Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
1.1. O que são plumas e porque estudá-las?
Plataformas continentais recebem águas e materiais transportados em suspensão
pela descarga fluvial que provem do continente. A estrutura dinâmica formada pelo
processo de descarga de águas de origem continental junto à zona costeira é uma massa
de água de densidade normalmente contrastante a densidade das águas oceânicas, e com
altas concentrações de materiais em suspensão, chamadas de plumas costeiras. O
encontro das massas de águas continentais de baixa salinidade com as águas oceânicas
criam regiões chamadas de zonas de frente, as quais têm como característica marcante a
formação de linhas de espuma ou detritos, além de fortes gradientes de cor entre as
diferentes massas de água.
Um estudo pioneiro a respeito dos processos físicos que controlam a dinâmica
das plumas foi realizado por Garvine e Monk (1974) para a pluma do rio Connecticut,
em Long Island. Estes autores observaram movimentos convergentes e o afundamento
de massas de água ao longo da zona de frente formada entre a pluma e as águas
oceânicas. A Baía Chesapeake, na costa leste americana, por exemplo, é local de
despejo de águas de diversos rios, condição que proporciona a formação de zonas de
frente (Pritchard, 1952).
Mann e Lazier (1991) comentaram sobre diversos estudos que mostram a
importância das frentes formadas pelas plumas na intensificação das atividades
biológicas e recrutamento de peixes. Levasseur et al. (1984) observaram que a formação
de uma camada superficial bem misturada pela descarga fluvial e o aquecimento
superficial controlaram a abundância e produtividade das diatomáceas no estuário St.
Lawrence, no Canadá.
Águas costeiras em regiões influenciadas por águas continentais apresentam
altas concentrações de pigmentos fitoplantônicos (Kishino et al., 2005) e material
orgânico colorido dissolvido (Johnson et al. 2003; Kishino et al., 2005) fornecido da
ressuspensão do fundo ou descarga de rios. Tyler e Seliger (1978; 1981) encontraram
altas concentrações de espécies de fitoplâncton em regiões das frentes. Brandt et al.
(1986) documentaram o movimento de dinoflagelados da boca da Baía Chesapeake até
250 km em direção ao continente, sendo levadas junto às camadas de fundo, pelo padrão
de circulação estuarina induzida pela descarga fluvial.
1
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
2
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
destino final dos sedimentos de origem continental. De acordo com Wright e Nittrouer
(1995) o destino dos sedimentos que chegam à zona costeira adjacente passa por pelo
menos quatro estágios: suprimento através das plumas, deposição inicial, re-suspensão e
transporte por processos marinhos, e acumulação líquida de longo termo. De uma forma
geral, a introdução de água doce nos ecossistemas costeiros acarreta alterações na
dinâmica pela intensificação dos efeitos baroclínicos, e contribui para o aporte de
materiais dissolvidos, em suspensão ou particulados.
A plataforma continental do sul do Brasil, limitada pelas latitudes de 28° e 35°S,
é uma região marcada pela presença de longas faixas de águas de baixa salinidade em
regiões próximas à costa. Este padrão é o resultado da interação entre o aporte de água
doce dos estuários do Rio da Prata, Lagoa dos Patos e das correntes costeiras originadas
no extremo sul do continente Sul-Americano. A interação da água doce com os
processos costeiros e o aporte de materiais podem contribuir para a manutenção de
ambientes dinamicamente favoráveis a reprodução e desenvolvimento de espécies,
sustentando padrões de transporte ou deposição de materiais.
A descarga do rio da Prata, Lagoa dos Patos e a influência de processos de
ressurgência de quebra de plataforma sustentam a alta biomassa de fitoplâncton
encontrada na plataforma continental do sul do Brasil (Ciotti et al., 1995), onde são
encontradas taxas anuais de produção primária em torno de 160 g Cm-2ano-1
(Odebredcht e Garcia, 1996). Estas condições contribuem para que a plataforma
continental do sul do Brasil seja considerada uma das mais importantes zonas
pesqueiras da costa brasileira (Castello et al., 1990). A interação da descarga da Lagoa
dos Patos e os processos remotos na zona costeira contribuem para a manutenção dos
padrões de variabilidade dos nutrientes, material em suspensão e deposição de
sedimentos na porção costeira adjacente. Hartmann et al. (1980) verificaram a
importância da descarga da Lagoa dos Patos no enriquecimento da plataforma em sais
nutrientes, encontrando um decréscimo nas concentrações de materiais em suspensão
em direção ao oceano.
Períodos de moderada a alta descarga fluvial na Lagoa dos Patos promovem uma
maior exportação de águas de origem continental, a manutenção de condições de alta
estratificação salina ou circulação típicas de vazante de rio na região da desembocadura
da laguna (Marques et al. 2009, Marques et al. (submetido)). Os padrões de circulação
típicos de vazante de rio contribuem para homogeneidade do material em suspensão ao
longo da coluna de água (Hartmann et al., 1986) na região estuarina. Nestes períodos,
3
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
4
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Ao estudo das plumas pode ser associada uma alta complexidade em função dos
inúmeros tipos de fontes de água doce, e a existência de rios ou estuários de diferentes
tamanhos e localizações ao redor do planeta, onde os mecanismos físicos que controlam
a dinâmica do sistema atuam de maneira específica. Aliado a este fato, temos que as
fontes de água doce naturais estão localizadas em oceanos costeiros, onde todos os
fatores complicadores da dinâmica têm que ser considerados. Tendo em vista estas
características, é inerente que a formação, comportamento e destino destas plumas
sejam controlados por inúmeros processos lineares e não-lineares.
De acordo com Bates (1953), as plumas geradas por descarga de rios podem ser
classificadas de acordo com o contraste de densidade com as águas oceânicas em três
categorias básicas: plumas hipo-picnais, homo-picnais e hiper-picnais. As plumas hipo-
picnais são as mais comuns, e nelas a água de origem continental é menos densa que a
água oceânica, e uma flutuabilidade positiva causam o seu espalhamento horizontal.
Nas plumas homo-picnais, não há contraste entre as densidades, formando massas de
água bem misturadas e com flutuabilidade nula. Nas plumas hiper-picnais, a massa de
água de origem continental tem densidade maior que as águas oceânicas, de forma que a
flutuabilidade negativa causa um espalhamento horizontal de plumas junto às camadas
de fundo.
Chao (1988a) subdividiu as plumas em supercríticas, supercríticas-difusivas,
subcríticas e subcríticas-difusivas pela relação entre o número de Froude (Fr), dado pela
razão entre a velocidade de fluxo e a velocidade de fase das ondas internas, e um
parâmetro dissipativo adimensional, que relaciona as velocidades de propagação de
5
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
ondas internas no campo distante e campo próximo da pluma. Este autor observou que
plumas supercríticas (Fr > 1) apresentam uma larga protuberância próxima à boca do
estuário e um estreito jato costeiro na região da cabeça da pluma. Inversamente, nas
plumas subcríticas (Fr < 1) a largura da protuberância e do jato costeiro é comparável.
As plumas difusivas apresentam características similares às anteriores, porém, são mais
largas devido ao maior efeito da mistura.
Garvine (1995), baseado em análises de escala, utilizou o número de Kelvin (K),
obtido pela razão entre a largura da pluma transversalmente à costa e o raio baroclínico
de Rossby, para estabelecer outro esquema de classificação. Seus resultados mostraram
que plumas com K << 1 apresentam fortes termos de advecção e pouco efeito de
rotação, enquanto que plumas com K >> 1 apresentam fraca advecção e muita
influência da rotação. Plumas não rotacionais têm frentes bem marcadas, onde os
processos de transporte de massa dominam, mas não formam correntes costeiras. Por
outro lado, plumas rotacionais mostram frentes tênues e largas protuberâncias, onde à
força de Coriolis deflete o fluxo formando subseqüentemente uma corrente costeira
(Garvine, 1987).
Figura 1.1 Esquema de formação e desenvolvimento de uma pluma típica para o hemisfério sul
(modificado de Pritchard, 2000). Ri indica um raio de Rossby interno e λ um comprimento de
onda.
O processo de formação de uma pluma típica (Figura 1.1) pode ser dividido em
uma fase supercrítica não-linear durante a formação da protuberância (Fr >1) e uma fase
subcrítica linear (Fr < 1) na região próxima a corrente costeira (Pritchard, 2000), que se
forma a uma distância de aproximadamente dois raios internos de Rossby (2Ri) da boca
6
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
7
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
2007b, Marques et al. 2009, entre outros). Ventos favoráveis a ressurgência podem
também intensificar os efeitos da mistura vertical, pois, a expansão em direção ao
oceano torna as plumas mais finas, promovendo o cisalhamento vertical da velocidade,
a mistura e o entranhamento das águas superficiais na região próxima a zona de frente
(Chao, 1988b; Soares et al. 2007b).
A ação das marés tem efeitos moduladores sobre as plumas costeiras,
contribuindo para uma maior efetividade dos processos de mistura e reduzindo a
estratificação induzida pelo vento. Sua contribuição para formação, movimento e
mistura das plumas é significativa, mas não é o fator dominante (Pritchard, 2000). Chao
(1990) mostrou que as marés exercem um importante papel no espalhamento das
plumas em direção ao oceano. Os processos de mistura forçados pelas correntes de maré
podem continuar mesmo após a mudança na direção das mesmas (O’Donnel, 1990).
Pois, durante a fase de vazante uma pluma pode ser formada, e subseqüentemente
separada da costa na forma de pulsos de água doce durante a fase de enchente (Hickey,
2000).
As correntes de contorno podem atuar como barreiras dinâmicas a propagação
das águas de origem continental, inibindo a advecção de propriedades sobre a
plataforma continental (Blanton, 1981). A presença de uma corrente costeira na mesma
direção de propagação da pluma de água doce ou a sua interação com as correntes de
contorno pode aumentar o transporte ao longo da plataforma continental e distorcer a
estrutura da pluma (Fong e Geyer, 2002; Soares et al. 2007b).
Garvine (1999) observou que a penetração das propriedades da pluma em
direção ao oceano é também significativamente dependente da viscosidade da água.
Kourafalou et al. (1996a) constatou através de experimentos de modelagem numérica
que o aumento da viscosidade turbulenta reduz a expansão lateral da pluma e o
meandramento de sua corrente costeira. Instabilidades barotrópicas e baroclínicas
podem controlar os processos de entranhamento vertical ou lateral nas fronteiras das
plumas (Hickey, 2000), as quais são regiões marcadas pela convergência de massas de
água e movimentos subsidentes (Garvine e Monk, 1974; O’Donnel e Garvine, 1983).
9
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
10
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
influenciado pela direção e intensidade dos ventos, ocorrência de vórtices junto as costa
e correntes superficiais. Piola et al. (2008) combinaram imagens de cor do oceano com
observações de salinidade para investigar a variabilidade espaço-temporal da pluma do
Rio da Prata e acessar seu espalhamento sobre a plataforma continental. Estes autores
verificaram que o algoritmo utilizado pelo sensor remoto para o cálculo da clorofila-a
pode ser usado como traçador da salinidade.
Entretanto, as técnicas de estudo apresentadas acima apresentam algumas
limitações. Observações diretas instantâneas ao longo de todo o corpo das plumas são
difíceis de serem realizadas devido à sua extensão. Embora este problema possa ser
resolvido pela utilização de imagens aéreas, estas têm como desvantagem a falta de
informações ao longo da coluna de água. Além disso, como o entendimento dos
processos que controlam as plumas costeiras requer muitas vezes a consideração de
efeitos complexos e não-lineares, se torna difícil (quase impossível) o seu estudo por
modelos analíticos. Neste sentido, a utilização de modelos numéricos se tornou uma
ferramenta difundida e quase indispensável ao estudo das plumas costeiras.
