que surgiram na Terra
bilhões de anos atrás.
1. Para Darwin, a vida teria surgido uma única vez e se diversificado ao
longo tempo
4. Alo longo do século XX – A teoria darwinista foi ampliada e
consolidada e atualmente é aceita pela maioria dos biólogos.
1.1. Fundamentos da Classificação biológica

• Classificação Biológica ( = Taxonomia ) – Sistema eficiente


para organizar e compreender a grande diversidade das
formas de vida.

TAXONOMIA

Distribui os seres vivos em agrupamentos genericamente


denominados

TÁXONS
(Que tem como base as semelhanças existentes entre eles)
»TÁXON: grupo de organismos
reconhecidos como uma unidade em algum
nível da classificação hierárquica (Animalia,
Chordata, Primates, Homo sapiens).
• Agrupamentos taxonômicos
São organizados em hierarquias ( Isso significa que há grupos
mais abrangentes contendo grupos mais específicos ).

Exemplo:
1.O Reino ( Um dos táxons mais abrangentes da
taxonomia tradicional ). É constituído por táxons menores =
Os Filos.
2.Os Filos são subdivididos em táxons menores, As
Classes, e assim por diante até as espécies.
• A classificação biológica de Lineu
Lineu ( Naturalista Sueco Carl von Linné, 1707 a 1778 ) –
Publicou os princípios da classificação biológica nas primeiras
edições de sua obra Species plantarum, de 1753, e na décima
edição do livro Systema naturae, de 1766.

Classificou os seres vivos de acordo com características


estruturais e anatômicas.
• Os táxons tradicionais – Segundo Lineu
1. Espécie ( Táxon mais restrito ) – Grupo de indivíduos
dotados de características estruturais típicas, ausentes em
outros grupos.
2. Gênero – Reunião de espécies que apresentam
semelhanças relevantes.
1. Exemplo: Lobos , coiotes, chacais e outros eram reunidas no gênero
Canis.
3. Família – Reunião de gêneros semelhantes.
4. Ordem – Reunião de famílias semelhantes.
5. Classe – Reunião de ordens semelhantes.
6. Filo – Reunião de Classes semelhantes (Divisão para botânica).
7. Reino – Reunião de filos.

ReFiCOFaGE
 São sete conjuntos básicos de classificação:

REINOFILOCLASSEORDEMFAMÍLIAGÊNEROESPÉCIE

REFICOFAGE
Conceito biológico de espécie
Nas décadas de 1930 e 1940, dois grandes cientistas e divulgadores da
teoria evolucionista, Theodosius Dobzhansky (1900-1975) e Ernst Mayr
(1904 -2005), propuseram uma conceituação de espécie que ficou
conhecida como CONCEITO BIOLÓGICO DE ESPÉCIE.

Segundo Dobzhansky e Mayr:


“ Espécie é um grupo de populações cujos indivíduos, em
condições naturais, são capazes de se cruzar e de produzir
descendentes férteis, estando reprodutivamente isolados de
indivíduos de outras espécies”.
Conjuntos de classificação
Partindo do menor agrupamento para o maior

» Espécie: é um grupamento de indivíduos com profundas


semelhanças entre si, com capacidade de se cruzarem naturalmente,
originando descendentes férteis.

Ex1: cavalo e da égua. Eles podem cruzar-se e dão origem a um descendente


fértil, isto é, que também pode originar descendentes.
Por isso, eles são da mesma espécie.

Ex2: de um jumento com uma égua nascerá um burro (macho) ou uma


mula (fêmea). Estes animais ( chamados de híbridos ) serão estéreis,
isto é, não podem dar origem a descendentes. Portanto o cavalo (e a
égua) e o jumento são de espécies diferentes.
» Gênero: é o conjunto de espécies que
apresentam semelhanças, embora não sejam idênticas.

