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Sistema Terra
- A Terra é um sistema aberto quase fechado, visto que as trocas de matéria com o meio
envolvente são pouco significativas.
- No que diz respeito à energia, a Terra recebe energia do Sol (fonte primária), assim como irradia
calor (armazenado desde a sua formação), energia solar (refletida), energia da desintegração de
isótopos radioativos e calor da Biosfera (calor proveniente dos seres vivos).
- No que diz respeito à matéria, a Terra recebe matéria da queda de meteoritos ou de poeiras
cósmicas e deixa escapar um pouco de hidrogénio e de hélio (de baixas densidades) para o
espaço.
- As consequências de a Terra ser um sistema quase fechado são as seguintes: recursos limitados, a
poluição acumula-se e, ainda, qualquer alteração num dos subsistemas afeta diretamente os outros.
Subsistemas terrestres
O sistema Terra é um conjunto de 4 subsistemas abertos em interação (ou seja, que realizam trocas
tanto de matéria como de energia) e que se encontram em equilíbrio dinâmico. Atualmente, este
equilíbrio é perturbado, principalmente, pela ação do Homem. Os subsistemas são os seguintes:
● Geosfera - corresponde à parte sólida da Terra que se apresenta como um suporte à vida e
fonte de recursos para o Homem.
● Atmosfera - corresponde à camada gasosa (composta 78% por nitrogénio/azoto e 21% por
oxigénio) que envolve a Terra, protegendo-a de corpos estranhos e da radiação ultravioleta,
assim como regula a temperatura do planeta; a Atmosfera está dividida em 5 camadas:
troposfera (ar que respiramos), estratosfera (camada de ozono), mesosfera (desintegração de
meteoritos), termosfera (auroras boreais) e exosfera.
● Hidrosfera - corresponde à água do planeta que é essencial à vida e que ocupa-se da
manutenção da temperatura, sendo que esta substância circula por todos os subsistemas através
do ciclo da água; os oceanos são os maiores reservatórios de água contendo 97% da água total do
planeta; ao conjunto de todas as estruturas geladas da Terra (glaciares, calotes polares, …)
designa-se por criosfera.
● Biosfera - corresponde aos seres vivos, tal como aos seus respetivos habitats.
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Tipos de rochas
As rochas podem classificar-se em rochas sedimentares, rochas magmáticas e rochas
metamórficas consoante o seu processo de formação. As rochas são importantes no âmbito do
estudo da Terra, uma vez que constituem importantes arquivos, nos quais se encontram registadas as
modificações geológicas, geográficas e biológicas que ocorreram ao longo da história da Terra.
Rochas sedimentares
- Têm origem na superfície ou perto dela (condições de baixa pressão e temperatura).
- As rochas sedimentares formam 5% da crosta terrestre, mas ocupam 75% da superfície terrestre.
- A formação destas rochas passa pelas seguintes etapas:
● Sedimentogénese (alteração da rocha-mãe na obtenção de sedimentos)
○ Meteorização - processos de alteração e desagregação devido à exposição aos agentes da
geodinâmica externa, como o vento, a água, a gravidade e os seres vivos.
■ Meteorização química - transformação química dos minerais existentes em novas
substâncias, devido à sua reestruturação.
■ Meteorização mecânica/física - fragmentação e desagregação das rochas em pedaços
cada vez mais pequenos.
○ Erosão - separação e remoção dos detritos da rocha-mãe pelos agentes erosivos.
○ Transporte - transporte dos materiais resultantes, sendo que a calibragem e o
arredondamento dos sedimentos estão relacionados com a duração do transporte e com o
seu agente transportador.
Vento baços, angulosos e bem calibrados
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● Biogénica ou Organogénica (tem origem a partir de restos de seres vivos) - Carvão, Petróleo
e Calcário conquífero
- Devido ao seu tipo de formação é possível encontrar em rochas sedimentares fósseis.
Rochas magmáticas
- Têm origem a grandes profundidades (condições de alta pressão e temperatura) a partir da
consolidação do magma com mistura de minerais fundidos.
- As rochas magmáticas são as mais abundantes da crosta terrestre.
- As rochas magmáticas classificam-se em:
● Intrusivas ou Plutónicas - Peridotito, Gabro, Diorito e Granito
○ O magma consolida-se em profundidade.