Inicialmente, uma série de experimentos numéricos foi conduzida utilizando um
modelo que trata frentes como descontinuidades para estudar a descarga do rio
Connecticut, USA (Garvine 1981, 1982, 1987; O’Donnell e Garvine, 1983; O’Donnell,
1990). Estes modelos fazem cálculos em dois domínios distintos, um frontal onde as
trocas turbulentas ocorrem, e um domínio invíscido para o restante do corpo da pluma
costeira. Além disso, estes modelos consideram uma corrente costeira uniforme e
condições supercríticas, onde a velocidade de fluxo no canal é maior que a velocidade
de fase das ondas internas.
Posteriormente, o desenvolvimento de modelos não-lineares de circulação
oceânica se tornou uma importante ferramenta na evolução do estudo das plumas
costeiras, sendo utilizado por diversos autores (Royer e Emery, 1985; Chao e Boicourt,
1986; Chao, 1988a, 1988b; Chapman e Lentz, 1994; Kourafalou et al. 1996a; Garvine,
1999; Fong e Geyer, 2001, entre outros). Estes modelos são forçados pela descarga de
água doce em uma região costeira sendo considerados diferentes forçantes e efeitos
dissipativos nos diferentes trabalhos, porém, seus resultados mostraram como
característica comum à formação de uma região de giro próximo a boca dos estuários,
subseqüentemente defletida anti-ciclonicamente para formar um jato costeiro na direção
de propagação das ondas de Kelvin.
11
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
12
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
13
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Seus resultados mostraram que o transporte das águas do Rio da Prata e sua
interação com as águas da Lagoa dos Patos são promovidos por ventos favoráveis a
subsidência. Estes autores observaram que a influência das marés contribui para o
aumento no transporte devido a uma corrente residual produzida pela interação das
marés com a topografia, e que a influência das correntes de contorno também contribui
para a intensificação do transporte.
Recentemente, Marques et al. (2009) e Marques et al. (submetido) tem
conduzido estudos na plataforma continental do sul do Brasil para verificar a
contribuição das principais forçantes para a circulação e processos de mistura da pluma
da Lagoa dos Patos. Marques et al. (2009) estudaram as forçantes físicas que controlam
a dinâmica da pluma da Lagoa dos Patos através de experimentos tri-dimensionais de
modelagem numérica. Os autores verificaram que a pluma costeira da Lagoa dos Patos
se comporta como uma pluma de pequena a média escala, sendo que o modo de
variabilidade dominante é associado ao transporte em direção ao sul, controlado pela
combinação da dominância de ventos de quadrante norte e a variabilidade sazonal da
descarga fluvial na região. Marques et al. (submetido), através de experimentos
numéricos mais realísticos, verificaram a dominância dos efeitos associados à advecção
e deformação do campo de densidade para o controle da estratificação/mistura na pluma
da Lagoa dos Patos.
Esta breve compilação de metodologias e resultados de estudos de plumas
costeiras realizados ao longo dos últimos 40 anos demonstra as dificuldades envolvidas
neste tipo de estudo, qualificando o problema e explicitando as opções e ferramentas
consideradas ao estudo de um processo natural que se mostra extremamente importante
ao ecossistema costeiro de uma maneira geral. Dentro deste contexto, a utilização da
combinação de ferramentas mencionadas acima representará uma significativa
contribuição para o entendimento da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos na
plataforma continental do sul do Brasil.
14
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
15
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 1.2. A) A plataforma continental do Sul do Brasil, a Lagoa dos Patos e seus principais
rios afluentes (Rio Jacuí, Taquari e Camaquã). B). Destaque da região estuarina da Lagoa dos
Patos.
16
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 1.3. Freqüência e direção dos ventos no litoral do Estado do Rio Grande do Sul
(Camargo et al. 2002).
17
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Camargo et al. (2002) mostram que nas estações mais ao norte, ventos de
nordeste (NE) e de leste (E) são dominantes e de maior intensidade. Da região de
Mostardas para o sul do Estado, a freqüência e a intensidade dos ventos de nordeste
(NE) diminuem, e as componentes de sudeste (SE) e de sul (S) começam a apresentar
maior influência.
De acordo com as tábuas de marés da Diretoria de Hidrografia e Navegação do
Ministério da Marinha do Brasil, a amplitude média de maré no Rio Grande do Sul é de
0.5 m. Estudos anteriores de Möller (1996) e Fernandes et al. (2004) mostraram que as
marés astronômicas da região são mistas com dominância diurna, e que a sua
importância é secundária para o controle da circulação da Lagoa dos Patos.
A. Porção lagunar
A ação da descarga fluvial e dos ventos são as forçantes mais importantes da
circulação na Lagoa dos Patos (Möller et al., 2001). O efeito dos ventos nas lagunas
costeiras pode ser separado em efeitos local e não-local, e a ação do vento soprando
sobre a porção lagunar (ação local) é o principal fator de controle da circulação. A ação
local do vento se traduz através da transferência de momento pela fricção direta sobre o
corpo da lagoa, forçando correntes ou desníveis entre suas extremidades em intervalos
de 3 a 17 dias (Möller et al., 2001; Möller, 1996; Möller et al., 1996; Fernandes, 2001;
Castelão e Möller, 2003), coincidentes com a passagem de sistemas meteorológicos na
região.
A ação local dos ventos pode ainda forçar oscilações de curto período, como
seiches que podem ter períodos de aproximadamente 24 h na parte central e superior da
Lagoa (Möller, 1996). A Figura 1.4 apresenta um esquema do principal mecanismo de
oscilações forçado pela ação local do vento na porção lagunar em duas condições de
18
Estudo da
d dinâmica daa pluma costeeira da Lagoa dos
d Patos
ventoo dominantees na regiãoo de estudoo. Nesta regiião, a ação local de veentos de norrdeste
proporciona o aumento
a doos níveis dee água na reegião da Feeitoria induuzindo fluxo
os em
direçção ao estuáário, por ouutro lado, oss ventos de sudoeste proporcionam
p m a enchen
nte da
porçãão lagunar, aumentanddo os níveiis de água na região da
d cabeceirra da Lagoaa dos
Patoss. Nesta reegião da Lagoa
L dos Patos, o efeito
e da alta
a descarrga fluvial pode
intennsificar o paadrão de dessníveis assoociado à açãão local dos ventos de nnordeste.
B. Porção
P esttuarina
A porçãoo estuarina é influenciaada pela açãão local e nãão-local doss ventos, maarés e
interação dos prrocessos dirrigidos com
m a topograafia (Fernanndes, 2001; Fernandes et al.
20022; 2004; 20005). A açãão não-locaal dos vento
os é relacioonada a um
m mecanism
mo de
desnííveis forçados na porrção costeira. Seus efeitos são sentidos peelo aumentto ou
decrééscimo dos níveis de água
á na costta transverssalmente a ação
a dos veentos domin
nantes
(trannsporte de Ekman).
E Esttes efeitos ocorrem
o com
m escalas de
d tempo quue variam en
ntre 2
e 20 dias como resposta a mudanças
m n tensão dee cisalhameento do ventto, e as resp
na postas
19
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
20
Estudo da
d dinâmica daa pluma costeeira da Lagoa dos
d Patos
21
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
C. Porção costeira
Este é o compartimento do sistema onde ocorre a interação final dos processos
dirigidos pela ação dos ventos, descarga de rios, marés e correntes costeiras e de
contorno. A plataforma continental do Sul do Brasil está geograficamente localizada em
uma região de larga complexidade dinâmica, devido principalmente à influência de
grande aporte de água doce, sazonalidade dos ventos e convergência de correntes de
contorno oeste. Padrões observados nas propriedades físicas, químicas e biológicas
desta área sugerem que o padrão da circulação costeira é principalmente dirigido pela
ação dos ventos (Miranda, 1972; Lima e Castelo, 1995; Castro e Miranda, 1998; Ciotti
et al., 1995; Vaz, 2005). Esta região é também marcada pela presença de largas faixas
de águas de baixa salinidade próximas à costa causadas pela influência de altos aportes
fluviais, provenientes do rio da Prata e Lagoa dos Patos, além da influência de correntes
costeiras originadas na costa da Patagônia (55°S).
22
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 1.7. Imagem de cor do oceano (“true color”) obtida do sensor remoto MODIS
(Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) para o dia 29 de julho de 2002. Processada
pelo LOCFIS / IO-FURG
23
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A terceira fonte de água doce nesta região é a Lagoa dos Patos, que descarrega
em média 2.400 m³s-1 de água na plataforma continental (Vaz, 2003; Vaz et al., 2006)
com médias sazonais de 700 m³s-1 durante o verão e valores maiores que 4.000 m³s-1 no
fim do inverno e início da primavera. Picos extremos de 25.000 e 12.000 m³s-1 foram
observados por Rocherfort (1958) e Möller et al. (2001), respectivamente. Durante
períodos de descarga fluvial acima da média e/ou ação de contínuos ventos de quadrante
norte, a zona de mistura pode ficar restrita ao canal de acesso ou ser completamente
expulsa para a costa adjacente, formando plumas de águas menos densa (Hartmann e
Silva, 1988; Möller, 1996; Möller e Castaing, 1999; Fernandes et al., 2002, Marques et
al. 2009). A Figura 1.7 mostra uma imagem de cor do oceano para o dia 29 de julho de
2002. Nesta imagem, podemos identificar uma longa faixa de re-suspensão ao longo da
costa, e a pluma formada pela descarga da Lagoa dos Patos com seu desenvolvimento
em direção ao sudeste.
A porção externa da plataforma continental do Sul do Brasil é influenciada pela
convergência bilateral de duas correntes de contorno oeste. A Corrente do Brasil (CB),
originada na parte oeste do giro oceânico do Atlântico Sul (Peterson e Stramma, 1991),
flui sobre o talude continental transportando águas quentes na direção aos trópicos. Esta
se encontra com outra corrente de contorno, a Corrente das Malvinas (CM), que flui em
direção ao Equador transportando águas frias em uma região chamada Zona de
Confluência Brazil-Malvinas (Gordon, 1989). Piola et al (1999; 2000) observaram
através de distribuições de salinidade e temperatura a formação da Frente Sub-Tropical
de Plataforma (FSTP) (entre 32º e 34ºS) na região onde a zona de confluência Brasil-
Malvinas se separa do talude continental.
A presença de várias fontes de água doce e a presença e o encontro de duas
correntes de contorno de características termo-halinas contrastantes, conferem à região
de estudo uma alta complexidade dinâmica. Maiores detalhes sobre a dinâmica deste
compartimento são apresentados nos estudos de Thompsen (1962), Miranda e Castro
Filho (1977), Ciotti et al. (1995), Soares e Möller (2001) e Piola et al (2000), entre
outros. A Figura 1.8 mostra o caminho percorrido pelas Correntes de Brasil e Malvinas
ao longo da plataforma do Sul do Brasil, e a posição aproximada onde estas correntes se
encontram formando a Confluência Brasil-Malvinas (CBM).
24
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 1.8. Mapa esquemático representando a plataforma continental do Sul do Brasil e parte
da plataforma Argentina. O mapa mostra as correntes de contorno oeste, Corrente do Brasil
(CB) e Corrente das Malvinas (CM) com a Zona de Confluência (CBM). A corrente costeira do
Brasil (CCB), a localização representativa da Frente Sub-Tropical de Plataforma (FSTP) e das
plumas da Lagoa dos Patos e do Rio da Prata. (modificado de Burrage et al. 2008).
25
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
encontram com as águas de origem sub-tropical (Piola et al. 2000; 2008). De acordo
com Souza e Robinson (2004), existe sobre a plataforma continental (ao norte da
latitude de 25ºS) uma corrente costeira fluindo em oposição à Corrente do Brasil,
chamada Corrente Costeira do Brasil (CCB) (Figura 1.8).
Sobre a plataforma continental, a presença de fontes de descarga fluvial dá
origem à massa de água costeira que se distribui superficialmente sobre a plataforma
(Ciotti et al. 1995). Ao longo da plataforma continental da Argentina e do Sul do Brasil,
processos de mistura dão origem a novas massas de água. A diluição das águas de
origem Sub-Antártica sobre a plataforma (~55ºS) devido ao excesso de precipitação e
descarga fluvial dá origem à massa de Água Sub-Antártica de Plataforma, e a diluição
da Água Central do Atlântico Sul com a descarga fluvial na costa do Brasil dá origem a
Água Sub-Tropical de Plataforma (Piola et al. 2000).
