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Programa Geologia do Brasil

Levantamentos Geológicos Básicos


NOTA EXPLICATIVA
GEOLOGIA
E RECURSOS MINERAIS
FOLHAS PINHÕES – SC.24-V-D-V,
UAUÁ – SC.24-V-D-VI,
MONTE SANTO – SC.24-Y-B-III
E ANDORINHA SC.24-Y-B-II

Salvador/2019

Escala: 1:100.000 PROJETO UAUÁ-MONTE SANTO


MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Ministro de Estado
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior
Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Alexandre Vidigal de Oliveira

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM


DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor Presidente
Esteves Pedro Colnago
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
José Leonardo Silva Andriotti
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
Antônio Carlos Bacelar Nunes
Diretor de Infraestrutura Geocientífica
Fernando Pereira de Carvalho
Diretor de Administração e Finanças
Cassiano de Souza Alves
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Chefe do Departamento de Geologia
Lúcia Travassos da Rosa Costa
Chefe da Divisão de Geologia Básica
Vladimir Cruz de Medeiros
Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica
Luiz Gustavo Rodrigues Pinto
Chefe do Departamento de Recursos Minerais
Marcelo Esteves Almeida
Chefe da Divisão de Geologia Econômica
Felipe Matos Tavares
Chefe da Divisão de Geoquímica
Cassiano Costa e Castro
Chefe do Departamento de Informações Institucionais
Edgar Shinzato
Chefe da Divisão de Geoprocessamento
Hiran Silva Dias
Chefe da Divisão de Cartografia
Fábio Silva da Costa
Chefe da Divisão de Documentação Técnica
Roberta Pereira da Silva de Paula
Chefe do Departamento de Relações Institucionais e
Divulgação
Patrícia Duringer Jacques
Chefe da Divisão de Marketing e Divulgação
Washington José Ferreira Santos
Chefe do Departamento de Apoio Técnico
Maria José Cabral Cezar
Chefe da Divisão de Editoração Geral
Ricardo Luiz Barreiros Motta
SUPERITENDÊNCIA REGIONAL DE SALVADOR
Superintendente Regional
Erison Soares Lima
Gerência de Geologia e Recursos Minerais
Valter Rodrigues Santos Sobrinho
Responsável Técnico do Projeto
Roberto Campelo de Melo
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
DIRETORIA DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
I PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL I

LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS

GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS


DAS FOLHAS PINHÕES SC.24-V-D-V,
UAUÁ SC.24-V-D-VI, MONTE SANTO
SC.24-Y-B-III E ANDORINHA SC.24-Y-B-II
PROJETO UAUÁ-MONTE SANTO
Escala 1:100.000
Estado da Bahia

ORGANIZADOR
Roberto Campelo de Melo

NOTA EXPLICATIVA

Salvador
2019
REALIZAÇÃO CARTOGRAFIA GEOLÓGICA APOIO TÉCNICO
Superintendência Regional de Salvador (http://geosgb.cprm.gov.br)
ANÁLISES PETROGRÁFICAS
ORGANIZADOR Folha Pinhões Cristina Maria Burgos de Carvalho
Roberto Campelo de Melo (SC.24-V-D-V) Ana Maria Dreher
Valter Rodrigues Santos Sobrinho Magna Guimarães
TEXTO EXPLICATIVO Folha Uauá
1. Introdução (SC.24-V-D-VI) PROJETO GRÁFICO/EDITORAÇÃO
Roberto Campelo de Melo Ivana Conceição de Araújo Pinho Capa (DIMARK)
2. Contexto Geológico Regional Folha Monte Santo Washington José Ferreira Santos
Roberto Campelo de Melo (SC.24-Y-B-III) Miolo (GERINF-SA)
Basílio Elesbão da Cruz Filho Andrea Machado de Souza
3. Estratigrafia
Basílio Elesbão da Cruz Filho Folha Andorinha Diagramação (ERJ)
Ivana Conceição de Araújo Pinho (SC.24-Y-B-II) Leonardo Cardoso de Almeida
Rita Cunha Leal Menezes de Oliveira Rita Cunha Leal Menezes de Oliveira Gisele Eiras de Souza
Valter Rodrigues Santos Sobrinho GEOLOGIA
NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
4. Tectônica Basílio Elesbão da Cruz Filho Isabel Ângela dos Santos Matos
Roberto Campelo de Melo Ivana Conceição de Araújo Pinho Gisélia Bispo de Victa
Rita Cunha Leal Menezes de Oliveira
5. Aerogeofísica Valter Rodrigues Sobrinho ORGANIZAÇÃO
Ricardo Cavalcanti Santiago RECURSOS MINERAIS Figuras
6. Geoquímica Prospectiva Luiz Henrique Pereira Ana Cristina Conceição
Caroline Couto Santos João Pedreira das Neves Emanoel Vieira de Macedo
Edvaldo Lima Mota Ivanara Lopes dos Santos
7. Recursos Minerais Lindaura Lucena de Macêdo
Luiz Henrique Pereira Lâminas
João Pedreira das Neves AEROGEOFÍSICA
Cleones Pedro de Souza
Ricardo Cavalcanti Santiago
Referências Amostras
LITOGEOQUÍMICA
Apêndice Edvaldo Fateicha da Silva
Léo Rodrigues Teixeira Ilka Cruz Santos
REVISÃO FINAL
Roberto Campelo de Melo
Valter Rodrigues Santos Sobrinho
Basílio Elesbão da Cruz Filho
Edgar Romeo Herrera de Figueiredo Iza

Serviço Geológico do Brasil – CPRM


www.cprm.gov.br
seus@cprm.gov.br

M528p Melo, Roberto Campelo de


Projeto Uauá – Monte Santo: Geologia e Recursos Minerais
das Folhas Pinhões – SC.24-V-D-V, Uauá – SC.24-V-D-VI, Monte
Santo – SC.24-Y-B-III e Andorinha SC.24-Y-B-II. Escala 1:100.000,
Estado da Bahia. Nota Explicativa / Organizado por Roberto Campelo
de Melo. Salvador: CPRM, 2019.
44p.: il. color.; Documento eletrônico - PDF.
Programa Geologia do Brasil. Levantamentos Geológicos Básicos.
ISBN 978-85-7499-561-8

1. Geologia Regional - Bahia. 2. Recursos Minerais – Bahia.


I. Cruz Filho, Basílio Elesbão da. II. Santos, Caroline Couto. III. Pinho,
Ivana Conceição de Araújo. VI. Neves, João Pedreira das. V. Pereira,
Luiz Henrique Monteiro. VI. Santiago, Ricardo Cavalcanti. VII. Oliveira,
Rita Menezes de. VII. Santos Sobrinho, Valter Rodrigues. VI. Título.

CDD 558.142
CRB-5/995

Direitos desta edição: Serviço Geológico do Brasil – CPRM


Permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.
APRESENTAÇÃO

O Programa Geologia do Brasil – PGB é desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil-CPRM, empresa
vinculada à Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do Ministério de Minas e
Energia, e é responsável pela retomada dos levantamentos geológicos básicos em todo país. O PGB tem por
objetivo a ampliação acelerada do conhecimento geológico do território brasileiro, fornecendo subsídios
técnicos para atrair novos investimentos em pesquisa mineral, visando a descoberta de novos depósitos.
Adicionalmente, dada importância do conhecimento geológico como fonte primordial de conhecimento
do meio físico, os levantamentos geológicos são ferramentas importantes para gestores públicos, federais,
estaduais e municipais, no desenvolvimento de projetos de ordenamento e gestão territorial.
É com esta premissa que a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério
de Minas e Energia, através do Serviço Geológico do Brasil - CPRM tem a grata satisfação de disponibilizar
à comunidade técnico-científica, aos empresários do setor mineral e à sociedade em geral os resultados
alcançados pelo PROJETO UAUÁ-MONTE SANTO, que compreende as folhas: Pinhões - SC.24-V-D-V,
Uauá - SC.24-V-D-VI, Monte Santo - SC.24-Y-B-III e Andorinha - SC.24-Y-B-II. Executado pela Superintendên-
cia Regional de Salvador do Serviço Geológico do Brasil - CPRM, o projeto apresenta o estado da arte do
conhecimento geológico e de recursos minerais na escala 1:100.000 de uma área de 12.000 km2, abrangendo
terras dos municípios de Juazeiro, Curaçá, Chorrochó, Macururé, Uauá, Jeremoabo, Canudos, Monte Santo,
Euclides da Cunha, Itiúba, Andorinha e Jaguarari, no Estado da Bahia.
Neste projeto foram compilados e integrados todos os dados e informações geológicas, tectônicas e de
recursos minerais disponíveis na região abrangida pelo projeto. Estes dados foram complementados com a
interpretação de fotografias aéreas e de imagens de satélite, seguida de intensa programação de trabalhos
de coleta de dados de campo e da elaboração deste texto explicativo.
Os dados obtidos neste projeto estão sintetizados nesta Nota Explicativa e ordenados em ambiente
SIG – Sistemas de Informações Geográficas e bases de dados, todos disponíveis para download no GeoSGB,
banco de dados corporativo do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, que pode ser acessado através do site
www.cprm.gov.br.

Esteves Pedro Colnago


Diretor-Presidente

José Leonardo Silva Andriotti


Diretor de Geologia e Recursos Minerais
RESUMO

O Projeto Uauá-Monte Santo tem cerca de oitenta por cento de sua área contida no Cráton (Provín-
cia) do São Francisco. Os vinte por cento restantes estão localizados na Faixa de Dobramentos Sergipana
(Província Borborema) e no Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá.
A parte cratônica está totalmente inserida no Cinturão Bahia Oriental, conformado no Riaciano, em
consequência da colisão de quatro segmentos crustais arqueanos identificados como blocos Jequié,
Gavião-Lençóis e Serrinha e pelo Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá.
Os três últimos segmentos estão representados na área do projeto pelo Complexo Mairí, no Bloco
Gavião-Lençóis, pelos complexos Caraíba e Tanque Novo-Ipirá, no Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (Cinturão
Salvador-Curaçá), e no Bloco Serrinha, pelos complexos Santa Luz, Uauá e Bendengó, além da Suíte Lagoa
da Vaca e das sequências supracrustais Rio Capim e Rio Itapicuru. Somam-se a essas unidades inúmeras
manifestações magmáticas, materializadas na forma de intrusões, ou de corpos granitoides, entre os quais
destacam-se os de Riacho da Onça e o Sienito de Itiúba, ou de corpos máfico-ultramáficos, como os do vale
do Curaçá e do vale do Jacurici, que hospedam, respectivamente, importantes mineralizações de cobre e
cromo, além dos notáveis enxames de diques de Uauá.
Ainda no âmbito do Cráton do São Francisco, ocorrem também os metassedimentos do Grupo Estância
(Formação Acauã), cujos protólitos depositaram-se na bacia de margem passiva homônima, durante o Ediacarano.
A Faixa de Dobramentos Sergipana é composta da na área pelos grupos Macururé e Vaza-Barris (Formações
Frei Paulo, Palestina e Olhos d’Água) e pela Suíte Cocorobó, todos de idade criogeniana. A Bacia Sedimentar
do Tucano Central, parte do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá, tem como representantes o Grupo Brotas
(Formações Aliança e Sergi), atribuído ao Jurássico, e os grupos Santo Amaro (Formação Candeias) e Mas-
sacará (Formação São Sebastião) e a Formação Marizal, que são do Cretáceo.
As zonas de cisalhamento são os elementos estruturais mais importantes na área do projeto.
No contexto arqueano-paleoproterozoico, zonas de cisalhamento desenvolvidas no Riaciano, de direção
próxima a NS, assinalam não só os limites entre o Bloco Gavião-Lençóis e o Cinturão Salvador-Curaçá e entre
este e o Bloco Serrinha, como também estabelecem os contatos entre as diferentes unidades litoestrati-
gráficas individualizadas. Já no domínio da Faixa de Dobramentos Sergipana, as zonas de cisalhamento ali
desenvolvidas têm direção NW-SE, são de idade ediacarana e demarcam a fronteira craton-faixa dobrada,
assim como os limites entre os grupos Macururé e Vaza-Barris.
Cobre e cromo correspondem à parcela mais significativa da produção mineral na área, seguida pelos
materiais de construção. O Distrito Cuprífero do Vale Curaçá tem na mina Caraíba, em produção desde 1979,
o seu depósito principal, enquanto a mina Medrado, no Distrito Cromitífero do Vale do Jacurici e em operação
desde 1972, é a única em atividade. Dentre os materiais de construção, destaca-se o potencial para rochas
ornamentais, haja vista a existência de várias pedreiras, atualmente paralisadas por questão de mercado.
Os trabalhos do projeto realçaram, em especial, o potencial da Suíte Lagoa da Vaca, composta por corpos
máfico-ultramáficos diferenciados, cuja expectativa metalogenética é reforçada pelos valores geoquímicos
mais significativos para cromo, vanádio, níquel e cobalto.
ABSTRACT

The Uauá-Monte Santo Project has about eighty percent of its area contained in the Craton (Province) of the
São Francisco. The remaining twenty percent are located in the Sergipe Folding Belt (Borborema Province) and
the Recôncavo-Tucano-Jatobá Rift.
The cratonic part is totally inserted in the East Bahia Belt, conformed in Rhyacian, as a consequence of the
collision of four Archaean crustal segments identified by the Jequié, Gavião-Lençóis and Serrinha blocks and
by the Itabuna-Salvador-Curaçá Orogen.
The last three segments are represented in the project area: the Gavião-Lençóis Block, by the Mairí Complex;
the Itabuna-Salvador-Curaçá Orogen (Salvador-Curaçá Belt), by the Caraíba and Tanque Novo-Ipirá complexes;
and the Serrinha Block, by the Santa Luz, Uauá and Bendengó complexes, as well as the Lagoa da Vaca Suite
and the supracrustal sequences Rio Capim and Rio Itapicuru. Added to these units are innumerable magmatic
manifestations, materialized in the form of intrusions, or granitoid bodies, among which stand out those of
Riacho da Onça and the Itiúba Syenite, or of mafic-ultramafic bodies, such as the Curaçá valley and the Jacu-
rici valley, which host important copper and chromium mineralizations respectively, as well as the remarkable
Uauá dike swarms.
Also within the São Francisco Craton, the metasediments of the Estância Group (Acauã Formation) occur,
whose protoliths were deposited in the basin of the homonymous passive margin, during Ediacaran.
The Sergipe Folding Belt is designated in the area by the Macururé and Vaza-Barris groups (Frei Paulo,
Palestina and Olhos d’Água formations) and the Cocorobó Suite, all of cryogenic age. The Sedimentary Basin
of the Central Tucano, part of the Tucano-Jatobá Rift, has as its representatives the Brotas Group (Aliança
and Sergi formations), attributed to the Jurassic, and the Santo Amaro (Candeias Formation) and Massacará
(São Sebastião Formation) groups, and Marizal Formation, which are of the Cretaceous.
Shear zones are the most important structural elements in the Project area. In the Archean-Paleoprote-
rozoic context, shear zones developed in Rhyacian, near NS, indicate not only the boundaries between the
Gavião-Lençóis Block and the Salvador-Curaçá Belt and between this and the Serrinha Block, but also establish
the contacts between the individual lithostratigraphic units. In the area of the Sergipe Fold Belt, the shear zones
developed there are NW-SE, are of Ediacaran age and demarcate the craton-fold belt boundary, as well as the
boundaries between the Macururé and Vaza-Barris groups.
Copper and chrome correspond to the most significant portion of mineral production in the area, followed
by construction materials. The Curaçá Valley Cupriferous District has had its main deposit in the Caraíba mine
since 1979, while the Medrado mine in the Jacurici Valley Chromitiferous District and in operation since 1972 is
the only one in activity. Among the building materials, the potential for dimension stones stands out, due to the
existence of several quarries, currently paralyzed due to the market.
The project’s work highlighted the potential of the Lagoa da Vaca Suite, composed of differentiated
mafic-ultramafic bodies, whose metallogenetic expectation is reinforced by the most significant geochemical
values for chromium, vanadium, nickel and cobalt.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 8
1.1. LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS FISIOGRÁFICOS................................................................................. 8
1.2. ETAPAS DE EXECUÇÃO..................................................................................................................... 9

2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL...................................................................................... 11


2.1. BLOCO SERRINHA........................................................................................................................... 11
2.2. ÓROGENO ITABUNA-SALVADOR-CURAÇÁ (CINTURÃO SALVADOR-CURAÇÁ).......................... 14
2.3. BLOCO GAVIÃO-LENÇÓIS...............................................................................................................15
2.4. BACIA ESTÂNCIA, BACIA SEDIMENTAR DO TUCANO
E FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA.....................................................................................15

