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MÁQUINAS ZOOTÉCNICAS

MÁQUINAS PARA SEMEADURA

DEFINIÇÕES

• Semeadora Convencional
o Realiza apenas a semeadura (ato ou efeito de semear);
o Maior capacidade operacional na semeadura – ha/h (consegue fazer mais área
por unidade de tempo, tendo em vista que apenas uma operação está sendo
realizada);
o Menor intervenções no solo (abre-se somente o sulco da semente – quando em
linha);
o Tem a possibilidade de trabalhar com adubações anteriores à semeadura
(representa menor salinidade às sementes);
o Era muito utilizada antigamente, caiu em desuso, mas está voltando justamente
pela maior capacidade operacional na semeadura
o Semeadura é uma operação que exige baixa força de tração, mas é obrigado a
andar devagar para que os mecanismos mecânicos de dosagens e distribuição
de semente tenham tempo para realizar suas funções

• Semeadora-Adubadora
o Além de semear, deposita também o fertilizante
o Realiza duas operações por passada: semeia e aduba ao mesmo tempo;
o Em alguns casos têm-se menor capacidade operacional (ha/h);
o Menor tráfego de máquinas sobre a área (consequentemente, terá menos
problemas com compactação, adensamento, menor comprometimento da
estrutura física do solo, mantendo a capacidade suporte da área por um período
de tempo maior).

Existem particularidades. A capacidade operacional varia de acordo com os modelos, bem como
o número de passadas.

PRINCIPAIS FUNÇÕES DAS SEMEADORAS

Em linhas gerais todas vão realizar 3 das 4 funções:

• ABRIR SULCO

Máquinas que depositam em linha – seja de precisão ou seja de fluxo contínuo, se for
semeadora-adubadora, além de abrir o sulco da semente, abre o sulco para o fertilizante (esse
sempre será depositado em fluxo contínuo.

• DOSAR AS SEMENTES
Todas são capazes de dosar as sementes.

• DEPOSITAR AS SEMENTES

Todas devem ser capazes de depositar a semente – algumas depositam na linha com certa
regularidade, outras à lanço de forma aleatória

• COBRIR E FIRMAR AS SEMENTES

Nem todas vão cobrir e firmar as sementes – as semeadoras em linha cobrem e firmam as
sementes, aquelas que aplicam à lanço necessitam de outro equipamento para cobrir a
semente.

FATORES IMPORTANTES À SEMEADURA

Afetam a qualidade da semeadura, o desenvolvimento das plantas, determinam os aspectos da


própria semeadura.

• SEMENTE
• SOLO
• MÁQUINA
• CLIMA
• HABILIDADE DO OPERADOR

1) SEMENTES

QUANTIDADE DE SEMENTES NO PROCESSO DE SEMEADURA:

• Quantas plantas por área o produtor quer?


o Qual o stand de plantas que o produtor precisa para atender o seu objetivo?
• Levar em consideração a % germinação, % pureza e % sobrevivência
o Valor cultural:
% 𝑔𝑒𝑟 . % 𝑝𝑢𝑟𝑒𝑧𝑎
𝑉𝐶 =
100
• Tipo de semente pois irá trabalhar em número de sementes e em massa ou volume;

UNIFORMIDADE DAS SEMENTES:

Se tratando de dimensão, não características biológicas

• Dimensão muto pequena: à lanço ou fluxo contínuo


• Semente extremamente pequena, geometria muito irregular: é necessário peletizar as
sementes – revolve-as com alguma substância para aumentar sua dimensão e
regularizar a forma.
PROFUNDIDADE DAS SEMENTES E ADUBOS:

Semeadora-Adubadora → Sulco aberto para a semente é um, e para o adubo é outro, a distância
precisa ser de 5 cm, para os lados, e 5 cm de distância de profundidade. Isso deve ser feito pois
o fertilizante é um sal, se ele ficar em contato com a semente, a mesma terá que perder água
para equilibrar o potencial osmótico do ambiente, perdendo capacidade de germinação. Além
disso, precisa ter 5 cm de distância em profundidade para que radicela da semente consiga
encontrar o fertilizante.

Absorção do adubo:

• Fluxo de massa
• Difusão
• Interceptação radicular

COBERTURA DAS SEMENTES

Para que o ambiente seja propicio para o desenvolvimento das sementes.

→ O solo que “saiu” para que a semente fosse depositada precisa “voltar”.

