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ISBN 978-85-7499-153-5

9 788574 991535
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Economia Mineral e Geologia Exploratória

Programa Geologia do Brasil

MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
E SEU ENTORNO

ESTADO DE MINAS GERAIS

INFORMES DE RECURSOS MINERAIS


Série Metais - Informes Gerais, nº 02

BELO HORIZONTE
2014
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
Diretoria de Geologia e Recursos Minerais
Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Economia Mineral e Geologia Exploratória

Programa Geologia do Brasil

MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
E SEU ENTORNO
ESTADO DE MINAS GERAIS

INFORMES DE RECURSOS MINERAIS


Série Metais - Informes Gerais, nº 02

Larizzatti, João Henrique.


Mapeamento geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu
entorno / João Henrique Larizzatti, Eduardo Duarte Marques,
Francisco Valdir Silveira. – Rio de Janeiro : CPRM, 2014.
208 p. ; 30 cm. –( Informe de recursos minerais. Série metais –
informes gerais ; 2)

Programa Geologia do Brasil.


ISBN 978-85-7499-153-5

1.Geoquímica – Brasil – Minas Gerais. I .Marques, Eduardo


Duarte. II. Silveira, Francisco Valdir. III. Título. IV. Série.
CDD 551.9098151

Direitos desta edição: Serviço Geológico do Brasil - CPRM


É permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
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MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO QUADRILÁTERO


FERRÍFERO E SEU ENTORNO
ESTADO DE MINAS GERAIS

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA


Edison Lobão
MINISTRO

SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL


Carlos Nogueira
SECRETáRIO

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - SGB/CPRM


Manoel Barretto da Rocha Neto
DIRETOR-PRESIDENTE
Roberto Ventura Santos
DIRETOR DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
Thales de Queiroz Sampaio
DIRETOR DE HIDROLOGIA E GESTÃO TERRITORIAL
Antônio Carlos Bacelar Nunes
DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E DESENVOLVIMENTO
Eduardo Santa Helena da Silva
DIRETOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS
Reginaldo Alves dos Santos
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
Francisco Valdir Silveira
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS
Ernesto von Sperling
CHEFE DO DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E DIVULGAÇÃO
Gerson Manoel Muniz de Matos
CHEFE DA DIVISÃO DE ECONOMIA MINERAL E GEOLOGIA EXPLORATÓRIA
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
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Departamento de Recursos Minerais
Divisão de Economia Mineral e Geologia Exploratória

Programa Geologia do Brasil


MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO E SEU ENTORNO
ESTADO DE MINAS GERAIS

Coordenação Técnica Nacional Responsáveis Técnicos


Diretor da DGM João Henrique Larizzatti
Roberto Ventura Santos Eduardo Duarte Marques
Francisco Valdir Silveira
Chefe do DEREM
Francisco Valdir Silveira Créditos de Autoria do Texto
João Henrique Larizzatti
Chefe da DIEMGE Eduardo Duarte Marques
Gerson Manoel Muniz de Matos Francisco Valdir Silveira

APOIO TÉCNICO DE CAMPO


Geólogos Motoristas
Lídia Ribeiro Leite João Leão
Marcelo Cotta Rost Waldyr Moreira
Renato Chaves
Reginaldo Lima
Técnicos de Geologia e Mineração
Maurício Rios Osvaldo Pereira
Júlio Velasques Leonardo Perdigão
Deli Moreira Ludevino Gonçalves
Valter Araújo Drevisson Moreira

PARTICIPAÇÃO TÉCNICA
Fernando Antônio Rodrigues de Oliveira Profa. Maria da Glória da Silva (in memoriam)
Márcio Antônio da Silva Ricardo Gallart de Menezes
Claiton Piva Pinto Reinaldo Santana Correa de Brito
Valter Salino Vieira Lígia Maria de Almeida Leite Ribeiro
Claudio Gerheim Porto Marcelo Hosti

APOIO EDITORIAL
Organizaçao, Preparo e Controle da Editoração Final Editoração para publicação
UNIKA Editora
Alan Düssel Schiros
Impressão
Washington José Ferreira Santos GRAFFCOR Editora

EDIÇÃO DO PRODUTO IMPRESSO


Diretoria de Relações Institucionais e Desenvolvimento
Departamento de Relações Institucionais e Divulgação – DERID - Ernesto von Sperling
Divisão de Marketing e Divulgação – DIMARK - José Márcio Henriques Soares
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

APRESENTAÇÃO

O Serviço Geológico do Brasil – CPRM tem a grata satisfação de disponibilizar à sociedade,


em particular ao setor mineral, mais um produto da série Informes de Recursos
Minerais – Programa Geologia do Brasil, denominado MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO
QUADRILáTERO FERRÍFERO E SEU ENTORNO.
Esse trabalho concentra informações geoquímicas que permitem indicar ambientes
favoráveis à mineralizações de ferro, manganês, ouro e pedras coradas na região do
Quadrilátero Ferrífero e entorno. Essas informações também são úteis para subsidiar
estudos ambientais e para o gerenciamento do uso e ocupação do solo dessa importante
província mineral. O produto final consiste de um texto explicativo e de vasto conjunto
de dados digitais.
O projeto incluiu levantamento geoquímico de solo, de sedimento ativo de corrente e
de concentrado de bateia. O tratamento dos dados permitiu a identificação de áreas
anômalas, em especial nas proximidades dos limites do Quadrilátero Ferrífero e das
cidades de Igarapé, Pitangui e Coronel Fabriciano. Essas áreas são merecedoras de
trabalhos investigativos mais detalhados.
O estado de Minas Gerais, com os resultados desse trabalho, passa a contar com mais
uma ferramenta para atrair investimentos em pesquisa mineral, com vistas a fomentar e
direcionar o planejamento de novos empreendimentos mineiros. Este produto fornece
ainda subsídios para estudos ambientais voltados para a dispersão química de metais
em solos e sedimentos da região.
O Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno imprime
continuidade à política do governo federal que visa proporcionar o incremento do
conhecimento geológico em todo o território nacional. Esses estudos contemplam
levantamentos geológicos, hidrogeológicos, geofísicos e geoquímicos básicos, bem como
projetos temáticos de relevante interesse estratégico. Essas informações estruturadas
contribuem para o desenvolvimento regional, para a formulação de políticas públicas e
apoio nas tomadas de decisão em bases sustentáveis.
Cumpre destacar o empenho dos organismos vinculados ao Ministério de Minas e
Energia envolvidos na consecução desse trabalho, em especial a ação articulada entre
a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral e o Serviço Geológico do
Brasil – CPRM.

MANOEL BARRETTO DA ROCHA NETO ROBERTO VENTURA SANTOS


Diretor - Presidente Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Serviço Geológico do Brasil - CPRM Serviço Geológico do Brasil - CPRM

V
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

RESUMO

O projeto MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO QUADRILáTERO FERRÍFERO E SEU


ENTORNO executado em área definida pelos meridianos 42o30´W e 45oW e os paralelos
19o30´S e 21oS, totaliza uma área de 45.000 km2. Neste relatório são apresentados os
resultados analíticos para 390 amostras do horizonte B de solo e 3.662 amostras de
sedimento ativo de corrente. Outros resultados, inclusive para concentrados de minerais
pesados, serão apresentados em trabalhos futuros. As amostras estudadas foram
peneiradas na fração < 80# (0,175 mm), pulverizadas na fração < 200# (0,075 mm),
atacadas com água régia e analisadas para 53 elementos por ICPMS. Foram produzidos
mapas da concentração e distribuição de 43 elementos no solo e no sedimento de
corrente; também foram elaborados mapas das principais componentes para estes dois
meios de amostragem. As principais conclusões obtidas foram:
1 – amostras de solo coletadas no horizonte B, fração < 80# constituem um meio de
amostragem eficiente para trabalhos de mapeamento geoquímico regional. Apesar da
baixa densidade de amostragem (aproximadamente 1 amostra a cada 115 km2), grandes
estruturas geoquímicas, unidades litológicas e processos mineralizantes puderam ser
identificados;
2 – amostras de sedimento ativo de corrente coletadas na fração < 80# constituem
um meio de amostragem eficiente para trabalhos de mapeamento geoquímico. Na
densidade de amostragem utilizada (aproximadamente 1 amostra a cada 12 km2),
estruturas geoquímicas, unidades litológicas e processos mineralizantes puderam ser
identificados;
3 – a densidade de amostragem tem papel fundamental na qualidade da informação
apresentada nos mapas geoquímicos produzidos;
4 – os resultados apresentados devem ser observados com cautela. Devido à sua
natureza regional, estes dados não apontam necessariamente para anomalias
geoquímicas específicas ou depósitos minerais isolados. Além disso, amostras de solo
e sedimento de corrente não podem ser interpretadas de maneira direta, devendo-
se levar em consideração os processos secundários por que passaram os dois meios
amostrais;
5 – estes dados podem ser utilizados na exploração mineral para delimitar áreas
favoráveis a investigações de maior detalhe. Depósitos minerais geralmente ocorrem
em províncias geoquímicas caracterizadas por concentrações elevadas dos elementos
de interesse econômico e de elementos indicadores. Os depósitos tendem a se agrupar
ao longo de unidades estratigráficas específicas e/ou trends estruturais que ocupam
áreas extensas;
6 – estes resultados geoquímicos podem ser utilizados em estudos de caráter ambiental
e como subsídio para a implantação de políticas públicas e para o gerenciamento do
uso e ocupação do solo de maneira sustentável.

VII
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

ABSTRACT

The GEOCHEMICAL SURVEy OF QUADRILáTERO FERRÍFERO AND ITS


SURROUNDINGS was an effort of the Geological Survey of Brazil - CPRM involving
compilation of geochemical data from the area between 42o30´W and 45oW
meridians and 19o30´S and 21oS parallels, in an area of 45,000 km2. Two different
types of samples (soil and stream sediments) were studied. Fine fractions (< 80#
or 0.175 mm) were pulverized to – 200# fraction (0.075 mm), digested by acqua
regia and analysed for 53 elements by ICPMS. Maps of raw and manipulated
data (element concentrations and principal components) were made. The main
conclusions obtained were:
1 – Soil samples collected at B horizon (< 80# fraction) are an effective sampling
medium for regional geochemical surveys. Despite the use of 1 sample per 115 km2
sampling density, large geochemical structures, lithological units and mineralization
processes were recognized;
2 – Stream sediment samples (< 80# fraction) are an effective sampling medium
for regional geochemical surveys. Geochemical structures, lithological units and
mineralization processes were recognized with the sample density of 1 sample per
12 km2 used;
3 – Sample density has a key role in the quality of the geochemical maps produced;
4 – Caution must be taken when interpreting the data. Because of its regional
nature, these data do not necessarily pinpoint specific geochemical anomalies or
single ore deposits. The interpretation of soil and stream sediment samples is not
straightforward and must take into account secondary processes involved in the
evolution of these sampling media;
5 – These data may be used in mineral exploration to delineate favorable targets
for more detailed studies. Mineral deposits often occur in geochemical provinces
characterized by elevated concentration of elements of economic interest and
pathfinder elements. Ore deposits tend to cluster along specific stratigraphic units
and/or structural trends over large areas;
6 – These geochemical data can be used in environmental studies, support decision
makers in the definition of public policies and in the management of sustainable
land use.

IX
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

SUMÁRIO
1 — INTRODUÇÃO....................................................................................15
1.1 - ABORDAGEM DO TEMA ...............................................................................15
1.2 - OBJETIVOS ............................................................................................16
1.3 - RESULTADOS IMPORTANTES .........................................................................16
1.4 - ÁREA DE ESTUDO .....................................................................................17
1.4.1 - Localização .................................................................................................17
1.4.2 - Clima ........................................................................................................17
1.4.3 - Geomorfologia .............................................................................................18
1.4.4 - Solos .........................................................................................................19
1.4.5 - Hidrografia .................................................................................................20
1.4.6 - Vegetação ..................................................................................................21
1.4.7 - Uso da Terra ................................................................................................23

2 — MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................25


2.1 - AMOSTRAGEM .........................................................................................25
2.1.1 - Trabalhos Anteriores ......................................................................................25
2.1.2 - Planejamento da Amostragem ..........................................................................25
2.1.3 - Observações de Campo ...................................................................................28
2.1.4 - Protocolos de Amostragem ...............................................................................29
2.1.4.1 - Amostragem de Solo ................................................................................29
2.1.4.2 - Amostragem de Sedimento Ativo de Corrente .................................................30
2.1.5 - Preparação e Análise das Amostras .....................................................................31
2.2 - CONTROLE DE QUALIDADE ..........................................................................32
2.2.1 - Exatidão/Valor Real e Precisão/Repetitividade ......................................................33
2.2.2 - Precisão – as Duplicatas do Projeto .....................................................................37
2.3 - ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................38
2.3.1 - Dados Geoquímicos .......................................................................................38
2.3.2 - Sistema de Visualização dos dados .....................................................................39

3 — RESULTADOS ....................................................................................41
3.1 - SOLO ...................................................................................................43
3.2 - SEDIMENTO DE CORRENTE ..........................................................................50
3.3 - EXPRESSÃO GEOQUÍMICA DOS DEPÓSITOS MINERAIS ............................................55
3.3.1 Ferro ..........................................................................................................57
3.3.2 Manganês .....................................................................................................58
3.3.3 Ouro ...........................................................................................................59
3.3.4 Pedras Coradas ..............................................................................................69

4 — CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..........................................................73


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................75
LISTAGEM DOS INFORMES DE RECURSOS MINERAIS ...........................................79
ANEXO I - MAPAS DE SOLO .........................................................................87
ANEXO II - MAPAS DE SEDIMENTOS DE CORRENTE ........................................... 133
ANEXO III - MAPAS DOS FATORES SOLO ........................................................ 179
ANEXO IV - MAPAS DOS FATORES SEDIMENTO DE CORRENTE ............................. 195
XI
MAPEAMENTO GEOQUÍMICO DO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO
E SEU ENTORNO
ESTADO DE MINAS GERAIS
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

1 — INTRODUÇÃO

1.1 - ABORDAGEM DO TEMA tais e estudos sobre a saúde e o bem-estar de seres


humanos, animais e plantas.
Mapeamentos geoquímicos auxiliam no co- O interesse em realizar o mapeamento geo-
nhecimento da concentração e distribuição dos ele- químico da grande região onde se insere a Provín-
mentos e compostos químicos nos ambientes geoló- cia Mineral do Quadrilátero Ferrífero - PMQF teve
gicos, e podem ser utilizados em aplicações diversas, como principal motivador a presença de grandes
como por exemplo, na prospecção de minérios e na lacunas sem levantamentos geoquímicos nas suas
avaliação de substâncias contaminantes em solos e regiões periféricas, de grande potencial mineral,
recursos hídricos. A distribuição e concentração dos aliado à sua localização ímpar, na abrangência da
elementos químicos apresentam grande variação, e região metropolitana da cidade de Belo Horizonte,
são determinadas por fatores geológicos, processos de grande densidade populacional e com uso e ocu-
biológicos e outras variáveis, como por exemplo, ati- pação diversificada do solo.
vidades antrópicas.
O mapeamento geoquímico do Quadrilátero
Mapeamentos geoquímicos em escala regio- Ferrífero e seu entorno é uma das muitas ações rea-
nal, utilizando-se da amostragem os solos e sedi-
lizadas pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, sob
mentos ativos de corrente, têm sido realizados em
a coordenação do Departamento de Recursos Mine-
várias partes de mundo, como na Europa, Canadá,
rais (DEREM). O projeto teve suporte financeiro do
China, Austrália e Estados Unidos, entre outros.
Eles tiveram como objetivos a exploração mineral Plano de Aceleração do Crescimento – PAC.
e a avaliação de recursos naturais, bem como no O desenvolvimento do projeto seguiu o fluxo-
gerenciamento do uso e ocupação do solo; são uti- grama apresentado na Figura 1.1. A coleta das amos-
lizados para o desenvolvimento de políticas ambien- tras se deu entre 2007 e 2009.

Figura 1.1 – Fluxograma das atividades desenvolvidas no projeto.

15
Informe de Recursos Minerais

1.2 - OBJETIVOS 3. Identificar as possíveis mudanças nas assina-


turas geoquímicas dos depósitos primários
devidas a processos intempéricos (enrique-
O projeto Mapeamento Geoquímico do Qua- cimento supergênico, por exemplo). Esses
drilátero Ferrífero e Seu Entorno pretende fornecer processos intempéricos, atuantes desde o
à comunidade científica e empresarial dados geo- final do Cretáceo, refletem de maneira dis-
químicos que auxiliem no mapeamento geológico e tinta o comportamento dos diferentes ele-
na escolha de áreas para intensificação da explora- mentos químicos presentes na assinatura
ção mineral. Estes dados também são importantes geoquímica dos jazimentos minerais e ro-
na implantação de políticas públicas de caráter am- chas nos materiais alterados. Cada elemen-
biental, sanitário e de uso e ocupação do solo. to da paisagem física e respectivo material
Para atender ao objetivo proposto, que basi- superficial pode apresentar características
camente visa o estímulo à exploração mineral, o le- geoquímicas específicas, que devem ser co-
vantamento geoquímico através da amostragem de nhecidas, podendo constituir uma eficiente
solos e sedimentos de corrente propõe caracterizar ferramenta prospectiva na identificação de
a distribuição de 43 elementos químicos no solo e alvos minerais economicamente potenciais.
nos sedimentos aluviais, avaliados através do estu- Os resultados mostram como o mapeamento
do de uma base de dados geoquímicos consistente. geoquímico regional pode fornecer dados funda-
Esse trabalho também tem como meta o mentais para o aumento do conhecimento geológi-
aperfeiçoamento dos protocolos tradicionalmente co, para a exploração mineral, para o monitoramento
utilizados pela CPRM/SGB em mapeamentos geo- ambiental, para o desenvolvimento de políticas pú-
químicos, de forma a garantir e melhorar sua apli- blicas, e para estudos com implicação na saúde dos
cabilidade em todo o território nacional. seres vivos. Estas são preocupações cada vez mais
presentes nos órgãos governamentais que zelam
São objetivos específicos do trabalho:
pelo desenvolvimento sustentável do Brasil.
1. Estabelecer a partir da análise das amostras
de solos as assinaturas geoquímicas corre- Este relatório fornece um registro detalhado
lativas com as diferentes rochas presentes dos resultados conseguidos neste trabalho incluin-
no Quadrilátero Ferrífero e seu entorno, vis- do a documentação das metodologias de campo e
to que suas composições químicas devem resultados analíticos. A base de dados geoquímicos
estar refletidas nos materiais amostrados. resultante é uma das mais abrangentes daquela re-
Pretende-se com isso identificar a natureza gião, visto incluir, além da Província Mineral do Qua-
do substrato rochoso em áreas cobertas por drilátero Ferrífero (PMQF), grandes segmentos do
espessas camadas de solo residuais; seu entorno, ainda com baixo grau prospectivo e co-
2. Caracterizar um padrão de assinaturas geo- nhecimento geológico não muito consistente.
químicas nos materiais intempéricos na influ-
ência dos depósitos minerais conhecidos, e 1.3 - RESULTADOS IMPORTANTES
procurar essas assinaturas nos regolitos asso-
ciados aos diferentes ambientes da paisagem
física – No Quadrilátero Ferrífero ocorrem A Tabela 1 apresenta os principais resultados
depósitos de ferro, manganês, ouro, cromi- obtidos neste trabalho.
ta e nas áreas do seu entorno importantes
ocorrências e depósitos de gemas. Esses jazi- Foram coletadas 875 amostra de solo, 390
mentos apresentam assinaturas geoquímicas utilizadas nesse estudo (fração <80#), 3662 amos-
específicas nos materiais superficiais, que de- tras de sedimento ativo de corrente (fração <80#) e
vem ser identificadas e utilizadas na prospec- 1026 amostras de concentrado de bateia, perfazen-
ção de novos depósitos minerais; do um total de 5563 amostras coletadas.. Para a área

Tabela 1 - Principais resultados obtidos.

MAPAS GEOQUÍMICOS QUANTIDADE

Unielementares - Solo 43

Unielementares - Sedimento de corrente 43

Multielementares (PCA) - Solo 13

Multielementares (PCA) - Sedimento de corrente 12

16
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

total do projeto, que abrange 15 folhas na escala de mento de corrente através da Análise de Principais
1:100.000 - perfazendo uma área de 45.000 km2 Componentes.
- foram produzidos 43 mapas geoquímicos uniele- Os resultados mineralométricos semi-quan-
mentares para solo e sedimento de corrente. Tam- titativos referentes aos concentrados de bateia e
bém foram produzidos 13 mapas multielementares demais amostras de solo estão sendo estudados e
para solo e 12 mapas multielementares para sedi- serão objeto de uma futura publicação.

Figura 1.4.1 - Localização da área.

1.4 - ÁREA DE ESTUDO 1.4.2 - Clima

1.4.1 - Localização Segundo Butt & Zeegers (1992), o clima é o


O projeto Mapeamento Geoquímico Do Quadri- fator de maior relevância na definição dos proces-
látero Ferrífero e Seu Entorno cobre uma área de 45.000 sos de dispersão geoquímica na evolução do perfil
de um solo. O clima atmosférico não tem relação di-
km2 e está localizado na região centro-sul do estado de
reta com o “clima do solo”, que responde a outros
Minas Gerais (Figura 1.4.1), abrangendo em toda a sua
fatores muito localizados (por exemplo, declividade
extensão a região metropolitana da grande Belo Hori-
e drenagem), porém é ele o principal condicionador
zonte. Os limites da área foram estabelecidos de forma dos aspectos da paisagem física e das características
a incluir a Província Mineral do Quadrilátero Ferrí- dos solos regionalmente reinantes. Os elementos de
fero (PMQF), bem como regiões adjacentes do Cráton maior influência na evolução do solo são a tempera-
do São Francisco e da Província Geotectônica Manti- tura e a umidade. A variação do clima com o tempo
queira, formando um quadrilátero balizado pelas co- causa mudanças no intemperismo e nos processos
ordenadas 19°30’S/21°00’S e 42°30°W/45°00°W. de dispersão, mas apenas os episódios climáticos

17
Informe de Recursos Minerais

mais novos e intensos ou antigos e muito duradouros cipalmente da área central do “Quadrilátero”, pois
deixam registros significativos. atuam como barreiras à movimentação das mas-
Nas áreas continentais de países tropicais o re- sas de ar, gerando localmente áreas com diferentes
golito e as formas de relevo são expressões dos efeitos sistemas morfoclimáticos.
cumulativos do intemperismo de dezenas ou centenas Segundo IBGE (2006a), a área do projeto se
de milhões de anos. Tardy et al. (1991) concluem que, insere na zona de “Clima Tropical Brasil Central”,
com a deriva continental após a ruptura da Pangea, o com zonas apresentando diferentes características
continente sul-americano se movimentou em direção climáticas, cujos limites, aproximados, são apre-
a zonas climáticas cada vez mais tropicais/equatoriais sentados na Figura 1.4.2. A região reúne vários
a partir de zonas mais áridas. Portanto, a formação tipos climáticos, tais como mesotérmico brando
de crostas ferruginosas, como as observadas na área – semi-úmido a úmido, com temperaturas médias
deste projeto, resultado da variação do nível freático entre 10 e 15ºC e 3 a 5 meses secos; subquente
ocasionada pelo clima (estações úmidas e secas con- – semi-árido a úmido, com temperaturas médias
trastantes e duradouras ou mudanças de longo prazo), entre 15 e 18ºC e 1 a 6 meses secos; e quente –
em última análise foi decorrente da atuação de forças semi-úmido, com temperaturas médias superiores
tectônicas (deriva dos continentes). a 18ºC durante todo o ano e 4 a 5 meses secos.
As serras que dominam o Quadrilátero Fer- Os períodos secos se concentram no inverno e os
rífero afetam diretamente o clima da região, prin- úmidos no verão.

Figura 1.4.2 - Zonas climáticas na área do projeto, adaptado de IBGE (2006a).