3. ESTRATIGRAFIA..................................................................................................................... 16
3.1. BLOCO GAVIÃO-LENÇÓIS............................................................................................................... 16
3.1.1. Complexo Mairí..................................................................................................................... 16
3.1.2. Granitoide de Senhor do Bonfim........................................................................................... 16
3.2. ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR-CURAÇÁ (CINTURÃO SALVADOR-CURAÇÁ).......................... 16
3.2.1. Complexo Caraíba................................................................................................................. 16
3.2.2. Complexo Tanque Novo-Ipirá................................................................................................ 16
3.2.3. Rochas Granitoides Intrusivas............................................................................................... 18
3.2.4. Corpos Máfico-Ultramáficos do Vale do Curaçá................................................................... 18
3.2.5. Diques do Vale do Curaçá...................................................................................................... 18
3.3. BLOCO SERRINHA........................................................................................................................... 18
3.3.1. Complexo Uauá.....................................................................................................................18
3.3.2. Suíte Lagoa da Vaca............................................................................................................... 19
3.3.3. Complexo Santa Luz.............................................................................................................. 19
3.3.4. Rochas Granitoides Intrusivas (Mesoarqueano).................................................................... 21
3.3.5. Diques de Uauá...................................................................................................................... 21
3.3.6. Complexo Bendengó............................................................................................................. 21
3.3.7. Sequência Metavulcanossedimentar Rio Capim................................................................... 21
3.3.8. Sequência Metavulcanossedimentar Rio Itapicuru.............................................................. 22
3.3.9. Corpos Máfico-Ultramáficos do Vale do Jacurici.................................................................. 22
3.3.10. Rochas Granitoides Intrusivas (Riaciano)............................................................................. 22
3.4. FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA........................................................................................ 22
3.4.1. Grupo Macururé.................................................................................................................... 23
3.4.2. Suíte Cocorobó...................................................................................................................... 23
3.4.3. Grupo Vaza-Barris.................................................................................................................. 23
3.5. BACIA ESTÂNCIA.............................................................................................................................23
3.5.1. Grupo Estância...................................................................................................................... 23
3.6. BACIA SEDIMENTAR DO TUCANO CENTRAL................................................................................ 24
3.7. FORMAÇÕES SUPERFICIAIS CENOZOICAS.................................................................................... 24

4. TECTÔNICA............................................................................................................................ 26
4.1. CENÁRIO TECTÔNICO..................................................................................................................... 26
4.2. PRINCIPAIS ESTRUTURAS.............................................................................................................. 26
4.3. DOMÍNIOS TECTONO-ESTRUTURAIS........................................................................................... 26
5. AEROGEOFÍSICA.................................................................................................................... 30
5.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................30
5.2. METODOLOGIA...............................................................................................................................30
5.3. CONCLUSÕES.................................................................................................................................. 31

6. GEOQUÍMICA PROSPECTIVA................................................................................................. 32
6.1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 32
6.2. MÉTODOS....................................................................................................................................... 32
6.3. TRATAMENTO DOS DADOS............................................................................................................ 32
6.4. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES........................................................................................................ 32

7. RECURSOS MINERAIS............................................................................................................ 36
7.1. CADASTRAMENTO MINERAL......................................................................................................... 36
7.2. PRINCIPAIS RECURSOS MINERAIS................................................................................................. 36
7.2.1. Cobre...................................................................................................................................... 36
7.2.2. Cromo.................................................................................................................................... 37
7.2.3. Mármore, calcário e calcita .................................................................................................. 38
7.2.4. Amazonita.............................................................................................................................. 39
7.2.5. Quartzo róseo e quartzo industrial........................................................................................ 39
7.2.6. Coríndon ............................................................................................................................... 39
7.2.7. Ouro....................................................................................................................................... 39
7.2.8. Materiais para Construção.................................................................................................... 39
7.2.8.1. Rochas Ornamentais................................................................................................. 39
7.2.8.2. Pedra de Revestimento ........................................................................................... 39
7.2.8.3. Pedra para Construção ............................................................................................40
7.2.8.4. Areia.........................................................................................................................40
7.2.8.5. Argila ........................................................................................................................ 40

REFERÊNCIAS............................................................................................................................. 41
APÊNDICE................................................................................................................................... 45
SÚMULA DOS DADOS DE PRODUÇÃO.................................................................................................46
LISTAGEM DE RECURSOS MINERAIS...................................................................................................46
| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

1. INTRODUÇÃO

Em 2012, a DGM – Diretoria de Geologia e Recursos Em alguns locais, na serra de Itiúba por exemplo, a
Minerais relacionou, entre suas atividades, a execução drenagem mostra-se controlada pela estrutura, adap-
de projetos-piloto de cartografia geológica, previstos tada às falhas e fraturas que ali ocorrem. No quadrante
para serem desenvolvidos dentro dos procedimentos sudeste é visível o baixíssimo grau de integração da
operacionais vigentes e abrangerem, obrigatoriamente, rede, reflexo da composição carbonática do substrato.
grupos de folhas adjacentes (quatro ou mais), em lugar Os cursos d’água da área pertencem às bacias hidro-
de folhas isoladas. A adoção dessas diretrizes teve como gráficas dos rios São Francisco, Itapicuru e Vaza-Barris,
principais objetivos aumentar a possibilidade de definir mais ou menos equivalentes em extensão (Figura 1.2),
ambientes geológicos com potencial metalogenético, e cujos principais representantes são, respectivamente,
além de racionalizar o tempo de execução e o uso dos os rios Curaçá, Jacurici e o próprio Vaza-Barris.
recursos financeiros. O Projeto Uauá-Monte Santo está Totalmente inserida no polígono das secas a área
entre esses projetos-piloto e abrange uma superfície apresenta clima semiárido característico, tipificado
de 12.000 km2, na região nordeste do Estado da Bahia. pela escassez de recursos hídricos superficiais, devida à
baixa precipitação anual, entre 400 e 750 mm, além das
1.1. LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS FISIOGRÁFICOS médias elevadas de temperatura e forte evaporação.
Nesse cenário climático adverso, agravado pela quase
A área do Projeto Uauá-Monte Santo está situada onipresença de solos rasos, estéreis, a terra é utilizada,
no quadrante nordeste do Estado da Bahia, demarcada em sua maior parte, como pastagens, em suporte a uma
pelos meridianos 39000’ e 40000’W Gr. e pelos paralelos pecuária extensiva, sobretudo de caprinos e ovinos.
09030’ e 10030’ S. Equivale a quatro folhas 30’ x 30’ Em menor extensão e durante o período chuvoso, que
(Pinhões / SC.24-V-D-V, Uauá / SC.24-V-D-VI, Monte vai de novembro a março, é empregada no plantio de
Santo / SC.24-Y-B-III e Andorinha/ SC.24-Y-B-II), que culturas temporárias de sequeiro, tais como feijão,
englobam parcial ou integralmente terras dos municí- mandioca e milho, aproveitando os vales e locais de
pios de Juazeiro, Curaçá, Chorrochó, Macururé, Uauá, maior umidade.
Jeremoabo, Canudos, Monte Santo, Euclides da Cunha, Apesar da intensa ação antrópica uma boa parte da
Itiúba, Andorinha e Jaguarari. A figura 1.1 mostra a área ainda preserva sua vegetação original, designada
localização dessa área, assim como as sedes municipais quase que integralmente pela caatinga, aberta ou densa,
e as principais vias de acesso. e ainda pela ocorrência de manchas de floresta estacio-
Apresenta, no geral, um relevo ondulado, com altitu- nal, restritas às regiões serranas.
des em torno dos 480 metros, com inclinação suave em Afora a agropecuária, as atividades econômicas de
direção ao norte, no domínio da planície do rio São Fran- destaque da região referem-se ao setor mineral, princi-
cisco. Nessa paisagem de contornos suaves salientam-se palmente às minas de cobre do vale do rio Curaçá e de
elevações que alcançam até 800 metros, caso da serra cromo do vale do rio Jacurici.
de Itiúba, que se alonga norte-sul no terço ocidental
da área, além de inúmeras outras, que se dispõem em 1.2. ETAPAS DE EXECUÇÃO
suas partes centro-sudeste e nordeste e correspon-
dendo a níveis de rochas supracrustais ou a maciços O Projeto Uauá-Monte Santo desenvolveu-se em
diatexito-graníticos (Figura 1.2). No extremo sudeste, quatro etapas: preparatória, mapeamento geológico
as rochas carbonáticas que ali ocorrem conformam preliminar, mapeamento geológico final e elaboração
um extenso pediplano, com cotas médias próximas da nota explicativa. Na etapa preparatória foi compi-
aos 480 metros. lado todo o acervo existente sobre a área, cujos dados
A rede de drenagem superficial da região em foco foram reunidos aos resultados da fotointerpretação
está organizada em padrões que variam do subden- geológica e da interpretação dos dados aerogeofísi-
drítico ao subparalelo, com alternância para o padrão cos (magnetométricos e gamaespectrométricos),
dendrítico de alta densidade no setor nordeste, condicio- obtidos pelos levantamentos Riacho Seco-Andori-
nado pela presença quase exclusiva de litotipos xistosos. nha (CBPM, 2001) e Oeste de Tucano (CPRM, 2011).

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Figura 1.1 - Localização, sedes municipais e principais acessos à área do projeto.

Todas essas informações foram agrupadas em um SIG e integração de todos os dados e fatos até então dispo-
e sintetizadas no mapa de serviço preliminar. níveis, suportados por uma gama substancial de análi-
Na etapa de mapeamento geológico preliminar ses laboratoriais, que foram materializados nos mapas
realizaram-se os procedimentos de campo (cartogra- geológicos finais.
fia/cadastramento/prospecção geoquímica/geofísica No desenrolar dessas duas etapas cumpriu-se um
terrestre) complementados com análises petrográfi- total de 3.251 km de perfis geológicos e em 383 deles
cas. Ao fim dela geraram-se quatro mapas geológicos realizaram-se, concomitantemente, perfis geofísicos
preliminares, descritivos e factuais, disponibilizados terrestres para obtenção de dados gamaespectrométricos
então na Internet. e de suscetibilidade magnética. Ao longo desses trabalhos
As atividades da etapa de mapeamento geológico de campo foram catalogados 67 jazimentos minerais e
final embasaram-se nas informações obtidas na etapa descritos 1.346 afloramentos, dos quais coletaram-se
anterior, agregadas às conclusões extraídas das inter- 1.173 amostras, parte delas destinadas a análises petro-
pretações dos dados geofísicos terrestres e dos resul- gráficas (760), químicas (265), gecronológicas (7) e isotó-
tados das análises químicas realizadas em amostras de picas (21). No referente à prospecção geoquímica, cuja
rochas e de sedimentos de corrente, além dos estudos amostragem foi executada pela empresa Brasil Explore,
mineralométricos em concentrados de bateia. Os tra- foram coletadas 1.332 amostras de sedimentos de
balhos de campo então realizados tiveram como foco corrente e 1.166 concentrados de bateia.
o detalhamento de sítios geológicos com possibilidades Na última etapa de execução procedeu-se à elabora-
metalogenéticas (áreas-alvo) ou daqueles que detinham ção deste texto explicativo, com a exposição condensada
questões de várias ordens ainda não solucionadas. das informações mais relevantes obtidas ao longo do
Ao final dessa terceira etapa, procedeu-se à consolidação desenvolvimento dos trabalhos.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Figura 1.2 - Aspectos do relevo e da rede hidrográfica.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

A figura 2.1, que apresenta um esboço tectônico do É constituído essencialmente por ortognaisses migmatí-
Cráton do São Francisco, como definido por Almeida (1977), ticos com frequentes intercalações de rochas metassedi-
destaca quatro grandes conjuntos cronoestratigráficos: mentares (gnaisses aluminosos e kinzigíticos, quartzitos,
i. As formações superficiais cenozoicas; rochas calcissilicáticas, formações ferríferas) e metamá-
ii. As bacias sedimentares paleozoico-mesozoicas; ficas-metaultramáficas. Na região do vale do rio Jacurici,
iii. As coberturas plataformais proterozoicas e; essa unidade abriga inúmeras intrusões norito-perido-
iv. O embasamento arqueano-paleoproterozoico, títicas (2.085 Ma; OLIVEIRA et al., 2003) mineralizadas
assim como as faixas dobradas neoproterozoicas em cromo.
que limitam a região cratônica. Existem várias determinações geocronológicas para
Ainda nessa figura está assinalado o Lineamento as rochas do Complexo Santa Luz. Oliveira et al. (2002)
Jacobina-Contendas (SABATÉ, 1991), uma extensa faixa obtiveram idades de 3.085 Ma e 2.983 Ma em gnais-
de descontinuidade estrutural que atravessa a área cra- ses com características químicas similares a suítes TTG.
tônica na direção meridiana, conectando as faixas mar- Rios et al. (2008) definiram idades de 3.025 Ma, refe-
ginais Riacho do Pontal e Araçuaí, e demarca o limite rente à cristalização dos protólitos, e 2.079 Ma relativa
oeste do Cinturão Bahia Oriental (ALMEIDA et al., 2000; a processo de fusão parcial dos gnaisses.
DELGADO et al., 2003). Este cinturão, que abrange todo O Complexo Uauá, designado por uma associação
o embasamento do Cráton do São Francisco situado a de gnaisses bandados e ortognaisses de médio e alto
leste do referido lineamento, evoluiu no Riaciano em graus metamórficos, conforma um segmento crustal de
consequência da colisão e soldagem de quatro segmentos forma ligeiramente sigmoidal justaposto ao setor nor-
crustais (blocos Gavião-Lençóis, Jequié e Serrinha e o deste do Bloco Serrinha (Figura 2.2). Trata-se de rochas
Órogeno Itabuna-Salvador-Curaçá) individualizados no
mesoarqueanas, com idades entre 3.072 Ma e 2.933 Ma
Arqueano (BARBOSA E SABATÉ, 2002).
(PAIXÃO e OLIVEIRA, 1998; OLIVEIRA et al., 2002), que
O Projeto Uauá-Monte Santo tem cerca de setenta
abrangem inúmeros corpos básico-ultrabásicos, entre
por cento de sua área contidos no Cinturão Bahia Orien-
eles o Complexo Anortosítico Lagoa da Vaca (3.161 Ma;
tal, particularmente no Bloco Serrinha e no Órogeno
PAIXÃO e OLIVEIRA, 1998).
Itabuna-Salvador-Curaçá. Os trinta por cento restantes
distribuem-se no contexto do Bloco Gavião-Lençóis, na A característica mais peculiar do Complexo Uauá
Faixa de Dobramentos Sergipana, na Bacia Estância e no é a presença marcante de incontáveis diques máficos.
Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá (Figura 2.2). Segundo Menezes (1992) existem duas gerações de
diques, representadas por um conjunto mais antigo,
2.1. BLOCO SERRINHA constituído por indivíduos deformados, metamorfizados,
dispostos no rumo NNW-SSE; enquanto os diques mais
O Bloco Serrinha ocupa uma área ligeiramente ova- novos, não deformados, colocam-se na direção nordeste.
lada no quadrante nordeste do Cráton do São Fran- Oliveira et al. (2012), no entanto, identificaram três enxa-
cisco, (Figura 2.2) e representa um segmento crustal mes de diques, onde os mais velhos, representados por
de natureza granito-greenstone, no qual os complexos corpos anfibolíticos de direção NW, são seguidos por
Santa Luz (DAVISON et al., 1988) e Uauá (LEAL, 1992) dois conjuntos não metamorfizados: um, de composição
compõem sua infraestrutura mesoarqueana, enquanto norítica, datado em 2.726 Ma, e o outro, identificado por
a supraestrutura é definida pelos Greenstone Belts do diques toleíticos, com idade de 2.623 Ma.
Rio Itapicuru (KISHIDA, 1979) e do Rio Capim (WINGE, O Greenstone Belt do Rio Itapicuru, reconhecido ori-
1984), atribuídos ao Paleoproterozoico. A essas unidades ginalmente por Seixas et al. (1975), que o denominaram
soma-se um expressivo plantel de rochas granitoides Complexo Metamórfico de Serrinha, exibe um contorno
intrusivas, predominantemente riacianas. em calha sinclinorial, com eixo na direção meridiana,
O Complexo Santa Luz é a unidade de maior área encravado em gnaisses migmatíticos do Complexo Santa
aflorante do Bloco Serrinha (Figura 2.2) e já foi incluído, Luz (Figura 2.2). A pilha supracrustal que o constitui foi
total ou parcialmente, no Grupo Caraíba (BARBOSA, organizada (KISHIDA e RICCIO, 1980; SILVA, 1984) em
1970), no Complexo Metamórfico-Migmatítico (SEIXAS três unidades litoestratigráficas: vulcânica máfica, vul-
et al., 1975), no Complexo Caraíba-Paramirim (GAVA et cânica félsica e sedimentar, metamorfisadas na fácies
al., 1983) e no Supergrupo Caraíba (INDA et al., 1976). xisto verde com incrementos locais à facies anfibolito.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Figura 2.1 - Esboço tectônico do Cráton do São Francisco (modificado de ALKMIM et al., 1993).
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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

A unidade vulcânica máfica, basal, é formada por basal- As rochas metavulcanossedimentares que afloram
tos toleíticos maciços (2210 Ma; SILVA et al., 2001, e na região do rio Capim, referidas como Série Capim
2145 Ma; OLIVEIRA et al., 2010a), com pillow lava locais por Andritzky (1971) e como Grupo Capim por Winge
e intercalações subordinadas de formações ferríferas, (1984), e considerada como um possível Greenstone
cherts e filitos grafitosos. A unidade vulcânica félsica Belt por Mascarenhas (1976), dispõem de datações U-Pb
abrange andesitos (2110 Ma; SILVA, 1992) a dacitos (2148 Ma e 2128 Ma; OLIVEIRA et al., 2010b), que per-
(2081 Ma; OLIVEIRA et al., 2010a), porfiríticos ou não, mitem correlacioná-las cronologicamente àquelas do
associados a níveis de sedimentos químico-pelíticos. Greenstone Belt do Rio Itapicuru.
No topo da sequência encontra-se a unidade sedimen- O Greenstone Belt do Rio Capim posiciona-se a leste
da área de ocorrência do Complexo Uauá (Figura 2.2),
tar, que consiste de arenitos, conglomerados e peli-
de quem está limitado por expressiva zona de cisalha-
tos, que afloram na parte sul da área de ocorrência do
mento transcorrente dextral. Seu limite oriental se dá
greenstone, enquanto que para norte predominam pelitos com o Complexo Santa Luz. Compreende um pacote
e sedimentos químicos. vulcanossedimentar metamorfizado nas fácies anfibolito
Segundo Silva (1991, 1992) o Greenstone Belt do a granulito, constituído por metabasaltos e metatufos
Rio Itapicuru foi gerado em ambiente colisional tipo interacamadados com metapelitos e rochas metassedi-
arco-continente, onde os basaltos representam o assoa- mentares de origem vulcano-química, além de metadaci-
lho de uma bacia back-arc e os dacitos e andesitos defi- tos, metandesitos e intrusões graníticas e gabrodioríticas
nem um arco de margem continental, adjacente à bacia. (WINGE e DANNI, 1980; SÁ et al., 1984; SOUZA, 1984).