• Temperatura elevada provocada pela incidência direta do solo faz com que ela perca
água;
• Para protegê-las dos animais que podem comê-las
• Deve cobrir e fazer um leve adensamento sobre as sementes para que a região ao redor
delas esteja mais arranjada possível, gerando poucos pontos vazios (para que não
acumule água ou ar de mais), o que retarda a emergência e dificulta a sobrevivência da
planta, além de que irregularidades farão com que algumas plantas estejam mais
“avançadas” ou retardadas que outras, o ciclo de desenvolvimento das plantas será
diferente.
o O adensamento não é feito de forma vertical, e sim lateralmente, para que o
arranjo seja harmonioso, de modo a não aplicar pressão demasiada nas
sementes.

ÉPOCA DE SEMEADURA DE FORRAGEIRAS

Relação com o tipo de planta e a região em que o produtor está inserido.

→ Espécies de estação fria:

Depende das condições do ambiente – temperatura e umidade.

• Exemplo: Região Sul (março a maio); SP, MG, MS e ES (abril a maio).

→ Espécies perenes de estação quente

Normalmente no início do período das águas – outubro a dezembro; com irrigação é o período
mais flexível.
2) SOLO

TIPO DE PREAPRO

Convencional

• Em tese, a camada arável tem uma condição melhor para o desenvolvimento das
sementes, pois o solo já foi modelado de acordo com o interesse do produtor.

Conservacionista

• O arranjo de superfície de solo é diferente do convencional – o solo não é uniforme


o Semeadura em plantio direto é mais desafiador que no convencional → no
convencional não há o obstáculo de palhada para a emergência, além disso, o
solo do plantio direto não tem a mesma condição física que solos do preparo
convencional;
o Em linhas gerais, sistemas conservacionistas sempre são mais difíceis de se
trabalhar. O que favorece é que a competição depois da emergência é menor
devido a palhada.

UMIDADE E TEXTURA

Solo mais argiloso – CTC maior, tende a ter uma fertilidade maior que solos arenosos, maior
capacidade de retenção de água o que favorece o desenvolvimento das plantas, porém sofre
mais com problemas de compactação e adensamento.

TIPO DE SEMADURA

• No planto
• Em camalhões
o Locais com maior disponibilidade hídrica, tem problema de acúmulo de água de
maneira prejudicial para a planta. As mesmas ficam nos camalhões e a água se
acumula nos sulcos.
• Em sulcos
o Locais onde tem menor disponibilidade hídrica, para ter um acúmulo de
umidade na base do sulco e a planta possa se beneficiar com o acúmulo de água

3) MÁQUINA

• Tipo de mecanismo de distribuição e cobertura


• Tipo de mecanismo dosador de sementes
• Tipo de sulcador

4) CLIMA

Época de semeadura em relação à estação do ano.


5) HABILIDADE DO OPERADOR

• Seja para a regulagem da máquina


• Velocidade de trabalho adequada e uniforme
• Espaçamento adequado entre linhas
o Horizontal: espaçamento entre sementes
o Vertical: profundidade de deposição

CLASSIFICAÇÃO DAS SEMEADORES

QUANTO À FORMA DE DISTRIBUIÇÃO

Em linha

• Contínua → fluxo contínuo: regularidade de espaçamento da distribuição entre linhas


(linha reta) e irregularidade de espaçamento dentro da linha.
o Sementes distribuídas em linha sem precisão na colocação das sementes –
variação no número de posição na linha.
o Não se preocupa com o número de semente, e sim a massa por metro linear.

• De precisão: regularidade de distribuição tanto entre linhas quanto dentro da linha, ou


seja, espaçamentos regulares.
o Sementes dosadas, espaçamento uniforme, com pequena variação do número
e posição das sementes na linha;
o Número de sementes por metro linear, não se importando com a massa.

À lanço: distribuição de sementes é feita de forma aleatória, não há regularidade na distribuição


das sementes. As sementes são distribuídas ao acaso sobre a superfície do solo.

Se trabalha com volume ou massa de sementes, não com o número.

A maior parte das plantas distribuídas à lanço são de interesse zootécnico.

• Aérea
• Terrestre

QUANTO À FORMA DE ACIONAMENTO

• Manuais
• Tração Animal
• Motorizadas
• Tratorizadas
• Aéreas

Tratorizadas

Acionadas e deslocadas pelos tratores agrícolas. Podem ser: montadas, semimontadas ou de


arrasto.
→ Toda vez que a semeadora for de arrasto, ela terá uma roda transportadora.