1.4.3 - Geomorfologia das pelas serras do Curral a norte, da Moeda a oeste,


do Ouro Branco a sul e do Caraça e Gandarela a leste.
Nas áreas do seu entorno, entretanto, o relevo
A região definida como Quadrilátero Ferrífero
é relativamente mais desgastado e menos pronun-
propriamente dito apresenta grandes diferenças em ciado, com as altitudes variando aproximadamente
suas elevações e as cotas mais altas guardam corres- entre 800 – 1000 metros, localmente atingindo até
pondência com as litologias mais resistentes ao intem- 1500 metros, nas porções ocidentais e meridionais
perismo, como quartzitos e itabiritos. As cotas mais da área, e 300 – 800 metros nos setores orientais,
elevadas são encontradas na serra do Caraça, onde as coincidindo com as regiões da bacia do Rio Doce.
cristas de quartzito atingem os 2000 metros. O “Quadri- Cabe complementar, que clima reinante na
látero” é delimitado por um conjunto de cristas forma- área do projeto nos últimos 70 milhões de anos

18
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Ma (Spier 2005) levou à formação das crostas la- c) Serras do Quadrilátero Ferrífero
teríticas (cangas). Estas crostas tiveram, e ainda
têm, importância no desenvolvimento do modela- d) Planalto Campo das Vertentes
do do relevo, uma vez que sua estabilidade frente
aos processos intempéricos protege unidades mais e) Planalto Centro-Sul Mineiro
friáveis e erodíveis do regolito.
De acordo com dados do IBGE (2006b), a área de f) Planícies Fluviais
trabalho está compartimentada por nove unidades de
relevo (Figura 1.4.3), conforme discriminadas a seguir: g) Depressão do Alto-Médio Rio São Francisco

h) Depressão do Rio Doce


a) Serras do Espinhaço Meridional
b) Serras da Mantiqueira e Caparaó i) Depressão de Belo Horizonte

Figura 1.4.3 - Unidades geomorfológicas, adaptado de IBGE (2006b).

1.4.4 - Solos O intemperismo intenso imposto nas regiões


tropicais induz à formação de regolitos compostos
por minerais secundários mais estáveis (kaolinita,
A formação do solo (pedogênese) é o resul-
gibbsita e óxidos de ferro) e por minerais primários
tado da transformação do substrato rochoso, do
mais resistentes (quartzo e acessórios tais como cro-
saprólito preexistente ou outro material do regoli-
mita e zircão) (Nahon, 1991; Butt & Zeegers, 1992).
to na interface com a atmosfera (Lucas & Chauvel,
1992). A natureza desta transformação depende Kronberg et al. (1979), estudando solos brasi-
do balanço entre três processos principais: (1) in- leiros sob condições similares às encontradas neste
temperismo dos minerais; (2) transporte em solu- trabalho, concluíram que o intemperismo intenso
ção ou como sólidos; e (3) autigênese de minerais atuante no Brasil leva à produção de solos essencial-
secundários estáveis. Estes processos resultam do mente portadores de SiO2-Al2O3-Fe2O3-H2O, sendo
equilíbrio termodinâmico controlado pelas mudan- seus principais minerais: quartzo, kaolinita, gibbsi-
ças físico-químicas que existem no perfil do solo em ta, goethita e hematita. Os padrões de dispersão
comparação com o material parental. dos elementos químicos associados a estes solos

19
Informe de Recursos Minerais

são superimpostos sobre aqueles herdados do pas- metavulcânicas e metassedimentares de natureza


sado e juntos resultam na expressão da mineraliza- diversa, os solos são principalmente do tipo cambis-
ção e das rochas no solo superficial observada no sólico háplico, localmente observando-se argissolos
presente trabalho. vermelho-escuros e solos litólicos. Na região da ba-
Segundo FEAM (2011), na área do projeto, cia Bambuí, por sua vez, os solos são predominan-
principalmente sobre os terrenos granito-gnáissicos, temente do tipo argissolos vermelhos, e refletem a
predominam amplamente latossolos e argissolos composição predominantemente pelito-carbonática
vermelhos e/ou amarelos, enquanto na área do Qua- das suas rochas (meta) sedimentares. Solos aluviais
drilátero Ferrífero propriamente dito, com arcabouço e afloramentos rochosos são observados de forma
geológico muito mais complexo, formado por rochas localizada por toda área (Figura 1.4.4).

Figura 1.4.4 - Mapa de solos, adaptado de FEAM (2011)

1.4.5 - Hidrografia relação à bacia do rio Doce, localizada a leste. A serra


da Moeda, por sua vez, é seu principal marco divisor
a oeste, separando-a da bacia do rio Paraopebas. A
A região de estudo é composta por seis bacias bacia do rio das Velhas, em relação às demais bacias,
hidrográficas principais (Figura 1.4.5), a saber: (1) Ba- apresenta nitidamente maior controle estrutural da
cia do Rio Doce; (2) Bacia do Rio Piracicaba; (3) Bacia sua malha, com vales relativamente mais encaixados
do Rio das Velhas; (4) Bacia do Rio Paraopeba; (5) Ba- e estruturalmente mais controlados.
cia do Rio Pará; e (6) Bacia do Rio Paraná. A Bacia do Rio Doce, com dois dos seus principais
O rio das Velhas forma uma malha com disposi- formadores, os rios Piranga e Carmo, configura uma
ção de sul para norte-noroeste, constituindo o princi- malha com disposição sudoeste-nordeste, com fluxo de
pal captador na região do QF. Tem suas nascentes na suas drenagens em sentido nordeste. Como as malhas
conjunção das serras de Ouro Branco e Caraça, quase dos rios Paraopebas e Paraná, exibe um padrão mais
na porção central da área, as quais, juntamente com dissecado, com vales mais abertos e drenagens menos
a serra de Gandarela, são seus principais divisores em encaixadas e profundas, em relação à bacia do rio das

20
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Velhas. O rio Paraopebas tem sua malha de captação do para NW e, na área do projeto, apresenta como
alinhada de SSE para NNW, grosso modo, em paralelo a principais contribuintes os rios São João e do Peixe.
bacia do rio das Velhas, acompanhando a serra da Moe-
A Bacia do Rio Paraná é a menos abrangen-
da, de onde partem vários afluentes pela margem direi-
ta. Os rios Doce e Paraopebas são os mais extensos, for- te, ocupando um pequeno trecho da porção SW
mando as bacias mais expressivas na área do Projeto. da área da levantada, com fluxo de suas drenagens
A Bacia do Rio Pará, afluente da margem direi- para sul-sudoeste. Na área do Projeto seus princi-
ta do Rio São Francisco, apresenta drenagens corren- pais formadores são os rios Jacaré e Perapetinga.

Figura 1.4.5 - Principais bacias hidrográficas

1.4.6 - Vegetação “tensão ecológica” ou de contato entre tipos de ve-


getação correspondem às faixas de transição entre
savana e a floresta estacional.
Segundo IBGE (2006c), a região em estudo origi-
nalmente era formada por três tipos de vegetação (Figu- Nas áreas elevadas, tais como as serras de Ouro
ra 1.4.6a), as quais classificadas como áreas de Savana, Branco, Caraça, Moeda e Itacolomi predominam vege-
de Tensão Ecológica e de Floresta Estacional Semidecidu- tação arbustiva de pequeno porte com muitas gramíne-
al, hoje bastante modificadas em função da intensa ativi- as e vegetação classificada como do tipo “campo”. Nas
dade antrópica que extinguiu grande parte da vegetação encostas e fundos de vale predomina mata fechada, em
primitiva, substituída por pastagens, atividades agríco- função da maior umidade nos solos. Crostas ferrugino-
las, zonas edificadas ou mesmo degradadas devido à mi- sas são observadas nas áreas de vegetação de cerrado,
neração e ao desmatamento para extração de madeira. que caracteriza as regiões de savana.
Originalmente, predominava a floresta esta- Interessante notar que as unidades de vege-
cional semidecidual ou floresta tropical subcaducifó- tação citadas apresentam por vezes em seu inte-
lia com algumas manchas preservadas de vegetação rior espécies características de outras regiões fito-
gramíneo-lenhosa ou campo limpo de cerrado (Fi- ecológicas, como, por exemplo, a araucária (Figura
guras 1.4.6b e 1.4.6c). As áreas definidas como de 1.4.6d), característica de Floresta Ombrófila Mista.

21
Informe de Recursos Minerais

Figura 1.4.6a - Mapa de vegetação, adaptado de IBGE (2006c).

Figura 1.4.6b - Floresta Estacional Semidecidual próxima Figura 1.4.6c – Campo Limpo de Cerrado.
a pastagem

22
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Na primeira metade do século XIX teve impulso a in-


dústria têxtil, que se expandiu no final deste mesmo
século. Estas atividades concentravam-se na região
central da Província Mineral. Neste período a extra-
ção aurífera teve altos e baixos. Nos finais do século
XVIII a lavra em aluviões já apresentava sinais de es-
gotamento, demandando ao longo do século XIX a
extração do metal através de sistemas de lavra sub-
terrânea, mais custosa e de retorno financeiro nem
sempre compensador. É preciso destacar que os três
setores industriais citados se desenvolveram a partir
da mão-de-obra escrava.
A indústria mineira teve outro salto nas déca-
Figura 1.4.6d - Presença de araucária, característica de das de 1940-50, alavancada pela economia paulista.
Floresta Ombrófila Mista, na área do projeto.
Desta época vem a ampliação do complexo industrial
mineiro, com destaque para a produção de aço e ci-
1.4.7 - Uso da Terra
mento. No pós-guerra, consolida-se a importância da
indústria metalúrgica no cenário nacional graças aos
Como os processos naturais e as ativida- recursos naturais da região aliados a grandes investi-
des humanas estão modificando continuamente a mentos estatais e de capital externo.
composição química de nosso ambiente, é impor- Segundo IBGE (2010), a região estudada apre-
tante determinar a atual concentração e distribui- senta uso diversificado do solo (Figuras 1.4.7a e
ção espacial dos elementos químicos na superfície 1.4.7b), sendo a atividade agropecuária a mais in-
da Terra de modo mais sistemático que o executado tensa, ocupando 70% da área. A seguir aparece a
até hoje (Darnley et al., 1995). vegetação nativa, composta por florestas e matas,
O início da ocupação do Quadrilátero Ferrífero distribuída de forma descontinuada em cerca de 20%
se deu pela descoberta do ouro no século XVII e mui- da área, enquanto os núcleos urbanos ou edificados
tas vilas/arraiais se formaram devido à mineração do representam 6% da região levantada, com destaque
metal. Porém, o desenvolvimento econômico do es- para a região metropolitana de Belo Horizonte. A
tado de Minas Gerais foi desarticulado e descontínuo despeito de visualmente mais impactantes, as áreas
(De Paula, 2002). Até meados do século XIX destaca- de mineração somam apenas 3% do uso do solo, de-
vam-se a economia mercantil de gêneros de primeira vendo ser salientado que nelas também estão con-
necessidade e a cafeicultura. Ainda no século XVIII a tabilizadas áreas com vegetação nativa preservadas
siderurgia já aparecia de forma bastante rudimentar. nos entornos das minas.

23
Informe de Recursos Minerais

Figura 1.4.7a - Uso e ocupação do solo, adaptado de IBGE (2010).

Figura 1.4.7b - Proporção do uso da terra, a partir de IBGE (2010).

24
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

2 — MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 - AMOSTRAGEM É importante destacar que onde os dados geo-


químicos estão disponibilizados, eles muitas vezes
não puderam ser tratados em conjunto, seja:
2.1.1 - Trabalhos Anteriores
• Devido a uma amostragem inconsistente,
como por exemplo, vários tipos de rocha apre-
A base de dados geoquímicos da CPRM – Ser- sentando diferentes graus de alteração, mine-
viço Geológico do Brasil mostra que os levantamen- ralização e intemperismo;
tos geoquímicos realizados na região do Quadriláte- • Devido a diferentes métodos de preparação
ro Ferrífero (QF) não apresentam uma distribuição de amostras como por exemplo, amostras com
homogênea e uniforme da amostragem (Figura aberturas totais e outras com digestões parciais;
2.1.1). A Figura 2.1.1 revela que a distribuição dos • Devido a grande diferença entre instrumentos
levantamentos geoquímicos, por um lado, foi nor- analíticos utilizados, levando a limites de detecção
teada de forma a priorizar unidades geológicas variáveis entre os conjuntos de dados, e, por fim;
específicas do Quadrilátero Ferrífero e arredores, • Devido aos pacotes de elementos analisados
notadamente segmentos dos supergrupos Rio das serem diferentes entre os projetos executados.
Velhas e Minas e correlatos, por exemplo, e, por ou- Em função do exposto acima, as regiões con-
tro, atender levantamentos geológico-geoquímicos templadas anteriormente pelos levantamentos
de algumas cartas na escala 1:100.000. geoquímicos foram incluídas no presente trabalho.
A Figura 2.1.1 ressalta ainda a existência de gran- A Tabela 2.1.1 apresenta os projetos executa-
des áreas com ausência de dados geoquímicos, como dos na região, com os respectivos materiais amos-
a região central do QF Ferrífero e o entorno da PMQF. trados e quantidades de amostras coletadas.

Tabela 2.1.1 – Projetos realizados pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil na região do QF, materiais amostrados e
número de amostras coletadas.
SED. CONC.
PROJETO ROCHA SOLO OUTROS TOTAL
CORRENTE BATEIA
Folha Mariana 0 352 156 6 0 514
Folha Ponte Nova 0 329 84 0 0 413
Folha Rio Espera 0 410 178 0 0 588
Geoq. Bambuí 51 762 123 47 25 1008
Platina - MG 43 260 297 5 2 607
Quadr. Ferrífero 123 1262 219 442 87 2133
Sulfetos Juiz de Fora 16 0 0 0 0 16
Total 233 3375 1057 500 114 5279

2.1.2 - Planejamento da Amostragem lométrica das amostras de solo foi estabelecida em


<80# (0,175 mm). Em 390 estações foram coletadas
amostras, o que gerou uma densidade de amostra-
Foi concebida uma malha de amostragem para
gem aproximada de 1 amostra a cada 115 km2.
o solo: com grid de aproximadamente 10 km X 10 km
cobrindo toda a região estudada (Figura 2.1.2a). Na O planejamento da amostragem de sedimen-
medida do possível tentou-se executar uma malha to ativo de corrente (Figura 2.1.2b) buscou contem-
de amostragem regular. O horizonte B do perfil do plar drenagens cujas bacias de captação represen-
solo foi priorizado para as coletas e a quantidade mí- tassem áreas entre 10 e 30 km2. O ponto mais baixo
nima de material em torno de 1 kg. A fração granu- de cada bacia de captação foi determinado para

25
Informe de Recursos Minerais

amostragem, levando-se em conta a a influência de É importante destacar, que estações de co-


outras drenagens, presença de estradas, pontes e leta previamente planejadas quando reconheci-
outras interferências antrópicas que pudessem tra- damente localizadas em áreas a mercê de conta-
zer algum tipo de contaminação à amostra. As esta- minações foram deslocadas para pontos próximos
ções assim estabelecidas não formam uma malha ou mesmo excluídas.
regular e sua posição e distribuição estão controla- A rede de drenagem da área do Projeto foi
obtida a partir de cartas topográficas na escala de
das pelo sistema regional de drenagens. Foram cole-
1:100.000 do IBGE e pequenos ajustes foram feitos
tadas amostras em 3662 estações, com densidade de utilizando-se imagens GEOCOVER como referência.
amostragem aproximada de 1 amostra a cada 12 km2.
Além dos sedimentos ativos de corrente fi-
A fração granulométrica das amostras de se- nos (fração < 80#) foram coletados concentrados
dimento de corrente, assim como as das de solo, foi de minerais pesados em 1068 estações (Figura
estabelecida em <80# (0,175 mm) e a quantidade 2.1.2c). Estas amostras estão sendo estudadas e
mínima de material, também em torno de 1 Kg. serão objeto de publicação futura.

Figura 2.1.1 – Amostragem realizada pela CPRM - Serviço Geológico do Brasil dentro da área do projeto.

26
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 2.1.2a – Estações de amostragem de solo.

Figura 2.1.2b – Estações de amostragem de sedimento ativo de corrente.

27
Informe de Recursos Minerais

Figura 2.1.2c – Estações de amostragem de concentrados de minerais pesados.

2.1.3 - Observações de Campo de sedimento ativo de corrente e concentrados de


bateia, ficou estabelecido que a coleta de material
fosse realizada sempre à montante de pontes, cons-
Os dados essenciais que devem ser obser-
truções e açudes, bem como o mais distante possí-
vados durante a amostragem de sedimentos de
corrente e solos estão listados abaixo e integram a vel de locais transformados pela atividade humana,
caderneta de campo de geoquímica (Figura 2.1.3): como aterros e estradas.
• Toponímia Neste sentido, as equipes de amostragem ti-
veram a liberdade de escolha do local de amostra-
• Coordenadas locacionais obtidas com GPS e
base cartográfica gem, de forma a assegurar que a amostra fosse o
mais representativa do ambiente natural.
• Data da amostragem
Outros cuidados tomados no sentido de se
• Tipo de material coletado preservar as amostras de contaminações foram evi-
• Características das drenagens e do solo nos tar o uso de equipamentos de coleta feitos de ferro
pontos de coleta ou de outros metais, e da parte dos coletores, o uso
• Condições climáticas à época da amostragem de relógios, jóias (anéis/alianças) e bijuterias.
Os técnicos responsáveis pelas amostragens As equipes de amostragem foram constituídas
foram orientados ainda a atentar a presença ativi- com o mínimo de dois integrantes, as quais foram
dades antrópicas nas proximidades dos pontos de instruídas, sempre que possível, a realizar um con-
coleta que por ventura viessem a provocar conta- tato prévio com os proprietários rurais, afim se obte-
minações das amostras, interferindo nos resulta- rem permissões de acesso às terras particulares para
dos analíticos. Com relação especificamente aos os trabalhos de coleta de amostras.

28
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 2.1.3 - Caderneta de campo - informações coletadas.

2.1.4 - Protocolos de Amostragem O material coletado inicialmente foi peneirado


em peneira plástica com malha de 1 mm. Quando pre-
sentes, fragmentos vegetais e de rocha foram retira-
A fim de assegurar um padrão único e uni- dos manualmente. Foi coletado pelo menos 1 kg de
forme dos trabalhos de amostragem geoquímica, material em cada uma das estações de amostragem.
foi realizado previamente às etapas operacionais
Em locais de ocorrência de perfis de solo com-
de campo um curso preparatório com todo o pes-
plexos - com material transportado depositado sobre
soal envolvido. Foram apresentadas noções básicas
material “in situ” foi realizada a mudança da estação
de geoquímica, métodos de amostragem de solos
de amostragem para um local próximo com ocorrên-
e sedimentos, preparação de amostras e técnicas cia de material residual (Figura 2.1.4c, d).
analíticas, inclusive com relação à forma de acondi-
cionamento e identificação das amostras. Durante a
primeira semana de campo as amostragens foram
realizadas em conjunto por toda a equipe buscando-
-se sedimentar a uniformização de procedimentos.

2.1.4.1 - Amostragem de Solo

Resolveu-se adotar a amostragem de solo em


malha regular com espaçamento aproximado de 10
km X 10 km (Figura 2.1.2a).
Um total de 390 estações foram amostradas
no presente levantamento e sempre com coleta de
material no horizonte B. Em locais planos a extração
de material foi com o auxílio de um trado “boca-
-de-lobo”, enquanto nos perfis de solo expostos
em cortes de estrada (Figura 2.1.4a, b) através da
utilização de enxada. Nestes últimos locais, foi re-
alizada previamente a limpeza do perfil de solo an- Figura 2.1.4a – Exemplo de local de coleta com trado
tes da coleta de material. “boca-de-lobo”.

29
Informe de Recursos Minerais

2.1.4.2 - Amostragem de Sedimento Ativo de


Corrente

Amostras de sedimentos ativos de corrente na


fração < 80 # são coletadas rotineiramente nos pro-
jetos executados pela CPRM – Serviço Geológico do
Brasil desde os anos 1970.
Neste trabalho foram coletadas amostras
em 3662 estações cuja distribuição foi mostrada
na Figura 2.1.2b.
As amostras foram coletadas em drenagens
pequenas, geralmente de segunda ordem, com ba-
cias inferiores a 30 km2, em locais adequados acima
de seu ponto de confluência com a drenagem princi-
pal (de 3ª. Ordem) e sempre fora da área de influên-
Figura 2.1.4b – Amostragem em perfil de corte de estrada cia nos períodos de cheia.
A densidade da amostragem de sedimento
ativo de corrente ficou em torno de 1 amostra para
cada 12,3 Km2, cabendo destacar, que áreas com in-
tensa ocupação urbana, como a região metropolita-
na de Belo Horizonte, não foram incluídas no presen-
te levantamento. As áreas pertencentes à COPASA
(Folhas Conselheiro Lafaiete e Rio Espera) e ao Par-
que Estadual do Rio Doce (Folha Coronel Fabriciano),
também foram excluídas das amostragens por ques-
tões de inacessibilidade.
Se potenciais fontes de contaminação fossem
observadas nas proximidades da drenagem, (pontes,
açudes e represas, por exemplo), a estação era mu-
dada para outro local. Sempre que possível o mate-
rial passou por um pré-peneiramento (1 mm) a úmi-
do ainda no campo, de modo a evitar o acumulo de
Figura 2.1.4c – Exemplo de solo desenvolvido sobre mate- sedimento grosso e restos vegetais na amostra.
rial transportado (colúvio). Amostragem transferida para Cada amostra foi formada por materiais coleta-
outro local dos em 5 a 10 diferentes pontos numa área de até 50
m ao longo da drenagem. As estações foram locadas
pelo menos a 100 m de estradas ou de outras inter-
venções antrópicas. A quantidade mínima de material
amostrado obedeceu ao padrão de 1 kg de material.
Todo o material utilizado na amostragem foi la-
vado na água da respectiva drenagem antes e depois
da amostragem. Nas estações onde houvesse a pos-
sibilidade das barrancas entrarem em colapso o sedi-
mento foi coletado o mais próximo possível do centro
da drenagem.
A coleta obedeceu ao seguinte procedimento:
coloca-se o balde plástico em local estável e, sobre
ele a peneira plástica de 1 mm. O sedimento, coleta-
do sempre que possível abaixo do nível d’água, é co-
locado sobre a peneira, sendo removidos fragmentos
de rocha e restos vegetais durante o peneiramento
manual. Após exame e descrição macroscópica, o
Figura 2.1.4d – Exemplo de solo desenvolvido sobre aluvião material retido na peneira é descartado, enquanto o

30
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

material passante acondicionado em saco plástico e (30-50 g) foram preparadas segundo o pacote P150
o excesso de água cuidadosamente retirado. e as polpas (0,5 g) analisadas por ICP-MS no paco-
O preparo das amostras para as análises geo- te “Group 1F-MS” para 53 elementos com abertura
químicas foi executado no laboratório de Caeté da através de água régia.
Superintendência Regional da CPRM de Belo Hori-
zonte. Uma fração contendo entre 30 a 50 g de mate-
rial de cada amostra foi encaminhada ao laboratório
para análise, enquanto seu complemento guardado
na litoteca da CPRM em Caeté (MG).
O material necessário para a coleta das amos-
tras de sedimento de corrente inclui:
• Conjunto de quadro peneiras circulares de cer-
ca de 60 cm de diâmetro com malhas 4#, 8#,
16# e 28#.
• Bateia metálica de fundo cônico com volume
de 10 litros.
• Pá
• Saco de plástico, etiqueta de napa e lacre plás-
tico
Figura 2.1.5a - Gral de porcelana para desagregação das
• Luvas de borracha
amostras.
• Caneta marcadora permanente
• Lupa de mão
• Caderneta de campo
• Papel pH
• GPS
• Cartas topográficas
• Caneta esferográfica e lápis

2.1.5 - Preparação e Análise das Amostras

Todas as amostras de solo e sedimento de


Figura 2.1.5b - Quarteador em aço inox.
corrente foram preliminarmente preparadas no la-
boratório da CPRM - Serviço Geológico do Brasil em
Caeté (MG), onde foram secas á temperatura am-
biente e posteriormente desagregadas em gral de
porcelana (Figura 2.1.5a).
A seguir, as amostras foram divididas em duas
alíquotas de mesmo volume através de quarteadores
de aço inox (Figura 2.1.5b), sendo uma delas acon-
dicionada em sacos plásticos e guardada na litoteca
de Caeté para estudos futuros. As segundas alíquotas
restantes foram peneiradas em malha 80#, em penei-
ras vibratórias eletromecânicas tipo ROTAP (Figura
2.1.5.c), sendo uma porção contendo entre 30 e 50
g de cada alíquota enviada ao laboratório responsá-
vel pelas análises geoquímicas. O restante da alíquota
peneirada também foi guardado na litoteca de Caeté.
As amostras de sedimento ativo de corrente e
solo (fração < 80#) foram analisadas nos laboratórios
da ACME Labs em Vancouver, Canadá. As amostras Figura 2.1.5c - Peneirador ROTAP.