Figura 2.2 - Esboço geológico do quadrante nordeste do Cráton do São Francisco.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Para Oliveira et al. (2010b) as assinaturas geoquímicas dos A Suíte São José do Jacuípe (LOUREIRO, 1991; MELO,
elementos traços, a associação litológica, com predomi- 1991; MELO et al., 1995; TEIXEIRA, 1997) é uma asso-
nância de basalto, andesito e dacito, e ainda os valores ciação máfico-ultramáfica (gabronoritos, ferrogabros,
positivos a levemente negativos de ΣNd, indicam que a piroxenitos, leucogabros e peridotitos) que, segundo
sequência Rio Capim representa um arco oceânico, em Teixeira (1997), é derivada de magma toleítico tipo MORB
analogia a alguns ambientes tectônicos fanerozoicos. e representa um remanescente de crosta oceânica.
Uma das principais características do Bloco Serri- O Complexo Caraíba é a unidade mais representativa
nha é o elevado registro de episódios magmatogênicos do Cinturão Salvador-Curaçá. Desde 1966, quando foi
que ali ocorreram, principalmente durante o Riaciano, reconhecida como grupo, por Barbosa, foi alvo de várias
materializados em dezenas de maciços e suítes de interpretações e classificações (LADEIRA e BROCKS
rochas granitoides intrusivas. Rios et al. (2008) reco- JUNIOR, 1969; BARBOSA, 1970; DELGADO e SOUZA,
nheceram a presença de três grupos de rochas grani- 1975; NUNES et al., 1973; INDA et al., 1976; FIGUEIREDO,
toides na parte sul do Bloco Serrinha: um, constituído 1981; GAVA et al., 1983; MELO et al, 1995). Atualmente,
por corpos gnáissicos TTG mesoarqueanos (3,2 Ga – considera-se que o Complexo Caraíba é definido essen-
2,9 Ga); outro, designado por granitoides pré-tectônicos cialmente por ortognaisses enderbíticos e charnoender-
(ca 2,15 Ga) calcialcalinos e um terceiro representado por bíticos, constituintes de uma suíte TTG, cujos protólitos
intrusões alcalinas tardi a pós-tectônicas (2,11 Ga – 2,07 Ga). foram gerados (2695 Ma/SILVA et al., 1997) em uma
Oliveira et al. (2010a) relacionaram uma série de intru- sistema de subducção, com mergulho de placa oceânica
sões no contexto do Greenstone Belt do Rio Itapicuru (Suíte São José do Jacuípe) supostamente para leste.
no intervalo de 2.163 Ma (plutões TTG e calcialcalinos, Na região do vale do rio Curaçá, rochas norito-hiperste-
com destaque para o batólito de Nordestina) a 2.072 Ma níticas encaixadas em ortognaisses do Complexo Caraíba,
(corpos potássicos tarditectônicos). Na metade norte hospedam importantes mineralizações de cobre.
O conjunto de rochas supracrustais que ocorre na
do bloco os gnaisses dos complexos Santa Luz e Uauá
região do vale do rio Curaçá foi incluído por Ladeira e
alojam algumas intrusões arqueanas, como os granitoi-
Brockes Junior (1969) no Grupo Tanque Novo e deno-
des da região de Uauá e o Tonalito Capim, datado em
minada, anos após, de Sequência Tanque Novo, por
3.120 Ma por Cordani et al. (1999).
Delgado e Souza (1975). À mesma época, Sofner (1973)
utilizou o termo Grupo Ipirá para designar uma associa-
2.2. ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR-CURAÇÁ
ção de paragnaisses, quartzitos, ectnitos e metabasitos,
(CINTURÃO SALVADOR-CURAÇÁ)
que aflora na região da cidade homônima, designação
substituída por Lima et al. (1981) para Complexo Ipirá.
O Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá é um cinturão Devido à semelhança composicional aparente entre
de rochas metamórficas de médio e alto graus, que se os dois conjuntos, Kosin et al. (1999) os reuniram sob o
prolonga por mais de 700 km no terço oriental do Estado nome de Complexo Tanque Novo-Ipirá. Genericamente
da Bahia, limitado a norte e a sul, respectivamente, pelas são leucognaisses, gnaisses kinzigíticos, rochas calcissi-
faixas dobradas Riacho do Pontal e Araçuaí. Compreende licáticas, metacarbonatos, quartzitos, gnaisses banda-
um domínio setentrional, ao qual se relaciona parte da dos, formações ferríferas, gnaisses e xistos grafitosos,
área estudada, denominado Cinturão Salvador-Curaçá metabasitos e metaultrabasitos, cujos protólitos são
(SANTOS e SOUZA, 1983), e um meridional, o Cinturão atribuídos ao Neoarqueano e que conformariam, em
Itabuna (FIGUEIREDO, 1989), que se conectam à altura parte, o prisma acrescional relacionado a ambiente de
do paralelo da cidade de Salvador (Figura 2.1). subducção de placa oceânica, no mesmo evento que
O domínio setentrional é constituído por ortognaisses produziu as rochas plutônicas do Complexo Caraíba
TTG do Complexo Caraíba e rochas supracrustais do Com- (PADILHA e MELO, 1991).
plexo Tanque Novo-Ipirá, cujos protólitos foram gerados As rochas plutônicas e supracrustais dos complexos
no Neoarqueano e metamorfizados no Riaciano, e pela Caraíba e Tanque Novo-Ipirá alojam inúmeros maciços
Suíte São José do Jacuípe, de natureza máfico-ultramá- de rochas granitoides, intrudidas sobretudo no perí-
fica. Além disso, ocorrem diversas intrusões de rochas odo Riaciano, durante a evolução do Cinturão Bahia
granitoides, em sua maior parte paleoproterozoicas. Oriental. Melo et al. (1995) classificaram essas intrusões
O Cinturão Salvador-Curaçá tem direção geral em acordo aos episódios de deformação que atuaram
NNW-SSE e está confinado tectonicamente entre o Bloco ao longo dessa evolução em sintangenciais, tarditan-
Gavião-Lençóis, a oeste, e o Bloco Serrinha, a leste genciais, sintranscorrentes e tardi a pós-transcorrentes.
(Figura 2.2). As zonas de cisalhamento transpressionais Os três primeiros conjuntos, além de intensamente defor-
que definem esses limites apresentam mergulhos con- mados, guardam xenólitos das unidades encaixantes.
vergentes para a zona central do orógeno, o que lhe Kosin et al. (2001) propuseram a classificação dessas rochas
confere uma configuração em flor positiva. granitoides em sintectônicas e tardi a pós-tectônicas.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Ao primeiro grupo pertence o granitoide Riacho da a Bacia Estância e a Faixa de Dobramentos Sergipana
Onça (2.126 Ma; SILVA et al. 1997), que se estende por (Figura 2.2).
mais de 250 km ao longo da borda oriental do Cinturão A Bacia Sedimentar do Tucano integra o Rifte
Salvador-Curaçá; e no segundo grupo o principal represen- Recôncavo-Tucano-Jatobá, um sistema de grabens que
tante é o Maciço Sienítico de Itiúba (2.084 Ma; OLIVEIRA se estende por cerca de 450 km, com direção N-S, no
et al., 2004), com extensão superior a 150 km, encaixado quadrante nordeste da Bahia (bacias do Recôncavo e
na interface Cinturão Salvador-Curaçá/Bloco Serrinha. Tucano) e que, a norte do rio São Francisco, já no Estado
de Pernambuco, inflete bruscamente para a direção EW
2.3. BLOCO GAVIÃO-LENÇÓIS (Bacia de Jatobá). Sua estruturação está relacionada ao
processo de rifteamento que resultou na separação
O Bloco Gavião-Lençóis situa-se quase integralmente América do Sul-África e consequente abertura do oceano
a oeste do Lineamento Jacobina-Contendas e abrange os Atlântico, e com uma área aproximada de 30.500 km2,
núcleos cratônicos do Gavião, Paramirim e Sobradinho compreende três subdivisões: as sub-bacias do Tucano
(Figura 2.1). É constituído essencialmente por ortognaisses Norte, Central e Sul. As rochas sedimentares que pre-
TTG e por sequências supracrustais tipo Greenstone Belt enchem essas sub-bacias são de idades paleozoica e
e está encoberto, em sua maior parte, pelos depósitos mesozoica (neojurássicas a eocretácicas), estão distribu-
sedimentares, com pequena contribuição vulcânica, dos ídas nos grupos Brotas, Santo Amaro, Ilhas e Massacará
supergrupos Espinhaço e São Francisco, respectivamente e na Formação Marizal e foram organizadas (COSTA
de idades paleo-mesoproterozoica e neoproterozoica et al., 2007) em quatro supersequências: paleozoica,
(Figura 2.1). As determinações geocronológicas existentes pré-rifte, rifte e pós-rifte.
em rochas desse bloco assinalam sua edificação inicial A Bacia Estância representa uma plataforma rasa,
na era paleoarqueana, com idades entre 3,5 Ga e 3,3 Ga estruturada na margem nordeste do Cráton do São
(MOUGEOT, 1996; NUTMAN e CORDANI, 1992; PEUCAT Francisco, adjacente à Faixa de Dobramentos Sergi-
et al., 2002; MARINHO et al., 1992). pana. Durante o Ediacarano essa bacia foi preenchida
Os contatos entre o Bloco Gavião-Lençóis e o Óro- por sedimentos siliciclástico-carbonáticos, protólitos
geno Itabuna-Salvador-Curaçá, a leste, e o Bloco Gua- dos conglomerados, arenitos, carbonatos e filitos que
nambi, a oeste, se dão sempre por expressivos feixes compõem o Grupo Estância (ALLARD e TIBANA, 1966;
de cisalhamento. Em seu limite oriental, assinalado pelo HUMPHREY e ALLARD, 1969; SILVA FILHO et al., 1978).
Lineamento Contendas-Mirante, fatias do embasamento Sua área de exposição é seccionada pelo Rifte Recôn-
(e.g. fragmento de Mairi) entremeiam-se tectonicamente cavo-Tucano-Jatobá e seus representantes afloram em
com sequências de rochas supracrustais do Greenstone áreas dos estados da Bahia e Sergipe, distribuídos nas
Belt de Mundo Novo (MASCARENHAS e SILVA, 1994) e do formações Lagarto, Acauã e Juetê.
Complexo Saúde (COUTO et al., 1978; MELO et al., 1995). No contexto regional, a Faixa de Dobramentos Sergi-
Além do Complexo Saúde e do Greenstone Belt pana é o único integrante da Província Borborema. Situa-se
de Mundo Novo, a borda oriental do Bloco Gavião- entre o Cráton (Província) do São Francisco a sul, e os
Lençóis aloja outras importantes sequências de rochas terrenos Canindé-Marancó e Pernambuco-Alagoas,
supracrustais, todas condicionadas pelo Lineamento Jaco- a norte. Igualmente à Bacia Estância, tem sua área de
bina-Contendas, tais como a Sequência Vulcanossedimen- ocorrência dividida em dois segmentos pelo Rifte
tar Contendas-Mirante e o Grupo Jacobina (Figura 2.1). Recôncavo-Tucano-Jatobá (Figura 2.1).
O Bloco Gavião-Lençóis foi palco também de colo- Essa faixa dobrada configura uma bacia de mar-
cação de vários maciços e suítes de rochas granitoi- gem passiva, gerada e deformada no Neoproterozoico,
des intrusivas, desde o Mesoarqueano, com geração constituída por dois domínios litotectônicos: Macururé,
associada a evento de metamorfismo/migmatização designado pelo grupo homônimo (BARBOSA, 1970; SILVA
(2,7 Ga; LOUREIRO, 1991), até o Orosiriano, represen- FILHO et al., 1977; SANTOS et al., 1988), formado por
tado pelo rosário de corpos de leucogranitoides peralu- depósitos de natureza turbidítica, e Vaza-Barris, que
minosos, que se dispõem por toda a borda oriental do é caracterizado por sedimentação preferencialmente
Grupo Jacobina. pelítico-carbonática e compreende os grupos Miaba
e Vaza-Barris (HUMPHREY e ALL ARD, 1967; SILVA
2.4. BACIA ESTÂNCIA, BACIA SEDIMENTAR DO FILHO et al., 1978; SILVA, 1992; SILVA e MCCLAY, 1995;
TUCANO E FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA OLIVEIRA et al., 2010b). Esses domínios estão limita-
dos entre si pela zona de cisalhamento de São Miguel
No segmento crustal localizado a leste do Bloco do Aleixo, transpressional com vergência para sul e de
Serrinha encontram-se a Bacia Sedimentar do Tucano, possível idade ediacarana.

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3. ESTRATIGRAFIA

As unidades litoestratigráficas identificadas na área e exibe textura média a grossa e coloração cinza-claro a
do Projeto Uauá-Monte Santo encontram-se distribuídas rosada. Localmente, apresenta abundantes cristais finos
em cinco compartimentos tectônicos, de idades arque- de magnetita disseminados.
ana a mesozoica, caracterizados por histórias evoluti- A presença de xenólitos de ortognaisses migmatíticos
vas próprias. São eles: Bloco Gavião-Lençóis, Orógeno do Complexo Mairí evidencia a natureza intrusiva de
Itabuna-Salvador-Curaçá (Cinturão Salvador-Curaçá), granitoide de Senhor do Bonfim.
Bloco Serrinha, Bacia Estância e Bacia Sedimentar do
Tucano Central. Assim, a descrição das principais pro- 3.2. ORÓGENO ITABUNA-SALVADOR-CURAÇÁ
priedades dessas unidades estratigráficas será feita, (CINTURÃO SALVADOR-CURAÇÁ)
a seguir, obedecendo à distribuição das mesmas, por
compartimento tectônico. É representado na área por seu segmento setentrio-
nal, o Cinturão Salvador-Curaçá, e abrange os complexos
Caraíba e Tanque Novo-Ipirá, o granitoide Riacho da Onça
3.1. BLOCO GAVIÃO-LENÇÓIS
e o Maciço Sienítico de Itiúba. Essa porção do Cinturão
Salvador-Curaçá dispõe-se longitudinalmente no setor
O Bloco Gavião-Lençóis ocupa uma estreita faixa, ocidental da área, limitada tectonicamente tanto a oeste,
com largura média em torno de 7 km, restrita à borda com o Bloco Gavião-Lençóis, como a leste, com o Bloco
oeste da área do projeto (Figura 3.1). Nessa faixa, cujo Serrinha (Figura 3.1).
limite oriental com o Cinturão Salvador-Curaçá se dá
via expressiva zona de cisalhamento, afloram sobretudo 3.2.1. Complexo Caraíba
rochas do Complexo Mairí, com pequena participação
de rochas granitoides do maciço de Senhor do Bonfim. Dentre as unidades cartografadas na região do vale
do rio Curaçá por Delgado e Souza (1975) como perten-
3.1.1. Complexo Mairí centes à infraestrutura do então denominado Grupo
Caraíba (BARBOSA et al., 1964), apenas a Unidade Mari foi
O Complexo Mairí (LOUREIRO, 1991) é constituído reconhecida no presente trabalho. É a unidade de maior
essencialmente por ortognaisses migmatíticos (A2mo) área aflorante do Cinturão Salvador-Curaçá, sempre em
de composição tonalítica a granodiorítica, com enclaves limite tectônico com as que lhe são adjacentes (Figura 3.1).
máfico-ultramáficos. São rochas cinza, de granulação É constituída por hornblenda-biotita-gnaisses mig-
média, com planos de foliação bem desenvolvidos, em matíticos parcialmente granulitizados (charnoquitos a
geral na direção NS, com mergulhos de médio a alto enderbitos), com enclaves de anfibolito. Exibem estru-
ângulo quase sempre para leste. turação geral NS, com planos de foliação verticalizados
Localmente, no extremo noroeste da área, os e seus enclaves apresentam alto grau de estiramento.
termos migmatíticos estão associados a gnaisses Oliveira et al. (2010a) determinaram idade U-Pb de
quartzo-feldspáticos granadíferos. São rochas leuco- 2.574 Ma em gnaisse enderbítico da unidade, referente
cráticas, com bandamento milicentimétrico onde os à cristalização do protólito.
cristais de granada ocorrem ora na forma de nódulos,
3.2.2. Complexo Tanque Novo-Ipirá
juntamente com quartzo, ora disseminados na rocha.
Nessa mesma região e correspondendo a três elevações
A Unidade Bom Despacho (A4td) é a única repre-
ali situadas, aflora quartzito (A2mq), branco, rosado ou sentante do Complexo Tanque Novo-Ipirá na área.
esverdeado, recristalizado, fino a muito fino, foliado, Ela ocorre como lentes com espessura máxima de 500 m
comumente fuchsítico. e até 10 km de extensão, encravadas nos ortognaisses
da Unidade Mari (Figura 3.1).
3.1.2. Granitoide de Senhor do Bonfim É constituída por granada-biotita-quartzo gnaisse
parcialmente migmatizado, de cor cinza e granulação
Tem idade neoarqueana e ocorre no extremo sudo- fina a grossa e apresenta intercalações de rocha cal-
este da área, encaixado no Complexo Mairí. Sua composi- cissilicática, formação ferrífera, quartzito, quartzito-
ção varia de monzogranítica a sienogranítica, é isotrópico ferrífero e metachert.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Figura 3.1 - Distribuição geográfica e relações de contato das unidades litoestratigráficas


do Bloco Gavião-Lençóis e do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (Cinturão Salvador-Curaçá).

