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Notas de Aula - Mecânica dos Solos 57

UNIDADE 5 - CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS

5.1 Introdução

Dada a infinidade de solos que existem na natureza é necessário um sistema de classificação


que indique características geotécnicas comuns de um determinado grupo de solos a partir de
ensaios simples de identificação.
Portanto, a elaboração de um sistema de classificação deve partir dos conhecimentos
qualitativos e quantitativos existentes, ao longo do tempo ir acumulando informações e corrigindo
distorções, até que em um mesmo grupo possam estar colocados solos com características
semelhantes. No desenvolvimento de um sistema, se deve ter o cuidado para que o volume de
informações requeridas ao usuário seja de fácil memorização, para que se torne prático. Estas
informações poderão ser obtidas, tanto através da identificação visual e táctil como através de
ensaios simples de laboratório. A identificação fornecerá dados para um conhecimento qualitativo,
enquanto os ensaios de laboratório resultarão dados quantitativos sobre o solo.
Conclui-se que a classificação dos solos permite resolver alguns problemas simples e serve de
apoio na seleção de um dado solo quando se podem escolher vários materiais a serem utilizados.
Apesar das inúmeras limitações a que estão sujeitas as diferentes classificações, estas
constituem um meio prático para a caracterização e identificação dos solos. Existem diversos
sistemas de classificação, podendo ser estes específicos ou não. Assim, tem-se um sistema com base
na origem dos solos (solos residuais, solos transportados/sedimentares, solos orgânicos), um
sistema de classificação pedológica (solos zonais, intrazonais e azonais), um sistema com base na
textura (tamanho das partículas), um sistema de classificação visual e táctil, e sistemas que levam
em consideração parâmetros do solo (Geotécnicos - SUCS, HRB/AASHO, MCT).
A seguir, serão descritos o Sistema de Classificação Textural, o Sistema Unificado de
Classificação dos Solos, o Sistema H.R.B., o Sistema de Classificação dos Solos Tropicais (MCT) e
Classificação Táctil e Visual.

5.2 Classificação textural

O sistema de classificação dos solos, quanto à textura, utiliza-se da curva granulométrica do


solo e uma escala de classificação proposta por uma associação. A curva granulométrica obtida
como mostrado na Unidade 3, define a função distribuição do tamanho das partículas do solo
enquanto a escala define a posição dos quatro grupos: pedregulhos, areias, siltes e argilas. Não há
uma escala única, em face das divergências existentes, mas as diferenças entre elas não alteram,
sensivelmente, o nome dado ao solo.
Para a classificação do solo, segundo a textura, a partir da sua curva granulométrica, obtida
em laboratório, serão determinadas as porcentagens de cada fração do solo, que será adjetivado pela
fração imediatamente abaixo, em termos percentuais.

Exemplo: Dado o solo residual das Minas de calcáreo – Caçapava do Sul, apresentado como
exemplo na Unidade 3, o qual apresentou as seguintes percentagens correspondentes a cada fração,
segundo a escala da ABNT.

Fração Porcentagem (%)


Pedregulho 3,0
Grossa 3,0
Areia Média 55,0 6,0
Fina 46,0
Silte 40,0
Argila 2,0
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A fração predominante é a areia, vindo a seguir a fração silte. Da observação dos valores,
nota-se que o solo possui ainda pequena quantidades de argila, e pedregulhos. A subdivisão da
fração arenosa mostrou uma predominância da parte fina sobre as demais. Em face dos valores
obtidos e da escala adotada o solo será classificado como: areia fina siltosa.

Se duas frações, não predominantes, se equivalerem em termos percentuais, o nome do solo


continua ser o da fração predominante adjetivado pelas duas outras, conforme exemplo. Se as
frações silte e argila, do exemplo anterior, se equivalessem, com leve predominância da fração silte,
o solo passaria a receber o seguinte nome: areia fina silto-argilosa.
A cor do solo quando seco (Munsell Soil Color Charts), e a compacidade das areias ou a
consistência das argilas, são duas informações que normalmente acompanham a classificação
textural.

5.3 Classificação H.R.B (Highway Research Board) ou A.A.S.H.O. (American Association


State Highway Officials)

Esta classificação fundamenta-se na granulometria, limite de liquidez e índice de plasticidade


dos solos, sendo proposta para ser utilizada na área de estradas. A Tabela 5.1 apresenta esta
classificação, onde os solos estão reunidos por grupos e subgrupos.
Um parâmetro adicionado nesta classificação é o índice de grupo (IG), que é um número
inteiro variando de 0 a 20. O índice de grupo define a capacidade de suporte do terreno de fundação
de um pavimento. Os valores extremos do “IG” representam solos ótimos para IG = 0 e solos
péssimos para IG = 20. Portanto, este índice estabelece uma ordenação dos solos dentro de um
grupo, conforme suas aptidões, sendo pior o solo que apresentar maior “IG”.
A determinação do índice de grupo baseia-se nos limites de Atterberg (LL e IP) do solo e na
porcentagem de material fino que passa na peneira número 200 (0,075mm). Seu valor é obtido
utilizando a seguinte expressão:

IG = 0,2 . a + 0,005 . a . c + 0,01 . b . d

onde:
a = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 35%. Se o valor de “a” for negativo
adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor como limite máximo.
a = Pp,200 - 35% (0 - 40).
b = porcentagem do solo que passa na peneira nº 200 menos 15%. %. Se o valor de “b” for
negativo adota-se zero, e se for superior 40, adota-se este valor como limite máximo.
b = Pp,200 - 15% (0 - 40)
c = valor do limite de liquidez menos 40%. Se o valor de “c” for negativo adota-se zero, e se for
superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.
c = LL - 40% (0 - 20)
d = valor do índice de plasticidade menos 10%. Se o valor de “d” for negativo adota-se zero, e se
for superior a 20, adota-se este valor como limite máximo.
d = IP - 10% (0 - 20)