31
Informe de Recursos Minerais

2.2 - CONTROLE DE QUALIDADE As Figuras 2.2a e 2.2b apresentam, respec-


tivamente, alguns exemplos de resultados obtidos
Existe muita discussão sobre a representativi- em sedimentos ativos de corrente e solos coletados
dade das amostras de sedimentos ativos de corrente neste projeto (fração < 80#), onde não foram ob-
e de solo em projetos de abrangência regional. En- servados indícios significativos de trends, quebras
tretanto, na literatura há vários exemplos onde a re- e efeitos de memória nos resultados analíticos. Por
presentatividade destes meios de amostragem é re- outro lado, é possível identificar a presença de vá-
conhecida (Grunsky 2007; Reimann et al. 2009, para rios valores anômalos (outliers).
citar dois exemplos recentes). Outros elementos não mostraram variações
Estes trabalhos mostram que mapeamentos aleatórias ao longo de todo o universo de amostras
geoquímicos de baixa densidade apresentam bons submetidas à análise (Figura 2.2c para sedimento de
resultados e revelam informações importantes sobre corrente e Figura 2.2d para solo). Neste caso, muitas
as diferenças nas concentrações naturais dos ele- vezes, uma grande parte das amostras apresentou
mentos químicos e suas variações. valores abaixo do limite de detecção do método.

Figura 2.2a – Sequência de amostras de sedimento ativo de corrente submetidas a análise e respectivos resultados
analíticos para Al (%) e Cs (ppm). Os diagramas indicam variação aleatória dos resultados.

Figura 2.2b - Sequência de amostras de solo submetidas a análise e respectivos resultados analíticos para U (ppm) e Sc
(ppm). Os diagramas indicam variação aleatória dos resultados.

32
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 2.2c – Sequência de amostras de sedimento ativo de corrente submetidas a análise e respectivos resultados
analíticos para Au (ppb) e B (ppm). Os diagramas indicam pouca ou nenhuma variação dos resultados.

Figura 2.2d – Sequência de amostras de solo submetidas a análise e respectivos resultados analíticos para Ta (ppm) e
Pd (ppb). Os diagramas indicam pouca ou nenhuma variação dos resultados.

2.2.1 - Exatidão/Valor Real e Precisão/ As tabelas 2.2.1a (solo) e 2.2.1b (sedimento


Repetitividade de corrente) apresentam para efeitos comparati-
vos um sumário estatístico para os resultados ob-
tidos para o material de referência DS7 durante a
O laboratório ACME inclui seus próprios ma-
teriais de referência para controle laboratorial. execução deste projeto (a esquerda) e resultados
Neste trabalho foi utilizado para estudos compara- fornecidos no certificado do laboratório. Comparan-
tivos o “Standard DS7”, cujos resultados esperados do-se os resultados é possível observar que há con-
na metodologia utilizada foram informados pelo cordância entre os resultados obtidos e os resultados
laboratório ACME. esperados para a maioria dos elementos estudados.

33
Informe de Recursos Minerais

Tabela 2.2.1a – Resultados obtidos para o material de referência interno DS7 nos lotes de solo. À esquerda, resultados
obtidos pelo laboratório durante a análise das amostras deste projeto. À direita, dados fornecidos no certificado do
laboratório.

PROJETO QUADRILÁTERO FERRÍFERO ACME


Elemento Casos Min Max Range Média Desvio Padrão Moda Valores Obtidos 2 Desvios Padrão Max Min
Ag 61 692 1005 313 817,3934426 57,1849 713 825 162 987 663
Al 61 0,81 1,1 0,29 0,989836066 0,0579221 1,02 0,966 0,114 1,08 0,852
As 61 46,2 58,6 12,4 51,17704918 2,57723 51 50,3 6,2 56,5 44,1
Au 61 42,3 548,8 506,5 68,69836066 65,4411 57,6 80,5 1,96 82,46 78,54
B 61 10 56 46 37,55737705 6,27037 37 37,4 29,5 66,9 7,9
Ba 61 344,1 447,5 103,4 403,2852459 20,7226 390,7 382 46,9 428,9 335,1
Be 61 1,3 2 0,7 1,644262295 0,176564 1,6 1,56 0,42 1,98 1,14
Bi 61 4,02 5,46 1,44 4,649672131 0,280446 4,73 4,66 0,607 5.267 4.053
Ca 61 0,79 1,03 0,24 0,90704918 0,0539551 0,89 0,926 0,0885 10.145 0,8375
Cd 61 5,79 7,45 1,66 6,53442623 0,33587 6,47 6,57 0,842 7.412 5.728
Ce 61 28,1 39,1 11 33,55081967 2,39448 32,9 33,8 6,65 40,45 27,15
Co 61 8,3 10,3 2 9,4 0,446468 9,9 9,54 1,23 10,77 8,31
Cr 61 135,1 243,8 108,7 172,2901639 22,6469 149,4 185 26 211 159
Cs 61 5,63 6,75 1,12 6,157377049 0,270844 6,37 6,01 0,691 6.701 5.319
Cu 61 87,71 131,74 44,03 107,2768852 7,23088 96,48 104 15,8 119,8 88,2
Fe 61 2,03 2,48 0,45 2,344918033 0,0875904 2,41 2,29 0,222 2.512 2.068
Ga 61 4,1 5,5 1,4 4,721311475 0,273931 4,6 4,51 0,551 5.061 3.959
Ge 61 0,05 0,2 0,15 0,092622951 0,0426576 0,1 0,0813 0,0866 0,1679 -0,0053
Hf 61 0,07 0,15 0,08 0,103770492 0,0187229 0,09 0,109 0,0232 0,1322 0,0858
Hg 61 165 216 51 193,0819672 11,4139 182 193 22,2 215,2 170,8
In 61 1,46 1,82 0,36 1,625081967 0,0839766 1,69 1,63 0,219 1.849 1.411
K 61 0,4 0,5 0,1 0,454754098 0,0245361 0,47 0,434 0,053 0,487 0,381
La 61 9,7 15,8 6,1 12,03442623 1,37887 11,9 12,6 1,99 14,59 10,61
Li 61 26 34,1 8,1 30,10491803 1,81929 30,9 27,8 3,19 30,99 24,61
Mg 61 0,95 1,11 0,16 1,035901639 0,0380516 1,06 1,02 0,0993 11.193 0,9207
Mn 61 548 674 126 618,4098361 26,5891 608 607 67,5 674,5 539,5
Mo 61 16,5 24,83 8,33 20,45262295 1,56124 18,54 21,1 3,47 24,57 17,63
Na 61 0,061 0,105 0,044 0,083180328 0,0102413 0,075 0,0868 0,0127 0,0995 0,0741
Nb 61 0,27 0,87 0,6 0,558360656 0,126546 0,5 0,499 0,179 0,678 0,32
Ni 61 50,9 61,7 10,8 55,10655738 2,68265 55,5 56,8 8 64,8 48,8
P 61 0,068 0,087 0,019 0,077655738 0,00408201 0,08 0,0783 0,0112 0,0895 0,0671
Pb 61 60,54 75,64 15,1 68,78655738 3,38589 67,1 68,9 13,1 82 55,8
Pd 61 25 120 95 69,37704918 24,8617 63 73,4 30,2 103,6 43,2
Pt 61 30 44 14 36,59016393 3,51367 33 36,3 6,65 42,95 29,65
Rb 61 32,2 43 10,8 37,13770492 2,58819 38,5 34,7 3,83 38,53 30,87
Re 61 0,5 9 8,5 4,180327869 1,58123 4 2,46 2,6 5,06 -0,14
S 61 0,17 0,21 0,04 0,189836066 0,00763584 0,19 0,19 0,0182 0,2082 0,1718
Sb 61 3,57 6,08 2,51 5,033606557 0,455588 4,75 5,22 0,729 5.949 4.491
Sc 61 2,2 3 0,8 2,598360656 0,176533 2,7 2,55 0,248 2.798 2.302
Se 61 2,9 3,9 1 3,544262295 0,195384 3,5 3,47 0,482 3.952 2.988
Sn 61 4,3 6,2 1,9 5,013114754 0,428748 4,9 4,97 0,646 5.616 4.324
Sr 61 55,4 83 27,6 67,22295082 5,91026 63,9 71,1 9,07 80,17 62,03
Ta 61 0,025 0,025 0 0,025 0 0,025 0,025 0 0,025 0,025
Te 61 1,02 1,39 0,37 1,178688525 0,0826131 1,14 1,16 0,178 1.338 0,982
Th 61 3,5 4,9 1,4 4,236065574 0,37015 4,2 4,53 1,08 5,61 3,45
Ti 61 0,097 0,147 0,05 0,11852459 0,0120008 0,111 0,115 0,0164 0,1314 0,0986
Tl 61 3,86 4,61 0,75 4,197540984 0,160838 4,31 4,12 0,521 4.641 3.599
U 61 4 6,1 2,1 4,862295082 0,429016 4,5 4,92 0,999 5.919 3.921
V 61 73 88 15 80,3442623 3,65096 79 79,6 6,84 86,44 72,76
W 61 3,2 4 0,8 3,57704918 0,215556 3,8 3,44 0,586 4.026 2.854
y 61 4,03 6,78 2,75 5,126393443 0,58462 4,66 5,56 0,888 6.448 4.672
Zn 61 353 445,4 92,4 398,595082 19,8888 387,3 393 51,9 444,9 341,1
Zr 61 3,9 6,2 2,3 5,213114754 0,422088 5,3 5,37 0,649 6.019 4.721

34
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Tabela 2.2.1b – Resultados obtidos para o material de referência interno DS7 nos lotes de sedimento de corrente. À es-
querda, resultados obtidos pelo laboratório durante a análise das amostras deste projeto. À direita, dados fornecidos
no certificado do laboratório.

PROJETO QUADRILÁTERO FERRÍFERO ACME


Elemento Casos Min Max Range Média Desvio Padrão Moda Valores Obtidos 2 Desvios Padrão Max Min
Ag 226 691 1998 1307 823,4778761 128,09 783 825 162 987 663
Al 226 0,8 1,13 0,33 0,971858407 0,0621975 1 0,966 0,114 1,08 0,852
As 226 43,5 60,5 17 51,2079646 3,03911 51,6 50,3 6,2 56,5 44,1
Au 226 44,2 667,2 623 64,10884956 48,3203 52,4 80,5 1,96 82,46 78,54
B 226 10 65 55 35,34513274 9,23401 34 37,4 29,5 66,9 7,9
Ba 226 325,1 473,8 148,7 396,6230088 23,5356 390,1 382 46,9 428,9 335,1
Be 226 1 2,1 1,1 1,601769912 0,19663 1,7 1,56 0,42 1,98 1,14
Bi 226 3,93 5,38 1,45 4,639380531 0,286407 4,62 4,66 0,607 5.267 4.053
Ca 226 0,78 1,06 0,28 0,909026549 0,0560946 0,88 0,926 0,0885 10.145 0,8375
Cd 226 5,61 7,53 1,92 6,445442478 0,429123 6,15 6,57 0,842 7.412 5.728
Ce 226 28,2 39,8 11,6 33,4340708 2,38496 33 33,8 6,65 40,45 27,15
Co 226 7,6 11,3 3,7 9,365044248 0,576633 9,1 9,54 1,23 10,77 8,31
Cr 226 134,3 240,5 106,2 176,159292 22,2206 158,9 185 26 211 159
Cs 226 5,22 7,23 2,01 6,021415929 0,331842 6,11 6,01 0,691 6.701 5.319
Cu 226 90,91 139,3 48,39 107,1243805 7,15183 100,54 104 15,8 119,8 88,2
Fe 226 2,05 2,58 0,53 2,321637168 0,0948143 2,32 2,29 0,222 2.512 2.068
Ga 226 4 5,5 1,5 4,571238938 0,277953 4,6 4,51 0,551 5.061 3.959
Ge 226 0,05 0,4 0,35 0,096460177 0,0369485 0,1 0,0813 0,0866 0,168 -0,005
Hf 226 0,06 0,15 0,09 0,102079646 0,0180275 0,1 0,109 0,0232 0,132 0,0858
Hg 226 157 225 68 190,8893805 12,2152 185 193 22,2 215,2 170,8
In 226 1,37 1,96 0,59 1,610840708 0,100897 1,63 1,63 0,219 1.849 1.411
K 226 0,37 0,53 0,16 0,445 0,0278448 0,45 0,434 0,053 0,487 0,381
La 226 8,6 15,7 7,1 12,24955752 1,26179 11,4 12,6 1,99 14,59 10,61
Li 226 23,5 34,3 10,8 28,40663717 1,95784 27,6 27,8 3,19 30,99 24,61
Mg 226 0,91 1,14 0,23 1,015176991 0,0441031 0,99 1,02 0,0993 11.193 0,9207
Mn 226 530 714 184 607,4734513 30,2295 588 607 67,5 674,5 539,5
Mo 226 16,35 25,07 8,72 20,18207965 1,5043 19,31 21,1 3,47 24,57 17,63
Na 226 0,064 0,11 0,046 0,085168142 0,0097081 0,082 0,0868 0,0127 0,1 0,0741
Nb 226 0,26 1,29 1,03 0,521769912 0,157594 0,38 0,499 0,179 0,678 0,32
Ni 226 48,2 67,2 19 55,1840708 2,99944 53,3 56,8 8 64,8 48,8
P 226 0,067 0,098 0,031 0,077628319 0,00481884 0,077 0,0783 0,0112 0,09 0,0671
Pb 226 57,54 82,38 24,84 68,71097345 4,47679 64,65 68,9 13,1 82 55,8
Pd 226 28 126 98 66,45575221 15,9134 61 73,4 30,2 103,6 43,2
Pt 226 23 49 26 35,59292035 3,67245 37 36,3 6,65 42,95 29,65
Rb 226 29 46,3 17,3 35,68849558 2,36849 34,4 34,7 3,83 38,53 30,87
Re 226 0,5 8 7,5 3,508849558 1,49292 3 2,46 2,6 5,06 -0,14
S 226 0,17 0,21 0,04 0,190486726 0,00943903 0,19 0,19 0,0182 0,208 0,1718
Sb 226 2,99 6,42 3,43 5,051858407 0,630213 4,85 5,22 0,729 5.949 4.491
Sc 226 2,1 3,1 1 2,595132743 0,185528 2,5 2,55 0,248 2.798 2.302
Se 226 2,9 4,2 1,3 3,511946903 0,219876 3,5 3,47 0,482 3.952 2.988
Sn 226 4,3 6,5 2,2 5,006637168 0,419312 5 4,97 0,646 5.616 4.324
Sr 226 56 83,9 27,9 68,85088496 5,89502 65 71,1 9,07 80,17 62,03
Ta 226 0,025 0,05 0,025 0,041482301 0,011875 0,05 0,025 0 0,025 0,025
Te 226 0,98 4,7 3,72 1,379159292 0,781249 1,13 1,16 0,178 1.338 0,982
Th 226 1,02 5,7 4,68 4,023185841 0,920342 4 4,53 1,08 5,61 3,45
Ti 226 0,098 0,147 0,049 0,117221239 0,0101817 0,116 0,115 0,0164 0,131 0,0986
Tl 226 3,62 4,66 1,04 4,133318584 0,192908 4,14 4,12 0,521 4.641 3.599
U 226 3,9 6 2,1 4,82079646 0,382694 4,7 4,92 0,999 5.919 3.921
V 226 70 92 22 80,21681416 3,66871 81 79,6 6,84 86,44 72,76
W 226 2,8 4,6 1,8 3,47079646 0,256014 3,5 3,44 0,586 4.026 2.854
y 226 3,81 6,69 2,88 5,173982301 0,63323 4,68 5,56 0,888 6.448 4.672
Zn 226 345,1 448 102,9 393,2570796 17,1294 384,2 393 51,9 444,9 341,1
Zr 226 4,3 6,2 1,9 5,150884956 0,403126 5,1 5,37 0,649 6.019 4.721

35
Informe de Recursos Minerais

Foram plotadas as Cartas de Controle para ses do material de referência (linha central) e as
todos os elementos analisados para os materiais linhas de tolerância (+/- 2 desvios-padrão). Casos
de referência DS7 (Figura 2.2.1a nos lotes de solo e isolados de quebras podem ser observados, mas
Figura 2.2.1b nos lotes de sedimento de corrente). estes não comprometem o trabalho analítico. En-
Estas cartas permitem a imediata detecção de des- tretanto, alguns valores isolados de outliers foram
vios nos resultados analíticos do material de refe- observados. Estes outliers prejudicam a repetiti-
rência: trends, quebras entre os lotes enviados e vidade. Pode-se concluir que estes outliers foram
resultados anômalos (outliers). Os diagramas apre- apenas desvios isolados em um trabalho analítico
sentam o valor médio obtido nas repetidas análi- de boa qualidade.

Figura 2.2.1a – Sequência das análises do padrão DS7 plotada contra os resultados analíticos para todos os elementos
analisados para os lotes de solo.

36
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 2.2.1b – Sequência das análises do padrão DS7 plotada contra os resultados analíticos para todos os elementos
analisados para os lotes de sedimento de corrente.

A análise dos diagramas mostrou que o méto- 2.2.2 - Precisão – as Duplicatas do Projeto
do analítico escolhido não apresentou a sensibilidade
necessária para determinar de forma satisfatória as
concentrações presentes no padrão DS7 para alguns A precisão foi estimada através do estudo de
elementos (Be, Ga, Ge, Hf, K, Mg, P, Pt, Re, S, Sc, Se, análises replicadas de amostras reais coletadas du-
Sn, Ta, Te, Th, U, V, W, Zr). rante o Projeto. A precisão foi calculada para cada
Outros elementos, como Ag e Au apresenta- par replicado em diferentes intervalos de concen-
ram forte “efeito pepita”. Todos estes elementos ti- tração cobertos pelas amostras duplicatas, enquan-
veram seu comportamento e distribuição cuidadosa- to a utilização dos padrões pode apenas fornecer
mente observados antes da elaboração dos mapas uma impressão da precisão para cada elemento na
geoquímicos e dos estudos multielementares. concentração inerente ao material de referência.

37
Informe de Recursos Minerais

A precisão normalmente é baixa para valores 2.3 - ANÁLISE DOS DADOS


próximos ao limite de detecção, e se torna melhor
com o aumento das concentrações até que o valor
ideal de operação do instrumento analítico é alcan- Os dados gerados neste Projeto são de pro-
çado, e depois diminui novamente em direção a con- priedade da CPRM – Serviço Geológico do Brasil e
centrações mais elevadas até que o limite superior de serão incorporados à sua base de dados corporativa
detecção é atingido. Geralmente este valor não apre- GEOBANK. A análise dos dados foi feita utilizando-se
senta significado importante na geoquímica regional, o sistema de informações geográficas ESRI ArcMap®
porém pode ser importante quando se trata de amos- (ESRI, 2011) para a representação espacial básica, e
tras de minério ou materiais fortemente contaminados. os programas Statistica V10 (StatSoft, Inc., 2011) e
Geosoft Oasis Montaj V7.3 (Jy) SP2 (Geosoft Inc. Co-
Caso algum lote enviado para análise apresen-
pyright® 2011) para tratamentos estatísticos e pre-
tasse desvio para os resultados dos padrões e nos
paração de mapas geoquímicos.
pares de duplicatas, ele deveria ser reanalisado (Rei-
mann et al. 2009). Esta condição não foi observada Os procedimentos e diagramas estatísticos
neste trabalho. Observamos alguns casos isolados de utilizados na exploração dos dados (Exploratory Data
baixa precisão, mas quando estes foram comparados Analysis – EDA) foram elaborados seguindo as instru-
aos resultados da respectiva amostra de referência ções de Grunsky (2007, 2010).
DS7 não se notou nenhum desvio significativo do Para as análises estatísticas, os resultados
valor esperado. Desta forma, não foi caracterizado abaixo do limite inferior de detecção foram substituí-
problema que inviabilizasse a utilização dos resulta- dos por metade do valor indicado, de modo a permi-
dos apresentados pelo laboratório ACME, segundo o tir o tratamento matemático (tal como a aplicação de
critério de avaliação utilizado. transformações logarítmicas).
Em resumo, este estudo indica que os resulta-
dos analíticos obtidos com digestão por água régia e 2.3.1 - Dados Geoquímicos
análise por ICP-MS para as amostras de sedimento
de corrente (fração < 80#) e solo (horizonte B, fra-
ção < 80#) coletadas durante o projeto apresentam O sistema de coordenadas utilizado pelo Pro-
uma qualidade geral aceitável. Não foram observa- jeto foi o UTM (Universal Transverse Mercator) com
dos problemas sérios de trends/drifts ao longo do o plano datum de referência WGS1984, padrão atual
tempo e também não foram observadas quebras no SGB-CPRM. Os dados geoquímicos são fornecidos
nas concentrações dos elementos entre os lotes. A em dois formatos: (1) valores pontuais e (2) imagens
exatidão das análises não pode ser avaliada, pois não raster coloridas.
foram utilizados materiais de referência certificados A base de dados das estações de amostragem
(MRCs). Para vários elementos a maior parte dos re- inclui todos os dados analíticos, observações de cam-
sultados analíticos está muito próxima do limite de po e as coordenadas do ponto de coleta. As amostras
detecção (por exemplo, Pt, Pd, Re, Te) e é nestas con- duplicatas foram retiradas.
dições que se observam alguns problemas de qua-
Os dados pontuais apresentam, através de
lidade. Alguns elementos interessantes necessitam
símbolos, as concentrações dos elementos de cada
ter sua metodologia analítica melhorada (limites de
detecção e quantificação) de forma a atender os in- estação de amostragem. Os intervalos de concen-
teresses do mapeamento geoquímico, da exploração tração e respectivos símbolos foram determinados
mineral e de estudos metalogenéticos. através dos percentis de 5%, 10%, 25%, 50%, 75%,
90% e 95% para cada elemento analisado dentro do
Os principais problemas de qualidade detecta-
ambiente ArcMap V10, SP3.
dos foram alguns valores anômalos (outliers) ocasio-
nais. Porém, estes outliers ocorreram para elemen- As imagens coloridas apresentam a variação de
tos isolados e em amostras isoladas, não tendo sido cada elemento como uma superfície contínua inter-
observado um problema sistemático. As análises no polada a partir dos dados das estações, onde a cor va-
padrão DS7 apresentaram estes outliers para Ag, Au, ria desde o azul até o magenta, refletindo o aumento
Ge, Nb, Re, Te e Th, cujos mapas, se apresentados, nos níveis de concentração. A superfície colorida foi
devem ser observados com cautela. Porém, como elaborada seguindo as sugestões de Grunsky (2007,
as amostras foram disponibilizadas de maneira ale- 2010) dentro do ambiente Geosoft Oasis Montaj. Para
atória para análise, as anomalias caracterizadas por alguns elementos que apresentaram muitos resulta-
várias amostras devem apresentar resultados confiá- dos abaixo do limite de detecção (por exemplo, B, Pd,
veis mesmo para estes elementos. Pt, Te, W) os mapas não foram elaborados.