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Algumas lentes mais possantes de formação ferrí- quase sempre seus corpos são distinguidos pelo solo
fera (A4tdf) foram individualizadas. Trata-se de rocha argiloso de tonalidade escura. Eventualmente, essas
cinza-escuro a avermelhada com bandas milicentimétri- intrusões, principalmente as de composição hiperste-
cas alternadas de sílica e magnetita. nítico-norítica, hospedam mineralizações sulfetadas
As rochas da Unidade Bom Despacho apresentam-se (calcopirita, bornita) de cobre (e.g. Mina Caraíba).
estruturadas na direção geral NS com planos de foliação/
bandamento subverticalizados. Localmente, em exposição 3.2.5. Diques do Vale do Curaçá
de formação ferrífera, foi possível observar dobras abertas
com eixos suborizontais que mergulham para sudeste. Os diques do vale do Curaçá, reconhecidos apenas
na porção noroeste da área, são intrusivos nas rochas
3.2.3. Rochas Granitoides Intrusivas dos complexos Caraíba e Tanque Novo-Ipirá, colocados
em fraturas verticalizadas e orientadas segundo NE-SW.
No Cinturão Salvador-Curaçá os granitoides referidos Trata-se de dolerito (1.506 Ma U-Pb, SILVEIRA et al.,
à orogenia riaciana, compreendem dois conjuntos sin a 2012) afanítico a fanerítico grosso, com texturas ofítica
tarditectônicos, além do Maciço Sienítico de Itiúba, tardi a subofítica características.
a pós-tectônico.
O primeiro conjunto sin a tarditectônico está repre- 3.3. BLOCO SERRINHA
sentado pelo Granitoide Riacho da Onça (2.126 Ma U-Pb,
SILVA et al., 1997), um corpo alongado NNE-SSW, balizado Este bloco conforma uma seção crustal tipo gra-
por zonas de cisalhamento a oeste, com os Complexos nito-greenstone constituída por uma infraestrutura
Mairí e Caraíba, e a leste, com o Maciço Sienítico de mesoarqueana, representada pelos complexos Uauá e
Itiúba e o Complexo Santa Luz (Figura 3.1). Corresponde Santa Luz, e pelas sequências metavulcanos-sedimen-
a um augengnaisse monzogranítico a monzonítico, com tares do Rio Capim e do Rio Itapicuru, que designam a
ou sem granada, cinza a rosado, localmente com parte supraestrutura paleoproterozoica.
isotrópica e de granulação média a porfirítica. Apre- Além dessas, o Bloco Serrinha congrega outras unida-
senta características químicas calcioalcalinas a alcalinas. des, como a Suíte Lagoa da Vaca e o Complexo Bendengó,
O outro agrupamento reúne inúmeros corpos granitoides e inúmeras intrusões de rochas granitoides.
alongados na direção N-S e intrusivos no Complexo Cara-
3.3.1. Complexo Uauá
íba. Estes equivalem a granitos brancos a cinza-róseos,
finos a grossos, isotrópicos a foliados, com assinaturas
O Complexo Uauá configura um corpo sigmoidal na
calcioalcalinas de alto-K, reagrupados em dois subcon-
porção nordeste do Bloco Serrinha, limitado a oeste e a
juntos, em função da presença de granada: Granitoides
leste pelas zonas de cisalhamento Pedra Grande e Galo
do Vale do Curaçá (granadíferos) e Granitoide Santuário
de Ouro, respectivamente (Figura 3.2). É constituído
(eventualmente granadífero).
essencialmente por gnaisses bandados e ortognaisses
O Maciço Sienítico de Itiúba (2.084 Ma U-Pb, OLIVEIRA
migmatíticos de idade mesoarqueana, além de vários
et al., 2004) corresponde a uma intrusão batolítica alon-
corpos de rochas máfico-ultramáficas de significado
gada na direção N-S. Encontra-se limitada por zonas de pouco compreendido.
cisalhamento e encaixado na interface entre o Grani- Esses tipos litológicos foram organizados em quatro
toide Riacho da Onça e o Complexo Caraíba (oeste) e unidades litoestratigráficas:
o Complexo Santa Luz (leste). É constituído por sienito, i. Unidade Riacho do Meio (A3uam) – é a de maior
álcali-feldspato sienito e quartzossienito rosados, médios extensão, constituída predominantemente por
a grossos, porfiríticos, alcalinos, isotrópicos no centro a gnaisses bandados, por vezes migmatizados, carac-
foliados na borda da intrusão. terizados pela alternância de bandas quartzofelds-
páticas e anfibolíticas, com ocorrência local de rocha
3.2.4. Corpos Máfico-Ultramáficos calcissilicática;
do Vale do Curaçá ii. Unidade Tamanduá (A3uat) – aflora na porção
centro-sul da área de domínio do Complexo Uauá,
Ocorrem na forma de lentes adelgaçadas, às vezes sob a forma de corpos ovalados, circundados pelos
elipsoidais, com comprimento máximo de 5 km, intrudi- gnaisses bandados da unidade anterior. Trata-se
das nas rochas das unidades Mari e Bom Despacho. Esses de ortognaisses de composição TTG parcialmente
corpos têm, predominantemente, composição meta- migmatizados, em geral acinzentados, de granu-
gabroica a anfibolítica e ocorrem também metanorito lação média e foliados. Idades U-Pb de 2.991 Ma
(2.580 Ma U-Pb, OLIVEIRA et al., 2004a), metapiroxenito, (OLIVEIRA et al., 2001) foram obtidas em enclave
metahiperstenito e serpentinito. Raramente afloram e nesses ortognaisses;

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

iii. Unidade Lagoa do Mota (A3ual) – ocorre de modo Os ortognaisses têm textura média a grossa, cor castanha
restrito, na parte sul da área do Complexo Uauá, em acinzentada e comumente são cortados por diques de
contato gradacional com ortognaisse migmatítico composição granítica. A rocha calcissilicática é represen-
da Unidade Tamanduá. Trata-se de diatexitos de tada por diopsidito esverdeado de granulação grossa,
composição granodiorítica a granítica, com aspecto enquanto o olivina mármore é branco esverdeado, de
geral nebulítico, reflexo do maior grau de anatexia a granulação média. Nesta unidade estão encaixadas as
que foram submetidos; rochas máfico-ultramáficas mineralizadas em cromo do
iv. Unidade Riacho dos Vaqueiros (A3uav) – essa uni- vale do Jacurici.
dade congrega os corpos de rochas máfico-ultramá- A Unidade São Bento (A3lsb) compõe uma extensa
ficas que ocorrem dispersos em meio aos termos faixa de direção aproximada NS, com cerca de 15 km
gnáissicos do Complexo Uauá, ora concordantes com de largura na parte ocidental da área (Figura 3.2).
a estrutura regional, ora truncando-a. Compreen- E composta por ortognaisse migmatítico (2.983 Ma U-Pb,
dem quatro litotipos máficos (metagabro, metanorito, OLIVEIRA et al., 2002) de granulação média e cor rósea
metapiroxenito e anfibolito) que, de maneira geral, preponderante, além de marcante feição nebulítica.
apresentam cor cinza, granulação fina a média e tex- Esta feição, característica distintiva dessa unidade, foi
turas granonematoblástica e granoblástica. causada pela percolação de fluidos enriquecidos em
potássio, que obliteraram o aspecto da rocha original
3.3.2. Suíte Lagoa da Vaca e são provavelmente relacionados à intrusão do Sienito
de Itiúba.
A Suíte Lagoa da Vaca ocorre no setor centro-norte Associados a esses ortognaisses foram individuali-
da área, encaixada em gnaisses bandados do Complexo zadas as seguintes litofácies:
Uauá (Figura 3.2). Compreende as unidades Riacho do i.Anfibolito (A3lsba) cinza-escuro, médio a fino com
Mundo Novo e Riacho da Vargem. níveis subordinados de formação ferrífera e rocha
A Unidade Riacho do Mundo Novo (A3δlm) configura calcissilicática;
um corpo de formato ligeiramente elipsoidal orientado ii.Quartzito (A3lsbq) branco acinzentado, médio a
NE-SW, truncado em sua banda ocidental pela zona de fino, micáceo, foliado;
cisalhamento Pedra Grande. É composta por metanor- iii.Rocha calcissilicática (A3lsbc) branca esverdeada,
tosito e metaleucogabro interacamadados, com níveis bandada, fina a muito fina.
subordinados de metagabro e metapiroxenito. Deter- A Unidade São Gonçalo (A3lsg) constitui um cordão de
minação U-Pb em zircão do metaleucogabro realizada morros testemunho de direção NS encravados na Unidade
neste trabalho forneceu idade (cristalização) de 3.072 Ma. São Bento (Figura 3.2). Compreende um conjunto de rochas
A Unidade Riacho da Vargem (A3δlp) ocorre em de origem sedimentar química definido por mármore
corpos lenticulares de orientação meridiana com até calcítico a dolomítico de granulação média a grossa, nas
5 km de comprimento, localizados a sul da unidade cores branca, rósea ou laranja, com níveis subordinados
anterior. Abrange metaperidotitos, em parte serpen- de diopsidito e metachert. Estes últimos exibem, com
tinizados, e metapiroxenito acamadados, além de frequência, acamadamento marcado pela alternância de
metagabro subordinado. níveis quartzosos, claros, com níveis de material escuro
muito fino. Essas rochas foram metamorfizadas na fácies
3.3.3. Complexo Santa Luz granulito e retrometamorfizadas à fácies anfibolito médio
a alto, processos esses evidenciados pela presença, no
O Complexo Santa Luz (DAVISON et al., 1988) é a unidade mármore, de cristais de olivina serpentinizada.
mais extensa na área do projeto, constituída por ortognais- A Unidade Lagoa do Pires (A3lp) conforma uma faixa
ses migmatíticos associados a rochas máfico-ultramáficas com largura média de 15 km que atravessa longitudinal-
e a diversos tipos de rochas supracrustais. Tendo em vista mente toda a área do projeto (Figura 3.2). É constituída
a diversidade de associações litológicas identificadas, por ortognaisse migmatítico (3.025 Ma U-Pb, RIOS et al.,
aliada às variações texturais e estruturais existentes, 2008; 2.956 Ma U-Pb, OLIVEIRA et al., 2002), cujo neos-
individualizou-se cinco unidades litoestratigráficas no soma, cinza-claro a escuro, de granulação fina a média,
âmbito do Complexo Santa Luz: Cachoeira, São Bento, tem composição granodiorítica a tonalítica. Esse ortog-
São Gonçalo, Lagoa do Pires e Pedra d’Água. naisse apresenta enclaves de rochas máfico-ultramáficas,
A Unidade Cachoeira (A3lc) ocorre na borda oeste da como também de rochas supracrustais.
área, emparedada entre a Unidade São Bento e o Maciço Localmente, em meio aos ortognaisses migmatíticos
Sienítico de Itiúba, com o qual está em contato por zona e em gradação para eles, foi possível identificar algumas
de cisalhamento. Engloba ortognaisses charnoquítico faixas gnáissicas com estruturas diatexíticas (A3lpd),
a enderbitico, rocha calcissilicática e olivina mármore. preferencialmente nebulítica e schlieren.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Figura 3.2 - Distribuição geográfica e relações de contato das unidades litoestratigráficas do Bloco Serrinha.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Foram ainda individualizadas as seguintes litofácies com direção próxima a NS e larguras variáveis entre 2 e
no contexto da Unidade Lagoa do Pires: 15 km (Figura 3.2). A oeste, está em contato tectônico
i.Quartzito (A3lpq) claro, associado a xisto pelí- com a Sequência Metavulcanossedimentar Rio Capim
tico; quartzito branco, fino a muito fino, sericítico; e com gnaisses dos complexos Uauá e Santa Luz e a
quartzo-sericita xisto e metachert; leste encontra-se recoberto discordantemente pelos
ii.Gnaisse kinzigítico (A3lpk) migmatítico de cor cinza metacarbonatos da Formação Acauã.
e granulação média. O Complexo Bendengó é constituído por dois con-
A Unidade Pedra d’Água (A3ld) ocorre em forma de len- juntos litológicos distintos organizados nas unidades
tes, quase sempre alongadas, incrustadas nos ortognais- Coxomongó e Riacho das Tocas.
ses migmatíticos da Unidade Lagoa do Pires (Figura 3.2), A Unidade Coxomongó (PP2bc) compreende gnaisses
constituídas por rochas metamáficas e metaultramáficas granítico a tonalítico acinzentados a esbranquiçados, com
com níveis subordinados de formação ferrífera e rocha biotita e/ou hornblenda, aos quais associam-se granitos
calcissilicática. Esses corpos lenticulares são excelen- róseos de granulação fina a média. Em meio aos gnais-
tes marcadores dos diferentes padrões de deformação ses ocorrem lentes de anfibolito e supracrustais, estas
observados na área, como por exemplo, os dobramen- últimas provavelmente correlacionadas à sequência do
tos configurados pelas rochas dessa unidade na região Rio Capim. As rochas gnáissicas apresentam foliação com
centro-sul da área do projeto. direção geral NNW-SSE a N-S e mergulhos geralmente
fortes para sudoeste.
3.3.4. Rochas Granitoides Intrusivas (Mesoarqueano) A unidade Riacho das Tocas (PP2bt) é constituída por
metadiorito (predominante) e metagabro, em geral anfi-
A granitogênese mesoarqueana está representada bolitizados, que ocorrem na forma de corpos lenticulares
no Bloco Serrinha pelos granitoides Poço dos Cavalos e com extensões em torno do metro e espessuras decimé-
Marruá, ambos encaixados no Complexo Uauá.
tricas a decamétricas, concordantes com a estruturação
O Granitoide Poço dos Cavalos (A3γc) conforma um
das rochas encaixantes. Exibem granulação média a
corpo elipsoidal de direção NNW-SSE intrusivo na Uni-
grossa e ocasionalmente fina, cor verde escura e orien-
dade Riacho do Meio. É constituído por ortognaisses de
tação incipiente a pervasiva. Nos corpos mais possantes
composição tonalítica (3.120 Ma U-Pb, CORDANI et al.,
observa-se localmente a presença de um bandamento
1999) a granodiorítica, ambos os tipos com o mineral
descontínuo marcado por níveis com hornblenda ou
biotita, além de granítica.
plagioclásio milimétricos a decimétricos. Próximo a zonas
O Granitoide Marruá (A3γm), situado nas proxi-
de cisalhamento ocorrem lentes de corpos máficos granu-
midades da cidade de Uauá, constitui um corpo ova-
litizados, nos quais o piroxênio encontra-se parcialmente
lado, igualmente intrusivo na Unidade Riacho do Meio.
transformado em hornblenda.
Corresponde a um ortognaisse granítico cinza, fino a
médio, bem foliado, fortemente magnético, com assi-
natura geoquímica alcalina. 3.3.7. Sequência Metavulcanossedimentar
Rio Capim
3.3.5. Diques de Uauá
A Sequência Metavulcanossedimentar Rio Capim
Uma característica marcante do Complexo Uauá é a (ANDRITZKY, 1971; WINGE, 1984) ocorre adjacente
presença de incontáveis diques máficos pertencentes a à porção oriental do Complexo Uauá, do qual está em
duas diferentes gerações (MENEZES, 1992). A primeira contato tectônico via zona de cisalhamento Galo de Ouro.
é constituída por diques deformados e metamorfizados Dispõe-se em uma faixa sigmoidal com cerca de 20 km
de composição anfibolítica, orientados na direção NNW; de extensão por 4 km de largura média, orientada no
e a segunda geração é formada por diques pouco ou não trend NNW (Figura 3.2).
deformados, colocados na direção NE. Oliveira et al., É constituída por um pacote vulcanossedimen-
(2013) reconheceram dois subtipos de diques referentes à tar, metamorfisado na fácies anfibolito, definido por
segunda geração: um, de composição norítica (2.726 Ma metabasalto, metandesito, metadacito (2.148 Ma U-Pb,
U-Pb), e o outro designado como toleítico (2.623 Ma U-Pb). OLIVEIRA et al., 2011), metarriodacito, metaquartzan-
desito, metatufos máfico e félsico, quartzomicaxisto,
3.3.6. Complexo Bendengó metagabro, anfibolito, rocha calcissilicática, mármore,
metachert e formação ferrífera.
Esta unidade ocorre ao longo da borda leste do Bloco Além dessa sequência indivisa (PP2cp), foram reco-
Serrinha em uma faixa que se estende por mais de 70 km nhecidas mais três unidades, nomeadas por Souza (1984):