Os solos são classificados em sete grupos, de acordo com a granulometria (peneiras de nº 10,
40, 200) e de conformidade com os intervalos de variação dos limites de consistência e índice de
grupo.
De acordo com a Tabela 5.1 os solos se dividem em dois grupos: solos grossos (quando a %
passante na peneira nº 200 é inferior a 35%) e solos finos (quando a % passante na peneira nº 200 é
superior a 35%). A classificação é feita da esquerda para a direita do quadro apresentado.
SOLOS GRANULARES SOLOS SILTE - ARGILA
% QUE PASSAM NA PENEIRA Nº 200 < 35% % QUE PASSAM NA PENEIRA Nº 200 > 35%
GRUPO A1 A2 A4 A5 A6 A7
A3
% QUE PASSAM A1a A1b A2 - 4 A2 - 5 A2 - 6 A2 - 7 A7 - 5 A7 - 6
NAS PENEIRAS
Nº 10 50 máx.
Nº 40 30 máx. 50 máx. 51 mín.
Nº 200 15 máx. 25 máx. 10 máx. 35 máx. 35 máx. 35 máx. 35 máx. 36 mín. 36 mín. 36 mín. 36 mín. 36 mín.
A FRAÇÃO QUE
PASSA NA PENEIRA
Nº 40 DEVE TER: 41 mín. 41 mín.
LL 6 máx. NP 40 máx. 41 mín. 40 máx. 41 mín. 40 máx. 41 mín. 40 máx. (LL - 30) (LL - 30)
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IP 10 máx. 10 máx. 11 mín. 11 mín. 10 máx. 10 máx. 11 mín. máx. mín.


IG 0 0 0 4 máx. 4 máx. 8 máx. 12 máx. 16 máx. 20 máx.
COMPOSIÇÃO Solo constituído de uma Areia fina Os solos do grupo O solo
Os solos deste grupo contêm
DO SOLO mistura bem graduada de de praia ou São solos que contém grande variedade de A4 têm como típico deste
material semelhante ao
pedra, pedregulho, areia então de materiais granulares, os quais estão no limite material típico silte grupo é a
descrito no grupo A6, tendo,
grossa, média e fina e um deserto sem entre os solos do grupo A1 e A3 e materiais não plástico ou argila,
porém alto LL, que é
material ligante não plástico ligante silte-argilosos do grupo A4, A5, A6 e A7. moderadamente tendo 75%
característico do grupo A5,
ou de pequena plasticidade. (argila ou plástico, tendo em ou mais
sendo plástico e sofrendo
silte) ou geral 75 % que que passa
Predomina Predomina Contêm materiais São semelhantes aos grande mudança de volume.
então passam na peneira na peneira
pedra e areia média pequena granulares com 35% ou solos do grupo A2 - 4 200; podem conter 200.
pedregulho com ou sem menos, que passam na # e A2 - 5, a parte que Contêm Contêm
quantidade também uma Contêm todos materiais
com ligante ligante, bem de silte sem 200 e com uma parte passa na peneira 40 mistura de silte e também
sem areia graduado. mínima que passa na # contêm argila materiais com alto
plasticidade 64% de areia e mistura de com IP valor de IP
fina. 40, que têm as mesmas plástica, tendo as pedregulho. Os solo argi-
caraterísticas dos mesmas moderado em relação
solos do grupo A5 loso e 61% em relação ao LL,
materiais do grupo A4 e características dos contêm materiais de areia e
A5. solos do grupo A6 no ao LL, estando
semelhantes ao do pedregulho podendo ser sujeitos a
Contêm também caso do A2 - 6 ou A7 grupo A4, sendo Tem alta
pedregulho com no caso de A2 - 7. altamente grandes
porém diatomáceos variação de elásticos e variações de
porcentagem de silte ou micáceos, tem volume
ou IP > que dos solos sofrem volume.
elevado LL, sendo entre o grandes
do grupo A1, e areia portanto, altamente estado
fina com silte não variações de
elásticos. úmido e volume.
plástico com % acima seco.
do solo do grupo A3.
Funcionamento
Excelente a bom Fraco a pobre
como sub-base

Tabela 5.1 - Sistema de Classificação H.R.B.


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Notas de Aula - Mecânica dos Solos 60

Verifica-se nesta tabela que:

a) Os solos grossos foram divididos em três grupos, A1, A2 e A3.


Grupo A1 - Solos granulares sem finos (pedregulho e areia grossa bem graduada, com pouca
ou nenhuma plasticidade).
Grupo A2 - Solos granulares com finos (pedregulho e areia grossa bem graduados, com
material cimentante de natureza friável ou plástico).
A-2-4 - finos siltosos de baixa compressibilidade
A-2-5 - finos siltosos de alta compressibilidade
A-2-6 - finos argilosos de média plasticidade
A-2-7 - finos argilosos de alta plasticidade
Grupo A3 - Areias finas

b) Os solos finos foram divididos em quatro grupos, A4, A5, A6 e A7


Grupo A4 - Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e de argila (baixa
compressibilidade LL < 40%)
Grupo A5 - Solos siltosos com pequena quantidade de material grosso e argila, rico em mica e
diatomita (alta compressibilidade LL > 40%)
Grupo A6 - Argilas siltosas medianamente plásticas com pouco ou nenhum material grosso
(baixa compressibilidade)
Grupo A7 - Argilas plásticas com presença de matéria orgânica (alta compressibilidade).
A7-5, IP ≤ LL - 30%
A7-6, IP > LL - 30%

Em geral os solos granulares tem índice de grupo compreendidos entre 0 e 4, os siltosos entre
1 e 12 e os argilosos entre 1 e 20.