38
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

A interpretação dos dados geoquímicos é mui- Na primeira etapa as variáveis foram examina-
to mais eficaz quando feita dentro de um contexto das individualmente e todas log-transformadas para
geológico. Neste sentido, foi considerado durante compensar sua distribuição de frequência assimétrica.
este trabalho um mapa geotectônico simplificado As associações entre os elementos foram avaliadas
da região (Pinto e Silva, em preparação). Foi utiliza- utilizando-se os coeficientes de correlação de Pear-
da também uma imagem raster do modelo digital de son. Os valores extremos (outliers) foram retirados
terreno SRTM sombreado em tons de cinza. do estudo para se evitar a inclusão de correlações
aparentes. Foi dado ênfase para as correlações com
2.3.2 - Sistema de Visualização dos dados Fe e Mn, que refletem a capacidade que estes oxi-
-hidróxidos possuem para reter metais.
Na segunda etapa os dados log-transformados
Para o desenvolvimento final do trabalho foi foram avaliados via Análise de Principais Compo-
utilizado o programa ArcMap™ desenvolvido pela nentes - Análise de Fatores (modo-R), utilizando-
ESRI® (Environmental Systems Research Institute Inc., -se a extração de componente principal e rotação
Califórnia, EUA). Para tanto, os dados foram coloca- VARIMAX. Os cálculos foram executados com pro-
dos no formato ARC/INFO® e todo cuidado foi toma- grama STATISTICA versão 10 (StatSoft, Inc. 2011).
do na sua organização para permitir que toda flexibi- Esse programa realiza automaticamente a padro-
lidade do sistema fosse aproveitada. Os dados estão nização das concentrações dos elementos, elimi-
em dois formatos: nando possíveis problemas devidos a diferenças na
ordem de grandeza dos resultados (Davis, 1973).
1. Imagens raster, tais como o modelo digital Os dados relativos aos elementos B, Ge, Na, Pd, Pt,
de terreno e as imagens coloridas da Re, S, Ta, Te e W foram eliminados neste estágio,
distribuição dos elementos químicos; pois eles incluem um grande número de amostras
2. Pontos, linhas e polígonos fechados que com valores abaixo do limite de detecção.
possuem coordenadas geográficas e outras O número de fatores utilizados na Análise de
informações guardadas em um arquivo Principais Componentes foi determinado obser-
associado da base de dados. vando-se o tamanho dos autovetores gerados. Fo-
ram considerados apenas os fatores com autovalo-
Este trabalho foi desenvolvido para que o
res maiores que 1. Foram gerados modelos com 13
usuário tenha tanto uma visão regional quanto de
fatores para as amostras de solo e 12 fatores para
detalhe da distribuição dos elementos químicos. As
as amostras de sedimento de corrente. Esta etapa
imagens coloridas do conjunto de dados geoquími-
diminui o volume de dados, criando, respectiva-
cos mostram a distribuição geral dos elementos, uti-
mente 13 e 12 novas variáveis compostas no lugar
lizando maior grau de generalização.
das 53 variáveis originalmente utilizadas. Na sequ-
O tratamento estatístico e a representação dos ência, a carga dos fatores foi calculada para todas
dados em mapa foram executados, com algumas adap- as estações de amostragem de solo e sedimento
tações, segundo as diretrizes sugeridas por Reimann ativo de corrente utilizadas no estudo. Desta for-
(2005a, b) e Grunsky (2007, 2010). Estes autores enfati- ma foi quantificada a contribuição de cada amos-
zam a importância de se mostrar, em mapa, os padrões tra para cada fator gerado. Os valores das cargas
geoquímicos relacionados a processos geológicos. de cada amostra foram migrados para o ambiente
A análise estatística dos dados foi executada OasisMontaj (Geosoft, 2011), onde foram elabora-
em duas etapas: (1) estatística univariada; e (2) esta- dos grids (método TIN) e mapas coloridos (métodos
tística multivariada. dos vizinhos naturais) para cada fator gerado.

39
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

3 — RESULTADOS

Os resultados geoquímicos deste trabalho são foram elaborados mapas para estes elementos, que
apresentados de forma sintética nas Tabelas 3a e 3b. também não participaram do estudo multivariado -
A distribuição dos elementos químicos selecionados é Análise de Principais Componentes.
apresentada em mapas compostos (Anexos I – Mapas Os dados apresentados neste trabalho mos-
de Solo e II Mapas de Sedimentos de Corrente), onde tram evidências de variação regional na concentra-
são disponibilizados os resultados pontuais sobre uma ção dos elementos no solo e em sedimento de cor-
imagem de fundo que mostra valores interpolados. rente. Valores individuais ou pequenos conjuntos de
As imagens raster coloridas mostram a varia- valores podem não ser muito significativos se obser-
ção de cada elemento como uma superfície contínua vados isoladamente. Porém, padrões de distribuição
interpolada a partir das estações de amostragem observados em grandes áreas e alguns em menor
individuais, onde a cor muda de azul para magenta escala são evidências de variação composicional no
refletindo aumento nos níveis de concentração. substrato rochoso.
Para os 43 elementos selecionados a superfí- Deve-se ter cuidado na interpretação dos da-
cie colorida foi interpolada em um grid inicial de 5x5 dos. Devido à sua natureza regional, estes dados não
km2 a partir das estações individuais utilizando-se a apontam anomalias geoquímicas específicas de depó-
ferramenta TIN - vizinhança natural. sitos minerais isolados. Além disso, a interpretação de
amostras de solo e sedimento ativo de corrente ge-
Para enfatizar a relação dos resultados geo-
ralmente não têm ligação direta com o embasamento
químicos com os processos geológicos as imagens
rochoso e deve-se considerar os vários fatores que po-
foram fundidas com o modelo digital de terreno
dem influenciar a composição destes materiais. Solo
sombreado (SRTM).
e sedimento ativo de corrente são meios amostrais
Cada mapa apresenta a localização da estação distintos, cada qual influenciado por fatores diferen-
de amostragem e a concentração do elemento através tes, e alguns elementos apresentam comportamento
de um símbolo que representa uma classe de valor. distinto em cada tipo de amostra.
Assim, além dos valores pontuais, os mapas informam
Os mapas apresentados neste trabalho de-
também a real densidade da amostragem executada.
monstram a habilidade da geoquímica para auxiliar
As concentrações foram divididas, quando possível,
na localização de ocorrências minerais. Os dados
em 8 classes (percentis de 5%, 10%, 25%, 50%, 75%,
geoquímicos regionais podem auxiliar no mapea-
90% e 95%). A variação limitada nos valores de alguns
mento de várias commodities incluindo Fe, Mn, Au
elementos não permitiu o uso de 8 classes para todos e pedras coradas. A capacidade de identificar áreas
os elementos analisados. Os símbolos foram elabora- mineralizadas depende da extensão e continuidade
dos dentro do programa ArcMap V10 (ESRI, 2011). de seus afloramentos de modo que as amostras cole-
O uso de imagens coloridas na representa- tadas representem de modo eficaz a unidade. Unida-
ção dos resultados permite que o usuário tenha des aflorantes em pequenas áreas não são identifica-
uma visão dos principais trends geoquímicos e que das neste trabalho; esta identificação ainda depende
eles sejam comparados dentro de um contexto re- que unidades contíguas apresentem contraste geo-
gional. Juntamente com os mapas são apresenta- químico para sua diferenciação.
dos os histogramas e os diagramas de distribuição Se utilizados com a devida cautela, os dados
normal para cada elemento como ferramenta auxi- apresentados poderão auxiliar (1) na identificação de
liar na interpretação dos resultados. grandes entidades geoquímicas; (2) na determinação
Alguns elementos foram analisados, porém de valores regionais de background para os elemen-
não foram encontrados em concentrações expressi- tos apresentados; (3) a reconhecer correlações entre
vas na grande maioria das amostras. São eles: B, Ge, estes elementos; e (4) selecionar alvos de relevante
Na, Pd, Pt, Re, S, Ta, Te e W. Motivo pelo qual não interesse para estudos mais detalhados.

41
Informe de Recursos Minerais

Tabela 3a - Sumário estatístico para as amostras de solo.


ELEMENTO N MÍNIMO 5% 10% 25% MEDIANA MÉDIA 75% 90% 95% MÁXIMO DESVIO PADRÃO ASSIMETRIA
Ag 390 1 4 6 9 15 18,5103 23 34 46 132 15,234 2,77181
Al 390 0,18 1,11 1,48 2,49 4,06 4,6433 5,61 8,06 9,08 20,00 3,653 2,62527
As 390 0,05 0,3 0,6 1,1 1,9 6,6751 4,2 12,2 28,3 211,8 19,391 7,17798
Au 390 0,05 0,1 0,1 0,2 0,6 1,2418 1,4 2,9 4,5 18,8 2,030 4,63413
B 390 10,00 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0000 10,0 10,0 10,0 10,0 0,000 x
Ba 390 0,25 2,7 3,7 7,4 17,9 34,6481 45,9 81,1 117,9 468,8 47,705 3,85583
Be 390 0,05 0,05 0,1 0,2 0,4 0,5045 0,6 1,0 1,4 4,6 0,459 3,01459
Bi 390 0,010 0,03 0,05 0,08 0,17 0,3106 0,35 0,57 0,82 8,96 0,632 9,17396
Ca 390 0,005 0,005 0,005 0,01 0,02 0,0444 0,03 0,06 0,09 5,27 0,278 17,46569
Cd 390 0,005 0,005 0,005 0,005 0,01 0,0201 0,02 0,04 0,07 0,17 0,021 2,98782
Ce 390 1,1 7,3 15,1 42,0 71,1 97,8382 119,9 174,9 243,8 889,4 110,382 4,00827
Co 390 0,05 0,3 0,6 1,0 2,4 5,5026 5,5 13,7 19,4 150,1 11,078 7,60354
Cr 390 0,25 3,2 5,9 20,3 55,5 105,0014 106,1 223,5 308,0 6076,9 325,409 16,11463
Cs 390 0,01 0,07 0,12 0,32 0,74 1,1503 1,45 2,48 3,25 26,46 1,761 8,53196
Cu 390 0,36 2,36 4,11 8,24 16,83 23,3375 30,28 47,37 65,00 430,03 28,853 7,83771
Fe 390 0,05 1,19 1,76 2,81 4,86 5,8144 7,31 10,49 13,12 37,28 4,767 3,04086
Ga 390 1,2 4,8 7,6 12,8 18,8 19,1015 24,3 29,7 33,4 87,5 9,586 1,52564
Ge 390 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,0738 0,05 0,20 0,20 0,80 0,090 5,52179
Hf 390 0,01 0,03 0,05 0,10 0,20 0,2408 0,33 0,48 0,56 1,87 0,197 2,47627
Hg 390 3 8 19 30 55 83,4795 122 195 223 536 72,698 1,59018
In 390 0,01 0,01 0,02 0,04 0,06 0,0689 0,09 0,13 0,15 0,41 0,051 2,26256
K 390 0,005 0,005 0,005 0,005 0,03 0,0627 0,07 0,16 0,25 1,10 0,108 4,60244
La 390 0,25 1,3 1,8 4,5 10,3 24,2191 26,0 54,0 83,8 509,6 44,763 5,87145
Li 390 0,05 0,4 0,7 1,1 2,8 4,6459 5,7 11,2 14,9 66,3 6,217 4,43576
Mg 390 0,005 0,005 0,005 0,005 0,02 0,0522 0,04 0,14 0,23 1,09 0,110 4,87216
Mn 390 7 29 41 72 125 301,6667 257 595 960 20000 1069,588 16,30103
Mo 390 0,01 0,10 0,13 0,25 0,47 0,7740 0,96 1,52 2,28 13,99 1,170 7,05347
Na 390 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001 0,0014 0,002 0,003 0,004 0,04 0,003 8,39975
Nb 390 0,01 0,05 0,08 0,17 0,30 0,7589 0,58 0,96 1,62 30,77 2,518 8,51017
Ni 390 0,2 1,3 2,3 4,2 8,5 16,5044 16,9 33,4 54,1 327,6 28,956 5,87707
P 390 0,002 0,006 0,008 0,014 0,022 0,0277 0,036 0,049 0,074 0,134 0,022 2,17845
Pb 390 1,42 5,74 7,47 10,71 16,83 20,8660 24,49 35,63 44,30 248,09 21,084 5,99092
Pd 390 5 5 5 5 5 12,9513 5 34 54 278 26,912 5,99150
Pt 390 1 1 1 1 1 2,5077 3 6 8 23 2,550 2,71281
Rb 390 0,05 0,4 0,7 1,5 4,4 12,0783 13,1 30,3 47,3 452,1 27,733 10,89404
Re 390 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5487 0,5 0,5 0,5 3,0 0,278 5,80691
S 390 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,0122 0,01 0,01 0,01 0,09 0,008 4,56942
Sb 390 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,3302 0,06 0,45 1,06 69,03 3,511 19,36877
Sc 390 0,05 1,8 2,6 5,0 9,5 11,8547 15,9 22,9 31,9 81,3 9,786 2,28986
Se 390 0,05 0,05 0,1 0,2 0,4 0,4660 0,7 1,0 1,2 2,3 0,379 1,54755
Sn 390 0,05 0,5 0,9 1,5 2,4 3,1742 3,8 5,8 8,2 33,5 3,053 4,19279
Sr 390 0,25 0,25 0,25 0,9 1,9 4,6192 4,1 8,6 15,7 246,8 14,704 12,99837
Ta 390 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,0251 0,025 0,025 0,025 0,060 0,002 19,74842
Te 390 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,0282 0,04 0,06 0,08 0,53 0,036 7,88921
Th 390 0,1 3,4 5,0 9,1 15,7 20,0485 25,5 40,3 52,5 113,3 16,471 1,98946
Ti 390 0,0005 0,004 0,006 0,016 0,036 0,0551 0,074 0,123 0,179 0,426 0,060 2,47205
Tl 390 0,01 0,01 0,01 0,03 0,10 0,1888 0,22 0,45 0,64 6,18 0,377 10,84782
U 390 0,05 0,6 0,7 1,2 2,1 3,2196 3,8 7,4 10,4 23,4 3,399 2,51784
V 390 1 10 16 36 84 100,6795 140 200 285 553 86,002 1,85146
W 390 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,0688 0,05 0,05 0,05 2,90 0,161 14,73969
y 390 0,13 0,58 0,86 1,43 3,47 8,9672 9,60 23,45 33,58 156,73 15,076 4,68703
Zn 390 1,2 6,1 8,2 11,5 18,8 27,8754 32,4 47,8 67,9 449,0 38,451 7,33754
Zr 390 0,1 1,1 1,9 3,5 6,8 8,5908 12,0 16,7 21,4 62,1 7,220 2,21534

Alguns elementos são reconhecidamente entre os elementos se tornam mais fracas e os pa-
ligados a determinados tipos litológicos (ver por drões de dispersão mais difusos.
exemplo, os trabalhos publicados em Garret, 1987
As associações geoquímicas definidas pela
e Darnley & Garret, 1990). Porém, o processo in-
Análise de Principais Componentes tanto no solo
tempérico pode modificar parcial ou totalmente
as associações elementares presentes na rocha sã, quanto no sedimento de corrente (Tabelas 3.1b e
e partindo-se do solo para o sedimento de corren- 3.2b) foram empregadas como base para a elabo-
te, os padrões de dispersão se tornam progressi- ração dos mapas geoquímicos multielementares
vamente menos influenciados pela composição apresentados nos Anexos III e IV. Apenas foram con-
química de um único tipo rochoso e as correlações siderados os elementos químicos cuja contribuição

42
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Tabela 3b - Sumário estatístico para as amostras de sedimento de corrente.


ELEMENTO N MÍNIMO 5% 10% 25% MEDIANA MÉDIA 75% 90% 95% MÁXIMO DESVIO PADRÃO ASSIMETRIA
Ag 3662 2 8 10 15 21 28,6158 30 42 56 2409 60,0498 23,9067
Al 3662 0,12 0,61 0,88 1,41 2,13 2,36925 3,07 4,19 4,894 9,85 1,35752 1,17224
As 3662 0,05 0,3 0,4 0,8 1,5 7,07956 3,9 14,03 27,04 1665 34,7942 32,2494
Au 3662 0,1 0,2 0,2 0,4 0,8 50,5571 1,6 3,6 7,2 56989,9 1311,96 37,6778
B 3662 10 10 10 20 20 17,8078 20 20 20 49 4,76989 0,0389749
Ba 3662 3,7 24,7 32,7 51,1 76,5 92,6534 112,3 160,66 206,64 4317,4 100,412 22,3612
Be 3662 0,05 0,2 0,2 0,4 0,5 0,60695 0,8 1,1 1,3 5,3 0,389917 2,30658
Bi 3662 0,01 0,03 0,04 0,07 0,15 0,243282 0,29 0,51 0,74 10,09 0,359157 9,40036
Ca 3662 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,076319 0,08 0,12 0,17 9,54 0,216345 27,8799
Cd 3662 0 0,01 0,01 0,02 0,03 0,0416384 0,05 0,08 0,1 4,1 0,0831551 33,8509
Ce 3662 1,5 17,4 24,7 39 63,2 83,0211 99,2 148,86 196,18 1105 82,5711 4,87076
Co 3662 0,2 2,1 3 5,4 10,3 15,3338 18,4 31,1 43,18 894,6 23,5138 17,4419
Cr 3662 0,9 7,66 12 27,2 54,5 84,2668 96,3 167,9 245,54 7003,5 179,574 23,2965
Cs 3662 0,02 0,16 0,23 0,43 0,82 1,0249 1,32 2,03 2,68 8,3 0,878561 2,51147
Cu 3662 0,32 4,19 5,89 9,98 17,93 22,2071 28,38 42,216 54,004 424 19,4126 4,75888
Fe 3662 0,13 1,33 1,837 3,01 4,61 5,79962 6,89 10,356 14,018 80 4,99323 4,14909
Ga 3662 0,5 2,8 4,1 6,7 10,1 10,7247 14,1 17,9 20,24 51,8 5,52515 0,889832
Ge 3662 0,05 0,05 0,05 0,1 0,1 0,10781 0,1 0,1 0,2 1,9 0,0811462 9,46827
Hf 3662 0,01 0,02 0,03 0,05 0,09 0,121931 0,15 0,23 0,32 2,05 0,14028 5,6098
Hg 3662 2 8 11 19 35 47,0688 63 93 111 2136 57,6483 17,5952
In 3662 0,01 0,02 0,02 0,02 0,04 0,0440115 0,06 0,08 0,09 0,52 0,0306845 3,40961
K 3662 0,01 0,02 0,02 0,05 0,08 0,103031 0,14 0,2 0,25 1,13 0,0794015 2,08557
La 3662 0,6 4,8 6,7 11,6 20,7 30,6324 36 59,63 86,22 673,8 39,1179 6,60041
Li 3662 0,1 1,1 1,6 2,9 4,9 6,09088 7,9 11,6 14,7 50,9 4,77462 2,51821
Mg 3662 0,01 0,02 0,02 0,04 0,08 0,109255 0,14 0,22 0,29 6,3 0,146805 22,1617
Mn 3662 13 104 147 262 490 866,079 948 1870,2 2807,4 20000 1267,3 5,67973
Mo 3662 0,03 0,15 0,19 0,29 0,45 0,748056 0,71 1,243 2,22 16,08 1,14973 5,05782
Na 3662 0 0 0 0 0 0,00452212 0,01 0,01 0,02 0,22 0,00804103 7,20486
Nb 3662 0,01 0,11 0,16 0,28 0,51 0,830915 0,88 1,4 2,034 34,67 1,62147 10,2875
Ni 3662 0,2 2,5 3,6 7,3 13,5 23,3558 25,2 48,55 72,62 2238,3 50,389 26,1228
P 3662 0 0,01 0,01 0,02 0,03 0,0385636 0,05 0,07 0,08 0,5 0,0311855 4,84767
Pb 3662 1,23 6,612 8,427 12,14 17,455 18,9886 23,43 30,982 36,692 114,91 10,036 1,82702
Pd 3662 0,5 0,5 10 10 10 14,6562 10 27 41 383 18,7894 7,73025
Pt 3662 1 1 1 2 2 2,39569 2 4 5 34 1,79224 5,71665
Rb 3662 0,1 1,9 3 6,3 12,4 15,7001 20,8 32,3 40,9 132 13,6332 2,27748
Re 3662 0,5 0,5 0,5 1 1 0,894593 1 1 1 4 0,260435 1,08738
S 3662 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,0221191 0,02 0,03 0,04 3,08 0,0538036 50,7663
Sb 3662 0,01 0,02 0,02 0,02 0,04 0,457206 0,12 0,53 1,644 141,27 3,13029 29,3696
Sc 3662 0,2 1,5 2,1 3,5 6,1 7,22985 9,8 13,8 16,7 39 5,00119 1,46862
Se 3662 0,05 0,1 0,1 0,2 0,3 0,350806 0,5 0,6 0,7 20,4 0,394511 36,0325
Sn 3662 0,1 0,4 0,6 1 1,6 2,07941 2,5 3,8 5 26,3 1,99849 4,18897
Sr 3662 0,5 1,7 2,4 3,8 6 8,2411 9,4 14,7 20,1 506,1 12,5851 20,7592
Ta 3662 0,02 0,02 0,02 0,05 0,05 0,0426707 0,05 0,05 0,05 0,17 0,0131273 -0,875345
Te 3662 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,0265511 0,03 0,05 0,06 1,32 0,030703 22,3486
Th 3662 0,2 3 4,2 6,9 12,3 17,8613 21,4 35,7 48,66 339,3 21,4812 6,1848
Ti 3662 0 0,01 0,01 0,03 0,05 0,0588777 0,08 0,11 0,13 0,33 0,0422648 1,18357
Tl 3662 0,02 0,04 0,06 0,1 0,18 0,214965 0,28 0,42 0,51 1,5 0,163722 2,03791
U 3662 0,1 0,5 0,7 1,1 1,9 2,65262 3,3 5,6 7,2 32,9 2,46835 3,29354
V 3662 1 12 17 31 58 67,7165 93 130 158 407 48,0676 1,39376
W 3662 0,05 0,05 0,05 0,1 0,1 0,110855 0,1 0,1 0,2 14,8 0,279765 41,911
y 3662 0,38 2,03 2,86 4,86 8,45 10,6158 13,65 20,213 26,676 110,3 8,80026 2,76296
Zn 3662 1,3 11,76 15,2 22 31,3 36,591 43 57,4 70,54 1926,8 42,7 26,2008
Zr 3662 0,2 1 1,3 2 3,6 5,14749 6,2 9,93 13,7 78,8 5,7495 4,87678

na constituição do respectivo Fator foi superior ou grito. Os coeficientes de correlação mais elevados
igual a 0,6. coincidem com alguns relacionamentos tradicional-
As implicações geológicas dos elementos estu- mente reconhecidos na literatura como sendo ca-
dados foram interpretadas segundo os trabalhos de racterísticos de determinados tipos litológicos. Não
Wedepohl (1976) e Amor (2011) foram observados fortes coeficientes de correlação
entre Fe e Mn com outros metais, exceto Mn e Cd. Estes
elementos são reconhecidos “capturadores” de metais
3.1 - SOLO
(metal scavengers) e em certas circunstâncias podem
gerar associações elementares e falsas anomalias.
Os coeficientes de correlação calculados para Através da geoquímica multielementar do
os dados de solo estão listados na Tabela 3.1a com solo é possível inferir variações litológicas na região
as correlações mais significativas destacadas em ne- do Quadrilátero Ferrífero. Elementos relativamente

43
Informe de Recursos Minerais

imóveis no ambiente superficial, tais como cromo, valer para elementos mais móveis. Porém, estes de-
titânio e zircônio, fornecem resultados que podem vem ser tratados com maior cautela e estudados, se
auxiliar no mapeamento geológico. O mesmo pode possível, em associações que reduzam incertezas.