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

i.Unidade Caratacá (PP2cpc) – formada por 3.3.10. Rochas Granitoides Intrusivas (Riaciano)
metandesito, metadacito, metaquartzandesito e
metarriodacito; As rochas granitoides paleoproterozoicas que ocor-
ii.Unidade Riacho Mandaipó (PP2cpm) – contituída rem no Bloco Serrinha foram agrupadas em três con-
por anfibolito cinza-escuro, de granulação média a juntos, de acordo com seus estágios de colocação em
grossa e metagabro fino a grosso, foliado e; relação à orogenia riaciana: sin a tarditectônicos (γ2),
iii.Unidade Riacho do Gado Bravo (PP2cpg) – desig- tardi a pós-tectônicos (γ3) e pós-tectônicos (γ4).
nada por anfibolito fino intercalado com metassiltito Os granitoides sin a tarditectônicos são intrusivos em
e metarenito impuro com muscovita.
todas as unidades do Bloco Serrinha e possuem formas
alongadas concordantes com a estruturação das rochas
3.3.8. Sequência Metavulcanossedimentar
Rio Itapicuru encaixantes. Apresentam centros isotrópicos a levemente
foliados e bordas foliadas a fortemente foliadas, quando
A Sequência Metaulcanossedimetar Rio Itapicuru controlados por zonas de cisalhamento. Suas caracterís-
(KISHIDA, 1979) é constituída, da base ao topo, pelas uni- ticas petrográficas e químicas permitem reagrupá-los
dades Vulcânica Máfica (2.145 Ma U-Pb em basalto maciço, em três litotipos:
OLIVEIRA et al., 2010b), Vulcânica Félsica (2.081 Ma i.Trondhjemítico a granodiorítico cinza-claro,
U-Pb em dacito, OLIVEIRA et al., 2011) e Sedimentar. de granulação média, cálcio alcalino de baixo-K
Está representada na área do projeto pelas unidades (Granitoide de Nordestina; 2,15 Ga Pb-Pb, Cruz Filho
Vulcânica Máfica (PP2im) e Sedimentar (PP2is). Este con- et al., 2005);
junto encontra-se encravado nos gnaisses migmatíticos ii.Monzogranítico a sienogranítico com ou sem bio-
do Complexo Santa Luz e apresenta-se como uma faixa tita, equigranular, fino a grosso, localmente porfirí-
contínua na direção NNW, com largura média de 2 km, tico, cálcio-alcalino (Suítes Jabucunã e Gameleira;
que a certa altura bifurca-se como um Y, com abertura granitoides Serrote Grande, Riacho Ipueira e Riacho
voltada para noroeste (Figura 3.2). do Traga) e;
A Unidade Vulcânica Máfica é formada por anfibo- iii.Granítico a tonalítico e com termos diorítico a
lito de granulação fina a muito fina, foliado, por vezes
quartzo-diorítico, levemente foliados, cálcio-alcalino
disposto em camadas intercaladas centimilimétricas
(Suíte Rio Salobro).
de coloração cinza esverdeada e cinza-claro. Associa-
Os granitoides tardi a pós-tectônicos encontram-se
dos ocorrem metachert, formação ferrífera bandada e,
subordinadamente, rochas carbonáticas e intrusões gra- alojados em rochas do Complexo Bendengó. Compreen-
broicas. Análises químicas realizadas nos anfibolitos reve- dem os maciços de Euclides da Cunha (2,09 Ga U-Pb, RIOS
laram assinatura geoquímica toleítica de fundo oceânico. et al. 2009) e Araras (2,08 Ga U-Pb, RIOS et al., 2009) que
A Unidade Sedimentar tem ocorrência restrita à borda formam a Suíte Morro da Laje. São isotrópicos a leve-
leste da faixa acima referida e compreende predominan- mente foliados e exibem geometria elipsoidal, alongada
temente granada micaxisto, biotita gnaisse, metapelito, na direção N-S. Apresentam composição monzonítica a
metassiltito e metarenito. granítica, coloração cinza rosado a avermelhado, gra-
nulação média a grossa e assinatura química alcalina.
3.3.9. Corpos Máfico-Ultramáficos Os granitoides pós-tectônicos são intrusivos nos
do Vale do Jacurici terrenos gnáissico-migmatíticos do Complexo Santa Luz.
São representados pelo maciço de Barriguda (2,08 Ga
Os corpos máfico-ultramáficos da região do vale U-Pb, RIOS et al, 2009), além de diversos corpos menores
do Jacurici encontram-se encaixados em rochas gnáis- e diques não mapeáveis, na escala do presente trabalho.
sico-granulíticas e supracrustais da Unidade Cachoeira Eles truncam as estruturas regionais mais antigas do
(Complexo Santa Luz). Esses corpos ocorrem em faixas embasamento e internamente apresentam estruturas
estreitas, descontínuas e alongadas segundo o trend
isotrópicas e de fluxo magmático. São constituídos por
regional NS e compõem o distrito cromitífero que ostenta
biotita-monzogranitos a sienogranitos róseos, com gra-
as maiores reservas econômicas de minério de cromo
do Brasil. Apresentam diversas composições tais como nulação média e quimismo calcio-alcalino de alto-K.
piroxenito, dunito e harzburgito, que ocorrem em níveis
intercalados e, em menor quantidade, gabro e norito 3.4. FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA
(2.085 Ma U-Pb, OLIVEIRA et al., 2002), comumente
metamorfisados e serpentinizados. A principal concen- Os tipos litológicos representantes da Faixa de Dobra-
tração do minério é uma camada de cromitito (lump) mentos Sergipana ocupam o setor nordeste da área do
com espessura que varia de 5 a 8 m, disposta entre um projeto (Figura 3.3) e estão incluídos nos grupos Macu-
nível piroxenítico e um harsburgítico. ruré e Vaza-Barris

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

3.4.1. Grupo Macururé com ocorrências locais de metachert e formação ferrífera;


e a terceira, litofácies metagabro (NP2fpmg), é designada
Das cinco litofácies reconhecidas regionalmente no por lentes de metagabro verde-escuro acinzentado, de
Grupo Macururé (BARBOSA, 1966) apenas duas delas granulação média a fina, levemente foliado, encaixadas
ocorrem na área. A mais extensa é a litofácies xistosa nos termos filíticos da litofácies anterior.
(NP2mxs) contituída por granada-biotita-muscovita A Formação Palestina (NP2pa) (HUMPHREY &
xisto, cinza a cinza azulado, de granulação fina a média, ALLARD, 1969) é constituída predominantemente por
atravessado frequentemente por veios de quartzo leitoso. um metadiamictito de matriz silto-argilosa, às vezes
Essa rocha apresenta planos de xistosidade com direção arenosa, cinza esverdeada, que encerra grânulos e sei-
WNW-ESE e mergulhos suaves para o quadrante nordeste xos, com até 50 cm de comprimento, de gnaisse, rocha
e mostram-se quase sempre crenulados. Os cristais de granitoide, quartzitos branco e verde, rocha carbonática,
granada, em geral centimétricos, são pós-tectônicos. quartzo e metassiltito. Localmente, em direção ao topo
A outra litofácies (NP2mq) é designada por quartzito da unidade, ocorrem corpos lenticulares de metapelito
cinza esbranquiçado, recristalizado, de granulação fina, laminado, metarenito feldspático fino a médio e meta-
algo micáceo. Ele ocorre em uma porção restrita da grauvaca seixosa cinza esverdeada.
área, próxima à zona de cisalhamento que limita o Grupo A Formação Olhos d’Água (NP2o) (HUMPHREY &
Macururé do Vaza-Barris, sob a forma de serras alinhadas ALLARD, 1969) tem sua área de ocorrência limitada a
na direção WNW-ESE, a mesma do referido lineamento. uma estreita faixa em contato tectônico com a Formação
Palestina e a corpos lenticulares materializados por serras
3.4.2. Suíte Cocorobó estreitas e alongadas na direção WNW-ESE, envolvidas
pelos metarritmitos da Formação Frei Paulo.
A Suíte Cocorobó (NP2γ1co) é o registro da gra- É constituída por metacalcário cristalino cinza-claro
nitogênese Criogeniana na área do projeto. Intrusiva a cinza azulado, fino a muito fino, que mostra localmente
na litofácies xistosa do Grupo Macururé ela aflora em fraturas preenchidas por veios de calcita branca. Ocorrem
corpos de dimensões variadas, alongados no trend
também intercalações de camadas de metacalcarenito
NW-SE, encaixados nos xisto granadíferos (Figura 3.3).
médio a fino, calcítico, de coloração cinza azulada, e de
Trata-se de um muscovita-biotita ortognaisse granítico
metacalcilutito com laminação plano-paralela bem evidente.
de cor cinza-claro e granulação média, com assinatura
geoquímica potássica a peraluminosa, o que sugere sua
3.5. BACIA ESTÂNCIA
origem a partir de uma fusão crustal.
Exibe foliação nítida, cujos os planos são marcados
A Bacia Estância foi estruturada na borda nordeste
pela orientação das palhetas de micas, com direções em
do Cráton do São Francisco, adjacente à Faixa de Dobra-
torno de NW-SE e mergulhos ora para nordeste, ora para
sudoeste. Seu caráter intrusivo em relação aos xistos é mentos Sergipana e, ao final do Neoproterozoico, foi
atestado pela presença de xenólitos destes capturados preenchida por uma pilha de sedimentos, protólitos dos
pela rocha granitoide e de vênulas desta que invadem componentes do Grupo Estância.
a rocha xistosa.
3.5.1. Grupo Estância
3.4.3. Grupo Vaza-Barris
O Grupo Estância (HUMPHREY & ALLARD, 1969;
O Grupo Vaza-Barris (HUMPHREY & ALLARD, 1969; SILVA FILHO et al., 1978; OLIVEIRA et al., 2010b) está
OLIVEIRA et al., 2010b) compreende as formações Frei representado na área pela Formação Acauã, que repousa
Paulo, Palestina e Olhos d’Água, todas representadas na em discordância angular e erosiva sobre as rochas arque-
área do Projeto Uauá-Monte Santo. Elas ocorrem em uma anas/paleoproterozoicas do Bloco Serrinha e encontra-
faixa que se estende do limite oriental da área em direção -se separada da Faixa de Dobramento Sergipana por
ao noroeste, limitada tectonicamente com o Grupo Macu- contato tectônico, sendo recoberta a leste por arenitos
ruré, a nordeste, e com o Grupo Estância, a sul e sudoeste. da Formação Marizal (Figura 3.3).
Também são tectônicos, via zonas de cisalhamento, os Foram individualizadas duas litofacies na Formação
contatos entre as referidas formações (Figura 3.3). Acauã: litofácies metacarbonato (NP3eac) e litofácies
A Formação Frei Paulo compreende três litofácies: ardósia (NP3eaa).
a primeira delas, litofácies metarritmito (NP2fpmr) é A litofácies metacarbonática é constituída por meta-
constituída por intercalações rítmicas de níveis de filito calcários finos, cinza-claro a cinza-escuro, dispostos em
cinza esverdeado, de metarenito castanho fino a muito bancos suborizontais (com até 1 metro de espessura)
fino e de metacarbonato cinza, fino e impuro; a segunda internamente maciços ou com laminação plano-paralela
litofácies (NP2fpf) é formada por filito cinza esverdeado, (espessura média de 2 mm). Exposições na Serra do

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Coiqui mostram metacalcários ciclicamente interestra- esverdeados e marrom avermelhados, micáceos, inter-
tificados (lâminas cinza, claras e escuras) com níveis de calados com arenito subarcoseano. Este arenito é fino
intraclastos e bioconstruções formadas por estromató- a muito fino, moderadamente selecionado, tem grãos
litos estratiformes e colunares. subangulosos a subarredondados e é micáceo nos planos
A litofácies metapelítica compreende metargilitos de estratificações plano-paralela e cruzada acanalada.
avermelhados, calcíferos ou não, com intercalações
estreitas de metacalcário, além de pacotes de ardósia Grupo Massacará
de coloração creme a cinza-esverdeada com clivagem
bem marcada na direção WSW/ESE. O Grupo Massacará é designado pela Formação
São Sebastião (K1ss) (TAYLOR, 1963), que juntamente
3.6. BACIA SEDIMENTAR DO TUCANO CENTRAL à Formação Candeias, assinala a sedimentação sin rifte
na área. A Formação São Sebastião repousa sobre a
A Bacia Sedimentar do Tucano, integrante do Rifte Formação Sergi e está sotoposta à Formação Marizal.
Recôncavo-Tucano-Jatobá, está dividida nas sub-bacias do É constituída por arenito subarcoseano a quartzarenito
Tucano Sul, Tucano Central e Tucano Norte. A sub-bacia fino a grosso, bem estratificado a maciço, disposto em
do Tucano Central está representada na área do projeto bancos espessos com granocrescência ascendente e
por rochas sedimentares mesozoicas que afloram em presença de estratificações cruzada acanalada e tabular.
uma área semicircular em seu extremo leste, limitada Associa-se arenito muito fino com lentes de folhelho.
por falhas extensionais normais (Figura 3.3). Essas rochas Fósseis de vegetais lenhosos ocorrem comumente.
sedimentares pertencem ao Grupo Brotas, de idade
neojurássica, e aos grupos Santo Amaro e Massacará e Formação Marizal
à Formação Marizal, todos eocretácicos.
A Formação Marizal (K1m) (BRAZIL, 1947), que define
Grupo Brotas a seção pós-rifte na Bacia do Tucano, é constituída por
arenito subarcoseano alaranjado, médio a grosso e are-
Definido pelas formações Aliança (J3a) e Sergi nitos fino e conglomerático subordinados. Ocorre tam-
(J3s) representa a seção pré-rifte em relação ao pre- bém arenito creme, quartzoso, bem selecionado, com
enchimento da bacia. A Formação Aliança (GHIGONE, estratificações cruzada tabular e acanalada de grande
1979), base do Grupo Brotas, tem uma pequena área porte. Essas rochas configuram uma área em semicírculo,
de ocorrência nas proximidades da cidade de Tucano. sobreposta à Formação São Sebastião na região a leste
da cidade de Tucano. Ocorrem também, mais ao sul,
É constituída por ritmito de folhelho e siltito verme-
em um pequeno corpo ilhado pelos metassedimentos
lhos, acastanhados a arroxeados, com estratificação
da Formação Acauã.
plano-paralela. Seu contato inferior com o Grupo
Vaza-Barris está submerso nas águas do açude de Coco-
3.7. FORMAÇÕES SUPERFICIAIS CENOZOICAS
robó, enquanto que o contato superior é gradacional
com a Formação Sergi.
As Formações Superficiais Cenozoicas estão dis-
A Formação Sergi (BARNES, 1949) aflora por quase
cretamente distribuídas na área do projeto (Figura 3.3)
toda a borda da bacia, composta por arenito subar-
e referem-se aos depósitos aluvionais, aos depósitos
coseano a quartzarenito médio a fino, bimodal, com
colúvio-eluviais e às coberturas detrito-lateríticas ferru-
granocrescência ascendente. Apresenta estratificações ginosas. Os depósitos aluvionares (Q2a), constituídos por
plano-paralela e cruzada (tabular e acanalada) com pre- areia fina a grossa com níveis de cascalho e material argi-
sença frequente de bandas de deformação. Nas proxi- loso, além de restos de matéria orgânica, foram registra-
midades da cidade de Euclides da Cunha, mais ao sul, as dos apenas na parte sul da área do projeto, nas margens
rochas da Formação Sergi ocorrem em três pequenas do rio Jacurici e afluentes. Os depósitos colúvio-eluviais
elevações, próximas ao contato entre o Grupo Estância (NQc) foram observados no extremo noroeste da área
e o Complexo Bendengó. relacionados a serras quartzíticas do Complexo Mairí.
Trata-se de sedimentos mal classificados, com matriz
Grupo Santo Amaro arenosa a argilo-arenosa e clastos angulosos de diver-
sos tamanhos (grânulos, seixos e blocos). As coberturas
O Grupo Santo Amaro se faz presente na área pela detrito lateríticas ferruginosas (N1dl) aparecem apenas
Formação Candeias (K1ca) (PACK e ALMEIDA, 1945), que na metade norte da área, onde recobrem litotipos do
constitui uma estreita nesga de terreno confinada entre Complexo Santa Luz. São solos residuais argilo-arenosos a
as formações Sergi e São Sebastião, com quem apresenta argilo-siltosos parcialmente lateritizados, com ocorrências
contato interdigitado. Abrange siltito e folhelho cinza locais de canga ferruginosa.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Figura 3.3 - Distribuição geográfica e relações de contato das unidades litoestratigráficas da


Faixa de Dobramentos Sergipana, da Bacia Estância e da Bacia Sedimentar do Tucano Central.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

