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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

Ministro de Estado
Bento Albuquerque
Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Pedro Paulo Dias Mesquita

SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM


DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor Presidente
Esteves Pedro Colnago
Diretor de Geologia e Recursos Minerais
Márcio José Remédio
Diretora de Hidrologia e Gestão Territorial
Alice Silva de Castilho
Diretor de Infraestrutura Geocientífica
Paulo Afonso Romano
Diretor de Administração e Finanças
Cassiano de Souza Alves
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Chefe do Departamento de Recursos Minerais
Marcelo Esteves Almeida
Chefe da Divisão de Minerais e Rochas Industriais
Michel Marques Godoy
Chefe da Divisão de Projetos Especiais e Minerais
Estratégicos
Ioná de Abreu Cunha
Chefe da Divisão de Geologia Econômica
Felipe Mattos Tavares
Chefe da Divisão de Economia Mineral e Geologia
Exploratória
Ruben Sardou Filho
Chefe do Departamento de Geologia
Lúcia Travassos da Rosa Costa
Chefe da Divisão de Geologia Básica
Vladimir Cruz de Medeiros
Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica
Luiz Gustavo Rodrigues Pinto
Chefe do Departemento de Informações Institucionais
Edgar Shinzato
Chefe da Divisão de Geoprocessamento
Hiran Silva Dias
Chefe da Divisão de Cartografia
Fábio Silva da Costa
Chefe do Divisão de Documentação Técnica
Roberta Pereira da Silva de Paula
Chefe do Departamento de Relações Institucionais e
Divulgação
Patrícia Duringer Jacques
Chefe da Divisão de Marketing e Divulgação
Washington José Ferreira Santos
Chefe do Departamento de Apoio Técnico
Maria José Cabral Cezar
Chefe da Divisão de Editoração Geral
Valter Alvarenga Barradas
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE BELO HORIZONTE
Superintendente Regional
Marlon Marques Coutinho
Gerente de Geologia e Recursos Minerais
Marcelo de Souza Marinho
Responsável Técnico do Projeto
Luiz Paulo Pedrosa Di Salvio
Érica Linhares Reis (UFOP)
Luiz Carlos Bertolino (CETEM)
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM
DIRETORIA DE GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS
I PROGRAMA GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL I

AVALIAÇÃO DOS RECURSOS MINERAIS DO BRASIL

ESTUDO DAS ARGILAS DOS VALES DOS RIOS


DOCE E JEQUITINHONHA
Estado de Minas Gerais

ORGANIZADORES
Luiz Paulo Pedrosa Di Salvio
Marcelo de Souza Marinho
Joanna Chaves Souto Araújo

INFORME DE RECURSOS MINERAIS


Série Rochas e Minerais Industriais, nº 33

Belo Horizonte
2021
REALIZAÇÃO PROJETO GRÁFICO/EDITORAÇÃO
Superintendência Regional de Belo Horizonte Capa (DIMARK)
Gerência de Geologia e Recursos Minerais de Belo Horizonte Washington José Ferreira Santos
AUTORES Miolo (DIEDIG)
Luiz Paulo Pedrosa Di Salvio (SUREG-BH) Andréia Amado Continentino
Luiza Lopes de Araújo (SUREG-BH) Agmar Alves Lopes
Vítor Gomes da Silva (UFOP) Diagramação (GERINF/BH)
Mariana Caroline Andrade Silva (UFOP) Patrícia Silva Araújo Dias
Érica Linhares Reis (UFOP)
Luísa Santos de Castro Guerra (CETEM) NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Luiz Carlos Bertolino (CETEM) Maria Madalena Costa Ferreira
Marcelo de Souza Marinho (SUREG-BH)
ESTAGIÁRIOS
COLABORADORES Isabela Santhiago Soares de Oliveira (UFMG)
Ruben Sardou Filho (DF-Sede) Wilker Soares Silva (UFOP)
SIG GEOLÓGICO REVISÃO FINAL
(http://geosgb.cprm.gov.br) Marcelo Esteves Almeida
Michel Marques Godoy
APOIO TÉCNICO Angela Pacheco Lopes
Júlio Cesar Lombello (SUREG-BH)
Bruno Alves da Silva Miranda (SUREG-BH)
Marco Aurélio Piancentini Pinheiro (SUREG-BH)

FOTOS DA CAPA
Da esquerda para a direita:
1. Etapa de perfuração com trado na localidade de
Córrego do Rio Preto (Piedade de Caratinga)
2. Extração de argila em terraço aluvial no município de
São João do Oriente
3. Forno tipo Hoffman da Cerâmica Comarques no
município de Vargem Alegre
4. Garimpo de potencial argila branca na localidade de
Serviço Geológico do Brasil – CPRM Tibuna (Novo Cruzeiro)
www.cprm.gov.br 5. Fotomicrografia de afloramento da Unidade Serra do
seus@cprm.gov.br Tombo no município de Caraí
6. Quarteamento de amostra de argila da localidade de
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM/Serviço Geológico do Brasil. Serraria (Periquito) realizado no laboratório da UFOP
Estudo das argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha, estado de Minas
Gerais. / Luiz Paulo Pedrosa Di Salvio, Marcelo de Souza Marinho, Joanna Chaves
Souto Araújo (Orgs) – Belo Horizonte: CPRM,2021.
88p., 69.777 Kb – PDF, Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral
do Brasil – PGB/ Série Informe de Recursos Minerais – Rochas e Minerais Industrias,
nª33. Disponível em www.cprm.gov.br/GeoSBG e RIGEO.
Conteúdo: Coleção materiais de construção em regiões metropolitanas.
ISBN: 978-65-5664-168-3
1- Geologia de Minas Gerais 2- Recursos Minerais 3- Argila I- Título II- Di Salvio, Luiz
Paulo, Org. III- Marinho, Marcelo de Souza, Org. IV- Araújo, Joanna Chaves Souto, Org.
VI- Série.
CDU – 551:549(815.1 – A-Z) D544e
Ficha Catalográfica elaborada pela bibliotecária Maria Madalena Costa Ferreira – CRB-1393

Direitos desta edição: Serviço Geológico do Brasil – CPRM


Permitida a reprodução desta publicação desde que mencionada a fonte.
APRESENTAÇÃO

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) tem a satisfação de disponibilizar a comunidade geocientí-


fica, aos empresários do setor mineral brasileiro e à sociedade em geral, o Informe de Recursos
Minerais, Série Rochas e Minerais Industriais número 33, “Estudo das argilas dos vales dos rios Doce e
Jequitinhonha-MG”. O projeto está vinculado ao Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral
e à Ação Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil, da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM),
financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Essa ação consiste em
projetos que visam estimular a pesquisa e a produção mineral brasileira, com foco no suprimento de maté-
rias primas essenciais para construção civil e desenvolvimento de grandes obras de infraestrutura no Brasil.
O projeto foi executado pela Gerência de Geologia e Recursos Minerais da Superintendência Regional de
Belo Horizonte, com supervisão nacional da Divisão de Minerais Industriais (DIMINI) e coordenação geral do
Departamento de Recursos Minerais (DEREM).
Este produto reúne dados e informações geológicas e de recursos minerais sobre uma área total de
38.200 km2, dividida nos setores Leste (Vale do Rio Doce) e Nordeste (Vale do Rio Jequitinhonha) do estado
de Minas Gerais. No desenvolvimento do projeto foram realizados pontos de campo estratégicos com o
objetivo de caracterizar, no âmbito geológico/geomorfológico, depósitos, ocorrências e áreas potenciais de
argilas brancas e vermelhas. Durante as etapas de campo e perfuração com trado mecânico foram pros-
pectadas amostras para caracterização tecnológica e realização de modelo 3D, com cálculo aproximado do
volume de material em subsuperfície. Adicionalmente, grande parte das olarias operantes nas regiões foi
cadastrada, realizando-se um panorama dos tipos de produtos confeccionados, quantidade de produção
mensal, tipos de fornos e combustíveis utilizados para queima dos materiais cerâmicos. Os resultados obtidos
pelo projeto representam um importante avanço na caracterização geológica/geomorfológica e tecnológica
para avaliação da potencialidade mineral das argilas desses setores do território nacional.
Os dados obtidos neste projeto estão sintetizados nesta Nota Explicativa disponível para download no Repo-
sitório Institucional de Geociências – RIGEO/CPRM, que pode ser acessado através do site www.cprm.gov.br.

Esteves Pedro Colnago


Diretor-Presidente

Márcio José Remédio


Diretor de Geologia e Recursos Minerais
RESUMO

O projeto “Estudo das argilas dos vales dos Rios Doce e Jequitinhonha-MG” está inserido na Avaliação
dos Recursos Minerais do Brasil, do Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral, e integrou
o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os trabalhos foram executados pela Superintendência
Regional de Belo Horizonte (SUREG-BH), sob a coordenação do Departamento de Recursos Minerais (DEREM)
e supervisão da Divisão de Minerais e Rochas Industriais (DIMINI), pertencentes ao Serviço Geológico do
Brasil (CPRM).
A área de atuação, no estado de Minas Gerais, foi dividida em dois setores: (I) Leste, no Vale do Rio
Doce, abrangendo a região entre os municípios de Governador Valadares, Açucena, Galiléia e Caratinga e;
(II) Nordeste, localizado no vale do Rio Jequitinhonha, abrangendo os municípios de Itinga, Araçuaí, Virgem
da Lapa, Caraí e Novo Cruzeiro. O projeto teve como objetivo a prospecção e avaliação de depósitos, ocor-
rências e áreas potenciais de argilas brancas e vermelhas, com sua caracterização no âmbito geológico/
geomorfológico e tecnológico.
Informações geológicas, geomorfológicas, mineralógicas e dados de produção da indústria cerâmica
foram coletados em 150 pontos, incluindo 47 ocorrências de argila, 27 garimpos, 25 lavras, e 35 olarias.
O Setor Leste está inserido entre o Núcleo Antigo Retrabalhado de Guanhães e a parte ocidental da Faixa
Móvel Neoproterozoica Araçuaí. Nesta região, a predominância de litotipos com minerais portadores do
elemento ferro, tais como granito, tonalito, granodiorito, diorito e norito, resulta em ocorrências de argilas
vermelhas. O Setor Nordeste está inserido no domínio ocidental da Faixa Móvel Araçuaí. A presença de
suítes intrusivas leucograníticas, pegmatitos e rochas vulcânicas piroclásticas félsicas favorecem a formação
de potenciais depósitos de argila branca.
Dois terraços aluviais no Setor Leste (localidades de Serraria e Córrego do Rio Preto, municípios de Peri-
quito e Piedade de Caratinga, respectivamente) e um no Setor Nordeste (localidade de Tibuna, município
de Novo Cruzeiro) foram selecionados para realização de trabalhos de sondagem a trado e modelagem 3D,
com estimativa de volumes dos diferentes materiais presentes. Os modelos apresentados indicam volumes
consideráveis de argila (entre 3,2 x 104 a 2,5 x 106 m3) e argila arenosa (entre 2,8 x 104 e 1,6 x 106 m3) desta-
cando o potencial da área para o mercado de cerâmica.
Os ensaios tecnológicos realizados em uma amostra de argila vermelha do Setor Leste sugerem que
esse material é adequado para a confecção de tijolos maciços, blocos de vedação e blocos estruturais de
cerâmica vermelha, e os resultados dos parâmetros analisados (índice de plasticidade, avaliação macroscó-
pica, retração linear de secagem, retração linear de queima, massa específica aparente, absorção de água e
resistência à compressão uniaxial) encontram-se dentro dos limites recomendados pelas normas vigentes.
Os resultados obtidos nos ensaios de potenciais argilas brancas do Setor Nordeste, realizados em duas
amostras, indicam que esses materiais podem ser utilizados na produção de cerâmica, plástico, borracha e
concreto de alto desempenho.
ABSTRACT

The project “Study of Clays of the Doce and Jequitinhonha Rivers Valleys - Minas Gerais” is inserted in the
Evaluation of Mineral Resources in Brazil Action, of the Geology Program of Brazil, and was part of a Brazil-
ian government economic program (PAC). The project works were executed by the Belo Horizonte Regional
Superintendence, under the coordination of the Department of Mineral Resources and supervision of the Divi-
sion of Minerals and Industrial Rocks, belonging to the Geological Service of Brazil (CPRM - Mineral Resources
Research Company).
The area of operation, in the state of Minas Gerais, was divided into two sectors: (I) East, in the Rio
Doce Valley, covering the region between the municipalities of Governador Valadares, Açucena, Galiléia and
Caratinga and; (II) Northeast, located in the Jequitinhonha River valley, covering the municipalities of Itinga,
Araçuaí, Virgem da Lapa, Caraí and Novo Cruzeiro. The project aimed at prospecting and evaluating deposits,
occurrences and potential areas of white and red clays, with their geological/geomorphological and techno-
logical characterization.
The geological, geomorphological, mineralogical and ceramic industry production data were collected at
150 points, including 47 clay occurrences, 27 artisanal mines, 25 mines, and 35 brickyards.
The Eastern Sector is inserted between the Ancient Reworked Core of Guanhães and the western part
of the Neoproterozoic Araçuaí Mobile Belt. In this region, the predominance of lithotypes with iron-bearing
minerals, such as granite, tonalite, granodiorite, diorite and norite, results in occurrences of red clays. The
Northeast Sector is inserted in the western domain of the Araçuaí Belt. The presence of leucogranitic intrusive
suites, pegmatites and felsic pyroclastic volcanic rocks favor the formation of potential white clay deposits.
Two alluvial terraces in the Eastern Sector (localities of Serraria and Córrego do Rio Preto, municipalities
of Periquito and Piedade de Caratinga, respectively) and one in the Northeastern Sector (locality of Tibuna,
municipality of Novo Cruzeiro) were selected for poll manual auger and 3D modeling, with estimated volumes
of the different materials present. The models presented indicate considerable volumes of clay (between 3.2
x 104 and 2.5 x 106 m3) and sandy clay (between 2.8 x 104 and 1.6 x 106 m3), highlighting the area’s potential
for the ceramics market.
The technological tests performed on a sample of red clay from the East Sector suggest that this mate-
rial is suitable for the production of solid bricks, sealing blocks and red ceramic structural blocks, and the
results of the parameters analyzed (plasticity index, macroscopic evaluation, linear drying shrinkage, linear
firing shrinkage, apparent specific gravity, water absorption and uniaxial compressive strength) are within the
limits recommended by the standards in force. The results obtained in tests of potential white clays from the
Northeast Sector, performed on two samples, indicate that these materials can be used in the production of
ceramics, plastic, rubber and high performance concrete.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 8
1.1. LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE DEPÓSITOS......................................................................................... 10
1.2. ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO E METODOLOGIA.......................................................................... 10

2. MATÉRIAS-PRIMAS PARA INDÚSTRIA DA CERÂMICA......................................................... 15


2.1. SETOR LESTE................................................................................................................................... 15
2.1.1. Contexto Geológico e Geomorfológico ................................................................................ 15
2.1.2. Depósitos, Ocorrências e Áreas Potenciais........................................................................... 15
2.1.2.1. Terraço Aluvial de Serraria....................................................................................... 18
2.1.2.2. Terraço Aluvial de Córrego do Rio Preto.................................................................. 21
2.1.3. Indústria da Cerâmica Vermelha........................................................................................... 26
2.2. SETOR NORDESTE.......................................................................................................................... 28
2.2.1. Contexto Geológico e Geomorfológico................................................................................. 28
2.2.2. Matérias-primas com potencial para uso em cerâmicas...................................................... 32
2.2.2.1. Saprólito dos leucogranitos (Eg)............................................................................... 32
2.2.2.2. Saprólito da Unidade Serra do Tombo (EKst)........................................................... 32
2.2.2.3. Sedimentos da Formação São Domingos (Tsd)........................................................ 33
2.2.2.4. Sedimentos colúvio-aluvionares do Neógeno e Quaternário (QHa e Ndl)..............35
2.2.3. Área Potencial....................................................................................................................... 35
2.2.3.1. Várzea/Terraço Aluvial de Tibuna............................................................................ 35

3. CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA E TECNOLÓGICA......................................................... 40


3.1. AS ARGILAS E SUAS CARACTERÍSTICAS.......................................................................................40
3.2. DESCRIÇÃO DO MATERIAL............................................................................................................ 41
3.3. ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DAS ARGILAS............................................. 41
3.3.1. Classificação granulométrica................................................................................................. 41
3.3.2. Caracterização mineralógica................................................................................................. 43
3.3.3. Imageamento por MEV......................................................................................................... 46
3.3.4. Fluorescência de raios X........................................................................................................ 47
3.3.5. Índice de alvura.....................................................................................................................48
3.3.6. Análise de densidade e umidade natural.............................................................................. 49
3.3.7. Análise termogravimétrica.................................................................................................... 50
3.3.8. Limites de Atterberg.............................................................................................................. 51
3.4. ENSAIOS TECNOLÓGICOS PARA CERÂMICA................................................................................ 51
3.4.1. Conformação dos corpos de prova....................................................................................... 51
3.4.2. Retração linear de secagem (RLS)......................................................................................... 52
3.4.3. Retração linear de queima (RLQ)........................................................................................... 52
3.4.4. Massa específica aparente (MEA)......................................................................................... 52
3.4.5. Absorção de água (AA).......................................................................................................... 52
3.4.6. Resistência à compressão uniaxial (RCU).............................................................................. 53

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................... 54
4.1. INTERPRETAÇÕES SOBRE A QUALIDADE DOS ARGILOMINERAIS..............................................54
4.2. OS DEPÓSITOS DE ARGILA DOS SETORES LESTE E NORDESTE.................................................. 55
4.3. AGRADECIMENTOS........................................................................................................................ 56
REFERÊNCIAS............................................................................................................................. 57
ANEXOS...................................................................................................................................... 60
ANEXO I.................................................................................................................................................... 61
ANEXO II................................................................................................................................................... 67
ANEXO III.................................................................................................................................................. 73
| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

1. INTRODUÇÃO

Esse relatório apresenta os resultados do projeto fornecendo importantes subsídios para avaliar tecnica-
Estudo das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequi- mente a melhoria ou mesmo a viabilidade de implantação
tinhonha – MG, realizado pela Superintendência de novas indústrias cerâmicas (revestimento, porcela-
Regional de Belo Horizonte do Serviço Geológico do nato e vermelha) nessas áreas. Além disso, o avanço
Brasil (CPRM). Este projeto compreende a prospecção no conhecimento da matéria prima pode permitir uma
e avaliação no âmbito geológico/geomorfológico e otimização na mineração, o que propicia ganhos econô-
tecnológico de depósitos, ocorrências e áreas poten- micos e ambientais. Também foi feito um cadastramento
ciais de argilas brancas e vermelhas nas regiões leste das olarias a fim de quantificar e qualificar a produção
e nordeste do estado de Minas Gerais (Figura 1.1). A do material cerâmico na região.
área de trabalho está geologicamente inserida entre o Os municípios compreendidos no projeto estão inse-
Núcleo Antigo Retrabalhado de Guanhães (JAIN, 1980) ridos nas mesorregiões dos vales do Rio Doce e Jequi-
e a parte ocidental da Faixa Móvel Neoproterozoica tinhonha, caracterizadas pelos menores IDHM (Índice
Araçuaí (KRÖNER, 1977). de Desenvolvimento Humano Municipal) de Minas
A caracterização geomorfológica, mineralógica e tec- Gerais (Tabelas 1.1 e 1.2) e cuja economia é centrada
nológica das matérias primas argilosas foi realizada tanto na agricultura de subsistência e produção de matérias-
em jazidas conhecidas quanto em áreas inexploradas, primas brutas.

Figura 1.1 - Localização dos municípios abrangidos pelo projeto, com destaque para os setores Nordeste e Leste.

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

Entre as matérias-primas extraídas cita-se o caulim/ atende à demanda da indústria de cerâmica vermelha (e.g.
feldspato em pegmatitos, na região de Araçuaí e a argila tijolos, telhas), que é comercializada nos principais muni-
de várzea, a sul de Governador Valadares. A produção de cípios da região (e.g. Governador Valadares, Caratinga,
caulim/feldspato é utilizada principalmente para abaste- Ipatinga) e até mesmo em Belo Horizonte. Geralmente, as
cer os polos cerâmicos de estados como Santa Catarina empresas produtoras operam de maneira empírica, sem
e São Paulo, enquanto a extração das argilas de várzea a devida caracterização tecnológica desses materiais.

Tabela 1.1 - Dados dos municípios abrangidos no Setor Leste do projeto.

PIB PER CAPITA


MUNICÍPIO INSTALADO EM: ÁREA km² (2019) POPULAÇÃO 2020 IDHM (2010)
(2017)
Caratinga 01/01/1939 1.258,479 92.603 0,706 17.516,07
Piedade de Caratinga 01/01/1997 109,345 8.702 0,612 10.764,87
Ubaporanga 01/01/1993 189,045 12.493 0,614 9.718,50
Açucena 01/01/1944 815,422 9.368 0,610 9.702,71
Vargem Alegre 01/01/1997 116,664 6.470 0,631 8.720,94
Inhapim 01/01/1939 858,024 24.079 0,658 11.718,42
Bugre 21/12/1995 161,491 3.983 0,627 11.157,52
São João do Oriente 01/03/1963 120,122 7.444 0,648 10.189,22
Tarumirim 01/01/1939 731,753 14.302 0,633 9.383,07
Sobrália 01/03/1963 206,787 5.514 0,631 8.739,94
Engenheiro Caldas 01/03/1963 187,058 11.202 0,644 9.738,1
Itanhomi 01/01/1949 488,843 12.244 0,650 9.153,55
Capitão Andrade 01/01/1993 279,088 5.514 0,624 8.138,7
Alpercata 01/03/1963 166,972 7.436 0,646 10.483,45
Governador Valadares 01/01/1939 2.342,325 281.046 0,727 20.957,24
Fernandes Tourinho 30/12/1962 151,875 3.466 0,646 11.613,76
São Geraldo da Piedade 30/12/1962 152,336 3.910 0,6 8.567,92
Tumiritinga 19/03/1949 500,073 6.765 0,626 8.063,4
Galiléia 27/12/1948 720,355 6.790 0,654 11.801,87
Iapu 01/01/1949 340,994 11.045 0,654 9.166,94
Itanhomi 01/01/1949 488,843 12.244 0,650 9.153,55
Periquito 21/12/1995 228,907 6.773 0,651 10.284,6
Imbé de Minas 22/10/1995 196,735 6.940 0,553 8.757,48
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (site http://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio). Abreviaturas: IDHM
– índice de desenvolvimento humano municipal; PIB – produto interno bruto.

Tabela 1.2 - Dados dos municípios abrangidos no Setor Nordeste do projeto.

PIB PER CAPITA


MUNICÍPIO INSTALADO EM: ÁREA -km² (2019) POPULAÇÃO 2020 IDHM (2010)
(2017)
Araçuaí 01/01/1939 2.236,279 36.712 0,663 10.510,82
Caraí 01/01/1949 1.242,345 23.780 0,558 6.404,49
Virgem da Lapa 27/12/1948 868,914 13.740 0,61 7.963,06
Itinga 31/12/1943 1.649,622 15.022 0,6 8.068,97
Novo Cruzeiro 01/01/1944 1.702,981 31.335 0,571 7.328,28
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (site http://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados.html?view=municipio). Abreviaturas:
IDHM – índice de desenvolvimento humano municipal; PIB – produto interno bruto.