Gêneros podem ser agrupados e formar uma família

 O conjunto de gêneros mais aparentados entre si do


que com quaisquer outros forma a família. Assim, o cão
(Canis familiaris) e animais aparentados a ele, como,
por exemplo, o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes
vulpes) fazem parte da família dos canídeos (Canidae).
» Família: é o conjunto de gêneros afins, isto é,
muito próximos ou parecidos, embora possuam
diferenças mais significativas do que a divisão
em gêneros.

Famílias podem ser agrupadas e formar uma ordem


 O conjunto de famílias mais aparentadas entre si forma
uma ordem. Assim o cão, o lobo e a raposa (da família
dos canídeos) e o tigre (da família dos felídeos -
Felidae) fazem parte da ordem dos carnívoros
(Carnivora).
 Esses animais tem várias semelhanças e normalmente
se nutrem apenas de carne - daí o nome da ordem.
» Ordem: é um grupamento de famílias que
têm semelhanças

Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe

 Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma


classe. Assim a raposa (da ordem dos carnívoros), o rato (da
ordem dos roedores - Rodentia), o macaco e os seres humanos
(da ordem dos primatas - Primates) e o coelho (da ordem dos
lagomorfos - Lagomorpha) fazem parte da classe dos mamíferos -
Mammalia).
 A característica mais marcante dessa classe é a presença de
glândulas mamárias, que nas fêmeas são desenvolvidas e
produzem o leite que alimenta os filhotes.
» Classe: é a reunião de ordens que possuem fatores
distintos de outras, mas comum às ordens que a ela
pertencem.

Classes podem ser agrupadas e formar um filo

 O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim,


o boi (da classe dos mamíferos), a galinha (da classe das Aves -
Aves), a tainha (da classe dos peixes - Osteichthyes), o sapo (da
classe dos anfíbios - Amphibia) e a cobra (da classe dos répteis -
Reptilia) fazem parte do filo dos cordados (Chordata).

 Esses animais são semelhantes porque possuem, na fase de embrião,


uma estrutura chamada notocorda, com função de sustentação. A
notocorda pode desaparecer ou não. Nos animais que possuem
vértebras (vertebrados), como os seres humanos, a notocorda
desaparece durante o desenvolvimento embrionário. Em seu lugar
forma-se a coluna vertebral.
» Filo : é a reunião de classes com
características em comum, mesmo que muito
distintas entre si.

Filos podem ser agrupados e formar um reino

O conjunto de filos mais aparentados entre si


forma um reino. Assim, o filo dos cordados e todos
os outros filos de animais formam o reino dos
animais (Animalia).

Os animais são semelhantes porque são


pluricelulares, heterotróficos e tem tecidos
especializados.
» Reino: é a maior das categorias taxionômicas, que reune
filos com as características comuns a todos, mesmo que existam
diferenças enormes entre eles.
• A nomenclatura binomial – Segundo Lineu
Lineu = Associou a classificação biológica a um sistema eficiente de
nomenclatura.
Sugeriu:
Duas palavras para denominar cada espécie

1ª = Epíteto Genérico + 2ª = Epíteto específico


( Substantivo ) ( Adjetivo )

Exemplo : Canis familiaris

Epíteto = vem do grego e significa um substantivo ou um adjetivo que


denomina pessoas, divindades, seres vivos ou objetos, qualificando-os.
• Regras da nomenclatura
1. Nomes: escritos em latim ou em forma latinizada.

2. Epíteto genérico: A primeira letra sempre maiúscula.

3. Epiteto específico: A primeira letra sem minúscula.

4. O nome científico: deve ser destacado no texto em que aparece:


Itálico ou grifado.

