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Geologia e Mecânica dos Solos

Prof. Cássia Rangel


2023
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

• Sabemos que o solo é constituído por grãos minerais,


podendo conter matéria orgânica.
• As frações grossas dos solos são predominantemente
de grãos silicosos, enquanto os minerais que ocorrem
nas frações argilosas pertencem a três grupos
principais: caolinita, montmorilonita e ilita.
• Os solos que contém matéria orgânica podem ser
identificados visualmente. A coloração dos solos varia
do cinza escuro ao claro e do marrom escuro ao claro.
PESO ESPECÍFICO E DENSIDADE

• gs = Ps/Vs (Peso / Volume)


• δ = gs / ga, onde ga = 1 g/cm³ , então:
• δ = gs
Exemplo:
a densidade relativa do quartzo é 2,67 e o seu peso
específico 2,67 g/cm³.

• ↓ para solos com alto teor de matéria orgânica


• ↑ para ricos em óxidos de ferro
FORMA DAS PARTÍCULAS

• Partículas arredondadas →
pedregulhos, areias e siltes

• Partículas lamelares → argilas

 Partículas fibrilares →
solos turfosos
TAMANHO DAS PARTÍCULAS

• A primeira característica que diferencia os solos, é o


tamanho das partículas que o compõem. Numa primeira
olhada, podemos ver que em alguns solos possuem grãos
perceptíveis a olho nu, como os grãos de pedregulho ou a
areia, e que outros têm os grãos tão finos que, quando
molhado, se transformam numa pasta, não podendo se
visualizar as partículas individualmente.
• Não é fácil identificar o tamanho das partículas pelo simples
manuseio do solo, porque grãos de areia, por exemplo,
podem estar envoltos por uma grande quantidade de
partículas argilosas, finíssimas, ficando com o mesmo
aspecto de uma aglomeração formada exclusivamente por
uma grande quantidade destas partículas.
TAMANHO DAS PARTÍCULAS

Fração Limites definidos pela Norma da ABNT

Matacão De 20 cm a 1 m

Pedra De 6 cm a 20 cm

Pedregulho De 2 cm a 6 cm

Areia grossa De 0,6 cm a 2 cm

Areia média De 0,2 mm a 0,6 cm

Areia fina De 0,06 mm a 0,2 mm

Silte De 0,002 mm a 0,6 mm

Argila Inferior a 0,002 mm

LIMITES DAS FRAÇÕES DE SOLO PELO TAMANHO DOS GRÃOS. VALORES ADOTADOS
PELA ABNT.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

• Como explicado anteriormente, em um solo temos partículas de


diversos tamanhos e para separar e caracterizar essas partículas
utiliza-se a análise granulométrica. A análise granulométrica
expressa quantitativamente a proporção em peso dos diversos
tamanhos das partículas constituintes do solo.
• O ensaio de granulometria pode ser feito por peneiramento, para
solos grossos (areia e pedregulhos) e por peneiramento e
sedimentação para solos finos (silte e argila).Tal ensaio segue a
norma preconizada pela ABNT, NBR 7181- Análise Granulométrica
e pela Solos e rocha -NBR 6502. Quando o solo a ser ensaiado
obtiver uma parcela de cada fração deve ser feito o ensaio de
granulometria por peneiramento e sedimentação
simultaneamente. A amostra de solo para a realização do ensaio
deve ser do tipo representativa e coletada ou extraída com auxílio
de Sondagens e outros Métodos.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Ensaio de granulometria:
• Peneiramento

• Sedimentação
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Ensaio de granulometria por peneiramento:


ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
• O ensaio de granulometria, consiste em: Pegar a amostra de solo a
ser estudada fazendo uma homogeneização perfeita, com o auxílio
do repartidor de amostra, ou pelo método de quarteamento, com
finalidade de reduzir a quantidade de material para realização dos
ensaios requeridos, mantendo a representatividade.(2000g para
solo pedregulhoso e arenoso; 1500g para solo argiloso e siltoso).
• O solo deve ser colocado para secar ao ar, para eliminar o excesso
de água existente. Caso haja necessidade de colocar o mesmo em
estufa, há as seguintes recomendações de temperatura ideais: para
solos orgânicos em torno de 90C e os demais tipos de solo em
torno de 110C. Após a colocação em estufa, deve-se aguardar 24
h.
• Aguarde esfriar até a temperatura ambiente, em seguida pesa-se a
massa total de solo úmido em uma balança graduada.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

• Coloca-se então o solo em um almofariz de porcelana. Dá-se início


ao destorroamento, com o auxílio do mão de gral, revestido de
borracha para evitar a quebra dos grãos.

• Submeta o solo destorroado a fase do peneiramento inicial,


passando o solo destorroado na peneira no 10 (#2,0mm).
• Retira-se do material passante, duas capsulas ou mais, de acordo
com a quantidade de material disponível, para se obter a umidade
higroscópica.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

• Do material passante e do retido na #10, são realizados


os peneiramentos grosso e fino para materiais granulares
(areias e pedregulhos), e no caso de materiais argilosos e
siltosos, realiza-se também o ensaio de sedimentação.
• Do retido na #10, lava-se o material na própria peneira, e
coloca na estufa para secar, do passante, retira-se, além
das duas capsulas para determinar a umidade, 100g para
ser lavado na peneira #200 (0,075mm), no caso de
realizar o ensaio de sedimentação, o material a ser
lavado na peneira, é proveniente do ensaio. Utiliza-se 70g
para solos argilosos e 120g para solos arenosos.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

• PENEIRAMENTO GROSSO
Do material retido na peneira #10(2,0mm) lavado na #10 e
seco em estufa, é passado no jogo de peneiras em ordem
decrescente de diâmetro (50,0, 38.1, 25.4, 19.0, 9.5, 4.8,
2.0 mm), pesando o retido em cada peneira.
• PENEIRAMENTO FINO
Do material passado na peneira #10(2,0mm) lavado na
#200 e seco em estufa(seja do peneiramento direto ou da
sedimentação), é passado no jogo de peneiras em ordem
decrescente de diâmetro (1,2, 0,60, 0,42, 0,25, 0,15 e 0,075
mm), pesando o retido em cada peneira.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

• SEDIMENTAÇÃO
Do material passado na peneira #10(2,0mm), coloca-se a amostra de solo em
vidro com tampa vedante, em seguida adiciona-se uma solução composta de
125 ml de água destilada, 4,71g de hexametafosfato de sódio e 0,98g de
carbonato de sódio, por 24h. A finalidade desta solução é desagregar as
partículas de solo a serem ensaiadas.
Coloca-se está solução + solo num dispersor, durante 15 minutos, depois
coloca-se a amostra numa proveta graduada e aferida de 1000 ml
preenchendo-se, com água destilada. Tampe a boca da proveta com a mão,
balançando num movimento semicircular de 180o durante 60s. Em seguida,
coloca-se a proveta normalmente sobre a bancada nivelada e através de
densímetro, cuja escala é graduada, faz-se as leituras nos seguintes tempos,
em segundos: 15, 30, 60, 120, 240, 480, 900, 1800, 3600, 7200, 14400 e
86400. Determina-se também a temperatura no decorrer do ensaio.
Determinando assim, o diâmetro máximo das partículas em suspenção, através
da Lei de Stokes.
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA
CURVA GRANULOMÉTRICA
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Peso Total = 1000 g


Peneira Peso retido (g) Porcentagem Porcentagem retida
retida (%) acumulada (%)
#4 (4,8 mm) 23
#8 (2,4 mm) 68
#16 (1,2 mm) 193
#30 (0,6 mm) 375
#50 (0,3 mm) 209
#100 (0,15 mm) 85
Fundo 47
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Peso Total = 1000 g