○ O arrefecimento é lento permitindo, desta forma, um bom desenvolvimento de cristais e de
minerais, tornando-os bem visíveis a olho nu (textura fanerítica).
Rochas metamórficas
- Formam-se a partir da transformação de rochas pré-existentes (sejam estas sedimentares,
magmáticas ou metamórficas) que se deslocam para zonas profundas, sofrendo um aumento de
pressão e de temperatura (sem sofrerem total fusão) que provocam a recristalização e
metamorfismo dessas mesmas rochas.
- Existem dois processos que podem estar na origem destas rochas:
● Metamorfismo de contacto - Corneana, Mármore e Quartzito
○ Rocha que em contacto com uma intrusão magmática (altas temperaturas) recristaliza.
○ Não apresentam foliação.
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exemplo a andalusite é característico do metamorfismo de contacto e a distena é característica do
metamorfismo regional. Designamos esses minerais de minerais índice.
O ciclo das rochas é a prova de que o planeta Terra possui uma dinâmica própria e que está em
constantes modificações.
O ciclo das rochas é influenciado pelos agentes da geodinâmica interna (por exemplo, o sistema
tectónico) e pelos agentes da geodinâmica externa (tal como o ciclo da água/sistema hidrológico).
Dataçãσ relativa
A datação relativa dos estratos consiste na determinação pouco rigorosa de uma formação geológica
tendo em comparação outras formações. A ordenação dos fenómenos geológicos é feita com base
nos seguintes princípios da estratigrafia:
● Lei de Stenon
○ Princípio da horizontalidade - Os sedimentos depositam-se em camadas horizontais ou
próximas da horizontalidade devido à gravidade.
○ Princípio da sobreposição dos estratos - Senão houver qualquer alteração ou deformação
nas posições de uma sequência de estratos, então uma camada é mais recente que a de
baixo, mas mais antiga que a de cima.
● Princípio da identidade paleontológica - Um fóssil de uma camada é data do mesmo
período geológico da camada onde se encontra.
● Princípio da continuidade lateral - Um estrato tem praticamente a mesma idade em toda a
sua extensão, mesmo que em regiões diferentes.
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● Princípio da interseção - Qualquer interseção que intersete vários estratos formou-se mais
recentemente que os mesmos.
● Princípio da inclusão - Os xenólitos (fragmentos de rocha arrancados da rocha-mãe)
incorporados num estrato são mais antigos do que o estrato.
A datação relativa aplica-se às rochas sedimentares, essencialmente.
Tanto os fósseis de fácies (fósseis de uma pequena área de distribuição geográfica, por isso relatam
a história de uma determinada região, ou seja, são de caráter paleogeográfico) como, especialmente,
os fósseis de idade (fósseis de espécies que viveram num curto espaço de tempo, mas de uma
grande dispersão geográfica, pelo que se verifica que existem numa pequena distribuição
estratigráfica) são utilizados na datação relativa de rochas.
100 % 0% 0
50 % 50 % 1
25 % 75 % 2
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Princípio dσ raciocíniσ geológicσ
Existem modelos explicativos e teorias que interpretam os processos geológicos responsáveis pela
evolução da Terra:
● Catastrofismo - George Cuvier defendia que as grandes alterações, tanto geológicas como
biológicas, que ocorrem na Terra têm a sua origem em grandes catástrofes pontuais (seguidas
de extinções em massa).
● Uniformitarismo - James Hutton afirmou que as alterações sofridas pela Terra ao longo da
sua história foram resultado dos mesmos fenómenos que a alteram no presente (princípio do
atualismo), isto porque as leis naturais são constantes/cíclicas no espaço e no tempo. Para
além disso, estes processos são lentos e graduais tal como na atualidade (princípio do
gradualismo).
● Neocatastrofismo - Esta teoria concilia os dois princípios anteriores, sendo que assenta
essencialmente no uniformitarismo. A Terra altera-se em processos lentos e cíclicos (visto que
aconteceram no passado, repetindo-se no presente), mas havendo em certos momentos
grandes catástrofes pontuais.
Mobilismσ geológicσ
No início do século XX surgiram questões relacionadas com a mobilidade da superfície terrestre. O
estudo da mobilidade da Terra intensificou-se após a publicação da Teoria da Deriva Continental de
Alfred Wegener, em 1913. Esta teoria tem como base 4 argumentos:
● Argumento paleontológico - Existência dos mesmos fósseis (de idade), com igual idade, em
partes distantes do globo.