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

1.1. LOCALIZAÇÃO E TIPOS DE DEPÓSITOS Nas ocorrências e nos depósitos em produção


foram coletados dados sobre a geomorfologia (e.g. meia
Foram definidos dois setores de pesquisa, o encosta, terraços aluvionares, etc.) e a estratigrafia, regis-
Leste, abrangendo 23 municípios e o Nordeste, com trando suas variações faciológicas. Amostras represen-
05 municípios – totalizando 28 municípios e contabili- tativas de cada depósito foram coletadas, atentando-se
zando uma área total de aproximadamente 23.500 km² às diferenças texturais dos níveis de interesse. Para cada
(Tabelas 1.1 e 1.2). tipo de argila foi coletado um peso aproximado de vinte
O Setor Leste localiza-se no Vale do Rio Doce entre os e cinco quilos (25 Kg).
municípios de Caratinga e Governador Valadares (Figura As áreas potenciais selecionadas durante a primeira
1.1), correspondendo a uma área aproximada de 14.700 fase foram checadas. Garimpos rudimentares de extra-
km². O principal material explotado nesse setor são argilas ção de argila, indicados por moradores locais, também
de várzeas e/ou terraços aluvionares, utilizadas para a foram investigados. Os procedimentos adotados para a
fabricação de cerâmica vermelha. coleta de amostras foram os mesmos empregados para
O Setor Nordeste corresponde a uma área aproxi- o estudo dos depósitos. Em áreas de pouca exposição
mada de 8.800 km² no vale do rio Jequitinhonha, entre os utilizou-se uma cavadeira comum, do tipo boca de lobo,
munícipios de Novo Cruzeiro e Itinga (Figura 1.1). Trata-se para prospectar abaixo do horizonte superficial do solo.
de uma área potencial para argilas cauliníticas devido A profundidade média desses furos foi de 1 metro, no
à geologia da região, composta predominantemente qual foi coletado o material de interesse.
por leucogranitos e rochas vulcânicas piroclásticas, cuja A partir dos dados de campo foram selecionadas 03
alteração intempérica forma materiais ricos em caulim. áreas para realização de trabalhos de sondagem a trado,
sendo uma no Setor Nordeste e duas no Setor Leste. Os
1.2. ESTRATÉGIAS DE EXECUÇÃO E principais critérios utilizados para a seleção foram a área
METODOLOGIA superficial da ocorrência e a proporção de argila do mate-
rial coletado em campo, além da acessibilidade, disponi-
A execução do projeto seguiu as seguintes fases: bilidade da área e proximidade de centros consumidores
e transformadores. Em cada área foram realizados de
Fase 1 – Levantamento e integração dos dados 04 a 05 furos verticais com profundidades que variaram
A primeira fase consistiu na integração, em ambiente entre 2,3 e 7 metros. As características mineralógicas e
SIG (Sistema de Informações Geográficas), de levanta- texturais dos sedimentos foram descritas em intervalos
mentos prévios de ocorrências/depósitos de argila conti- de aproximadamente 20 cm, que correspondem a cada
dos nos projetos Leste (PINTO et al., 2000), Jequitinhonha avanço do trado. A concha utilizada para perfuração e
(PAES et al., 2010), Espinhaço (PEDROSA-SOARES, 1997) coleta de material foi de seis polegadas de diâmetro (Ø
e PROGEMAS (SALUM, 2003), juntamente com mapas 06”). As descrições completas desses furos encontram-
geológicos e imagens de satélite. Esses dados foram se nos ANEXOS II e III.
utilizados para a confecção dos mapas geológicos simpli- A amostragem do material começou após ultrapas-
ficados, traçar as áreas potenciais e selecionar possíveis sar o nível superior de solo. Cada amostra é composta
pontos para verificação de ocorrências de argilas brancas pelo material coletado correspondente a um metro son-
(cauliníticas) no Setor Nordeste e de argilas vermelhas dado, agrupando os avanços de 20 cm do trado e, pos-
no Setor Leste. teriormente homogeneizando-os. Cada amostra pesou
aproximadamente 10 kg, dos quais, a metade (5 kg) foi
Fase 2 – Etapa de Campo separada para realização da caracterização mineralógica
Ao todo, foram realizados 150 pontos de campo, e tecnológica e a outra metade foi guardada para uma
sendo destes, 47 ocorrências de argila, 27 garimpos, eventual repetição de análise.
25 lavras (disponíveis no Banco de Dados GeoSGB) e 35 Um total de 140 amostras foi coletado nas etapas de
olarias cadastradas (ANEXO I). Nas olarias foram coletados campo, sendo 57 relativas a depósitos/áreas potenciais,
os seguintes dados: tipo de beneficiamento (temperatura, 27 em pátios de olarias e 56 referentes a amostras da
tempo de queima e tipo de forno), produtos, produção sondagem a trado. Desse total, 07 amostras foram sele-
e comercialização. Também foram analisados os tipos cionadas para caracterização mineralógica e tecnológica.
de matéria-prima utilizados e a origem desse material.
O intuito dessa etapa foi avaliar o uso e a destinação Fase 3 – Modelagem geológica tridimensional
da argila extraída na região, bem como apontar outros Através do software Leapfrog Geo v5.1, gerou-se
materiais (e.g. material de colúvio) utilizados na indústria um modelo 3D para cada terraço aluvial perfurado a
da cerâmica local. trado, sendo dois no Setor Leste (Córrego do Rio Preto
e Serraria) e um no Setor Nordeste (Tibuna). O objetivo

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

desta etapa foi complementar a caracterização geológica - Os MDE SRTM apresentam uma boa resolução
e geomorfológica das jazidas de argilas e compreender (1 arco de segundo, 30 metros), mas o ideal para a
melhor a distribuição espacial e as relações entre as escala deste trabalho seria fazer um levantamento
camadas depositadas, além de estimar o volume do topográfico de detalhe em cada uma das áreas.
material argiloso.
Para a confecção dos modelos 3D foram utilizados: Tendo isso em vista, é importante ressaltar que
os furos a trado mecânico executados por este projeto; os resultados obtidos neste trabalho são apenas uma
poços cadastrados no Sistema de Informações de Águas representação esquemática em três dimensões dos
Subterrâneas (SIAGAS-CPRM), disponíveis no banco de sedimentos dos terraços aluviais investigados. Dessa
dados corporativo do SGB/CPRM; e modelos digitais forma, a extensão das camadas, volumes interpolados e
de elevação (MDE SRTM) disponíveis no portal de Land calculados fornecem uma visão global do potencial das
Processes Distributed Active Archive Center (LPDAAC), áreas e auxiliam na compreensão da natureza e geometria
parceria entre a Agência Espacial Americana - NASA e desses depósitos e não devem ser interpretados como
o Serviço Geológico dos Estados Unidos – USGS (NASA recursos ou reservas. Para tal avaliação seria necessário
JPL, 2013). Todos esses dados foram reprojetados para o detalhamento dessas áreas, a partir da execução de
o mesmo sistema de coordenadas UTM e Datum SIR- mais furos em uma malha de sondagem regular, levanta-
GAS2000/Zona 23S (áreas do setor leste) e UTM Datum mento topográfico de detalhe, além de outros estudos,
SIRGAS2000/Zona 24S (área do setor nordeste). que fogem do escopo do projeto.
Para que a correlação entre os poços da mesma Os resultados obtidos na modelagem serão apre-
área e a modelagem fossem possíveis, foi feita uma sentados no capítulo 2 junto com os outros trabalhos
simplificação dos diferentes materiais sondados, que desenvolvidos em cada uma das áreas perfuradas.
consistiu em agrupar intervalos com porcentagem de
argila e coloração semelhantes. Desse modo, como o Fase 4 – Caracterização Mineralógica e Tecnológica
modelo deposicional adotado para estes vales são de Do total de amostras coletadas em campo, 07 foram
canais fluviais em meio a planícies de inundação, essas enviadas para análise em laboratórios através de projetos
camadas do modelo são na verdade uma envoltória de parceria. O Centro de Tecnologia Mineral (CETEM)
com maior concentração de canais fluviais, planície de realizou classificação granulométrica, análise química,
inundação ou crevasse splay. Os perfis dos poços sem a caracterização mineralógica, imageamento por MEV/
simplificação são expostos no ANEXO III. EDS e determinação do índice de alvura de 06 amostras,
As superfícies de topografia foram geradas utilizando- sendo 4 de argila vermelha do Setor Leste e 2 de argila
-se arquivos raster do MDE e, no caso das áreas do Setor branca do Setor Nordeste. O Laboratório de Materiais
Leste, foram feitos alguns pequenos ajustes dentro do Cerâmicos do Departamento de Mineração/Escola de
vale soterrado para remover as variações de elevação. Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Essas alterações foram necessárias para melhor represen- realizou a caracterização completa de uma amostra de
tar os terraços aluviais desse setor, que são caraterizados argila vermelha do Setor Leste. Foram feitas análises
por possuir um fundo bem plano. Como as cotas obtidas granulométrica e mineralógica, além da confecção dos
através de GPS de mão possuem um erro embutido na corpos de prova para determinação de diversos parâme-
ordem de 20 a 30 metros e os poços SIAGAS não dispõem tros dos produtos cerâmicos. O objetivo dessas análises
deste valor, optou-se por projetar os furos e poços nas é caracterizar e avaliar a aplicação dessas argilas na
topografias geradas. Os furos de trado utilizados na indústria da cerâmica.
modelagem estão listados nos ANEXOS II e III, com suas As metodologias empregadas para a caracterização
coordenadas (x e y), cota original e cota projetada. desses materiais foram sensivelmente diferentes entre
Entretanto, os dados utilizados na modelagem das os laboratórios da UFOP e do CETEM e serão abordados
três áreas investigadas neste projeto apresentam parti- item a item:
cularidades e limitações que necessitam ser pontuadas:
- Os furos a trado foram executados com o propósito Preparação e classificação granulométrica das
de identificar e descrever os sedimentos dos terraços amostras
aluviais. Portanto, a distribuição desses furos ao longo
da área investigada não é a ideal para a correlação No laboratório da UFOP, a amostra foi seca por 24
das camadas de argila. O indicado, nesse caso, seria horas em uma estufa a 100 °C. A homogeneização e o
dispô-los em seções e em maior quantidade. Outro quarteamento foram feitos através de um quarteador
fator crítico são as suas coordenadas que foram Jones pelos métodos de pilha cônica e pilha alongada,
tomadas com GPS de mão, o que embute um erro visando à obtenção de amostras representativas para
considerável, principalmente na cota. os ensaios posteriores.

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

A análise granulométrica foi realizada em duas etapas. No laboratório do CETEM, as análises foram obtidas
A primeira delas foi o peneiramento a úmido, utilizando por meio do equipamento Bruker-D4 Endeavor nas
peneiras de 300 a 38 µm. Por sua vez, a segunda etapa condições de radiação CoKα (40 kV/40 mA), velocidade
consistiu na análise da fração abaixo de 38 µm através do goniômetro de 0,02° (2θ) por passo com tempo
do equipamento granulômetro a laser Cilas 1064. de contagem de 0,5 segundos. O intervalo de análise
No CETEM, a preparação ocorreu respectivamente foi de 4 a 80º (2θ), com detector sensível à posição
pelos processos de: secagem a temperatura ambiente LynxEye. As interpretações qualitativas de espectro
por 24 horas, britagem e passagem por rolo metálico foram efetuadas por comparação com padrões contidos
(algumas amostras que tinham grãos de quartzo com no banco de dados PDF02 (ICDD, 2006) em software
granulometria de areia grossa foram passadas em BrukerDiffracPlus. Os gráficos mostrados no Capítulo
peneiras de 10 mesh, com abertura entre as malhas 3 (Figuras 3.3, 3.4 e 3.5) foram refinados utilizando o
de 2 mm). Posteriormente foram homogeneizadas em software OriginPro 8.
pilhas cônicas e longitudinais e separadas em alíquotas Foi utilizado o método do pó, para preparação das
de 500 g. análises de amostras com as frações menores que 44
A fim de adquirir frações granulométricas com padrão µm e para as amostras brutas (ROM – run of mine), ou
industrial para as análises de Difratometria de raios X seja, sem beneficiamento. A comparação entre os picos
(DRX), Fluorescência de raios X (FRX) e Microscopia Eletrô- principais dos minerais possibilitou estimar qual a faixa
nica de Varredura (MEV/EDS), cada alíquota de 500 g foi granulométrica dominante de cada mineral.
submetida ao processo de classificação granulométrica
úmida. Subfrações granulométricas foram separadas de Imageamento por MEV
acordo com as peneiras utilizadas no processo, com 65,
170, 200 e 325 mesh, e aberturas entre as malhas de 210, As imagens foram obtidas nas amostras beneficia-
88, 74 e 44 µm, respectivamente. A fração menor que das menores que 44 µm pelo Microscópio Eletrônico
44 µm foi utilizada nas análises principais. Após passar de Varredura Hitachi Modelo TM3030 Plus no CETEM,
pelo processo de classificação granulométrica úmida, a equipado com um sistema de microanálise química por
fração menor que 44 µm foi filtrada em um filtro de alta dispersão de energia (EDS) Bruker Quantax.
pressão. Por ter se tornado uma pasta seca e compacta,
foi posteriormente pulverizada. Por último, a fim de Análise Química
se obter uma alíquota homogeneizada, esta fração foi
quarteada até se obter por volta de 3 g para DRX, 5 g As análises químicas foram realizadas através da
para FRX, 2 g para MEV/EDS e 10 g para determinação fluorescência de raios X (FRX) em espectrômetro Axios
do índice de alvura. mAX da marca PANalytical no laboratório do CETEM,
Uma segunda classificação granulométrica foi reali- onde as frações foram preparadas em uma prensa
zada com outras alíquotas de 500 g e uma única peneira automática VANEOX em condições de 20 mm de diâ-
de 635 mesh (20 µm) para separar as frações silte e metro, com pressão de 20 toneladas e tempo de 30
argila. A fração argila, por ser aquela inferior a 2 µm, foi segundos, utilizando ácido bórico como aglutinante
separada usando uma técnica baseada na Lei de Stokes, em proporções de 1:0,6. Foram pesados 5 g de cada
onde a fração maior decanta (silte) e a fração argila fica amostra e posteriormente foi determinada a perda
em suspensão na solução. Foram utilizadas provetas de por calcinação em duplicatas em mufla a temperatura
100 ml e 5 g da amostra menor que 20 µm. A fração argila de 1000°C.
(< 2 µm) foi utilizada nas análises de DRX de amostras A fluorescência de raios X é uma técnica que identi-
naturais, glicoladas e calcinadas. fica elementos com número atômico maior ou igual a 12,
fornecendo os resultados, neste caso, em forma de seus
Classificação mineralógica óxidos, tais como: SiO2, Al2O3, Fe2O3, K2O e TiO2. Assim
como realizado na caracterização mineralógica, para
Na UFOP, para determinar a composição minera- efeito de comparação as análises químicas foram feitas
lógica aproximada da amostra de argila foi empregada em amostras brutas (ROM) e em amostras beneficiadas
a técnica da difração de raios X (DRX) através do equi- (granulometria menor que 44 µm).
pamento PANalyticalX’Pert³ Powder. Para obtenção do
difratograma foi utilizado o método do pó total (GOMES, Índice de alvura
1984), empregando a radiação λKα do cobre (1,5419 Å)
e ângulo de varredura variando de 5,01° a 89,99°. Foi Essa análise foi realizada no laboratório do CETEM,
utilizado o programa HighScore Plus para realização da utilizando o equipamento Color Touch 2 mode 1 ISO da
semi-quantificação. empresa Technidyne e a escala de medição adotada foi

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

a ISO (International Standard Organisation). As amostras suficiente para o corpo secar totalmente. A queima dos
brutas (ROM) e beneficiadas (<44 µm) foram utilizadas corpos cerâmicos ocorreu em um forno Linn Elektro
para efeito de comparação. Therm CC405 a 950 °C e a 1100 °C por um período de
2 horas, com uma taxa de aquecimento de 5°C/min,
Análise de densidade e umidade natural em atmosfera natural, definidas com base na decom-
posição térmica dos minerais presentes na amostra de
O parâmetro densidade foi obtido utilizando picnô- argila, descrita por Földvári (2011). A Figura 1.2 apresenta
metro a gás (hélio) modelo Ultrapyc 1200e na UFOP. A de forma esquemática a conformação dos corpos de
umidade natural foi determinada através da medição da prova cerâmicos.
massa inicial e após o processo de secagem da amostra.

Análise termogravimétrica

A análise termogravimétrica foi obtida através do


equipamento TA Q50 (TA Instruments) no laboratório
da UFOP, com fluxo de gás 100 mL/min. A temperatura
inicial foi de 23°C e a final igual a 1000 °C, com taxa de
aquecimento de 10 °C/min.

Limites de Atterberg

A determinação dos limites de Atterberg permite


obter informações a respeito da trabalhabilidade da
argila, variação de volume e absorção de água da amos-
tra. Na UFOP, foram realizados ensaios para determina-
ção dos limites de liquidez, de plasticidade e o índice de
plasticidade, de acordo com a metodologia considerada
pelas normas ABNT NBR 6459/84 e NBR 7180/84.

Confecção dos corpos de prova


Figura 1.2 - Fluxograma esquemático das etapas de confecção
A confecção dos corpos de prova e todos os ensaios dos corpos cerâmicos.
subsequentes a este processo foram realizados apenas
no laboratório da UFOP. Análise da qualidade dos corpos de prova cerâmicos
A balança analítica Marte ID200 auxiliou na medi-
ção e no ajuste da umidade do material. Segundo Pas- Os ensaios tecnológicos descritos neste item foram
choal (2003), a umidade deve ser controlada, devendo realizados com a finalidade principal de atender aos cri-
apresentar valores entre 5 e 15%, com a finalidade de térios da NBR 15270-3, que estabelece os métodos para
evitar que ocorram trincas, empenamentos e falhas a execução dos ensaios dos blocos cerâmicos estruturais
no preenchimento dos moldes. A massa cerâmica foi e de vedação.
homogeneizada e disposta em um molde prismático de • Avaliação macroscópica dos corpos de prova:
dimensões 70 x 10 x 20 mm. visual, avaliando os seguintes parâmetros: colora-
Para a conformação dos corpos de prova foi utilizada ção, textura e presença de defeitos como fissuras
a prensa SoloCap Cl100 toneladas-força. Foram aplicadas e fraturas. As características visuais dos corpos
pressões de compactação de 28 e 35 MPa conforme cerâmicos são limitantes de acordo com ABNT NBR
trabalho realizado por Silva (2020). 7170/1983. São considerados aspectos inaceitá-
Após a prensagem, a etapa de secagem foi reali- veis: defeitos sistemáticos como trincas, quebras,
zada com o auxílio de uma estufa da marca Sterilifer irregularidades, deformações e heterogeneidade
por um período de 72 horas a 65 °C. Nesta etapa é de cor.
importante que a eliminação da água ocorra de maneira • Retração linear de secagem (RLS) e de queima
uniforme, para evitar que moléculas de água fiquem (RLQ): O termo retração linear se refere a um coefi-
presas no interior do corpo, podendo ocasionar trin- ciente que representa a variação dimensional apre-
cas no material. Deste modo, é necessário controlar sentada por um corpo cerâmico após as etapas de
a temperatura, a taxa de aquecimento e dar tempo secagem e queima. A retração linear é calculada a

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

partir do quociente entre o comprimento do corpo corpos cerâmicos foi removido com papel toalha.
de prova antes e após ser submetido à etapa em Depois de realizados tais procedimentos, a absorção
questão. de água pode ser calculada por meio da Equação 2.
• Massa específica aparente: calculada através da
razão entre a massa do corpo após a queima e seu (2)
volume total, como exposto na Equação 1.
Onde: AA - índice de absorção de água (%); mu -
(1) massa do corpo de prova úmido (g); ms - massa do corpo
de prova seco (g).
Onde: MEA - massa específica aparente (%); ms - • Resistência à compressão uniaxial (RCU): obtida
massa do corpo de prova seco (g); Vap - volume aparente a partir de ensaio utilizando a prensa hidráulica
do corpo de prova (cm³). CI100 toneladas-força (Solocap), de maneira que,
após posicionar o corpo de prova de maneira
• Perda ao fogo: refere-se à determinação da redu- centralizada, a prensa é abaixada até entrar em
ção da massa dos corpos cerâmicos durante a etapa contato com o corpo de prova. Após ligar o equi-
de sinterização. Matematicamente, é obtido a par- pamento, a carga referente ao instante de ruptura
tir da comparação entre as massas antes e após a é anotada.
queima. A partir da tensão normal no instante de ruptura
• Absorção de água (AA): é um parâmetro que e da área do corpo cerâmico, é possível determinar a
analisa a quantidade de água que o corpo cerâmico resistência à compressão uniaxial, como apresentado
é capaz de absorver após a etapa de queima. O na Equação (3).
ensaio consistiu em dispor os corpos de prova em um
vasilhame com água em ebulição por um período de 2 (3)
horas. O fundo do vasilhame foi revestido com esferas
de vidro maciço, visando evitar o contato direto dos Onde: RCU - resistência à compressão uniaxial (MPa);
corpos de prova com a fonte de calor. Após essa etapa F - carga aplicada no instante de ruptura do corpo de
o conjunto permaneceu em repouso por 30 minutos prova (KN); A - área transversal do corpo de prova sub-
e, posteriormente, o excesso de água presente nos metida à força F (cm²).

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

2. MATÉRIAS-PRIMAS PARA INDÚSTRIA DA CERÂMICA

Esse capítulo apresenta as características geológicas, e concentram a maior parte da atividade extrativa da
mineralógicas e geomorfológicas das matérias-primas região. Geomorfologicamente estão inseridos no domínio
investigadas durante o projeto. Primeiramente, serão da Depressão Interplanáltica do Rio Doce. Esse domínio
descritos os diferentes tipos de depósitos presentes no corresponde a uma planície montanhosa rebaixada com
Setor Leste. Os dois terraços aluviais perfurados a trado largura de aproximadamente 50 km, que possui altitudes
deste setor serão detalhados e a modelagem 3D realizada entre 200 e 500 m e é marcada pela presença de vales
em cada um será apresentada. Adicionalmente, será feita soterrados (terraços e planícies aluviais) e sistemas de lagos
uma breve descrição sobre a indústria cerâmica atu- (MELLO et al., 1999; VASCONCELOS & SAADI, 2003).
ante nesse setor. Posteriormente, os diferentes tipos de Estudos estratigráficos e estruturais realizados por
materiais presentes no Setor Nordeste serão detalhados, Mello et al. (1999) indicam que a sedimentação associada
apresentando os resultados obtidos no terraço aluvial ao soterramento dos vales foi predominantemente aluvial
perfurado, incluindo também a sua modelagem 3D. e fortemente controlada pela neotectônica. Datações 14C
em argilitos ricos em matéria orgânica indicam que essa
2.1. SETOR LESTE deposição iniciou-se em torno de 9.000 anos BP (before
present). Sondagens percussivas realizadas no município
2.1.1. Contexto Geológico e Geomorfológico de Ipatinga, a oeste da área, mostraram espessuras que
variam entre 20 e 70 m para esses depósitos (VASCON-
O Setor Leste localiza-se no Vale do Rio Doce, entre CELOS & SAADI, 2003).
os municípios de Caratinga e Governador Valadares, e As ocorrências associadas aos terraços superiores
possui cerca de 14.700 Km² de extensão. Esta área está (600-800 m) ocorrem no planalto a leste da Depressão
inserida geologicamente entre o Núcleo Antigo Retraba- Interplanáltica do Rio Doce, no compartimento deno-
lhado de Guanhães (JAIN, 1980) e a parte ocidental da minado Zona dos Pontões (VASCONCELOS & SAADI,
Faixa Móvel Neoproterozoica Araçuaí (KRÖNER, 1977) 2003). Esses terraços compreendem vales soterrados
(Figura 2.1). No Núcleo de Guanhães afloram rochas de que mostram altitudes entre 600 e 800 m e dimensões
idades paleoproterozoicas e arqueanas, representadas inferiores às apresentadas pelos terraços inferiores. Sua
por ortognaisses, granitoides e sequências vulcano-sedi- deposição associa-se a sedimentos colúvio-aluvionares.
mentares compostas por anfibolitos, formações ferrífe- De acordo com Motta et al. (1993), os depósitos/
ras, quartzitos e xistos (PINTO et al., 2000). Segundo estes ocorrências de argila do Setor Leste são classificados
autores, dentro do domínio da Faixa Móvel Araçuaí são como do tipo sedimentar.
encontrados ortognaisses do tipo TTG paleoproterozoicos
a arqueanos, e rochas supracrustais e intrusivas neopro- 2.1.2. Depósitos, Ocorrências e Áreas
terozoicas. As sequências supracrustais são compostas Potenciais
por xistos e gnaisses paraderivados, e as rochas intrusi-
vas consistem em granitos meta e peraluminosos, com Os terraços aluviais onde se encontram os depósitos
colocação pré-, sin-, tardi- e pós-tectônica em relação sedimentares recentes são facilmente identificados atra-
ao Evento Brasiliano (540 – 650 Ma, CUNNINGHAM vés de imagens Landsat e caracterizam-se por possuir
et al., 1996). As unidades estão dispostas segundo as um fundo bem plano, com dimensões e formas variadas,
orientações N-S e NNE-SSW (Figura 2.1). podendo atingir de 250 a 6.500 m². Diversos desses
Os depósitos investigados estão associados a terraços vales são concordantes com a estruturação tectônica
aluviais de tributários do Rio Doce. As análises de ima- da Faixa Móvel, com orientação NNE-SSW, comprimen-
gens SRTM, satélite e os trabalhos de campo mostram tos e larguras variando de 1 a 12 km e de 200 a 500 m,
a presença de dois níveis de terraço, o primeiro com respectivamente. Esta orientação recorrente e a forma
altitude entre 200 e 250 m e o segundo com altitudes estreita a alongada desses vales corroboram a influência
entre 600 e 800 m (Figura 2.2). da neotectônica para a formação desses depósitos, como
Os terraços inferiores (200-250 m) são mais abun- sugerem Mello et al. (1999). No entanto, a distinção entre
dantes e distribuem-se em vales às margens do Rio um depósito essencialmente arenoso ou argiloso não
Doce, desde Vargem Alegre até Governador Valadares pode ser feita somente através de imagens de satélite,

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

Figura 2.1 - Mapa de domínios geológicos e geotectônicos do Setor Leste com a localização das ocorrências de
argila (modificado de PINTO et al., 2000).

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

Figura 2.2 - Imagem SRTM indicando os depósitos do Setor Leste investigados pelo projeto.

uma vez que ambos possuem as mesmas característi- potenciais foram selecionadas, com base nas caracterís-
cas fisiográficas e geralmente são recobertos por uma ticas do terraço, como área superficial da ocorrência,
camada de solo de pelo menos 10 cm de espessura. proporção de argila no material coletado em campo,
No Setor Leste foram visitados 37 terraços aluviais, acessibilidade, disponibilidade da área, proximidade de
dos quais 32 possuem ocorrências argilosas. Duas áreas centros consumidores e transformadores. Essas áreas

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

foram investigadas através da realização de sondagens na altitude média de 200 m, associada, segundo King
a trado mecânico. Uma delas ocorre na localidade de (1956), à superfície do Ciclo Morfogenético Velhas
Serraria, município de Periquito e a outra na localidade (Paleógeno - Neógeno).
de Córrego do Rio Preto, município de Piedade de Cara- Foram realizadas 05 sondagens a trado com espa-
tinga (Figura 2.2) e estão descritas em detalhe a seguir. çamentos horizontais que variam de 550 a 1.000 m
(Figura 2.3). A profundidade de cada furo foi res-
2.1.2.1. Terraço Aluvial de Serraria: tringida pela presença do lençol freático, a partir do
qual não era possível a recuperação do material per-
O terraço aluvial de Serraria está localizado no vale furado. Os furos foram feitos na parte baixa e plana
do Córrego Preto, um tributário a cerca de 2,5 Km da do vale, em cotas muito semelhantes e o lençol freá-
margem esquerda do Rio Doce, a aproximadamente tico se mostrou bastante estável neste polígono,
26 Km a SW da cidade de Governador Valadares. O variando entre 2,3 e 2,5 m de profundidade, salvo no
acesso é feito pela BR-381, seguindo posteriormente furo mais a sudoeste (VD-11), onde o nível foi atingido
pela estrada não pavimentada que liga a referida em 4,2 m.
estrada ao vilarejo de Serraria. O depósito apresenta Os testemunhos indicaram que o vale é preenchido
área de 0,9 Km², com dimensões aproximadas de 0,2 pela intercalação de materiais argilosos, argilo-arenosos
Km de largura por 3,2 Km de comprimento (Figura 2.3). e até areno-argilosos, predominando a fração argila.
Possui formato alongado na direção NE-SW e situa-se Somando a metragem perfurada das 05 sondagens, a

Figura 2.3 - Localização do terraço aluvial de Serraria (Periquito) e dos furos a trado realizados.

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

proporção de argila foi de 56%, a de material argilo-a- O solo na área possui espessuras que variam entre
renoso foi de 35% e a de material areno-argiloso foi de 10 e 20 cm e é composto por material argilo-arenoso,
9%. Interpreta-se que essa distribuição, caracterizada com presença de matéria orgânica. Sua coloração varia
pela frequente alternância vertical e migração lateral em tons de marrom, do claro ao escuro.
de fácies, e pela predominância de material fino (Figura As camadas compostas essencialmente por argila
2.4), seja resultante da deposição em um sistema fluvial possuem espessuras que variam de 0,1 a 2,4 m, conforme
de baixa energia. observado nos furos VD-03/04 e VD-05 (Figura 2.5).

Figura 2.4 - Bloco diagrama interpretativo do furo VD-11, na localidade de Serraria, município
de Periquito.

Figura 2.5 - Seção com perfis sedimentológicos mostrando os diferentes materiais que compõem o terraço aluvial
da localidade de Serraria, município de Periquito.

