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SOLOS:

Conservação, Irrigação e Drenagem

Profa. Manuela Sulzbach Rodrigues


PLANTA

SOLO

NUTRIENTES ÁGUA

SUSTENTAÇÃO
De que o solo é constituído?
- Partículas minerais (45%)
- Apresentam composição e tamanhos diferentes de acordo
com a rocha de origem

Textura
De que o solo é constituído?
- Matéria Orgânica (5%)
- Formada por restos vegetais e animais não decompostos e
decompostos por microrganismos. O produto resultante
dessa decomposição é o húmus.
De que o solo é constituído?
- Água (25%)
- Fica retida por tempo determinado nos poros do solo.
- Sua reposição é feita pela chuva ou pela irrigação.
- Importante veículo para fornecer nutrientes aos vegetais.

Solo Solo
descompactado compactado
De que o solo é constituído?
- Ar (25%)
- Ocupa os poros do solo não preenchidos pela água.
- É essencial para as plantas, pois também pelas raízes
absorvem oxigênio.
- favorece a produção de húmus (microrganismos)
Tipos de solo no RS
Escolha do terreno para frutíferas
• Profundos – mínimo 60 cm
• Bem estruturados – boa porosidade;
• Bem drenados;
• Textura média (argiloso X arenoso)
• Ricos em matéria orgânica e nutrientes;
• pH ~ 6,0;
• Declividade suave;
• Ensolarados;
Escolha do terreno para frutíferas
Qual o melhor solo para um pomar?
Escolha do terreno para frutíferas
Por que devemos conservar o solo?
• Patrimônio – fonte de vida e alimentos
• Conservar ≠ Preservar
- Sustentabilidade – mante-lo produtivo para as presentes
e futuras gerações
Por que devemos conservar o solo?
• Originário a partir da decomposição das rochas,
enriquecidos com matéria orgânica (restos de animais e
plantas).

• 10 cm de solo leva em torno de 10.000 anos para se formar


Por que devemos conservar o solo?
• Solos são frágeis
40% das terras agricultáveis do planeta já
sofreram degradação pela ação humana!!

Erosão e poluição por resíduos


Erosão do Solo

• É a desagregação, transporte ou arraste de partículas


sólidas e a deposição destas em áreas mais baixas do
terreno.

Solo descoberto
Erosão do Solo
• Fatores que influenciam:
– Topografia do terreno;
– Regime e intensidade das chuvas;
– Características do solo;
• Arenoso X argiloso
• Teor de M. O.
– Adoção de práticas conservacionistas
Práticas Conservacionistas
• Conjunto de operações realizadas pelo homem com o
objetivo de controlar os efeitos danosos da erosão

1) Manter o solo coberto


A proteção vai depender do tipo de
planta de cobertura:
• Plantas de hábito ereto X prostrado
• Folhas estreitas X largas
Práticas Conservacionistas

– Reduz a erosão;
– Maior umidade do solo;
SOLO COBERTO – Ciclagem de nutrientes;
– Maior matéria orgânica;
– Favorece a microbiota do solo.
Práticas Conservacionistas

SOLO DESCOBERTO SOLO COBERTO


Desequilíbrio Equilíbrio
Práticas Conservacionistas
2) Curvas de nível

- Terrenos planos – conforme melhor


exposição solar
Orientação
das linhas
- Terrenos pouco inclinados ± 4%
Curvas de nível

20%
20 m traçar uma linha na superfície do solo
unindo os pontos de mesma altura,
seguindo-se o nível do terreno
100 m
Práticas Conservacionistas

3) Construção de camalhões

– Terrenos declivosos > 6% a 20%


– Largura da base depende da textura do solo
Práticas Conservacionistas
3) Construção de patamares
– Terrenos muito declivosos > 20%
– A base do patamar deve ter inclinação contrária à
inclinação do terreno
– Proteger superfície vertical
Práticas isoladas evitam
erosão?
Só a curva de nível evita erosão?
Irrigação
• Frutíferas tem alta necessidade de água para
crescimento e produção;
Irrigação
• Falta de água
– Murchamento das folhas;
– Menor absorção de nutrientes;
– Menor crescimento e produção;
– Vida útil mais curta do pomar;
– Rachaduras nos frutos
Irrigação
Vantagens da irrigação
• Melhor pegamento das mudas;
• Maior absorção de nutrientes;
• Maior desenvolvimento da planta;
• Aumento da produção;
• Melhora a qualidade do fruto.
Irrigação

• Quando irrigar ?
– No plantio:
• 15 a 20 litros por planta
• Contato raízes-solo
– Até a pega (1 mês):
• Intervalos de 3 a 5 dias.

• Períodos críticos
- Nos primeiros anos após a implantação do pomar
- Após o florescimento até a maturação dos frutos
Irrigação
- Textura: - Temperatura (verão - maior
Argiloso: maior retenção de água evapotranspiração), UR,
Arenoso: menor retenção de água vento, radiação
- Manejo: - Distribuição das chuvas
Cobertura e MO: maior umidade - Disponibilidade de água

Interação
Solo de Ambiente
fatores

Planta

- Exigência da espécie
- Estádio fisiológico
Irrigação
• Quando irrigar (plantas adultas)?
– Em época de seca;
– Termos práticos: cultivar plantas mais sensíveis que as
frutas

Tomate Milho Feijão-vagem


Irrigação
Sistemas de irrigação
• Aspectos para a escolha do sistema
– Área do pomar;
– Tipo de solo;
– Disponibilidade de água;
– Disponibilidade financeira do produtor;
– Custo da energia.