Peneira Peso retido (g) Porcentagem Porcentagem retida
retida (%) acumulada (%)
#4 (4,8 mm) 23 2,3 2,3
#8 (2,4 mm) 68 6,8 9,1
#16 (1,2 mm) 193 19,3 28,4
#30 (0,6 mm) 375 37,5 65,9
#50 (0,3 mm) 209 20,9 86,8
#100 (0,15 mm) 85 8,5 95,3
Fundo 47 4,7 100
Peso Total = 2000 g
Peneira Peso retido (g) Porcentagem Porcentagem retida
retida (%) acumulada (%)
70 mm 0
50 mm 240
40 mm 260
20 mm 260
10 mm 340
#4 (4,8 mm) 200
#8 (2,4 mm) 300
#16 (1,2 mm) 60
#30 (0,6 mm) 100
#100 (0,15 mm) 80
0,01 60
0,002 60
Peso Total = 2000 g
Peneira Peso retido (g) Porcentagem Porcentagem retida
retida (%) acumulada (%)
70 mm 0 0 0
50 mm 240 12 12
40 mm 260 13 25
20 mm 260 13 38
10 mm 340 17 55
#4 (4,8 mm) 200 10 65
#8 (2,4 mm) 300 15 80
#16 (1,2 mm) 60 3 83
#30 (0,6 mm) 100 5 88
#100 (0,15 mm) 80 4 92
0,01 60 3 95
0,002 60 3 98
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Peso Total = 1000 g
Peneira Peso retido (g) Porcentagem Porcentagem retida
retida (%) acumulada (%)
#10 (2,0 mm) 10
#40 (0,40 mm) 90
#100 (0,10 mm) 220
#200 (0,075 mm) 250
0,060 mm 70
0,045 mm 60
0,030 mm 40
0,015 mm 40
0,009 mm 60
0,006 mm 50
0,001 mm 80
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Peso Total = 1000 g
Peneira Peso retido (g) Porcentagem Porcentagem retida
retida (%) acumulada (%)
#10 (2,0 mm) 10 1 1
#40 (0,40 mm) 90 9 10
#100 (0,10 mm) 220 22 32
#200 (0,075 mm) 250 25 57
0,060 mm 70 7 64
0,045 mm 60 6 70
0,030 mm 40 4 74
0,015 mm 40 4 78
0,009 mm 60 6 84
0,006 mm 50 5 89
0,001 mm 80 8 97
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Determinação da curva granulométrica:
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Análise da curva granulométrica:

 A: granulometria
contínua
 B: descontínua
 C: uniforme
 A: bem graduada
 mal graduada
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
Análise da curva granulométrica:
ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
 Diâmetro efetivo (def) = 10% em peso total de todas as partículas
menores que ele.
 Coeficiente de não uniformidade (CNU) = d60 / def
granulometria muito uniforme → CNU < 5
uniformidade média → 5 < CNU < 15
desuniforme → CNU > 15.
 Coeficiente de curvatura (Cc ) = (d30)² / (d60 x def)
bem graduado → 1 < Cc < 3
descontínuo → Cc < 1
uniforme → Cc > 3
PARÂMETROS DA CURVA

• Considera-se que o material é bem graduado quando o CC está entre 1 e 3.Na


figura abaixo estão as curvas de três areias com CNU = 6 e com diferentes CC.
Quando CC é menor que 1, a curva tende a ser descontínua; há falta de grãos.
Quando CC é maior que 3, a curva tende a ser muito uniforme na sua parte
central. Ao contrário das duas outras, quando o CC está entre 1 e 3, a curva
granulométrica se desenvolve suavemente. É rara a ocorrência de areias com
CC fora do intervalo 1-3, razão pela qual este coeficiente é muitas vezes
ignorado, mas é justamente para destacar os comportamentos peculiares acima
apontados que ele é útil.

Curvas granulométricas com diferentes coeficientes de curvatura

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