Tabela 3.1a - Matriz de correlação de elementos normalizados. Correlações significativas (r>0,6 ou <-0,6) estão em negrito.
Ag Al As Au Ba Be Bi Ca Cd Ce Co Cr Cs Cu Fe Ga Hf Hg In K La Li

Ag 1,00

Al 0,02 1,00

As 0,24 -0,04 1,00

Au 0,68 0,00 0,06 1,00

Ba 0,02 0,05 0,01 -0,01 1,00

Be 0,04 0,32 -0,04 0,00 0,22 1,00

Bi 0,05 0,14 0,04 0,01 -0,02 0,25 1,00

Ca 0,07 0,04 0,06 0,00 0,08 0,02 0,02 1,00

Cd 0,19 0,00 0,21 0,03 0,09 0,08 0,06 0,06 1,00

Ce -0,02 0,15 -0,07 -0,02 0,06 0,23 -0,06 -0,03 -0,03 1,00

Co 0,13 0,01 0,28 0,02 0,23 0,08 0,04 0,03 0,22 -0,04 1,00

Cr 0,10 0,14 0,12 0,03 0,02 0,00 0,07 0,04 0,12 -0,05 0,65 1,00

Cs 0,02 0,28 -0,01 0,00 0,09 0,55 0,41 0,05 0,01 0,09 -0,03 -0,03 1,00

Cu 0,23 0,17 0,49 0,05 0,15 0,18 0,09 0,07 0,35 -0,08 0,49 0,34 -0,02 1,00

Fe 0,11 0,08 0,15 0,01 0,13 0,02 0,04 0,04 0,13 -0,08 0,29 0,17 -0,14 0,27 1,00

Ga -0,01 0,79 -0,05 -0,01 0,07 0,44 0,12 0,01 0,01 0,28 0,05 0,11 0,17 0,25 0,12 1,00

Hf 0,03 0,20 0,00 0,01 -0,03 0,04 0,04 0,01 0,01 0,19 -0,02 0,03 0,06 -0,04 0,08 0,06 1,00

Hg 0,16 0,09 0,10 0,03 0,04 0,02 0,01 0,03 0,14 -0,06 0,09 0,12 -0,11 0,17 0,21 0,24 -0,11 1,00

In 0,05 0,35 0,08 0,01 0,06 0,35 0,09 0,02 0,14 0,23 0,17 0,14 0,03 0,35 0,19 0,70 0,01 0,26 1,00

K -0,02 0,01 -0,06 -0,01 0,24 0,38 0,02 0,03 0,00 0,14 0,04 -0,08 0,40 0,04 -0,17 -0,05 0,13 -0,17 -0,11 1,00

La -0,01 0,03 -0,07 -0,01 0,06 0,16 -0,08 -0,02 -0,03 0,88 -0,06 -0,06 0,10 -0,11 -0,14 0,01 0,19 -0,14 -0,04 0,24 1,00

Li 0,09 0,29 0,12 0,03 0,17 0,56 0,33 0,04 0,10 0,09 0,20 0,08 0,74 0,20 -0,06 0,15 0,08 -0,08 0,03 0,47 0,13 1,00

Mg 0,03 0,02 0,07 0,03 0,18 0,16 0,00 0,12 0,07 -0,01 0,60 0,57 0,13 0,22 0,02 0,03 -0,08 0,05 0,03 0,39 0,03 0,28

Mn 0,08 -0,06 0,12 0,00 0,47 0,08 0,05 0,11 0,26 -0,07 0,43 0,10 -0,03 0,27 0,43 0,00 -0,01 0,18 0,10 0,01 -0,08 0,09

Mo 0,08 0,05 0,16 0,01 0,04 0,08 0,12 0,04 0,19 0,12 0,10 0,09 0,02 0,12 0,12 0,10 0,17 0,04 0,22 0,02 0,03 0,06

Nb -0,03 0,13 -0,05 -0,01 -0,01 0,31 0,08 -0,02 0,01 0,29 -0,07 -0,05 0,11 -0,08 -0,02 0,43 -0,01 0,12 0,47 0,00 0,04 0,06

Ni 0,13 0,07 0,23 0,03 0,06 0,02 0,07 0,01 0,17 -0,05 0,81 0,85 -0,02 0,40 0,20 0,02 0,04 0,09 0,11 -0,02 -0,05 0,18

P 0,13 0,17 0,04 -0,01 0,26 0,21 -0,03 0,20 0,15 0,07 0,17 0,12 -0,02 0,43 0,24 0,28 -0,13 0,21 0,23 0,08 0,03 0,01

Pb 0,08 0,27 0,02 0,00 0,09 0,45 0,12 0,01 0,16 0,59 0,09 0,06 0,28 0,12 -0,06 0,43 0,07 0,05 0,37 0,14 0,43 0,28

Rb -0,05 0,05 -0,10 -0,02 0,14 0,56 0,09 -0,01 -0,03 0,30 -0,04 -0,12 0,61 -0,09 -0,20 0,13 0,02 -0,13 0,09 0,70 0,30 0,52

Sb 0,13 -0,08 0,34 0,02 -0,02 -0,05 0,02 0,01 0,13 -0,06 0,17 0,09 -0,05 0,20 0,18 -0,10 0,03 0,09 0,02 -0,05 -0,05 0,04

Sc 0,05 0,43 0,04 0,03 0,12 0,25 0,06 0,03 0,09 0,00 0,35 0,37 -0,03 0,60 0,27 0,63 -0,04 0,24 0,56 -0,09 -0,12 0,02

Se 0,14 0,13 0,69 0,03 0,07 0,14 0,00 0,04 0,09 0,13 0,14 0,07 0,00 0,44 0,10 0,25 -0,03 0,18 0,23 0,01 0,08 0,07

Sn -0,01 0,37 -0,07 -0,01 0,01 0,50 0,23 0,00 0,00 0,32 -0,08 -0,03 0,35 -0,03 -0,02 0,57 0,11 0,08 0,50 0,06 0,09 0,27

Sr 0,07 0,10 0,05 -0,01 0,21 0,07 0,00 0,88 0,06 -0,01 0,04 0,03 0,10 0,07 0,02 0,03 0,00 0,00 -0,02 0,11 0,02 0,11

Th -0,03 0,14 -0,09 -0,02 -0,03 0,15 -0,02 -0,05 -0,06 0,88 -0,11 -0,07 0,10 -0,16 -0,12 0,18 0,24 -0,09 0,05 0,11 0,88 0,09

Ti -0,02 0,10 -0,11 0,02 0,16 0,33 -0,02 -0,01 -0,01 0,23 0,13 0,07 0,03 0,27 0,05 0,34 0,16 0,05 0,32 0,40 0,19 0,08

Tl 0,01 0,13 -0,06 -0,02 0,19 0,56 0,17 0,05 0,04 0,28 0,02 -0,08 0,67 -0,09 -0,09 0,15 0,05 -0,08 0,10 0,48 0,26 0,53

U -0,01 0,25 -0,07 -0,02 -0,02 0,41 0,21 -0,04 -0,04 0,46 -0,11 -0,07 0,45 -0,14 -0,12 0,19 0,25 -0,11 0,00 0,23 0,48 0,36

V 0,06 0,37 0,05 0,03 0,10 0,20 0,04 0,04 0,10 -0,01 0,32 0,30 -0,09 0,61 0,31 0,58 -0,04 0,25 0,51 -0,11 -0,12 -0,04

Y 0,00 0,11 -0,07 -0,01 0,17 0,56 -0,01 0,00 0,05 0,65 0,05 -0,03 0,33 0,07 -0,06 0,25 0,16 -0,09 0,27 0,41 0,67 0,32

Zn 0,13 0,06 0,15 0,01 0,16 0,22 0,03 0,07 0,39 0,05 0,22 0,13 0,10 0,40 0,08 0,11 -0,05 0,09 0,20 0,15 0,04 0,21

Zr 0,04 0,19 0,02 0,02 -0,03 0,02 0,04 0,03 0,02 0,19 -0,02 0,02 0,07 -0,05 0,08 0,01 0,97 -0,13 -0,05 0,13 0,22 0,12

44
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

(cont.) Tabela 3.1a - Matriz de correlação de elementos normalizados. Correlações significativas (r>0,6 ou <-0,6) estão em negrito.
Mg Mn Mo Nb Ni P Pb Rb Sb Sc Se Sn Sr Th Ti Tl U V Y Zn Zr

Ag

Al

As

Au

Ba

Be

Bi

Ca

Cd

Ce

Co

Cr

Cs

Cu

Fe

Ga

Hf

Hg

In

La

Li

Mg 1,00

Mn 0,13 1,00

Mo -0,05 0,10 1,00

Nb -0,03 -0,04 0,30 1,00

Ni 0,66 0,18 0,07 -0,08 1,00

P 0,13 0,22 0,05 0,05 0,05 1,00

Pb 0,06 -0,03 0,13 0,32 0,06 0,10 1,00

Rb 0,24 -0,05 0,01 0,29 -0,09 0,00 0,41 1,00

Sb 0,02 0,08 0,09 -0,05 0,18 0,02 -0,01 -0,10 1,00

Sc 0,22 0,17 -0,01 -0,01 0,30 0,34 0,16 -0,09 -0,03 1,00

Se 0,09 0,08 0,10 0,10 0,09 0,19 0,17 0,05 0,08 0,23 1,00

Sn -0,03 -0,06 0,19 0,62 -0,08 0,05 0,49 0,38 -0,09 0,11 0,12 1,00

Sr 0,09 0,12 0,04 -0,05 0,00 0,26 0,02 0,02 -0,01 0,01 0,03 -0,02 1,00

Th -0,05 -0,12 0,06 0,16 -0,09 -0,02 0,51 0,26 -0,07 -0,08 0,09 0,27 -0,05 1,00

Ti 0,31 0,09 -0,05 0,13 0,04 0,23 0,16 0,30 -0,12 0,49 0,15 0,16 -0,02 0,17 1,00

Tl 0,13 0,07 0,04 0,25 -0,06 0,03 0,50 0,84 -0,06 -0,10 0,06 0,41 0,10 0,25 0,08 1,00

U -0,03 -0,09 0,04 0,13 -0,07 -0,05 0,50 0,45 -0,06 -0,08 0,06 0,38 -0,02 0,62 0,05 0,51 1,00

V 0,18 0,18 -0,03 -0,03 0,24 0,36 0,12 -0,14 -0,02 0,95 0,22 0,07 0,00 -0,07 0,51 -0,16 -0,13 1,00

Y 0,14 0,02 0,08 0,27 -0,01 0,14 0,52 0,63 -0,08 0,12 0,18 0,35 0,02 0,56 0,38 0,56 0,51 0,07 1,00

Zn 0,16 0,15 0,09 0,07 0,16 0,36 0,19 0,15 0,08 0,16 0,14 0,07 0,12 -0,03 0,12 0,16 -0,01 0,15 0,19 1,00

Zr -0,10 0,00 0,18 -0,06 0,04 -0,14 0,06 0,00 0,05 -0,10 -0,04 0,07 0,03 0,26 0,08 0,05 0,26 -0,09 0,14 -0,04 1,00

45
Informe de Recursos Minerais

A Análise de Principais Componentes apre- Os scores dos fatores foram calculados para todas
sentou treze fatores para o solo e a Tabela 3.1b estações de amostragem; estes dados foram utili-
lista a contribuição de cada elemento químico zados para a elaboração dos mapas multielementa-
para um modelo de 13 fatores que explica 78,5% res apresentados no Anexo III.
da variância total. As Figuras 3.1a-m apresentam Este procedimento reduz o volume de dados
graficamente a contribuição de cada elemento nos através da elaboração de doze variáveis compostas no
diferentes fatores. O Fator 12 apresenta pouca im- lugar das quarenta e três originais. Para alguns destes
portância e correlaciona apena um elemento (Bi). fatores é possível atribuir significado geológico.

Tabela 3.1b - Carga dos fatores para modelo de 13 fatores.


Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Fator 6 Fator 7 Fator 8 Fator 9 Fator 10 Fator 11 Fator 12 Fator 13
Ag 0,098375 0,030946 -0,192812 -0,090229 -0,077470 0,051914 -0,091788 -0,048497 0,341296 -0,072332 0,512739 -0,147797 0,448045
Al -0,090250 0,147737 0,263598 -0,723971 -0,006013 -0,055872 0,045706 -0,032769 -0,184680 -0,063058 -0,086094 0,016978 0,146084
As -0,050979 0,043312 -0,003356 -0,063492 0,013680 -0,044927 -0,801517 -0,090913 0,043982 0,158811 0,178405 -0,064541 -0,058138
Au -0,028291 0,054960 -0,083517 -0,098740 -0,004875 -0,065651 -0,727579 -0,103373 0,093935 0,144295 -0,010924 -0,044052 0,087949
Ba 0,263619 -0,075051 -0,065200 0,125846 -0,142371 0,724151 0,019320 -0,147019 0,216105 -0,070886 0,052441 0,034544 -0,042271
Be 0,284542 0,376126 -0,034422 0,223930 -0,007758 0,557048 0,031521 0,282524 0,173673 -0,100089 0,033030 -0,254349 -0,128719
Bi 0,017580 -0,020986 0,058157 -0,073475 0,004719 -0,080281 -0,005533 0,022793 -0,053825 0,016469 -0,028098 -0,904169 -0,034946
Ca -0,016260 -0,001286 0,001662 0,009024 -0,976807 -0,011245 -0,000523 0,006817 -0,013614 0,027134 0,019685 -0,004406 -0,024568
Cd -0,039120 0,126299 -0,003217 0,059168 -0,047377 0,078128 -0,211659 -0,089759 0,607266 0,025642 0,487614 0,033472 0,029076
Ce -0,007532 0,049897 0,647338 0,137066 0,010886 0,223018 0,032798 0,458532 -0,013702 -0,086618 -0,020938 0,155193 -0,089958
Co -0,007078 0,204531 -0,063109 0,101289 0,060920 0,473125 -0,098794 -0,120609 0,274485 0,285998 0,276302 -0,158332 -0,081584
Cr -0,021621 0,174899 -0,053209 0,007107 -0,018599 -0,087690 -0,034526 0,028595 0,045366 0,876295 -0,052665 0,026533 0,051156
Cs 0,911357 -0,054971 -0,031371 -0,059133 -0,025148 0,033917 0,002957 0,020361 -0,027687 -0,026608 0,058067 -0,104287 0,008360
Cu -0,053837 0,454310 -0,081559 0,034599 -0,189224 -0,009046 -0,099843 -0,047665 0,037441 0,106411 0,746980 0,003454 -0,059042
Fe -0,089837 0,587346 0,013958 -0,227604 0,030268 -0,117351 -0,118748 -0,089749 0,392905 0,244106 -0,065682 0,091177 0,174394
Ga -0,105553 0,348963 0,602553 -0,455940 0,026136 -0,089783 0,077484 0,095947 -0,202088 -0,081040 -0,072048 -0,007097 0,302678
Hf -0,055387 0,045973 0,111664 -0,918020 0,043229 -0,140812 -0,036531 0,087753 0,006776 0,022848 -0,028607 -0,045744 -0,110864
Hg -0,108354 0,197971 0,219603 0,073275 0,020273 -0,187497 0,037193 -0,081303 -0,014630 0,015431 -0,032173 0,070385 0,766638
In -0,112347 0,558722 0,595535 -0,196431 0,036451 -0,050748 -0,022909 0,049453 -0,026798 -0,040993 0,029646 -0,014701 0,295964
K 0,780027 -0,063551 -0,011235 0,054805 -0,006718 0,440736 0,013556 -0,014083 0,024122 -0,043567 -0,029559 0,059054 -0,164609
La 0,038649 -0,075575 -0,014447 0,109403 -0,008913 0,851007 0,033543 0,145337 -0,078606 0,053927 0,041289 0,122909 0,007120
Li 0,443815 -0,235139 0,101872 -0,026710 0,017050 0,622983 0,038786 0,050822 -0,105460 0,101024 0,171100 -0,108157 -0,120161
Mg 0,457046 -0,002135 -0,020621 0,085593 -0,037281 0,758452 0,048150 -0,155970 -0,035534 0,068868 0,001726 0,062841 -0,093171
Mn 0,009117 0,024197 -0,009807 0,060624 -0,031579 0,021839 0,030964 -0,035268 0,850102 0,045009 -0,038734 0,050269 -0,029536
Mo 0,079697 -0,015459 0,717032 -0,239678 -0,002528 -0,079862 -0,041061 -0,085949 0,055158 -0,020690 0,016087 -0,292282 0,118666
Nb 0,043381 -0,113313 0,860656 -0,071499 0,017138 -0,040274 0,017702 0,037152 0,041610 0,009110 0,026658 0,021413 0,056768
Ni -0,073842 0,084582 -0,055939 -0,011734 0,051328 0,363780 -0,140014 -0,196917 0,019055 0,733542 0,261645 -0,069880 -0,060515
P -0,097372 0,651420 -0,015274 -0,003685 -0,108570 0,033414 -0,035315 -0,034681 0,270524 -0,203811 0,217647 -0,021395 0,321078
Pb 0,236368 -0,051157 0,171056 0,141515 -0,158942 0,088082 0,054928 0,491854 -0,072790 -0,063827 0,571412 0,088893 -0,115321
Rb 0,944668 -0,049029 0,055376 0,070380 0,012616 0,165735 0,019560 0,085897 0,007715 -0,014142 0,010207 0,028393 -0,036150
Sb -0,001376 -0,005664 0,002733 0,013818 -0,006115 -0,010387 -0,874071 0,026845 -0,029611 -0,073721 -0,032296 0,064583 -0,036276
Sc -0,114751 0,879243 -0,041345 -0,046343 0,032050 -0,098063 -0,022838 -0,018900 -0,048949 0,270174 0,078544 0,008284 0,121159
Se -0,095610 0,292178 0,190966 0,153679 0,028148 0,024793 0,027955 0,065374 -0,023971 0,042483 -0,041249 0,017790 0,754915
Sn 0,035410 0,022420 0,529469 -0,247877 0,004839 -0,003048 0,072003 0,489420 -0,075384 -0,078495 -0,039006 -0,133798 0,095037
Sr 0,031220 -0,039493 -0,031566 0,040300 -0,976548 0,070348 0,001667 -0,024365 0,050089 -0,039345 0,135756 0,008476 0,011101
Th 0,001814 -0,154483 0,452445 -0,151085 0,041051 0,131960 0,099697 0,638082 -0,130457 -0,088446 -0,126727 0,161603 0,105987
Ti 0,156001 0,796479 0,212370 0,142946 0,043164 0,296698 0,069187 0,016432 0,064585 -0,000118 0,010985 0,073375 -0,094071
Tl 0,934244 -0,017824 -0,013240 0,087719 -0,005972 0,135009 0,015002 0,114777 0,011634 -0,017888 0,048079 0,009864 0,006726
U 0,359225 -0,110475 -0,024472 -0,216471 0,057703 0,041843 0,060602 0,721382 -0,017403 -0,028397 -0,022477 -0,178729 -0,072338
V -0,110840 0,892271 -0,080582 -0,077035 0,037152 -0,076636 -0,043360 -0,101220 -0,044679 0,040998 0,130053 -0,044016 0,124664
y 0,166264 0,099330 0,001716 0,146165 0,015000 0,774215 0,025011 0,267468 0,025638 -0,015854 0,026465 0,038889 0,063498
Zn 0,228664 0,095130 0,091198 0,072772 -0,112680 0,470773 0,018128 -0,115537 -0,033291 0,136508 0,637233 0,075601 0,005095
Zr -0,022679 -0,049806 0,036919 -0,922084 0,020178 -0,126513 -0,075808 0,058257 0,037329 0,017348 0,003629 -0,046199 -0,088946
Expl.
4,185253 4,159808 3,222660 2,985258 2,048914 4,264024 2,103901 2,027262 1,750333 1,733724 2,146515 1,223233 1,922513
Var
Prp.
0,097331 0,096740 0,074946 0,069425 0,047649 0,099163 0,048928 0,047146 0,040705 0,040319 0,049919 0,028447 0,044710
Totl

46
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.1a - Fator 1 [Rb-Tl-Cs-K]. Figura 3.1b - Fator 2 [V-Sc-Ti-P].

Figura 3.1c - Fator 3 [Nb-Mo-Ce-Ga]. Figura 3.1d - Fator 4 [Zr-Hf-Al].

Figura 3.1e - Fator 5 [Ca-Sr]. Figura 3.1f - Fator 6 [La-Y-Mg-Ba-Li].

47
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.1g - Fator 7 [Sb-As-Au]. Figura 3.1h - Fator 8 [U-Th].

Figura 3.1i - Fator 9 [Mn-Cd]. Figura 3.1j - Fator 10 [Cr-Ni].

Figura 3.1k - Fator 11 [Cu-Zn]. Figura 3.1l - Fator 12 [Bi].

48
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

composição. Para a elaboração do mapa do Fator 5


os sinais dos scores foram invertidos.

Fator 6 - [La-Y-Mg-Ba-Li]
O Fator 6 (4,93% da variância) possui carga for-
te positiva para La, y, Mg, Ba e Li. Valores elevados
de terras raras, Ba e Li são geralmente indicativos de
rochas félsicas, enquanto o Mg geralmente está as-
sociado a rochas máficas, ultramáficas ou carbonáti-
cas. Este fator não apresenta interpretação clara com
fatores geológicos.

Fator 7 - [Sb-AS-Au]

Figura 3.1m - Fator 13 [Hg-Se].


O Fator 7 (4,14% da variância) possui carga
forte negativa para Sb, As e Au. Os três elementos
são importantes indicadores de depósitos aurífe-
ros e, em conjunto, sugerem fortemente a presen-
Fator 1 - [Rb-Tl-Cs-K]
ça de mineralização. Para a elaboração do mapa
O Fator 1 (16,66% da variância) possui carga po- do Fator 7 os sinais dos scores foram invertidos.
sitiva forte para Rb, Tl, Cs e K. Esta associação de ele-
mentos reflete provavelmente a influência de rochas Fator 8 - [U-Th]
félsicas. Rubídio e Cs podem ser indicadores de pegma-
titos e, juntamente com K podem indicar rochas intru- O Fator 8 (3,36% da variância) possui carga
sivas félsicas, inclusive as portadoras de ETR, U, e Th. forte positiva para U e Th. Valores elevados para
ambos elementos são indicativos da presença de
rochas félsicas, especialmente intrusivas.
Fator 2 - [V-Sc-Ti-P]
O Fator 2 (12,38% da variância) possui carga posi- Fator 9 - (Mn-Cd]
tiva forte para V, Sc, Ti e P. Esta associação de elementos
reflete provavelmente a influência de rochas máficas. O Fator 9 (3,35% da variância) possui carga
forte positiva para Mn e Cd. Este fator apresenta
ainda carga de 0,4 para Fe. Isso provavelmente
Fator 3 - [Nb-Mo-Ce-Ga]
indica efeitos de co-precipitação no ambiente su-
O Fator 3 (11,29% da variância) possui carga perficial, o que pode gerar falsas anomalias para
forte positiva para Nb, Mo, Ce e Ga. Esta associação outros elementos - neste caso o Cd.
de elementos reflete provavelmente a influência de
rochas félsicas. Analisado em comparação com o Fa- Fator 10 - [Cr-Ni]
tor 1 pode auxiliar na distinção de corpos félsicos e/
ou na subdivisão de batólitos graníticos. O Fator 10 (3,05% da variância) possui carga
forte positiva para Cr e Ni. Valores elevados destes
elementos indicam a presença de rochas máficas
Fator 4 - [Zr-Hf-Al]
e/ou ultramáficas. Valores muito baixos em asso-
O Fator 4 (6,41% da variância) possui carga for- ciação com valores elevados de K, Th, U e ETR po-
te negativa para Zr, Hf e Al. Esta associação de ele- dem indicar a presença de rochas félsicas. Portan-
mentos reflete provavelmente a influência de rochas to, o Fator 10 deve ser cuidadosamente analisado
félsicas, especialmente as intrusivas. Sedimentos em conjunto com os Fatores 1, 3, 4, 6 e 8 podendo
clásticos podem, eventualmente, apresentar valores assim auxiliar mais efetivamente no mapeamento
altos de Zr e Hf. Para a elaboração do mapa do Fator geológico.
4 os sinais dos scores foram invertidos.
Fator 11 - [Cu-Zn]
Fator 5 - [Ca-Sr]
O Fator 11 (2,69% da variância) possui carga
O Fator 5 (5,32% da variância) possui carga for- forte positiva para Cu e Zn. O cobre é indicador de mi-
te negativa para Ca e Sr. Esta associação de elemen- neralizações diversas; e também um importante fare-
tos provavelmente indica a presença de rochas calcá- jador para mineralizações auríferas. Ambos elementos
rias ou com forte participação de carbonatos em sua podem ser indicativos da presença de rochas máficas.