5.4 Sistema Unificado de Classificação dos Solos (S.U.C.S.)

Este sistema é oriundo do Airfield Classification System idealizado por Arthur Casagrande, e
inicialmente utilizado para classificação de solos para construção de aeroportos, e depois expandido
para outras aplicações, e normalizado pela American Society for Testing and Materials (ASTM).
Os solos neste sistema são classificados em solos grossos, solos finos e altamente orgânicos.
Para a fração grossa, foram mantidas as características granulométricas como parâmetros mais
representativos para a sua classificação, enquanto que para fração fina, Casagrande optou por usar
os limites de consistência, por serem parâmetros mais importantes do que o tamanho das partículas.
Cada tipo de solo terá um símbolo e um nome. Os nomes dos grupos serão simbolizados por
um par de letras. Onde o prefixo é uma das subdivisões ligada ao tipo de solo, e o sufixo, às
características granulométricas e à plasticidade.
Na Tabela 5.2, nas duas últimas colunas, estão indicados os símbolos de cada grupo e seus
respectivos nomes, bem como uma série de observações necessárias a classificação do solo.

Solos grossos
Os solos grossos ou granulares são os que possuem partículas menores que 75mm e que
tenham mais do que 50% de partículas com tamanhos maiores do que 0,075mm (# 200). Uma
subdivisão separa os solos grossos em pedregulhos, quando mais do que 50% da fração grossa tem
partículas com tamanho maior do que 4,8mm (retido na # 4), e areias, quando uma porcentagem
maior ou igual, destas partículas, tem tamanho menor que 4,8mm (passa na # 4). Sempre que as
porcentagens de finos estiver entre 5 e 12%, o solo deverá ser representado por um símbolo duplo,
sendo o primeiro o do solo grosso (GW, GP, SW, SP), enquanto que o segundo símbolo dependerá
da região onde se localizar o ponto representativo dos finos desse solo.
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Para porcentagens de finos, maior do que 12%, e classificados como CL-ML resultará em um
símbolo duplo para o solo grosso, GC-GM se for pedregulho ou SC-SM se for areia.
As Tabelas 5.3 e 5.4, mostram os fluxogramas necessários à classificação dos solos grossos.

Solos finos
Nesta divisão, foram colocados os solos que tem uma porcentagem maior ou igual a 50%, de
partículas com tamanho menor do que 0,075mm (passando na # 200). Estes solos, siltes e argilas,
foram inicialmente separados em função do limite de liquidez: menor que 50% e maior ou igual a
50%. Cada uma destas subdivisões leva em conta a origem inorgânica ou orgânica do solo. Para a
definição de origem orgânica deverão ser realizados dois ensaios de limite de liquidez: um com o
solo secado em estufa, (LL)s, e o outro nas condições naturais, (LL)n. Se a relação (LL)s/(LL)n <
0,75 o solo deverá ser considerado orgânico.
Quando da proposição inicial do sistema de classificação por Casagrande, foi introduzido o
gráfico de plasticidade, montado a partir dos limites de consistência dos solos finos. Com a revisão
do sistema foram introduzidas algumas modificações, resultando o gráfico mostrado na Figura 5.1.
Nele, os grupos estão distribuídos em cinco regiões, sendo a linha “A” separadora dos solos
argilosos inorgânicos (CL, CH) dos siltosos inorgânicos (ML, MH). A linha vertical LL = 50%
separa os solos de alta plasticidade (MH, CH) dos de baixa plasticidade (ML, CL). Os solos
orgânicos podem se situar, tanto acima quanto abaixo da linha “A”; as argilas orgânicas serão
representadas por pontos situados sobre ou acima dessa linha, enquanto, os siltes orgânicos estarão
abaixo. A quinta região é a hachurada, onde o solo deverá ter o símbolo duplo, CL-ML,
representando solos LL < 50% e 4 ≤ IP ≤ 7. O gráfico de plasticidade deverá ser usado na
classificação, tanto dos solos finos quanto da fração fina dos solos grossos.
Na última revisão do SUCS foi introduzida, a linha “U” para ajudar na avaliação dos
resultados dos ensaios de limites de consistência, visto que ela deve representar um limite superior
empírico para os solos naturais. Qualquer ponto que venha se situar acima dessa linha deve ter os
resultados dos ensaios verificados. A linha “U”, tanto quanto a linha “A”, é quebrada, iniciando-se
na vertical para LL = 16% até IP = 7% e a partir desse ponto tem a equação: IP = 0,9 . (LL - 8).
70
LL = 50

LINHA “U”
PARA CLASSIFICAR O VERTICAL PARA
SOLOS FINOS E A LL = 16 ATÉ IP = 7
60 FRAÇÃO FINA DOS IP = 0,9 (LL – 8)
SOLOS GROSSOS
ÍNDICE DE PLASTICIDADE - IP %

CH
50
ou

OH LINHA “A”
40 HORIZONTAL PARA
IP = 4 ATÉ LL = 25,5
IP = 0,73 (LL – 20)

30
CL
MH ou OH
ou
20
OL

10
CL - ML ML ou OL

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
LIMITE DE LIQUIDEZ - LL %

Figura 5.1 - Gráfico de plasticidade

As Tabelas 5.5 e 5.6, mostram os fluxogramas necessários a classificação dos solos finos.
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CRITÉRIOS DO SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (ASTM, 1983)


CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DOS SUBGRUPOS E CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
NOMES DOS GRUPOS SÍMBOLO
NOME DO GRUPO
USANDO ENSAIOS DE LABORATÓRIO GRUPO
Pedregulhos Cu ≥ 4 e 1 ≤ Cc ≤ 3 GW Pedregulho bem graduado 5
Pedregulhos limpos
3
mais que 50% Pp, < 5% Cu < 4 e/ou 1 > Cc > 3 GP Pedregulho mal graduado 5
200
da fração
ML
grossa retida Pedregulhos Finos GM Pedregulho siltoso 5, 6, 7
MH
Solos na peneira com finos 3 classificados
4,8mm (# 4) Pp,200 > 12% como CL
GC Pedregulho argiloso 5, 6, 7
CH
Grossos
Areias Areias limpas Cu ≥ 6 e 1 ≤ Cc ≤ 3 SW Areia bem graduada 8
Pr,200 > 50% mais que Pp,200 < 5%
50% da 4 Cu < 6 e/ou 1 > Cc > 3 SP Areia mal graduada 8
fração grossa ML
Areias com Finos SM Areia siltosa 6, 7, 8
passa na MH
peneira finos classificados
Pp,200 > 12% como CL
4,8mm (#4) SC Areia argilosa 6, 7, 8
4 CH
IP > 7, pontos sobre ou
CL Argila pouco plástica 10, 11, 12
Siltes e acima da linha A 9
Inorgânicos
argilas IP < 4, pontos abaixo da
ML Silte 10, 11, 12
linha A 9
Solos LL < 50% Argila orgânica 10, 11, 12, 13
Orgânicos LLseco < 0,75 LLnatural OL
Silte orgânico 10, 11, 12, 14
Finos Pontos sobre ou acima da
CH Argila muito plástica 10, 11, 12
Siltes e linha A
Pp,200 ≥ 50% Inorgânicos
argilas
Pontos abaixo da linha A MH Silte elástico 10, 11, 12
LL ≥ 50% Argila orgânica 10, 11, 12, 15
Orgânicos LLseco < 0,75 LLnatural OH
Silte orgânico 10, 11, 12, 16
Principalmente matéria orgânica, cor
Solos altamente orgânicos PT Turfa
escura e cheiro

1: Válido para material passando na peneira de 75mm abertura


2: Se a amostra contém seixos e matacões acrescentar “com seixos e matacões”, ao nome do grupo para Pp,200 entre 5 -
12% exigem símbolo duplo.
3: Pedregulhos G gravel Cascalho (pedregulho)
GW – CH: Pedregulho bem graduado com silte
GW – GC: Pedregulho bem graduado com argila S sand areia
GP – GH: Pedregulho mal graduado com silte C clay argila
GP – GC: Pedregulho mal graduado com argila W well graded bem graduado
4: Areias P poor graded mal graduado
SW – SH: Areia bem graduada com silte F fines finos (pás. # 200)
SW – SC: Areia bem graduada com argila M mo mó ou limo (areia fina)
SP – SH: Areia mal graduada com silte
O organic matéria orgânica
SP – SC: Areia mal graduada com argila
5: Se % Areia ≥ 15, acrescentar “com areia” L low liquid limit LL baixo
6: Se finos: CL – ML, usar símbolo duplo: GC – GH; SC – SH H high liquid limit LL alto
7: Se finos são orgânicos, acrescentar, “com finos orgânicos” Pt peat turfa
8: Se % Pedregulho ≥ 15%, acrescentar “com pedregulhos”
9: Se pontos estão na área hachurada, é CL – ML (argila-siltosa)
10: Se Pr,200: 15-29%, por “com areia” ou “com pedregulho”,
Se Pr,200 ≥ 30%: 11: % pedregulho < 15%, acrescentar arenoso Observação
12: % areia < 15%, acrescentar pedregulho
13: Para IP > 4%, e pontos sobre ou acima da linha A Cu = D60 / D10
14: Para IP < 4% ou pontos abaixo da linha A
15: Para pontos sobre ou acima da linha A (D30 )2
16: Para pontos abaixo da linha A Cc =
D60 × D10
Tabela 5.2 - Sistema de Classificação Unificada dos Solos (S.U.C.S)
% Areia < 15% → Pedregulho bem graduado
Cu ≥ 4 ; 1 ≤ Cc ≤ 3 GW
% Areia ≥ 15% → Pedregulho bem graduado com areia
Pp,200 < 5
% Areia < 15% → Pedregulho mal graduado
Cu < 4 , e/ou 1 > Cc > 3 GP
% Areia ≥ 15% → Pedregulho mal graduada com areia

Finos % Areia < 15% → Pedregulho bem graduado com silte


GW – GH
ML ou MH % Areia ≥ 15% → Pedregulho bem graduado com silte e areia
Notas de Aula - Mecânica dos Solos

Cu ≥ 4 ; 1 ≤ Cc ≤ 3

Finos CL, CH % Areia < 15% → Pedregulho bem graduado com argila (ou argila siltosa)
GW – GC
ou (CL – ML) % Areia ≥ 15% → Pedregulho bem graduado com argila e areia (ou argila siltosa)
Pedregulho
5 < Pp,200 < 12
% Ped. >
% Areia % Areia < 15% → Pedregulho mal graduado com silte
Finos GP – GH
ML ou MH % Areia ≥ 15% → Pedregulho mal graduado com silte e areia
Cu < 4 , e/ou 1 > Cc > 3
% Areia < 15% → Pedregulho mal graduado com argila (ou argila siltosa)
Finos CL, CH GP – GC
ou (CL – ML) % Areia ≥ 15% → Pedregulho mal graduado com argila e areia (ou argila siltosa) e areia

% Areia < 15% → Pedregulho siltoso


Finos GH
ML ou MH % Areia ≥ 15% → Pedregulho siltoso com areia

Finos % Areia < 15% → Pedregulho argiloso


Pp,200 > 12 GC
CL ou CH % Areia ≥ 15% → Pedregulho argiloso com areia

Finos % Areia < 15% → Pedregulho argilo-siltoso


GC – GH
CL – ML % Areia ≥ 15% → Pedregulho argilo-siltoso com areia

Tabela 5.3 - Fluxograma para classificação dos pedregulhos.