26
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
sua distribuição ao longo do sistema mostra uma dependência relativa aos processos
dinâmicos mais importantes em cada porção do sistema.
A. Porção lagunar
Figura 1.9. Mapa de tipos de sedimento de fundo amostrados ao longo do corpo lagunar da
Lagoa dos Patos (Toldo Jr. 1994).
27
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
B. Porção estuarina
28
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
29
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
0
31 40' S
C.
Sã
oG
on
çalo Banco da
Sarangonha
0
31 50' Ponta
Rasa
Saco do do
co
Silveira S a c ão
Ri n
Ilha da
2 3
Torotama
o do
ha
dan
Sac
5
Men
4 6
7 8 9 10
Ilha dos
320 Marinheiros LEGENDA
1- Silte
o
Sa co d Rio 2- Síltico Arenosa
ial
Arra
Grande
3- Síltico Argilosa
4 - Areno Síltica
5 - Mista (Areia + Silte + Argila)
ico
6 - Argilo Síltica
nt
lâ
7 - Areia
At
o
8 - Areno Argilosa
an
ce
9 - Argilo Arenosa
O
10 - Argila
0 2,4 4,8 km
32010'
52010' 520
0
51 50' W
Figura 1.10. Tipos de sedimento de fundo no estuário baseado em proporções de areia, silte e
argila (Calliari, 1980).
C. Porção costeira
A porção costeira atua como o receptor final dos sedimentos e material em
suspensão provenientes da descarga fluvial de todos os tributários da Lagoa dos Patos.
Assim como na porção estuarina, processos associados às condições meteorológicas
locais ou com escalas de variabilidade sazonal na descarga dos rios influenciam a
concentração do material em suspensão e padrão de sedimentos observados ao longo da
costa adjacente.
Hartmann et al. (1980) realizaram um estudo do material em suspensão e
dissolvidos nas águas de superfície da plataforma continental do Rio Grande do Sul e
observaram que as maiores concentrações de material em suspensão total foram
medidas nas proximidades da desembocadura da Lagoa, decrescendo nas direções
paralela e transversalmente à costa. Os autores estabeleceram ainda uma relação
polinomial que permitia calcular o material em suspensão total como função da
distância à barra da Lagoa.
30
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
31
Estudo da
d dinâmica daa pluma costeeira da Lagoa dos
d Patos
Dados reecentes obttidos entre 2004 e 2005 (Sperle et al. 20055; Calliari et al.
20077) usando ecobatimetrria, reflexãão sísmica, e amostraas in situ permitiram
m um
detallhado mapeamento da lama fluidaa e mais com
mpactada enntre as isóbatas de 5 e 12 m
na reegião onde os depósittos ainda não
n haviam
m sido mapeados. Ressultados reccentes
apressentados em
m um relaatório técnico de Ferrnandes et al. (20099) mostrou uma
comppilação de dados conttidos em diiversos estu
udos sobre a coberturra sedimenttar da
plataaforma conttinental do Rio Grandee do Sul. Neste
N estudoo foi possívvel determiinar o
padrãão de distrribuição dos depósitoss lamíticos na região, sugerindo que as maaiores
concentrações de
d lama sãoo observadaas em profu
fundidades maiores
m quue 50 m. Ab
baixo
destaa isóbata, a principall concentraação de lam
ma é a Fáácies Patoss, localizad
da na
desem
mbocadura da Lagoa dos
d Patos.
32
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 1.12. Espessura da lama fluida em metros, obtida através de estudos geofísicos e
observações durante os anos de 2004 e 2005 ao longo da zona costeira adjacente a
desembocadura da Lagoa dos Patos. (Sperle et al. 2005; Calliari et al. 2007).
33
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
1.7. Objetivos
34
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
35
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
METODOLOGIA
2.1. Histórico
36
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Cada um destes métodos apresenta vantagens para estudos específicos, e neste trabalho
optamos por utilizar um modelo hidrodinâmico que emprega técnicas de elementos
finitos e um morfodinâmico que utiliza técnicas de volumes finitos para a resolução das
equações.
Os métodos de elementos finitos têm origem na mecânica dos sólidos (na década
de 60), e suas aplicações se propagaram para a dinâmica de fluidos na década de 70.
Análises detalhadas de Pinder e Gray (1977) mostraram que o método apresentava
problemas de resolução e problemas associados ao alto custo computacional. Na década
de 80, foi descoberto que Lynch e Gray (1979), transformando a equação de
continuidade em uma equação de onda de ordem mais alta, solucionaram os problemas
de resolução e de custo computacional. As principais vantagens do método de
elementos finitos é que eles são inerentemente melhor adaptados a geometrias
complexas e fluxos com grandes descontinuidades espaciais (Kantha e Clayson, 2000).
Técnicas de elementos finitos pertencem à classe de métodos de Garlekin, onde
a variável é expandida em termos de bases de funções de certas estruturas espaciais, de
forma que estas bases de funções são polinomiais e diferentes de zero em um domínio
limitado (Kantha e Clayson, 2000). A utilização destes métodos permite ainda utilizar
grades computacionais não uniformes e não estruturadas com elementos de tamanho
variável, que permitem obter alta resolução em regiões onde seja necessário sem
sacrificar a extensão horizontal do modelo (Lynch et al., 1996).
O método de volumes finitos é um método de resolução de equações diferenciais
baseado na utilização de balanços de massa, energia e quantidade de movimento em um
determinado volume de controle em um meio contínuo. Este método evoluiu a partir do
método de diferenças finitas, e não apresenta problemas de instabilidade ou
convergência, por garantir que, em cada volume discretizado, a propriedade em questão
obedece à lei de conservação. O seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado ao
conceito de fluxo entre regiões, ou volumes adjacentes, onde o fluxo de uma grandeza
como massa ou energia, é a quantidade dessa grandeza que atravessa uma fronteira com
uma área pré-definida (Bortoli, 2000; Fortuna, 2000, Jones, 2002). Stansby e Lloyd
(2001) comentaram que em modelos que utilizam elementos finitos, a discretização
espacial pode ser feita arbitrariamente, enquanto que em volumes finitos, geralmente
são limitados a precisão de segunda ordem, entretanto, este método garante a
conservação global do sistema.
37
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
38
Estudo da
d dinâmica daa pluma costeeira da Lagoa dos
d Patos
ma TELEM
O sistem MAC foi desenvolvido pelo ©ED
DF - Laborratoire Nattional
d´Hyydraulique et Environ
nnement daa companh F), na
hia Electriccité de Fraance (EDF
França. Este modelo
m é foormado porr um conju
unto de móódulos, em
m duas e/ou
u três
dimeensões, paraa o estudoo de aspecttos relacion
nados à hiddrodinâmica, transporrte de
sedim
mentos, onddas e qualiddade de águaa de regiõess costeiras e oceânicas. Os módullos do
sistem
ma TELEM
MAC podem
m ser utiliizados sepaaradamente ou acoplaados ao mó
ódulo
hidroodinâmico como
c mostrra a Figura 2.1
2
O sistem
ma TELEM
MAC possuii módulos de
d pré-proccessamento que podem
m ser
utilizzados para a digitalizzação de dados batim
métricos (SIINUS-X); ppara geraçãão de
39
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
40
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Ω = {( x, y, z ) ∈ R 3 → ( x, y ) ∈ Ω2 D ∝ Z f ( x, y, t ) ≤ z ≤ Z s ( x, y, t )} (2.1).
φ ( x, y , z ) = z − Z s ( x, y , t ) (2.2).
∂Z s ˆ ∂Z s ˆ ˆ
n s = ∇φ = − i− j + 1k (2.3).
∂x ∂y
41
Estudo da
d dinâmica daa pluma costeeira da Lagoa dos
d Patos
∂Z f ∂Z f
n f = −∇φ = iˆ + ˆj − 1kˆ (2.4).
∂x ∂y
Conservaação da masssa:
∂U ∂V ∂W
+ + =0 (2
2.5a).
∂x ∂y ∂z
42
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
∂U ∂U ∂U ∂U 1 ∂p
+U +V +W =− + ∇ 2 (νU ) + Fx (2.5b).
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂x
∂V ∂V ∂V ∂V 1 ∂p
+U +V +W =− + ∇ 2 (νV ) + Fy (2.5c).
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂y
∂W ∂W ∂W ∂W 1 ∂p
+U +V +W =− − g + ∇ 2 (νW ) + Fz (2.5d).
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂z
dφ ∂Z ∂Z s ∂Z s
= W s − s −U s −V s =0 (2.6).
dt ∂t ∂x ∂y
∂Z s r s r
− U • ns = 0 (2.7).
∂t
r
Com ns apontando para cima. De forma análoga podemos definir a condição de
∂Z f r r
+U f • nf = 0 (2.8).
∂t
r
Onde: o versor n f aponta para baixo.
43
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A. Aproximação hidrostática
∂p
= − ρg (2.10).
∂z
44
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
∂p Δρ
= − ρ 0 g (1 + ) (2.11).
∂z ρ0
Δρ
= f (T 1,......., Ti ,......., Tn ) (2.13).
ρ0
Δρ
= −∑ β i (Ti − Ti 0 ) (2.14).
ρ0 i
1 ∂ρ 1 Δρ ∂p
− ≈− (1 − ) (2.15).
ρ ∂x ρ0 ρ 0 ∂x
45
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
1 ∂ρ 1 Δρ ∂p
− ≈− (1 − ) (2.16).
ρ ∂y ρ0 ρ 0 ∂y
∂ ⎛⎜ s Δρ ' ⎞⎟
Z
1 ∂ρ 1 Δρ ∂p atm Δρ ∂Z s
∂x ⎜⎝ ∫z ρ 0
− ≈− (1 − ) − g (1 − ) −g dz (2.17).
ρ ∂x ρ0 ρ 0 ∂x ρ 0 ∂x ⎟
⎠
∂ ⎛⎜ s Δρ ' ⎞⎟
Z
1 ∂ρ 1 Δρ ∂p atm Δρ ∂Z s
∂y ⎜⎝ ∫z ρ 0
− ≈− (1 − ) − g (1 − ) −g dz (2.18).
ρ ∂y ρ0 ρ 0 ∂y ρ 0 ∂y ⎟
⎠
∂ ⎛ s Δρ ' ⎞⎟
Z
Δρ ∂Z s
g −g ⎜∫ dz (2.19).
ρ 0 ∂x ∂x ⎜⎝ z ρ 0 ⎟
⎠
∂ ⎛ s Δρ ' ⎞⎟
Z
Δρ ∂Z s
g −g ⎜∫ dz (2.20).
ρ 0 ∂y ∂y ⎜⎝ z ρ 0 ⎟
⎠
Conservação de massa:
∂U ∂V ∂W
+ + =0 (2.21a).
∂x ∂y ∂z
46
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Conservação de momento:
∂U ∂U ∂U ∂U ∂Z
+U +V +W = − g s + div (υ ∇U ) + Fx (2.21b).
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x
∂V ∂V ∂V ∂V ∂Z
+U +V +W = − g s + div (υ ∇V ) + Fy (2.21c).
∂t ∂x ∂y ∂z ∂y
Pressão:
Zs
Δρ
p = p atm + ρ 0 g ( Z s − z ) + ρ 0 g ∫ dz ' (2.21d).
z
ρ0
2.2.5. Traçadores
47
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
∂ ( ρT ) r r
+ div ( ρTU + q ) = F fonte (2.22).
∂t
r
Onde: o F fonte é a taxa de criação, o q é o fluxo devido à difusão molecular ou
turbulenta como:
r r
q = − ρυ T ∇T (2.23).
Com, νT representando o coeficiente de difusão (molecular ou turbulenta) do
traçador. Se a equação de advecção e difusão for utilizada em sua forma não
conservativa temos:
∂T r r r
+ U∇T = div (υ T ∇T ) + Q (2.24).
∂t
∂T ∂T ∂T ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T ∂ ∂T
+U +V +W = (υ T ) + (υ T ) + (υ T )+Q (2.25).