49
Informe de Recursos Minerais

Fator 12 - [Bi] Observação: Ver Lista de Anexos – Anexo III–


O Fator 12 (2.58% da variância) possui car- Mapas dos Fatore Solo (Horizonte B – Fração <80#)
ga forte negativa para Bi apenas. É um elemento – Fator 1 a Fator 13.
acessório comum em sulfetos e pode indicar depó-
sitos ricos nestes minerais. 3.2 - SEDIMENTO DE CORRENTE

Fator 13 - [Hg-Se] Cada amostra de sedimento de corrente é


O Fator 13 (2,38% da variância) possui carga uma composição das litologias presentes na respec-
forte positiva para Hg e Se. Estes elementos apresen- tiva bacia de drenagem. Assim, fornecem um instru-
tam, de modo geral, maiores concentrações na por- mento para mapear as características geoquímicas
ção leste da área estudada local onde afloram rochas do terreno em escala regional. A experiência mostra
de idade proterozóica afetadas pela faixa Araçuaí. que o uso de sedimento de corrente em escala re-

Tabela 3.2a - Matriz de correlação de elementos normalizados. Correlações significativas (r>0,6 ou <-0,6) estão em negrito.
Ag Al As Au Ba Be Bi Ca Cd Ce Co Cr Cs Cu Fe Ga Hf Hg In K La Li
Ag 1,00
Al 0,02 1,00
As 0,24 -0,04 1,00
Au 0,68 0,00 0,06 1,00
Ba 0,02 0,05 0,01 -0,01 1,00
Be 0,04 0,32 -0,04 0,00 0,22 1,00
Bi 0,05 0,14 0,04 0,01 -0,02 0,25 1,00
Ca 0,07 0,04 0,06 0,00 0,08 0,02 0,02 1,00
Cd 0,19 0,00 0,21 0,03 0,09 0,08 0,06 0,06 1,00
Ce -0,02 0,15 -0,07 -0,02 0,06 0,23 -0,06 -0,03 -0,03 1,00
Co 0,13 0,01 0,28 0,02 0,23 0,08 0,04 0,03 0,22 -0,04 1,00
Cr 0,10 0,14 0,12 0,03 0,02 0,00 0,07 0,04 0,12 -0,05 0,65 1,00
Cs 0,02 0,28 -0,01 0,00 0,09 0,55 0,41 0,05 0,01 0,09 -0,03 -0,03 1,00
Cu 0,23 0,17 0,49 0,05 0,15 0,18 0,09 0,07 0,35 -0,08 0,49 0,34 -0,02 1,00
Fe 0,11 0,08 0,15 0,01 0,13 0,02 0,04 0,04 0,13 -0,08 0,29 0,17 -0,14 0,27 1,00
Ga -0,01 0,79 -0,05 -0,01 0,07 0,44 0,12 0,01 0,01 0,28 0,05 0,11 0,17 0,25 0,12 1,00
Hf 0,03 0,20 0,00 0,01 -0,03 0,04 0,04 0,01 0,01 0,19 -0,02 0,03 0,06 -0,04 0,08 0,06 1,00
Hg 0,16 0,09 0,10 0,03 0,04 0,02 0,01 0,03 0,14 -0,06 0,09 0,12 -0,11 0,17 0,21 0,24 -0,11 1,00
In 0,05 0,35 0,08 0,01 0,06 0,35 0,09 0,02 0,14 0,23 0,17 0,14 0,03 0,35 0,19 0,70 0,01 0,26 1,00
K -0,02 0,01 -0,06 -0,01 0,24 0,38 0,02 0,03 0,00 0,14 0,04 -0,08 0,40 0,04 -0,17 -0,05 0,13 -0,17 -0,11 1,00
La -0,01 0,03 -0,07 -0,01 0,06 0,16 -0,08 -0,02 -0,03 0,88 -0,06 -0,06 0,10 -0,11 -0,14 0,01 0,19 -0,14 -0,04 0,24 1,00
Li 0,09 0,29 0,12 0,03 0,17 0,56 0,33 0,04 0,10 0,09 0,20 0,08 0,74 0,20 -0,06 0,15 0,08 -0,08 0,03 0,47 0,13 1,00
Mg 0,03 0,02 0,07 0,03 0,18 0,16 0,00 0,12 0,07 -0,01 0,60 0,57 0,13 0,22 0,02 0,03 -0,08 0,05 0,03 0,39 0,03 0,28
Mn 0,08 -0,06 0,12 0,00 0,47 0,08 0,05 0,11 0,26 -0,07 0,43 0,10 -0,03 0,27 0,43 0,00 -0,01 0,18 0,10 0,01 -0,08 0,09
Mo 0,08 0,05 0,16 0,01 0,04 0,08 0,12 0,04 0,19 0,12 0,10 0,09 0,02 0,12 0,12 0,10 0,17 0,04 0,22 0,02 0,03 0,06
Nb -0,03 0,13 -0,05 -0,01 -0,01 0,31 0,08 -0,02 0,01 0,29 -0,07 -0,05 0,11 -0,08 -0,02 0,43 -0,01 0,12 0,47 0,00 0,04 0,06
Ni 0,13 0,07 0,23 0,03 0,06 0,02 0,07 0,01 0,17 -0,05 0,81 0,85 -0,02 0,40 0,20 0,02 0,04 0,09 0,11 -0,02 -0,05 0,18
P 0,13 0,17 0,04 -0,01 0,26 0,21 -0,03 0,20 0,15 0,07 0,17 0,12 -0,02 0,43 0,24 0,28 -0,13 0,21 0,23 0,08 0,03 0,01
Pb 0,08 0,27 0,02 0,00 0,09 0,45 0,12 0,01 0,16 0,59 0,09 0,06 0,28 0,12 -0,06 0,43 0,07 0,05 0,37 0,14 0,43 0,28
Rb -0,05 0,05 -0,10 -0,02 0,14 0,56 0,09 -0,01 -0,03 0,30 -0,04 -0,12 0,61 -0,09 -0,20 0,13 0,02 -0,13 0,09 0,70 0,30 0,52
Sb 0,13 -0,08 0,34 0,02 -0,02 -0,05 0,02 0,01 0,13 -0,06 0,17 0,09 -0,05 0,20 0,18 -0,10 0,03 0,09 0,02 -0,05 -0,05 0,04
Sc 0,05 0,43 0,04 0,03 0,12 0,25 0,06 0,03 0,09 0,00 0,35 0,37 -0,03 0,60 0,27 0,63 -0,04 0,24 0,56 -0,09 -0,12 0,02
Se 0,14 0,13 0,69 0,03 0,07 0,14 0,00 0,04 0,09 0,13 0,14 0,07 0,00 0,44 0,10 0,25 -0,03 0,18 0,23 0,01 0,08 0,07
Sn -0,01 0,37 -0,07 -0,01 0,01 0,50 0,23 0,00 0,00 0,32 -0,08 -0,03 0,35 -0,03 -0,02 0,57 0,11 0,08 0,50 0,06 0,09 0,27
Sr 0,07 0,10 0,05 -0,01 0,21 0,07 0,00 0,88 0,06 -0,01 0,04 0,03 0,10 0,07 0,02 0,03 0,00 0,00 -0,02 0,11 0,02 0,11
Th -0,03 0,14 -0,09 -0,02 -0,03 0,15 -0,02 -0,05 -0,06 0,88 -0,11 -0,07 0,10 -0,16 -0,12 0,18 0,24 -0,09 0,05 0,11 0,88 0,09
Ti -0,02 0,10 -0,11 0,02 0,16 0,33 -0,02 -0,01 -0,01 0,23 0,13 0,07 0,03 0,27 0,05 0,34 0,16 0,05 0,32 0,40 0,19 0,08
Tl 0,01 0,13 -0,06 -0,02 0,19 0,56 0,17 0,05 0,04 0,28 0,02 -0,08 0,67 -0,09 -0,09 0,15 0,05 -0,08 0,10 0,48 0,26 0,53
U -0,01 0,25 -0,07 -0,02 -0,02 0,41 0,21 -0,04 -0,04 0,46 -0,11 -0,07 0,45 -0,14 -0,12 0,19 0,25 -0,11 0,00 0,23 0,48 0,36
V 0,06 0,37 0,05 0,03 0,10 0,20 0,04 0,04 0,10 -0,01 0,32 0,30 -0,09 0,61 0,31 0,58 -0,04 0,25 0,51 -0,11 -0,12 -0,04
y 0,00 0,11 -0,07 -0,01 0,17 0,56 -0,01 0,00 0,05 0,65 0,05 -0,03 0,33 0,07 -0,06 0,25 0,16 -0,09 0,27 0,41 0,67 0,32
Zn 0,13 0,06 0,15 0,01 0,16 0,22 0,03 0,07 0,39 0,05 0,22 0,13 0,10 0,40 0,08 0,11 -0,05 0,09 0,20 0,15 0,04 0,21
Zr 0,04 0,19 0,02 0,02 -0,03 0,02 0,04 0,03 0,02 0,19 -0,02 0,02 0,07 -0,05 0,08 0,01 0,97 -0,13 -0,05 0,13 0,22 0,12

50
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

gional traz informações importantes sobre das prin- composição de um modelo de 12 fatores que explica
cipais unidades litológicas presentes em dada bacia 75,4% da variância total. As Figuras 3.2a-l apresen-
de captação e, de forma mais restrita, informações tam graficamente a contribuição de cada elemento
sobre eventuais depósitos minerais presentes. nos diferentes fatores. Os scores dos fatores foram
calculados para todas estações de amostragem; es-
Os coeficientes de correlação calculados para
tes dados foram utilizados para a elaboração dos ma-
os dados estão listados na Tabela 3.2a com as corre- pas multielementares apresentados no Anexo IV.
lações mais significativas destacadas em negrito.
Este procedimento reduz o volume de dados
A Análise de Principais Componentes apresen- através da elaboração de doze variáveis compostas no
tou doze fatores para o sedimento de corrente e a lugar das quarenta e três originais. Para alguns destes
Tabela 3.2b lista a contribuição de cada elemento na fatores é possível atribuir significado geológico.

Tabela 3.2a - Matriz de correlação de elementos normalizados. Correlações significativas (r>0,6 ou <-0,6) estão em negrito.
Mg Mn Mo Nb Ni P Pb Rb Sb Sc Se Sn Sr Th Ti Tl U V Y Zn Zr
Ag
Al
As
Au
Ba
Be
Bi
Ca
Cd
Ce
Co
Cr
Cs
Cu
Fe
Ga
Hf
Hg
In
K
La
Li
Mg 1,00
Mn 0,13 1,00
Mo -0,05 0,10 1,00
Nb -0,03 -0,04 0,30 1,00
Ni 0,66 0,18 0,07 -0,08 1,00
P 0,13 0,22 0,05 0,05 0,05 1,00
Pb 0,06 -0,03 0,13 0,32 0,06 0,10 1,00
Rb 0,24 -0,05 0,01 0,29 -0,09 0,00 0,41 1,00
Sb 0,02 0,08 0,09 -0,05 0,18 0,02 -0,01 -0,10 1,00
Sc 0,22 0,17 -0,01 -0,01 0,30 0,34 0,16 -0,09 -0,03 1,00
Se 0,09 0,08 0,10 0,10 0,09 0,19 0,17 0,05 0,08 0,23 1,00
Sn -0,03 -0,06 0,19 0,62 -0,08 0,05 0,49 0,38 -0,09 0,11 0,12 1,00
Sr 0,09 0,12 0,04 -0,05 0,00 0,26 0,02 0,02 -0,01 0,01 0,03 -0,02 1,00
Th -0,05 -0,12 0,06 0,16 -0,09 -0,02 0,51 0,26 -0,07 -0,08 0,09 0,27 -0,05 1,00
Ti 0,31 0,09 -0,05 0,13 0,04 0,23 0,16 0,30 -0,12 0,49 0,15 0,16 -0,02 0,17 1,00
Tl 0,13 0,07 0,04 0,25 -0,06 0,03 0,50 0,84 -0,06 -0,10 0,06 0,41 0,10 0,25 0,08 1,00
U -0,03 -0,09 0,04 0,13 -0,07 -0,05 0,50 0,45 -0,06 -0,08 0,06 0,38 -0,02 0,62 0,05 0,51 1,00
V 0,18 0,18 -0,03 -0,03 0,24 0,36 0,12 -0,14 -0,02 0,95 0,22 0,07 0,00 -0,07 0,51 -0,16 -0,13 1,00
y 0,14 0,02 0,08 0,27 -0,01 0,14 0,52 0,63 -0,08 0,12 0,18 0,35 0,02 0,56 0,38 0,56 0,51 0,07 1,00
Zn 0,16 0,15 0,09 0,07 0,16 0,36 0,19 0,15 0,08 0,16 0,14 0,07 0,12 -0,03 0,12 0,16 -0,01 0,15 0,19 1,00
Zr -0,10 0,00 0,18 -0,06 0,04 -0,14 0,06 0,00 0,05 -0,10 -0,04 0,07 0,03 0,26 0,08 0,05 0,26 -0,09 0,14 -0,04 1,00

51
Informe de Recursos Minerais

Tabela 3.2b - Carga dos fatores para modelo de 12 fatores.


Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Fator 6 Fator 7 Fator 8 Fator 9 Fator 10 Fator 11 Fator 12
Ag 0,021080 0,066355 0,017630 -0,002626 0,894633 0,026857 0,055135 -0,007003 0,054535 0,155200 -0,057812 0,133185

Al 0,291721 0,003045 0,647841 0,076808 -0,011966 0,215611 0,125882 0,105557 -0,114654 -0,046009 -0,281512 -0,095176

As 0,003055 0,142702 -0,049546 -0,074762 0,086514 0,033101 0,024973 -0,023197 0,030443 0,911563 -0,088176 0,101521

Au -0,002271 0,011984 0,009876 -0,016388 0,922304 0,011056 -0,018571 -0,006069 -0,034422 -0,023354 0,046576 -0,049165

Ba 0,176267 0,038822 0,060467 0,044445 -0,021501 -0,068100 0,170871 -0,042253 0,653224 -0,035063 0,236101 0,035018

Be 0,674286 -0,018585 0,313681 0,158392 0,010909 -0,021149 0,002759 0,250495 0,105130 -0,001332 0,160724 0,097789

Bi 0,470893 0,054477 0,097368 -0,132543 0,019265 0,075924 -0,048954 0,047297 0,025259 -0,003991 -0,391034 0,035193

Ca 0,000363 0,036891 0,007132 -0,027152 0,019034 0,017521 0,942291 0,017887 0,015634 0,036813 -0,006115 0,009759

Cd 0,021040 0,112810 0,001229 -0,017918 0,085002 0,042959 0,002365 0,056000 0,140546 0,082534 -0,111225 0,750918

Ce 0,032340 -0,024250 0,061629 0,924541 -0,013553 0,073518 -0,004038 0,190747 -0,010218 0,001410 0,058415 0,001758

Co 0,020635 0,826247 0,121006 -0,029572 0,020780 -0,018476 -0,014298 -0,024649 0,308258 0,149845 0,039215 0,125623

Cr -0,057006 0,878198 0,190166 -0,018035 0,028943 0,026403 0,031210 0,015683 -0,043952 -0,005151 -0,100643 0,035645

Cs 0,892560 -0,010758 0,019974 0,020847 0,002959 0,037799 0,053736 0,007380 -0,060956 -0,018867 -0,074378 -0,015282

Cu 0,012054 0,289728 0,507179 -0,102874 0,072736 -0,011666 0,019632 -0,113241 0,127314 0,479541 0,077634 0,435920

Fe -0,142952 0,127725 0,230169 -0,099626 0,043522 0,146967 -0,031626 0,040908 0,625756 0,114230 -0,171597 0,019282

Ga 0,172687 -0,034112 0,793518 0,141914 -0,021520 0,017945 0,048326 0,436098 -0,044804 0,002003 -0,103669 -0,063724

Hf 0,026218 -0,003438 0,027550 0,133968 0,012275 0,957458 -0,001945 0,020755 0,000334 -0,016670 0,056348 -0,024115

Hg -0,141803 0,043673 0,256642 -0,069736 0,159036 -0,184422 0,016336 0,228635 0,255261 0,127852 -0,143688 0,010732

In -0,001714 0,056654 0,585981 0,065459 0,013081 -0,027812 -0,029213 0,598709 0,057045 0,103778 0,019765 0,128947

K 0,542290 0,043476 -0,111592 0,085169 -0,014794 0,119142 0,062519 -0,087968 0,005122 -0,012596 0,662873 0,060317

La 0,064926 -0,008620 -0,087927 0,931338 -0,001042 0,091614 0,016159 -0,103406 -0,012385 0,003465 0,115243 0,021080

Li 0,829897 0,175563 0,032328 0,027307 0,032749 0,092341 0,040475 -0,056797 0,021136 0,096883 -0,010359 0,097095

Mg 0,190497 0,766446 0,054857 -0,012344 0,006149 -0,115747 0,109193 -0,039584 -0,001834 -0,001536 0,381372 -0,047099

Mn 0,023561 0,155852 0,045811 -0,067770 0,007846 0,000769 0,061827 -0,018532 0,844909 0,046105 0,000334 0,115374

Mo -0,036516 0,086443 -0,119405 0,004007 0,006289 0,298856 0,052121 0,515664 0,111700 0,145261 -0,071400 0,250686

Nb 0,101467 -0,059296 0,033521 0,115067 -0,018088 -0,065895 -0,028066 0,864861 -0,026506 -0,008915 0,070560 -0,005535

Ni -0,001015 0,950661 0,086025 -0,030113 0,033717 0,042681 -0,025135 -0,024841 0,034242 0,086703 -0,068245 0,065538

P -0,026477 -0,011911 0,405099 0,074392 0,033604 -0,188145 0,298107 -0,019104 0,269253 0,051331 0,135114 0,355391

Pb 0,344143 0,062038 0,197025 0,593175 0,037282 -0,054854 -0,004880 0,324860 -0,028641 0,039464 -0,099304 0,168386

Rb 0,730691 -0,035281 -0,104913 0,257488 -0,026147 -0,072270 -0,022089 0,203624 -0,037182 -0,025464 0,452892 -0,002880

Sb -0,038614 0,144465 -0,141621 -0,062201 0,051813 0,083260 -0,051819 -0,004251 0,117039 0,399155 -0,157909 0,151242

Sc -0,053884 0,241761 0,896267 -0,044445 0,012113 -0,048126 -0,022564 -0,014908 0,083017 0,059757 0,085425 0,063378

Se 0,026323 0,001105 0,225933 0,129954 0,027175 -0,074246 0,043433 0,089841 0,015765 0,843922 0,091249 -0,036678

Sn 0,386883 -0,082216 0,241828 0,187969 -0,005597 0,051461 -0,011231 0,690806 -0,059992 -0,035083 -0,093553 -0,056251

Sr 0,068741 0,005713 0,005344 -0,008205 0,009768 0,013152 0,960232 -0,034908 0,067900 0,013574 0,007752 0,047014

Th 0,056982 -0,050048 0,004444 0,933469 -0,013428 0,138612 -0,029064 0,035347 -0,060468 -0,015590 -0,051837 -0,074992

Ti 0,052084 0,055117 0,506434 0,153568 0,009256 0,116088 -0,062935 0,043741 0,061113 -0,025786 0,668281 -0,008118

Tl 0,770705 -0,029648 -0,110416 0,266143 0,001409 -0,051068 0,047821 0,210908 0,108059 -0,020365 0,151360 0,021488

U 0,520864 -0,067009 0,003646 0,577791 -0,008361 0,175278 -0,048147 0,019430 -0,058100 -0,021168 -0,182147 -0,082265

V -0,119736 0,177899 0,887013 -0,050877 0,024145 -0,042508 -0,026046 -0,054952 0,109259 0,069861 0,097992 0,080615

y 0,382240 -0,002867 0,111746 0,665812 -0,007672 0,039511 -0,020107 0,168459 0,069236 0,026047 0,348405 0,103246

Zn 0,139619 0,103111 0,129711 0,033858 0,025216 -0,078320 0,090258 0,031150 0,021416 0,060038 0,116462 0,771790

Zr 0,038400 -0,006679 -0,029488 0,147382 0,020385 0,959939 0,026008 -0,029392 0,011069 -0,002886 0,000423 -0,005803

Expl.Var 4,566750 3,308849 4,220658 4,126113 1,713731 2,241078 2,009938 2,488560 1,927951 2,093037 1,975964 1,754849

Prp.Totl 0,106203 0,076950 0,098155 0,095956 0,039854 0,052118 0,046743 0,057873 0,044836 0,048675 0,045953 0,040810

52
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.2a - Fator 1 [Cs-Li-Tl-Rb-Be]. Figura 3.2b - Fator 2 [Ni-Cr-Co-Mg].

Figura 3.2c - Fator 3 [Sc-V-Ga-Al]. Figura 3.2d - Fator 4 [Th-La-Ce-Y].

Figura 3.2e - Fator 5 [Au-Ag]. Figura 3.2f - Fator 6 [Zr-Hf].

53
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.2g - Fator 7 [Sr-Ca]. Figura 3.2h - Fator 8 [Nb-Sn].

Figura 3.2i - Fator 9 [Mn-Ba-Fe]. Figura 3.2j - Fator 10 [As-Se].

Figura 3.2k - Fator 11 [Ti-K]. Figura 3.2l - Fator 12 [Zn-Cd].

54
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 1 - [Cs-Li-Tl-Rb-Be] Fator 9 - [Mn-Ba-Fe]


O Fator 1 (16,56% da variância) possui carga O Fator 9 (3,76% da variância) possui carga po-
positiva forte para Cs, Li, Tl, Rb e Be. Esta associa- sitiva forte para Mn, Ba e Fe. A presença de Mn e Fe
ção de elementos reflete provavelmente a influên- indica co-precipitação de oxi-hidróxidos no sedimen-
cia de rochas félsicas. Rubídio, Be e Cs podem ser to de corrente. Por outro lado, pode indicar a presen-
indicadores de pegmatitos. ça de rochas ricas neste metais na bacia de captação.