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

Apresentam coloração amarela alaranjada, amarela, MODELAGEM 3D


cinza e marrom claro, podendo conter sericita e matéria
orgânica. Esses depósitos foram interpretados como Conforme a metodologia exposta no capítulo 1,
planície de inundação do sistema aluvial. gerou-se o modelo geológico tridimensional da área de
As camadas de areia argilosa contêm mais de 50% Serraria. Especificamente nessa área, além dos cinco
de areia e apresentam espessuras que podem variar furos a trado, foram utilizadas as informações de des-
entre 0,1 e 1,0 m. A matriz argilosa possui coloração crição geológica de dois poços cadastrados no SIAGAS,
amarela clara. A fração areia apresenta grãos de quartzo que auxiliaram na delimitação dos sedimentos do vale.
de granulometria média a muito grossa, angulosos a Os poços 3100019597 e 3100021062 (Figura 2.3) per-
subarredondados, podendo conter cristais de sericita. furaram 18 m e 24 m de sedimentos, respectivamente,
Esses depósitos foram interpretados como fácies de corroborando com o trabalho de Vasconcelos & Saadi
canais fluviais. (2003), no qual sondagens percussivas mostraram
As camadas de argila arenosa, isto é, com proporção espessuras que variam entre 20 e 70 m na região. A
de areia de até 50%, possuem espessuras entre 0,2 e figura 2.6 apresenta a localização dos poços SIAGAS e
1,5 m. A matriz argilosa pode ser de cor cinza, amarela, dos furos a trado projetados na topografia empregada
ocre ou marrom. A fração areia é composta por grãos no modelo.
de quartzo de granulometria muito fina a granulosa, A seção com os perfis sedimentológicos (Figura 2.5)
subarredondados a angulosos. Esses pacotes foram inter- foi verificada para definir a melhor forma de representar
pretados como depósitos de crevasse splay, os quais no modelo 3D os diferentes materiais que compõem o
representam o transbordamento do canal fluvial para a terraço aluvial. Essa verificação consistiu na definição
planície de inundação em eventos de cheias, que mistura dos principais sedimentos da área e da continuidade
os materiais arenosos e argilosos. das camadas/lentes. Com isso, foram feitas algumas

Figura 2.6 - Topografia da região modelada de Serraria com a localização dos poços e
furos a trado.

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

pequenas simplificações nas categorias descritas, que valores servem para dar uma visão global do potencial
ocorreram conforme três fatores: proporção argila/areia, da área e não devem ser considerados como recurso
coloração e representatividade do material nos poços. ou reserva.
As tabelas com os intervalos descritos originalmente
nos furos e a simplificação utilizada para a modelagem 2.1.2.2. Terraço Aluvial de Córrego do Rio
constam no ANEXO III. Preto:
Na modelagem da área de Serraria foi possível indi-
vidualizar 7 tipos diferentes de materiais: Solo, argila O terraço aluvial da localidade de Córrego do Rio
amarela, argila cinza, argila marrom, argila ocre arenosa, Preto (vilarejo conhecido também como Santa Luzia)
areia argilosa e sedimentos indeterminados. Os sedimen- está localizado a 15 Km a NE de Caratinga. O acesso
tos indeterminados são os sedimentos abaixo do nível a partir de Caratinga é feito pela BR-116, convergindo
do lençol freático, que não foram atingidos pelos furos a para a BR-474 e seguindo posteriormente por 8 km pela
trado. No entanto, os poços SIAGAS indicaram a presença estrada não pavimentada até o vilarejo. O terraço pos-
de material argiloso de natureza plástica. sui área de 0,85 Km², com aproximadamente 0,35 Km
As figuras 2.7 e 2.8 mostram o modelo 3D da área, de largura por 2,5 Km de comprimento (Figura 2.9).
as seções verticais perpendiculares ao eixo do vale inter- O terraço acompanha o vale do Rio Preto, conferindo
ceptando cada furo do trado e a seção vertical ao longo ao depósito uma geometria alongada na direção ENE-
do vale com a projeção dos furos, respectivamente. Os WSW. Situa-se na altitude média de 765 m e como
materiais mais expressivos nessa área são a argila amarela dito anteriormente, está localizado no compartimento
e a argila cinza, que foram cortadas por quatro dos cinco denominado de Zona dos Pontões (VASCONCELOS
furos e, portanto, foram modeladas como camadas de & SAADI, 2003).
maior continuidade. Os outros materiais, argila marrom, Foram realizadas 05 sondagens a trado ao longo
argila ocre arenosa e areia argilosa foram modelados do vale, sendo que uma delas foi abandonada, pois foi
como lentes, pois cada um deles foi interceptado apenas atingido o lençol freático com apenas 0,5 m de profun-
por um furo. O solo ocorre por todo terraço aluvial, assim didade. Os poços foram realizados com espaçamento
como os sedimentos indeterminados. horizontal entre 500 e 1.000 m. A profundidade dos
Com este trabalho também foi possível calcu- poços variou entre 2,8 e 4,5 m, e foi limitada pelo nível
lar os volumes das camadas e lentes do terraço alu- do lençol freático, a partir do qual a recuperação do
vial de Serraria, apresentados na Tabela 2.1. Esses material para descrição fica impossibilitada.

Figura 2.7 - Seções verticais perpendiculares ao eixo do vale, interceptando os furos a trado da
área de Serraria.

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Figura 2.8 - Seção vertical de direção NE-SW ao longo da área de Serraria com a projeção
dos furos de trado.

Tabela 2.1 - Volumes calculados para as camadas modeladas na área de Serraria.

ARGILA OCRE ARGILA AREIA ARGILA ARGILA


MATERIAL SOLO SEDIMENTOS INDEFINIDOS
ARENOSA MARROM ARGILOSA AMARELA CINZA

Volume (m3x103) 129 28 305 75 1.475 666 7.010

Os testemunhos amostrados indicaram que o vale As camadas de argila arenosa, isto é, com pro-
é preenchido pela intercalação de materiais areno-argi- porção de argila entre 50 e 95%, possuem espessuras
losos, argilo-arenosos e argilosos, com predomínio dos entre 0,2 e 1,6 m. A matriz argilosa pode ter colora-
primeiros. A proporção de cada um, considerando os 4 ção cinza, bege ou marrom. A fração areia é composta
poços perfurados, é de 46,5% para o material areno- por grãos de quartzo de granulometria muito fina
argiloso, 43,5% para o material argilo-arenoso, e 10% a grossa, subarredondados a subangulosos. Esses
para a argila. A frequente alternância vertical e migração pacotes foram interpretados como depósitos de
lateral de fácies (Figura 2.10) são interpretadas como o crevasse splay.
produto da deposição em um sistema fluvial. As camadas de areia argilosa contêm mais de 50%
O solo na área possui espessuras que variam entre 15 de areia e apresentam espessuras que podem variar
e 40 cm e é composto por material areno-argiloso, com entre 0,2 e 2,0 m. A matriz argilosa possui coloração
presença de matéria orgânica e coloração marrom escura. cinza ou bege. A fração areia apresenta grãos de quartzo
As camadas compostas essencialmente por argila (> de granulometria muito fina a cascalhosa, subarre-
95% de argila) possuem espessuras que variam de 0,3 dondados a arredondados, podendo conter cristais
a 0,85 m. No furo VD-01 essa camada possui 0,85 m e relictos de feldspatos caulinizados. Esses depósitos
localiza-se logo abaixo da capa de solo (Figura 2.11). Esse foram interpretados como fácies de canais fluviais. Nos
material possui coloração laranja ou cinza, podendo con- últimos 30 cm do furo VD-01 foi perfurada uma camada
ter sericita e até 5% de grãos de quartzo de granulometria cascalhosa composta por quartzo arredondado, cristais
areia muito fina a fina. Tais níveis foram interpretados de feldspato alterados para caulim e cerca de 10% de
como oriundos de depósitos de planície de inundação matriz argilosa, sendo interpretada como a calha do
do sistema aluvial. canal fluvial (Figura 2.10).

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Figura 2.9 - Localização da área de Córrego do Rio Preto (Piedade de Caratinga) e dos furos
a trado realizados.

Figura 2.10 - Bloco diagrama interpretativo do furo VD-01 da área perfurada na localidade de Córrego do Rio Preto,
município de Piedade de Caratinga.

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Figura 2.11 - Seção com perfis sedimentológicos mostrando os diferentes materiais que compõem o terraço aluvial
da localidade de Córrego do Rio Preto(Piedade de Caratinga).

MODELAGEM 3D marrom arenosa, argila cinza, argila bege arenosa,


argila laranja, cascalho argiloso, areia argilosa e argila
O modelo geológico tridimensional da área do Cór- cinza arenosa.
rego do Rio Preto foi gerado conforme a metodologia As figuras 2.13 e 2.14 mostram o modelo 3D da
exposta no capítulo 1. A figura 2.12 apresenta a topo- área, as seções verticais perpendiculares ao eixo do vale
grafia empregada no modelo e a localização dos quatro interceptando cada furo do trado e a seção vertical ao
furos a trado executados no vale. longo do vale com a projeção de cada furo, respectiva-
A seção com os perfis sedimentológicos (Figura 2.11) mente. Os materiais mais comuns nessa área são a areia
foi verificada para se definir a melhor forma de represen- argilosa e a argila cinza arenosa, que foram cortadas por
tar no modelo 3D os diferentes materiais que compõem todos os quatro furos e, portanto, foram modelados
o terraço aluvial. Essa verificação consistiu na definição como camadas de maior continuidade. A argila cinza,
dos principais sedimentos da área e da continuidade apesar da pequena espessura, foi identificada em dois
das camadas/lentes. Com isso, foram feitas algumas furos e modelada como uma lente na porção central
pequenas simplificações nas categorias descritas, que do terraço. Os outros materiais: argila marrom arenosa,
ocorreram conforme três fatores: proporção argila/areia, argila bege arenosa, argila laranja e cascalho argiloso,
coloração e representatividade do material nos poços. também foram modelados como lentes, pois cada
As tabelas com os intervalos descritos originalmente um deles foi interceptado apenas por um furo. O solo
nos furos e a simplificação utilizada para a modelagem ocorre por todo terraço aluvial com espessura que varia
constam nos ANEXOS II e III. entre 15 e 40 cm.
Nenhum poço do SIAGAS interceptou o vale, de A partir da modelagem, foram calculados os volu-
modo que este não dispunha de informações da espes- mes das camadas e lentes do terraço aluvial do Cór-
sura dos sedimentos. Assim, para a modelagem da rego do Rio Preto (Tabela 2.2). Esses valores devem ser
área do Córrego do Rio Preto, a calha foi extrapolada interpretados como uma visão global do potencial da
a título de representação esquemática para melhor área, e não como recurso e reserva. Os sedimentos da
caracterizar a geometria desse tipo de depósito. Os extrapolação do vale soterrado não tiveram os seus volu-
materiais identificados nos furos foram individualiza- mes considerados, devido à falta de informação sobre
dos na modelagem em 8 tipos diferentes: Solo, argila sua espessura.

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Figura 2.12 - Topografia da região modelada da área de Córrego do Rio Preto com a localização
dos furos de trado.

Figura 2.13 - Seções verticais perpendiculares ao eixo do vale interceptando os furos da área
Córrego do Rio Preto.

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Figura 2.14 - Seção vertical de direção NE-SW ao longo da área de Córrego do Rio Preto com a projeção
dos furos de trado.

Tabela 2.2 - Volumes calculados para as camadas modeladas na área de Córrego do Rio Preto.

ARGILA ARGILA ARGILA


ARGILA ARGILA CASCALHO AREIA
MATERIAL SOLO MARROM BEGE CINZA
CINZA LARANJA ARGILOSO ARGILOSA
ARENOSA ARENOSA ARENOSA
Volume (m3x103) 194 30 119 183 152 54 1.461 1.353

2.1.3. Indústria da Cerâmica Vermelha O combustível mais utilizado é a lenha de eucalipto,


complementado pelo cavaco de madeira, serragem e
A maioria das olarias cadastradas na região entre mais ao sul da área, próximo a Caratinga, pela lenha de
Governador Valadares e Caratinga está disposta segundo café. Algumas olarias usam a proporção de 4 a 5% de
o eixo da BR-116, com uma grande concentração no uma substância escura conhecida como ferro coque na
município de Engenheiro Caldas e ao longo da estrada de mistura da massa argilosa com objetivo de produzir um
acesso a São João do Oriente (Figura 2.15). Esta distribui- tijolo mais resistente e economizar até 30% de com-
ção é dada pela proximidade das jazidas com as principais bustível na queima. Segundo informações locais, essa
rodovias, que são as vias de escoamento da produção. substância é adquirida da Usiminas ao preço de R$ 800,00
Foram cadastradas 35 olarias, totalizando uma produ- o caminhão (valor obtido em JUNHO/2014).
ção mensal de 10.124.000 peças (JUNHO/2014). Destas, A matéria prima argilosa pode ser obtida por meio
9.324.000 unidades (92%) são referentes à produção de de jazida própria ou através de empresas que extraem
tijolos de vedação e estruturais de diversos tamanhos, e e vendem o material. Em geral, é feita uma mistura
apenas uma olaria dedica-se à confecção de telhas, com (“blend”) em proporções variadas de um tipo de argila
produção mensal de 800.000 unidades (8%). Os fornos mais pura e plástica, chamada de “argila forte”, com um
utilizados para a queima do material argiloso podem ser tipo de argila mais arenosa, chamada de “argila fraca”.
do tipo Paulista, Túnel, Hoffman, Abóboda, Caieira ou Essa mistura é utilizada para compor o “ponto” certo
Metálico. Aproximadamente 48% das olarias utilizam o da massa e propiciar as características desejáveis de
forno Paulista, 25% o Túnel, 14% o Hoffman, 11% o Abó- plasticidade, resistência mecânica, cor da peça, etc.
boda e o Caieira e apenas 3% utilizam o tipo Metálico. Enquanto as argilas mais puras provêm necessariamente

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Figura 2.15 - Mapa de localização das olarias cadastradas pelo projeto no Setor Leste.

dos terraços aluviais, a argila mais arenosa pode também 2.16A). Nesta caixa ocorre a mistura, homogeneização
ter origem de material coluvionar ou eluvionar, oriundo e moagem, para que posteriormente, no laminador, seja
da alteração de granitoides. adicionada água no material e este adquira as proprie-
Após o blend desses materiais, a mistura argilosa dades plásticas necessárias para moldagem. Esta massa
é colocada em repouso por aproximadamente 1 mês passa pela extrusora ou “maromba” que molda o material
e em seguida levada até a caixa alimentadora (Figura na forma e tamanho do produto desejado (Figura 2.16B).

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As peças precisam passar por secagem antes de serem municípios de Virgem da Lapa, Novo Cruzeiro, Araçuaí,
levadas ao forno e esta etapa geralmente ocorre em Caraí e Itinga (Figura 2.17). Esta região está geologica-
estufas (Figura 2.16C). Algumas olarias possuem um sis- mente inserida no domínio ocidental da Faixa Móvel
tema de secagem forçada que aproveita o calor exalado Araçuaí (KRÖNER, 1977) e foi amplamente retrabalhada
do forno, reduzindo desta forma, o tempo de secagem pela deformação brasiliana entre 0.7 e 0.45 Ga (SÖLL-
do material antes da queima (Figura 2.16D). NER et al., 1991). A área apresenta trend regional NNE e
O polo cerâmico local escoa sua produção em um exibe empurrões e dobramentos com vergência para W,
raio de até 330 Km, atendendo principalmente os muni- isto é, em direção à área cratônica (PINTO et al., 2000).
cípios de Ipatinga, Teófilo Otoni, Manhuaçu, Itabira, Afloram nesta região sequências metassedimentares,
Ponte Nova, Conselheiro Pena, mas em algum momento depositadas entre o Toniano e o Ediacarano (1,0 a 0,541
poderá abranger também a região metropolitana de Belo Ga), as quais foram intrudidas por granitoides ediacaranos
Horizonte. De maneira geral, o nível de mecanização da a cambrianos (0,63 a 0,49 Ga).
indústria da cerâmica nesta área é baixo, uma vez que na As rochas metassedimentares pertencem à Formação
maioria das etapas do processo é necessária intervenção Salinas e aos grupos Macaúbas e Rio Doce e consistem
direta de mão de obra operária. O preço do milheiro predominantemente de intercalações de xistos, quart-
de tijolo variava entre R$ 260,00 e R$ 600,00, con- zitos, paragnaisses, rochas calcissilicáticas, metadiamic-
forme o tamanho e qualidade do produto (valor obtido titos, metapelitos e metaconglomerados. Uma origem
em JUNHO/2014). marinha é atribuída a essa sequência (PINTO et al., 2000).
Os granitoides possuem colocação sin-, tardi- e
2.2. SETOR NORDESTE pós-tectônicos em relação à Orogênese Brasiliana e
compreendem granitos, sienogranitos, leucogranitos,
2.2.1. Contexto Geológico e Geomorfológico granodioritos, monzogranitos, charnockitos e tonalito.
A Unidade Serra do Tombo repousa em discordância
O Setor Nordeste, com extensão de cerca de 8.800 angular e erosiva sobre os metassedimentos neoprotero-
Km², localiza-se no vale do rio Jequitinhonha, nos zoicos da Formação Salinas e do Grupo Macaúbas, e sobre

A B

C D

Figura 2.16 - Etapas de fabricação de materiais cerâmicos no Setor Leste - A) caixa alimentadora; B) maromba
(centro da foto); C) secagem em estufa e D) secagem forçada.

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granitoides cambrianos do tipo-S e tipo-I. Ela é composta Pedrosa-Soares et al. (1994) classificam o ambiente de
por rochas vulcânicas piroclásticas, com predominância de sedimentação como fluvial enquanto Guimarães (1931)
tufos e lapili-tufos félsicos subordinados. Possui espessura e King (1956) o interpretam como uma sedimentação
entre 25 e 90 m e ocorre sempre associada às escarpas lacustre. Segundo Pedrosa-Soares (1997), esta formação
abruptas ou como lajes na parte superior das chapadas depositou-se sobre tratos abatidos por neotectônica da
(PAES et al., 2010). Da mesma maneira, o pacote sedi- Superfície Sul-Americana, preenchendo uma bacia tafrogê-
mentar semi-consolidado denominado Formação São nica cenozoica designada de Graben do Baixo Rio Araçuaí
Domingos forma tabuleiros entre 750 e 780 m de altitude. (SAADI & PEDROSA-SOARES, 1990), sendo correlacionada
Essa unidade apresenta espessura de até 80 m e área de com a Formação Barreiras (HARTT, 1870).
aproximadamente 210 Km², e é formada por intercalações Do ponto de vista do relevo, as áreas escultura-
pelito-arenosas, caolínicas, com delgados níveis conglo- das sobre os granitoides tendem a ser mais elevadas,
meráticos monomíticos, de idade, muito provavelmente, enquanto que as regiões mais baixas estão instaladas
tardi-miocênica a pliocênica (PEDROSA-SOARES, 1981). sobre os metassedimentos neoproterozoicos.

Figura 2.17 - Mapa de domínios geológicos do Setor Nordeste com os diferentes tipos de ocorrências de argila
(modificado de PINTO et al., 2000; PEDROSA-SOARES, 1997; PAES et al., 2010).

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

A geomorfologia da área é dividida em quatro domí- • Intrusões de granitoides, com altitudes mais ele-
nios, segundo Mendes (1987): Chapadas do Jequitinho- vada, entre 800 e 1.020 m, localizados na parte cen-
nha, Chapadas Cimeiras, Serranias Marginais, e Serranias tral da área;
do Alto Mucuri (Figura 2.18). • Rochas metassedimentares resistentes à erosão da
O domínio Chapadas do Jequitinhonha localiza-se na Formação Chapada Acauã (Grupo Macaúbas). Pedrosa-
parte centro-oeste da área em estudo e compreende a -Soares (1997) descreve chapadas com altitudes
Depressão do Jequitinhonha e o Planalto do Rio Jequi- variando entre 825 e 929 m, sustentadas por quartzitos
tinhonha (PEDROSA-SOARES, 1997). A Depressão do neoproterozoicos (localidades de Morro Redondo e
Jequitinhonha é uma região arrasada ao longo da margem Chapada Lagoa Nova).
dos rios Jequitinhonha e Araçuaí, onde as altitudes variam No domínio das chapadas, na região dos granitoides,
entre 250 e 350 m. É desenvolvida sobre as rochas metas- o sistema de drenagem gera baixos locais (vales) onde foi
sedimentares neoproterozoicas e é caracterizada por coli- depositado material detrítico aluvionar. São observados
nas baixas com presença de terraços aluviais, circundada diversos escorregamentos naturais nas bordas dessas
por planaltos. Segundo Pinto et al. (2000), esta erosão chapadas, evidenciando um pacote branco na base,
iniciou-se provavelmente no Ciclo Velhas (Paleógeno - representado pelos leucogranitos ou por sedimentos
Neógeno) e continua até hoje. Os planaltos do Rio Jequiti- (e.g. Formação São Domingos), e um pacote alaranjado
nhonha são constituídos por chapadas e são formados por: no topo, representado por solo areno-argiloso. Segundo
• Sedimentos semi-consolidados da Formação São King (1956), todas essas chapadas são constituídas por
Domingos, possuindo de 750 a 780 m de altitude e aflo- tratos da Superfície de Aplainamento Sul-Americana,
rando na porção oeste da área de estudo (Figura 2.17); que vem sendo retrabalhadas desde o Ciclo Velhas até

Figura 2.18 - Mapa de composição do MDT e domínios geomorfológicos do Setor Nordeste com as diferentes
ocorrências de argila (modificado de MENDES, 1987).

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

o período atual. Pinto et al., 2000 correlacionam essas por granitoides intrusivos. Nestas partes do domínio,
superfícies francamente aplainadas das chapadas de leu- o sistema de drenagem gera baixos locais (vales) onde
cogranitos com a superfície da Formação São Domingos, foi depositado material detrítico aluvionar, que são,
de idade Terciária. normalmente, recobertos por material detrito-laterítico
O domínio Chapadas Cimeiras localiza-se na parte areno-argiloso de coloração alaranjada. Segundo King
nordeste da área em estudo e compreende parte (1956), essas chapadas são constituídas por tratos da
da Depressão do Jequitinhonha e do Planalto do Rio Superfície de Aplainamento Sul-Americana.
Jequitinhonha (PEDROSA-SOARES, 1997). Diferente- O domínio Serranias Marginais está localizado na
mente do domínio Chapadas do Jequitinhonha, este parte sudeste da área em estudo e desenvolve-se
é desenvolvido predominantemente sobre os grani- sobre os granitoides intrusivos relacionados ao evento
toides intrusivos relacionados ao evento Brasiliano. Brasiliano. É representado por uma região dissecada
A Depressão do Jequitinhonha é uma região arrasada apresentando predominantemente feições de grandes
ao longo da margem deste rio, caracterizada por um outeiros, que lhe conferem aspecto de serrania (MEN-
relevo de colinas baixas com presença de terraços alu- DES, 1987). A ação fluvial, influenciada por fraturas e
viais, circundada por planaltos com altitudes entre 250 falhas, gera vales encaixados, preferencialmente de
e 350 m. Os planaltos do Rio Jequitinhonha inseridos fundo chato, alongados e com inflexões bruscas, por-
nesse domínio localizam-se na margem leste do rio tando aluviões expressivos em meio a inselbergs gra-
homônimo e, segundo Mendes (1987), representam o níticos, colinas e cristas. Como evidenciado no mapa
relevo mais conservado, em relação à erosão, de toda SRTM (Figura 2.19), este domínio apresenta altitudes
a região do Planalto do Jequitinhonha. São constituídos entre 750 e 1.000 m, com gradativo rebaixamento
por chapadas de altitudes entre 800 e 980 m, formadas para SE.

Figura 2.19 - Imagem SRTM indicando a localização dos diferentes tipos de ocorrências de argila
do Setor Nordeste.

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

O domínio Serranias do Alto Mucuri localiza-se a sul cm de diâmetro podem ser observados. Macroscopica-
da área em estudo, na região dos divisores de águas da mente, os leucogranitos possuem granulação média e
Bacia dos rios Mucuri, Jequitinhonha e Doce. Desenvol- são compostos por feldspato com diferentes graus de
ve-se sobre os granitoides intrusivos relacionados ao alteração, caulim, quartzo, biotita/flogopita, muscovita e
evento Brasiliano e sobre as rochas metassedimentares turmalina (Figura 2.20). Essa rocha é comumente cortada
neoproterozoicas, e apresenta altitudes variáveis entre por veios pegmatíticos, nos quais os feldspatos estão
600 e 1.100 m. Segundo Mendes (1987), esse domínio parcialmente preservados e onde cristais de turmalina
representa o setor mais retalhado pela dissecação dos escura são concentrados. Em alguns locais são observa-
Compartimentos Planálticos do Leste de Minas, orien- dos veios sinuosos e pouco contínuos com espessura de
tado segundo o fraturamento e cisalhamento de direção até 1 cm de material verde cloritizado.
NE-SO remanescentes do Tectonismo Brasiliano. Essa
erosão gera vales profundos em “V” ou de fundo chato
onde são depositados aluviões e colúvios, intercalados
com outeiros em formas de pontões e cristas.