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂T
υ =0 (2.26).
∂n
∂T r r r
Onde: a notação representa ∇T • n e n é o versor perpendicular apontando
∂n
para fora da fronteira. A condição de fluxo na fronteira pode ser escrita como:
∂T
υ = at T + bt (2.27).
∂n
48
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
r 1 r
τ = − ρC f U 2 + V 2 U (2.29).
2
49
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
• Fórmula de Manning
2 gm 2
Cf = 1
(2.31).
h 3
• Fórmula de Nikuradse
h
Ch = 7.83 ln(12 ) (2.32).
ks
C f = 2 gCh −2 (2.33).
B. Influência do vento
coeficiente de influência do vento avento (adimensional) é dado por Flather (1976) como:
r
a vento = 0.565 x10 −3 se w ≤ 5m / s
r r
a vento = (−0.12 + 0.137 w ) x10 −3 se5m / s ≤ w ≤ 19.22m / s (2.35).
r
a vento = 2.513x10 −3 se w ≥ 19.22m / s
50
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Estas forças são levadas em consideração pelo fato de a Terra não ser um
referencial inercial. Elas aparecem devido ao movimento de rotação da Terra em torno
de seu próprio eixo, de forma que será somada a equação do movimento em referenciais
inerciais.
51
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
2ω sin( λ ) (2.40).
vel
R0 = (2.41).
2ω sin(λ )l
D. Trocas de calor
r r ∂T
Φ = − ρC Pυ T ∇T • n = − ρC Pυ T (2.43).
∂z
52
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
∂T A
υT =− (T − Tar ) (2.44).
∂z ρC P
∂ ⎛⎜ s Δρ ' ⎞⎟
Z
1 Δρ ∂p atm Δ ρ ∂Z s
∂x ⎜⎝ ∫z ρ 0
− (1 − ) + g( ) −g dz (2.46).
ρ0 ρ 0 ∂x ρ 0 ∂x ⎟
⎠
∂ ⎛⎜ s Δρ ' ⎞⎟
Z
1 Δρ ∂p atm Δ ρ ∂Z s
∂y ⎜⎝ ∫z ρ 0
− (1 − ) + g( ) −g dz (2.47).
ρ0 ρ 0 ∂y ρ 0 ∂y ⎟
⎠
53
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
α C = ( ρ S − ρ 0 ) /( ρ 0 ρ S ) (2.48b).
54
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 2.3. Meia altura do jato (A), diferentes estágios de expansão do jato (B). Modificado de
Hervouet (2007).
55
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
O algoritmo base utilizado consiste em três passos fracionados que podem ser
escritos como:
n +1
∂f f − f D + f D − fC + fC − f n
= (2.50).
∂t Δt
1) O passo de advecção
fC − f n
2) O passo de difusão
f D − fC
Δt + termos de difusão = termos fonte (f = U,V,K, ε ou T) (2.52).
56
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
3) O passo de continuidade-pressão
n +1
f − fD
Δt + termos de pressão = 0 (2.53)
B. Discretização espacial
57
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
C. Transformação sigma
z−Zf
z* = (2.54).
ZS − Z f
58
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 2.5. Distribuição vertical dos níveis sigma utilizada neste estudo. Esta figura mostra
uma seção transversal da desembocadura da Lagoa dos Patos, onde a profundidade é real é
representada pelas cores e os níveis sigma representados pelas linhas.
D. Passo de advecção
59
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
E. Método de Características
60
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
G. Passo de difusão
61
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
I. Passo de pressão-continuidade
62
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
63
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
sedimentos muda a forma do fundo, sua rugosidade, a tensão que é inserida no fluxo e
em longo prazo tende a gerar modificações morfológicas no sistema como um todo.
A. Evolução do fundo
A equação que descreve a evolução do fundo pode ser escrita como o balanço
total de volume no fundo assumindo a porosidade da camada superior sendo igual a np:
1 (2.55).
65
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
(2.56).
Devido aos processos abrasivos pelos quais os sedimentos passam durante seu
transporte, eles podem adquirir diferentes formas e serem caracterizados de diferentes
maneiras. Uma maneira tradicional de definir o diâmetro d é pela utilização da fórmula
de Stokes, que mede o diâmetro através da velocidade de assentamento wc em uma
coluna de um fluido de densidade conhecida, considerando a densidade do sedimento
como =2650 kgm-³.
O tamanho de uma partícula de sedimento é classificado pelo modelo
SediMorph de acordo com a escala de tamanhos de grão da escala da American
Geophysical Union mostrada na Tabela 2.1. Nesta tabela são destacadas as classes de
sedimentos utilizadas neste trabalho: silte fino, areia fina e areia grossa como
sedimentos de fundo, e silte fino como sedimento em suspensão.
66
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
C. Rugosidade do fundo
67
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
(2.62).
68
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
0.24 1 4
.
0.14 4 10
.
0.04 10 20
.
0.013 20 150
0.055 150
Onde: di indica o diâmetro da iésima fração da distribuição discreta definida no
modelo, dm o diâmetro médio, e a parametrização de Shields para diferentes
parâmetros das partículas D*.
69
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
1
(2.65).
0
70
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
H. Velocidade de deposição
(2.66b).
I. Fluxos de deposição
1
(2.67).
0
71
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
72
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 2.7. Estrutura da malha de volumes finitos do SediMorph (adaptado de Malcherek et al.
2005).
Posteriormente, uma malha prismática da composição de sedimentos contidos no
fundo é montada por camadas horizontais discretizadas na direção vertical, e o volume
73
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
de cada célula é então definido pela soma dos sedimentos e volume de água presentes
em cada estrutura. A estrutura tri-dimensional considerada pelo modelo SediMorph
junto ao fundo leva à necessidade de consideração do conceito de camada de troca. Esta
camada é definida como a camada mais superficial, que sofre a influência da circulação
do fundo, e tem a espessura aproximada de cinco vezes o máximo diâmetro encontrado
na classe de sedimentos utilizada na camada.
Entretanto, neste estudo foi considerada uma camada vertical apenas, não
levando em conta as diferentes variações nas camadas de sedimentos depositadas ao
longo do tempo em uma região. Esta escolha foi baseada em uma série de fatores:
primeiramente, as medidas de estrutura vertical de sedimentos ao longo de toda a região
de estudo são muito localizadas, não cobrindo de maneira ampla toda a área investigada.
Um segundo ponto é o fato de que como não existe um modelo de consolidação
implementado para trabalhar em conjunto com o TELEMAC3D + SediMorph, a
consideração de uma estrutura vertical de sedimentos não traria informações relevantes
para o estudo, visto que, o que mantém uma estrutura vertical de sedimentos e suas
propriedades em um meio real, são justamente as diferentes porosidades e viscosidades,
associadas ao processo de consolidação destes sedimentos.
Um terceiro ponto é que um dos objetivos do estudo é verificar as condições que
geram o padrão de sedimentação da zona costeira, e como neste trabalho somente uma
classe de sedimentos em suspensão é considerada, a utilização de uma camada vertical,
poupa tempo computacional e fornece um resultado adequado ao objetivo proposto.
O modelo SediMorph considera que sedimentos que são transportados pelo
fundo sofrem apenas efeitos de rolamento, deslizamento e salto, enquanto que os
sedimentos que são transportados em suspensão pelo modelo hidrodinâmico sofrem
apenas efeitos de deposição e re-suspensão. Porém, a altura do fundo pode ser
modificada como um efeito acumulativo devido ao transporte de fundo e aos efeitos de
deposição ou erosão de sedimentos. A mudança do fundo pelo transporte de fundo é
descrita pela soma entre a variação local do fundo e o divergente da taxa de transporte
de sedimentos, a qual tem seu resultado somado diretamente ao balanço entre o fluxo de
massa depositado e erodido (equação 2.55).
Segundo Malcherek et al. (2005), o algoritmo utilizado para resolver esta
equação é baseado em aproximação de volumes finitos. Seguindo esta técnica, a
equação de evolução de fundo para uma classe de sedimentos específica é integrada
sobre o volume de um polígono definido, usando fórmula de Gauss para a integração da
74
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
75
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 2.2. A tabela indica o tipo de dado, sua posição em graus, período e ano de coleta.
Dados em azul foram utilizados para a calibração do modelo, dados em verde, laranja e cinza
foram utilizados para a validação do modelo.
Medida Latitude Longitude Período Ano Posição
Elevação do 32.1367ºS 52.1027ºW 29/abril – 31 maio 2004 Praticagem
nível do mar
Velocidade 32.1367ºS 52.1027ºW 29/abril – 31 maio 2004 Praticagem
Velocidade 32.4196°S 52.2052ºW 22/outubro – 30/novembro 2006 Navio Altair
Elevação do 32.1367ºS 52.1027ºW 22/outubro – 30/novembro 2006 Praticagem
nível do mar
Velocidade 32.1367ºS 52.1027ºW 22/outubro – 30/novembro 2006 Praticagem
Velocidade 32.2481ºS 51.7522ºW 29/agosto – 23 setembro 2008 Parcel do Carpinteiro
Elevação do 32.1367ºS 52.1027ºW 29/agosto – 23 setembro 2008 Praticagem
nível do mar
Velocidade 32.1367ºS 52.1027ºW 29/agosto – 23 setembro 2008 Praticagem
Salinidade 32.3072ºS 52.0981ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.4091°S 52.1119ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.5280°S 52.1236ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.6416°S 52.1333ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.5852ºS 52.2222ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.5077ºS 52.2008ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.4222ºS 52.2000ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.3444ºS 52.1999ºW 26/outubro 1998 Zona costeira
Salinidade 32.2100ºS 52.0609ºW 09/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.2566ºS 51.9691ºW 09/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.4168ºS 51.6070ºW 09/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.4896ºS 51.4597ºW 09/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.5831ºS 51.2628ºW 09/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.8140ºS 50.8072ºW 09/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.2561ºS 51.9733ºW 11/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.4150ºS 51.6073ºW 11/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.4887ºS 51.4596ºW 11/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.6156ºS 51.1932ºW 11/outubro 2007 Zona costeira
Salinidade 32.8140ºS 50.8072ºW 11/outubro 2007 Zona costeira
76
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 2.8. Posição dos dados utilizados na calibração do modelo hidrodinâmico. O ponto P1
indica a estação da Praticagem de Rio Grande, os pontos A1 – A6 indicam a posição dos perfis
do projeto Amazônia Azul do dia 09/outubro/2007 e os pontos A11 – A55 indicam os perfis do
dia 11/outubro/2007. O ponto C1 indica a posição dos dados do Parcel do Carpinteiro e o
ponto N1 os dados do Navio Altair. Os pontos V1 – V8 indicam as posições dos perfis obtidos
pelo Navio Comandante Varella.
77
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
78
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
x b b x … b x Є (2.68).
79
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
80
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 2.4. Tabela indicativa dos períodos e número de imagens do sensor MODIS utilizadas
para a calibração e validação do modelo numérico.
81
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
82
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 2.10. Esboço para as escalas de uma pluma (A) considerando um sistema de
coordenadas ao longo da costa (x) e transversal a costa (y). A linha pontilhada demonstra a
zona de frente definida pela diferença de densidade ρ0-Δ ρ. A água costeira tem uma densidade
típica ρ0. U é a velocidade típica ao longo da costa, L a escala de comprimento ao longo da
costa e γL a escala típica transversal a costa, onde γ representa a espessura da pluma. Seção
vertical típica (B) de uma pluma com profundidade h transversalmente a desembocadura do
rio. Figura modificada de Garvine (1995).
(2.69a).
(2.69b).
~ (2.70).
83
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
(2.71a).
(2.71b).
Ou, definindo na forma de parâmetros, como:
1 (2.72a).
1 (2.72b).
A análise dos processos que controlam a mistura da pluma da Lagoa dos Patos
foi realizada pelo uso da equação de anomalia de energia potencial. Partindo do
pressuposto que a anomalia de energia potencial é a quantidade de energia necessária
84
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
para transformar uma massa de água estratificada em uma massa de água bem
misturada, alterando assim a posição do centro de massa deste corpo de água.