63
% Pedregulho < 15% → Areia bem graduada
Cu ≥ 6 ; 1 ≤ Cc ≤ 3 SW
% Pedregulho ≥ 15% → Areia bem graduada com Pedregulho
Pp,200 < 5
% Pedregulho < 15% → Areia mal graduada
Cu < 6 , e/ou 1 > Cc > 3 SP
% Pedregulho ≥ 15% → Areia mal graduada com Pedregulho

Finos % Pedregulho < 15% → Areia bem graduada com Silte


SW – SH
ML ou MH % Pedregulho ≥ 15% → Areia bem graduada com Silte e Pedregulho
Notas de Aula - Mecânica dos Solos

Cu ≥ 6 ; 1 ≤ Cc ≤ 3

Finos CL, CH % Pedregulho < 15% → Areia bem graduada com argila (ou argilo-siltosa)
SW – SC
ou (CL – ML) % Pedregulho ≥ 15% → Areia bem graduada com argila e Pedregulho (ou argilo-siltosa)
Areia
5 < Pp,200 < 12
% Areia >
% Ped % Pedregulho < 15% → Areia mal graduada com Silte
Finos SP – SH
ML ou MH % Pedregulho ≥ 15% → Areia mal graduada com Silte e Pedregulho
Cu < 6 , e/ou 1 > Cc > 3
% Pedregulho < 15% → Areia mal graduada com argila (ou argila siltosa)
Finos CL, CH SP – SC
ou (CL – ML) % Pedregulho ≥ 15% → Areia mal graduada com argila e Pedregulho (ou argilo-siltosa)

% Pedregulho < 15% → Areia siltosa


Finos SH
ML ou MH % Pedregulho ≥ 15% → Areia siltosa com Pedregulho

Finos % Pedregulho < 15% → Areia argilosa


Pp,200 > 12 SC
CL ou CH % Pedregulho ≥ 15% → Areia argilosa com Pedregulho

Finos % Pedregulho < 15% → Areia argilo-siltosa


SC – SH
CL – ML % Pedregulho ≥ 15% → Areia argilo-siltosa com Pedregulho

Tabela 5.4 - Fluxograma para classificação das areias.


64
Pr, 200 < 15 → Argila pouco plástica
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Argila pouco plástica com areia
IP > 7 15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
sobre ou % Areia < % Ped. → Argila pouco plástica com pedregulho
CL
acima da % Ped. < 15 % → Argila pouco plástica arenosa
linha A % Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Argila pouco plástica arenosa com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Argila pouco plástica pedregulhosa
% Areia < % Ped.
% Areia ≥ 15 % → Argila pouco plástica pedregulhosa com areia
Pr, 200 < 15 → Argila siltosa
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Argila siltosa com areia
4 < IP < 7 15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
sobre ou % Areia < % Ped. → Argila siltosa com pedregulho
CL – ML
acima da % Ped. < 15 % → Argila silto-arenosa
Inorgânicos
Notas de Aula - Mecânica dos Solos

linha A % Areia > % Ped


% Ped. ≥ 15 % → Argila silto-arenosa com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Argila silto-pedregulhosa
% Areia < % Ped.
% Areia ≥ 15 % → Argila silto-pedregulhosa com areia
Pr, 200 < 15 → Silte
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Silte com areia
IP < 4 15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
% Areia < % Ped. → Silte com pedregulho
abaixo da ML
linha A % Ped. < 15 % → Silte arenoso
% Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Silte arenoso com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Silte pedregulhoso
% Areia < % Ped.
% Areia ≥ 15 % → Silte pedregulhoso com areia
Pr, 200 < 15 → Argila orgânica
IP ≥ 4 Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Argila orgânica com areia
15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
acima ou % Areia < % Ped. → Argila orgânica com pedregulho
sobre a % Ped. < 15 % → Argila orgânica arenosa
linha A % Areia > % Ped
LL ≥ 50 % Ped. ≥ 15 % → Argila orgânica arenosa com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Argila orgânica pedregulhosa
% Areia < % Ped.
CL % Areia ≥ 15 % → Argila orgânica pedregulhosa com areia
Orgânicos
Pr, 200 < 15 → Silte orgânico
(LL)S/(LL)N < 0,75 Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Silte orgânico com areia
IP < 4 15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
% Areia < % Ped. → Silte orgânico com pedregulho
abaixo da
linha A % Ped. < 15 % → Silte orgânico arenoso
% Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Silte orgânico arenoso com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Silte orgânico pedregulhoso
% Areia < % Ped.
% Areia ≥ 15 % → Silte orgânico pedregulhoso com areia
65

Tabela 5.5 - Fluxograma para classificação dos solos finos de baixa plasticidade.
Pr, 200 < 15 → Argila muito plástica
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Argila muito plástica com areia
15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
Acima da % Areia < % Ped. → Argila muito plástica com pedregulho
CH
linha A % Ped. < 15 % → Argila muito plástica arenosa
% Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Argila muito plástica arenosa com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Argila muito plástica pedregulhosa
% Areia < % Ped.
Inorgânicos % Areia ≥ 15 % → Argila muito plástica pedregulhosa com areia
Pr, 200 < 15 → Silte elástico
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Silte elástico com areia
Notas de Aula - Mecânica dos Solos

15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
Abaixo da % Areia < % Ped. → Silte elástico com pedregulho
MH
linha A % Ped. < 15 % → Silte elástico arenoso
% Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Silte elástico arenoso com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Silte elástico pedregulhoso
% Areia < % Ped.
LL ≥ 50 % Areia ≥ 15 % → Silte elástico pedregulhoso com areia
Pr, 200 < 15 → Argila orgânica
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Argila orgânica com areia
15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
Acima ou % Areia < % Ped. → Argila orgânica com pedregulho
sobre a
linha A % Ped. < 15 % → Argila orgânica arenosa
% Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Argila orgânica arenosa com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
Orgânicos % Areia < 15 % → Argila orgânica pedregulhosa
% Areia < % Ped.
OH % Areia ≥ 15 % → Argila orgânica pedregulhosa com areia
(LL)S/(LL)N < 0,75
Pr, 200 < 15 → Silte orgânico
Pr, 200 < 30 % Areia > % Ped. → Silte orgânico com areia
15 ≤ Pr, 200 ≤ 29
Abaixo da % Areia < % Ped. → Silte orgânico com pedregulho
linha A % Ped. < 15 % → Silte orgânico arenoso
% Areia > % Ped
% Ped. ≥ 15 % → Silte orgânico arenoso com pedregulho
Pr, 200 ≥ 30
% Areia < 15 % → Silte orgânico pedregulhoso
% Areia < % Ped.
% Areia ≥ 15 % → Silte orgânico pedregulhoso com areia

Tabela 5.6 - Fluxograma para classificação dos solos finos de alta plasticidade.
66
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 67

Solos altamente orgânicos

São solos que apresentam características muito diferentes dos solos inorgânicos; são
compostos de matéria vegetal em vários estágios de decomposição, geralmente com odor orgânico,
cor marrom escura a preta, textura variando de fibrosa a amorfa, aparência esponjosa e saturada.
São solos com alto índice de vazios, muito compressíveis e baixa resistência ao cisalhamento. Em
condições normais, não são utilizados como fundação nem como material de empréstimo.
Os solos altamente orgânicos são, normalmente, designados por turfosos e simbolizados por
Pt.