Fator 2 - [Ni-Cr-Co-Mg] Fator 10 - [As-Se]


O Fator 2 (12,97% da variância) possui carga po- O Fator 10 (3,43% da variância) possui carga posi-
sitiva forte para Ni, Cr, Co e Mg. Esta associação de ele- tiva forte para As e Se. São dois importantes elementos
mentos é características de rochas máficas/ultramáfi- farejadores para depósitos auríferos. O Fator 10 deverá
cas. Valores muito baixos do Fator 2 em associação ser estudado em conjunto com o Fator 5 [Au-Ag] para
com valores elevados de K, Th, U e ETR provavelmente uma melhor avaliação de áreas potenciais para Au.
indicam a presença de rochas félsicas. Portanto, o Fa-
tor 2 deve ser cuidadosamente analisado em conjun- Fator 11 - [Ti-K]
to com os Fatores 1, 4 e 8 podendo assim auxiliar
mais efetivamente no mapeamento geológico. O Fator 11 (3,06% da variância) possui car-
ga positiva forte para Ti e K. Elevados valores de Ti
geralmente são indicativos de rochas máficas, en-
Fator 3 - [Sc-V-Ga-Al]
quanto elevados valores de K indicam rochas félsi-
O Fator 3 (7,59% da variância) possui carga cas. Fator de difícil interpretação.
positiva forte para Sc, V, Ga e Al. Esta associação de
elementos indica a presença de rochas máficas. Fator 12 - [Zn-Cd]
O Fator 12 (2,70% da variância) possui carga
Fator 4 - [Th-La-Ce-Y]
positiva forte para Zn e Cd. Este par de elementos é
O Fator 4 (6,34% da variância) possui carga indicativo da presença de sulfetos, podendo auxiliar
positiva forte para Th, La, Ce e y. Esta associação de na seleção de áreas favoráveis para mineralizações
elementos indica a presença de rochas félsica, espe- auríferas em conjunto com os Fatores 5 e 10. Pode
cialmente as intrusivas. também ser indicativo de mineralizações a zinco.
Observação: Ver lista de Anexo – Anexo IV –
Fator 5 - [Au-Ag] Mapa dos Fatores Sedimento de Corrente
O Fator 5 (5,30% da variância) possui carga po-
sitiva forte para Au e Ag. Esta associação de elementos 3.3 - EXPRESSÃO GEOQUÍMICA DOS DEPÓSITOS
funciona como farejadora para depósitos auríferos. MINERAIS

Fator 6 - [Zr-Hf] Uma das principais razões para este projeto ter
O Fator 6 (5,08% da variância) possui carga posi- sido realizado é a presença, na região do Quadrilátero
tiva forte para Zr e Hf. Esta associação de elementos é Ferrífero, de importantes ocorrências minerais. Estas
indicativa de rochas félsicas, especialmente intrusivas. podem ser observadas na Figura 3.3a, sendo destaca-
Baixos valores são observados na porção leste da das as mineralizações de Fe, Mn, Au e pedras coradas.
área estudada, onde ocorrem rochas proterozóicas Bölviken et al. (1990) advogam que províncias
afetadas pela faixa Araçuaí. metalogenéticas coincidem com províncias geoquí-
micas.Para estes autores, províncias geoquímica têm
Fator 7 - [Sr-Ca] como característica a distribuição espacial anormal de
um elemento (ou combinação de elementos) em um
O Fator 7 (4,70% da variância) possui carga po-
tipo particular de amostras, medido por uma certa
sitiva forte para Sr e Ca. Esta associação é indicativa da
técnica analítica.
presença de calcários e/ou rochas ricas em carbonatos.
Apesar da importância dos depósitos existen-
tes no Quadrilátero Ferrífero, suas características
Fator 8 - [Nb-Sn]
geoquímicas em materiais superficiais não estão
O Fator 8 (3,92% da variância) possui carga po- bem documentadas na escala regional, mesmo após
sitiva forte para Nb e Sn. Esta associação de elemen- anos de estudos. Depósitos minerais são produtos
tos indica a presença de rochas félsicas. de sistemas geológicos que deixam evidências de

55
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3a – Principais ocorrências minerais na área de estudo.

Figura 3.3b – Áreas requeridas para pesquisa mineral junto ao DNPM, segundo SIGMINE em 15 de dezembro/2011.

56
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

sua formação na composição química das rochas, existentes serão comparados com os mapas produ-
dos solos e dos sedimentos a eles relacionados. E a zidos a partir da Análise de Principais Componentes
julgar pelos 4233 processos vigentes relacionados à para solo e sedimento de corrente.
pesquisa mineral junto ao Departamento Nacional Em alguns casos, a localização de áreas anô-
da Produção Mineral (DNPM) em dezembro de 2011 malas em solo e/ou sedimento de corrente coincide
(Figura 3.3b) nesta região, informações geoquímicas com a posição de depósitos já bem conhecidos. Po-
que auxiliem os trabalhos de pesquisa são relevantes de-se observar que (1) as áreas anômalas apresen-
para a comunidade mineral. tam tamanho bastante variável; (2) vários elemen-
A seguir serão discutidos alguns aspectos do tos formam anomalias relativamente similares; e
relacionamento entre as ocorrências minerais e a (3) nem todos os depósitos minerais coincidem com
geoquímica do solo e de sedimento de corrente na anomalias de elementos diretamente relacionados à
área deste projeto. Alguns dos principais depósitos mineralização (por exemplo, Au).

Figura 3.3.1a – Distribuição de Fe em solo e minas de Fe.

3.3.1 - Ferro mo a Ouro Preto, outra faixa anômala de Fe coincide


com minas de Fe. Já em outras localidades, como por
exemplo na serra do Curral (a sul de Belo Horizonte)
Os jazimentos de ferro estão concentrados no e nas proximidades de Barão de Cocais/Socorro, as
Supergrupo Minas - Grupo Itabira, onde a Formação
minas de Fe ocorrem a norte de uma faixa com bai-
Cauê concentra as formações ferríferas do tipo Su-
xos teores de Fe. Isto se dá, provavelmente, pelo es-
perior e a Formação Gandarela abriga os dolomitos,
paçamento adotado na malha de amostragem e pela
com limites transicionais entre elas. Processos meta-
representatividade local das amostras de solo.
mórficos e intempéricos proporcionaram o enrique-
cimento do ferro a teores que ultrapassam 60% Fe A Figura 3.3.1b mostra a distribuição do Fe no
(Spier, 2005; Rosiere et al., 2008). sedimento de corrente e as principais minas de Fe
na área estudada, onde se nota grande coincidência
A Figura 3.3.1a mostra a distribuição do Fe no
entre as áreas anômalas e a minas.
solo e as principais minas de Fe na área estudada.
As minas localizadas na porção oeste do Quadrilá- A Figura 3.3.1c mostra situação semelhante
tero Ferrífero coincidem com uma faixa anômala de para distribuição do Fator 9 em sedimento de cor-
atitude NNW-SSE que acompanha a serra da Moeda. rente (Mn – Ba – Fe) e as principais minas de Fe na
Na porção sudeste do Quadrilátero Ferrífero, próxi- área estudada.

57
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.1b – Distribuição de Fe em sedimento de corrente e minas de Fe.

Figura 3.3.1c – Distribuição do Fator 9 em sedimento de corrente e minas de Fe.

3.3.2 - Manganês A Figura 3.3.2a mostra a distribuição de Mn no


solo e as principais minas deste metal. As coincidên-
cias entre áreas anômalas e as minas cadastradas são
O manganês aparece em depósitos associado ao
pequenas, provavelmente devido ao espaçamento
ferro com teores superiores a 25% Mn, podendo ultra-
passar 40%. Teores assim elevados são alcançados atra- da malha de amostragem e à representatividade lo-
vés do intemperismo de mármores manganesíferos e cal das amostras de solo.
itabiritos manganesíferos presentes no Supergrupo Mi- A distribuição do Mn no sedimento de corren-
nas, principalmente no Grupo Itabira, mas também nos te é apresentada junto com as minas de Mn na Figu-
Grupos Piracicaba e Caraça (Dorr et al. 1956). ra 3.3.2b. A exemplo do ferro, os depósitos de Mn

58
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

apresentam boa coincidência com as áreas anômalas S, Se, Te, As, Sb,Bi,Cu, Ag, Zn, Cd, Hg, Sn, Pb, Mo, W,
apontadas no mapa de sedimento de corrente. A Fi- Fe, Pt, Pd, Co e Ni.
gura 3.3.1c mostra situação semelhante para distri- Os depósitos auríferos primários presentes no
buição do Fator 9 em sedimento de corrente (Mn – Quadrilátero Ferrífero apresentam sulfetos diversos e
Ba – Fe) e as principais minas de Fe na área estudada. podem estar enriquecidos em um ou mais dos seguin-
tes elementos: Au, Ag, As, Cu, Pb, Pd, Sb, Se, Zn (Loba-
3.3.3 - Ouro to et al., 2001; Olivo et al., 2001; Vial et al. 2007a,b,c;
Ribeiro-Rodrigues et al. 2007; Pereira et al. 2007; Jun-
queira et al., 2007; Cabral & Lehmann, 2007).
O greenstone belt Rio das Velhas, de idade Os depósitos auríferos cadastrados no banco de
dados do SGB-CPRM nem sempre apresentam correla-
arqueana, hospeda importantes depósitos de ouro
ção direta com áreas anômalas para Au geradas neste
orogênicos na região do Quadrilátero Ferrífero. São
levantamento e apresentadas nos mapas geoquímicos
três os principais estilos de depósitos: (1) controla-
de solo e sedimento de corrente (Figuras 3.3.3a,b). As
dos estruturalmente, com zonas de substituição de
razões para isso podem ser (1) a malha de amostragem
sulfetos em Formações Ferríferas Bandadas (BIF); (2) utilizada; (2) o meio de amostragem escolhido; (3) a di-
com sulfetos disseminados e ouro em rochas altera- ficuldade analítica de se trabalhar com Au; (4) a técnica
das hidrotermalmente junto a zonas de cisalhamen- utilizada para confecção dos mapas; e (5) complexidade
to; e (3) com veios e vênulas de quartzo-carbonato- da assinatura geoquímica dos depósitos. As áreas anô-
-sulfetos em rochas vulcânicas máficas, ultramáficas malas apontadas no mapa geoquímico de sedimento
e félsicas, e também em rochas sedimentares clásti- de corrente apresentam maior coincidência com os
cas (Lobato et al., 2001). Para depósitos hospedados depósitos cadastrados que as áreas anômalas apresen-
em rochas ricas em ferro Rose et al. (1979) apontam tadas no mapa geoquímico de solo. Porém, isso pro-
como elementos farejadores (pathfinders): Au, As, S vavelmente reflete a diferença entre as densidades
e Sb. Boyle (1979) apresenta como elementos nor- de amostragem utilizadas e a representatividade dos
malmente associados a depósitos auríferos em geral: diferentes meios de amostragem.

Figura 3.3.2a – Distribuição de Mn em solo e minas de Mn.

59
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.2b – Distribuição de Mn em sedimento de corrente e minas de Mn.

O arsênio exibe um enriquecimento em quase lode aparece nas maiores concentrações. Há uma
todos os depósitos auríferos e há uma coerência mar- coerência no comportamento de ambos elementos
cante entre ouro e arsênio durante os processos hipó- tanto em processos hipógenos quanto supérgenos e
genos e supérgenos (Boyle, 1979). Isso faz do As um isto, a exemplo do As, também faz do Sb um interes-
excelente elemento indicador de depósitos auríferos. sante elemento indicador de depósitos auríferos.
As Figuras 3.3.3c e 3.3.3d apresentam os As Figuras 3.3.3e e 3.3.3f apresentam os ma-
mapas de distribuição de As no solo e no sedi- pas de distribuição de Sb no solo e no sedimento
mento de corrente, além dos principais depósitos de corrente, além dos principais depósitos aurífe-
auríferos. Novamente, provavelmente devido às ros. A análise dos mapas de distribuição do Sb em
razões já comentadas anteriormente, o mapa de solo e sedimento de corrente mostra que o Qua-
distribuição em sedimento de corrente indica os drilátero Ferrífero apresenta, quase que na sua
depósitos auríferos de maneira mais eficiente que totalidade, altos valores de Sb. Novamente, pro-
o mapa de solo. vavelmente devido às razões já comentadas ante-
Segundo Boyle (1979), o antimônio apresen- riormente, o mapa de distribuição em sedimento
ta enriquecimento na maior parte dos depósitos de corrente indica os depósitos auríferos de ma-
auríferos hipógenos e nos depósitos tipo veio e neira mais eficiente que o mapa de solo.

60
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.3.3a - Distribuição do Au em solo e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3b - Distribuição do Au em sedimento de corrente e as principais minas de Au.

61
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.3c - Distribuição do As em solo e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3d - Distribuição do As em sedimento de corrente e as principais minas de Au.

62
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.3.3e - Distribuição do Sb em solo e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3f - Distribuição de Sb em sedimento de corrente e as principais minas de Au.

Ainda segundo Boyle (1979), o cobre é um os elementos citados anteriormente. Nota-se que há
associado constante do ouro em todos os tipos de duas situações no que diz respeito à relação Au-Cu: (1)
depósito, mas na maioria dos depósitos de ouro- minas de Au coincidentes com áreas anômalas para
-quartzo os teores são baixos. Cu; e (2) minas de Au coincidentes com áreas de baixo
O cobre (Figuras 3.3.3g e 3.3.3h) apresenta teor em Cu. Este fato sugere que fluidos mineralizan-
regiões anômalas mais restritas e segmentadas que tes de composição distinta atuaram na área estudada.

63
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.3g - Distribuição do Cu em solo e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3h - Distribuição do Cu em sedimento de corrente e as principais minas de Au.

A prata é um elemento constantemente junto à fonte primária, a prata apresenta uma ten-
associado ao Au em todos os tipos de depósitos dência maior em entrar em solução (Bowell, 1992,
primários; porém, a correlação entre suas concen- Gray et al., 1992; Thornber, 1992). A eficácia da Ag
trações é bastante variável nos depósitos (Boyle, como farejadora de depósitos auríferos nem sem-
1979). Já no ambiente supérgeno, o comportamen- pre é elevada.
to desses metais é distinto. Enquanto o ouro possui As Figuras 3.3.3i e 3.3.3j mostram que várias mi-
um caráter mais imóvel, tendendo a permanecer nas de Au coincidem com regiões de baixos teores de Ag.

64
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.3.3i - Distribuição da Ag em solo e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3j - Distribuição da Ag em sedimento de corrente e as principais minas de Au.

O zinco está presente em quase todos os As Figuras 3.3.3k e 3.3.3l mostram que várias
depósitos auríferos, podendo apresentar concen- minas de Au coincidem com regiões de baixos teores
trações bastante variáveis. Com o intemperismo
de Zn. Porém, no setor SE do Quadrilátero Ferrífero
o zinco normalmente tende a se separar do Au,
migrando para outros locais junto com as águas me- há várias minas sobre zona de alta concentração de
teóricas (Boyle, 1979). Zn em solo.

65
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.3k - Distribuição da Zn em solo e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3l - Distribuição do Zn em sedimento de corrente e as principais minas de Au.

O Fator 7 obtido através da Análise de Princi- 7. Considera-se que este comportamento se deve ao
pais Componentes para as amostras de solo reúne espaçamento utilizado à representatividade do solo
três elementos tradicionalmente ligados a depósi- como meio de amostragem e/ou a presença de dife-
tos de ouro (Sb-As-Au). A Figura 3.3.3m apresenta
rentes fluídos mineralizantes. Acredita-se que com a
a distribuição do Fator 7 nas amostras de solo e as
principais minas de ouro. Varias minas cadastradas utilização de uma malha de amostragem mais fecha-
estão sobrepostas a áreas com baixo valor para o Fa- da esta técnica de produção de mapas geoquímicos
tor 7. Por outro lado, depósitos importantes acham- fornecerá produtos mais interessantes para a explo-
-se sobre porções com valores elevados para o Fator ração mineral.

66
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.3.3m - Distribuição do Fator 7 no solo e as principais minas de Au.

O Fator 5 obtido através da Análise de Princi- O Fator 10 obtido através da Análise de Prin-
pais Componentes para as amostras de sedimento cipais Componentes para as amostras de sedimento
de corrente reúne Au-Ag. A Figura 3.3.3n apresenta
a distribuição do Fator 5 nas amostras de sedimento de corrente apresenta a associação As-Se, elementos
de corrente e as principais minas de ouro. tradicionalmente associados a depósitos auríferos. A

Figura 3.3.3n - Distribuição do Fator 5 no sedimento de corrente e as principais minas de Au.

67
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.3o - Distribuição do Fator 10 no sedimento de corrente e as principais minas de Au.

Figura 3.3.3o apresenta a distribuição do Fator 10 nas A Figura 3.3.3p mostra a distribuição do Fator 12
amostras de sedimento de corrente e as principais em sedimento corrente (associação Zn- Cd) que apre-
minas de ouro. A maior parte das minas cadastradas senta concordância entre valores e algumas minas de
Au. Segmento Boyle (1979) o Cd segue o Zn de perto
mostra boa coincidência com regiões que apresen- em depósitos hipógenos de ouro, particularmente nos
tam altos valores para este Fator, sugerindo ser esta minerais esfalerita, tetra hedrita e Tennantita. Alguns
a ferramenta multielementar mais interessante na destes minerais foram observados em depósitos no
busca de depósitos auríferos na região estudada. Quadrilátero ferrífero (por exemplo, Pereira, 1996).

Figura 3.3.3p - Distribuição do Fator 12 no sedimento de corrente e principais minas de Au.

68
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

3.3.4 - Pedras Coradas área ocorrem 30 garimpos e 9 minas de pedras cora-


das (principais produtos: água-marinha, alexandrita,
ametista, esmeralda, cristal de rocha e topázio).
A região de Coronel Fabriciano, localizada na
porção nordeste deste projeto é entendida por Netto Segundo Pinto et al. (1997), os pegmatitos
et al. (1998) como integrante do Campo Pegmatíti- mineralizados são principalmente complexos e zo-
co Itabira-Ferros, na Província Pegmatítica Oriental. nados. As mineralizações ocorrem em geodos irre-
Esta área “é caracterizada por uma sequência vul- gulares, associados com turmalina preta, por vezes
canossedimentar e por um evento granítico Paleo- com alguns metros de diâmetro. As melhores gemas
proterozóico correlacionado à Suíte Borrachudos”. ocorrem dentro dos geodos.
Segundo estes autores, na área afloram diversos cor- Os garimpos e minas cadastrados apresentam
pos pegmatíticos sendo que os pegmatitos minerali- coincidência razoável com áreas anômalas apresen-
zados situam-se nas proximidades dos contatos dos tadas nos mapas geoquímicos de solo para Nb (Figu-
granitos com os xistos ultramáficos e gnáisses. Nesta ra 3.3.4a) e Sn (Figura 3.3.4b).

Figura 3.3.4a - Distribuição de Nb em solo e principais garimpos e minas de pedras coradas.

Figura 3.3.4b - Distribuição de Sn em solo e principais garimpos e minas de pedras coradas.

69
Informe de Recursos Minerais

As minas e garimpos cadastrados apresen- melhor resultado na discriminação das mineraliza-


tam boa correlação com valores elevados para o ções de pedras coradas são: Bi (Figura 3.3.4d), Nb
Fator 3 calculado para amostras de solo (Figura (Figura 3.3.4e) e Sn (Figura 3.3.4f).
3.3.4c). A resposta do Fator 3 mostra-se superior
àquelas apresentadas pelos mapas unielementares. O mapa multielementar que melhor represen-
Considerando o sedimento de corrente, os ta as mineralizações de pedra corada em sedimento
mapas de elementos individuais que apresentam de corrente é o do Fator 8 (Figura 3.3.4g).

Figura 3.3.4c - Distribuição do Fator 3 no solo e minas e garimpos de pedras coradas.

Figura 3.3.4d - Distribuição do Bi no sedimento de corrente e minas e garimpos de pedras coradas.

70
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Figura 3.3.4e - Distribuição do Nb no sedimento de corrente e minas e garimpos de pedras coradas.

Figura 3.3.4f - Distribuição do Sn no sedimento de corrente e minas e garimpos de pedras coradas.

71
Informe de Recursos Minerais

Figura 3.3.4g - Distribuição do Fator 8 no sedimento de corrente e minas e garimpos de pedras coradas.

72
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

4 — CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O Projeto Mapeamento Geoquímico do Qua- solo e/ou Fator 3 (Sc-V-Ga-Al) nas amostras de
drilátero Ferrífero e seu Entorno demonstrou que sedimento de corrente.
levantamentos geoquímicos regionais são uma 7. áreas com substrato de rochas máficas/ultra-
ferramenta poderosa no auxílio a pesquisa mine- máficas (incluindo xistos) são definidas por al-
ral, no mapeamento geológico, além de contribuir tos valores do Fator 10 (Cr-Ni) nas amostras de
para estudos de caráter ambiental e para o desen- solo e/ou Fator 2 (Ni-Cr-Co-Mg) nas amostras
volvimento sustentável. de sedimento de corrente.
Apesar da intensa atividade mineira, agrícola 8. áreas portadoras de mineralizações ferríferas
e industrial existente na região estudada, os resul- e manganesíferas estão caracterizadas nos
tados geoquímicos obtidos neste trabalho guardam mapas geoquímicos de Fe e Mn, respectiva-
mente. Nos mapas de solo, as minas conhe-
forte ligação com o substrato geológico. Isto deve ser
cidas estão parcialmente coincidentes com
levado em consideração para a definição de “áreas áreas de alta concentração destes metais.
contaminadas” pelas autoridades regulatórias. Isto se deve provavelmente pelo grande espa-
Este projeto fornece um importante Banco de çamento entre as estações de amostragem.
Dados contendo resultados analíticos oriundos de Nos mapas geoquímicos de Fe e Mn em sedi-
amostras de solos e sedimentos ativos de corrente mento de corrente a coincidência entre áreas
para estudos futuros, oferecendo um retrato atual de altos valores destes metais e as respectivas
mineralizações é bastante boa.
da composição química e da distribuição dos ele-
mentos nestes materiais. Verificou-se que: 9. As mineralizações auríferas conhecidas, a exem-
plo das mineralizações de Fe e Mn, apresentam
maior coincidência com áreas de altos valores
1. Amostras de solo - horizonte B, fração < 80# - nos mapas geoquímicos elaborados a partir dos
constituem um meio de amostragem eficiente sedimentos de corrente do que em mapas de
para trabalhos de mapeamento geoquímico; solos. Isto se aplica para Au, As, Sb e Ag;
2. Amostras de sedimento ativo de corrente - 10. Os mapas de cobre e zinco elaborados a partir das
fração < 80# - constituem um meio de amos- amostras de solo indicam que há um zonamento
tragem eficiente para trabalhos de mapea- composicional nas mineralizações auríferas conhe-
mento geoquímico; cidas no QF. Isto pode indicar que fluidos minerali-
3. O espaçamento da malha de amostragem tem zantes de composição distinta atuaram na região;
influência direta na discriminação de proces- 11. O Fator 7 (Sb-As-Au) para amostras de solo é
sos geoquímicos e na sua representação em um forte indicador da presença de processos
mapa. O espaçamento utilizado é determinan- mineralizantes para Au. Não se observa coinci-
te na definição das áreas anômalas; dência total entre mineralizações conhecidas e
4. Características básicas ligadas a litologia (por áreas de altos valores para o Fator 7. Isto pode
exemplo, rochas félsicas, rochas máficas, ro- ser reflexo da malha de amostragem e de ca-
chas ultramáficas) e a mineralização (por racterísticas intrínsecas do meio amostral.
exemplo, Au e processos de alteração hidro- 12. O Fator 5 (Au-Ag) e o Fator 10 (As-Se) para
termal) podem ser determinadas a partir da amostras de sedimento de corrente são for-
amostragem de solo e sedimento de corrente; tes indicadores de mineralizações auríferas. O
5. áreas com substrato de rochas félsicas (in- Fator 10 (As-Se) apresentou as maiores coin-
cluindo pegmatitos mineralizados com pe- cidências com as mineralizações presentes no
dras coradas) são definidas por altos valores banco de dados utilizado por este projeto;
do Fator 1 (Rb-Tl-Cs-K) e/ou Fator 3 (Nb-Mo- 13. As concentrações de ouro e seus farejadores
-Ce-Ga) e/ou Fator 8 (U-Th) nas amostras de encontradas na área estudada sugerem que
solo e/ou Fator 1 (Cs-Li-Tl-Rb-Be) e/ou Fator algumas regiões que atualmente não apresen-
4 (Th-La-Ce-y) e/ou Fator 8 (Nb-Sn) nas amos- tam ocorrências conhecidas de Au podem hos-
tras de sedimento de corrente. pedar mineralizações auríferas; e
6. áreas com substrato portador de rochas má- 14. Informações geoquímicas de solo e sedimento
ficas (incluindo diques máficos cortando ou- de corrente podem fornecer informações im-
tros tipos rochosos) são definidas por altos portantes para a avaliação, monitoramento e
valores do Fator 2 (V-Sc-Ti-P) nas amostras de gerenciamento de recursos naturais.

73
Informe de Recursos Minerais

Fornecer dados geológicos de alta qualidade efeitos sobre as pessoas e ecossistemas. Portanto,
reduz os custos e riscos envolvidos na exploração mi- cada vez mais é necessário que as informações geo-
neral. Mapas geoquímicos fornecem informações im- lógicas cheguem aos tomadores de decisão.
portantes para a indústria mineral focar melhor seus Atualmente as empresas de mineração bra-
investimentos em áreas cujo potencial mineral seja sileiras têm a consciência de que o meio-ambiente
mais elevado, aumentando as chances de se descobrir está profundamente ligado ao desenvolvimento eco-
novas jazidas minerais, Ações necessárias para alavan- nômico e ao sucesso empresarial. O mapeamento
car a geração de emprego/renda e o desenvolvimento geoquímico é uma ferramenta que contribui para o
sustentável, além de gerar divisas para o país. avanço do conhecimento dos processos geológicos,
A demanda crescente por recursos minerais, para a descoberta de novos recursos naturais e para
energia, água e outros materiais por parte da socie- sua utilização de maneira sustentável. Portanto, o go-
dade brasileira é cada dia maior. O gerenciamento verno federal deve estender a execução de projetos
eficiente do uso e ocupação do solo por parte das similares ao aqui apresentado para outras áreas de
autoridades depende do conhecimento da estrutura, relevante interesse mineral, a exemplo das demais
composição e dinâmica da crosta terrestre e de seus Províncias Minerais existentes no Brasil.