A equação de anomalia de energia potencial é apropriada para a análise de
resultados de modelos numéricos tri-dimensionais ou observações de campo. de Boer et
al. (2008) derivaram esta equação usando a equação de advecção-difusão de médias de
Reynolds para a densidade com fontes e sumidouros e obtiveram:
′ ′
′ ′ ′ ′
′ ′ ′ ′
| | (2.77a).
Com:
(2.77b).
(2.78).
(2.79a).
(2.79b).
(2.79c).
85
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
• Ax e Ay: são referentes à advecção de uma estrutura vertical por uma corrente
integrada na vertical transversalmente e ao longo da costa.
calculada como:
, ∑ (2.80a).
∑ (2.80b).
86
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
87
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
CALIBRAÇÃO E VALIDAÇÃO
3.1. Geração da grade batimétrica
88
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.1. Pontos batimétricos da região estuarina extraídos das cartas náuticas da DHN.
Figura 3.2. Dados batimétricos do canal de acesso ao Porto de Rio Grande coletados no
primeiro semestre 2006.
89
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A batimetria da Lagoa dos Patos foi representada através dos dados da carta
náutica 2140 (Figura 3.3).
Figura 3.3. Pontos batimétricos da Lagoa dos Patos extraídos da carta 2140.
Para a zona costeira, a batimetria foi representada através das seguintes cartas
náuticas da DHN (Figura 3.4A):
90
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.4. Dados das cartas náuticas da DHN (A) e dados do levantamento feito pela Marinha
do Brasil (B).
91
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A grade batimétrica produzida para este trabalho (Figura 3.5) se estende entre as
latitudes de 28° S (Florianópolis-SC) a 36° S (Punta Del Este – Uruguai) e as longitudes
de 45° W e 54° W, atingindo profundidades superiores a 3700 m.
Figura 3.5. Grade batimétrica utilizada para a modelagem hidrodinâmica (A), detalhe do baixo
estuário (B) e da região do Porto Novo (C).
92
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A grade batimétrica apresentada na Figura 3.5 possui um total de 8974 nós para
os quais as equações são resolvidas. A Figura 3.6 apresenta a representação batimétrica
produzida pela grade da Figura 3.5.
os anos de 1998, 2006, 2007 e 2008. Em todos estes testes foram prescritas condições
iniciais e de contorno semelhantes.
Campos de salinidade, temperatura são utilizadas para inicializar o modelo
TELEMAC3D. Estes dados foram obtidos do projeto OCCAM (Ocean Circulation and
Climate Advanced Modeling Project - http://www.soc.soton.ac.uk/), e prescritos de
forma tri-dimensional em todo o domínio. Um nível de água de 0.5 m, valor
aproximado da média de maré na região, e um campo de velocidades iniciais nulas
foram prescritos em todo o domínio numérico como condições iniciais em todas as
simulações.
A figura 3.7 mostra como exemplo, os campos de salinidade e temperatura no
nível superficial do modelo de forma a ilustrar a estrutura termohalina típica da região
de estudo. Podemos observar uma língua de baixa salinidade junto à costa,
representando a influência da descarga do Rio da Prata, e um núcleo de salinidade mais
baixa embebida nesta massa de água, representando a pluma da Lagoa dos Patos (Figura
3.7A). Com relação ao campo de temperaturas, podemos observar a influência da
corrente do Brasil sobre a plataforma continental com maiores temperaturas (Figura
3.7B) e a intrusão de águas de temperatura menor provenientes do sul.
Figura 3.7. Campos de salinidade (A) e temperatura (B) utilizados como condição inicial na
camada superficial do modelo (janeiro de 1998).
94
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
95
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
medidas disponíveis. Um valor médio de 2000 m³s-1 foi utilizado para os rios Jacuí e
Taquari (Marques, 2005; Marques e Möller, 2009), e o mesmo valor médio para o
Camaquã, de 307 m³s-1, obtido por Vaz (2003) foi utilizado. Um resumo dos dados de
descarga utilizados na calibração e validação da hidrodinâmica, e no estudo de caso
hidrodinâmico e morfodinâmico é apresentado na Tabela 3.1.
Figura 3.8. Séries temporais de descarga fluvial do Rio Guaíba (Rios Jacui + Taquari) e Rio
Camaquã. Para o teste de calibração de 1 de Abril a 31 de Maio de 2004(A), para o teste de
validação de 01 de setembro a 30 de outubro de 1998 (B), para o teste de validação de 01 de
outubro a 30 de novembro de 2006 (C), e para o estudo de caso realizado entre 01 de janeiro
de 1998 e 19 de novembro de 1999 (D).
96
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.9. Amplitudes (A) e fases (B) das principais componentes da maré como função da
latitude na fronteira oceânica do domínio.
97
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
98
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
prescrita pela soma direta as variações de nível causadas pela maré, e a imposição de
variações temporais de velocidade de corrente, salinidade e temperatura, ao longo dos
contornos, foi feita pela imposição em cada ponto do domínio e para todas as camadas
(níveis verticais) do modelo. São apresentadas, como exemplos, séries temporais de
nível de água (Figura 3.11A) e intensidade da velocidade de corrente (Figura 3.11B)
prescrita como condições de contorno na camada superficial do modelo, em dois
diferentes pontos ao longo da fronteira oceânica (ver Figura 3.10), utilizados na
simulação de estudo de caso.
Figura 3.11. Contornos líquidos e superficiais considerados para o estudo de caso do modelo
para os pontos L1, L2 (elevação do nível do mar) (A), V1 e V2 (intensidade da velocidade de
corrente) (B) apresentados na figura 3.10.
99
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.12. Contornos líquidos e superficiais considerados para o estudo de caso do modelo
para os pontos T1 e T2 (temperatura e salinidade) apresentados na figura 3.10.
100
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
de caso do modelo. A Tabela 3.2 apresenta um resumo dos dados de descarga utilizados
para os testes de calibração e validação do modelo hidrodinâmico e morfodinâmico.
Figura 3.13. Séries temporais de descarga fluvial do rio Guaíba (rios Jacui + Taquari) e rio
Camaquã. Para os testes de calibração de 1 de junho a 31 de julho de 2002 (A), para o
primeiro teste de validação de 01 de abril a 31 de maio de 2003 (B), e para o segundo teste de
validação de 01 de abril a 15 de junho de 2005 (C).
101
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
1 log 2 (3.1).
Figura 3.14. Condição inicial de silte fino (A), areia fina (B), areia grossa (C) e areia fina
oceânica (D).
102
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
103
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 3.3. Coeficientes indicativos da qualidade dos resultados encontrados com o modelo
numérico com relação às observações de acordo com o método de RMAE.
Qualidade dos resultados Coeficiente
Excelente < 0.2
Boa 0.2 - 0.4
Razoável 0.4 – 0.7
Pobre 0.7 – 1.0
Ruim > 1.0
Passo de tempo 90 s
Coeficiente de Coriolis -7.70 x 10-5 N m-1 s-1
Modelo de turbulência horizontal Smagorinsky
Modelo de turbulência vertical Mixing length (Jet)
Lei de fricção de fundo Manning e Nikuradse
104
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
105
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 3.5. Parâmetros testados na calibração do modelo. O teste considerado como mais
estável e de boa precisão aparece marcado em azul.
LEI DE ESCALA COEFICIENTEDO
TESTES FRICÇÃO COEFICIENTE FUNDO (m) VENTO
TESTE1 Manning 0.04 - 5 1,00E-05
TESTE2 Manning 0.04 - 10 1,00E-05
TESTE3 Manning 0.02 - 5 1,00E-05
TESTE4 Manning 0.02 - 10 1,00E-05
TESTE5 Manning 0.03 - 5 1,00E-05
TESTE6 Manning 0.03 - 10 1,00E-05
TESTE7 Manning 0.04 - 5 5,00E-06
TESTE8 Manning 0.04 - 10 5,00E-06
TESTE9 Manning 0.03 - 5 5,00E-06
TESTE10 Manning 0.03 - 10 5,00E-06
TESTE11 Manning 0.04 - 5 1,00E-06
TESTE12 Manning 0.04 - 10 1,00E-06
TESTE13 Manning 0.03 - 5 1,00E-06
TESTE14 Manning 0.03 - 10 1,00E-06
cascalho
TESTE15 Nikuradse 0.008 médio 5 5,00E-06
cascalho
TESTE16 Nikuradse 0.008 médio 10 5,00E-06
TESTE17 Nikuradse 0.001 areia grossa 5 5,00E-06
TESTE18 Nikuradse 0.001 areia grossa 10 5,00E-06
cascalho
TESTE19 Nikuradse 0.004 fino 5 5,00E-06
cascalho
TESTE20 Nikuradse 0.004 fino 10 5,00E-06
TESTE21 Nikuradse 0.00025 areia fina 5 5,00E-06
TESTE22 Nikuradse 0.00025 areia fina 10 5,00E-06
TESTE23 Nikuradse 0.000031 silte médio 5 5,00E-06
TESTE24 Nikuradse 0.000031 silte médio 10 5,00E-06
TESTE25 Nikuradse 0.0000010 argila fina 5 5,00E-06
TESTE26 Nikuradse 0.0000010 argila fina 10 5,00E-06
106
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 3.6. Testes de calibração e valores do parâmetro RMSE. O resultado do RMSE para o
teste considerado como a melhor reprodução aparece marcado em azul.
VELOCIDADE
TESTES NÍVEL BAIXA NÍVEL ALTA SUPERFÍCIE VELOCIDADE FUNDO
TESTE1 0,2275 0,0990 0,3723 0,3061
TESTE2 0,2263 0,0989 0,3654 0,2959
TESTE3 - - - -
TESTE4 - - - -
TESTE5 0,2239 0,0989 0,3973 0,3129
TESTE6 0,2239 0,0989 0,3973 0,3062
TESTE7 0,2101 0,0977 0,3438 0,2992
TESTE8 0,2098 0,0958 0,3438 0,2992
TESTE9 0,2049 0,0976 0,3360 0,2870
TESTE10 0,2049 0,9770 0,3359 0,2869
TESTE11 - - - -
TESTE12 - - - -
TESTE13 - - - -
TESTE14 - - - -
TESTE15 0,2033 0,0997 0,3722 0,2974
TESTE16 0,2022 0,0971 0,3682 0,2936
TESTE17 0,2010 0,0971 0,3919 0,3194
TESTE18 0,2010 0,0971 0,3919 0,3194
TESTE19 0,2029 0,0997 0,3807 0,3049
TESTE20 0,2017 0,0971 0,3769 0,3010
TESTE21 0,2029 0,0973 0,3572 0,2851
TESTE22 0,2029 0,0973 0,3572 0,2851
TESTE23 0,2029 0,0973 0,3572 0,2851
TESTE24 0,2001 0,0972 0,4203 0,3714
TESTE25 0,2004 0,0972 0,4409 0,4181
TESTE26 0,2010 0,0973 0,4412 0,4167
107
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.15. Série temporal de elevação do nível do mar em baixa freqüência (A), elevação do
nível do mar em alta freqüência (B), velocidade de superfície - 3 m de profundidade (C) e
velocidade de fundo -14 m de profundidade (D) entre 29 de abril e 31 de maio de 2004. Séries
temporais em vermelho indicam os valores calculados pelo modelo. A posição das medidas é
apresentada pelo ponto P1 da figura 2.8.
108
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
109
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.16. Perfis de salinidade de 26 de outubro de 1998 na posição 1 (A), posição 2 (B),
posição 3 (C), posição 4 (D), posição 5 (E), posição 6 (F), posição 7 (G), posição 8 (H). As
posições das medidas são apresentadas pelos pontos V1, V2, V3, V4, V5, V6, V7 e V8 da figura
2.8.
110
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
111
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.17. Perfis verticais de salinidade calculada e simulada para o dia 09 e outubro 2007
(A, B, C, D, E, F). Perfis verticais de salinidade calculada e simulada para o dia 11 e outubro
2007 (G, H, I, J, L). As posições das medidas para o dia 09 de outubro são apresentadas pelos
pontos A1, A2, A3, A4, A5 e A6 da figura 2.8. As posições das medidas para o dia 11 de
outubro são apresentadas pelos pontos A11, A22, A33, A44, A55 da figura 2.8.