QUANDO AO MECANISMO DOSADOR DE SEMENTES

EM LINHA

• Disco perfurado – precisão


• Cilindro canelado – fluxo contínuo
• Correia perfurada – precisão
• Discos alveolados – fluxo
• Dedos preensores – precisão
• Orifício regulador – fluxo
• Pneumático – precisão

À LANÇO

• Rotor centrífugo
• Canhão centrífugo
• Difusor

QUANTO AO TAMANHO DAS SEMENTES

SEMENTES GRAÚDAS

• Grãos e leguminosas: feijão, soja, milho etc.


• Semeadora em linha de precisão

SEMENTES MIÚDAS

• Forrageiras e gramíneas de modo geral, com exceção do milho (semente graúda)


• Semeadora em linha fluxo contínuo ou à lanço

CONSTITUIÇÃO BÁSICA DE UMA SEMEADORA

• Chassi
• Mecanismos dosadores de sementes e adubos
• Depósitos de sementes e adubos
• Sulcadores (quando em linha)
• Mecanismos cobridores de sementes (em linha)
• Mecanismos compactadores (em linha)
• Mecanismos controle de profundidade (em linha)
• Sistema de acionamento
• Roda de sustentação (principalmente para as em arrasto)
LANÇO LINHA
Chassi Chassi
Dosador Dosador
Depósitos Depósitos
Sulcador
Cobridor
Compactador
Acionamento (TDP ou
Acionamento (roda de terra ou
hidráulico de controle
hidráulico de controle remoto)
remoto)
Roda de sustentação (para
aquelas que são de arrasto ou
montadas com grande massa)
Distribuidor de sementes
(centrífugo, difusor)

CHASSI

Varia se a semeadora for montada ou de arrasto

• Montadas: possuem barra porta-ferramentas dotada de um engate com dois pinos


inferiores e uma torre, para acoplamento no sistema hidráulico do trator.
• Arrasto: consta principalmente de dois conjuntos – o chassi propriamente dito e a barra
de tração.

Varia de acordo com o tipo de construção

• Pantógrafo: sistema de paralelogramo com duas barras verticais e horizontais


articuladas – permite seguir as irregularidades do terreno, para que a uniformidade de
distribuição no plano vertical seja assegurada.

Toda semeadora em linha terá articulação – se dá em duas posições:

1. Entre o chassi e a unidade de adubo


2. Unidade de adubo e de semente

Articulação é feita para que a semeadora seja capaz de copiar as irregularidades do solo. Garante
uniformidade vertical (que tem relação direta com a profundidade).

Desuniformidade vertical gera mais perda que desuniformidade horizontal → profundidade


deve ser trabalhada com mais rigor do que espaçamento.

MECANISMOS DOSADORES DE SEMENTES

Discos perfurados: disco com furos redondos, oblongos ou de formato especial, localizados
concentricamento ou das bordas dos discos. Usado em semeaduras em linha de precisão.

Podem ser:

• Verticais
• Inclinados
• Horizontais

Escolha do disco depende:

1. Da cultura. Ex: para milho: disco de milho. Para soja: disco de soja.
2. Peneira. Dentro da mesma cultura as sementes possuem tamanhos diferentes.

Discos horizontais: operam de forma semelhante aos demais, porém posicionados na horizontal
e são dotados de um platô que visa limitar as sementes que se alojam nos furos.

Pneumáticos: muito melhor que os discos, pois é mais preciso. Utilizam vácuo ou a pressão como
princípio de separação e preensão das sementes até a abertura de saída. Vantagem: pode andar
mais rápido, pois a velocidade de resposta é maior – normalmente é 1 km/h mais rápido.

• Sucção – o ar é aspirado, as sementes são presas na parte externa do disco dosador


• Sopro – o sistema é semelhante ao anterior, entretanto a semente é presa no lado
interno do disco.

Independente de ser sucção ou sopro, o disco trabalha na vertical.

CAPACIDADE DE CAMPO EFETIVA

Leva em consideração a largura de trabalho (m), velocidade do deslocamento (km/h), o número


de passadas (NP) e a eficiência de campo (Ef).
𝐿 (𝑚). 𝑉 (𝑘𝑚.ℎ1 )
𝐶𝑒 = . 𝐸𝑓
10 . 𝑁𝑃

Exemplo:

• A= 400 ha
• R$ 150,00

Discos Pneumática

→ L= 10 m → L= 10 m

→ V= 6 km/h → V= 7 km/h

→ Ef= 0,8 (80%) → Ef= 0,8 (80%)


10 .6 10 .6
𝐶𝑒 = . 0,8 𝐶𝑒 = . 0,8
10 .1 10 .1

𝐶𝑒 = 4,8 ℎ𝑎/ℎ 𝐶𝑒 = 5,6 ℎ𝑎/ℎ


83,3333 h 71,4285 h

R$ 12499 ----------- R$ 10714, 27 ≠ R$ 1689,73


MECANISMOS DOSADORES DE AUDUBOS

Helicoidal: consta de um parafuso sem fim colocado sob o depósito de adubo, sendo a
quantidade deste variada através de um sistema de transmissão por engrenagens.