2.2.2. Matérias-primas com potencial para uso


em cerâmicas

No Setor Nordeste foram investigados quatro tipos


de materiais geológicos com potencial para utilização na
indústria cerâmica. De acordo com Motta et al. (1993),
esses materiais são classificados como do tipo supérgeno
ou sedimentar. Os tipos de argila relacionados à depósitos
supérgenos são representados por: (I) alteração dos leu-
cogranitoides (Eg), incluindo aqui porções pegmatóides;
(II) alteração de rochas vulcânicas piroclásticas perten-
centes à Unidade Serra do Tombo (EKst); (III) sedimentos Figura 2.20 - Aspecto macroscópico do saprólito
semi-consolidados da Formação São Domingos (Tsd). Os do leucogranito.
materiais formados pela acumulação do tipo sedimentar
são caracterizados por: (IV) depósitos colúvio-aluvionares 2.2.2.2. Saprólito da Unidade Serra do Tombo
do Neógeno e Quaternário (Ndl e QHa), representados (EKst)
por argilas de várzeas e/ou terraços aluvionares situados
em cotas elevadas (730 a 910 m) e em cotas baixas (260 A Unidade Serra do Tombo ocorre nas regiões entre
a 330 m) (Figura 2.17). as cidades de Araçuaí e Caraí e a WNW da cidade de
Ponto dos Volantes. Ela está comumente associada às
2.2.2.1. Saprólito dos leucogranitos (Eg) escarpas abruptas ou como lajes na parte superior dos
planaltos formados por granitoides intrusivos, pós e
Na região central e NNE da área de estudo, os gra- tardi-colisionais do tipo S. Esta unidade é recoberta por
nitos intrusivos formam chapadas de até 1.020 m de depósitos detrito-lateríticos, argilo-arenosos, geralmente
altitude, fazendo parte dos domínios geomorfológicos de coloração alaranjada. Paes et al. (2010) descrevem
Chapadas do Jequitinhonha e Chapadas Cimeiras. Na o contato da Unidade Serra do Tombo com os granitoi-
parte SSW da área, essas rochas formam o relevo de des cambrianos como angular e erosivo. No entanto,
outeiros, inselbergs graníticos, colinas e cristas e fazem em campo, os granitoides perdem gradativamente sua
parte dos domínios geomorfológicos Serranias Marginais estruturação original (Figura 2.21A), a muscovita torna-se
e Serranias do Alto Mucuri. O saprólito dos leucogranitos rara e os cristais de biotita alteram-se totalmente ou
é facilmente identificado por sua coloração branca/bege, transformam-se em flogopita, formando um contato
visível na base de cortes de estrada, escorregamentos gradacional entre estes e a Unidade Serra do Tombo.
de taludes, voçorocas e ravinas. É recoberto por solo Por sua vez, o contato desta unidade com as coberturas
argilo-arenoso rico em matéria orgânica, geralmente com detrito lateríticas é abrupto.
coloração alaranjada. Em geral, taludes de até 10 m de O saprólito desta unidade apresenta bolsões de até
altura com o saprólito desses granitos são comumente 2 m de diâmetro com concentrações anômalas de argila
observados. Adicionalmente, em uma grande voçoroca branca, possivelmente resultado da decomposição de
(estação LP-24) foi estimado 42 m deste perfil de altera- corpos pegmatíticos observados em alguns afloramentos
ção sem atingir a rocha sã. Xenólitos de xisto de até 50 (e.g. estação LP-14). Macroscopicamente, o saprólito é

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| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

composto por cristais de quartzo, feldspato (alterado rochas como vulcânicas piroclásticas. Mendes (1987)
para caulim), turmalina escura e, subordinadamente, cita a presença de uma capa concrecionada no topo
muscovita, com granulação fina a média, mal selecio- de corpos graníticos que serve de amparo à ação de
nados e angulosos. A matriz tem composição caulinítica processos erosivos, garantindo geoformas tabulares.
com presença de material esverdeado cloritizado, que Esta concreção é decorrente de uma laterização sub-
forma veios anastomosados e pouco contínuos (Figura superficial do próprio granitoide, reliquiar de climas
2.21B), de até 10 cm de espessura, com presença de até mais úmidos do que os atuais. Popularmente, o sapró-
10% de grãos de quartzo e clorita dispersos. lito da Unidade Serra do Tombo é conhecido na região
Em lâmina delgada, a matriz possui estrutura concên- como “mocororô”.
trica e laminada, remetendo a estruturas de concreções,
residuais ou até mesmo fluidal (vulcânica) (Figura 2.21C), 2.2.2.3. Sedimentos da Formação São
comumente com sericita fina lamelar sobrecrescida. A Domingos (Tsd)
abundância de óxidos/hidróxidos em algumas regiões da
matriz torna sua coloração castanha escura. Os cristais A Formação São Domingos está localizada na parte
de feldspato estão muito sericitizados e caulinizados WNW da área, formando um pacote sedimentar de apro-
(Figura 2.21D), podendo apresentar composição potás- ximadamente 80 m de espessura em forma de tabuleiros
sica. Alguns grãos de quartzo estão fraturados in situ com altitudes de até 780 m, sobrepostos às unidades
(pull-apart) e possuem finas bordas de clorita, outros metassedimentares do Grupo Macaúbas e da Formação
apresentam feições de corrosão similares a texturas Salinas. A morfologia de planalto desta formação é crité-
vulcanoclásticas e/ou residuais. rio insuficiente para distingui-la de outras unidades, uma
A origem da Unidade Serra do Tombo perma- vez que na região central e a NNE as intrusões graníticas
nece controversa. Paes et al. (2010) definem estas também formam relevo de chapada.

A B

C D

Figura 2.21 - A) Afloramento em voçoroca mostrando passagem gradual do saprólito do granitoide para a
Unidade Serra do Tombo; B) Foto de detalhe da Unidade Serra do Tombo com veio anastomosado (Va); C) e D)
Fotomicrografias do saprólito típico da Unidade Serra da Tombo. C) Evidencia a matriz com estruturas concêntricas
e laminadas (Mcl) (2x, em luz polarizada - PPL); D) mostra cristal de feldspato sericitizado (Fsp) e quartzo (Qtz) com
possível golfo de corrosão (Gc) (2x; PPL).

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

Os sedimentos semi-consolidados da Formação São Em lâmina delgada observa-se que o arenito é


Domingos são recobertos por uma camada de solo de composto por um arcabouço de quartzo (70–89%)
aproximadamente 5 m de espessura, de coloração alaran- de granulometria fina a média, subangulosos a subar-
jada, composição argilo-arenosa, rica em matéria orgânica redondados, apresentando nos grãos médios, extin-
e hidróxidos de ferro. Este perfil encontra-se bem exposto ção ondulante e golfos de corrosão (Figura 2.22C).
em diversos cortes de estradas e escorregamentos natu- A matriz é muito fina e composta por material oxi-
rais, onde é possível observar na base do talude o arenito dado (7-20%), opacos (1-10%), e, subordinadamente,
dessa formação, com coloração branca/bege, e no topo, clorita, sericita e turmalina. As camadas de arenito
o solo alaranjado (Figura 2.22A). Macroscopicamente, o muito fino e siltito são compostas por lamelas finas
arenito é composto por grãos de quartzo com granulo- de sericita idiomórfica neoformada, minerais opacos
metria fina a média, bem selecionados, arredondados a granulares finos dispersos e cristais de quartzo (12-18%)
subarredondados, em meio à matriz caulinítica. Acamada- inequigranulares, muito finos a grossos, xenomórfi-
mento subhorizontal é indicado pela presença de variações cos, muito angulosos a subarredondados. Nos maiores
granulométricas: camadas de até 0,5 m compostas por grãos de quartzo estão presentes texturas parecidas
arenito com grãos de quartzo subangulosos tamanho areia com golfo de corrosão, que sugerem feições vulca-
muito grossa a microconglomerática; e camadas de até 1,5 noclásticas e/ou residuais (Figura 2.22D). A matriz
m de granulometria silte. O pacote sedimentar apresenta possui coloração castanha-alaranjada, provavelmente
várias gerações de fraturas subverticais, que podem estar relacionada à cloritização e apresenta estruturas
preenchidas por hidróxidos de ferro. Em diversos locais descontínuas concêntricas, por vezes radiais, que
são observadas manchas mosqueadas de coloração ocre também podem estar associadas às texturas vulca-
e vermelha e nódulos ferruginosos de coloração violeta noclásticas (p.ex., shard e fluxo vulcanoclástico) e/ou
formando crostas quando vistas em planta (Figura 2.22B). residual/concreção.

A B

C D

Figura 2.22 - A) Contato entre a Formação São Domingos na base (branco) e o solo alaranjado (topo);
B) Foto de detalhe da Formação São Domingos com presença de nódulos ferruginosos (Nd); C) Arenito fino a
médio com cristal de quartzo apresentando possível golfo de corrosão (Qtz) (4x; PPL); D) Arenito muito fino a
siltito com cristal de quartzo apresentando possível golfo de corrosão
(Qtz) (2x; PPL).

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2.2.2.4. Sedimentos colúvio-aluvionares do


Neógeno e Quaternário (QHa e Ndl)

Depósitos colúvio-aluvionares são encontrados em


três domínios geomorfológicos diferentes: Chapadas
do Jequitinhonha, Serranias Marginais e Serranias do
Alto Mucuri.
No domínio Chapadas do Jequitinhonha esses depó-
sitos ocorrem na Depressão do Jequitinhonha, na região
centro-norte, e no Planalto do Rio Jequitinhonha, no
centro-sul da área. Na Depressão do Jequitinhonha, os
sedimentos colúvio-aluvionares instalam-se em baixos
absolutos, entre as cotas de 260 a 330 m, e depositam-se
em extensas e planas áreas de várzea e em planícies de
inundação de rios, sobre as unidades metassedimentares
do Grupo Macaúbas e da Formação Salinas. Possuem Figura 2.23 - Intercalação de camada com aproximadamente 20
coloração marrom a preta e, localmente, apresentam cm de espessura de areia com matriz argilosa (A) em meio a
argila pura (Arg).
contribuição de material cascalhoso como seixos de
quartzo subarredondados de até 2 cm de diâmetro. As
ocorrências do Planalto do Rio Jequitinhonha instalam-se 2.2.3.1. Várzea/Terraço Aluvial de Tibuna
em baixos relativos, entre as cotas de 730 a 910 m. For-
mam camadas de argilas, que são depositadas em vales O terraço aluvial de Tibuna está localizado a apro-
soterrados, na beira de córregos ou lagoas, formando ximadamente 18 Km a NE da cidade de Novo Cruzeiro.
várzeas e terraços aluvionares, geralmente irregulares e O acesso a partir dessa cidade é feito pela MG-211 até
pouco extensos, em meio ao relevo de chapadas. o vilarejo de Santa Cruz, seguindo posteriormente pela
As ocorrências pertencentes aos domínios Serranias estrada não pavimentada que liga o referido vilarejo à
Marginais e Serranias do Alto Mucuri são muito seme- área. O depósito apresenta área de 0,4 Km², com dimen-
lhantes às ocorrências do Planalto do Jequitinhonha sões aproximadas de 0,2 Km de largura por 1,6 Km de
em relação ao tamanho, altitude e forma dos vales, comprimento (Figura 2.24). Sua forma alongada na dire-
diferenciando-se apenas por serem alojados em meio ção E-W acompanha o vale do Córrego da Parida, cuja
ao relevo de outeiros, ao invés de chapadas. Geralmente altitude média local é de 885 m.
os depósitos de argila possuem coloração clara (bege a Foram realizadas cinco sondagens a trado com
branca), podem conter cristais dispersos de quartzo e espaçamentos horizontais que variaram de 170 a 660
muscovita e intercalam-se com camadas arenosas deci- m (Figura 2.24). A profundidade final variou entre 5,0
métricas (Figura 2.23), compostas por grãos de quartzo e 7,6 m e foi determinada pelo aumento excessivo
de granulometria areia média a muito grossa, angulosos da fração areia dos poços ou por questões operacio-
a subarredondados, moderadamente a mal selecionados, nais. Em apenas um deles o nível do lençol freático foi
em meio a matriz argilosa. Mais raramente, ocorrem atingido a 7,0 m, e não foi possível recuperar o mate-
camadas de argila de coloração cinza e preta. Comu- rial perfurado a partir dessa profundidade. Os furos
mente, esses depósitos ocorrem abaixo de uma camada foram feitos na região de meia encosta do vale, em
de 0,2 a 2 m de espessura de solo argilo-arenoso com altitudes que oscilaram no máximo 20 m de um poço
muita matéria orgânica. para outro.
Os testemunhos indicaram que o vale é preenchido
2.2.3. Área Potencial pela intercalação de materiais argilo-arenosos (54,5%),
areno-argilosos (40,5%) e argilosos (5%). A frequente
No Setor Nordeste foram visitadas 36 ocorrências alternância vertical e migração lateral de fácies (Figura
de material argiloso (Figura 2.17). De acordo com as 2.25) sugere deposição em um sistema fluvial.
características da ocorrência como, dimensão aparente, O solo na área possui espessuras que variam entre
pureza do material, acessibilidade e disponibilidade da 0,7 e 1,4 m e é composto por material areno-argiloso,
área, foi selecionado um polígono para ser investigado com presença de matéria orgânica. Sua coloração varia
através da realização de sondagens a trado. O depósito em tons de marrom escuro a preto.
selecionado é de natureza deposicional de várzea/terraço As camadas compostas essencialmente por argila
aluvial e situa-se na localidade de Tibuna, município de foram observadas no furo VJ-02 e possuem espessu-
Novo Cruzeiro. ras que variam de 0,2 a 0,7 m (Figuras 2.25 e 2.26).

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

Figura 2.24 - Localização da área de Tibuna (Novo Cruzeiro) e dos furos a trado realizados.

Figura 2.25 - Bloco diagrama interpretativo do furo VJ-02 da área de Tibuna, município de Novo Cruzeiro.

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Figura 2.26 - Seção com perfis sedimentológicos mostrando os diferentes materiais que compõem o terraço aluvial
da localidade de Tibuna (Novo Cruzeiro).

Apresentam coloração branca a alaranjada e, localmente, de Tibuna. A Figura 2.27 apresenta a topografia empre-
contêm sericita. Esses depósitos foram interpretados gada no modelo e a localização dos cinco furos a trado
como planície de inundação do sistema aluvial. executados no vale.
As camadas areno-argilosas, isto é, com proporção A seção com os perfis sedimentológicos (Figura 2.26)
de areia de até 50%, possuem espessuras entre 0,1 a foi verificada para se definir a melhor forma de represen-
5,8 m ou mais. A matriz argilosa pode ser de cor branca, tar no modelo 3D os diferentes materiais que compõem
bege, alaranjada, cinza ou avermelhada, apresentando o terraço aluvial. Essa verificação consistiu na definição
em alguns casos, cristais de sericita. A fração areia é dos principais sedimentos da área e da continuidade
composta por grãos de quartzo de granulometria fina das camadas/lentes. Com isso, foram feitas algumas
a granulosa, subangulosos a angulosos. Esses pacotes pequenas simplificações nas categorias descritas, que
foram interpretados como depósitos de crevasse splay. ocorreram conforme três fatores: proporção argila/areia,
As camadas argilo-arenosas contêm mais de 50% de coloração e representatividade do material nos poços.
areia e apresentam espessuras que podem variar entre As tabelas com os intervalos descritos originalmente
0,2 e 2,5 m. A matriz argilosa possui coloração branca, nos furos e a simplificação utilizada para a modelagem
bege, alaranjada ou cinza. A fração areia apresenta grãos constam nos ANEXOS II e III.
de quartzo de granulometria média a cascalhosa, angulo- Para a modelagem da área de Tibuna não se dispunha
sos a arredondados. Esses depósitos foram interpretados de informações da espessura dos sedimentos no vale
como fácies de canais fluviais. soterrado. Assim, de forma similar à modelagem do Cór-
rego do Rio Preto (seção 2.1.2.2), a calha foi extrapolada a
MODELAGEM 3D título de representação esquemática para melhor carac-
terizar a geometria desse tipo de depósito. Os materiais
Conforme a metodologia exposta no capítulo 1, um identificados nos furos foram individualizados na mode-
modelo geológico tridimensional foi gerado para a área lagem em 10 tipos diferentes: Solo, argila avermelhada

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| CPRM - Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil |

Figura 2.27 - Topografia da região modelada da área de Tibuna com a localização dos furos de trado.

arenosa, argila alaranjada arenosa, areia argilosa, argila das camadas modeladas viesse a ficar prejudicada, prin-
branca arenosa, argila branca, argila amarelada arenosa, cipalmente mais a montante do vale na região dos furos
argila bege e argila bege arenosa. 1, 2, 4 e 5. Outra característica intrínseca ao vale de
O material mais abundante nessa área é a areia argi- Tibuna é a presença de duas áreas alagadas/represadas
losa, que foi interceptada por todos os cinco furos e, (figuras 2.28 e 2.29).
portanto, foi modelada como uma camada de maior Com a modelagem foi possível estimar os volumes
continuidade. Os outros materiais (argila avermelhada das camadas e lentes do terraço aluvial de Tibuna. Os
arenosa, argila alaranjada arenosa, argila branca arenosa, volumes abaixo das áreas alagadas/represadas foram
argila branca, argila amarelada arenosa, argila bege e desconsiderados. Além disso, os sedimentos da extra-
argila bege arenosa) foram modelados como lentes. A polação do vale soterrado (camadas mais profundas do
camada de solo ocorre por todo terraço aluvial, com que os furos) não tiveram os seus volumes considerados,
espessuras entre 0,7 e 1,4 m, sendo mais espesso do que devido à falta de informação sobre sua espessura e
nas áreas de Serraria e do Córrego do Rio Preto (seções composição. A Tabela 2.3 contém os valores calculados
2.1.2.1 e 2.1.2.2). para as camadas dos materiais modelados, que é uma
A morfologia do terraço aluvial de Tibuna não é plana estimativa, visando obter uma visão global do potencial
como das outras duas áreas e os furos a trado foram da área, e não devem ser considerados como recurso
feitos em meia encosta, de forma que a continuidade ou reserva.

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Figura 2.28 - Seções verticais perpendiculares ao eixo do vale interceptando os furos da área de Tibuna.

Figura 2.29 - Seção vertical de direção E-W ao longo da área de Tibuna com a projeção dos furos de trado.

Tabela 2.3 - Volumes calculados para as camadas modeladas na área de Tibuna.

ARGILA ARGILA ALA- ARGILA ARGILA ARGILA ARGILA


AREIA ARGILA ARGILA
MATERIAL SOLO AVERMELHA- RANJADA CINZA BRANCA AMARELADA BEGE
ARGILOSA BRANCA BEGE
DA ARENOSA ARENOSA ARENOSA ARENOSA ARENOSA ARENOSA
Volume
365 195 138 581 17 12 29 4 3 41
(m3x103)

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3. CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA E TECNOLÓGICA

Esse capítulo apresenta os resultados da caracteri- de inundação durante as estações chuvosas. Eventual-
zação mineralógica e tecnológica das matérias-primas mente, podem ser observadas, em áreas mais restritas,
investigadas no projeto. Como os ensaios foram rea- argilas detríticas mistas, compostas por caulinita, illita e
lizados em laboratórios diferentes com metodologias até esmectita, devido à contribuição de rochas menos
distintas (ver seção 1.2), os resultados serão apresentados alteradas ou às condições de clima mais árido, propor-
separadamente com um breve comparativo entre as cionando o enriquecimento desses minerais (CABRAL
amostras pertencentes à mesma área. JUNIOR et al., 2005).
Além da importância econômica e social na aplicação
3.1. AS ARGILAS E SUAS CARACTERÍSTICAS da indústria cerâmica, a argila possui diversas utilizações
industriais, como na produção do cimento, abrasivos,
A argila é um material natural, de textura terrosa isolantes térmicos, elétricos, acústicos, siderurgia, tintas
e de granulação fina, abaixo de 2 ou 4 µm, segundo e vernizes, produtos asfálticos, defensivos agrícolas,
as escalas de Atterberg (1911) e Wentworth (1922), lubrificantes, cosméticos, sabões, velas, sabonetes, orna-
respectivamente. É constituída predominantemente de mentação, etc. (GOMES et al., 2016).
argilominerais, como por exemplo, os pertencentes aos Para fabricação de cerâmica vermelha, geralmente,
grupos da caulinita, illita e esmectita. Esses minerais são são utilizadas as denominadas argilas comuns que são
classificados quimicamente como silicatos hidratados, sedimentares e queimam em várias tonalidades de ver-
podendo conter alumínio, ferro, metais alcalinos (Na e K) melho, contendo caulinita, montmorilonita e ilita, além
e alcalinos terrosos (Ca e Mg). Mineralogicamente, per- de outras impurezas como matéria orgânica, quartzo,
tencem à classe dos filossilicatos, que possuem estrutura calcário, pirita entre outros (SANTOS, 1989). Esse tipo de
cristalina em forma de folhas ou camadas, permitindo argila deve ser processada e consumida nas imediações
assim a adsorção de moléculas de água. De acordo com dos jazimentos, devido ao seu baixo valor de mercado e
a disposição das camadas, os minerais argilosos são geralmente é empregada na fabricação de tijolos, blocos
divididos em grupos, sendo os mais comuns formados cerâmicos, telhas, tubos cerâmicos e revestimentos. Na
por camadas tetraédricas (T) de silício e octaédricas ordem citada, uma melhor qualidade da matéria-prima
(O) de alumínio, que pode ser substituído por diversos argilosa é exigida (TANNO, 2000).
elementos como Fe, Mn e Mg. Essas camadas formam Para fabricação de cerâmica branca, geralmente,
unidades estruturadas na proporção 1:1 (TO) ou 2:1 (TOT). são utilizadas argilas também de origem sedimentar,
O espaçamento basal entre essas unidades é um fator compostas essencialmente por caulinita lamelar, de
importante na caracterização dos diversos agrupamen- perfil hexagonal, muito fina, com teores variáveis
tos de argilominerais (CABRAL JUNIOR et al., 2005). Na de ilita, mica, quartzo e montmorilonita. Matéria
natureza, as argilas ocorrem associadas a outros minerais orgânica pode estar presente, se for praticamente
de maior granulometria, como o quartzo, as micas, felds- isenta de óxidos de ferro. Após a queima devem
patos, óxidos e hidróxidos de ferro, matéria orgânica, sais apresentar cor branca, rósea ou creme claro. São
solúveis e outras impurezas (SANTOS, 1989). geralmente de granulometria mais fina que os caulins
De acordo com Santos (1989), a argila adquire certa secundários, 70% da sua composição está abaixo de 2
plasticidade após ser suficientemente pulverizada e µm. Tais argilas são tomadas como padrões de elevada
umedecida, adquire rigidez após a secagem, e alta plasticidade e de resistência mecânica a cru (SANTOS,
tenacidade após a queima em uma temperatura ade- 1989). Geralmente, as argilas brancas são utilizadas
quadamente elevada. na fabricação de produtos com maior valor agregado,
De modo geral, no Brasil as argilas aluvionares terciá- como louças e porcelanas (utilitárias e decorativas),
rias e quaternárias são constituídas de caulinita detrítica, sanitários e porcelana técnica (porcelanas elétrica e
devido à disponibilidade deste mineral na área fonte técnica tradicional) (MELLO et al., 2011). Atualmente, a
e também ao clima quente e úmido dominante nesse coloração deixou de ser uma característica fundamental,
período. Esses fatores favoreceram o desenvolvimento sendo necessária a caracterização tecnológica com
da caulinita em solos e rochas alteradas, que é posterior- análise de corpos de prova conforme normativas
mente transportada e depositada em lagos e planícies estabelecidas para garantir a qualidade e aplicação

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adequadas aos produtos. Entretanto, apesar da exigência VD-04) e duas do Setor Nordeste (VJ-01 e VJ-02). O
de cor não ser mais tão rígida, os corpos brancos ou Laboratório de Materiais Cerâmicos do Departamento
claros são muitas vezes objetivados. de Engenharia de Minas/Escola de Minas da Universi-
O processo de fabricação e as propriedades finais dade Federal de Ouro Preto (UFOP) realizou a carac-
dos produtos cerâmicos estão estreitamente relacio- terização completa da amostra VD-05, pertencente
nados com a composição química e mineralógica das ao Setor Leste. Nesse laboratório foram feitas análises
matérias primas, assim como com a estrutura crista- granulométrica, mineralógica, curva termogravimétrica,
lina e granulometria das partículas. O conhecimento além da confecção dos corpos de prova para determi-
da mineralogia e do diagrama de mudanças de fases nação de diversos parâmetros dos produtos cerâmicos
durante a queima da argila permite a previsão de carac- (ver detalhes na seção 1.2).
terísticas estruturais determinantes na qualidade de seus Todos os materiais são provenientes de depósitos
produtos (SILVA, 2020). Assim, a partir dos resultados aluvionares e vales soterrados e foram retirados por meio
obtidos nos diferentes ensaios da caracterização tec- de sondagens a trado mecânico, entre profundidades que
nológica, determina-se sua aplicação na indústria ou variam de 0 a 7 m. Dessas amostras, cinco pertencem
estima-se a adição de material mais argiloso ou terroso à área leste do projeto, as quais são classificadas como
para adequação de algum parâmetro em desconfor- argilas vermelhas e identificadas com a sigla VD (Vale do
midade com a norma vigente. Busca-se através de um Rio Doce). As outras duas da área nordeste são potenciais
único tipo de argila ou por uma mistura de diversos argilas brancas, e sua sigla VJ faz referência ao Vale do
tipos, uma massa que tenha funções tecnológicas essen- Rio Jequitinhonha (Tabela 3.1).
ciais, tais como: plasticidade, resistência mecânica da
massa verde e crua, fusibilidade, drenagem e coloração 3.3. ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO
(LUZ e LINS, 2008). TECNOLÓGICA DAS ARGILAS

3.2. DESCRIÇÃO DO MATERIAL 3.3.1. Classificação granulométrica

Sete amostras de material argiloso foram selecio- No laboratório da UFOP, após secagem, homogenei-
nadas para realização de ensaios em laboratórios. O zação e quarteamento, a amostra VD-05 foi submetida à
Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) realizou classi- etapa de classificação granulométrica. A curva mostrada
ficação granulométrica, análise química e mineralógica na Figura 3.1 foi gerada através dos resultados do penei-
e determinação do índice de alvura de seis amostras, ramento a úmido (300 a 38 µm), seguido da análise do
sendo quatro do Setor Leste (VD-01, VD-02, VD-03 e granulômetro a laser (fração abaixo de 38 µm).

Tabela 3.1 - Principais características das amostras de furo de trado utilizadas nos ensaios laboratoriais.

DESCRIÇÃO GEO-
PONTO FURO DE PROFUNDI- MUNICÍPIO TIPO DESCRIÇÃO
TOPONÍMIA LÓGICA / GEO-
GEOSGB TRADO DADE (M) - MG DEPÓSITO CAMPO
MORFOLÓGICA
Argila/silte laranja
(95%) com areia Vale soterrado envolto
Piedade de Córrego do Rio Sedimentar
LP-061 VD-01 0-1 quartzosa (5%) de por colinas suaves em
Caratinga Preto Inconsolidado
granulometria m. forma de meia laranja
fina, e sericita
Argila/silte cinza
(92%) com areia Vale soterrado envolto
Piedade de Córrego do Rio Sedimentar
LP-064 VD-02 2-3 quartzosa (8%) de por colinas suaves em
Caratinga Preto Inconsolidado
granulometria fina a forma de meia laranja
média

Argila amarela a
Sedimentar Vale soterrado envolto
LP-067 VD-03 0-1 Periquito Serraria laranja clara com
Inconsolidado por colinas suaves
sericita

Argila amarela a la-


ranja a acinzentada,
Sedimentar clara com sericita Vale soterrado envolto
LP-067 VD-04 1-2 Periquito Serraria
Inconsolidado e nódulos de argila por colinas suaves
escura de até 3mm
de diâmetro.

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Tabela 3.1 - Principais características das amostras de furo de trado utilizadas nos ensaios laboratoriais.

DESCRIÇÃO GEO-
PONTO FURO DE PROFUNDI- MUNICÍPIO TIPO DESCRIÇÃO
TOPONÍMIA LÓGICA / GEO-
GEOSGB TRADO DADE (M) - MG DEPÓSITO CAMPO
MORFOLÓGICA

Argila amarela
Sedimentar alaranjada/acinzen- Vale soterrado envolto
LP-068 VD-05 0,2–2,5 Periquito Serraria
Inconsolidado tada com sericita e por colinas suaves
matéria orgânica

Argila branca (95%)


com areia quartzosa Vale pouco soterrado
Sedimentar
LP-072 VJ-01 6-7 Novo Cruzeiro Tibuna (5%) de granulo- envolto por colinas
Inconsolidado
metria fina, com suaves
sericita
Argila branca (90%)
com areia quartzosa Vale pouco soterrado
Sedimentar
LP-075 VJ-02 2,4-3,4 Novo Cruzeiro Tibuna (10%) de granulo- envolto por colinas
Inconsolidado
metria fina, com suaves
sericita

Figura 3.1 - Análise granulométrica de todas as amostras: VD-05 feita na UFOP e as demais realizadas no CETEM.