A Tabela 5.7 apresenta algumas características dos solos a partir do Sistema de Classificação
relativa às fundações de pavimentos.

5.5 Classificação Geotécnica M.C.T. para solos Tropicais

O Sistema Unificado de Classificação dos Solos não se tem mostrado satisfatório, quando
usado em projeto de pavimentos para solos tropicais, em face do seu comportamento diferenciado,
conforme tem mostrado diversos autores.
Uma classificação mais apropriada aos solos tropicais, com ênfase em projetos de estradas, foi
proposta por Nogami e Villilbor (1981), separando-se os solos em dois grupos, um de
comportamento laterítico e outro não laterítico. O resultado desse trabalho foi reunido no gráfico,
mostrado na Figura 5.2, subdividido em sete regiões, onde os solos de comportamento não laterítico
ocupam a parte superior e os de comportamento laterítico estão situados na parte inferior do gráfico.
A cada uma das regiões foi associado um símbolo, duas letras, onde a primeira letra “N” ou “L”
indica o comportamento não laterítico ou laterítico do solo e a segunda A, A’, G’, S’ completam a
classificação conforme mostrado na figura. Há também referência ao tipo de mineral encontrado no
solo. Neste gráfico os solos coesivos estão localizados à direita e os não coesivos à esquerda.
O gráfico foi montado utilizando-se de variáveis extraídas dos resultados do ensaio de Mini-
MCV (Mini - Moisture Condition Value) de forma que todas as regiões tivessem a mesma área. A
primeira variável usada como abscissa e simbolizada por C’ representa a inclinação do trecho reto
da curva Mini - MCV para 10 golpes e em ordenadas estão colocadas os valores e’, calculados pela
equação:

e’= (20/d’ + Pi/100) 1/3

onde d’ é a inclinação do ramo seco da curva de compactação para uma energia correspondente a 12
golpes (aproximadamente igual à do Proctor Normal - 6 kg/cm3 ) e Pi é a porcentagem de perda de
material por imersão. A equação anterior é empírica, tendo-se chegado a ela através da imposição
de áreas iguais para as diversas regiões do gráfico.
O procedimento utilizado, com a descrição dos ensaios necessários a classificação dos solos
tropicais está descrito em Nogami e Villibor (1985).

5.6 Classificação Táctil-Visual (A.S.T.M. - D2488-69)

Esta classificação é feita de tal forma que a maioria dos solos possam se enquadrar em três
grupos (granulação grossa, granulação fina e altamente orgânica), através de um exame visual e
alguns ensaios simples de campo.
Para a fração grossa, pedregulhos e areias, informações quanto à composição granulométrica,
forma das partículas, existência ou não de finos são sempre necessárias; estas partículas são ásperas
ao tato, visíveis ao olho nú e se separam quando secas.
VALOR COMO PESO
L VALOR COMO
DIVISÕES FUNDAÇÃO ESPECÍ-
E BASE DIRETA- AÇÃO COMPRES- CARACTE- MÓDULO
QUANDO CBR DE
T NOME MENTE SOB A POTENCIAL SIBILIDADE RÍSTICAS DE EQUIPAMENTO DE COMPACTAÇÃO FICO DO SUB-
NÃO SUJEITO CAM-PO
PRINCIPAIS R SUPERFÍCIE DO GELO E EXPANSÃO DRENAGEM SECO LEITO
A AÇÃO DO
A EM USO (γs)
GELO

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (10) (11) (12) (13)
Pedregulho ou pedregulho Nenhuma a Quase Trator de esteira, equipamento de roda de
GW Excelente Bom Excelente 125 - 140 60 - 80 500 ou mais
arenoso bem graduado muito escassa inexistente borracha, rolo com roda de aço
Pedregulho ou pedregulho Insatisfatório a
GP Bom a excelente - - - - 120 - 130 35 - 60 300 ou mais
arenoso mal graduado moderado
Pedregu-
lhos e GU Pedregulho ou pedregulho are- Trator de esteira, equipamento de roda de
Bom Insatisfatório - - - 115 - 125 25 - 50 300 ou mais
solos noso, uniformemente graduado borracha
pedregu-
Notas de Aula - Mecânica dos Solos

