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A parte da Biologia que identifica, nomeia e classifica os seres vivos é a Taxonomia (do grego taxis = arranjo,
ordem; nomos = lei), e a que, além disso, estuda as relações evolutivas entre eles é a Sistemática.
Sistemática; área da Biologia que estuda as relações evolutivas entre os seres vivos e seus padrões de
parentesco e de evolução.
O fundador da Taxonomia científica foi o médico sueco Carl von Linné, Lineu em português. Lineu criou a
nomenclatura binominal para as espécies. Além disso, ele agrupava as espécies de maneira hierárquica, em
grupos (táxons) cada vez mais abrangentes: gêneros, ordens, classes e reinos.
Dada a grande variedade de seres vivos, os cientistas os organizaram para facilitar o seu estudo e estabelecer
uma árvore filogenética, isto é, um esquema com a possível sequência de origem dos diversos seres vivos. A
árvore filogenética, portanto, é a representação de uma hipótese de filogênese (do grego phylon = grupo;
genos = origem) ou filogenia, que é a história evolutiva suposta de cada grupo.
Árvores filogenéticas: diagramas que desenham a história evolutiva dos seres vivos.
Desse modo, é possível descobrir o grau de parentesco evolutivo entre os diversos grupos de seres vivos. Para
isso, os cientistas analisam certos tipos de semelhanças no desenvolvimento embrionário, na estrutura celular
e bioquímica, na anatomia e na fisiologia de seres vivos atuais ou extintos (por meio de seus fósseis).
As Primeiras Classificações
Aristóteles, pelo que se sabe, foi o primeiro a classificar os seres vivos. Ele dividiu-os em dois grupos: animais
e plantas, que teriam subgrupos organizados de acordo com o ambiente em que viviam, sendo caracterizados
como aéreos, terrestres ou aquáticos.
Mais tarde, vários cientistas criaram sistemas, baseados no que Aristóteles havia feito.
A partir de 1977, com estudos de C. Woese, passaram a existir 3 domínios: Archaea, Eubactéria e Eukarya.
O Sistema de Classificação de Lineu
O naturalista, médico e professor sueco Carl von Linné (1707-1778) escreveu as obras “Systema Naturae” e
“Species Plantarun” nas quais classificou animais e vegetais.
Em 1735, Lineu, propôs um sistema de classificação e nomenclatura dos seres vivos que é empregado até
hoje, com algumas modificações.
Esse sistema ordena os seres vivos em categorias hierárquicas. Nele, a unidade de classificação biológica
é a espécie, que Lineu definiu como um grupo de seres vivos semelhantes a tipo ideal.
Lineu também estabeleceu um sistema de nomenclatura para as espécies de seres vivos. Esse sistema,
chamado de “Sistema Binominal” é a base do sistema utilizado até hoje.
De acordo com o sistema binominal, o nome de espécie tem de constar de duas palavras: a primeira é o nome
genérico, indicativo do gênero e a Segunda é o epíteto específico, indicativo da espécie propriamente dita.
Esses nomes devem ser escritos em latim e ser grifado ou escrito em letra tipo “itálico”.
Obs. O latim foi usado para designar os nomes científicos porque, na época de Lineu, era a língua universal do
ensino.
Foram incluídas, portanto, as categorias família (conjunto de gêneros semelhantes) e Filo ou Divisão
(conjunto de classes semelhantes).
Além dessas categorias, muitas vezes utilizam-se taxa intermediários, tais como subfilo, super classe, super
ordem, sub ordem, super família, sub gênero, sub espécie ou raça.
O conceito de espécie também sofreu modificações daquele proposto por Lineu. Atualmente considera-se
como sendo um “Grupos de organismo semelhantes que, em condições naturais podem cruzar e gerar
descendentes férteis”.
Obs. Esse conceito de espécie só é válido para os organismos com reprodução sexuada. Os organismos com
reprodução assexuada são agrupados em espécies, em função de semelhanças estruturais.