A distribuição granulométrica da amostra, de acordo Segundo Pracidelli e Melchiades (1997), a quanti-


com a proporção entre grãos finos (< 2 µm), médios dade de partículas inferiores a 2 µm está intimamente
(entre 2 e 20 µm ) e grossos (> 20 µm) influencia na relacionada à plasticidade das argilas, podendo afetar
aplicabilidade desse material para a fabricação de cerâ- diretamente o processamento e as propriedades dos
micas vermelhas. O diagrama de Winkler é usado como diferentes tipos de produtos. Partículas com tamanhos
orientativo (Figura 3.2). consideravelmente maiores (>20 µm) reduzem o grau de
O ensaio da amostra VD-05 indicou que cerca de compactação da massa, com diminuição da plasticidade,
80% das partículas tem diâmetro inferior a 22,31 µm e ocorrendo redução das contrações nos processos de
15% possui diâmetro menor que 2 µm. Essa distribuição secagem e de queima. Assim, a presença de partículas
granulométrica está próxima ao adequado para a pro- de maior granulometria também é importante para
dução de tijolos furados e tijolos maciços (Figura 3.2). conferir certo equilíbrio à massa cerâmica.

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No laboratório do CETEM, após os processos de diferentes, com metodologias distintas, o resultado apre-
secagem, britagem e homogeneização, conforme descrito senta coerência quando são comparadas as proporções
no Capítulo 1, foi feita a classificação granulométrica, das frações >44 µm (a metodologia aplicada no CETEM
obtendo as porcentagens equivalentes das frações até não separou as frações abaixo de 44 µm; Figura 3.1).
44 µm (Tabela 3.2). Como no laboratório do CETEM não foi feita a classi-
As amostras VD-01 e VD-02 (Córrego do Rio Preto) ficação granulométrica abaixo de 44 µm, não foi possível
apresentam maior proporção das granulometrias acima utilizar o Diagrama de Winkler para essas amostras.
de 88 µm (29,4-32,6%) em relação às demais amostras
(1,7-15,4%) (Figura 3.1). 3.3.2. Caracterização mineralógica
As amostras VD-03, VD-04 e VD-05 pertencem ao
mesmo terraço aluvial de Serraria, no município de Peri- Na UFOP, a análise semi-quantitativa realizada
quito. Apesar das análises terem sido feitas por laboratórios por difratometria de raios X (DRX) identificou os

Figura 3.2 - Diagrama granulométrico de Winkler evidenciando os tipos de produtos da cerâmica vermelha (A:
materiais de qualidade com dificuldade de produção; B: telhas, capas; C: tijolos furados; D: tijolos maciços) e a
distribuição granulométrica da amostra VD05. (FONTE: Adaptado de PRACIDELLI e MELCHIADES, 1997).

Tabela 3.2 - Valores em porcentagem equivalente das frações obtidas na classificação granulométrica úmida realizada
no CETEM.

PESO
# +65 >210 # +170 >88 # +200 >74 # +325 >44 # - 325 <44
AMOSTRA TOTAL (%) APROXIMADO DA
ΜM (%) ΜM (%) ΜM (%) ΜM (%) ΜM (%)
ALÍQUOTA (G)
VD-01 17,2 15,4 3,4 8,0 56,0 100 500
VD-02 10,3 19,1 3,6 7,7 59,2 100 500
VD-03 1,7 3,3 1,4 5,0 88,6 100 500
VD-04 0,4 1,3 0,5 2,2 95,6 100 500
VJ-01 7,3 3,9 1,3 4,3 83,3 100 500
VJ-02 11,9 3,5 0,9 2,4 81,3 100 500

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seguintes minerais na amostra VD-05: 91,6% de gibbsita (4,37 e 4,33 Å), e picos de menor intensidade
caulinita (Al2Si2O5(OH)4), 3,7% de quartzo (SiO2), 2,7% de feldspato (microclínio) (3,25 Å), muscovita e/ou bio-
de heulandita ((Na,Ca)2-3 Al 3 (Al,Si)2 Si13 O36•12(H2O)), tita (pelos picos em 9,95 e 4,98 Å) e sillimanita (5,35 Å).
1,8% de gibbsita (Al(OH)3) e 0,2% de muscovita Foram realizadas duas análises de cada amostra, uma
(KAl2(AlSi3O10(OH)2) (Figura 3.3). contemplando todas as faixas granulométricas (denomi-
A amostra é predominantemente constituída por nadas ROM – run of mine) e a outra apenas das frações
caulinita, que apresenta elevada refratariedade e retra- menores que 44 µm.
ção. Essas características podem dificultar a etapa de A amostra VD-01 possui caulinita, quartzo, gibbsita,
secagem, além de tornar a argila plástica quando úmida mica (muscovita e/ou biotita), sillimanita e feldspato
(BOGAS, 2013). O teor de quartzo é importante por (microclínio) (Figura 3.4). A amostra com fração menor
promover a redução da plasticidade, da deformação que 44 µm apresenta picos com intensidade levemente
e do tempo de secagem (DAITX E FERREIRA, 2000). A inferior de quartzo e superior de caulinita e gibbsita do
heulandita se caracteriza pela abundante presença de que a amostra ROM. Isso indica que as porções mais finas
silício em sua composição, enquanto a gibbsita é com- possuem menores concentrações de quartzo e maiores
posta majoritariamente por alumina. De acordo com de caulinita e gibbsita. A amostra VD-02 possui os mes-
Bogas (2013), a alumina é responsável pela redução da mos minerais da VD-01. No entanto, analisando as suas
plasticidade e da resistência mecânica, porém, contribui frações beneficiada (< 44 µm) e bruta (ROM), não são
para a redução das deformações. A presença de mus- observadas mudanças significativas nas concentrações, a
covita é interessante, pois há evidências de que este não ser a diminuição da intensidade dos picos de gibbsita
filossilicato se recristaliza em fases mais estáveis que na fração menor que 44 µm.
promovem maiores resistências mecânicas aos materiais As amostras VD-03 e VD-04 pertencem ao mesmo
cerâmicos (FÖLDVARI, 2011). ponto, em profundidades diferentes (Tabela 3.1). Os
No CETEM, as análises por difratometria de raios seus difratogramas (Figura 3.5) são muito semelhantes,
X (DRX) foram qualitativas. Os difratogramas gerados e foram identificados os mesmos minerais das amostras
identificaram, de modo geral, picos de alta intensidade VD-01 e VD-02, exceto sillimanita e feldspato (microclina).
de caulinita (picos em 7,23 e 3,86 Å), quartzo (3,3 Å) e A caulinita apresenta a maior intensidade de picos, sendo

Figura 3.3 - Difratograma da amostra de argila VD-05 realizado na UFOP.

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Figura 3.4 - Difratogramas de raios X realizados no CETEM das amostras VD-01 e VD-02 comparando os resultados
das amostras ROM e com granulometria menor que 44 µm. Minerais identificados: C – Caulinita; G – Gibbsita; Q –
Quartzo; M - Mica (muscovita ou biotita); S – Sillimanita; Mi – Microclina

Figura 3.5 - Difratogramas de raios X realizados no CETEM das amostras VD-03 e VD-04, comparando os resultados
das amostras ROM e com granulometria menor que 44 µm. Minerais identificados: C – Caulinita; G – Gibbsita; Q –
Quartzo; M - Mica (muscovita ou biotita).

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o mineral mais abundante. Nas frações menores que 44 Esses procedimentos mostram que a fração argila
µm, em ambas as amostras, o pico de quartzo diminui, possui presença majoritária do argilomineral caulinita.
mostrando eficácia em sua retirada no beneficiamento. A presença de gibbsita aparece apenas nas amostras
Embora tenham perfis parecidos, a amostra mais pro- VD-01 e VD-02 (Figura 3.7). A caulinita possui estrutura
funda, VD-04, possui picos menos intensos de quartzo 1:1, não sendo expansiva. Assim, devido à ausência de
e gibbsita que a mais rasa, VD-03. argilominerais expansivos, o difratograma mostra que
Nas análises das amostras VJ-01 e VJ-02 foram identi- não há alteração entre a análise das amostras natural
ficados os seguintes minerais: caulinita, gibbsita, quartzo e glicolada. As amostras calcinadas não apresentam
e mica (muscovita e/ou biotita) (Figura 3.6). A caulinita nenhum pico, devido ao colapso da caulinita e da gibb-
apresenta os picos mais intensos e, portanto, as maiores sita (Figura 3.7).
concentrações. Os picos de quartzo presentes nas amos-
tras com fração ROM praticamente somem nas amostras 3.3.3. Imageamento por MEV
com granulometria menor que 44 µm, mostrando eficácia
em sua retirada durante o beneficiamento. O imageamento por microscopia eletrônica de
Adicionalmente, foram realizadas análises de difrato- varredura (MEV) foi realizado com as amostras bene-
metria da fração argila (menores que 2 µm) de todas as ficiadas (< 44 µm). Foram observadas texturas gra-
amostras feitas no CETEM. Foram realizados os seguintes nulares e agregadas, por vezes alongadas, associadas
procedimentos: ao argilomineral caulinita (Figura 3.8A). A análise de
• Amostra natural: preparada normalmente e seca elementos pontuais no EDS (Espectroscopia de raios
a temperatura ambiente, sem nenhuma alteração; X por energia dispersiva) indicou em todas as amos-
• Amostra glicolada: a amostra fica na presença tras a predominância dos elementos O, Al e Si, nesta
de álcool etileno glicol por 23 h para investigar a ordem decrescente. Esses elementos estão relaciona-
presença de argilominerais expansivos; dos principalmente a presença de caulinita, gibbsita e
• Amostra calcinada: a amostra é exposta por 2 h quartzo (Figura 3.8B, C e D). Adicionalmente, na amostra
à temperatura de 550°C, na qual ocorre o colapso VD-01, constatou-se a presença de Fe e Ti, e na amos-
da caulinita. A 350°C ocorre o colapso da gibbsita. tra VD-02 (Figura 3.8A), a presença de Fe. A presença

Figura 3.6 - Difratogramas de raios X realizados no CETEM das amostras VJ-01 e VJ-02, comparando os resultados das amostras ROM e
com granulometria menor que 44 µm. Minerais identificados: C – Caulinita; G – Gibbsita; Q – Quartzo; M - Mica (muscovita ou biotita).

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Figura 3.7 - Difratogramas de raios X realizados no CETEM das frações argila (menores que 2 µm) com as análises de
amostras naturais, glicoladas e calcinadas. Minerais identificados: C- caulinita; G-gibbsita.

A B

C D

Figura 3.8 - Imagens por MEV realizadas no CETEM: A) Amostra VD-02: agregado de argilominerais; B) Amostra VD-
03: cristal tabular de mica (muscovita ou biotita); C) Amostra VD-04: cristais de quartzo cobertos por argilominerais;
D) Amostra VJ-01: cristal de quartzo coberto por argilominerais e agregado de argilominerais.

destes elementos é associada a argilas vermelhas, e 3.3.4. Fluorescência de raios X


não foram identificados nas análises de EDS das outras
amostras. Nas amostras VD-03 e VD-04, o elemento A análise química de elementos maiores foi realizada
Fe não foi identificado, muito provavelmente por se pelo método de fluorescência de raios X nas amostras
tratar de uma análise pontual. No entanto, conforme brutas (ROM; Tabela 3.3) e nas amostras beneficiadas
apresentado no item 3.3.4, a análise química dessas com granulometria menor que 44 µm (Tabela 3.4). As
amostras indica teores de Fe2O3 superiores à amostra amostras brutas (ROM) apresentam concentrações de
VD-02 (Tabela 3.4). 36,6 a 40,6% de Al2O3, 38,8 a 44,6% de SiO2, 0,63 a 7,2%

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Tabela 3.3 - Resultados das análises químicas por FRX das frações ROM (brutas) realizadas no CETEM (% em peso).

AMOSTRA AL 2O3 SIO2 K 2O TIO2 FE2O3 *PPC TOTAL


VD-01 36,6 41,2 0,23 1,4 7,2 13 99,63
VD-02 40,4 44 0,28 1,7 1,2 12 99,58
VD-03 37,8 38,8 0,34 1 4,7 16,8 99,44
VD-04 39,3 39,2 0,29 1,1 3,3 16,5 99,69
VJ-01 40,5 44 0,23 0,39 0,66 14,1 99,88
VJ-02 40,6 44,6 0,16 0,35 0,63 13,6 99,94

Tabela 3.4 - Resultados das análises químicas por FRX das frações < 44 µm (beneficiadas) realizadas no CETEM
(% em peso).

AMOSTRA AL 2O3 SIO2 K 2O TIO2 FE2O3 *PPC TOTAL


VD-01 36,3 33,9 0,19 1,2 11,2 17 99,79
VD-02 41,8 37,6 0,19 1,7 2,1 16,6 99,99
VD-03 37,2 38,4 0,27 0,98 6,6 16,4 99,85
VD-04 38,8 40,1 0,25 0,99 4,6 15,2 99,94
VJ-01 37,3 37,5 0,15 0,33 0,8 23,9 99,98
VJ-02 40,9 41,2 0,15 0,36 1 16,4 100,01

de Fe2O3, 0,16 a 0,34% de K2O, e 0,35 a 1,7% de TiO2. Os valores tanto de Fe2O3 quanto de TiO2 são rela-
Já as amostras beneficiadas (<44 µm) possuem uma tivamente baixos nas amostras VJ-01 e VJ-02, possi-
composição de 36,3 a 41,8% de Al2O3, 33,9 e 41,2% de velmente resultado da alteração de rochas fonte com
SiO2, 0,8 a 11,2% de Fe2O3, 0,15 a 0,27% de K2O, e 0,33 baixas concentrações desses elementos, tais como suítes
a 1,7% de TiO2. intrusivas leucograníticas, pegmatitos e rochas vulcâni-
No geral, a porcentagem de Al2O3 é maior nas amos- cas piroclásticas félsicas presentes no Setor Nordeste
tras brutas, com exceção das amostras VD-02 e VJ-02, (RAPOSO et al., 2008; PAES et al., 2010).
e está relacionada à presença de feldspato, muscovita, Os valores de PPC (perda por calcinação) são altos,
biotita, caulinita, gibbsita e sillimanita. As amostras brutas geralmente maiores nas amostras beneficiadas (15,2 a
apresentam os maiores valores de sílica, excluindo-se a 23,9%) do que nas amostras brutas (12 a 16,8%), com
amostra VD-04. A sílica está presente em todos os mine- exceção das amostras VD-03 e VD-04. Grande parte da
rais, com exceção da gibbsita (hidróxido de alumínio - calcinação está relacionada ao hidróxido de alumínio
Al(OH)3). O K2O, presente no feldspato, muscovita e bio- (gibbsita), muscovita, biotita e caulinita que são todos
tita, também apresenta os maiores valores nas amostras minerais hidratados.
brutas, mas a variação em relação às amostras benefi-
ciadas é muito pequena. As concentrações de TiO2 são 3.3.5. Índice de alvura
levemente maiores na maioria das amostras brutas e não
sofreram alterações significativas com o beneficiamento. A alvura de um material é a capacidade deste de
Esse óxido pode estar presente no mineral anatásio, parecer mais branco e é determinada pela refletância da
apesar da difração de raios X não tê-lo detectado de luz apenas nos comprimentos de onda próximos à 457
forma conclusiva. Segundo Souza Santos (1992), óxidos nm (faixa do azul). A brancura considera a refletância em
de titânio ocorrem em quase todas as argilas, sendo todo o espectro do visível, que vai de 400 nm à 700 nm
rutilo, ilmenita e anatásio os minerais mais comuns. O (JORDAN, 1996). Caulins diferentes podem apresentar
anatásio é o mineral mais resistente ao intemperismo, na alvuras iguais, mas brancuras totalmente diferentes.
série estabelecida por Pettijohn (1975), e sua presença Tanto a alvura quanto a brancura podem ser determi-
em argilas sugere origem sedimentar. Já a concentração nadas em espectrofotômetros, seja utilizando padrões
de Fe2O3 é maior nas amostras beneficiadas. O ferro do tipo TAPPI/GE ou ISO. O mercado norte-americano
pode estar substituindo o Al na estrutura cristalina da utiliza, como padrão, os valores de alvura determinados
caulinita, ou pode estar presente de forma amorfa, já em TAPPI/GE, enquanto o mercado europeu, o asiático e
que não foram detectados minerais com ferro, além da o australiano utilizam os valores determinados na escala
presença de biotita. ISO. Conforme mostrado na Tabela 3.5, os valores de

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alvura são baixos no material coletado no setor Leste, (Figura 3.9). Todas as amostras mostraram aumento
no Vale do Rio Doce (amostras VD-01, VD-02, VD-03 e no índice de alvura após o beneficiamento (exceto a
VD-04: 12,11 a 45,62 % na amostra bruta) e são relativa- amostra VJ-01, que teve uma redução pouco significa-
mente altos no Setor Nordeste, no Vale do Jequitinhonha tiva), o que demonstra a importância deste processo
(amostras VJ-01 e VJ-02: 74,41 a 79,81% na amostra bruta) para esta finalidade.
Os índices de alvura obtidos para as amostras VJ-01 e
VJ-02 (79,81 e 74,41, respectivamente) estão próximos do
Tabela 3.5 - Resultados dos índices de alvura na escala %
ISO realizados no CETEM. limite inferior do intervalo estabelecido para a indústria
de papel, que é entre 80 e 93% (ISO).
AMOSTRAS FRAÇÃO BRUTA (ROM) FRAÇÃO < 44 ΜM
VD-01 12,11 21 3.3.6. Análise de densidade e umidade natural
VD-02 45,62 56,1
Ensaios de picnometria foram realizados na UFOP
VD-03 31,1 36,69
para a amostra VD-05, obtendo uma densidade relativa
VD-04 35,2 42,78
de 2,42 g/cm³. Este resultado está entre os valores das
VJ-01 79,81 78,64 densidades teóricas dos minerais presentes na amostra:
VJ-02 74,41 75,87 muscovita (2,77 g/cm³), quartzo (2,6 g/cm³), caulinita (2,6

Figura 3.9 - Correlação entre as diferentes escalas e os índices de alvura encontrados em algumas amostras
(ISO: International Standard Organisation; GE: General Eletric). Em azul estão os pontos das amostras ROM e em
vermelho as frações industriais < 44µm.

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g/cm³), gibbsita (2,3 g/cm³) e heulandita (2,2 g/cm³). A da água zeolítica, presente no interior da estrutura cris-
umidade natural do material foi determinada através da talina de minerais argilosos. A desidratação da maioria
secagem da amostra (massa inicial = 8,34 Kg; massa final = dos zeólitos não acarreta em alterações da estrutura
5,74 Kg), obtendo-se o valor de 45,3%. cristalina do mineral.
Por volta de 450 e 550°C acontece a perda de massa
3.3.7. Análise termogravimétrica relacionada à desidroxilação da caulinita que tem iní-
cio entre 450 e 500°C (Figura 3.10), com consequente
Foi realizada na UFOP a análise termogravimétrica da desprendimento da água estrutural e modificação dos
amostra VD-05, com o objetivo de determinar a estabili- grupos de hidroxila (OH), formando assim a metacau-
dade térmica e composição dos materiais intermediários linita (BROWN E GALLAGHER, 2003). A transformação
e do resíduo final (IONASHIRO, 1989 apud DOS SANTOS da caulinita nesta fase amorfa acarreta em perda de
et al., 2007). A Figura 3.10 apresenta a curva termogra- plasticidade do material argiloso após a queima.
vimétrica obtida, indicando uma perda de massa de Processos térmicos que não apresentam perda de
14,34% na queima até 1000°C. massa só podem ser analisados através de curvas ter-
Entre 65 e 250°C observa-se perda de massa rela- modiferenciais, o que é esperado a aproximadamente
cionada à água naturalmente distribuída em materiais 573°C, quando ocorre a transição estrutural do quartzo-α
argilosos, denominada água livre (BROWN e GALLAGHER, (trigonal) em quartzo-β (hexagonal) (FÖLDVARI, 2011).
2003). Adicionalmente, entre 100 e 240°C é comum ocor- Entretanto, variações de mais de 50°C dessa temperatura
rer perda de água adsorvida na superfície externa dos são normalmente observadas e atribuídas à gênese ou
minerais argilosos (SANTOS, 1975). Observa-se ainda um origem, forma e temperatura de formação dos cris-
pequeno pico próximo à temperatura de 250°C (Figura tais (LŘNVIK e SMYKATZ-KLOSS, 1984). Carty e Sena-
3.10), provavelmente correlacionado ao desprendimento pati (1998) afirmam que a transformação estrutural
de água coordenada aos cátions (GONÇALVES et al., do quartzo, por se tratar de um processo reversível,
2014). Essa ligação entre as moléculas de água e os pode promover pequenas contrações no interior de
minerais argilosos é conhecida também como íon-dipolo. corpos cerâmicos.
Entre 250 e 450°C a perda de massa que ocorre Entre 600 e 1000°C é comum haver perda de massa
(Figura 3.10) está relacionada, provavelmente, à liberação associada ao processo de recristalização da caulinita em

Figura 3.10 - Curva termogravimétrica da amostra VD-05 realizada na UFOP. A linha verde indica perda de massa
(%) e a curva azul destaca onde essa perda foi mais acentuada.

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mulita e cristobalita, fase amorfa de sílica. Esse pro- coloração, textura e presença de defeitos como fissuras
cesso tem início a temperaturas entre 925 e 980°C. De e fraturas. As características visuais dos corpos cerâmicos
acordo com Földvari (2011) entre 820 e 920°C inicia-se são classificadas de acordo com ABNT NBR 7170/1983,
o processo de desidroxilação da muscovita em leucita e e não são aceitos defeitos sistemáticos como trincas,
espinélio, com possível recristalização em mulita e em quebras, irregularidades e deformações. Todos os corpos
cristobalita a, aproximadamente, 1100°C. Esse último cerâmicos preparados apresentaram homogeneidade e
processo parece não ter sido significativo (Figura 3.10), ausência de defeitos sistemáticos.
o que pode estar relacionado a pouca quantidade de
muscovita na amostra analisada (item 3.3.2).
A
3.3.8. Limites de Atterberg

Os limites de Atterberg geram informações sobre


a trabalhabilidade da argila, e foram determinados no
laboratório da UFOP através dos ensaios de determina-
ção dos limites de liquidez e plasticidade. Os resultados
obtidos estão apresentados na Tabela 3.6.
De acordo com Macedo et al. (2008), os valores
aceitáveis para matérias-primas de cerâmica vermelha
são entre 30 e 60% para o limite de liquidez (LL), entre
15 e 30% para o limite de plasticidade (LP) e entre 10
a 30% para o índice de plasticidade (IP). Dessa forma,
a amostra analisada possui valores de LL (72,23%) e
LP (51,35%) acima dos valores estabelecidos. Já o IP B
(20,87%) apresenta um valor aceitável. Entretanto,
segundo Caputo (1988), o material analisado se enqua-
dra como altamente plástico (IP > 15%), sendo necessá-
ria a adição de algum elemento estruturante (quartzo,
por exemplo), promovendo melhor trabalhabilidade
desta argila.

Tabela 3.6 - Limites de Atterberg.

Limites de Atterberg Valor (%)


Limite de liquidez (LL) 72,23
Limite de plasticidade (LP) 51,35
Índice de plasticidade (IP) 20,87
C
3.4. ENSAIOS TECNOLÓGICOS PARA CERÂMICA

A confecção dos corpos de prova cerâmicos e os


ensaios subsequentes foram realizados no Laboratório
de Materiais Cerâmicos do Departamento de Engenharia
de Minas da Escola de Minas (UFOP).

3.4.1. Conformação dos corpos de prova

Para confeccionar os corpos de prova cerâmicos


foram realizadas as etapas de conformação, secagem e
queima. A Figura 3.11 apresenta o resultado obtido após
o término de cada uma dessas etapas.
A avaliação macroscópica dos corpos de prova foi Figura 3.11 - Imagens dos corpos de prova após: a) conformação;
realizada visualmente. Foram avaliados parâmetros como b) secagem; c) queima.

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3.4.2. Retração linear de secagem (RLS) Além disso, é possível constatar que a variação da
pressão de compactação não teve influência significativa
A retração linear de secagem (RLS) é um coeficiente na variação da retração linear de queima.
que indica a variação dimensional do corpo cerâmico após Segundo sugere o Instituto de Pesquisas Técnicas –
a etapa de secagem. A Tabela 3.7 apresenta os valores IPT (1985 apud AMORIM, 2007), o valor da RLQ não deve
obtidos e seus respectivos desvios-padrões, de acordo exceder de 12%. As quatro condições testadas atendem
com a pressão de compactação empregada durante a aos critérios dispostos.
conformação dos corpos de prova.
De acordo com Melchiades et al. (2001), a RLS é 3.4.4. Massa específica aparente (MEA)
nula ou negativa quando a mistura cerâmica apresenta
baixos teores de umidade. Quando a retração linear A Tabela 3.9 apresenta os valores de massa especí-
de secagem é inferior a 1% este parâmetro exerce fica aparente (MEA) e seus respectivos desvios-padrões
pouca influência sobre as dimensões finais de um de acordo com a pressão de compactação empregada
corpo de prova. Nota-se que, para a amostra analisada, durante a conformação dos corpos de prova e com a
os valores de retração linear de secagem observados temperatura de queima.
são muito baixos e próximos para as duas pressões de As condições 3 e 4, nas quais a temperatura de
compactação aplicadas. queima foi 1100 °C, apresentaram valores de MEA acima
de 1,7 g/cm³, atendendo aos critérios dispostos pelo Ins-
Tabela 3.7 - Retração linear de secagem de acordo com a tituto de Pesquisas Técnicas – IPT (1985 apud AMORIM,
pressão de compactação. 2007). Entretanto, as condições 1 e 2, com temperatura
de queima de 950 °C, estão em desacordo com os refe-
PRESSÃO DE RETRAÇÃO LINEAR DESVIO-
COMPACTAÇÃO (MPA) DE SECAGEM (%) PADRÃO
ridos critérios.
Foi constatado que o aumento da temperatura e
28 0,18 0,07
da pressão de compactação são diretamente propor-
35 0,21 0,06
cionais ao aumento da MEA. Entretanto, a temperatura
de queima influencia muito mais no aumento de MEA
3.4.3. Retração linear de queima (RLQ) do que a pressão de compactação.