Pedregulho siltoso ou Escassa a Moderado a


lhosos GM pedregulho arenoso siltoso Bom a excelente Moderado a bom Muito escassa Equipamento com roda de borracha 130 -145 40 - 80 300 ou mais
média insatisfatório
Insatisfatório a
SOLOS Pedregulho argiloso ou Escassa a Equipamento de roda de borracha, rolo de
GC Bom Insatisfatório Escassa praticamente 120 - 140 20 - 40 200 - 300
DE pedregulho arenoso argiloso média pé de carneiro
impermeável
GRANU-
LAÇÃO Areia ou areia pedregulhosa, Nenhuma a Quase Trator de esteira, equipamento de roda de
SW Bom Insatisfatório Excelente 110 - 130 20 - 40 200 - 300
GROSSA bem graduada muito escassa inexistente borracha
Areia ou areia pedregulhosa, Moderado a Insatisfatório a
SP - - - - 105 -120 15 - 25 200 - 300
mal graduada bom inadequado
Areias e SU Areia ou areia pedregulhosa Moderado a
Inadequado - - - - 100 - 115 10 - 20 200 - 200
solos uniformemente graduada bom
arenosos Areia siltosa ou areia Moderado a Equipamento com roda de borracha, rolo
SM Bom Insatisfatório Escassa a alta Muito escassa 120 - 135 20 - 40 200 - 300
pedregulhosa siltosa insatisfatório pé de carneiro, controle rígido da umidade
Insatisfatório a
Areia argilosa ou areia Moderado a Escassa a Equipamento de roda de borracha, rolo de
SC Inadequado - praticamente 105 - 130 10 - 20 200 - 300
pedregulhosa argilosa bom média pé de carneiro
impermeável
Siltes, siltes arenosos e pedre- Moderado a Média a muito Escassa a Moderado a Equipamento de roda de borracha, rolo pé
Baixa ML gulhosos ou solos diatomáceos insatisfatório Inadequado 100 - 125 5 - 15 100 - 200
alta média insatisfatório de carneiro, controle rígido da umidade
compres-
sibilidade CL Argilas magras, argilas Praticamente Equipamento de roda de borracha, rolo de
- - Média a alta Média 100 - 125 5 - 15 100 - 200
arenosas ou pedregulhosas impermeável pé de carneiro
SOLOS LL < 50 OL Siltes orgânicos ou argilas
Insatisfatório - - Média a alta Insatisfatório - 90 - 105 4-8 100 - 200
DE orgânicas magras
GRANU- Argilas micâceas ou solos Média a muito Moderado a Equipamento com roda de borracha, rolo
LAÇÃO MH Insatisfatório Inadequado Alta 80 - 100 4-8 100 - 200
Alta diatomáceos alta insatisfatório pé de carneiro
FINA compres-
Insatisfatório a
sibilidade CH Praticamente
Argilas gordas muito Inadequado Média Alta - 90 - 110 3-5 50 - 100
impermeável
insatisfatório
LL > 50
OH Argilas orgânicas gordas - - - Alta - - 80 - 105 3-5 50 - 100
Turfa e outros solos Moderado a
Pt Turfa, húmus e outros Inadequado Inadequado Escassa Muito alta Compactação não é prática - - -
orgânicos fibrosos insatisfatório

Tabela 5.7 - Características relativas às fundações de pavimentos.


68
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 69

0,27 0,45

A = AREIA
2,0 A' = ARENOSO
G' = ARGILOSO
1,75 NA NS'
S' = SILTOSO
ÍNDICE e'

1,5 NG'
1,40
NA'
1,15
LA
1,0
LG'
LA'

0,5
0,70 1,70
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
COEFICIENTE C'

ARGILAS ARENOSAS

ARGILAS ARENOSAS
AREIAS ARGILOSAS
GRANULOMETRIAS TÍPICAS

ARGILAS SILTOSAS

ARGILAS SILTOSAS
SILTES ARGILOSOS

SILTES ARGILOSOS
SILTES ARENOSOS
AREIAS SILTOSAS

AREIAS SILTOSAS
DESIGNAÇÕES DO MISSISSIPI
SILTES (k, m)
SILTES (q, s)

RIVER COMISSION, USA ARGILAS

ARGILAS
AREIAS

q = QUARTZOSO m = MICÁCEO
s = SERSÍTICO k = CAULINÍTICO
COMPORTAMENTO N = NÃO LATERÍTICO L = LATERÍTICO

GRUPO MCT NA N A’ N S’ N G’ LA L A’ L G’
MINI
SEM IMERSÃO M, E E M, E E E E , EE E
CBR
PERDA POR IMERSÃO B, M B E E B B B
(%)
PROPRIEDADES

EXPANSÃO B B E M, E B B B
CONTRAÇÃO B B, M M M, E B B, M M, E
COEF. PERMEABILIDADE (K) M, E B B, M B, M B, M B B
COEF. SORÇÃO (S) E B, M E M, E B B B
CORPOS DE PROVA COMPACTADOS NA EE = MUITO VIDE QUADRO ABAIXO
M = MÉDIO (A)
MASSA ESPECÍFICA APARENTE SECA ELEVADO PARA
MÁXIMA DA ENERGIA NORMAL B = BAIXO (A)
E = ELEVADO EQUIVALÊNCIANUMÉRICA
EE – Muito elevado > 30
PERDA DE SUPORTE E – Elevada > 70
E – Elevado 12 a 30
MINI-CBR (%) MINI-CBR – POR M – Média 40 a 70
M – Médio 4 a 12
IMERSÃO (%) B – Baixa < 40
B – Baixo <4
E – Elevada >3 E – Elevada >3
EXPANSÃO (%) M – Média 0,5 a 3 CONTRAÇÃO (%) M – Média 0,5 a 3
B – Baixa < 0,5 B – Baixa < 0,5

COEFICIENTE E – Elevada > (- 1) COEFICIENTE DE E – Elevada > ( - 3)


DE SORÇÃO – S M – Média ( -1) a ( -2) PERMEABILIDADE K M – Média ( - 3) a ( - 6)
log (cm/Vmín) B – Baixa < ( -2) log (cm/s) B – Baixa < ( - 6)
SM MH
CORRESPONDÊNCIA SP SM, CL MH SP
APROXIMADA COM USCE SM
SC
ML, MH CH SC
SC ML
ML CH

Figura 5.2 - Gráfico de classificação MCT e principais propriedades dos grupos dessa classificação.
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 70

Para os solos finos, siltes e argilas, os principais ensaios de identificação no campo são:
a) ensaio de dilatância;
b) ensaio de plasticidade;
c) determinação da resistência seca do solo;
d) observações quanto à cor e cheiro (solos orgânicos).