5. O epíteto genérico: por ser um substantivo, poderá ser escrito


sozinho.
Por exemplo: para nos referir a uma animal do gênero Canis se
especificar se é lobo, cão, coiote, chacal etc., apenas acrescentamos
após o nome do gênero a abreviatura “sp”, que significa “espécie
inespecífica”. Veja na frase: “ sem dúvida, trata-se de um Canis sp”.
• Regras de nomenclatura – continuação.
6. O epíteto específico: não pode ser escrito sozinho.
Por exemplo, o nome científico da mosca comum é Musca
domestica; entretanto, escrever domestica isoladamente não
identifica essa mosca, pois existem, em outros gêneros, espécies
com esse mesmo epíteto específico ( Exemplo: Curcuma
domestica – uma planta da qual se extrai um corante utilizado na
culinária ).

7. Ao ser utilizado pela primeira vez em um texto: o nome


científico deve ser escrito por extenso. Nas demais vezes em que
for citado, pode-se abreviar a parte genérica.
• Importância da Nomenclatura Científica
Parte 2
1.2. Noções de Sistemática filogenética

A sistemática moderna
• Sistemática = Ramo da biologia que estuda comparativamente todos os
aspectos da biodiversidade nos diferentes níveis de organização biológica, desde o
nível molecular até os ecossistemas (A classificação biológica faz parte da
sistemática).

• Os principais objetivos da sistemática:


a. Compreender os processos responsáveis pela existência da diversidade
biológica (objetivo também da evolução).
b. Estabelecer critérios para organizar a biodiversidade.
c. Catalogar a diversidade biológica, desenvolvendo descrições completas e guias
de identificação das características típicas de cada espécie, além de atribuir a
ela um nome científico.
• Sistemática e evolucionismo
Características Gerais:
1. A tendência atual da sistemática é organizar os táxons com
base nas relações de parentesco evolutivo entre os
organismos.
2. Segundo o evolucionismo, todas as formas de vida são
parentes em algum grau, pois necessariamente tiveram
ancestrais comuns.
3. Desafios da sistemática: Escolher características
morfológicas, funcionais ou mesmo moleculares que sejam
relevantes para classificar os organismos – isto é, que reflitam
seu parentesco evolutivo.
A. As escolas de classificação sistemáticas:
Características Gerais:
1. Baseiam-se em princípios evolutivos.
2. Duas escolas principais:
• EVOLUTIVA: A mais tradicional( Hobert H. Whittaker, 1902-1968).
• FILOGENÉTICA = CLADÍSTICA ( A partir de 1966 com
os trabalhos de Willi Henning ): difere da evolutiva por
apresentar métodos para estabelecer as relações entre os
grupos ( Testar hipóteses ) e considera as novidades
evolutivas.
• Métodos - Considera –se um grande número de
caracteres, que podem ser: anatômicos,
fisiológicos, comportamentais, moleculares, entre
outros e que são analisados por programas
especiais de computadores.
Representações da
Escola Evolutiva x Filogenética

Evolutiva Filogenética = Cladística


B. Noções básicas de especiação
Características Gerais:
• Entende-se que a diversidade de seres vivos é resultante de
processos evolutivos e que, na formação de novas espécies
(especiação), é importante a ocorrência de processos:

ESPECIAÇÃO OCORRE POR

ANAGÊNESE CLADOGÊNESE
Anagênese e Cladogênese
 Anagênese (Do grego: aná = para cima; gênesis = origem): processo
pelo qual um caráter surge ou se modifica numa
população ao longo do tempo, sendo responsável pelas
novidades evolutivas.
 Exemplo: Modificações evolutivas ao longo do tempo, como
as mutações.

 Cladogênese (Do grego: kládos= ramo): processo responsável


pela ruptura da coesão inicial numa população, gerando
duas ou mais populações que não mais se comunicam.
 Exemplo: São as barreiras geográficas separando uma
população inicial em duas, que não se comunicam mais.
Cada uma dessas populações, agora separadas, passa a
ter sua própria história evolutiva.
Conceito filogenético de espécie
“População ou grupo de população definidas por uma ou mais
condições derivadas, constituindo o menor agrupamento
reconhecível”.