A retração linear de queima (RLQ) é o coeficiente que Tabela 3.9 - Massa específica aparente de acordo com a
indica a variação dimensional do corpo cerâmico após temperatura de queima e pressão de compactação.
a etapa de queima. A Tabela 3.8 apresenta os valores
obtidos e seus respectivos desvios-padrões, considerando TEMPERA- PRESSÃO
TURA DE DE COM- MEA (g/ DESVIO
diferentes pressões de compactação e temperatura CONDIÇÃO
QUEIMA PACTAÇÃO cm³) PADRÃO
de queima. (°C) (MPA)
Foi observado que o aumento da temperatura de 1 950 28 1,61 0,02
queima resultou em uma maior retração linear. Durante 2 950 35 1,67 0,02
a queima ocorre a formação de fases líquidas no inte- 3 1100 28 1,91 0,03
rior do produto, devido à fusão parcial dos componen- 4 1100 35 1,95 0,04
tes menos refratários. Essas fases líquidas provocam a
aproximação das partículas sólidas, resultando na dimi-
nuição do volume de poros e, consequentemente, na 3.4.5. Absorção de água (AA)
retração do corpo cerâmico (MELCHIADES et al., 2001
apud COTA, 2017). A absorção de água (AA) é um parâmetro que analisa
a quantidade de água que o corpo cerâmico é capaz de
Tabela 3.8 - Retração linear de queima de acordo com a absorver após a etapa de queima. A Tabela 3.10 apresenta
temperatura de queima e pressão de compactação. os valores obtidos desse índice de acordo com variação
da temperatura de queima e da pressão de compactação.
TEMPERATURA
PRESSÃO DE
RLQ
DESVIO O menor valor de AA (15,23%) medido está relacionado à
CONDIÇÃO COMPACTA- PA- queima nas maiores temperatura (1100°C) e pressão de
DE QUEIMA (°C) (%)
ÇÃO (MPA) DRÃO
compactação (35 Mpa). Da mesma forma, o maior valor
1 950 28 4,59 0,20
de AA (25,92%) foi observado nas menores condições
2 950 35 4,46 0,06
de temperatura de queima (950°C) e pressão de com-
3 1100 28 9,63 0,03 pactação (28 Mpa). Provavelmente, a formação de fase
4 1100 35 9,77 0,32 líquida não foi suficiente para causar o preenchimento

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Tabela 3.10 - Absorção de água de acordo com a apenas de tijolos furados, enquanto que a condição 1
temperatura de queima e pressão de compactação. (temperatura de queima de 950°C; AA = 25,92%), não
atende a nenhum dos critérios estabelecidos.
TEMPERA- PRESSÃO DE
AA DESVIO
CONDIÇÃO TURA DE COMPACTA-
(%) PADRÃO 3.4.6. Resistência à compressão uniaxial (RCU)
QUEIMA (°C) ÇÃO (MPA)
1 950 28 25,92 0,44
2 950 35 24,04 0,26
Esse ensaio consiste na avaliação da tensão de
ruptura do corpo cerâmico. A Tabela 3.11 apresenta a
3 1100 28 16,33 0,68
resistência à compressão uniaxial (RCU) para os corpos
4 1100 35 15,23 0,10
de prova de acordo com a temperatura de queima e
pressão de compactação. O maior valor de RCU (182,54
dos poros, o que acarretaria em uma maior aproximação MPa) foi obtido para temperatura de 1100°C e pressão
das partículas, reduzindo a porosidade e aumentando de compactação de 35 MPa, enquanto que o menor
a densificação do corpo. A temperatura de queima valor de RCU (75,78 MPa) foi obtido para temperatura
foi a variável que mais impactou na determinação dos de 950°C e pressão de compactação de 28 MPa. A
índices de AA, enquanto a pressão de compactação variação da RCU é diretamente proporcional à varia-
teve pouca influência. ção da pressão de compactação e à temperatura de
As normas NBR 15270-1 e 15270-2 tratam, respecti- queima e os dois fatores exercem grande influência
vamente, dos componentes cerâmicos para alvenaria de nos resultados.
vedação e estrutural e definem o valor ideal entre 8% e As normas NBR 15270-1 e 15280-2 tratam dos blo-
22%. A norma ABNT NBR 7170, que dispõe sobre tijolos cos de vedação e estruturais e recomendam uma RCU
maciços, não limita um valor para esse índice. Já para tijo- maior que 1,5 e 3,0 MPa, respectivamente. A NBR 7170
los furados, o valor limite recomendado de AA é de 25% dispõe sobre tijolos maciços e estabelece os valores de
(SANTOS, 1975). Dessa forma, os ensaios nas condições 3 RCU com base em três categorias: A, B e C, e os valores
e 4 (temperatura de queima de 1100°C; AA entre 15,23 mínimos para cada uma são respectivamente, 1,5 MPa,
e 16,33%; Tabela 3.10) se adequam a todos os critérios 2,5 MPa e 4,0 Mpa. Os resultados da Tabela 3.11 mostram
exigidos pelas normas acima. A condição 2 (temperatura que todos os ensaios superam, em muito, as exigências
de queima de 950°C; AA = 24,04%), permite a fabricação dessas normas.

Tabela 3.11 - Resistência à compressão uniaxial de acordo


com a temperatura de queima e pressão de compactação.

PRESSÃO DE
TEMPERATURA RCU DESVIO
CONDIÇÃO COMPACTAÇÃO
DE QUEIMA (°C) (MPA) PADRÃO
(MPA)
1 950 28 75,78 3,41
2 950 35 85,76 4,21
3 1100 28 139,76 6,93
4 1100 35 182,54 4,83

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

4.1. INTERPRETAÇÕES SOBRE A QUALIDADE DOS 15%). A partir de constatações empíricas, a incorporação
ARGILOMINERAIS de material estruturante e arenoso promove melhor
trabalhabilidade desta argila, acarretando em valores
Os resultados obtidos nos estudos de caracterização adequados dos parâmetros LL e LP. Entretanto, são neces-
tecnológica (capítulo 3) permitem a realização de uma sários maiores estudos para quantificar a proporção ideal
análise preliminar do potencial das matérias-primas inves- de material arenoso e argiloso. Esse elemento estrutu-
tigadas e sua possível aplicação na indústria cerâmica. rante pode ser encontrado no próprio terraço aluvial,
No Setor Nordeste, a presença de suítes intrusivas uma vez que o intervalo amostrado foi descrito na etapa
leucograníticas, pegmatitos e rochas vulcânicas piroclás- de perfuração como sendo composto de 100% de argila.
ticas félsicas (RAPOSO et al., 2008; PAES et al., 2010) Nos ensaios tecnológicos essa amostra apresentou
sugerem a presença de potenciais depósitos de argila bons resultados. Na avaliação macroscópica, os corpos
branca. Análises químicas realizadas em amostras desse cerâmicos apresentaram homogeneidade e ausência de
setor (VJ-01 e VJ-02) indicam altos teores de Al2O3 e SiO2 defeitos sistemáticos. Os valores obtidos para a retração
e baixa concentração de Fe2O3 e TiO2. Adicionalmente, os linear de secagem (RLS entre 0,18 e 0,21%), retração
índices de alvura dessas amostras (74,41 - 79,81%) estão linear de queima (RLQ entre 4,46 e 9,63%) e resistência
próximos ao limite inferior do intervalo aceitável para à compressão uniaxial (RCU entre 75,78 e 182,54 Mpa)
aplicação na indústria do papel (entre 80 e 93% ISO). De estão de acordo com os critérios vigentes (RLS < 1%; RLQ
acordo com a composição mineralógica e distribuição < 12%; RCU > 4 Mpa) em todas as condições avaliadas
granulométrica, esses caulins podem ser utilizados na de queima e pressão de compactação. Para o parâme-
produção de cerâmica, plástico, borracha e concreto tro massa específica aparente (MEA), em condições de
de alto desempenho. temperatura de queima de 1100°C (MEA = 1,91 - 1,95
No Setor Leste, a predominância de litotipos com g/cm³) os critérios recomendados (MEA > 1.7 g/cm³)
minerais portadores do elemento ferro, tais como gra- foram atendidos.
nito, tonalito, granodiorito, diorito, norito e anfibolito, Para o índice de absorção de água (AA), os valores
resulta em depósitos de argilas vermelhas. A difratome- recomendados variam de acordo com o tipo de peça.
tria de raios X identificou, de modo geral, picos de alta O material investigado se adequou a todos os critérios
intensidade para os minerais caulinita, quartzo, gibbsita (componentes cerâmicos para alvenaria de vedação e
e heulandita, e picos menores de feldspato (microclínio), estrutural, tijolos maciços e tijolos furados) nos testes fei-
muscovita e/ou biotita e sillimanita. A caulinita foi o tos em condições de temperatura de queima de 1100°C.
mineral predominante em todas as amostras analisadas. A Utilizando temperatura de queima de 950°C e pressão
análise química indicou altos teores de Al2O3, SiO2 e Fe2O3. de compactação de 35 Mpa o índice de AA obtido se
Um ensaio completo de caracterização foi realizado adequa apenas a fabricação de tijolos furados. Como
na amostra VD-05 e permitiu a avaliação de sua utilização a norma não limita um mínimo para o índice de AA na
para a indústria da cerâmica vermelha. A distribuição gra- fabricação de tijolos maciços, a condição de temperatura
nulométrica dessa amostra (cerca de 80% das partículas de queima de 950°C e pressão de compactação de 28
com diâmetro inferior a 22,31 µm e 15% com diâmetro Mpa, somente pode ser utilizada para a confecção deste
menor que 2 µm) está próxima ao adequado para a tipo de produto.
produção de tijolos furados e tijolos maciços, segundo De modo geral, os valores de temperatura de queima
o diagrama orientativo de Winkler. e de pressão de compactação são diretamente propor-
O limite de liquidez (LL = 72,23%) e o limite de plas- cionais aos valores de RLQ, MEA e RCU, enquanto são
ticidade (LP = 51,35%) ficaram acima dos valores consi- inversamente proporcionais aos valores de AA. Adicio-
derados aceitáveis para matérias-primas de cerâmica nalmente, a temperatura de queima influencia muito
vermelha (LL entre 30 e 60%, LP entre 15 e 30%). Já mais nos resultados do que a pressão de compactação.
o índice de plasticidade (IP = 20,87%) está dentro dos Os resultados gerais desses ensaios tecnológicos
padrões recomendados (entre 10 a 30%). Adicionalmente, sugerem que a argila da amostra VD-05 (Vale do Rio
de acordo com a classificação de Jenkins (CAPUTO, 1988), Doce) pode ser empregada para a confecção de tijo-
este material se configura como altamente plástico (IP > los maciços, blocos de vedação e blocos estruturais

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de cerâmica vermelha, uma vez que os resultados dos mais altas (730 a 910 m). Todos estes materiais possuem
parâmetros analisados se mostraram dentro dos limites bastante expressão na região. Nesse estudo, o depósito
recomendados pelas normas NBR 7170, NBR 15270-1 e do tipo colúvio-aluvionar do quaternário na localidade
15270-2 para as condições de temperatura de queima de Tibuna foi escolhido para realizar modelagem 3D e
de 1100°C e pressões de compactação de 28 e 35 MPa. ensaios tecnológicos em duas amostras.
Tanto no Setor Leste quanto no Nordeste, os depó-
4.2. OS DEPÓSITOS DE ARGILA DOS SETORES sitos argilosos provenientes de várzea/terraço aluvial
LESTE E NORDESTE possuem maior concentração de material fino, formados
principalmente caulinita, com poucas impurezas, como
O projeto Estudo das Argilas dos Vales dos Rios Doce grãos de quartzo.
e Jequitinhonha – MG teve como principais objetivos: a A modelagem 3D é uma ótima ferramenta prospectiva
descrição geológica e geomorfológica dos depósitos de para depósitos sedimentares, e permitiu o cálculo
argila, a prospecção de novos depósitos, o cadastramento estimado dos volumes dos diferentes materiais presentes
de olarias, a modelagem 3D de uma seleção de vales, e a nos vales, especialmente do material argiloso dos três
caracterização mineralógica e tecnológica de alguns dos terraços aluviais selecionados. As camadas de argila e
materiais coletados, para avaliar o seu potencial para a argila arenosa (percentual de argila entre 95 e 100%,
indústria cerâmica. e entre 95% e 50%, respectivamente, de acordo com
Os depósitos e ocorrências de argilas no Setor Leste, descrição na perfuração) foram considerados os níveis
no Vale do Rio Doce, podem ser classificados como do com material aproveitável para a indústria da cerâmica.
tipo sedimentar e são encontrados predominantemente No terraço aluvial da localidade de Serraria, o volume de
em terraços aluviais inferiores (entre as cotas de 200 e argila foi estimado em 2,45 x 106 m3 e o de argila arenosa
250 m) ou superiores (entre as cotas de 600 e 800 m). em 2,8 x 104 m3. O potencial desse vale é ainda maior, já
A composição da massa argilosa para fabricação dos que os poços do SIAGAS presentes na região descrevem
produtos é feita com mistura de material argiloso e ter- presença de material argiloso de natureza plástica até
roso de diferentes camadas do próprio terraço aluvial 24 m de profundidade. No terraço aluvial da localidade
ou de terraços distintos. Apenas uma pequena parcela de Córrego do Rio Preto, o volume de argila foi estimado
de olarias utiliza material de colúvio (mais arenoso) para em 2,71 x 105 m3 e o de argila arenosa em 1,57 x 106 m3.
blendar com material argiloso e compor a mistura na No terraço aluvial da localidade de Tibuna, o volume
proporção desejada. Dentre os terraços aluviais visita- estimado de argila e de argila arenosa foi de 3,2 x 104
dos, dois foram escolhidos para a realização de furos a m3 e 4,1 x 105 m3, respectivamente.
trado e modelagem 3D: O terraço inferior (cotas entre A caracterização mineralógica e tecnológica realizada
200 e 250 m) de Serraria e o terraço superior (cotas com alguns materiais cerâmicos desses três terraços alu-
entre 600 e 800 m) de Córrego do Rio Preto. Ensaios viais forneceram importantes informações no sentido de
tecnológicos foram feitos em três amostras provenien- orientar para uma melhor utilização da matéria-prima,
tes da localidade de Serraria e duas da localidade de que possibilita o aprimoramento das técnicas de produ-
Córrego do Rio Preto. ção já existentes, e que reflete na melhora da qualidade
No Setor Nordeste, no Vale do Jequitinhonha, quatro dos itens fabricados.
tipos de materiais geológicos com potencial para utili- Os dois setores estudados apresentam um excelente
zação na indústria cerâmica branca são identificados potencial para prospecção e extração de argilas. Os
e podem ser classificados como do tipo supérgeno ou ensaios tecnológicos feitos em algumas amostras de
sedimentar. Os tipos de argila relacionados à depósitos argila do Setor Leste indicam que elas estão em con-
supérgenos são representados por: (I) alteração dos formidade com os parâmetros necessários para a sua
leucogranitoides (Eg), incluindo no setor as porções utilização na indústria da cerâmica vermelha. Com relação
pegmatóides; (II) alteração de rochas vulcânicas piro- ao potencial das argilas do Setor Nordeste, sugere-se
clásticas pertencentes à Unidade Serra do Tombo (EKst); a realização adicional de ensaios tecnológicos nesses
(III) sedimentos semi-consolidados da Formação São materiais, investigando também os depósitos supérgenos,
Domingos (Tsd). Os materiais formados pela acumulação para averiguar mais detalhadamente a sua viabilidade
do tipo sedimentar são caracterizados por: (IV) depó- econômica e correta aplicação.
sitos colúvio-aluvionares do Neógeno e Quaternário Ressalta-se, ainda, que no Setor Nordeste existem
(Ndl e QHa), representados por argilas de várzeas e/ou outros vales em cotas elevadas (730 a 910 m) com poten-
terraços aluvionares situados em cotas elevadas (730 a cial para extração de argilas brancas, como é o caso da
910 m) e em cotas baixas (260 a 330 m). Os depósitos Fazenda Grupiarinha (Novo Cruzeiro), localizada a 30 Km
do tipo colúvio-aluvionares do quaternário formados por a SW de Caraí. As chapadas do povoado de Forquilha
potenciais argilas brancas estão concentrados em cotas (Novo Cruzeiro), localizadas a 24 Km a WNW de Caraí e

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da Formação São Domingos, caso venham apresentar e facilitaram acesso às áreas de interesse, principalmente
bons resultados em ensaios tecnológicos, são interes- na fase de perfuração, dentre os quais podemos citar
santes para exploração pois não se situam em áreas de Eduardo, da localidade de Serraria, Elizabeth da Silva
proteção ambiental (margens de rios e drenagens). No da localidade de Tibuna e José Moura da localidade de
Setor Leste, também existem outros vales potenciais para Córrego do Rio Preto. Somos gratos ao Manoel Bicalho
argila vermelha, como é o caso do vilarejo de Senhora da (Manoelzinho), grande conhecedor da região entre Ara-
Penha (Fernandes Tourinho), localizado 14 Km a NW de çuaí e Novo Cruzeiro, que nos guiou e orientou na busca
Engenheiro Caldas e de Córrego Preto (Bugre), localizado por ocorrências de argila. Também agradecemos a todos
a 16 Km a NE de Ipaba. os integrantes das olarias que nos bem receberam e
Com o objetivo de diversificar a aplicação do material esclareceram todo o processo de confecção dos tijolos
em indústrias que agreguem maior valor aos produtos e telhas de “barro”. O nosso muito obrigado às olarias:
finais é indicada a realização de caracterização tecnoló- Cerâmica J.P., Comarques, Irmãos Zucoloto Luz LTDA,
gica voltada para indústria de cerâmica de revestimento, Cerâmica Cota, Cerâmica Qualidade, Cerâmica Real GV
louças, porcelanas (utilitárias e decorativas), sanitários e LTDA, Cerâmica Beija-Flor LTDA, Cerâmica L&M, Cerâ-
porcelana técnica (porcelanas elétrica e técnica tradicio- mica Portela LTDA, Cerâmica Vieira LTDA, Cerâmica Boa
nal). Essas novas aplicações podem valorizar a utilização Vista, Cerâmica Alpercatas LTDA, Cerâmica Constrular
das matérias primas e proporcionar a geração de empre- LTDA, Cerâmica Santo Ângelo, Cerâmica da Costa LTDA-
gos e desenvolvimento econômico da região. ME, Cerâmica Braz, Olaria Calango, Cerâmica Tavares
& Tavares, Cerâmica Casa do Olero, Cerâmica Oriente
4.3. AGRADECIMENTOS LTDA-ME, Cerâmica Tradição LTDA-ME, Cerâmica Ave-
lino LTDA-ME, Cerâmica Ubaporanga LTDA-ME, Cerâ-
Os autores agradecem ao geólogo Marco Antônio mica Alves, Cerâmica Faustino Braz, Cerâmica do Vale
Fonseca pela idealização do projeto. Somos gratos aos LTDA, Cerâmica Fercoe, Cerâmica do Espanhol, Cerâmica
laboratórios do CETEM e UFOP pelas realizações dos Santa Cruz, Cerâmica Ibituruna LTDA, Cerâmica Taruaçú,
ensaios tecnológicos das argilas. Deixamos nossos agrade- Cerâmica Isadora, Cerâmica Santo Antônio, Cervil
cimentos também a todas as pessoas que nos permitiram Cerâmica Vieira LTDA.

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escala 1:500.000, folhas SE.24-V, SE.23-Z, SE.24-Y (partes).
H. C. Estudo de argilas usadas em cerâmica vermelha.
In: Projeto Leste. Belo Horizonte: COMIG/CPRM, 2000.
Cerâmica, 54(332), 411-417, 2008.
PRACIDELLI, S.; MELCHIADES, F. G. Importância da
MELCHIADES, F.G. ROVERI, C. D., SOTÉRIO, J., SILVA, L.L, composição granulométrica de massas para cerâmica
BOSCHI, A. O. Controle Dimensional e do Formato de vermelha. Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 2, n. 1/2, p.31-
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Industrial, v. 6. pp 27-33, 2001.
RAPOSO, F. O.; PAES, V. J. C.; SGARBI, G. N. C. Rochas
MELLO, C. L.; METELO, C. M. S.; SUGUIO, K.; KOHLER, H. piroclásticas ácidas, fanerozóicas do Médio-
C. Quaternary sedimentation, neotectonics and the Jequitinhonha, Nordeste de Minas Gerais. In: CONGRESSO
evolution of the Doce River Middle Valley Lake System BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 44, Curitiba, PR. Anais. Curitiba,
(Southeastern Brazil). Revista do Instituto Geológico, IG São PR: SBG, P.26-31, 2008.
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SAADI, A. J. & PEDROSA SOARES, A. C. Um graben cenozoico
MELLO, I. S.de C., MOTTA, J.F., BEZERRA, M. S., NESI, J. de R., no Médio Jequitinhonha, Minas Gerais. In: Workshop
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do Nordeste Brasileiro, São Paulo, CPRM, 2011. no sudeste brasileiro, 1. Belo Horizonte. Boletim 11. Belo
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MENDES, I.A.; DANTAS, M.; BEZERRA, L.M.M. Geomorfologia
Radambrasil: Levantamento de Recursos Naturais. Folha SALUM, M. J. G. Programa de Ações Integradas em Prol do
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MOTTA, J.F.M., Tanno, L.C., Cabral Jr, M. Argilas plásticas para SANTOS, P. S. Tecnologia de argilas, aplicada às argilas
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Geológica. Rev. Bras. Geocênc.,v. 23, n. 2, p. 158-173, 1993. SANTOS, P. S. Ciência e tecnologia de argilas. v.1, 2.ed. rev.
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arc second. Distribuído por Nasa Eosdis Lp Daac, 2013. SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL – CPRM. SIAGAS: Sistema
Disponível em: https://doi.org/10.5067/MEaSUREs/SRTM/ de Informações de Águas Subterrâneas. Disponível em:
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sdasdgtryh\eyaertyae
| 58 |
| Áreas de Relevante Interesse Mineral (ARIM) - Estudos das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha |

SILVA, M. C. A. Incorporação de finos de quartzito na SOUZA SANTOS, P. Caulins e argilas para cerâmica branca.
produção de cerâmica vermelha. Dissertação (Mestrado In: Ciência e Tecnologia de Argilas, 2a Edição revisada e
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SÖLLNER, F.; LAMMERER, B.; WEBER-DIEFENBACH, K. Die
Krustenentwicklung in der Küstenregion nördlich von WENTWORTH, C. K. A scale of grade and class terms for
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1991. 392. Published by: The University of Chicago Press. 1922.

| 59 |
ANEXOS
ANEXO I

Tabela com as informações adquiridas no cadastramento das olarias


CONTROLE
PRODUÇÃO
COMER- DE TEMPE-
TOTAL ÁREA TIPO DE CAPACIDADE DO
PONTO COORD_X COORD_Y ALTITUDE DATA NOME MUNICÍPIO TOPONÍMIA PRODUTOS CIALIZA- RATURA
(PEÇAS/ LICENCIADA FORNO FORNO (PEÇAS)
ÇÃO AUTOMATI-
MÊS)
ZADO
Gover-
BR-116,
Cerâmica nador
Engenheiro Córrego Tijolos: 6, 8
OL-01 186568 7896640 221 10/16/2013 Alpercata 200.000 Sim Valadares,
Caldas Água Limpa, e 9 furos
LTDA. Açucena,
km 431
Vale do Aço

Manhuaçu,
Cerâmica BR-116, Tijolos de
Engenheiro Caratinga Forno Pau-
OL-02 815373 7888270 232 10/16/2013 Constru- Córrego lage, 6, 9, 10 100.000 Sim
Caldas e Belo listinha
lar LTDA. Baixa Larga furos
Horizonte

Cerâmica
Engenheiro
OL-03 811229 7875407 239 10/31/2013 Santo BR-116
Caldas
Ângelo

Vale do
Aço,
Matipó
Cerâmica Tijolos: 6,
Engenheiro (zona da Forno
OL-04 812253 7891015 da Costa 9 furos e Não
Caldas mata), Túnel
LTDAME Lajotas
Itabira
e Belo
Horizonte
Cafra
(empresa
BR-116,
Olaria Tijolos de Carvão),
OL-05 806819 7864568 247 11/4/2013 Tarumirim Córrego do 96.000 Não
Calango Maciço Vale do
Onça
Aço e Rio
Doce

Cerâmica São João do Tijolos: 6 e 9 Ipatinga e Forno


OL-06 798757 7852528 250 11/4/2013 Não
LM Oriente furos Vale do Aço Túnel

Cerâmica Paulistinha
São João do Córrego da Tijolos: 9 e
OL-07 797776 7851365 261 11/4/2013 Tavares & 80.000 com Vagão Não
Oriente Taioba 10 furos
Tavares adaptado

São João do Córrego do Tijolos: 10 Vale do Forno


OL-08 798165 7851563 256 11/4/2013 Cerâmica 30.000 Não
Oriente Parado furos Aço, Caiera
CONTROLE
PRODUÇÃO
COMER- DE TEMPE-
TOTAL ÁREA TIPO DE CAPACIDADE DO
PONTO COORD_X COORD_Y ALTITUDE DATA NOME MUNICÍPIO TOPONÍMIA PRODUTOS CIALIZA- RATURA
(PEÇAS/ LICENCIADA FORNO FORNO (PEÇAS)
ÇÃO AUTOMATI-
MÊS)
ZADO
Ipatinga,
Cerâmica Governa-
São João do
OL-09 798530 7858781 224 11/6/2013 Casa do dor Vala-
Oriente
Olero dres e Belo
Horizonte
(90%) Vale
Rua Ponte
Cerâmica Tijolos de do Aço 7 Fornos
São João do Nova, 55.
OL-10 798586 7858878 216 11/6/2013 Oriente lage, 10, 9 e 400.000 e (10%) Paulistinha 20.000 cada forno
Oriente Centro, S.J.
LTDA-ME 6 furos Caratinga e individuais
do Oriente
Raul Soares
Rua Anibal
Cerâmica Maurício de 5 Fornos
São João do Tijolos: 10, 9
OL-11 11/6/2013 Tradição Oliveira, 271. 100.000 Vale do Aço Paulistinha
Oriente e 8 furos
LTDA-ME Centro S.J. individuais
do Oriente

Cerâmica
São João do Córrego do Tijolos: 8 e 9 2 Fornos
OL-12 798235 7852223 251 11/6/2013 Avelino 22.000 cada forno
Oriente Parado furos Caieira
LTDA-ME

Rua Dr
Cerâmica Manhuaçu,
Almério de
Ubapo- Tijolos: 8 e 9 Caratinga e 2 Fornos
OL-13 803327 7826935 471 11/7/2013 Ubaporanga Resende, 108.000 9.000 cada forno
ranga furos Piedade de Paulistinha
335. Centro,
LTDA-ME Caratinga
Ubaporanga

Estrada do
Cerâmica
Aeroporto, 0. Tijolos: 6, 8,
OL-14 11/7/2013 Vieira Ubaporanga
Zona Rural, 9, e 10 furos
LTDA
Ubaporanga

Cerâmica São João do Santa Maria Tijolos: 8 Forno


OL-15 798738 7851005 273 11/7/2013 80.000 20.000 cada forno
Alves Oriente do Baixo furos Contínuo