● Argumento morfológico - Correspondência entre as formas dos atuais continentes (como um
puzzle).
● Argumento litológico - Existência de rochas e estratos iguais que datam do mesmo período
geológico em continentes atualmente separados.
● Argumento paleoclimático - Existência de vestígios de climas semelhantes em zonas
atualmente distantes.
Este geólogo afirmou ainda que os continentes já teriam estado unidos num único supercontinente,
a Pangeia, rodeada por um enorme e único oceano, a Pantalassa. Este continente foi-se
fragmentando até surgirem os atuais continentes, assim como os atuais oceanos.
No entanto, devido à incapacidade de Wegener de explicar o agente responsável pela movimentação
dos continentes esta teoria não foi aceite na altura.
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Limites de placas
Esquema Limite Caráter Exemplo
Transformante Conservativo
(as placas movem-se (não há nem destruição nem criação Falha de Santo André
lateralmente) de nova crusta)
Destrutivo
(ocorre subducção da placa mais Dorsal Médio-Atlântica
Convergente densa, isto é, em zonas de fossas
(as placas colidem) oceânicas, onde há destruição dessa Vale do Rifte Africano
placa, sendo que por vezes há
formação de montanhas)
Construtivo
(situam-se em dorsais oceânicas Cordilheira dos Andes
Divergente divididas ao meio por um rifte onde
(as placas afastam-se) há ascensão de magma que Cordilheira dos Himalaias
solidifica criando nova crosta
litosférica que leva à expansão dos Ilhas Aleutas
fundos oceânicos)
*Uma vez que há destruição e criação de crosta é mantido um equilíbrio dinâmico, caso contrário o raio da Terra
aumentaria o que não acontece visto que esse equilíbrio mantém-se.
Tipos de vulcanismσ
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Aparelhσ vulcânicσ
- Cratera: Abertura da chaminé por onde são expelidos os materiais vulcânicos.
- Chaminé vulcânica: Canal que liga a câmara magmática com o exterior.
- Câmara magmática: Local no interior da Terra onde ocorre acumulação de magma.
- Cone vulcânico: Estrutura de forma cónica que resulta da acumulação de materiais vulcânicos
em redor da cratera.
- Chaminé, cone e cratera secundários/adventícios: Formados devido à pressão exercida pelo
magma na chaminé principal durante a sua subida.
*Quando ocorrem fortes erupções estas causam o esvaziamento da câmara magmática, levando o teto a abater
afundando o aparelho vulcânico que forma uma depressão, designada de caldeira.
● Erupção efusiva
○ As lavas são pouco viscosas/fluídas, devido à pobreza en sílica (- de 50% de SiO2), básicas,
bastante quentes e pouco teor de gases.
○ Devido à sua fluidez, a libertação destas lavas é rápida, formando escoadas de lava que dão
origem a cones baixos e largos (vulcões em escudo). As escoadas podem ser:
■ Mantos de lava - A lava cobre grandes áreas de terreno plano.
■ Correntes de lava - Rios de lava causados pelo declive acentuado do cone.
○ Estas escoadas de lava quando solidificam podem assumir várias formas:
■ Lavas encordoadas (pahoehoe) - Lavas muito fluidas e lisas que se fazem parecer com
cordas sobrepostas.
■ Lavas escoriáceas (aa) - Lavas menos fluidas, dando origem a superfícies irregulares,
ásperas e porosas.
■ Lavas em almofada (pillow lava) - Originam-se em erupções submarinas, tendo assim um
arrefecimento (na água) muito rápido, formando massas arredondadas.
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● Erupção mista
○ Está associada a lavas intermédias (viscosidade intermédia; teor em gases médio;
temperaturas variáveis).
○ Caracteriza-se pela alternância de erupções explosivas e efusivas.
○ Caso haja entrada de água no aparelho vulcânico há uma maior vaporização (causado pelas
altas temperaturas), contribuindo para fases explosivas.
○ Esta alternância de atividade vulcânica leva à formação de camadas alternadas de lava
solidificada e de piroclastos, originando, assim, estratovulcões/vulcões compósitos.