Esse conceito contempla tanto a reprodução assexuada quanto a sexuada. Para esse
conceito uma espécie é estritamente o menor grupo de organismos distintos de outros
agrupamentos em que existe um padrão parental de ancestralidade e descendência. A
diferença pratica é que esse conceito de espécie dá-se ênfase ao reconhecimento de
espécies distintas no menor agrupamento de organismos em que houve mudanças
evolutivas independentes.

O conceito evolutivo de espécie agruparia em uma única espécie populações


geograficamente disjuntas que demonstram alguma divergência genética, mas são
julgadas similares em suas “tendências evolutivas”, enquanto o conceito de espécie
filogenético trataria as mesmas como espécies distintas.
A maior crítica em relação ao conceito filogenética é que ele aumenta drasticamente o
número das espécies existentes em comparação ao conceito evolutivo.
C. Os cladogramas
(= Diagramas de Ramos)
Clado:
É a denominação destes grupos, daí o nome Cladismo também
aplicado a esta escola.

Cladograma ou Árvore Filogenética:


É o diagrama que representa as relações filogenéticas entre os
clados.
C. Os cladogramas
A representação esquemática da especiação dos caramujos pode
ser feita por meio de um diagrama de ramos = CLADOGRAMA.
Grupos Irmãos
 Os grupos que partem de um mesmo nó são chamados de
grupos-irmãos e são mais próximos evolutivamente entre si
do que grupos que partem de outro nó. Assim, no exemplo,
os grupos E e F são mais próximos evolutivamente
(aparentados) entre si do que em relação ao grupo D. Da
mesma forma podemos dizer que D, E e F são mais
aparentados entre si do que em relação ao grupo C.
Grupo monofilético
 O grupo monofilético é aquele que inclui o ancestral comum
mais recente do grupo e todos os descendentes desse
ancestral.
Exemplo de grupo monofilético
Grupo Parafilético
 O grupo parafilético inclui o ancestral comum mais recente
do grupo e alguns, mas não todos os descendentes desse
ancestral.
Grupo Polifilético
 Já um grupo polifilético não inclui ancestral recente mais
comum a todos os membros do grupo; esta condição impõe
ao grupo em questão pelo menos duas origens evolutivas
distintas, normalmente pela posse de caracteres similares
adquiridos evolutivamente de maneira independente.
A forma de classificação dos organismos
sofreu uma profunda modificação nas últimas
quatro décadas, em função do advento da
Sistemática Filogenética.

Entretanto, o método possui várias


limitações, que no momento não podem ser
contornadas.
Uma dessas limitações, principalmente em
paleontologia, refere-se às características utilizadas
na análise.
Os Cladogramas são comparados a móbiles

Os ramos podem girar em cada nó . Assim os


cladogramas a seguir contêm a mesma informação.
Para montar os cladogramas

• Para montar os cladogramas e propor


hipóteses de parentesco evolutivo, os cientistas
utilizam grande número de caracteres de modo
comparativo.
• A escolha dos caracteres usados tem de ser
bastante criteriosa, pois só podem ser
comparados caracteres ou estruturas que
sejam homólogas.
• Observação: não devem ser comparadas
estruturas análogas.
Homologias Evolutivas
Homologias evolutivas = Referem-se as características
semelhantes, compartilhadas por espécies, herdadas de
ancestrais comuns.
Observação

Quanto maior o número de homologias entre duas espécies,


mais próximas evolutivamente elas são.
Identificação das Homologias
No plano morfológico, as homologias podem ser identificadas
nos chamados:
ÓRGÃOS HOMOLÓGOS

Estruturas corporais que se desenvolvem de


modo semelhante em embriões de diferentes
espécies que tiveram ancestrais comuns
Homologia Evolutiva ( Mesma Origem Embrionária )
OBS: Apesar de apresentar a mesma origem embrionária, os órgãos
homólogos podem se desenvolver em estruturas bastante distintas como
é o caso:
1. Do esqueleto das aves – adaptadas ao voo.
2. Das Nadadeiras peitorais dos golfinhos – adaptadas à natação.