• Tem-se um reservatório, o helicoide fica dentro dele. O fertilizante é conduzido e


lançado para a abertura no fundo na base do reservatório. De acordo com o tamanho
da abertura, é possível alterar o volume de fertilizante a ser dosado.
• Fertilizante é dosado e distribuído em um sulco em fluxo contínuo.
• Volume ou massa de sementes ou adubos por metro linear.

Rotores dentados: montados no fundo do depósito de adubos e se constituem de um rotor


dentado, horizontal, que gira sobre uma placa de apoio que contém o orifício de saída do adubo.

• À medida que o rotor vai girando e encontra o orifício, o fertilizante cai no mesmo
• Velocidade maior → maior volume de fertilizante a ser dosado e distribuído.

Rotor vertical impulsor: seções impulsoras que agitam e impulsionam o adubo para a janela de
saída.

• Quanto maior a abertura do orifício, maior o volume de fertilizante a ser dosado e


distribuído.

Cilindros canelados: Mecanismo semelhante ao rotor vertical impulsor e helicoidal. Fertilizante


é conduzido para o orifício.

• Processo de queda do fertilizante se dá pela gravidade.

MECANISMOS DE ABERTURA DE SULCOS

SULCADORES

Sulcos para deposição das sementes, adubos ou defensivos.

• Enxada
• Facão – embuchamento
• Discos
o Simples (eficiência menor)
o Duplos

MECANISMOS COMPACTADORES

• Controle de profundidade
• Promover a interação solo-semente
• Evitar formação de crostas que impeçam a emergência
SEMENTES GRAÚDAS

Depósitos de sementes e adubos.

Sementes: Individuais

Adubos: variado em função do nº de linhas

• Até 5 linhas – individuais


• Maior que 5 linhas – único, duplo ou triplo.

SISTEMA DE ACIONAMENTO

Podem ser dos seguintes tipos:

1. Engrenagens: a rotação é variada pela alteração das mesmas.


2. Engrenagens e correntes: movimento de rotação gerado por engrenagens e transmitido
por correntes. Engrenagem – gera rotação. Corrente – transmite a rotação.
3. Eixos: movimento de rotação gerado por sistema de engrenagens (coroa e pinhão) e
transmitido por um eixo.
4. Mistos: combinação de dois sistemas. Ex: dosadores de adubo adionados por
engrenagens e os de semente por engrenagens e correntes.

SISTEMAS MARCADORES DE LINHA

É dispensável.

Marcam no terreno não semeado uma linha por onde deverá passar a roda do trator tomada
como referência, normalmente a roda dianteira mais próxima do terreno já semeado.

• A roda vai passar pela marcação.


• Não há necessidade de fazer regulagem transversal.

SEMENTES GRAÚDAS

RODAS DE SUSTENTAÇÃO

• Podem ser montadas entre linhas ou lateralmente na máquina.


• Devem permitir variação de distância entre elas.
• Qualquer que seja o projeto, as rodas devem ser pivotadas, para seguir as
irregularidades do terreno sem perder contato com o solo.
“Para semeadoras em linhas de precisão, o reservatório de sementes será sempre individual.
Isso se dá, obviamente, pela necessidade de dosagem das sementes, com espaçamento regular
na linha, ou seja, além do espaçamento fixo entre linhas, o espaçamento entre sementes na
linha também será fixo.

Em semeadoras em linha de fluxo contínuo, os reservatórios de sementes serão coletivos,


respeitando única e exclusivamente o espaçamento entre linhas.

Independentemente da semeadora, a dosagem de sementes deve ser realizada para atender as


exigências do sistema de produção. Portanto, melhor será a semeadora que tiver maior a
flexibilidade de regulagens.

No caso dos reservatórios de fertilizantes, para sementes graúdas, estes serão individuais para
semeadoras de até 5 linhas. Para semeadoras com mais de 5 linhas, os reservatórios serão
coletivos. Este fato, porém, não é uma regra, admitindo exceção em modelos específicos.

Para semeadoras de sementes miúdas, os reservatórios de fertilizante serão sempre coletivos.

No caso dos fertilizantes, melhor será a semeadora que tiver maior autonomia (quantos
hectares pode fazer sem a necessidade de abastecer o reservatório)”.

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