Os itens a, b e c são feitos com material que passa na peneira nº 40 (0,42mm). No campo,
muitas vezes, separa-se o material retido na peneira nº 40 fazendo-se o possível para retirar o
material entre a peneira nº 10 e nº 40.
O ensaio de dilatância consiste em adicionar água no material, tornando-o pegajoso. A massa
formada deve ter um volume de 8 cm3 e é colocada na palma de uma das mãos em posição
horizontal. Bate-se vigorosamente uma mão de encontro com a outra, várias vezes e espreme-se a
massa entre os dedos. Segundo as reações ocorridas durante o ensaio de dilatância, os solos podem
classificar-se em:
- solos não plásticos (siltes e areias) apresentam uma reação rápida (presença de água livre quando
sacudido);
- solos altamente plásticos resultam em reação nula.
Portanto, dependendo da velocidade que a massa muda de consistência, definimos que a
reação do teste é rápida, lenta ou nula.
Ensaio de plasticidade consiste em obter um cilindro de 3mm de diâmetro sobre uma
superfície lisa ou entre as palmas da mão. À medida que o processo vai se desenvolvendo, o solo
vem se tornando mais duro (perda de umidade). Os solos situados abaixo da linha “A” do gráfico de
plasticidade formam cilindros frágeis e com exceção dos solos orgânicos. Estes solos resultam em
cilindros muito moles e pegajosos quando estão próximos do limite de plasticidade. Quanto mais
alta a posição do solo em relação à linha “A”, mais resistentes são os cilindros ao se aproximarem
ao limite de plasticidade.
O ensaio de resistência seca consiste em moldar uma amostra de solo úmido e deixar secar em
estufa ou no ar livre. Após a secagem tenta-se desagregar a amostra com pressão dos dedos. De
acordo com o esforço aplicado na amostra podemos definir como:
- os solos de pouca resistência seca (desagregam-se imediatamente com pequeno esforço -
solos siltosos);
- os solos de resistência seca razoável (desagregam-se com certo esforço - solos argilosos e
orgânicos).
A cor serve para separar os horizontes de um perfil de solo e pode indicar a existência do
nível do lençol freático. Utiliza-se em amostras de solos úmidos porque pode haver uma mudança
razoável com a secagem. Adota-se a carta de cores de MUNSEEL preparado pelo Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos.
Os solos de cor vermelha indicam a presença de óxidos de ferro e ausência do lençol freático
próximo. Os solos de cor cinza ou manchados indicam que a variação do nível d’água.
Quanto ao cheiro, os solos orgânicos apresentam, em geral, odores característico, que pode
ajudar na identificação.
Os métodos para estimar a porcentagem passante na peneira nº 200 são muitos e a escolha
depende do tempo, habilidade do técnico e equipamento disponível. Entre eles podemos citar:
- decantação - consiste em misturar solo com água num recipiente e derramar a mistura turva
de água e solo. Repete-se a operação várias vezes, até conseguir remover praticamente todos os
finos. Por comparação do resíduo com o material primitivo tem-se idéia da quantidade de finos.
- sedimentação - consiste em misturar água com o solo em uma proveta e agitar bastante. As
partículas maiores irão depositar logo (areia deposita em 20 ou 30 segundos).
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 71

5.7 Exercícios

1) Com os dados obtidos no laboratório em ensaios de granulometria e plasticidade para três


amostras de solo (solo A, B e C), apresentados abaixo, determine:
a) diâmetro efetivo, b) coeficiente de curvatura, c) coeficiente de uniformidade, d) índice
de plasticidade, e) atividade coloidal, f) classifique estas amostras de acordo com os
sistemas textural, HRB/AASHO e SUCS.

Solo A Solo B Solo C


LL (%) 15 35 65
LP (%) - 20 35
Curva Granulométrica - ABNT - NBR 6502
Argila Silte Areia Fina Areia Média Areia Grossa Pedregulho
0 100

10 90
A
20 80
B
C
30 70

Porcentagem Passante
Porcentagem Retida

40 60

50 50

60 40

70 30

80 20

90 10

100 0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos Grãos (mm)

2) Os dados obtidos no laboratório para determinação de umidade natural, do limite de liquidez e


do limite de plasticidade de uma amostra de argila foram os seguintes:
Umidade natural
W (g): 7,782 5,041
Ws (g): 6,682 4,312
w (%):
Limite de liquidez
W (g): 2,803 2,215 2,296 2,663
Ws (g): 2,210 1,752 1,825 2,123
w (%):
Nº Golp: 13 20 29 36
Limite de Plasticidade
W (g): 0,647 0,645 0,388
Ws (g): 0,557 0,566 0,337
w (%):
Notas de Aula - Mecânica dos Solos 72

Pede-se: a) qual a consistência dessa argila

3) O solo de uma jazida para uso de uma obra de terra tem as seguintes características: LL =
60% e LP = 27%. O teor de umidade natural do solo é de 32%. Determine: a) o índice de
plasticidade, b) o índice de consistência, c) classifique o solo em função do valor obtido
em (b).

4) As seguintes indicações são fornecidas para os solos A e B:

LL (%) LP (%) W (%) G S


Solo A 30 12 15 2,70 100
Solo B 9 6 6 2,68 100

Pede-se: a) qual o solo de maior teor de argila? b) qual o solo de maior índice de vazios?

5) Um solo argiloso apresenta as seguintes características: LL = 59%, LP = 23,1% e IC =


0,44. Pede-se, calcular a quantidade de água necessária a adicionar a 2Kg deste solo para
reduzir o IC a 0,20.

Respostas:

1) a) D10 A = 0,07; D10 B = 0,007 e D10 C = 0,0 (zero)


b) D60 A = 0,38; D60 B = 0,10 e D60 C = 0,011 Cu A = 5,5; Cu B = 14,3 e Cu C = ∞
c) D30 A = 0,18; D30 B = 0,044 e D30 C = 0,0 (zero) Cc A = 1,2; Cc B = 2,8 e Cc C = 0
d) IP A = NP; IP B =15 e IP C = 30
e) Ac A = não possui finos; Ac B = 3,75 (Ac alta >1,25) e Ac C = 0,63 (Ac baixa < 0,75)
f)

2)

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