112
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
113
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.18. Séries temporais de elevação do nível do mar em baixa freqüência (A), alta
frequência (B), velocidade de superfície – 3 metros de profundidade (C) e de fundo – 14 metros
de profundidade (D) entre 22 de outubro e 30 de novembro de 2006. As posições das medidas
são apresentadas pelo ponto P1 da figura 2.8.
114
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
116
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
117
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
118
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
outros parâmetros tiveram que ser testados. Nesta secção será apresentado na forma de
tabelas o resultado dos vinte e quatro testes realizados. A qualidade dos resultados
obtidos pelo modelo foi quantificada pelo cálculo do erro quadrático médio (RMSE),
calculado entre as observações e os valores simulados pelo modelo.
119
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
121
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
122
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.22. Concentração de material em suspensão calculado pelo modelo (A) e através da
imagem do sensor (B) para o dia 14 de julho de 2002. Concentração de material em suspensão
calculado pelo modelo (C) e através da imagem do sensor (D) para o dia 16 de julho de 2002.
Concentração de material em suspensão calculado pelo modelo (E) e através da imagem do
sensor (F) para o dia 19 de julho de 2002. Perfis longitudinais e transversais utilizados para a
comparação quantitativa são apresentados na figura 3.22A.
123
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
124
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.24. Concentração de material em suspensão calculado pelo modelo (A) e através da
imagem do sensor (B) para o dia 11 de maio de 2003. Concentração de material em suspensão
calculado pelo modelo (C) e através da imagem do sensor (D) para o dia 14 de maio de2003.
Perfis longitudinais e transversais utilizados para a comparação quantitativa são apresentados
na figura 3.24A.
126
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
norte, sendo forçada em direção ao sul. Nos dois casos, vemos que o modelo representa
qualitativamente a direção de propagação da pluma, que mostra um bom acordo com as
imagens obtidas pelo sensor remoto. No dia 11 de maio (Figura 3.24A), a pluma
calculada apresenta uma área superficial um pouco menor que a observada pelo sensor,
enquanto que no dia 14 de maio (Figura 3.24B) o resultado modelado é um pouco
superestimado.
128
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 3.26. Concentração de material em suspensão calculado pelo modelo (A) e através da
imagem do sensor (B) para o dia 28 de maio de 2005. Concentração de material em suspensão
calculado pelo modelo (C) e através da imagem do sensor (D) para o dia 31 de maio de 2005.
Concentração de material em suspensão calculado pelo modelo (E) e através da imagem do
sensor (F) para o dia 8 de junho de 2005. Perfis longitudinais e transversais utilizados para a
comparação quantitativa são apresentados na figura 3.26A.
129
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
130
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
131
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
RESULTADOS
O estudo da formação, comportamento e o destino da pluma costeira da Lagoa
dos Patos foram realizados através de simulações numéricas que consideram as
condições iniciais, de contorno e configurações apresentadas no capítulo anterior. Os
anos de 1998 e 1999 foram escolhidos para a realização do estudo de caso em função
das condições de descarga fluvial observadas. O ano de 1998 apresenta uma situação
anômala em função do fenômeno El Niño - Oscilação Sul, com baixas descargas
durante o verão e outono, e moderadas a altas descargas durante o outono e inverno. O
estudo dos processos hidrodinâmicos foi realizado com a utilização de 689 dias de
simulação (01 de janeiro de 1998 a 19 de novembro de 1999). O estudo do transporte de
sedimentos foi realizado com a utilização de 606 dias de simulação (01 de janeiro de
1998 a 29 de agosto de 1999).
132
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Lagoa dos Patos, combinadas com séries temporais de salinidade e intensidade e direção
dos ventos (Figura 4.1) obtidos do modelo.
Figura 4.1. Figura indicando a posição onde foram obtidas as séries temporais de salinidade e
ventos (posição P1) e a posição da seção vertical (posição S1) onde foi integrada a série
temporal de descarga fluvial. Seção vertical S1com a variação de profundidade e níveis sigma
(B). Série temporal integrada de descarga fluvial junto à desembocadura da Lagoa dos Patos
(C), séries temporais de salinidade superficial e de fundo medidos na Estação Naval (D), série
temporal de intensidade e direção dos ventos medidos na Estação dos Práticos da Barra de Rio
Grande (E). Valores negativos indicam ventos provenientes do quadrante norte.
133
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
(Figura 4.1D) e os ventos de quadrante sul (Figura 4.1E) não conseguem reverter às
condições de vazante.
Tabela 4.1. Taxa anual volumétrica de água importada (rios Jacuí, Taquari e Camaquã) e
exportada pela Lagoa dos Patos, através do canal de acesso. Valores negativos indicam que o
fluxo ocorre em direção a zona costeira e valores positivos para dentro da Lagoa dos Patos.
Sobreposto a este ciclo, aparecem o ciclo sazonal (128 dias) e o anual, típicos de regiões
de clima temperado (Figura 4.4B). Este resultado indica que a influência dos ciclos mais
curtos da descarga fluvial para a manutenção do padrão de salinidade é mais importante
no primeiro ano de estudo.
Figura 4.2. Média temporal da salinidade (A) e componente de velocidade normal a seção (B)
para os 689 dias de simulação. Valores negativos indicam a vazante do sistema.
Figura 4.3. Primeiro modo da EOF da salinidade simulada ao longo da seção transversal do
canal de acesso. O percentual da variância explicada por este modo é apresentado na figura.
135
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
O primeiro semestre do ano de 1999 (dias 365 a 545) é marcado pela menor
influência da descarga fluvial em função de sua baixa intensidade (Figura 4.4B) e a
ocorrência do ciclo anual começca a aparecer entre o segundo semestre do ano de 1998
e o primeiro semestre do ano de 1999, entretanto, em função do comprimento das séries
temporais não podemos observar este ciclos com boa definição de ocorrência nas
análises. O espectro de potência global confirma (Figura 4.4C) que a ocorrência dos
ciclos de escala mensal, sazonal e anual são 95% confiáveis ao longo do período
estudado. A variância média (Figura 4.4D) do espectro analisado para os processos com
escala temporal maior que 20 e menor que 365 dias indica que nesta região os diferentes
ciclos de descarga se combinam fornecendo uma contribuição significativa ao padrão de
variabilidade da salinidade durante todo o período.
136
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
O espectro global desta análise (Figura 4.5C) indica com 95% de confiança a
ocorrência de processos com escalas temporais menores que 20 dias durante o período
de estudo. A análise da variância média (Figura 4.5D) para os processos que ocorrem
com escala temporal menor que 20 dias sugere a compensação entre os ventos e a
descarga para a manutenção dos processos de vazante do canal de acesso.
Durante os eventos em que são observadas as maiores variâncias da análise com
a descarga fluvial (Figura 4.4D) são observados valores menos significativos para a
análise feita com os ventos (Figura 4.5D), indicando dominância dos efeitos da descarga
fluvial para a vazante do sistema. Por outro lado, nos períodos em que as variâncias são
menos intensas para a análise com a descarga (entre 100 e 200 dias), a contribuição
associada à ação dos ventos parece ser bastante significativa para a formação da pluma
costeira.
137
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.6. Salinidade e velocidade na superfície após 180 dias de simulação com a força de
Coriolis (A). Perfis de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (B) e
transversalmente a costa (C) após 180 dias de simulação. Nos perfis verticais, os níveis sigma
foram apresentados igualmente espaçados de forma a melhorar a visualização. A posição dos
perfis (PL – perfil longitudinal) e (PT – perfil transversal) é apresentada na figura A.
138
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.7. Campos de salinidade e velocidade de corrente na superfície (A). Perfis verticais de
salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (B) e transversalmente a costa (C) após
180 dias de simulação considerando a Força de Coriolis e as marés. Nas figuras verticais, os
níveis sigma foram apresentados como igualmente espaçados para melhorar a visualização.
139
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
O efeito das marés foi considerado na simulação subseqüente pela prescrição das
principais componentes de maré da região de estudo na fronteira oceânica do domínio
numérico. A Figura 4.7 apresenta os campos de salinidade e velocidades de corrente
calculados pelo modelo, indicando que a pluma da Lagoa dos Patos sob a ação das
marés se espalha sobre a plataforma continental, reduzindo sua área superficial e o
gradiente de salinidade horizontal na direção transversal a costa (Figura 4.7C). O
processo de mistura induzido pelas marés reduz a intrusão da pluma em direção ao norte
em comparação com a situação não realística forçada apenas pela Força de Coriolis.
Estes resultados sugerem que é essencial incluir os efeitos das marés para produzir a
estrutura esperada para a pluma, e representar a intrusão em direção ao norte das águas
provenientes do continente.
A estrutura vertical ao longo da plataforma continental após 180 dias de
simulação (Figura 4.7B) apresenta uma estrutura assimétrica com uma fraca tendência
de espalhamento em direção ao norte. As correntes de maré geram um efeito residual
que tende a aumentar a circulação vertical junto à desembocadura da Lagoa dos Patos,
promovendo a mistura e intensificando o transporte de águas continentais ao longo da
costa (Figura 4.7B). As correntes de maré ainda contribuem para o espalhamento da
pluma transversalmente a costa, reduzindo a estratificação vertical em direção ao
oceano e aumentando em direção a costa (Figura 4.7C).
O padrão de circulação induzido pelas marés transversalmente a costa se alterna
entre eventos de ressurgência e subsidência seguindo o período dominante (ciclo
diurno) das marés. No fim do período de simulação, os padrões de circulação associados
às marés induzem condições de ressurgência transversalmente a zona costeira. Junto à
entrada da Lagoa dos Patos, a influência das marés reduz a estratificação promovendo
condições bem misturadas (Figura 4.7C).
Após a investigação da resposta da pluma costeira da Lagoa dos Patos aos
efeitos rotacionais e aos efeitos da maré, a influência dos ventos foi considerada como
espacialmente e temporalmente variável ao longo de todo o domínio. Os resultados
indicaram que a influência de ventos de sudeste (Figura 4.8A) induz o transporte da
pluma em direção ao nordeste (Figura 4.8B). Nestas condições, a intensidade da
circulação vertical é reduzida, a advecção horizontal é dominante e condições bem
misturadas são observadas verticalmente ao longo (Figura 4.8C) e transversalmente
(Figura 4.8D) a costa. O padrão de espalhamento previamente observado para os ventos
de sudeste (Figura 4.8A) foi intensificado pelos ventos de sudoeste observados no dia
140
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
141
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.8. Ventos de SE (A), e salinidade e velocidade de corrente calculadas (B). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa
(C) e transversalmente a costa (D) após 135 dias de simulação considerando a força de Coriolis, as marés e os ventos. Ventos de SO (E), e salinidade e
velocidade de corrente calculadas (F). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (G) e transversalmente a costa (H) após 136
dias de simulação considerando a força de Coriolis, as marés e os ventos. Nas figuras verticais, os níveis sigma foram apresentados como igualmente
espaçados para melhorar a visualização.
142
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.9. Ventos de NE (A), e salinidade e velocidade de corrente calculadas (B). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa
(C) e transversalmente a costa (D) após 144 dias de simulação considerando a força de Coriolis, as marés e os ventos. Ventos de NO (E), e salinidade e
velocidade de corrente calculadas (F). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (G) e transversalmente a costa (H) após 145
dias de simulação considerando a força de Coriolis, as marés e os ventos. Nas figuras verticais, os níveis sigma foram apresentados como igualmente
espaçados para melhorar a visualização.
143
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
144
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.10. Ventos de SE (A), e salinidade e velocidade de corrente calculadas (B). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa
(C) e transversalmente a costa (D) após 135 dias de simulação considerando a força de Coriolis, as marés e os ventos. Ventos (E), e salinidade e velocidade
de corrente calculadas (F). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (G) e transversalmente a costa (H) após 136 dias de
simulação considerando a força de Coriolis, as marés, os ventos e as forçantes remotas da plataforma continental. Nas figuras verticais, os níveis sigma
foram apresentados como igualmente espaçados para melhorar a visualização.