4. TECTÔNICA

4.1. CENÁRIO TECTÔNICO seus planos, com direções próximas a NS e que se pro-
jetam, a norte e a sul, para fora dos limites da área
A colisão entre os quatro segmentos crustais arque- do projeto.
anos (blocos Gavião-Lençóis, Jequié e Serrinha e Óro- Pela importância no cenário tectônico e pela expres-
geno Itabuna-Salvador-Curaçá) ocorrida no Riaciano são regional, seis dessas zonas de cisalhamento, ativas
foi responsável pela conformação do Cinturão Bahia na orogenia riaciana, são destacadas na figura 4.1.
Oriental e estabeleceu as relações entre as unidades Na metade ocidental da área as zr’s 1 e 2a assinalam,
arqueano-paleoproterozoicas abrigadas no quadrante respectivamente, o limite entre o Bloco Gavião-Lençóis
nordeste do Cráton do São Francisco. Esse cenário foi e o Cinturão Salvador-Curaçá e entre este e o Bloco
alterado, sucessivamente, no Neoproterozoico, períodos Serrinha. A zr 2a, em seu prolongamento sul, foi carac-
Criogeniano e Ediacarano, com a implantação e posterior terizada por Melo et al. (1995) como uma zona trans-
inversão, das faixas dobradas Riacho do Pontal e Sergi- pressional dextral.
pana, e no Mesozoico, com a configuração do Sistema Na região próxima ao extremo-oeste da área esses
Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá; após o que, delineou-se dois lineamentos são deslocados por um set de cisalha-
a paisagem geológica hoje observada nesse trato crustal. mentos de direção nordeste, de cinemática ainda impre-
Dessa sucessão de episódios, a colisão riaciana foi cisa. Em direção à região central da área sobressaem
a mais importante, pela intensidade e abrangência, e as zr’s 2b, 3 e 4. As duas primeiras coalescem em um
a ela está relacionada a esmagadora maioria dos ele- ângulo de 45°, o que pode ser atribuído, provavelmente,
mentos estruturais verificados na região, os quais obli- à movimentação oblíqua entre o Bloco Serrinha e o
teraram quase completamente os registros dos eventos Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá durante a colisão
pré-paleoproterozoicos ocorridos. Tampouco a oro- riaciana. A zr 4 condiciona a faixa de afloramentos da
genia neoproterozoica imprimiu marcas relevantes Sequência Rio Itapicuru e representa a extensão norte
nas associações litotectônicas mais antigas, indicando do que Silva (1995) classificou de Zona Principal de
que as tensões geradas durante a inversão das faixas Cisalhamento, de natureza transpressional sinistral.
Riacho do Pontal e Sergipana propagaram-se muito E, finalmente, na parte leste do Bloco Serrinha o desta-
tenuemente na região cratônica. que são as zonas de cisalhamento Pedra Grande (zr 5),
A figura 4.1 resume os principais elementos do de caráter transcorrente sinistral, e Galo de Ouro (zr 6),
arcabouço tectônico da área, também ressaltados, em transcorrente dextral, que determinam respectivamente
parte, na figura 4.2, obtida pela interpretação dos dados os limites ocidental e oriental do Complexo Uauá.
aeromagnéticos (primeira derivada vertical). Na primeira
ilustração estão assinalados os sete domínios estruturais 4.3. DOMÍNIOS TECTONO-ESTRUTURAIS
preliminarmente identificados, designados pelos números
I a VII, e que correspondem, grosso modo, às unidades O domínio I corresponde à área de ocorrência do Com-
litoestratigráficas de ordem maior cartografadas. plexo Mairi (Figura 4.1). Seus ortognaisses exibem planos
As figuras 4.1 e 4.2 ressaltam o caráter preferen- de foliação bem definidos, às vezes determinados por
cialmente tectônico dos limites interdomínios, desig- alternância de níveis claros e escuros, com direções pró-
nados quase sempre por expressivas descontinuidades ximas à meridiana e mergulhos fortes em geral para leste,
estruturais, definidas por zonas de cisalhamento de concordantes à estruturação regional. Apenas no extremo
natureza dúctil. noroeste da área há registros de dobramentos pretéritos,
impressos sobretudo em enclaves máficos, provavelmente
4.2. PRINCIPAIS ESTRUTURAS relacionados a deformação (ões) de idade arqueana.
O domínio II abrange representantes do Orógeno
Essas zonas de cisalhamento são as feições estrutu- Itabuna-Salvador-Curaçá (Cinturão Salvador-Curaçá)
rais mais proeminentes no contexto arqueano-paleo- ou seja, o granitoide Riacho da Onça e os complexos
-proterozoico da área. Elas desenham uma trama, em Caraíba e Tanque Novo-Ipirá, além das porções mais
parte anastomosada, de lineamentos mais ou menos setentrionais do Maciço Sienítico de Itiúba e da Uni-
retilíneos, reflexo dos altos ângulos de mergulho de dade São Bento do Complexo Santa Luz (Figura 4.1).

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Figura 4.1 - Domínios tectono-estruturais e principais elementos estruturais.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

Figura 4.2 - Derivada vertical (1ª ordem) da anomalia residual


do campo magnético total. Principais estruturas dúcteis e dúctil frágeis.

O desenho alongado dos corpos de rochas supra- As unidades do Complexo Santa Luz pertencentes a
crustais do Complexo Tanque Novo-Ipirá e das rochas esse domínio estão limitadas entre as zonas de cisalha-
máfico-ultramáficas que ali ocorrem, refletem a intensa mento zr 2b e zr 3. Seus representantes exibem foliação
deformação a que foram submetidos. As foliações são com rumo geral NNE, na metade sul da área, com infle-
quase sempre de direção NS com mergulhos íngremes xão acentuada em direção a NW em sua metade norte.
ora para leste, ora para oeste. É comum a presença de Os ângulos de mergulho são altos, próximos à vertical.
dobras apertadas, com planos axiais verticalizados e Embora as unidades litoestratigráficas que compõem
flancos rompidos. o domínio III tenham origem e idade diversas, o conjunto
por elas configurado apresenta como característica prin-
O domínio III corresponde ao Maciço Sienítico de
cipal a presença de um set de falhas rúpteis-dúcteis com
Itiúba e às unidades Cachoeira, São Bento e São Gonçalo,
trend WNW-ESSE, desenvolvidas tardiamente em relação
integrantes do Complexo Santa Luz (Figura 4.1). O sienito às principais estruturas.
de Itiúba interpõe-se entre o Cinturão-Salvador-Curaçá O domínio IV abrange parte do Complexo Santa Luz
e o Bloco Serrinha condicionado por um sistema de (unidades Lagoa do Pires e Pedra d’Água), o Complexo
cisalhamentos transtracionais (zr’s 2a e 2b) na fase tardia Bendengó, as sequências Riacho do Capim e Rio Itapi-
da orogenia riaciana. Por isso, enquanto na parte central curu e compreende dois subdomínios: o subdomínio
do maciço os sienitos mostram apenas orientações pla- IVa, confinado entre as zonas de cisalhamento zr 3 e zr
nares relativas ao fluxo magmático, suas bordas estão 4 e restrito às unidades Lagoa do Pires e Pedra d’Água,
foliadas segundo a direção das zonas de cisalhamento e o subdomínio IVb, que encerra, as demais áreas de
que o limitam. exposição das referidas unidades (Figura 4.1).

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

O subdomínio IVa exibe padrão distinto dos domínios máficos; e a leste, de movimentação dextral, a zona de
adjacentes, já que nele ainda estão preservadas estrutu- cisalhamento Galo de Ouro (zr 6). Na metade norte do
ras mais antigas, materializadas em amplos dobramento domínio os gnaisses bandados mostram foliações com
realçados pelos corpos de rochas máfico-ultramáficas baixos ângulos de mergulho, para sudeste e sudoeste,
e supracrustais da Unidade Pedra d’Água. Localmente, enquanto que na metade sul os planos de foliação parale-
observam-se formas dômicas, como por exemplo, a que lizam-se ao trend regional NS e os mergulhos têm valores
tem o granitoide Barriguda em sua parte central, além de mais acentuados.
aparentes padrões de interferência tipo laço (Figura 4.1). O domínio VI ocupa o extremo nordeste da área e
A leste deste subdomínio e dele limitado pela zr corresponde à Faixa de Dobramentos Sergipana (Figura
4 estrutura-se o subdomínio IVb, caracterizado por 4.1). Seu limite com o Bloco Serrinha e com represen-
intensa deformação, denunciada pelo notável alonga- tantes do Grupo Estância é marcado por uma zona de
mento de rochas supracrustais, máfico-ultramáficas e cisalhamento de direção NW-SE (ze 1), paralela à qual
granitoides incrustados nos ortognaisses migmatíticos. existem várias outras, que estabelecem contatos internos
A faixa constituída pelos representantes do Complexo
na faixa, entre os grupos Macururé e Vaza-Barris. Essas
Santa Luz, incluída nesse subdomínio, foi denominada de
zonas de cisalhamento, provavelmente transpressio-
Cinturão Caldeirão por Oliveira et al. (2010). Esse con-
nais, desenvolveram-se seguramente no Ediacarano,
junto mostra planos de foliação com direção próxima a
durante a colisão da bacia Sergipana com o continente
NS e mergulhos com valores acentuados, quase sempre
São Francisco.
verticalizados. São comuns dobras intrafoliais com flancos
rompidos e eixos inclinados ora para norte, ora para sul. Finalmente o domínio VII, localizado na parte leste,
A exceção a esse comportamento dos planos de foliação compreende os subdomínios VIIa e VIIb (Figura 4.1).
está na parte oriental da área, ocupada pelo Complexo O subdomínio VIIa equivale à quase totalidade da bacia
Bendengó, onde os ortognaisses félsicos dessa unidade Estância na área. Seus representantes são metacarbo-
mergulham, em torno de 300, para oeste. natos e metapelitos da Formação Acauã, que repou-
O domínio V, equivalente à área de exposição do sam discordantes sobre o Complexo Bendengó, estão
Complexo Uauá e da Suíte Lagoa da Vaca, é o de maior encobertos por arenitos da Formação Marizal (Bacia
realce na paisagem geológica regional, pela presença do Tucano) e apresentam alguns dobramentos suaves
marcante de incontáveis diques máficos, intrusivos nos de grande amplitude. O subdomínio VIIb corresponde
gnaisses bandados e ortognaisses migmatíticos do refe- à área de exposição das rochas sedimentares da bacia
rido complexo (Figura 4.1). Está limitado do subdomínio do Tucano, que mostram suas camadas suavemente
IVb por duas zonas de cisalhamento transcorrentes: a inclinadas para o interior da bacia e são constantemente
oeste, a zona de cisalhamento de Pedra Grande (zr 5), de atravessadas por falhamentos em cujos planos se desen-
cinemática sinistral, denunciada pelo arrasto dos diques volveram frequentes bandas de deformação

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

5. AEROGEOFÍSICA

5.1. INTRODUÇÃO afastadas de 250 m e linhas de controle de direção N-S


espaçadas de 2,5 km. Já o Projeto Aerogeofísico Oeste de
A interpretação dos mapas de diversos temas aero- Tucano, que recobre as áreas das folhas Uauá e Monte
geofísicos das folhas Pinhões, Uauá, Andorinha e Monte Santo, caracteriza-se por linhas de produção de direção
Santo teve por objetivo fornecer subsídios para o mapea- N-S afastadas de 500 m e linhas de controle de direção
mento geológico e investigações metalogenéticas desen- E-W espaçadas de 10,0 km.
volvidas pelo Projeto Uauá-Monte Santo.
A área do Projeto Uauá-Monte Santo é contemplada 5.2. METODOLOGIA
pelos projetos aerogeofísicos Riacho Seco - Andorinha
e Oeste de Tucano, ambos caracterizados por medidas O trabalho de interpretação foi executado direta-
magnetométricas e gamaespectrométricas efetuadas a mente na plataforma do software Oasis Montaj (versão
uma altura média de 100 m. 8.2). Tal procedimento propiciou a geração georreferen-
O Projeto Aerogeofísico Riacho Seco - Andorinha, ciada dos produtos oriundos da interpretação, tais como
que recobre as áreas das folhas Pinhões e Andorinha, zonas litológicas (Figura 5.1) e lineamentos magnéticos
é caracterizado por linhas de produção de direção E-W (Figura 5.2).

Figura 5.1 - Mapa da distribuição ternária dos elementos K, eTh e eU com sobreposição dos
domínios litogeofísicos inferidos a partir da interpretação dos mapas magnéticos e gamaespectroméricos.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Durante o processo de interpretação foram utilizados 5.3. CONCLUSÕES


os mapas com os seguintes temas aerogeofísicos:
i. Mapas magnéticos (todos caracterizados por O mapa final da interpretação dos dados aerogeofí-
remoção do IGRF): campo magnético total, primeira sicos relacionados à área do Projeto Uauá-Monte Santo
derivada vertical do campo magnético total e sinal é ilustrado na figura 5.2. Neste mapa é apresentada a
analítico do campo magnético total. integração entre os domínios litológicos e lineamentos
ii. Mapas gamaespectrométricos: contagem total, per- interpretados a partir dos mapas gamaespectrométricos
centual de potássio, equivalente de tório (eTh), equi- e magnéticos mencionados anteriormente.
valente de urânio (eU), ternário, razão eTh/K, razão A validação e prolongamento de estruturas lineares
eU/eTh e razão eU/K. estabelecidas preliminarmente a partir de fotografias
A análise simultânea dos mapas gamaespectromé- aéreas e imagens de satélite podem ser citados como
tricos e magnéticos possibilitou a inferência de diversas resultado da utilização da Geofísica no âmbito do Projeto
unidades litológicas. Os domínios litológicos interpretados Uauá-Monte Santo. Outras contribuições adicionais da
são ilustrados na figura 5.1. interpretação dos dados aerogeofísicos foram a sugestão
A partir da análise exclusiva dos mapas magnéticos de novos contornos para unidades litológicas já conheci-
foi possível demarcar vários lineamentos magnéticos. das e a indicação da possibilidade de existência de novas
Tais lineamentos podem estar associados a contatos unidades posteriormente confirmadas em campo.
entre unidades litológicas distintas, diques, falhas ou Os domínios do mapa litogeofísico integrado (Figura
zonas de cisalhamento. O resultado da interpretação 5.2) apresentam muito boa correlação com as unidades
dos lineamentos das folhas Pinhões, Uauá, Monte Santo litoestratigráficas do mapa geológico final do Projeto
e Andorinha é apresentado na figura 5.2. Uauá-Monte Santo.

Figura 5.2 - Domínios litogeofísicos e lineamentos, demarcados a partir


da interpretação dos mapas magnéticos e gamaespectrométricos.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

6. GEOQUÍMICA PROSPECTIVA

6.1. INTRODUÇÃO no mesmo laboratório, e as quantidades (proporções)


de cada mineral foram expressas segundo uma escala
O levantamento geoquímico regional foi desen- semiquantitativa, com registros dos percentis <1%,
volvido vinculado ao mapeamento geológico, em 1 a 5%, 5 a 25%, 25 a 50%, 50 a 75% e 75% a 100%.
escala 1:100.000, das folhas Pinhões, Uauá, Monte
Santo e Andorinha, localizadas na porção nordeste do 6.3. TRATAMENTO DOS DADOS
Estado da Bahia.
Diversos trabalhos com enfoque prospectivo foram A interpretação dos dados obtidos partiu do ordena-
realizados em áreas enquadradas neste projeto. O projeto mento das informações (dados analíticos), por meio de
Rio Capim II que mostrou teores de cobre de até 400 tratamento simples (cálculo dos estimadores da popu-
ppm em sedimento de corrente, além de alguma áreas lação, estatística univariada e multivariada básica) e da
anômalas para Pb e Zn. O Cr também aparece como uma interpretação dos dados tratados considerando as litolo-
substancia de grande importância, principalmente no gias, ocorrências minerais e demais aspectos ambientais.
quadrante sudoeste do projeto, região do Vale do Jacu- Para os resultados analíticos da amostragem de sedi-
rici, além do Cu relacionado a corpos intrusivos do Vale mento de corrente foram descartados alguns elementos
do Rio Curaçá. Arcanjo e Souza (1984) indicaram o Au, que apresentaram baixo grau de detecção, a exemplo
como recurso bastante promissor para área de ocorrên- do Au, B, Re, Se, Te, etc. E, visando verificar a qualidade
cia do Greenstone Belt do Rio Itapicuru, na folha Monte dos dados analíticos, foram feitos gráficos de dispersão
Santo. Os mesmos autores apontam áreas favoráveis com os teores encontrados nos brancos e nos padrões
para vanádio e cobre na borda leste da Bacia do Tucano. utilizados para cada elemento, em cada lote.
O objetivo do levantamento geoquímico regional rea- Para determinar a variância da amostragem os
lizado em associação a cartografia geológica é rastrear e resultados das análises de 166 pares de duplicatas de
identificar mineralizações e anomalias geoquímicas asso- campo foram avaliados, para observar a confiabilidade
ciadas as litologias mapeadas, seja pela dispersão clás- dos resultados analíticos. De acordo com os resultados
tica de minerais pesados detectados nos concentrados obtidos, alguns elementos foram desconsiderados na
de bateia, seja pela dispersão química dos elementos (de análise multivariada.
acordo com suas mobilidades) distribuídos nas drenagens. A distribuição dos resultados analíticos e compor-
tamento dos elementos analisados foram caracteri-
6.2. MÉTODOS zados numericamente por meio de seus estimadores
estatísticos, e em formato de box-whysker plots, com
O plano de amostragem foi focado no objetivo pros- os elementos agrupados em função da amplitude dos
pectivo, sendo as estações marcadas, principalmente, respectivos resultados. As relações entre os elementos
em drenagens de primeira e segunda ordens, em suas químicos nos sedimentos de corrente foram averiguadas,
confluências e em densidade compatível com a escala utilizando-se matriz de correlação e análise de fatores
de trabalho (LINS, 2010). O levantamento consistiu com extração dos principais fatores.
na amostragem de sedimento de corrente e concen- Os resultados das análises mineralométricas semi-
trado de peneira/bateia em 1166 estações de coleta, quantitativas dos concentrados de bateia não foram
além de 166 amostras duplicatas de sedimento de cor- submetidos a tratamento estatístico. Dentre os mine-
rente, para quantificar a variabilidade introduzida pelo rais identificados, os mais representativos tiveram
processo de amostragem. suas abundâncias graficamente representadas por
A preparação e análises das amostras de sedi- meio de histogramas.
mentos de corrente foram efetuadas pelo laborató-
rio SGS-GEOSOL, com utilização da fração < 80 mesh 6.4. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
e análises, por ICP-OES e ICP-MS após extração por
água-régia, com determinação de 54 elementos químicos. Devido à variação litológica bastante acentuada
As amostras de concentrado de bateia foram submeti- na região estudada, a análise de fatores foi realizada
das a estudo analítico com lupa binocular e microscópio considerando os dados estudados em toda a área

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

e posteriormente, subdividindo esta nas porções valores elevados no centro da área, onde ocorrem rochas
oeste e leste, para que valores muito elevados de um metassedimentares associadas ao Complexo Santa Luz
determinado domínio não mascarem outros valores (Figura 6.1b). Destaca-se que esta forte associação per-
também significativos. siste quando os dados são individualizados e no mapa de
Assim a análise de fatores para toda área do projeto distribuição de alguns elementos, a exemplo do U, esta é
resultou em quatro fatores principais, destacando o Fator 1 uma área anômala (Figura 6.2e).
que associa Be, Cs, K, Li e Rb, o qual delimitou os principais Para a porção leste da área do projeto nota-se
domínios litológicos da área (Figura 6.1a), principalmente também o Fator 3, que representa a associação de Co,
o Complexo Uauá, e o Fator 4 que associa elementos ter- Cr, Ni e V, evidenciando uma variação litológica, pos-
ras raras (Ce, La, Lu, Tb, Yb, Y), o qual aparece associado sivelmente relacionada a rochas máficas e ultramáfi-
às rochas do Sienito Itiúba, além de mostrar também cas aflorantes na borda da folha Pinhões (Figura 6.1e).