Como regra geral, indivíduos de espécies diferentes não se cruzam, embora, ocasionalmente, se produzam
híbridos entre espécies.
Os indivíduos de uma espécie são subdivididos em grupos menores, as subespécies, raças ou variedades, que
diferem entre si, geralmente, como resultado de uma distribuição geográfica diferente.
Duas ou mais espécies que tenham certo número de caracteres comuns constituem um gênero; dois ou mais
gêneros que possuam alguns caracteres comuns constituem uma família; duas ou mais famílias que
apresentam caracteres em comum constituem uma ordem; duas ou mais ordens que tenham um certo número
de caracteres em comum constituem uma classe; duas ou mais classes que possuem caracteres em comum
constituem um filo. O conjunto de todos os filos constituem o reino.
Existem mais filos do que reinos. Existem mais classes do que filos. Existem mais ordens do que classes.
Existem mais famílias do que ordens. Existem mais gêneros do que famílias. Existem mais espécies do que
gêneros.
A tabela abaixo dá alguns exemplos de classificação.
Categoria taxonômica Homem Gato Aranha
Agora imagine nas inúmeras línguas e dialetos pelo mundo afora. Muito pior se você multiplicar esse
“problema” pelas milhares de espécies diferentes de seres vivos que existem na natureza. Num congresso
internacional científico ninguém se entenderia.
Por isso, em 1758, um sábio sueco resolveu este problema, este sábio foi Carlos Lineu. Assim, cada um seria
conhecido pelo mesmo nome no mundo inteiro. Um único nome, em qualquer idioma.
Com essa finalidade ele criou a NOMENCLATURA CIENTÍFICA, que estabelece regras para se dar nomes
científicos aos seres vivos. Nós vamos ver, agora as principais regras.
4 – Ao citar o autor da denominação, deve-se escrever após o nome da espécie, sem pontuação.
Exemplos: Trypanosoma cruzi Chagas Leishmania braziliensis Vianna
5 – Ao citarmos a data, esta deve ser escrita após o nome do autor, separada por vírgula ou parênteses.
Ex.: Trypanosoma cruzi Chagas, 1909; Trypanosoma cruzi Chagas (1909); Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909)
6 - Quando existe subgênero, o seu nome deve ser escrito imediatamente depois do gênero, entre parênteses
e com inicial maiúscula.
Exemplos: Anopheles (Nyssorhinchus) darlingi Aedes (Stergomya) aegypti
Gênero sub gênero epíteto Gênero sub gênero epíteto
7 - Quando existe subespécie (raça), o seu nome deve ser escrito depois do epíteto e sempre com inicial
minúscula, mesmo que o nome seja de pessoa.
Exemplos.: Mirabilis jalapa alba
Gênero epíteto sub espécie
Crotalus terrificus terrificus (cascavel brasileira)
Crotalus terrificus durissus (cascavel da Venezuela, Colômbia e América Central)
8 - O nome da família nos animais leva o sufixo IDAE e nos vegetais ACEAE. Exemplos: Família Hominidae,
Família Rosaceae.
9 - Superfamília só existe em animais e tem o sufixo IDEA ou OIDEA. Exemplos: Ascaróidea, Oxiuróidea
10 - A subfamília nos animais tem o sufixo INAE e nos vegetais OIDEAE. Exemplos: Felinae, Mimosoideae.
11 - Lei da Prioridade: O nome dado pelo primeiro cientista deve prevalecer. Os atribuídos posteriormente são
sinônimos. Exemplos: Mosquito phlebotomus (antigo) Mosquito lutzomya (atual)
Relações Filogenéticas
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), contribuiu com o desenvolvimento da classificação dos seres
vivos através da sua teoria evolutiva e da noção de ancestral comum que originou as espécies atuais.
Ele criou "genealogias de seres vivos", diagramas representando as relações de parentesco evolutivo entre as
espécies, que hoje são chamadas de árvores filogenéticas.