As diferentes funções desempenhadas por órgãos homólogos são


explicadas pela DIVERGÊNCIA EVOLUTIVA ( diversificação ) das
espécies ao longo da evolução.

Resultante da adaptação de cada espécie a modos


de vida diferentes.
Homologia Evolutiva
Analogia Evolutiva ( Origem embrionária distinta)
Convergência Evolutiva
Fenômeno em que características parecidas podem evoluir de
maneira independente em diferentes linhagens de seres vivos,
constituindo adaptações a modos de vida semelhantes.

Exemplo: As asas são estruturas adaptadas ao voo e apresentam


superfície ampla, que possibilita a sustentação no ar. Essas estão
presentes em insetos e aves, embora tenham origens embrionárias
distintas.
• Insetos: derivam do ectoderma
• Aves: derivam do mesoderma (ossos, músculos e
derme) e da ectoderma (epiderme).

Semelhanças desse tipo são chamadas = ANALOGIAS EVOLUTIVAS


Analogia Evolutiva

Embora as analogias não sejam utilizadas na determinação de parentesco


evolutivo, seu estudo é importante porque revela a adaptação dos seres
vivos aos diferentes ambientes
Condição Primitiva X Condição Derivada
Para cada estrutura homóloga procura-se definir qual:
1. a condição que já existia em um grupo ancestral = PRIMITIVA (Plesiomorfia –
Grego plesio, próximo e morphos, forma).
2. a condição nova = DERIVADA ( = Apomorfia - Grego apo, longe de, e
morphos, forma) .
3. Sinapomorfia: Representa uma característica que é compartilhada por dois
ou mais táxons e por seu ancestral comum mais recente.
4. Homoplasia: Uma condição derivada em um grupo mas perdida em um grupo
recente ( = Eventos de perdas – Exemplo: Rádula em Moluscos ) ou uma
condição derivada que surge independente em dois grupos e que não esta
presente nos ancestrais comuns mais recente (Exemplo: a metameria)

A proposta básica da cladística é que, se surgiu uma “ novidade evolutiva” e ela passou no
teste da adaptação, fixando-se em uma espécie, todas as espécies que dela surgirem no
curso da evolução herdarão e compartilharão a nova característica.
Observação:
• Somente as condições derivadas são usadas para definir os agrupamentos .
• As condições derivadas dos caracteres e que são exclusivas de cada agrupamento
podem estar apontadas nos ramos do cladograma.
Exemplos de apomorfia
D. Como construir um cladograma

Representação de três táxons (A, B, C) de um grupo


hipotético de animais comparados ao táxon que representa o
grupo-externo.

• Característica "dedos nas patas": 0 = ausentes; 1 = presentes.


Característica "antenas": 0 = ausentes; 1 = presentes.
• A matriz de dados ilustra a transformação dos estados desses dois
caracteres nos três táxons (A, B e C).
• Os caracteres listados correspondem a ausência ou presença de
dedos nas patas e de antenas nesses animais.
• Matriz de Dados e polarização dos caracteres:

0 0

1
• Através de procedimentos matemáticos (algoritmo),
com o uso de programas para computador (Hennig 86,
PAUP, TNT), produz-se árvores filogenéticas ou
cladogramas, que representam as relações de
parentesco dos organismos analisados, ou seja, as
relações filogenéticas.

Exemplo de árvore filogenética (cladograma) gerada a partir da análise da matriz de dados.


O cladograma acima apresenta dois passos (L), ou seja, cada caráter mudou de estado
apenas uma vez .
- O caráter 1 mudou do estado zero para o estado 1, o que significa um passo,
- O caráter 2 mudou de zero para um, mais um passo no cladograma
- Caráter 1: 0 → 1 e Caráter 2: 0 → 1 / L= 2.
Se o número de características e de grupos
analisados for pequeno, esse procedimento pode
ser feito manualmente, sem a ajuda de um
programa de computador.