A B

C D

Figura 6.1 - Distribuição dos escores dos fatores em todas as bacias amostradas.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

A B

C D

E F

Figura 6.2 - Distribuição espacial dos teores anômalos de alguns elementos analisados em sedimento de corrente.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

Deve-se destacar que elementos como V e Cr mostram Grande quantidade de franklinita e gahnita (espinélios
fortes anomalias nesta área (Figuras 6.2b e 6.2f) e os con- de zinco) foi determinada nos concentrados de bateia das
centrados de bateia das drenagens que cortam a região drenagens que cortam as rochas do Complexo Santa Luz,
apresentam minerais como uvarovita e cromita (Figura 6.3). principalmente os mármores da Unidade São Gonçalo
Apatita, barita, florencita e torianita foram os prin- (Figura 6.3). Vale ressaltar que estes minerais têm sua
cipais minerais detectados nos concentrados de bateia ocorrência associada a processos de metamorfismo de
dos rios que drenam a faixa aflorante do Sienito de Iti- contato de calcários e dolomitos, inclusive com depósitos
úba (Figura 6.3). Estes resultados são corroborados por
minerais conhecidos no mundo.
elevados teores de P, Ce (figuras 6.2c e 6.2d) e outros
Vale ainda citar quinze estações que registraram
ETR’s, e por uma grande carga observada no Fator 3, que
representa a associação do P, Ba, Sr e Ca (Figura 6.1d). presença de ouro em bateia (Figura 6.3), mas ressal-
É significativo também a carga do Fator 2, que representa vando que foram registros de uma ou duas pintas do
a associação dos ETR’s Ce, La, Th, U, Tb e Y, principal- elemento em cada estação e distribuídas em toda área
mente na região do Complexo Santa Luz (Unidade São do projeto, estando mais concentrado apenas na porção
Gonçalo), acompanhada de teores elevados de U (3,0 a SW da folha Monte Santo, no contexto do Greenstone
22,13 ppm) (Figura 6.2e). Belt do Rio Itapicuru.

Figura 6.3 - Bacias com concentrações anômalas de minerais nos concentrados de bateia.

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

7. RECURSOS MINERAIS

O cobre e o cromo são destacadamente os principais


bens minerais da área, e cujas concentrações econômicas
estão restritas, respectivamente, ao Distrito Cuprífero do
Vale do Rio Curaçá e ao Distrito Cromitífero do Vale do
Rio Jacurici. Além de encerrarem as únicas jazidas e/ou as
principais minas desses metais no estado da Bahia, esses
distritos mineiros estão quase totalmente inseridos na
área do Projeto. Quanto a importância dos minerais não
metálicos, merece ser assinalado que a área já produziu
ou ainda produz amazonita, cristal-de-rocha, quartzo,
quartzo rosa, calcita e coríndon/rubi.
O aproveitamento de materiais de uso na construção
civil foi registrado mediante o cadastro de vários jazimen-
tos de argila, areia, pedra para construção, pedra para
revestimento e rocha ornamental. Além destas subs-
tâncias ainda foram verificadas a explotação de rochas Figura 7.1 - Distribuição dos recursos minerais
carbonáticas (metacalcário e mármore) que apresentam por substância / agrupamento.
produções sazonais ou intermitentes.
O distrito compreende uma faixa de cerca de 1.700 km²,
7.1. CADASTRAMENTO MINERAL com extensão da ordem 100 km e direção N-S, que
faz parte do Complexo Caraíba, domínio do Orógeno
Esta atividade objetivou efetuar a verificação e a Itabuna-Salvador-Curaçá. Nessa faixa ocorre quase uma
consistência locacional de parte dos jazimentos da área, centena de jazimentos de cobre hospedados em corpos
os quais na maioria já tinham sido registrados em levan- máfico-ultramáficos, cujos comprimentos são igual-
tamentos anteriores, e cuja maior parte foi locada em mente na direção N-S (TEIXEIRA et al., 2010). De acordo
época em que ainda não se dispunha de meios para
com estes autores, as dimensões desses corpos variam
efetivá-la com precisão posicional. Deve-se ressaltar
entre dezenas a centenas de metros, e os principais tipos
que um número considerável de ocorrências e indí-
petrográficos são leucogabro, gabro, gabronorito, norito,
cios minerais, constantes de trabalhos anteriores, não
melanonorito, hiperstenito e peridodito.
foi localizado para recadastramento tendo em vista a
Um amplo evento de alteração hidrotermal/metas-
inviabilidade de se atingir os locais em questão. Conco-
somático é reconhecido em toda a região e, consequen-
mitante a esse levantamento, realizou-se o cadastro dos
temente, também afetou as rochas máfico-ultramáficas,
jazimentos inéditos, os quais pertencem principalmente
à classe dos materiais de construção. Foram verificados dentre as quais, a ação dos fluidos hidrotermais foi mais
67 jazimentos in situ, dos quais 25 são inéditos, e todos acentuada sobre os litotipos: piroxenito, melanorito e
foram georreferenciados por GPS. Os registros cadastrais norito, chegando até a transformá-los em glimmeritos.
da área totalizam 249 dos quais 182 foram compilados Hyperstenito, norito e glimmerito são as rochas hospe-
de trabalhos anteriores. Na figura 7.1 é visualizada a deiras aos quais se associam as principais mineralizações.
distribuição dos recursos minerais, por substância e por Nas zonas mineralizadas também se verifica uma intensa
agrupamento destas. alteração potássica, além de expressivas concentrações
de magnetita (GARCIA, 2013).
7.2. PRINCIPAIS RECURSOS MINERAIS O corpo Caraíba é o depósito mais importante do
distrito, considerado de tamanho grande, e cuja mina
7.2.1. Cobre está em operação desde 1979. Caraíba se insere no
modelo de depósito de segregação magmática, onde são
O Distrito Cuprífero do Vale do Rio Curaçá abriga as reconhecidos dois tipos de mineralização: singenético,
mineralizações mais importantes do metal no estado da representado pelo minério disseminado e o epigenético,
Bahia, incluindo as únicas jazidas e minas em atividade. ocorre sobretudo como veios e vênulas alojados ao longo

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

de planos estruturais, principalmente das rochas hospe-


deiras, mas também nas encaixantes. Esta mineralização
remobilizada também se apresenta sob outras formas,
a exemplo de brechas e massas disformes (Figura 7.2).
A mineralização é formada por sulfetos de cobre,
essencialmente calcopirita + bornita, na proporção de
70% para 30%, mas cuja paragênese inclui, ainda, covelita,
cubanita, digenita, pirita, pirrotita, e pentlandita.
Caraíba foi minerada exclusivamente a céu aberto
até 1986 (Figura 7.3), quando entrou em operação a
lavra subterrânea. É notória a relação direta entre a
profundidade e o teor de cobre, respectivamente, em
torno de 1250 m e 2,5% do metal (dez. 2012; informe
da equipe técnica da Mineração Caraíba). Além dos
corpos minerados nos arredores de Caraíba, tais como Figura 7.2 - Detalhe da mineralização sulfetada epigenética
Baraúna, Alvo R22, etc., tem-se a mina Surubim, a cerca (remobilizada) em painel da lavra subterrânea (mina Caraíba).
de 30 km de Caraíba, em lavra a céu aberto desde 2010.
Outros depósitos deverão se constituir futuramente em
novas minas satélites, a exemplo de Sussuarana no limite
meridional do Projeto.
As avaliações iniciais da jazida Caraíba apontavam
reservas de minério sulfetado da ordem de 61 Mt na
mina a céu aberto e 98 Mt na mina subterrânea, com
teores, respectivamente, de 1 % de Cu e 1,2% de Cu, além
de cerca de 25 Mt de minério marginal a 0,24% de Cu.
Quanto ao minério oxidado, as reservas eram de
4,9 Mt de minério a 1,3 % de Cu (SEIXAS, 1985). Até
julho de 2009 tinham sido lavradas 81,9 Mt de minério
sulfetado com teor médio de 1,20% de Cu.
O minério oxidado da mina Caraíba embora repre-
sentasse quase 80 % desse tipo de minério em todo o
distrito (SEIXAS, 1985), só a partir de 2008 iniciou-se
aproveitamento do mesmo. Este minério é constituído
predominantemente por malaquita, calcedônia, argilo-
minerais, óxidos e hidróxidos de ferro. Outros minerais
secundários de cobre, mas de ocorrência subordinada,
são a azurita, crisocola e cuprita.
Os trabalhos mais recentes sobre a metalogenia das
mineralizações cupríferas do Vale do Curaçá, devidos a
Garcia (2013) e Teixeira et al. (2010), historiam a evolução
da gênese do depósito, a qual evoluiu desde exclusiva-
Figura 7.3 - Panorama da cava inativa resultante
mente magmática (ca. 2,6 Ga), associada a piroxenitos e da lavra a céu aberto (mina Caraíba).
dunitos, sob a forma disseminada para, e principalmente,
o tipo hidrotermal-metassomático (ca. 2,04 Ga), com 7.2.2. Cromo
possibilidade de que se trate de uma associação de
Fe-Cu-Au do tipo IOCG. O Distrito Cromitífero do Vale do Rio Jacurici está
Os jazimentos de cobre associados à Sequência inserido no Bloco Serrinha e estende-se por numa
Metavulcanossedimentar Rio Capim permanecem nas faixa de direção N-S situada a leste da serra de Iti-
categorias de indicio e ocorrência mineral, a despeito úba. Esta faixa, com cerca de 100 km de extensão,
dos trabalhos de exploração mineral já realizados, por encerra vários corpos máfico-ultramáficos estratifica-
terceiros, uma vez que não há informes de reservas dos, com mineralização de cromo, e cuja concessio-
bloqueadas no âmbito da sequência. naria é a Mineração Vale do Jacurici S. A. (Ferbasa).

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| CPRM - Levantamentos Geológicos Básicos |

A maioria desses corpos está encaixada nos gnaisses Além das reservas de cromo, originalmente de
granulíticos da Unidade Cachoeira do Complexo Santa 352.318 t de minério a 30% de Cr2O3 (ARCANJO &
Luz. Rochas calcissilicáticas e mármores associam-se SOUZA, 1984), a importância do corpo foi realçada
subordinadamente aos referidos gnaisses. recentemente pelos estudos da mineralização sulfetada
Os jazimentos mais importantes do distrito estão na associada aos níveis de cromitito. Dias et al. (2014)
área do Projeto e correspondem às minas de Medrado, reconheceram dois tipos de mineralização sulfetada,
Ipueira/Socó, Várzea do Macaco, Várzea do Teiú, Pin- uma magmática e outra remobilizada as quais, embora
doba, Lajedo, Riachão I, Riachão II, Monte Alegre, Praça ocorram por praticamente todo o corpo, apresentam
e Logradouro do Juvenal. Todos estes depósitos foram um intervalo mais enriquecido que se mostra forte-
lavrados a céu aberto, sendo que apenas Medrado e mente hidrotermalizado/metassomatizado. Os sulfetos
Ipueira, as minas principais, evoluíram para mina sub- descritos foram pirrotita, pentlandita e calcopirita.
terrânea. Medrado é única mina em operação e dista
Oliveira Jr. (2003) abordou a possibilidade da ocor-
aproximadamente 1,5 km de Ipueira.
rência de mineralizações de elementos do grupo da
Os corpos de Ipueira e Medrado associam-se a
platina (EGP), analisando supostamente apenas amos-
dois segmentos da maior e melhor estudada intrusão
tras de Ipueira-Medrado, e concluiu que as rochas
máfico-ultramáfica do distrito, ou seja, o Sill Ipuei-
ra-Medrado, cujas dimensões têm cerca de 7 km de com- máfico-ultramáficas do vale do Jacurici parecem
primento por 500 m de largura, e espessura de 300 m. não apresentar vocação metalogenética para aque-
Dentre os trabalhos mais abrangentes sobressai-se les elementos, considerando-se os baixos teores
o de Oliveira Jr. (2003) que estabeleceu a seguinte detectados, o que estaria relacionado à presença
litoestratigrafia para o sill, reconhecendo a presença inexpressiva de sulfetos.
de três zonas: Por fim, considerando-se que a mineralização sul-
i. Inferior constituída por cumulados ricos em oli- fetada em Várzea do Macaco é, aparentemente, mais
vina com rochas geradas de composição dunítica a significativa que a de Ipueira-Medrado, reforça-se a
harzburgítica; expectativa de se encontrar teores mais expressivos
ii. Intermediária com cumulados ricos em ortopiro- de EGP, no Distrito Cromitífero do Vale do Rio Jacurici,
xênio e cujas rochas de composição websterítica e do que aqueles relatados por Oliveira Jr. (2003).
ortopiroxenítica. É nessa zona que a cromita passa
de acessório à fase predominante, dando origem aos 7.2.3. Mármore, calcário e calcita
cromitititos disseminados e maciços constituintes da
zona mineralizada; e A maior expressão de rochas carbonáticas da área
iii. Superior onde o plagioclásio se destaca como fase ocorre na porção oriental do Projeto e pertencem aos
de cúmulo. A intrusão Medrado-Ipueira apresenta grupos Estância e Vaza-Barris. No caso do Grupo Estân-
níveis de cromitito maciço com até 7 m de espes- cia os calcários (metacalcários) da região de Euclides
sura o que, em princípio, seria incompatível para a da Cunha (cidade fora da área do Projeto), na porção
espessura de 300 m para o corpo máfico-ultramáfico sudeste da Folha Monte Santo, vêm sendo lavrados para
(Oliveira Jr., 2003). aproveitamento no fabrico de cal desde a década de 70.
O sill estaria estruturado como uma dobra sinforme
Com relação ao mármore, as principais ocorrências
(DEUS et al., 1982), enquanto a idade é de 2085 Ma
distribuem-se ao longo do serrote São Gonçalo (Folha
(OLIVEIRA et al., 2004). De acordo com informações do
Andorinha). Presentemente alguns desses jazimentos
staff da Ferbasa (dez. 2012) a estrutura sinformal estaria
são alvos de explotação para uso na indústria de tintas, a
confirmada mediante a interceptação pela sondagem, da
aba ocidental da dobra, na mina de Medrado, ampliando exemplo do constatado no sítio Zacarias. As ocorrências
significativamente as reservas remanescentes, ora esti- de mármore das fazendas Quixaba e das Flores tive-
madas em 40 Mt de minério. A mina está em operação ram amostras analisadas em trabalho anterior, quando
desde 1972 e não se tem dados sobre a reserva lavrada. foram caracterizadas como dolomitos, apontando a
Outro importante corpo de minério do distrito é o possibilidade de uso desses mármores como insumo
de Várzea do Macaco, na Folha Pinhões, com 2 km de agrícola, dentre outras aplicações (MASCARENHAS,
comprimento por 250 m de largura. A litoestratigrafia 1971). Porções de calcita alaranjada que ocorrem asso-
deste sill é similar àquela de Medrado-Ipueira e o corpo ciadas aos corpos de mármore são comuns, sobretudo
está segmentado por falhas, o que justifica a concessio- na região do serrote São Gonçalo (Folha Andorinha),
nária ter denominado as minas de Várzea do Macaco onde em alguns jazimentos o mineral ainda é extraído
I, a sul, e Várzea do Macaco II, a norte. para emprego em artesanato mineral.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