A forma de classificar os organismos se modificou muito nas últimas décadas devido ao desenvolvimento de
áreas como a genética e a biologia molecular. As relações de parentesco são definidas não somente pelas
características externas, mas também por semelhanças genéticas e bioquímicas.
Atualmente, alguns cientistas tem utilizado a cladística para determinar as relações filogenéticas entre as
espécies. Desse modo, é investigada a história evolutiva dos organismos para classificá-los.
Os cladogramas são semelhantes às árvores filogenéticas, que apresentam as relações de parentesco. Grupos
de espécies que descendem de ancestral comum único são chamadas monofiléticas e grupos que possuem
diferentes ancestrais na sua origem são polifiléticos.
Sistemática filogenética
O sistema de classificação mais aceito atualmente é a sistemática filogenética (do grego phylon = tribo;
genos = origem) ou cladística (do grego klados = ramo), proposta pelo entomologista (cientista que estuda
insetos) alemão Willi Hennig (1913-1976).
A sistemática filogenética busca identificar grupos monofiléticos (do grego monos = um), isto é, que incluam
todos os descendentes de um ancestral comum exclusivo (que não é ancestral de outros grupos). Por exemplo,
o grupo dos vertebrados é um grupo monofilético: todos os seus descendentes herdaram uma coluna vertebral
de um ancestral comum exclusivo deles. Um grupo de organismos em que todos são descendentes de um
único ancestral comum é chamado clado.
Os clados menores são formados com todos os descendentes de um ancestral exclusivo que compartilham
uma ou mais aquisições ou “novidades evolutivas”, também chamadas condições derivadas ou caracteres
derivados. Por exemplo, a coluna vertebral está presente em peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos; mas,
dentro do grupo dos vertebrados, só os mamíferos têm pelos. Por tanto, a presença de pelos, estruturas
exclusivas do grupo dos mamíferos, é uma condição derivada, enquanto a coluna vertebral é uma condição
primitiva.
As relações filogenéticas entre os grupos podem ser apresentadas com diagramas na forma de árvores, as
árvores filogenéticas. Um dos tipos mais comuns de árvore filogenética é o cladograma. Nesses diagramas,
as bifurcações (ou nós) indicam o processo em que uma espécie ancestral hipotética origina novas espécies
(especiação) ou novos grupos, que ficam nos ápices dos ramos (ou terminais). A base de onde partem os
ramos é a raiz do diagrama. Os ramos representam as relações entre os organismos.
Classificação e evolução
Chama-se cladogênese (do grego klados =
ramo, divisão; genos = origem) o conjunto de
processos que promovem a especiação, isto
é, a separação de uma população em duas
(comumente por meio de barreiras
geográficas) e a subsequente formação de
novas espécies. A anagênese (do grego aná
= para cima) corresponde ao acúmulo de
mudanças que uma população sofre ao longo
do tempo, originando uma espécie com
características diferentes, sem que haja
separação de populações.
Os três domínios
Os seres vivos têm sido agrupados, mais recentemente, em três domínios: Archaea (arqueas), Bacteria
(bactérias) e Eukarya (eucariontes). Cada um desses domínios tem um nível hierárquico maior que o dos
reinos.
O domínio Archaea (do grego arkhe = primitivo) reúne procariontes que já fizeram parte do domínio das
bactérias (eram chamados arqueobactérias). Porém, em razão da composição da parede celular e de outras
características bioquímicas exclusivas desse grupo, atualmente eles são classificados em domínio próprio.
Muitos arqueas são encontrados em condições de temperatura, salinidade ou pH desfavoráveis à
sobrevivência dos outros organismos.
No domínio Eukarya estão as plantas, os animais, os fungos e os organismos que já foram classificados como
protistas e que, por esse sistema, estão divididos em vários reinos, uma vez que o Reino Protista não forma
um grupo monofilético, isto é, não inclui todos os descendentes de um ancestral comum exclusivo.
Para simplificar, e por falta de um consenso na divisão em reinos, vamos incluir os protozoários e as algas no
grupo protista (um grupo sem valor taxonômico).