74
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

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77
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

LISTAGEM DOS INFORMES DE RECURSOS MINERAIS

79
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

SÉRIE METAIS DO GRUPO DA PLATINA E ASSOCIADOS


Nº 01 - Mapa de Caracterização das áreas de Trabalho (Escala 1:7.000.000), 1996.
Nº 02 - Mapa Geológico Preliminar da Serra do Colorado - Rondônia e Síntese Geológico-Meta-logenética, 1997.
Nº 03 - Mapa Geológico Preliminar da Serra Céu Azul - Rondônia, Prospecção Geoquímica e Síntese
Geológico-Metalogenética, 1997.
Nº 04 - Síntese Geológica e Prospecção por Concentrados de Bateia nos Complexos Canabrava e Barro Alto - Goiás,
1997.
Nº 05 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da área Migrantinópolis - Rondô-nia, 2000.
Nº 06 - Geologia e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da área Corumbiara/Chupinguaia - Rondô-nia, 2000.
Nº 07 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da área Serra Azul - Rondônia, 2000.
Nº 08 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Rio Branco/Alta Floresta - Rondônia, 2000.
Nº 09 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Santa Luzia - Rondônia, 2000.
Nº 10 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Nova Brasilândia - Rondônia, 2000.
Nº 11 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica da área Rio Madeirinha - Mato Grosso, 2000.
Nº 12 - Síntese Geológica e Prospectiva das áreas Pedra Preta e Cotingo - Roraima, 2000.
Nº 13 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Santa Bárbara - Goiás, 2000.
Nº 14 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Barra da Gameleira - Tocantins, 2000.
Nº 15 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Córrego Seco - Goiás, 2000.
Nº 16 - Síntese Geológica e Resultados Prospectivos da área São Miguel do Guaporé - Rondô-nia, 2000.
Nº 17 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Cana Brava - Goiás, 2000.
Nº 18 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Cacoal - Rondônia, 2000.
Nº 19 - Geologia e Resultados Prospectivos das áreas Morro do Leme e Morro Sem Boné - Mato Grosso, 2000.
Nº 20 - Geologia e Resultados Prospectivos das áreas Serra dos Pacaás Novos e Rio Cautário - Rondônia, 2000.
Nº 21 - Aspectos Geológicos, Geoquímicos e Potencialidade em Depósitos de Ni-Cu-EGP do Magmatismo da
Bacia do Paraná - 2000.
Nº 22 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Tabuleta - Mato Grosso, 2000.
Nº 23 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Rio Alegre - Mato Grosso, 2000.
Nº 24 - Geologia e Resultados Prospectivos da área Figueira Branca/Indiavaí - Mato Grosso, 2000.
Nº 25 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar das áreas Jaburu, Caracaraí, Alto Tacutu e
Amajari - Roraima, 2000.
Nº 26 - Prospecção Geológica e Geoquímica no Corpo Máfico-Ultramáfico da Serra da Onça - Pará, 2001.
Nº 27 - Prospecção Geológica e Geoquímica nos Corpos Máfico-Ultramáficos da Suíte Intrusiva Cateté -
Pará, 2001.
Nº 28 - Aspectos geológicos, Geoquímicos e Metalogenéticos do Magmatismo Básico/Ultrabá-sico do
Estado de Rondônia e área Adjacente, 2001.
Nº 29 - Geological, Geochemical and Potentiality Aspects of Ni-Cu-PGE Deposits of the Paraná Basin
Magmatism, 2001.
Nº 30 – Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica da área Barro Alto – Goiás, 2010.

SÉRIE MAPAS TEMÁTICOS DE OURO - ESCALA 1:250.000


Nº 01 - área GO-09 Aurilândia/Anicuns - Goiás, 1995.
Nº 02 - área RS-01 Lavras do Sul/Caçapava do Sul - Rio Grande do Sul, 1995.
Nº 03 - área RO-01 Presidente Médici - Rondônia, 1996.
Nº 04 - área SP-01 Vale do Ribeira - São Paulo, 1996.
Nº 05 - área PA-15 Inajá - Pará, 1996.
Nº 06 - área GO-05 Luziânia - Goiás, 1997.
Nº 07 - área PA-01 Paru - Pará, 1997.
Nº 08 - área AP-05 Serra do Navio/Cupixi - Amapá, 1997.
Nº 09 - área BA-15 Cariparé - Bahia, 1997.
Nº 10 - área GO-01 Crixás/Pilar - Goiás, 1997.
Nº 11 - área GO-02 Porangatu/Mara Rosa - Goiás, 1997
Nº 12 - área GO-03 Niquelândia - Goiás, 1997.
Nº 13 - área MT-01 Peixoto de Azevedo/Vila Guarita - Mato Grosso, 1997.
Nº 14 - área MT-06 Ilha 24 de Maio - Mato Grosso, 1997.
Nº 15 - área MT-08 São João da Barra - Mato Grosso/Pará, 1997.

81
Informe de Recursos Minerais

Nº 16 - área RO-02 Jenipapo/Serra Sem Calça - Rondônia, 1997.


Nº 17 - área RO-06 Guaporé/Madeira - Rondônia, 1997.
Nº 18 - área RO-07 Rio Madeira - Rondônia, 1997.
Nº 19 - área RR-01 Uraricaá - Roraima, 1997.
Nº 20 - área AP-03 Alto Jari - Amapá/Pará, 1997.
Nº 21 - área CE-02 Várzea Alegre/Lavras da Mangabeira/Encanto - Ceará, 1997.
Nº 22 - área GO-08 Arenópolis/Amorinópolis - Goiás, 1997.
Nº 23 - área PA-07 Serra Pelada - Pará, 1997.
Nº 24 - área SC-01 Botuverá/Brusque/Gaspar - Santa Catarina, 1997.
Nº 25 - área AP-01 Cassiporé - Amapá, 1997.
Nº 26 - área BA-04 Jacobina Sul - Bahia, 1997.
Nº 27 - área PA-03 Cuiapucu/Carará - Pará/Amapá, 1997.
Nº 28 - área PA-10 Serra dos Carajás - Pará, 1997.
Nº 29 - área AP-04 Tumucumaque - Pará, 1997.
Nº 30 - área PA-11 Xinguara - Pará, 1997.
Nº 31 - área PB-01 Cachoeira de Minas/Itajubatiba/Itapetim - Paraíba/Pernambuco, 1997.
Nº 32 - área AP-02 Tartarugalzinho - Amapá, 1997.
Nº 33 - área AP-06 Vila Nova/Iratapuru - Amapá, 1997.
Nº 34 - área PA-02 Ipitinga - Pará/Amapá, 1997.
Nº 35 - área PA-17 Caracol - Pará, 1997.
Nº 36 - área PA-18 Vila Riozinho - Pará, 1997.
Nº 37 - área PA-19 Rio Novo - Pará, 1997.
Nº 38 - área PA-08 São Félix - Pará, 1997.
Nº 39 - área PA-21 Marupá - Pará, 1998.
Nº 40 - área PA-04 Três Palmeiras/Volta Grande - Pará, 1998.
Nº 41 - área TO-01 Almas/Natividade - Tocantins, 1998.
Nº 42 - área RN-01 São Fernando/Ponta da Serra/São Francisco - Rio Grande do Norte/Paraíba, 1998.
Nº 43 - área GO-06 Cavalcante - Goiás/Tocantins, 1998.
Nº 44 - área MT-02 Alta Floresta - Mato Grosso/Pará, 1998.
Nº 45 - área MT-03 Serra de São Vicente - Mato Grosso, 1998.
Nº 46 - área AM-04 Rio Traíra - Amazonas, 1998.
Nº 47 - área GO-10 Pirenópolis/Jaraguá - Goiás, 1998.
Nº 48 - área CE-01 Reriutaba/Ipu - Ceará, 1998.
Nº 49 - área PA-06 Manelão - Pará, 1998.
Nº 50 - área PA-20 Jacareacanga - Pará/Amazonas, 1998.
Nº 51 - área MG-07 Paracatu - Minas Gerais, 1998.
Nº 52 - área RO-05 Colorado - Rondônia/Mato Grosso, 1998.
Nº 53 - área TO-02 Brejinho de Nazaré - Tocantins, 1998.
Nº 54 - área RO-04 Porto Esperança - Rondônia, 1998.
Nº 55 - área RO-03 Parecis - Rondônia, 1998.
Nº 56 - área RR-03 Uraricoera - Roraima, 1998.
Nº 57 - área GO-04 Goiás - Goiás, 1998.
Nº 58 - área MA-01 Belt do Gurupi - Maranhão/Pará, 1998.
Nº 59 - área MA-02 Aurizona/Carutapera - Maranhão/Pará, 1998.
Nº 60 - área PE-01 Serrita - Pernambuco, 1998.
Nº 61 - área PR-01 Curitiba/Morretes - Paraná, 1998.
Nº 62 - área MG-01 Pitangui - Minas Gerais, 1998.
Nº 63 - área PA-12 Rio Fresco - Pará, 1998.
Nº 64 - área PA-13 Madalena - Pará, 1998.
Nº 65 - área AM-01 Parauari - Amazonas/Pará, 1999.
Nº 66 - área BA-01 Itapicuru Norte - Bahia, 1999.
Nº 67 - área RR-04 Quino Maú - Roraima, 1999.
Nº 68 - área RR-05 Apiaú - Roraima, 1999.
Nº 69 - área AM 05 Gavião/Dez Dias - Amazonas, 1999.
Nº 70 - área MT-07 Araés/Nova Xavantina - Mato Grosso, 2000.

82
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Nº 71 - área AM-02 Cauaburi - Amazonas, 2000.


Nº 72 - área RR-02 Mucajaí - Roraima, 2000.
Nº 73 - área RR-06 Rio Amajari - Roraima, 2000.
Nº 74 - área BA-03 Jacobina Norte - Bahia, 2000.
Nº 75 - área MG-04 Serro - Minas Gerais, 2000.
Nº 76 - área BA-02 Itapicuru Sul - Bahia, 2000.
Nº 77 - área MG-03 Conselheiro Lafaiete - Minas Gerais, 2000.
Nº 78 - área MG-05 Itabira - Minas Gerais, 2000.
Nº 79 - área MG-09 Riacho dos Machados - Minas Gerais, 2000.
Nº 80 - área BA-14 Correntina - Bahia, 2000.
Nº 81 - área BA-12 Boquira Sul - Bahia, 2000.
Nº 82 - área BA-13 Gentio do Ouro - Bahia, 2000.
Nº 83 - área BA-08 Rio de Contas/Ibitiara Sul - Bahia, 2000.
Nº 84 - área MT-05 Cuiabá/Poconé - Mato Grosso, 2000.
Nº 85 - área MT-04 Jauru/Barra dos Bugres - Mato Grosso, 2000.

SÉRIE OURO - INFORMES GERAIS


Nº 01 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1996.
Nº 02 - Programa Nacional de Prospecção de Ouro - Natureza e Métodos, 1998.
Nº 03 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1998.
Nº 04 - Gold Prospecting National Program - Subject and Methodology, 1998.
Nº 05 - Mineralizações Auríferas da Região de Cachoeira de Minas – Municípios de Manaíra e Princesa Isabel
- Paraíba,1998.
Nº 06 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 2000.
Nº 07 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Minas
do Camaquã - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 08 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Ibaré -
Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 09 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea
Caçapava do Sul - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 10 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Passo
do Salsinho - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 11 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea
Marmeleiro - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 12 - Map of Gold Production and Reserves of Brazil (1:7.000.000 Scale), 2000
Nº 13 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea
Cambaizinho - Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 14 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Passo
do Ivo - Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 15 - Resultados da Prospecção para Ouro na área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Batovi -
Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 16 – Projeto Metalogenia da Província Aurífera Juruena-Teles Pires, Mato Grosso – Goiânia, 2008.
Nº 17 – Metalogenia do Distrito Aurífero do Rio Juma, Nova Aripuanã, Manaus, 2010.

SÉRIE INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA


Nº 01 - Mapa Síntese do Setor de Fertilizantes Minerais (NPK) no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1997.
Nº 02 - Fosfato da Serra da Bodoquena - Mato Grosso do Sul, 2000.
Nº 03 - Estudo do Mercado de Calcário para Fins Agrícolas no Estado de Pernambuco, 2000.
Nº 04 - Mapa de Insumos Minerais para Agricultura e áreas Potenciais nos Estados de Pernambuco, Alagoas,
Paraíba e Rio Grande do Norte, 2001.
Nº 05 - Estudo dos Níveis de Necessidade de Calcário nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio
Grande do Norte, 2001.
Nº 06 - Síntese das Necessidades de Calcário para os Solos dos Estados da Bahia e Sergipe, 2001.
Nº 07 - Mapa de Insumos Minerais para Agricultura e áreas Potenciais de Rondônia, 2001.
Nº 08 - Mapas de Insumos Minerais para Agricultura nos Estados de Amazonas e Roraima, 2001.

83
Informe de Recursos Minerais

Nº 09 - Mapa-Síntese de Jazimentos Minerais Carbonatados dos Estados da Bahia e Sergipe, 2001.


Nº 10 - Insumos Minerais para Agricultura e áreas Potenciais nos Estados do Pará e Amapá, 2001.
Nº 11 - Síntese dos Jazimentos, áreas Potenciais e Mercado de Insumos Minerais para Agricultura no Estado da
Bahia, 2001.
Nº 12 - Avaliação de Rochas Calcárias e Fosfatadas para Insumos Agrícolas do Estado de Mato Grosso, 2008.
Nº 13 - Projeto Fosfato Brasil – Parte I, 2011.
Nº 14 – Projeto Fosfato Brasil – Estado de Mato Grosso – áreas Araras/Serra do Caeté e Planalto da Serra, 2011.

SÉRIE PEDRAS PRECIOSAS


Nº 01 - Mapa Gemológico da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, 1997.
Nº 02 - Mapa Gemológico da Região Lajeado/Soledade/Salto do Jacuí - Rio Grande do Sul, 1998
Nº 03 - Mapa Gemológico da Região de Ametista do Sul - Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 04 - Recursos Gemológicos dos Estados do Piauí e Maranhão, 1998.
Nº 05 - Mapa Gemológico do Estado do Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 06 - Mapa Gemológico do Estado de Santa Catarina, 2000.
Nº 07 - Aspectos da Geologia dos Pólos Diamantíferos de Rondônia e Mato Grosso – O Fórum de Juína –
Projeto Diamante, Goiânia, 2010.

SÉRIE OPORTUNIDADES MINERAIS - EXAME ATUALIZADO DE PROJETO


Nº 01 - Níquel de Santa Fé - Estado de Goiás, 2000.
Nº 02 - Níquel do Morro do Engenho - Estado de Goiás, 2000.
Nº 03 - Cobre de Bom Jardim - Estado de Goiás, 2000.
Nº 04 - Ouro no Vale do Ribeira - Estado de São Paulo, 1996.
Nº 05 - Chumbo de Nova Redenção - Estado da Bahia, 2001.
Nº 06 - Turfa de Caçapava - Estado de São Paulo, 1996.
Nº 08 - Ouro de Natividade - Estado do Tocantins, 2000.
Nº 09 - Gipsita do Rio Cupari - Estado do Pará, 2001.
Nº 10 - Zinco, Chumbo e Cobre de Palmeirópolis - Estado de Tocantins, 2000.
Nº 11 - Fosfato de Miriri - Estados de Pernambuco e Paraíba, 2001.
Nº 12 - Turfa da Região de Itapuã - Estado do Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 13 - Turfa de águas Claras - Estado do Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 14 - Turfa nos Estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, 2001.
Nº 15 - Nióbio de Uaupés - Estado do Amazonas, 1997.
Nº 16 - Diamante do Rio Maú - Estado da Roraima, 1997.
Nº 18 - Turfa de Santo Amaro das Brotas - Estado de Sergipe, 1997.
Nº 19 - Diamante de Santo Inácio - Estado da Bahia, 2001.
Nº 21 - Carvão nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1997.
Nº 22 - Coal in the States of Rio Grande do Sul and Santa Catarina, 2000.
Nº 23 - Kaolin Exploration in the Capim River Region - State of Pará - Executive Summary, 2000.
Nº 24 - Turfa de São José dos Campos - Estado de São Paulo, 2002.
Nº 25 - Lead in Nova Redenção - Bahia State, Brazil, 2001.

SÉRIE DIVERSOS
Nº 01 - Informe de Recursos Minerais - Diretrizes e Especificações - Rio de Janeiro, 1997.
Nº 02 - Argilas Nobres e Zeolitas na Bacia do Parnaíba - Belém, 1997.
Nº 03 - Rochas Ornamentais de Pernambuco - Folha Belém do São Francisco - Escala 1:250.000 - Recife, 2000.
Nº 04 - Substâncias Minerais para Construção Civil na Região Metropolitana de Salvador e Adjacências -
Salvador, 2001.

SÉRIE RECURSOS MINERAIS MARINHOS


Nº 01 - Potencialidade dos Granulados Marinhos da Plataforma Continental Leste do Ceará – Recife, 2007.

84
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

SÉRIE ROCHAS E MINERAIS INDUSTRIAIS

Nº 01 - Projeto Materiais de Construção na área Manacapuru-Iranduba-Manaus-Careiro (Domínio Baixo


Solimões) – Manaus, 2007.
Nº 02 - Materiais de Construção Civil na região Metropolitana de Salvador – Salvador, 2008.
Nº 03 - Projeto Materiais de Construção no Domínio Médio Amazonas – Manaus, 2008.
Nº 04 - Projeto Rochas Ornamentais de Roraima – Manaus, 2009.
Nº 05 - Projeto Argilas da Bacia Pimenta Bueno – Porto Velho, 2010.
Nº 06 - Projeto Quartzo Industrial Dueré-Cristalândia – Goiânia, 2010.
Nº 07 - Materiais de Construção Civil da Região Metropolitana de Aracaju – Salvador, 2011.
Nº 08 - Rochas Ornamentais no Noroeste do Estado do Espírito Santo – Rio de Janeiro, 2012.
Nº 09 - Projeto Insumos Minerais para a Construção Civil na Região Metropolitana do Recife – Recife, 2012
Nº 10 - Materiais de Construção Civil da Região Metropolitana de Porto Velho - Porto Velho, 2013.

SÉRIE METAIS - INFORMES GERAIS


Nº 01 - Projeto BANEO - Bacia do Camaquã - Metalogenia das bacias Neoproterozóico-eopaleozóicas do sul
do Brasil, 2008.
Nº 02 - Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno - Belo Horizonte, 2014.

85
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

ANEXO I
MAPAS DE SOLO

87
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

89
Informe de Recursos Minerais

90
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

91
Informe de Recursos Minerais

92
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

93
Informe de Recursos Minerais

94
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

95
Informe de Recursos Minerais

96
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

97
Informe de Recursos Minerais

98
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

99
Informe de Recursos Minerais

100
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

101
Informe de Recursos Minerais

102
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

103
Informe de Recursos Minerais

104
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

105
Informe de Recursos Minerais

106
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

107
Informe de Recursos Minerais

108
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

109
Informe de Recursos Minerais

110
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

111
Informe de Recursos Minerais

112
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

113
Informe de Recursos Minerais

114
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

115
Informe de Recursos Minerais

116
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

117
Informe de Recursos Minerais

118
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

119
Informe de Recursos Minerais

120
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

121
Informe de Recursos Minerais

122
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

123
Informe de Recursos Minerais

124
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

125
Informe de Recursos Minerais

126
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

127
Informe de Recursos Minerais

128
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

129
Informe de Recursos Minerais

130
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

131
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

ANEXO II
MAPAS DE SEDIMENTOS DE CORRENTE

133
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

135
Informe de Recursos Minerais

136
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

137
Informe de Recursos Minerais

138
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

139
Informe de Recursos Minerais

140
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

141
Informe de Recursos Minerais

142
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

143
Informe de Recursos Minerais

144
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

145
Informe de Recursos Minerais

146
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

147
Informe de Recursos Minerais

148
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

149
Informe de Recursos Minerais

150
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

151
Informe de Recursos Minerais

152
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

153
Informe de Recursos Minerais

154
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

155
Informe de Recursos Minerais

156
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

157
Informe de Recursos Minerais

158
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

159
Informe de Recursos Minerais

160
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

161
Informe de Recursos Minerais

162
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

163
Informe de Recursos Minerais

164
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

165
Informe de Recursos Minerais

166
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

167
Informe de Recursos Minerais

168
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

169
Informe de Recursos Minerais

170
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

171
Informe de Recursos Minerais

172
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

173
Informe de Recursos Minerais

174
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

175
Informe de Recursos Minerais

176
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

177
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

ANEXO III
MAPAS DOS FATORES SOLO

• Fator 1 - [Rb-Tl-Cs-K]

• Fator 2 - [V-Sc-Ti-P]

• Fator 3 - [Nb-Mo-Ce-Ga]

• Fator 4 - [Zr-Hf-Al]Fator 5 - [Ca-Sr]

• Fator 6 - [La-y-Mg-Ba-Li]

• Fator 7 - [Sb-AS-Au]

• Fator 8 - [U-Th]

• Fator 9 - (Mn-Cd]

• Fator 10 - [Cr-Ni]

• Fator 11 - [Cu-Zn]

• Fator 12 - [Bi]

• Fator 13 - [Hg-Se]

179
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 1 - [Rb-Tl-Cs-K]

181
Informe de Recursos Minerais

Fator 2 - [V-Sc-Ti-P]

182
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 3 - [Nb-Mo-Ce-Ga]

183
Informe de Recursos Minerais

Fator 4 - [Zr-Hf-Al]

184
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 5 - [Ca-Sr]

185
Informe de Recursos Minerais

Fator 6 - [La-Y-Mg-Ba-Li]

186
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 7 - [Sb-AS-Au]

187
Informe de Recursos Minerais

Fator 8 - [U-Th]

188
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 9 - (Mn-Cd]

189
Informe de Recursos Minerais

Fator 10 - [Cr-Ni]

190
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 11 - [Cu-Zn]

191
Informe de Recursos Minerais

Fator 12 - [Bi]

192
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 13 - [Hg-Se]

193
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

ANEXO IV
MAPAS DOS FATORES SEDIMENTO
DE CORRENTE

• Fator 1 - [Cs-Li-Tl-Rb-Be]

• Fator 2 - [Ni-Cr-Co-Mg]

• Fator 3 - [Sc-V-Ga-Al]

• Fator 4 - [Th-La-Ce-y]

• Fator 5 - [Au-Ag]

• Fator 6 - [Zr-Hf]

• Fator 7 - [Sr-Ca]

• Fator 8 - [Nb-Sn]

• Fator 9 - [Mn-Ba-Fe]

• Fator 10 - [As-Se]

• Fator 11 - [Ti-K]

• Fator 12 - [Zn-Cd]

195
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 1 - [Cs-Li-Tl-Rb-Be]

197
Informe de Recursos Minerais

Fator 2 - [Ni-Cr-Co-Mg]

198
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 3 - [Sc-V-Ga-Al]

199
Informe de Recursos Minerais

Fator 4 - [Th-La-Ce-Y]

200
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 5 - [Au-Ag]

201
Informe de Recursos Minerais

Fator 6 - [Zr-Hf]

202
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 7 - [Sr-Ca]

203
Informe de Recursos Minerais

Fator 8 - [Nb-Sn]

204
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 9 - [Mn-Ba-Fe]

205
Informe de Recursos Minerais

Fator 10 - [As-Se]

206
Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno

Fator 11 - [Ti-K]

207
Informe de Recursos Minerais

Fator 12 - [Zn-Cd]

208
ISBN 978-85-7499-153-5

9 788574 991535

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