145
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.11. Ventos (A), e salinidade e velocidade de corrente calculadas (B). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (C) e
transversalmente a costa (D) após 144 dias de simulação considerando a força de Coriolis, as marés e os ventos. Ventos (E), e salinidade e velocidade de
corrente calculadas (F). Perfis verticais de salinidade e velocidade de corrente ao longo da costa (G) e transversalmente a costa (H) após 145 dias de
simulação considerando a força de Coriolis, as marés, os ventos e as forçantes remotas da plataforma continental. Nas figuras verticais, os níveis sigma
foram apresentados como igualmente espaçados para melhorar a visualização.
146
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.12. Campo superficial médio de salinidade calculado para os 689 dias de simulação.
São apresentados na figura os pontos 1, 2 e ,3 que serão utilizados na análise dos processos de
mistura.
147
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.13. Primeiro modo da EOF da salinidade simulada na camada superficial do modelo.
O percentual da variância explicada por este modo é apresentado na figura.
Figura 4.14. Segundo modo da EOF da salinidade simulada na camada superficial do modelo.
O percentual da variância explicada por este modo é apresentado na figura.
148
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
149
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
150
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
151
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
152
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.19. Média temporal da salinidade para os 689 dias de simulação para o perfil
longitudinal (A) e transversal (B) a plataforma continental. As posições P1, P2 e P3 indicam os
pontos onde foram extraídas series temporais de salinidade e componente da velocidade
longitudinal ao perfil.
153
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.20. Primeiro modo da EOF (A), segundo modo da EOF (B) da salinidade simulada no
perfil longitudinal a zona costeira. O percentual da variância explicada pelos modos é
apresentado nas figuras.
Figura 4.21. Primeiro modo da EOF (A), segundo modo da EOF (B) da salinidade simulada no
perfil transversal a zona costeira. O percentual da variância explicada pelos modos é
apresentado nas figuras.
154
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
155
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.22. Variação temporal do perfil vertical de salinidade na posição 1 (A), posição 2 (C)
e posição 3 (D). Variação temporal do perfil vertical da componente longitudinal da velocidade
de corrente na posição 1 (B), posição 2 (D) e posição 3 (F).
Podemos observar que, de maneira geral, as águas da Lagoa dos Patos são mais
bem distribuídas ao longo da plataforma continental (Figuras 4.22A e 4.22C) em
direção ao sul. Os padrões da velocidade de corrente (Figuras 4.22B e 4.22D) são
também bastante complexos, com períodos de uniformidade ao longo da coluna de água
ou mesmo de fluxos com reversão entre a superfície e o fundo. As menores salinidades
ao sul (norte) são normalmente melhor correlacionadas com as velocidades negativas
156
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
(positivas). Por outro lado, os períodos em que são observadas as maiores salinidades
estão associados a perfis de velocidades mais complexos com fluxos reversos entre
superfície e fundo o que acaba por favorecer os processos de mistura.
No ponto colocado transversalmente a plataforma continental (Figura 4.22E)
vemos um padrão de variabilidade temporal bastante similar ao perfil localizado ao sul.
Porém, o campo de velocidade longitudinal ao perfil (Figura 4.22F) indica o padrão
típico de circulação transversal dirigida pelo vento em plataformas continentais, onde a
circulação na camada de Ekman de superfície é balanceada pelo fluxo de ajuste na
camada de fundo. Os menores (maiores) valores de salinidade observados neste perfil
estão associados a velocidades positivas (negativas).
A correlação entre a salinidade e as velocidades longitudinais nos perfis verticais
(P1, P2 e P3) foi analisada em diferentes escalas de tempo pela aplicação de análises
espectrais cruzadas bi-dimensionais utilizando o método de ondaletas. As análises
foram realizadas considerando processos de escalas temporais distintas, onde no
primeiro caso foram investigados os processos com escalas temporais maiores que 20
dias e menores que 365 dias. No segundo caso somente os processos com escalas
menores que 20 dias foram analisados.
Analisando o espectro cruzado da salinidade e velocidade no ponto P1 (Figura
4.23A) em escalas de tempo mais longas, podemos observar a maior correlação entre as
variáveis ocorrendo em escalas sazonais, com valores máximos ocorrendo entre 250 e
500 dias, sendo modulada por perturbações de menores níveis energéticos e escalas
temporais. Analisando o espectro cruzado da salinidade e velocidade no ponto P1
(Figura 4.24A) em escalas de tempo mais curtas, vemos a correlação entre as variáveis
ocorrendo de maneira inversa ao anterior, com valores máximos nos primeiros 250 dias
e nos últimos 180 dias do estudo.
A análise da variância média ao longo da vertical integrada em todo o tempo de
estudo (Figuras 4.23B e 4.24B) indica que em ambas as escalas de tempo, a correlação
significativa entre as variáveis ocorre nos primeiros 3 m de profundidade. As séries
temporais de variância média das análises ao longo de todas as profundidades (Figuras
4.23C e 4.24C) indicam um caráter complementar, onde, as maiores correlações em
escalas menores que 20 dias ocorrem em períodos de maior disponibilidade de águas,
enquanto, a maior contribuição dos eventos de descarga fluvial para o padrão de
circulação aparece durante os períodos mais secos.
157
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.23. Análise espectral cruzada para eventos de escala temporal maiores que 20 e
menores que 365 dias, ao longo da vertical, entre as séries temporais de salinidade e
velocidade de corrente no ponto P1 (A). O contorno preto indica o nível de 95% de confiança.
Variância média da análise ao longo de todo o tempo (B) e série temporal da variância média
da análise ao longo de todas as profundidades (C). A linha preta pontilhada indica o nível de
95% de confiança.
Figura 4.24. Análise espectral cruzada para eventos de escala temporal menor que 20 dias, ao
longo da vertical, entre as séries temporais de salinidade e velocidade de corrente no ponto P1
(A). O contorno preto indica o nível de 95% de confiança. Variância média da análise ao longo
de todo o tempo (B) e série temporal da variância média da análise ao longo de todas as
profundidades (C). A linha preta pontilhada indica o nível de 95% de confiança.
158
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A maior contribuição das correntes (em escalas temporais menores que 20 dias)
para a manutenção das menores salinidades do ponto P1 é observada durante os
períodos de maior disponibilidade de águas de origem continental na região (primeiros
250 dias e últimos 180 de estudo). Nestes períodos, as águas de origem continental
podem ser melhores distribuídas ao longo da plataforma continental por condições de
ventos favoráveis (ventos de quadrante norte). Por outro lado, durante os períodos de
menor disponibilidade de águas de origem continental da região (entre 250 e 550 dias)
aparecem às maiores correlações entre as variáveis em escalas sazonais e anuais
respondendo as condições eventuais de descarga associadas a este período, e que nem
sempre estão associadas à ocorrência de ventos de quadrante norte.
O espectro cruzado da salinidade e velocidade no ponto P2 (Figura 4.25A) em
escalas de tempo mais longas indica um padrão de variabilidade um pouco diferente do
observado no ponto P1. Podemos notar que existe correlação entre as variáveis nestas
escalas de tempo durante praticamente todo o período de estudo na forma de uma
sobreposição de perturbações de escalas intra-sazonais, sazonais e do ciclo anual. Em
escalas temporais mais curtas (menores que 20 dias), o espectro cruzado da salinidade e
velocidade no ponto P2 (figura 4.26A) indica um padrão similar ao observado no ponto
P1, com maiores valores ocorrendo no primeiro ano e no fim do segundo ano de estudo.
Entretanto, alguns ciclos que são mais energéticos quando observados no ponto P1 são
observados com menores níveis de energia no ponto P2 devido a sua orientação com
relação à desembocadura da Lagoa dos Patos.
A variância média ao longo da vertical integrada em todo o tempo de estudo
(Figuras 4.25B e 4.26B) indica que em ambas as escalas de tempo, a maior correlação
entre as variáveis ocorre nos primeiros 2 m de profundidade, indicando menor
influência das águas de origem continental nesta região. As séries temporais de
variância média das análises (Figuras 4.25C e 4.26C) ao longo de todas as
profundidades indicam algum grau de complementaridade entre os processos físicos
observados em diferentes escalas temporais observados nas análises de espectro
energético, assim como no ponto P1. Entretanto, ocorrem condições em que existe alta
correlação entre as variáveis em diferentes escalas de tempo durante o mesmo período
(primeiros 300 dias), pois a ocorrência de baixas salinidades no ponto P2 está associada
à disponibilidade de águas de origem continental associada a condições de velocidades
favoráveis (positivas) que são atribuídas à passagem de frentes meteorológicas na
região.
159
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.25. Análise espectral cruzada para eventos de escala temporal maiores que 20 e
menores que 365 dias, ao longo da vertical, entre as séries temporais de salinidade e
velocidade de corrente no ponto P2 (A). O contorno preto indica o nível de 95% de confiança.
Variância média da análise ao longo de todo o tempo (B) e série temporal da variância média
da análise ao longo de todas as profundidades (C). A linha preta pontilhada indica o nível de
95% de confiança.
Figura 4.26. Análise espectral cruzada para eventos de escala temporal menor que 20 dias, ao
longo da vertical, entre as séries temporais de salinidade e velocidade de corrente no ponto P2
(A). O contorno preto indica o nível de 95% de confiança. Variância média da análise ao longo
de todo o tempo (B) e série temporal da variância média da análise ao longo de todas as
profundidades (C). A linha preta pontilhada indica o nível de 95% de confiança.
160
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
161
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.27. Dados de ventos de Reanálise (A) e imagem de cor verdadeira (B) para o dia 13
de setembro de 2002. Dados de ventos de Reanálise (C) e imagem de cor verdadeira (D) para
24 de setembro de 2002. Dados de ventos de Reanálise (E) e imagem de cor verdadeira (F)
para 15 de novembro de 2005.
162
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
163
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 4.2. Parâmetros aplicados nos cálculos do esquema de classificação dinâmica obtidos
pelos resultados do modelo (X) ou de outra fonte (G95- Garvine (1995)).
Parâmetro Valor Fonte
(unidade)
Latitude 32ºS X
Fluxo médio ao longo da costa 0.12 m s-1 X
Extensão da pluma ao longo da costa 90411 m X
Extensão da pluma transversal a costa 32165 m X
Profundidade média da pluma 5m X
Diferença de densidade da superfície ao fundo no canal de 16 kg m-³ X
acesso
Tensão média de cisalhamento do vento 0.0035 N m-² X
Coeficiente de fricção 0.0001 m s-1 G95
Aceleração da gravidade 9.81 m s-1 X
164
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 4.4. Balanço de momento (não dimensional) obtido a partir dos parâmetros
adimensionais calculados neste trabalho para a Lagoa dos Patos e baseado no esquema de
classificação de Garvine (1995).
Direção Advecção Coriolis Gradiente de Tensão do Tensão de
Pressão vento fundo
Ao longo da 0.0025 0.1411 1 0.2928 0.1029
costa
Transversal a 0.0003 0.1411 1 0.1042 0.0130
costa
165
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.28. Mapa do número de Froude médio ao longo dos 688 dias de simulação.
166
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Plumas que possuem valores de dissipação menores que 0.125 com números de
Froude que se localizam abaixo da reta são classificados como subcríticas difusivas. Por
outro lado, plumas com valores de dissipação menores que 0.125 e números de Froude
localizados acima da reta são classificadas como supercríticas difusivas. Plumas
difusivas têm um caráter altamente dissipativo e sua propagação ao longo da costa são
reduzidas, de forma que se tornam mais largas, pois os processos de mistura ocorrem de
forma mais eficiente.
O valor médio calculado para todo o período de simulação, indicado pelo ponto
preto na Figura 4.29A indica um padrão subcrítico, que corrobora a análise qualitativa
que pode ser realizada pela observação direta do campo médio de salinidade da Figura
4.12. O gráfico de freqüência de ocorrência dos tipos de plumas observadas segundo o
esquema de classificação definido indica que 82% da ocorrência são de plumas
subcríticas, somando apenas 17% para as plumas do tipo difusivas.