Cerâmica
Km 1 Zona Tijolos: 8 4 Fornos
OL-16 198969 7876541 255 11/8/2013 Faustino Itanhomi 70.000
Rural furos Paulistinha
Braz
CONTROLE
PRODUÇÃO
COMER- DE TEMPE-
TOTAL ÁREA TIPO DE CAPACIDADE DO
PONTO COORD_X COORD_Y ALTITUDE DATA NOME MUNICÍPIO TOPONÍMIA PRODUTOS CIALIZA- RATURA
(PEÇAS/ LICENCIADA FORNO FORNO (PEÇAS)
ÇÃO AUTOMATI-
MÊS)
ZADO

Rua José
Cerâmica Tijolos Forno
Afonso Boa
OL-17 804860 7870562 273 11/8/2013 do Vale Sobrália de Laje e 600.000 Túnel (tipo
Ventura.
LTDA Estrutural Hoffmann)
Sobrália

Travessa
Araçuaí
Vitoriano Forno Garrafão:
Cerâmica Tijolos: 6, 8 e região
OL-18 813393 8133504 266 3/25/2014 Araçuaí Peixoto, Túnel e 35.000 a 40.000 Sim
Fercoe e 10 furos circunvizi-
155 - Bairro Garrafão Túnel:20.000
nha
Esplanada

Cerâmica
Rua dos
Irmãos Tijolos de 08 Raio de
OL-19 232627 7897881 124 24-Jun-14 Galiléia Operários, 600.000 Sim Paulistinha 25.000
Zucoloto e 10 furos 250 Km
1161
Luz LTDA

Cerâmica Tijolos de
Rua Rio de Raio de Abóboda e Abóboda- 12.000
OL-20 221165 7899174 136 25-Jun-14 do Tumiritinga laje e reves- 600.000 Sim
Janeiro, 414 200 Km Paulistinha Paulistinha- 20.000
Espanhol timento

Tijolos para Túnel


Cerâmica laje (5 furos) contínuo Túnel (vagoneta):
Rua Goiás, Raio de
OL-21 221142 7899162 140 25-Jun-14 Santa Tumiritinga e revesti- 500.000 Não (vagoneta) 250 Paulistinha:
s/n - Centro 330 Km
Cruz mento (8 e 9 e Paulisti- 20.000
furos) nha
Paulistinha,
Paulistinha: 37.000
Cerâmica Rua São Tijolos para Paulisti-
Raio de Paulistinha(vagon.):
OL-22 221628 7899329 137 25-Jun-14 Alves Tumiritinga Sebastião, laje e reves- 400.000 Sim nha com
150 Km 15.000 Abóboda:
Rocha 195 - Centro timento vagoneta e
12.000
Abóboda

Rua Josefa
Cerâmica
Governador Rosa Cruz, Raio de Túnel (va-
OL-23 188187 7906974 135 26-Jun-14 Beija Flor Tijolos 200.000 Sim 200 por vagoneta
Valadares 453 - Vila do 300 Km goneta)
LTDA
Sol

Telhas Plan e
Abóboda- 15.000
Cerâmica Rua Cristal, Portuguesa Abóboda,
Governador Raio de Paulistinha- 40.000
OL-24 188810 7907787 174 26-Jun-14 Ibituruna 450 - São Tijolos de 1.200.000 Sim Paulistinha Sim
Valadares 200 Km Metálico (móvel) -
LTDA Raimundo vedação e e Metálico
60.000
estrutural
CONTROLE
PRODUÇÃO
COMER- DE TEMPE-
TOTAL ÁREA TIPO DE CAPACIDADE DO
PONTO COORD_X COORD_Y ALTITUDE DATA NOME MUNICÍPIO TOPONÍMIA PRODUTOS CIALIZA- RATURA
(PEÇAS/ LICENCIADA FORNO FORNO (PEÇAS)
ÇÃO AUTOMATI-
MÊS)
ZADO

Cerâmica Rua Zero, s/n


Governador Tijolos de Raio de 70
OL-25 808014 7901027 145 27-Jun-14 Real GV - Distrito de 300.000 Sim Paulistinha Paulistinha: 12.000
Valadares vedação Km
LTDA Baguari

Forno
Tijolos para
Cerâmica Engenheiro Córrego das Raio de Túnel (va- Túnel: 350 por
OL-26 811204 7874638 174 30-Jun-14 laje e reves- 400.000 Não Sim
Portela Caldas Pedras, s/n 300 Km goneta) e vagoneta
timento
Hoffman

Forno
Cerâmica Rua Pedro Tijolos de
Raio de Túnel (va- Túnel: 12.000
OL-27 807813 7862735 342 1-Jul-14 Qualida- Tarumirim Faria, 631 - revesti- 250.000 Sim Sim
280 Km goneta) e Paulistinha: 20.000
de Taruaçú mento
Paulistinha

Rua Pedro Tijolos de


Cerâmica Raio de 60
OL-28 807862 7862984 334 1-Jul-14 Tarumirim Faria, 955 - revesti- 200.000 Não Paulistinha 20.000 Não
Taruaçú Km
Taruaçú mento

Rodovia Tijolos para


Cerâmica Engenheiro Raio de Forno
OL-29 809409 7870306 246 1-Jul-14 BR-116, Km laje e reves- 320.000 Não 80.000
Isadora Caldas 160 Km Hoffman
464,3 timento

Rua João
Cerâmica Alves Nepo- Tijolos de
Raio de 90
OL-30 803759 7837213 509 2-Jul-14 Santo Inhapim muceno, 68 - revesti- 40.000 Não Paulistinha 4.500 Não
Km
Antônio Bairro Santo mento
Antônio

Estrada de
Tijolos de Forno
Cerâmica São João do São João do Raio de 50
OL-32 798736 7852551 221 2-Jul-14 revesti- 250.000 Não Túnel (va- 300 por vagoneta
LM Oriente Oriente, Km Km
mento goneta)
05, s/n

Cervil Estrada do
Tijolos de Hoffman, Hoffman: 72.000
Cerâmica Aeroporto, Raio de
OL-33 802386 7815112 611 7-Jul-14 Ubaporanga revesti- 450.000 Sim Paulistinha Paulistinha: 72.000
Vieira s/n - Zona 150 Km
mento e Caieira Caieira: 25.000
LTDA Rural

Rua Pedro
Cerâmica Tijolos de
Vargem Miné Raio de 50
OL-34 782969 7830112 291 7-Jul-14 Comar- revesti- 200.000 Não Hoffman 56.000
Alegre Gonçalves, Km
ques mento
120
CONTROLE
PRODUÇÃO
COMER- DE TEMPE-
TOTAL ÁREA TIPO DE CAPACIDADE DO
PONTO COORD_X COORD_Y ALTITUDE DATA NOME MUNICÍPIO TOPONÍMIA PRODUTOS CIALIZA- RATURA
(PEÇAS/ LICENCIADA FORNO FORNO (PEÇAS)
ÇÃO AUTOMATI-
MÊS)
ZADO
Córrego
Seco, Estrada
Tijolos de
Cerâmica Caratinga- Raio de
OL-35 801457 7813227 544 9-Jul-14 Caratinga revesti- 200.000 Não Caieira 18.000
J.P. Ipanema, 100 Km
mento
Bairro das
Graças
Córrego
Seco, Estrada
Tijolos de
Cerâmica Caratinga- Raio de
OL-36 801381 7813043 578 9-Jul-14 Caratinga revesti- 120.000 Não Paulistinha 15.000
Boa Vista Ipanema, 100 Km
mento
Bairro das
Graças
ANEXO II

Perfis sedimentológicos detalhados dos furos a trado nas localidades


de Serraria, Córrego do Rio Preto e Tibuna
• Localidade de Serraria
• Localidade de Córrego do Rio Preto
• Localidade de Tibuna
ANEXO III

Tabelas com a descrição das litologias dos furos no campo e as


simplificações realizadas para confecção dos perfis sedimentológicos
e do modelo 3D
FURO VD-03/04 LOCALIDADE: SERRARIA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 190,36 M
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,1 Solo marrom escuro com matéria orgânica Solo SOLO
0,1 0,4 Argila amarela a laranja clara Argila amarela ARGILA AMARELA
0,4 1 Argila amarela a laranja clara com sericita Argila amarela ARGILA AMARELA
1 1,8 Argila alaranjada com sericita e nódulos de argila escura de até 3mm de diametro Argila amarela ARGILA AMARELA
1,8 2 Argila amarelada a acinzentada Argila acinzentada ARGILA CINZA
2 2,5 Argila amarelada a acinzentada com sericita Argila acinzentada ARGILA CINZA

FURO VD-05 LOCALIDADE: SERRARIA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 189,98 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,2 Solo marrom claro com matéria orgânica Solo SOLO
0,2 2 Argila alaranjada com sericita e pedaços de matéria orgânica Argila amarela ARGILA AMARELA
2 2,5 Argila amarela acinzentada com sericita Argila acinzentada ARGILA CINZA

FURO VD-09 LOCALIDADE: SERRARIA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 187,3 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,1 Solo marrom claro com matéria orgânica Solo SOLO
0,1 0,2 Argila amarela Argila amarela ARGILA AMARELA
0,2 0,3 Areia quartzosa grossa a muito grossa, angulosa a subarredondada, com matriz argilosa Areia argilosa ARGILA AMARELA
0,3 0,6 Argila amarela com muita sericita e areia quartzosa muito fina a fina e grânulos Argila amarela arenosa ARGILA AMARELA
0,6 1,4 Areia quartzosa média a grossa, com matriz argilosa e sericita Areia argilosa AREIA ARGILOSA
1,4 1,5 Areia quartzosa grossa a muito grossa, com matriz argilosa e sericita Areia argilosa AREIA ARGILOSA
1,5 1,75 Argila amarelada Argila amarela ARGILA AMARELA
1,75 2 Argila cinza com matéria orgânica e sericita Argila cinza ARGILA CINZA
2 2,3 Argila cinza com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA

FURO VD-10 LOCALIDADE: SERRARIA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 194,02 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,2 Solo com matéria orgânica Solo SOLO
0,2 1 Argila marrom clara Argila marrom ARGILA MARROM
1 2 Argila marrom clara com areia quartzosa muito fina a fina Argila marrom arenosa ARGILA MARROM
2 2,5 Argila marrom clara com areia quartzosa média a grossa e grânulos Argila marrom arenosa ARGILA MARROM
Furo VD-11 Localidade: Serraria Cota projetada no modelo 3D: 194,48 m
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,1 Solo marrom claro com matéria orgânica Solo SOLO
0,1 0,6 Argila amarela alaranjada com matéria orgânica Argila amarela ARGILA AMARELA
0,6 0,8 Argila com areia quartzosa muito grossa a granulosa, angulosa Argila amarela arenosa ARGILA AMARELA
0,8 1 Argila com areia quartzosa fina a média Argila amarela arenosa ARGILA AMARELA
1 2 Argila alaranjada com camadas acinzentadas, possui sericita e pontos milimétricos pretos Argila amarela ARGILA AMARELA
2 2,75 Argila ocre com muita sericita e areia quartzosa m. fina e grânulos Argila ocre arenosa ARGILA OCRE ARENOSA
2,75 3 Argila ocre acinzentada com muita sericita e areia quartzosa muito fina Argila acinzentada arenosa ARGILA CINZA
3 4,2 Argila acinzentada com muita sericita e areia quartzosa média a grossa, subarredondada a angulosa Argila acinzentada arenosa ARGILA CINZA

FURO VD-01 LOCALIDADE: CÓRREGO DO RIO PRETO COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 770 M
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,15 Solo marrom com matéria orgânica Solo SOLO
0,15 1 Argila/silte laranja com areia quartzosa muito fina e sericita Argila laranja ARGILA LARANJA
1 1,7 Areia quartzosa fina a média com matriz argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
1,7 2 Argila cinza com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
2 2,3 Areia quartzosa fina a média, com matriz síltico argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
2,3 3 Areia quartzosa fina a média, subarredondada, com matriz síltico argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
3 4 Areia quartzosa média a granulosa, com matriz síltico argilosa cinza a creme e feldspatos caulinizados Areia argilosa AREIA ARGILOSA
4 4,3 Cascalho quartzoso com grãos de feldspatos caulinizados Cascalho argiloso CASCALHO ARGILOSO

FURO VD-02 LOCALIDADE: CÓRREGO DO RIO PRETO COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 768,2 M
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,15 solo marrom escuro areno argiloso Solo SOLO
0,15 0,6 Areia quartzosa muito fina a média, arredondada, com matriz argilosa bege Areia argilosa AREIA ARGILOSA
0,6 0,8 Argila cinza com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa AREIA ARGILOSA
0,8 1,1 Areia quartzosa muito fina a fina, com matriz argilosa cinza Areia argilosa AREIA ARGILOSA
1,1 1,7 Argila cinza com areia quartzosa muito fina a fina Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
1,7 1,9 Argila com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
1,9 2,7 Argila com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
2,7 3 Argila/silte cinza Argila cinza ARGILA CINZA
3 3,4 Areia quartzosa muito fina a fina, com matriz argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
FURO VD-07 LOCALIDADE: CÓRREGO DO RIO PRETO COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 769,6 M
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,15 Solo marrom escuro com matéria orgânica Solo SOLO
0,15 0,4 Argila/silte bege a cinza com areia quartzosa muito fina a fina Argila bege arenosa ARGILA BEGE ARENOSA
0,4 0,9 Argila/silte bege a cinza com areia quartzosa média a grossa, subanguloso a subarredondado Argila bege arenosa ARGILA BEGE ARENOSA
0,9 1,1 Argila cinza com areia quartzosa Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
1,1 1,5 Argila cinza com areia quartzosa muito fina a fina Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
1,5 2,4 Areia quartzosa fina a média com matriz argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
2,4 3 Argila cinza com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
3 3,5 Argila cinza com areia quartzosa Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
3,5 3,7 Argila com areia quartzosa m. fina a fina Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
3,7 4 Argila com areia quartzosa fina Argila cinza ARGILA CINZA
4 4,5 Argila com areia quartzosa m. fina a fina Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA

FURO VD-08 LOCALIDADE: CÓRREGO DO RIO PRETO COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 766 M
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,4 Solo marrom escuro síltico arenoso Solo SOLO
0,4 0,9 Argila/silte marrom com areia quartzosa fina a média Argila marrom arenosa ARGILA MARROM ARENOSA
0,9 2,2 Areia quartzosa fina a média, arredondada, com matriz síltico-argilosa cinza Areia argilosa AREIA ARGILOSA
2,2 2,6 Argila/silte cinza com areia quartzosa muito fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
2,6 2,8 Areia quartzosa muito fina a média, com matriz síltico-argilosa cinza Areia argilosa AREIA ARGILOSA

FURO VJ-01 LOCALIDADE: TIBUNA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 884,6 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,7 Solo marrom escuro arenoso Solo SOLO
0,7 3 Areia quartzosa média a grossa, subarredondada, com matriz argilosa branca Areia argilosa AREIA ARGILOSA
3 3,5 Argila branca com areia quartzosa fina a média, com sericita Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
3,5 3,9 Argila branca com areia quartzosa fina a média Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
3,9 4,2 Argila branca com areia quartzosa fina a média Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
4,2 5,3 Areia quartzosa com matriz argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
5,3 6,7 Argila branca com areia quartzosa Argila branca arenosa ARGILA BRANCA
6,7 7 Argila branca com areia quartzosa fina e sericita Argila branca arenosa ARGILA BRANCA
7 7,2 Areia quartzosa grossa a cascalhosa, com matriz argilosa branca Areia argilosa AREIA ARGILOSA
FURO VJ-02 LOCALIDADE: TIBUNA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 881,9 M
Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 1 Solo escuro areno argiloso com matéria orgânica Solo SOLO
1 1,95 Argila cinza com areia quartzosa fina a média Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
1,95 2,2 Argila branca com areia quartzosa fina a média Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
2,2 2,4 Argila branca com areia quartzosa fina Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
2,4 2,6 Argila branca com areia quartzosa fina Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
2,6 2,95 Argila branca com areia quartzosa fina Argila branca arenosa ARGILA BRANCA ARENOSA
2,95 3,4 Argila branca com sericita Argila branca ARGILA BRANCA
3,4 3,6 Argila branca com areia quartzosa fina, subangulosa Argila branca arenosa ARGILA BRANCA
3,6 3,8 Argila branca Argila branca ARGILA BRANCA
3,8 4 Argila branca com areia quartzosa fina, subangulosa Argila branca arenosa ARGILA BRANCA
4 4,6 Areia quartzosa média a muito grossa com grânulos, arredondada, com matriz argilosa Areia argilosa AREIA ARGILOSA
4,6 5,3 Argila bege a alaranjada Argila bege ARGILA BEGE
5,3 5,6 Argila bege com areia quartzosa fina a média Argila bege arenosa ARGILA BEGE ARENOSA
5,6 7,1 Argila bege com areia quartzosa média a muito grossa com grânulos angulosos Argila bege arenosa ARGILA BEGE ARENOSA

FURO VJ-03 LOCALIDADE: TIBUNA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 884,9 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 1 Solo marrom arenoso Solo SOLO
1 1,8 Areia quartzosa grossa a cascalhosa, angulosa, com matriz argilosa amarelada Areia argilosa AREIA ARGILOSA
1,8 2,8 Areia quartzosa grossa a cascalhosa, angulosa, com matriz argilosa amarelada Areia argilosa AREIA ARGILOSA
2,8 3,5 Areia quartzosa grossa a m. grossa, subarred., com matriz argilosa amarelada Areia argilosa AREIA ARGILOSA
3,5 4 Argila amarelada com areia quartzosa grossa a muito grossa Argila amarelada arenosa ARGILA AMARELADA ARENOSA
4 5 Areia quartzosa grossa a muito grossa, subarredondada, com matriz argilosa amarelada Areia argilosa AREIA ARGILOSA

FURO VJ-04 LOCALIDADE: TIBUNA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 874,7 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 1,4 Solo marrom escuro argilo arenoso Solo SOLO
1,4 2,8 Areia quartzosa grossa a muito grossa, subangulosa, com matriz argilosa alaranjada Areia argilosa AREIA ARGILOSA
2,8 3,4 Argila alaranjada com areia quartzosa grossa a muito grossa, subangulosa Argila alaranjada arenosa ARGILA ALARANJADA ARENOSA
3,4 4,2 Argila bege com areia quartzosa média a grossa Argila bege arenosa ARGILA BEGE ARENOSA
4,2 4,4 Areia quartzosa média a grossa, com matriz argilosa bege Areia argilosa AREIA ARGILOSA
4,4 4,9 Areia quartzosa média a grossa, com matriz argilosa bege Areia argilosa AREIA ARGILOSA
FURO VJ-04 LOCALIDADE: TIBUNA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 874,7 M
4,9 5 Argila bege com areia quartzosa média a grossa Argila bege arenosa AREIA ARGILOSA
5 5,4 Areia quartzosa média a grossa, com matriz argilosa bege Areia argilosa AREIA ARGILOSA
5,4 5,8 Areia quartzosa média a grossa, subangulosa, com matriz argilosa cinza Areia argilosa AREIA ARGILOSA
5,8 6,2 Argila cinza com areia quartzosa média a grossa Argila cinza arenosa ARGILA CINZA ARENOSA
6,2 6,4 Argila avermelhada com areia quartzosa média a grossa Argila avermelhada arenosa ARGILA AVERMELHADA ARENOSA

FURO VJ-05 LOCALIDADE: TIBUNA COTA PROJETADA NO MODELO 3D: 880,5 M


Início (m) Final (m) Descrição de campo Litologia perfis sedimentológicos Litologia modelo 3D
0 0,8 Solo preto arenoso orgânico Solo SOLO
0,8 1,8 Areia quartzosa grossa a muito grossa, angulosa, com matriz argilosa branca Areia argilosa AREIA ARGILOSA
1,8 2,8 Argila alaranjada com areia quartzosa grossa a muito grossa, angulosa Argila alaranjada arenosa ARGILA ALARANJADA ARENOSA
2,8 4 Argila alaranjada com areia quartzosa grossa a muito grossa e granulosa, angulosa Argila alaranjada arenosa ARGILA ALARANJADA ARENOSA
4 4,8 Argila avermelhada com areia quartzosa grossa a muito grossa e granulosa, angulosa Argila avermelhada arenosa ARGILA AVERMELHADA ARENOSA
4,8 5,8 Argila avermelhada com areia quartzosa média a grossa, angulosa Argila avermelhada arenosa ARGILA AVERMELHADA ARENOSA
5,8 7,6 Argila avermelhada com areia quartzosa muito grossa a granulosa, angulosa Argila avermelhada arenosa ARGILA AVERMELHADA ARENOSA
LISTAGEM INFORMES DE RECURSOS MINERAIS
LISTAGEM DOS INFORMES DE RECURSOS MINERAIS

SÉRIE METAIS DO GRUPO DA PLATINA E ASSOCIADOS


Nº 01 - Mapa de Caracterização das Áreas de Trabalho (Escala 1:7.000.000), 1996.
Nº 02 - Mapa Geológico Preliminar da Serra do Colorado - Rondônia e Síntese Geológico-Metalogenética,
1997.
Nº 03 - Mapa Geológico Preliminar da Serra Céu Azul - Rondônia, Prospecção Geoquímica e Síntese Geológico-
Metalogenética, 1997.
Nº 04 - Síntese Geológica e Prospecção por Concentrados de Bateia nos Complexos Canabrava e Barro Alto -
Goiás, 1997.
Nº 05 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da Área Migrantinópolis - Rondônia, 2000.
Nº 06 - Geologia e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da Área Corumbiara/Chupinguaia - Rondônia, 2000.
Nº 07 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar da Área Serra Azul - Rondônia, 2000.
Nº 08 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Rio Branco/Alta Floresta - Rondônia, 2000.
Nº 09 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Santa Luzia - Rondônia, 2000.
Nº 10 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Nova Brasilândia - Rondônia, 2000.
Nº 11 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica da Área Rio Madeirinha - Mato Grosso, 2000.
Nº 12 - Síntese Geológica e Prospectiva das Áreas Pedra Preta e Cotingo - Roraima, 2000.
Nº 13 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Santa Bárbara - Goiás, 2000.
Nº 14 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Barra da Gameleira - Tocantins, 2000.
Nº 15 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Córrego Seco - Goiás, 2000.
Nº 16 - Síntese Geológica e Resultados Prospectivos da Área São Miguel do Guaporé - Rondônia, 2000.
Nº 17 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Cana Brava - Goiás, 2000.
Nº 18 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Cacoal - Rondônia, 2000.
Nº 19 - Geologia e Resultados Prospectivos das Áreas Morro do Leme e Morro Sem Boné - Mato Grosso, 2000.
Nº 20 - Geologia e Resultados Prospectivos das Áreas Serra dos Pacaás Novos e Rio Cautário - Rondônia, 2000.
Nº 21 - Aspectos Geológicos, Geoquímicos e Potencialidade em Depósitos de Ni-Cu-EGP do Magmatismo da
Baciado Paraná - 2000.
Nº 22 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Tabuleta - Mato Grosso, 2000.
Nº 23 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Rio Alegre - Mato Grosso, 2000.
Nº 24 - Geologia e Resultados Prospectivos da Área Figueira Branca/Indiavaí - Mato Grosso, 2000.
Nº 25 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica/Aluvionar das Áreas Jaburu, Caracaraí, Alto Tacutu e
Amajari - Roraima, 2000.
Nº 26 - Prospecção Geológica e Geoquímica no Corpo Máfico-Ultramáfico da Serra da Onça - Pará, 2001.
Nº 27 - Prospecção Geológica e Geoquímica nos Corpos Máfico-Ultramáficos da Suíte Intrusiva Cateté - Pará,
2001.
Nº 28 - Aspectos geológicos, Geoquímicos e Metalogenéticos do Magmatismo Básico/Ultrabásico do Estado
de Rondônia e Área Adjacente, 2001.
Nº 29 - Geological, Geochemical and Potentiality Aspects of Ni-Cu-PGE Deposits of the Paraná Basin Magmatism,
2001.
Nº 30 - Síntese Geológica e Prospecção Geoquímica da Área Barro Alto – Goiás, 2010.