Não se deve somente molhar o solo, mas garantir


que toda as raízes das árvores está sendo irrigada!
Irrigação
– Superficial;
– Sulcos;
– Aspersão;
– Microaspersão;
– Gotejamento.

Não existe um melhor que o outro, e sim o que


mais se adapta a cada situação em particular.
Irrigação
SUPERFICIAL
• Recomendado para pequenas áreas:
– Baixo custo
– Uso de regadores, mangueiras, baldes, tanques
Irrigação
SULCOS
• Inundação parcial e temporária de pequenos canais ou
sulcos
• Vantagens
– Ideal para áreas maiores;
– Baixo custo inicial;
– Distribuição da água por gravidade
– Solos planos (máx 2% decl.)

• Desvantagens
– Requer elevada quantidade de água;
– Erosão;
– Infiltração de água em profundidade
Irrigação
ASPERSÃO
• Fracionamento do jato de água em gotas
Irrigação
ASPERSÃO
• Vantagens
– Não exige nivelamento do terreno – topografia irregular
– Fácil instalação em pomares já estabelecidos;
– Uso em diferentes tipos de solo;
– Boa uniformidade da distribuição da água - VENTO
• Desvantagens
– Custo inicial relativamente elevado;
– Motobombas de maior potência
Aspersão sobre a copa:
• disseminação de doenças
• perdas por evapotranspiração e pelo vento
• prejudica a polinização durante o florescimento.
Irrigação
MICROASPERSÃO
• Localizada
• Molhamento de 1 a 3 m de raio, podendo atingir até 5 m;
• Menor necessidade de água;
• Melhor para solos arenosos quando comparada ao
gotejador;
• Pomar doméstico – aspersores de jardim
Irrigação
GOTEJAMENTO
• Água é aplicada pontualmente em
gotas diretamente sobre a zona
radicular da planta;
• Maior eficiência:
– economia de água
– fertirrigação
• Menor intervalo entre regas em
função do menor armazenamento
de água no solo, sobretudo arenoso.

• Necessita de água sem impurezas e


de filtros
• Quando as frutíferas
possuírem maior tamanho é
indicado 2 linhas de
gotejamento por linha de
frutas.
Drenagem
• Processo de remoção do excesso de água dos
solos aplicado pela irrigação ou proveniente
das chuvas, de modo que o solo tenha
condições de arejamento, estruturação e
resistência.
Drenagem
• Maioria das frutíferas não são tolerantes ao excesso de água
– Ao menos 20% de ar no solo

• Má drenagem: Apodrecimento das raízes


- Plantas podem morrer ou reduzir a produção

• Maior necessidade em solos planos e argiloso

• Drenagem – possibilidade de utilizar áreas mais


alagadas, e melhoria das características físicas
Drenagem

• plantio de citros estabelecido em uma área mal drenada


Drenagem
Drenagem
Drenagem
Drenagem
Drenos
• Conduzir a água em excesso para lagoas de estabilização
permanente, rios, açudes, etc.
– deve ter para onde escoar!

• Devem ser construídas em nível, com caída máxima de


0,1%, para evitar a formação de voçorocas.
Drenagem

TIPOS DE DRENOS
Drenagem
CANAIS ABERTOS
• Construídos no formato trapezoidal - evitar o
desmoronamento;
• Possuem a capacidade de receber e conduzir a água para fora
da área do pomar.
Drenagem
CANAIS SUBTERRÂNEOS
• Remoção do excesso de água do solo até uma
profundidade determinada;
• Vantagens:
– não existe a necessidade de realizar constantes atividades de
manutenção
– melhor aproveitamento da área útil
Drenagem
CANAIS SUBTERRÂNEOS
• Materias
– Filtragem
• cascalho
• brita
• cacos de tijolo
• manta de drenagem
– Tubos
• canos de drenagem
• bambus
Drenagem
CANAIS SUBTERRÂNEOS

5 – Fazer o reaterro
1 – Cavar uma vala
4 – Cobrir com areia
2 – Colocar tubo de
drenagem 0,6 a 1m
3 – Cobrir com brita
Drenagem
CONSTRUÇÃO DE CAMALHÃO
• Camalhões devem ser construídos com altura entre 40 e 60
cm e 2 a 3 m de largura;
• As mudas são plantadas sobre eles, o que serve para
aumentar a profundidade do solo.
Drenagem
CONSTRUÇÃO DE CAMALHÃO
• Método de preparação do solo formado durante a lavração;
• Arado de disco em nível ou 0,3 a 0,8% de desnível
• Espaçamento – variável com a espécie (5 a 10m)
Considerações Finais

• Ter conhecimento do terreno e de suas restrições ;

• Escolha de espécies adaptadas;

• Adequar as técnicas para cada situação;

• Práticas conservacionistas.
Considerações Finais
Uso inadequado

Encosta desmatada
Cultivo sem cobertura

Inundações

Terreno cultivado Erosão com voçoroca


morro abaixo Assoreamento e
invade terras cultivadas
poluição de rios
Considerações Finais
Recuperação e conservação

Floresta nativa

Solo coberto
Inundações controladas

camalhão Curva de nível


terraço
Rios e açudes livres de
assoreamento e poluição
Obrigada pela atenção!

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