7.2.4. Amazonita 7.2.7. Ouro

Os jazimentos ocorrem exclusivamente no con- Na fazenda Lagoinha, localizada a sudeste da


texto do Maciço Sienítico de Itiúba, onde a maior fazenda Poço do Vieira (Folha Andorinha), há registros
incidência de registros é na região de Andorinha. de pintas de ouro obtidas em concentrado de bateia,
A amazonita associa-se a pegmatitos, os quais em geral em levantamentos anteriores. Os trabalhos de pros-
estão orientados segundo NNW-SSE, a maior exten- pecção do Projeto também constataram pintas de ouro
são da serra de Itiúba, e com espessuras comumente em concentrados de bateia, relacionadas sobretudo à
menores que 2 m. Sequência Vulcanossedimentar Rio Itapicuru.
A extração ainda é feita rudimentarmente e no
passado a atividade já foi mais intensa. Atualmente 7.2.8. Materiais para Construção
tem-se um número reduzido de garimpos ativos, embora
7.2.8.1. Rochas Ornamentais
intermitentes, e a produção é destinada principalmente
para artesanato mineral. Há referência de que já foram
Dentre os materiais para construção, no âmbito do
encontrados exemplares com qualidade gemológica
Projeto, as rochas ornamentais apresentam potencial
(COUTO, 2000). para assumir uma maior importância na economia regio-
nal, dada a diversidade de tipos rochosos e razoáveis con-
7.2.5. Quartzo róseo e quartzo industrial dições de infraestrutura, a exemplo principalmente dos
granitos movimentados (migmatitos), sienito e mármore.
O quartzo róseo tem como hospedeiras rochas Dentre os tipos explotados destacam-se os granitos
pegmatíticas, as quais ocorrem em contextos litoestra- movimentados de coloração variando de cinza a aver-
tigráficos diversos, exceto associado aos pegmatitos do melhado, sendo conhecidos no mercado como granitos
Maciço Sienítico de Itiúba. Os pegmatitos são do tipo Fantasia, Maracanã e Tigrado, que são variações da
simples onde o quartzo róseo ocorre como massas irre- Fácies Lagoa do Pires (Complexo Santa Luz), município
gulares, em geral < 20 %, associadas ao quartzo leitoso de Uauá. No município de Monte Santo os granitos
e ocupando o núcleo do pegmatito, o qual é envolvido são nomeados de Monte Santo, na serra Grande, de
por microclina. Embora não haja registros da produção Pink Bahia em Lagoa Grande/Saco Fundo, todos estes
admite-se que esta já foi bem mais expressiva no pas- também do tipo movimentado (diatexitos).
sado. Não há relato de que tenham sido produzidos Todas as ocorrências visitadas se encontram com
espécimes com valor gemológico. as atividades suspensas à exceção de uma pedreira de
Outra variedade de quartzo que vem tendo mármore na Folha Pinhões. Os motivos das paralisa-
aproveitamento é o quartzo industrial, o qual, tam- ções são diversos, desde problemas técnicos como no
bém, é lavrado rudimentarmente para emprego na caso dos mármores, devido às fraturas, de mercado
indústria siderúrgica. e/ou de legalização.

7.2.6. Coríndon 7.2.8.2. Pedra de Revestimento

A produção desse material vem principalmente


Foi garimpado nas fazendas Boa Vista e Riacho
de pequenas pedreiras, cuja atividade é realizada nor-
Grande (Mundo Novo), ambas no município de Uauá,
malmente por um ou dois trabalhadores, por frente de
e cujos jazimentos associam-se a veios pegmatíti-
trabalho, cortando paralelepípedos, lajotas e meios-fios.
cos quartzo-feldspáticos intrusivos em rocha máfica. De um modo geral a produção é feita por encomenda,
Na fazenda Boa Vista, o garimpo com maior exten- principalmente pelas prefeituras da região.
são trabalhada, tem-se um hornblendagabro como As pedreiras visitadas estavam em atividade,
encaixante do pegmatito e cujos cristais de coríndon embora algumas de modo intermitente. O paralelepí-
observados eram opacos, tinham entre 0,5 e 2 cm, pedo é o tipo mais produzido, em torno de 1.000 peças
e cores azul-claro e róseo (COUTO, 2000). Em Ria- por semana, por frente de trabalho, ao preço médio de
cho Grande a rocha máfica está anfibolitizada e apre- R$ 200,00/milheiro, na pedreira.
senta porções esbranquiçadas devido à feldspatização. Dentre as rochas empregadas na confecção das
Essas mineralizações são do tipo metassomático e pedras de revestimento, o tipo granito gnáissico é o
resultaram da interação entre fluidos pegmatíticos e mais comum, com destaque para o Granito Marruá,
a rocha máfica. aflorante nas imediações de Uauá.

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7.2.8.3. Pedra para Construção O aproveitamento da areia ocorre comumente


quando os leitos desses rios e riachos ficam secos.
A rocha comumente lavrada para essa finalidade No caso dos seis jazimentos cadastrados no Projeto,
são os ortognaisses aflorantes em forma de lajedos e esses leitos possuem entre 4 a 5 m de largura, são
serrotes, amplamente distribuídos na área. explotados por 10 a 20 m de comprimento, e atingem
Somente uma pedreira de grande porte foi cadas- 1,5 a 2 m de espessura.
trada na área do Projeto. Trata-se da pedreira da fazenda
Cleuto, que produzia brita para pavimentação do trecho 7.2.8.5. Argila
da rodovia BR-235 entre Bendegó e Uauá. Neste caso, tal
como assemelhados, é usual que tal unidade só volte a Os jazimentos registrados são de argilas recen-
funcionar quando houver necessidade de recuperação tes, cor preta, e do tipo de acumulação em lagoas e
da estrada. As demais pedreiras são pequenas e suas várzeas. Em geral são de pequenas espessuras, da
produções visam normalmente atender demandas das ordem de 1 m.
comunidades locais. Este material tem aproveitamento restrito, para
cerâmica vermelha, na produção de blocos e tijolos.
7.2.8.4. Areia Foram cadastrados jazimentos no município de Ando-
rinha, vila Peixe e fazenda Cachoeira, e no município
A produção de areia na área do Projeto provém de Jaguarari, povoado de Pilar. Nesses locais têm-se
exclusivamente de aluviões recentes, dos leitos ativos de pequenos fornos para queima dos tijolos. Em Cara-
rios e riachos da região, em geral intermitentes. A areia tacá, município de Uauá, encontra-se a única cerâ-
destina-se principalmente ao preparo de argamassa e mica registrada na área e com produção exclusiva
concreto, mas também no calçamento de ruas. de blocos.

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| Geologia e Recursos Minerais - Projeto Uauá-Monte Santo |

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129 p. il. (Série Geologia, 13. Seção Geologia Básica, 10). p.2785-2795.

| 44 |
APÊNDICE
SÚMULA DOS DADOS DE PRODUÇÃO

SEÇÕES GEOLÓGICAS (Km) 3251

Afloramentos descritos (nº) 1346

PERFIS GEOFÍSICOS (Km) 383

JAZIMENTOS MINERAIS CADASTRADOS 67

AMOSTRAS

Coletadas (nº) 1173

Sedimentos de corrente (nº) 1332

Concentrados de Bateia (nº) 1166

ANÁLISES DE ROCHA/MINERAL/MINÉRIO

Petrográficas (nº) 760

Geoquímica de rocha (nº) 265

Geocronológicas:

U-Pb (LA-ICP-MS), em Zircão 7

U-Pb (LA-ICP-MS), em Monazita 1

Sm-Nd (Rocha total) 13

Isotópicas (nº) 8

LISTAGEM DE RECURSOS MINERAIS

SIGLAS

ag – argila ct - calcita pr - pedra de revestimento

ar – areia Cu – cobre qz – quartzo

az – amazonita Fe – ferro qr – quartzo róseo

Au - ouro gf – Grafita ro - rocha ornamental

be - Berilo mm – mármore sl – Salitre

ca - calcário Mn – manganês tl – talco

crn -Corindon pi - Pirita tu – turmalina

Cr - cromo pc - pedra para construção


Tabela 1.1 - Principais dados geocronológicos para o Bloco Serrinha
e para o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (Cinturão Salvador-Curaçá)

UNIDADE ROCHA IDADE (MA) /


UNIDADE TECTÔNICA REFERÊNCIA
ESTRATIGRÁFICA (MATERIAL ANALISADO) MÉTODO
2933 + /
Enderbito (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb TIMS (c)
2991 + 22 Ma /
Gnaisse Granodiorítico (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb TIMS (c)
Complexo Uauá
2956 + 39 /
Gnaisse Granodiorítico (Zr) Oliveira et al. (2000)
U-Pb TIMS (c)
3120 /
Tonalito (Zr) Cordani et al., 1999
U-Pb SHRIMP (c)
2623 + 7 /
Gabro (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb TIMS (c)
Diques máficos
2726 + 3 /
Norito (Bd) Oliveira et al. (2002)
U-Pb TIMS (c)
3161 + 65 /
Complexo Lagoa da Vaca Anortosito (RT) Paixão et al. (1998)
Pb-Pb (c)
2128 + 7 /
Sequência Quartzodiorito (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)
Vulcanossedimentar
Rio Capim 2148 + 9 /
Metadacito (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)
2930 + 3 /
Ortognaisse Migmatítico (Zr) Gaal et al. (1987)
U-Pb SHRIMP (c)
3152 + 5 /
Gnaisse Granodiorítico (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb SHRIMP (c)
3025 + 13 /
Gnaisse Migmatítico (Zr) Rios et al. (2008)
U-Pb SHRIMP (c)
2079 + 34 / U-Pb
Bloco Serrinha Gnaisse Migmatítico (Zr) Rios et al. (2008)
SHRIMP (m)
Complexo Santa Luz
2073 + 9 /
Diorito (paleossoma) (Zr) Rios et al. (2008)
U-Pb SHRIMP (m)
2983 + 6 /
Tonalito (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb SHRIMP (c)
3085+ 6 /
Gnaisse TTG (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb SHRIMP (c)
2076 /
Quartzito (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb SHRIMP (m)
2209 + 6 /
Basalto (RT) Silva (1992)
Pb-Pb (c)
2109 + 8 /
Sequência Andesito (RT) Silva (1992)
Pb-Pb (c)
Vulcanossedimentar
do Rio Itapicuru 2145 + 8 /
Basalto (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)
2081 + 9 /
Dacito (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)
2155 + 9 /
Trondhjemito (RT) Cruz Filho et al. (2005)
Pb-Pb (c)
2080 + 2 /
Rochas granitóides Granodiorito (Zr) Mello et al. (2006)
U-Pb (c)
2072 + 1 /
Granito (Zr) Rios et al. (2000)
U-Pb
2085 + 5 /
Rochas máfico-ultrmáficas Norito (Zr) Oliveira et al. (2002)
U-Pb SHRIMP (c)
UNIDADE ROCHA IDADE (MA) /
UNIDADE TECTÔNICA REFERÊNCIA
ESTRATIGRÁFICA (MATERIAL ANALISADO) MÉTODO

2583 + 8 /
Suíte São José do Jacuípe Leucogabro (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)

2695 + 12 /
Enderbito (Zr) Silva et al. (1997)
U-Pb SHRIMP (c)

2072 + 15 /
Enderbito (Zr) Silva et al. (1997)
U-Pb SHRIMP (m)

2634 + 19/
Complexo Caraíba Charnoquito Silva et al. (1997)
U-Pb SHRIMP (c)

2574 + 14 /
Tonalito (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)

Orógeno Itabuna-Salvador-Curaça 2074 + 14 /


Tonalito (Zr) Oliveira et al. (2010)
(Cinturão-Salvador-Curaça) U-Pb SHRIMP (m)

2580 + 10 /
Norito (Zr) Oliveira et al. (2004)
U-Pb SHRIMP (c)
Rochas máficas
2527 + 110 /
Anfibolito (Zr) Silva et al. (2007)
U-Pb TIMS (c)

2126 + 19 /
Monzonito (Zr) Silva et al. (1997)
U-Pb SHRIMP (c)

2084 + 9 /
Rochas granitóides Sienito Itiúba (Zr) Oliveira et al. (2004)
U-Pb SHRIMP (c)

2078 + 6 /
Monzonito (Zr) Oliveira et al. (2010)
U-Pb SHRIMP (c)

(c) – idade de cristalização;


(m) – idade de metamorfismo;
(Zr) – zircão;
(RT) – rocha total;
(Bd) – badeleita

Tabela 1.2 - Síntese dos dados geocronológicos para o Cinturão Salvador-Curaçá

UNIDADE
ROCHA DATADA IDADE (GA)/MÉTODO INTERPRETAÇÃO REFERÊNCIA
ESTRATIGRÁFICA
2,098 ± 0,004 e 2,101 ± 0,011
Enderbito Idades de formação Sabaté et al. (1994)
(Pb-evaporação);
2,695 ± 0,012 (U-Pb SHRIMP) Idade de formação
Complexo Caraíba Enderbito
2,072 ± 15 (U-Pb SHRIMP) Granulitização
Silva et al. (1997)
2,634 ± 0,019 (U-Pb SHRIMP) Idade de formação
Charnockito
2,072 ± 0,022 (U-Pb SHRIMP) Granulitização

Corpos Norito da Caraíba 2,580 (U-Pb SHRIMP) Idade de formação Oliveira et al. (2002c)
Máfico-Ultramáficos
Associados 2,693 a 2,729 Época de extração do
ao Complexo Caraíba Norito da Caraíba Oliveira (1998)
(idade modelo TDM Nd) manto litosférico
2,126 ± 0,019 e 2,082 ± 0,007 Idades de formação e
Silva et al. 1997)
Corpos Granitóides (U-Pb SHRIMP) metamorfismo
Monzonito
Sintectônicos
1,957, Ro= 0,7324 (Rb-Sr) Idade de formação Melo (1991)

Maciço Sienítico de Itiúba Sienito 2,084 (U-Pb SHRIMP) Idade de formação Oliveira et al. (2002b,c)

1,897 ± 0,034, Ro = 0,70387 e


Corpos Granitóides Conceição & Otero (1996);
Sienogranito 1,915, Ro = 0,7054 Idades de formação
Pós-tectônicos Melo (1991)
(isócronas Rb-Sr em rocha total)
O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM E OS OBJETIVOS
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ODS

Em setembro de 2015 líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York,


e formularam um conjunto de objetivos e metas universais com intuito de garantir
o desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental.
Esta ação resultou na Agenda 2030, a qual contém um conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável - ODS.
A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a
prosperidade. Busca fortalecer a paz universal, e considera que a erradicação da
pobreza em todas as suas formas e dimensões é o maior desafio global, e um
requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Os 17 ODS incluem uma ambiciosa lista 169 metas para todos os países e todas as
partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, a serem cumpridas até 2030.

O Serviço Geológico do Brasil – CPRM atua em diversas áreas intrínsecas às


Geociências, que podem ser agrupadas em quatro grandes linhas de atuação:
• Geologia
• Recursos Minerais;
• Hidrologia; e
• Gestão Territorial.
Todas as áreas de atuação do SGB-CPRM, sejam nas áreas das Geociências ou
nos serviços compartilhados, ou ainda em seus programas internos, devem ter
conexão com os ODS, evidenciando o comprometimento de nossa instituição com
a sustentabilidade, com a humanidade e com o futuro do planeta.
A tabela a seguir relaciona as áreas de atuação do SGB-CPRM com os ODS.
Programa Geologia do Brasil ISBN
978-85-7499-554-0
Levantamentos Geológicos Básicos
GEOLOGIA ESTADO DA BAHIA
E RECURSOS MINERAIS
FOLHAS PINHÕES – SC.24-V-D-V,
UAUÁ – SC.24-V-D-VI,
MONTE SANTO – SC.24-Y-B-III
E ANDORINHA SC.24-Y-B-II

O Projeto Uauá-Monte Santo (folhas Pinhões – SC.24-V-


D-V, Uauá – SC.24-V-D-VI, Monte Santo – SC.24-Y-B-III e
Andorinha SC.24-Y-B-II), resulta de uma ação do Serviço
Geológico do Brasil – CPRM, empresa pública vinculada
à Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação
Mineral, do Ministério de Minas e Energia.

Este projeto foi realizado no âmbito do Programa


Geologia do Brasil e executado pela Superintendência
Regional de Salvador.

Apresenta o estado da arte do conhecimento geológico


e de recursos minerais na escala 1:100.000 de uma área
de 12.000 km2, abrangendo terras dos municípios de
Juazeiro, Curaçá, Chorrochó, Macururé, Uauá,
Jeremoabo, Canudos, Monte Santo, Euclides da Cunha,
Itiúba, Andorinha e Jaguarari, no Estado da Bahia. Escala: 1:100.000
Os produtos deste projeto deverão auxiliar os órgãos de
planejamento das esferas de governo federal, estadual e
municipal, em especial ao governo do estado da Bahia e PROJETO UAUÁ-MONTE SANTO
seus respectivos municípios, no estabelecimento de
políticas públicas de desenvolvimento regional, assim
como a iniciativa privada, na medida em que serve de
base para pesquisa mineral, além de, subsidiar estudos
de zoneamento ecológico-econômico e de gestão
ambiental do território.

www.cprm.gov.br
SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO - SEUS OUVIDORIA
Tel: 21 2295-5997 – Fax: 21 2295-5897 Tel: 21 2295-4697 – Fax: 21 2295-0495
E-mail: seus@cprm.gov.br E-mail: ouvidoria@cprm.gov.br

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