No entanto, quando o número de táxons (grupos)


e caracteres é grande, os programas auxiliam o
pesquisador a encontrar as árvores com o menor
número de passos evolutivos, seguindo o
Princípio da Parcimônia. Isto significa escolher a
árvore que apresenta melhor resolução.

A Sistemática Filogenética nunca parte do


princípio de que o exemplar em mãos é o
ancestral e sim apenas um táxon relacionado
(com certo grau de parentesco) aos demais
estudados.
D. Como Ler um cladograma
Vamos usar um cladograma hipotético que apresenta as relações
filogenéticas entre cinco grupos de organismos: A, B, C, D e E.

1. A condição deriva 1( Vermelha ):


Ocorre nos grupos B, C, D e E.
2. A condição derivada 2: ocorre nos
grupos C, D e E.

Empregando o conceito de grupo


monofilético:

• Pode se notar que todo grupo formado


por ( A+ B + C + D + E ) é monofilético.
• Por sua vez o outro agrupamento
formado por ( B+ C+D+E) também é
monofilético, o mesmo acontecendo
com ( C+D+E) e (D+E).
• Assim: existe uma hierarquia em que
um grupo monofilético maior abriga
outro grupo menor, que abriga outro
menor ainda.
Quantos reinos existem?
Reino Bactéria e Archae
Hoje, graças à contribuição da Biologia Molecular diferenciar dois
grupos bem distintos de organismos procarióticos:
Reino Protoctista
Características Gerais:
1. Antigamente era chamado de
protista.
2. Grupo Polifilético – reuni organismos
com origens evolutivas muito
distintas.
3. Inclui-se nesse reino:
1. Protozoários: Seres eucarióticos,
unicelulares e heterotróficos.
2. Algas: Seres eucarióticos,
unicelulares ou multicelulares
autotróficos fotossintetizantes.

Obs: Em classificações mais


recentes, os mixomicetos,
anteriormente inseridos no reino dos
fungos, passaram a fazer parte do
reino Protoctista.
Reino Fungi
Características Gerais:

1. Inclui os fungos, seres eucarióticos, unicelulares ou multicelulares,


constituídos por filamentos denominados hifas.
2. Em relação as algas:
1. São semelhantes na organização e na reprodução.
2. Diferem dessas por serem heterotróficos.
Reino Plantae

Características Gerais:

1. Reúne as Plantas, seres


eucarióticos, multicelulares e
autotróficos fotossintetizantes.
2. Formam tecidos corporais bem
definidos.
3. Sinapomorfia1: Formam
embriões multicelulares que,
durante o desenvolvimentos,
retiram alimento da planta
genitora.

1= Sinapomorfia ( do grego sýnapsis – ação


Obs: De acordo com esse critério de juntar + morfhe – forma ) é um caracter
as algas multicelulares são derivado ( apomorfia ) que, surgindo ao
excluídas do reino das plantas, pois longo da evolução, mantém-se em diversos
grupos taxonômicos distintos, e permite a
não formam embriões desse tipo. sua identificação.
Reino Animalia

Características Gerais:

1. Reúne os animais, seres


eucarióticos, multicelulares e
heterotróficos. Esse grupo
inclui uma grande variedade de
organismos, desde os muito
simples, como as esponjas, até
animais complexos como os
cordados.
2. Sinapomorfia: Estágio
embrionário de blástula.
Referências Bibliográficas

• AMABIS, J.M.; MARTHO, G. R. Biologia


Moderna. 4ª edição. São Paulo: Editora
Moderna, 2016. v.2 – parte I., pag.12-219
• LOPES, S.; ROSSO, S., BIO. São Paulo:
Editora Saraiva, 2017.v2.pag. 10-23.
• Disponível em: www.google.com.br.
Acessado dia 08/02/2023 as 10h58min.
• http://www.planetabio.com.br/invertebrados
1.html. Acessado dia 09/02/2023 as 7h12min.

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