SÉRIE MAPAS TEMÁTICOS DE OURO - ESCALA 1:250.000


Nº 01 - Área GO-09 Aurilândia/Anicuns - Goiás, 1995.
Nº 02 - Área RS-01 Lavras do Sul/Caçapava do Sul - Rio Grande do Sul, 1995.
Nº 03 - Área RO-01 Presidente Médici - Rondônia, 1996.
Nº 04 - Área SP-01 Vale do Ribeira - São Paulo, 1996.
Nº 05 - Área PA-15 Inajá - Pará, 1996.
Nº 06 - Área GO-05 Luziânia - Goiás, 1997.
Nº 07 - Área PA-01 Paru - Pará, 1997.
Nº 08 - Área AP-05 Serra do Navio/Cupixi - Amapá, 1997.
Nº 09 - Área BA-15 Cariparé - Bahia, 1997.
Nº 10 - Área GO-01 Crixás/Pilar - Goiás, 1997.
Nº 11 - Área GO-02 Porangatu/Mara Rosa - Goiás, 1997
Nº 12 - Área GO-03 Niquelândia - Goiás, 1997.
Nº 13 - Área MT-01 Peixoto de Azevedo/Vila Guarita - Mato Grosso, 1997.
Nº 14 - Área MT-06 Ilha 24 de Maio - Mato Grosso, 1997.
Nº 15 - Área MT-08 São João da Barra - Mato Grosso/Pará, 1997.
Nº 16 - Área RO-02 Jenipapo/Serra Sem Calça - Rondônia, 1997.
Nº 17 - Área RO-06 Guaporé/Madeira - Rondônia, 1997.
Nº 18 - Área RO-07 Rio Madeira - Rondônia, 1997.
Nº 19 - Área RR-01 Uraricaá - Roraima, 1997.
Nº 20 - Área AP-03 Alto Jari - Amapá/Pará, 1997.
Nº 21 - Área CE-02 Várzea Alegre/Lavras da Mangabeira/Encanto - Ceará, 1997.
Nº 22 - Área GO-08 Arenópolis/Amorinópolis - Goiás, 1997.
Nº 23 - Área PA-07 Serra Pelada - Pará, 1997.
Nº 24 - Área SC-01 Botuverá/Brusque/Gaspar - Santa Catarina, 1997.
Nº 25 - Área AP-01 Cassiporé - Amapá, 1997.
Nº 26 - Área BA-04 Jacobina Sul - Bahia, 1997.
Nº 27 - Área PA-03 Cuiapucu/Carará - Pará/Amapá, 1997.
Nº 28 - Área PA-10 Serra dos Carajás - Pará, 1997.
Nº 29 - Área AP-04 Tumucumaque - Pará, 1997.
Nº 30 - Área PA-11 Xinguara - Pará, 1997.
Nº 31 - Área PB-01 Cachoeira de Minas/Itajubatiba/Itapetim - Paraíba/Pernambuco, 1997.
Nº 32 - Área AP-02 Tartarugalzinho - Amapá, 1997.
Nº 33 - Área AP-06 Vila Nova/Iratapuru - Amapá, 1997.
Nº 34 - Área PA-02 Ipitinga - Pará/Amapá, 1997.
Nº 35 - Área PA-17 Caracol - Pará, 1997.
Nº 36 - Área PA-18 Vila Riozinho - Pará, 1997.
Nº 37 - Área PA-19 Rio Novo - Pará, 1997.
Nº 38 - Área PA-08 São Félix - Pará, 1997.
Nº 39 - Área PA-21 Marupá - Pará, 1998.
Nº 40 - Área PA-04 Três Palmeiras/Volta Grande - Pará, 1998.
Nº 41 - Área TO-01 Almas/Natividade - Tocantins, 1998.
Nº 42 - Área RN-01 São Fernando/Ponta da Serra/São Francisco - Rio Grande do Norte/Paraíba, 1998.
Nº 43 - Área GO-06 Cavalcante - Goiás/Tocantins, 1998.
Nº 44 - Área MT-02 Alta Floresta - Mato Grosso/Pará, 1998.
Nº 45 - Área MT-03 Serra de São Vicente - Mato Grosso, 1998.
Nº 46 - Área AM-04 Rio Traíra - Amazonas, 1998.
Nº 47 - Área GO-10 Pirenópolis/Jaraguá - Goiás, 1998.
Nº 48 - Área CE-01 Reriutaba/Ipu - Ceará, 1998.
Nº 49 - Área PA-06 Manelão - Pará, 1998.
Nº 50 - Área PA-20 Jacareacanga - Pará/Amazonas, 1998.
Nº 51 - Área MG-07 Paracatu - Minas Gerais, 1998.
Nº 52 - Área RO-05 Colorado - Rondônia/Mato Grosso, 1998.
Nº 53 - Área TO-02 Brejinho de Nazaré - Tocantins, 1998.
Nº 54 - Área RO-04 Porto Esperança - Rondônia, 1998.
Nº 55 - Área RO-03 Parecis - Rondônia, 1998.
Nº 56 - Área RR-03 Uraricoera - Roraima, 1998.
Nº 57 - Área GO-04 Goiás - Goiás, 1998.
Nº 58 - Área MA-01 Belt do Gurupi - Maranhão/Pará, 1998.
Nº 59 - Área MA-02 Aurizona/Carutapera - Maranhão/Pará, 1998.
Nº 60 - Área PE-01 Serrita - Pernambuco, 1998.
Nº 61 - Área PR-01 Curitiba/Morretes - Paraná, 1998.
Nº 62 - Área MG-01 Pitangui - Minas Gerais, 1998.
Nº 63 - Área PA-12 Rio Fresco - Pará, 1998.
Nº 64 - Área PA-13 Madalena - Pará, 1998.
Nº 65 - Área AM-01 Parauari - Amazonas/Pará, 1999.
Nº 66 - Área BA-01 Itapicuru Norte - Bahia, 1999.
Nº 67 - Área RR-04 Quino Maú - Roraima, 1999.
Nº 68 - Área RR-05 Apiaú - Roraima, 1999.
Nº 69 - Área AM 05 Gavião/Dez Dias - Amazonas, 1999.
Nº 70 - Área MT-07 Araés/Nova Xavantina - Mato Grosso, 2000.
Nº 71 - Área AM-02 Cauaburi - Amazonas, 2000.
Nº 72 - Área RR-02 Mucajaí - Roraima, 2000.
Nº 73 - Área RR-06 Rio Amajari - Roraima, 2000.
Nº 74 - Área BA-03 Jacobina Norte - Bahia, 2000.
Nº 75 - Área MG-04 Serro - Minas Gerais, 2000.
Nº 76 - Área BA-02 Itapicuru Sul - Bahia, 2000.
Nº 77 - Área MG-03 Conselheiro Lafaiete - Minas Gerais, 2000.
Nº 78 - Área MG-05 Itabira - Minas Gerais, 2000.
Nº 79 - Área MG-09 Riacho dos Machados - Minas Gerais, 2000.
Nº 80 - Área BA-14 Correntina - Bahia, 2000.
Nº 81 - Área BA-12 Boquira Sul - Bahia, 2000
Nº 82 - Área BA-13 Gentio do Ouro - Bahia, 2000.
Nº 83 - Área BA-08 Rio de Contas/Ibitiara Sul - Bahia, 2000.
Nº 84 - Área MT-05 Cuiabá/Poconé - Mato Grosso, 2000.
Nº 85 - Área MT-04 Jauru/Barra dos Bugres - Mato Grosso, 2000.

SÉRIE OURO - INFORMES GERAIS


Nº 01 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1996.
Nº 02 - Programa Nacional de Prospecção de Ouro - Natureza e Métodos, 1998.
Nº 03 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1998.
Nº 04 - Gold Prospecting National Program - Subject and Methodology, 1998.
Nº 05 - Mineralizações Auríferas da Região de Cachoeira de Minas – Municípios de Manaíra e Princesa Isabel -
Paraíba, 1998.
Nº 06 - Mapa de Reservas e Produção de Ouro no Brasil (Escala 1:7.000.000), 2000.
Nº 07 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Minas do
Camaquã - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 08 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Ibaré –
Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 09 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Caçapava
doSul - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 10 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Passo do
Salsinho - Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 11 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Marmeleiro -
Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 12 - Map of Gold Production and Reserves of Brazil (1:7.000.000 Scale), 2000
Nº 13 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Cambaizinho
- Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 14 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Passo do Ivo
- Rio Grande do Sul, 2001.
Nº 15 - Resultados da Prospecção para Ouro na Área RS-01 - Lavras do Sul/Caçapava do Sul, Subárea Batovi – Rio
Grande do Sul, 2001.
Nº 16 - Projeto Metalogenia da Província Aurífera Juruena-Teles Pires, Mato Grosso – Goiânia, 2008.
Nº 17 - Metalogenia do Distrito Aurífero do Rio Juma, Nova Aripuanã, Manaus, 2010.

SÉRIE INSUMOS MINERAIS PARA AGRICULTURA


Nº 01 - Mapa Síntese do Setor de Fertilizantes Minerais (NPK) no Brasil (Escala 1:7.000.000), 1997.
Nº 02 - Fosfato da Serra da Bodoquena - Mato Grosso do Sul, 2000.
Nº 03 - Estudo do Mercado de Calcário para Fins Agrícolas no Estado de Pernambuco, 2000.
Nº 04 - Mapa de Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais nos Estados de Pernambuco, Alagoas,
Paraíba e Rio Grande do Norte, 2001.
Nº 05 - Estudo dos Níveis de Necessidade de Calcário nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio
Grande do Norte, 2001.
Nº 06 - Síntese das Necessidades de Calcário para os Solos dos Estados da Bahia e Sergipe, 2001.
Nº 07 - Mapa de Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais de Rondônia, 2001.
Nº 08 - Mapas de Insumos Minerais para Agricultura nos Estados de Amazonas e Roraima, 2001.
Nº 09 - Mapa-Síntese de Jazimentos Minerais Carbonatados dos Estados da Bahia e Sergipe, 2001.
Nº 10 - Insumos Minerais para Agricultura e Áreas Potenciais nos Estados do Pará e Amapá, 2001.
Nº 11 - Síntese dos Jazimentos, Áreas Potenciais e Mercado de Insumos Minerais para Agricultura no Estado da
Bahia, 2001.
Nº 12 - Avaliação de Rochas Calcárias e Fosfatadas para Insumos Agrícolas do Estado de Mato Grosso, 2008.
Nº 13 - Projeto Fosfato Brasil – Parte I, Salvador, 2011.
Nº 14 - Projeto Fosfato Brasil – Estado de Mato Grosso – Áreas Araras/Serra do Caeté e Planalto da Serra,
2011.
Nº 15 - Projeto Mineralizações Associadas à Plataforma Bambuí no Sudeste do Estado do Tocantins (TO) –
Goiânia, 2016.
Nº 16 – Rochas Carbonáticas do Estado de Rondônia, Porto Velho, 2015.
Nº 17 – Projeto Fosfato Brasil – Parte II, Salvador, 2016.
Nº 18 – Geoquímica Orientativa para Pesquisa de Fosfato no Brasil, Salvador, 2016.
Nº 19 – Projeto Agrominerais da Região de Irecê -Jaguarari, Salvador, 2016.
Nº 20 – Avaliação do Potencial do Fosfato no Brasil – Fase III - Bacia dos Parecis, Porto Velho, 2017.
Nº 21 – Avaliação do Potencial do Fosfato no Brasil – Fase III: Bacia Sergipe-Alagoas, Sub-bacia Sergipe, Recife,
2017.
Nº 22 – Avaliação do Potencial do Fosfato no Brasil – Fase III: Centro-leste de Santa Catarina, Salvador, 2018.
Nº 23 – Avaliação do Potencial do Potássio no Brasil: Bacia do Amazonas, setor centro-oeste, Estados do
Amazonas e Pará, Manaus, 2020.
Nº 24 – Investigação de Anomalias Geofísicas no Escudo Sul-Rio-Grandense com Enfoque em Insumos Agrícolas,
Porto Alegre, 2020.
Nº 25 – Avaliação do Potencial do Fosfato no Brasil: Borda Norte da Bacia do Amazonas, região de Monte Alegre e
Monte Dourado, Estado do Pará, Belém, 2020.
Nº 26 – Agrominerais do Grupo Serra Geral da Bacia do Paraná no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021
Nº 27 – Avaliação do Potencial do Fosfato no Brasil: Investigação na Formação Jandaíra, Bacia Potiguar,
Munícipios de Areia Branca e Guamaré, Estado do Rio Grande do Norte, Salvador, 2021

SÉRIE PEDRAS PRECIOSAS


Nº 01 - Mapa Gemológico da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, 1997.
Nº 02 - Mapa Gemológico da Região Lajeado/Soledade/Salto do Jacuí - Rio Grande do Sul, 1998
Nº 03 - Mapa Gemológico da Região de Ametista do Sul - Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 04 - Recursos Gemológicos dos Estados do Piauí e Maranhão, 1998.
Nº 05 - Mapa Gemológico do Estado do Rio Grande do Sul, 2000.
Nº 06 - Mapa Gemológico do Estado de Santa Catarina, 2000.
Nº 07 - Aspectos da Geologia dos Pólos Diamantíferos de Rondônia e Mato Grosso – O Fórum de Juína – Projeto
Diamante, Goiânia, 2010.
Nº 08 - Projeto Avaliação dos Depósitos de Opalas de Pedro II – Estado do Piauí, Teresina, 2015.
Nº 09 - Aluviões Diamantíferos da Foz dos Rios Jequitinhonha e Pardo - Fase I – Estado da Bahia, Salvador, 2016.
Nº 10 - Áreas Kimberlíticas e Diamantíferas do Estado de Minas Gerais, Brasília, 2017
Nº 11 - Áreas Kimberlíticas e Diamantíferas do Estado de Rondônia, Brasília, 2017
Nº 12 - Áreas Kimberlíticas e Diamantíferas do Estado do Mato Grosso, Brasília, 2017
Nº 13 - Áreas Kimberlíticas e Diamantíferas do Estado da Bahia, Brasília, 2017

SÉRIE OPORTUNIDADES MINERAIS – EXAME ATUALIZADO DE PROJETO


Nº 01 - Níquel de Santa Fé - Estado de Goiás, 2000.
Nº 02 - Níquel do Morro do Engenho - Estado de Goiás, 2000.
Nº 03 - Cobre de Bom Jardim - Estado de Goiás, 2000.
Nº 04 - Ouro no Vale do Ribeira - Estado de São Paulo, 1996.
Nº 05 - Chumbo de Nova Redenção - Estado da Bahia, 2001.
Nº 06 - Turfa de Caçapava - Estado de São Paulo, 1996.
Nº 08 - Ouro de Natividade - Estado do Tocantins, 2000.
Nº 09 - Gipsita do Rio Cupari - Estado do Pará, 2001.
Nº 10 - Zinco, Chumbo e Cobre de Palmeirópolis - Estado de Tocantins, 2000.
Nº 11 - Fosfato de Miriri - Estados de Pernambuco e Paraíba, 2001.
Nº 12 - Turfa da Região de Itapuã - Estado do Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 13 - Turfa de Águas Claras - Estado do Rio Grande do Sul, 1998.
Nº 14 - Turfa nos Estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, 2001.
Nº 15 - Nióbio de Uaupés - Estado do Amazonas, 1997.
Nº 16 - Diamante do Rio Maú - Estado da Roraima, 1997.
Nº 18 - Turfa de Santo Amaro das Brotas - Estado de Sergipe, 1997.
Nº 19 - Diamante de Santo Inácio - Estado da Bahia, 2001.
Nº 21 - Carvão nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1997.
Nº 22 - Coal in the States of Rio Grande do Sul and Santa Catarina, 1999.
Nº 23 - Kaolin Exploration in the Capim River Region - State of Pará - Executive Summary, 2000.
Nº 24 - Turfa de São José dos Campos - Estado de São Paulo, 2002.
Nº 25 - Lead in Nova Redenção - Bahia State, Brazil, 2001.
Nº 26 – Projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, Área Polimetálicos de Palmeirópolis, Estado do Tocantis,
Brasília, 2020.
Nº 27 – Projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, Área Carvão Sul Catarinense, Estado de Santa Catarina,
Brasília, 2021.
Nº 28 – Projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, Área Fosfato de Miriri, Estado de Pernambuco e Paraíba,
Brasília, 2021.
Nº 29 – Projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, Área Carvão Iruí-Butiá, Estado do Rio Grande do Sul, Brasília,
2021.
Nº 30 – Projeto Reavaliação do Patrimônio Mineral, Área Caulim do Rio Capim, Estado do Pará, Brasília, 2021.

SÉRIE DIVERSOS
Nº 01 - Informe de Recursos Minerais - Diretrizes e Especificações - Rio de Janeiro, 1997.
Nº 02 - Argilas Nobres e Zeolitas na Bacia do Parnaíba - Belém, 1997.
Nº 03 - Rochas Ornamentais de Pernambuco - Folha Belém do São Francisco - Escala 1:250.000 - Recife, 2000.
Nº 04 - Substâncias Minerais para Construção Civil na Região Metropolitana de Salvador e Adjacências - Salvador,
2001.
Nº 05 – Terras Indígenas do Noroeste do Amazonas: Geologia, Geoquímica e Cadastramento Mineral na região do
Tunuí-Caparro, Estado do Amazonas, Manaus, 2020

SÉRIE RECURSOS MINERAIS MARINHOS


Nº 01 – Potencialidade dos Granulados Marinhos da Plataforma Continental Leste do Ceará – Recife, 2007.

SÉRIE ROCHAS E MINERAIS INDUSTRIAIS


Nº 01 – Projeto Materiais de Construção na Área Manacapuru-Iranduba-Manaus-Careiro (Domínio Baixo
Solimões) – Manaus, 2007.
Nº 02 – Materiais de Construção Civil na região Metropolitana de Salvador – Salvador, 2008.
Nº 03 – Projeto Materiais de Construção no Domínio Médio Amazonas – Manaus, 2008.
Nº 04 – Projeto Rochas Ornamentais de Roraima – Manaus, 2009.
Nº 05 – Projeto Argilas da Bacia Pimenta Bueno – Porto Velho, 2010.
Nº 06 – Projeto Quartzo Industrial Dueré-Cristalândia – Goiânia, 2010.
Nº 07 – Materiais de Construção Civil na região Metropolitana de Aracaju – Salvador, 2011.
Nº 08 – Rochas Ornamentais no Noroeste do Estado do Espírito Santo – Rio de Janeiro, 2012.
Nº 09 – Projeto Insumos Minerais para a Construção Civil na Região Metropolitana do Recife – Recife, 2012.
Nº 10 – Materiais de Construção Civil da Folha Porto Velho – Porto Velho, 2013.
Nº 11 – Polo Cerâmico de Santa Gertrudes – São Paulo, 2014.
Nº 12 – Projeto Materiais de Construção Civil na Região Metropolitana de Natal – Natal, 2015.
Nº 13 – Materiais de Construção Civil para Vitória da Conquista, Itabuna-Ilhéus e Feira de Santana – Salvador,
2015.
Nº 14 – Projeto Materiais de Construção da Região de Marabá e Eldorado dos Carajás – Belém, 2015.
Nº 15 – Panorama do Setor de Rochas Ornamentais do Estado de Rondônia – Porto Velho, 2015
Nº 16 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Goiânia – Goiânia, 2015
Nº 17 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Porto Alegre – Porto Alegre, 2016
Nº 18 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Fortaleza – Fortaleza, 2016
Nº 19 – Projeto Materiais de Construção Civil da Região da Grande Florianópolis – Porto Alegre, 2016
Nº 20 – Projeto materiais de construção da região de Macapá - Estado do Amapá – Belém, 2016.
Nº 21 – Projeto Materiais De Construção da Região Metropolitana de Curitiba - Estado do Paraná, 2016.
Nº 22 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de São Luís e Entorno - Estado do Maranhão,
2017.
Nº 23 – Panorama do Segmento de Rochas Ornamentais do Estado da Bahia, Salvador, 2019
Nº 24 – Materiais de Construção da Região Metropolitana de São Paulo - Estado de São Paulo, São Paulo, 2019.
Nº 25 – Gipsita no sudoeste da Bacia sedimentar do Araripe - Estado de Pernambuco, Recife, 2019.
Nº 26 – Projeto Materiais de Construção da Região Metropolitana de Belo Horizonte - Estado de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2020.
Nº 27 – Rochas Ornamentais do Estado do Rio Grande do Norte: Mapa de Potencialidades, Natal, 2020.
Nº 28 – Materiais de Construção da Região Metropolitana de Palmas - Estado do Tocantins, Goiânia, 2020.
Nº 29 – Estudos dos granitoides da região Nordeste do Pará para produção de brita, Belém, 2020.
Nº 30 – Materiais de Construção da Região de Capitão Poço-Ourém - Estado do Pará, Belém, 2020.
Nº 31 – Calcários da Bahia: Faixas Rio Pardo e Ourolândia-Campo Formoso, Salvador, 2021
Nº 32 – Rochas Ornamentais do Estado do Espírito Santo: Mapa de Potencialidades, Belo Horizonte, 2021
Nº 33 – Projeto Estudo das Argilas dos Vales dos Rios Doce e Jequitinhonha, Belo Horizonte, 2021

SÉRIE METAIS - INFORMES GERAIS


Nº 01 – Projeto BANEO – Bacia do Camaquã – Metalogenia das Bacias Neoproterozóico-eopaleozóicas do Sul
do Brasil, Porto Alegre, 2008
Nº 02 – Mapeamento Geoquímico do Quadrilátero Ferrífero e seu Entorno - MG – Rio de Janeiro, 2014.
Nº 03 – Projeto BANEO – Bacias do Itajaí, de Campo Alegre e Corupá – Metalogenia das Bacias Neoproterozoico-
eopaleozoicas do Sul do Brasil, Porto Alegre, 2015

SÉRIE PROVÍNCIAS MINERAIS DO BRASIL


Nº 01 – Áreas de Relevante Interesse Mineral - ARIM, Brasília, 2015
Nº 02 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Tróia-Pedra Branca, Estado do Ceará, Fortaleza, 2015
Nº 03 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Sudeste do Tapajós, Estado do Pará, Brasília, 2015.
Nº 04 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Província Aurífera Juruena-Teles Pires-Aripuanã – Geologia
e Recursos Minerais da Folha Ilha Porto Escondido – SC.21-V-C-III, Brasília, 2015.
Nº 05 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Distrito Zincífero de Vazante – MG, Brasília,2015.
Nº 06 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Rochas Alcalinas da Porção Meridional do Cinturão Ribeira.
Estados de São Paulo e Paraná, Brasília, 2015.
Nº 07 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Sudeste de Rondônia, Brasília, 2016.
Nº 08 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Seridó-Leste, extremo nordeste da Província
Borborema (RN-PB), Brasília, 2016.
Nº 09 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Porção sul da Bacia do Paraná, RS, 2017
Nº 10 – Metalogenia das Províncias Minerais do Brasil: Área Eldorado do Juma, Estado do Amazonas, AM, 2019
Nº 11 – Áreas de Relevante Interesse Mineral: Cinturão Gurupi, Estados do Pará e Maranhão, Brasília, 2017.
Nº 12 – Áreas de relevante interesse mineral: Reserva Nacional do Cobre e Associados, Estados do Pará e Amapá,
Belém, 2017.
Nº 13 – Áreas de Relevante Interesse Mineral – Vale do Ribeira: Mineralizações Polimetálicas (Pb, Ag, Zn, Cu e Au
– “Tipo Panelas”) em zonas de cisalhamento Rúptil, Cinturão Ribeira Meridional, SP-PR, São Paulo, 2017.
Nº 14 – Área de Relevante Interesse Mineral - ARIM: Distrito Mineral de Paracatu-Unaí (Zn-Pb-Cu), MG, 2018
Nº 15 – Área de Relevante Interesse Mineral Integração Geológica-Geofísica e Recursos Minerais do Cráton Luis
Alves, RS, 2018.
Nº 16 – Áreas de Relevante Interesse Mineral - Província Mineral de Carajás, PA: Estratigrafia e análise do Minério
de Mn de Carajás - áreas Azul, Sereno, Buritirama e Antônio Vicente, PA, 2018.
Nº 17 – Áreas de Relevante Interesse Mineral Troia-Pedra Branca - Geologia e mineralização aurífera da sequência
metavulcanossedimentar da Serra das Pipocas, Maciço de Troia, Ceará, Estado do Ceará, CE, 2018
Nº 18 – Áreas de Relevante Interesse Mineral – Reavaliação da Província Estanífera de Rondônia, RO, 2019.
Nº 19 – Áreas de relevante interesse mineral – Evolução Crustal e Metalogenia da Faixa Nova Brasilândia, RO,
2019.
Nº 20 – Áreas de Relevante Interesse Mineral - Batólito Pelotas–Terreno Tijucas, Estado do Rio Grande do Sul, RS,
2019.
Nº 21 – Áreas de Relevante Interesse Mineral – Vale do Ribeira: mineralizações polimetálicas (Pb-Zn-Ag-Cu-Ba)
associadas a Formação Perau, Cinturão Ribeira Meridional, Estado do Paraná, São Paulo, 2019.
Nº 22 – Áreas de relevante interesse mineral – Evolução crustal e metalogenia da Província Mineral Juruena–
Teles-Pires, MT, Goiânia, 2019.
Nº 23 – Áreas de relevante interesse mineral – Projeto evolução crustal e metalogenia da Faixa Brasília setor
centro-norte, GO-TO, Goiânia, 2019
Nº 24 – Avaliação do Potencial Mineral do NW do Ceará, CE, Fortaleza, 2019.
Nº 25 – Avaliação do Potencial Mineral das faixas Marginais da borda NW do Craton do São Francisco (Área
Riacho do Pontal), PI, Teresina, 2019.
Nº 26 – Avaliação do Potencial Mineral das faixas Marginais da borda NW do Craton do São Francisco (Área Rio
Preto), PI, Teresina, 2019.
Nº 27 – Áreas de Relevante Interesse Mineral - Avaliação do Potencial Mineral do Vale do Ribeira (Área Castro),
SP, São Paulo, 2019.
Nº 28 - Áreas de Relevante Interesse Mineral - Evolução crustal e Metalogenia da região de Aripuanã, MT,
Goiânia, 2020.
Nº 29 – Modelo Prospectivo para Ametista e Ágata na Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul, RS, Porto Alegre,
2020.
Nº 30 - Áreas de Relevante Interesse Mineral - Reavaliação das sequências metavulcanossedimentares a Sudoeste
do Quadrilátero Ferrífero – Área de Nazareno, Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.
Nº 31 - Áreas de Relevante Interesse Mineral – Integração Geológica e Avaliação do Potencial Metalogenético da
Serra de Jacobina e dos Greenstone Belt Mundo Novo, Estado da Bahia, Salvador, 2021
Nº 32 - Áreas de Relevante Interesse Mineral – Integração Geológica e Avaliação do Potencial Metalogenético das
Sequências Metavulcanossedimentares tipo Greenstone Belts e/ou similares da região de Remanso-Sobradinho ,
Estado da Bahia, Salvador, 2021.

SÉRIE MINERAIS ESTRATÉGICOS


Nº 01 – Diretrizes para Avaliação do Potencial do Potássio, Fosfato, Terras Raras e Lítio no Brasil, Brasília, 2015.
Nº 02 – Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil, Brasília, 2015.
Nº 03 – Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil – Área do Médio Rio Jequitinhonha, Nordeste de Minas
Gerais, Brasília, 2016.
Nº 04 – Projeto Avaliação do Potencial de Terras Raras No Brasil - Área Morro dos Seis Lagos, Noroeste do
Amazonas, Brasília, 2019.
Nº 05 – Projeto Avaliação do Potencial da Grafita no Brasil – Fase I, São Paulo, 2020.

SÉRIE GEOQUÍMICA PROSPECTIVA


Nº 01 – Informe Geoquímico Bacia do Araripe, Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, Recife, 2018.
Nº 02 – Informe Geoquímico das Folhas Quixadá-Itapiúna, Estado do Ceará, Fortaleza, 2020.
Nº 03 – Informe Geoquímico das Folhas São José Campestre-João Câmara, Estado do Rio Grande do Norte,
Fortaleza, 2021.

SÉRIE MAPEAMENTO GEOQUÍMICO


Nº 01 – Levantamento geoquímico do Escudo do Rio Grande do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2018.
O SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM E OS OBJETIVOS
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - ODS

Em setembro de 2015 líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York,


e formularam um conjunto de objetivos e metas universais com intuito de garantir
o desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental.
Esta ação resultou na Agenda 2030, a qual contém um conjunto de 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável - ODS.
A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a
prosperidade. Busca fortalecer a paz universal, e considera que a erradicação da
pobreza em todas as suas formas e dimensões é o maior desafio global, e um
requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Os 17 ODS incluem uma ambiciosa lista 169 metas para todos os países e todas as
partes interessadas, atuando em parceria colaborativa, a serem cumpridas até 2030.

O Serviço Geológico do Brasil – CPRM atua em diversas áreas intrínsecas às


Geociências, que podem ser agrupadas em quatro grandes linhas de atuação:
• Geologia
• Recursos Minerais;
• Hidrologia; e
• Gestão Territorial.
Todas as áreas de atuação do SGB-CPRM, sejam nas áreas das Geociências ou
nos serviços compartilhados, ou ainda em seus programas internos, devem ter
conexão com os ODS, evidenciando o comprometimento de nossa instituição com
a sustentabilidade, com a humanidade e com o futuro do planeta.
A tabela a seguir relaciona as áreas de atuação do SGB-CPRM com os ODS.

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