167
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
altos durante todo o período, indicando um caráter pouco dissipativo durante maior
parte do período analisado. Pois, quanto maior o a razão entre as velocidades de
propagação de fase de ondas internas entre campo distante da pluma e a boca do
estuário, menor a dissipação de energia.
Durante alguns períodos, que estão normalmente associados a picos de descarga
que ocorrem em escalas mais curtas de tempo (ciclos de 30 a 60 dias), vemos os
menores valores do parâmetro de dissipação, indicando um caráter mais dissipativo para
as plumas que ocorrem durante estes períodos. De forma a ilustrar os tipos e formas que
a pluma costeira da Lagoa dos Patos pode assumir, foram selecionados três plumas que
ocorreram nos dias 21, 126 e 127 de simulação para ilustrar a ocorrência de plumas
supercríticas difusivas, subcríticas difusivas e subcríticas, respectivamente (Figuras
4.31A, 4.31B e 4.31C).
168
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
descarga da laguna são: baixos números de Froude, grande espalhamento radial e pouca
diferenciação entre sua zona de giro e a região da cabeça.
Estas características são típicas de plumas subcríticas e/ou altamente difusivas.
A Figura 4.31 mostra exemplos em que podemos observar estas características
acompanhando a isolinha menor que 28.5 (linha amarela), que dá um indicativo da zona
de frente da pluma. A pluma supercrítica difusiva (Figura 4.31A) mostra alguma
diferença de largura entre e a região próxima a desembocadura e a cabeça. As plumas
subcríticas mostram um espalhamento radial mais bem definido, como no caso da
subcrítica difusiva (Figura 4.31B). A pluma subcrítica, mais típica para o caso da Lagoa
dos Patos, mostra uma menor taxa de dissipação e por conseqüência um maior
espalhamento ao longo da costa (Figura 4.31C) comparada com a pluma subcrítica
difusiva. Também é possível observar que em todos os casos não se estabelece uma
corrente costeira bem formada, e muito menos persistente, visto que esta pluma tem seu
comportamento fortemente controlado pela ação local do vento.
Figura 4.31. Mapas de salinidade superficial. Caso de uma pluma supercrítica difusiva (A)
para o dia 21. Caso de uma pluma subcrítica difusiva (B) para o dia 126. Caso de uma pluma
subcrítica (C) para o dia 127.
169
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
170
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.32. Série temporal de anomalia de energia potencial φt no ponto 1 (normalizada para
o máximo valor de φt = 7.14x10-4 W m-³) e a intensidade do vento utilizada para a análise de
ondaletas cruzada (A), assim como o espectro local de potência de ondaletas das séries
temporais utilizando a ondaleta de Morlet (B). O contorno preto indica regiões com mais de
95% de confiança para um ruído-vermelho com um coeficiente de atraso de 0.72. A linha
pontilhada indica o cone de influência onde os efeitos da borda se tornam importante. O
espectro de ondaletas global (C) das séries temporais e a linha pontilhada indicam o nível de
95% de confiança. Série temporal de anomalia de energia potencial φt no ponto 2 (normalizada
para o máximo valor de φt = 3.12x10-5 Wm-³) e a intensidade do vento utilizada para a análise
de ondaletas cruzada (D), assim como o espectro local de potência de ondaletas das séries
temporais utilizando a ondaleta de Morlet (E). O contorno preto indica regiões com mais de
95% de confiança para um ruído-vermelho com um coeficiente de atraso de 0.72. A linha
pontilhada indica o cone de influencia onde os efeitos da de borda se tornam importantes. O
espectro de ondaletas global (F) das séries temporais e a linha pontilhada indica o nível de
95% de confiança.
171
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.33. Serie temporal de anomalia de energia potencial φt no ponto 1 (normalizada para
o máximo valor de φt = 7.14x10-4 Wm-³) e a descarga fluvial utilizada para a análise de
ondaletas cruzada (A), assim como o espectro local de potência de ondaletas das séries
temporais utilizando a ondaleta de Chapéu Mexicano (B). O contorno preto indica regiões com
mais de 95% de confiança para um ruído-vermelho com um coeficiente de atraso de 0.25. A
linha pontilhada indica o cone de influencia onde os efeitos da de borda se tornam importantes.
O espectro de ondaletas global (C) das series temporais e a linha pontilhada indica o nível de
95% de confiança. Serie temporal de anomalia de energia potencial φt no ponto 2 (normalizada
para o máximo valor de φt = 3.12x10-5 Wm-³) e a descarga fluvial utilizada para a análise de
ondaletas cruzada (D), assim como o espectro local de potência de ondaletas das séries
temporais utilizando a ondaleta de Morlet (E). O contorno preto indica regiões com mais de
95% de confiança para um ruído-vermelho com um coeficiente de atraso de 0.25. A linha
pontilhada indica o cone de influencia onde os efeitos da de borda se tornam importantes. O
espectro de ondaletas global (F) das series temporais e a linha pontilhada indica o nível de
95% de confiança.
172
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
173
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.34. A covariância entre os vários termos na equação 2.79a e φt como calculada da equação 2.78. A auto variância de φt é proporcional ao
quadrado da amplitude (A), SUMT indica a soma dos primeiros nove termos na equação 1.4 (B) e AS indica a soma dos primeiros 4 termos da equação 2.79a
(C). A escala de cores é apresentada em escalas logarítmica de base 2 de forma a melhorar a visualização. As linhas pretas indicam as isolinhas de 24 e 26
isolinhas médias no tempo para a superfície (média sobre 688 dias). A escala de tempo utilizada nas análises é de 685 dias com um passo de tempo de 5 dias.
174
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.35. A covariância entre os vários termos na equação 2.79a e φt como calculada da equação 2.78. A auto variância de φt é proporcional ao
quadrado da amplitude (A), SUMT indica a soma dos primeiros nove termos na equação 1.4 (B) e AS indica a soma dos primeiros 4 termos da equação 2.79a
(C). A escala de cores é apresentada em escalas logarítmica de base 2 de forma a melhorar a visualização. As linhas pretas indicam as isolinhas de 24 e 26
isolinhas médias no tempo para a superfície (média sobre 688 dias).A escala de tempo utilizada nas análises é de 675 dias com um passo de tempo de 15
dias.
175
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.36. A covariância entre os vários termos na equação 2.79a e φt como calculada da equação 2.78. A auto variância de φt é proporcional ao
quadrado da amplitude (A), SUMT indica a soma dos primeiros nove termos na equação 1.4 (B) e AS indica a soma dos primeiros 4 termos da equação 2.79a
(C). A escala de cores é apresentada em escalas logarítmica de base 2 de forma a melhorar a visualização. As linhas pretas indicam as isolinhas de 24 e 26
isolinhas médias no tempo para a superfície (média sobre 688 dias). A escala de tempo utilizada nas análises é de 660 dias com um passo de tempo de 30
dias.
176
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
177
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 4.5. Parâmteros de covariância e correlação entre cada um dos termos individuais da
equação 2.79a e a série temporal de anomalia de energia potencial (PHI) nos três pontos
considerando um período de análise de 685 dias com um passo de tempo de 5 dias. Os termos
mais importantes são colocados em realce.
Ponto 1 Ponto 1 Ponto2 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 3
Termo Covariância Correlação Covariância Correlação Covariância Correlação
PHI +5.698 +100 +0.267 +100 +0.736 +100
SUMT +5.697 +99 +0.266 +99 +0.735 +99
AS -0.092 -06 +0.338 +95 +0.534 +62
Sx -0.427 -32 -0.040 -75 +0.088 +27
Sy -0.068 -43 +0.164 +88 +0.104 +18
Ax +0.560 +53 -0.176 -75 +0.400 +23
Ay -0.156 -36 +0.390 +90 -0.059 -03
Nx +0.491 +33 +0.068 +81 -0.091 -25
Ny +0.121 +32 -0.212 -86 -0.108 -16
Cx +0.040 +17 -0.033 -31 -0.071 -08
Cy +0.860 +77 +0.115 +66 +0.448 +45
Wz +4.275 +97 -0.010 -66 +0.022 +31
178
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
179
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 4.6. Parâmetros de covariância e correlação entre cada um dos termos individuais da
equação 2.79a e a série temporal de anomalia de energia potencial (PHI) nos três pontos
considerando um período de análise de 675 dias com um passo de tempo de 15 dias. Os termos
mais importantes são colocados em realce.
Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 3
Termo Covariância Correlação Covariância Correlação Covariância Correlação
PHI +5.559 +100 +0.203 +100 +0.546 +100
SUMT +5.558 +99 +0.202 +99 +0.545 +99
AS -0.137 -14 +0.242 +94 +0.570 +89
Sx -0.310 -31 -0.020 -57 +0.105 +44
Sy -0.057 -40 +0.103 +87 +0.126 +33
Ax +0.320 +44 -0.105 -59 +0.274 +23
Ay -0.090 -28 +0.265 +85 +0.064 +05
Nx +0.352 +31 +0.045 +67 -0.109 -40
Ny +0.098 +29 -0.135 -82 -0.127 -30
Cx +0.054 +33 -0.008 -15 -0.076 -18
Cy +0.855 +74 +0.065 +61 +0.277 +50
Wz +4.335 +97 -0.007 -60 +0.010 +25
180
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 4.7. Parâmetros de covariância e correlação entre cada um dos termos individuais da
equação 2.79a e a série temporal de anomalia de energia potencial (PHI) nos três pontos
considerando um período de análise de 660 dias com um passo de tempo de 30 dias. Os termos
mais importantes são colocados em realce.
Ponto 1 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 3
Termo Covariância Correlação Covariância Correlação Covariância Correlação
PHI +5.276 +100 +0.164 +100 +0.571 +100
SUMT +5.275 +99 +0.162 +99 +0.570 +99
AS +0.045 +05 +0.214 +95 +0.602 +93
Sx -0.034 -03 -0.034 -81 +0.193 +67
Sy -0.066 -49 +0.113 +91 +0.036 +09
Ax +0.193 +32 -0.169 -80 +0.662 +47
Ay -0.045 -16 +0.305 +91 -0.289 -24
Nx +0.024 +02 +0.067 +84 -0.215 -64
Ny +0.013 +44 -0.160 -89 -0.021 -05
Cx +0.078 +45 -0.035 -62 -0.033 +09
Cy +0.820 +69 +0.085 +75 +0.162 +30
Wz +4.170 +96 -0.009 -68 +0.009 +23
181
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.37. Esquema que resume os termos (Advecção e Deformação dos campos de
densidade) que são dominantes no controle dos processos de mistura e estratificação da pluma
costeira da Lagoa dos Patos considerando escalas de tempo associadas a influência dos ventos
(processos de 5 e 15 dias) e a influência da descarga fluvial (processos de 30 dias). Na
legenda: Wz indica a advecção vertical; Sx e Sy a deformação dos campos ao longo e
transversalmente a costa; e Ax e Ay a advecção ao longo e transversalmente a costa.
182
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
183
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.39. Salinidade na camada superficial do modelo para os dias 220 (A) e 390 (B). Perfis
verticais de salinidade e velocidade para os dias 220 (C), 390 (D). A linha branca indica a
posição do perfil vertical que liga os pontos 1 e 2 utilizados nas análises anteriores.
184
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
185
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
costeira, podendo alcançar -2.5 x 105 ton dia-1 nos períodos de descarga mais intensa.
Durante todo o período também podem ser observadas pequenas taxas de importação de
material, indicando que o material em suspensão previamente exportado para a zona
costeira eventualmente é reintroduzido devido a um processo de enchente de mais curto
período causado pela ação de ventos de quadrante sul.
A integração no tempo da série temporal de transporte de massa indica que a
Lagoa dos Patos exportou para a zona costeira cerca de -2.28x107 ton de materiais em
suspensão durante o período estudado (606 dias), resultado em uma taxa anual de
material da ordem de -1.37x107 ton ano-1 (Tabela 4.8).
Figura 4.40. Mapa de concentração média de material em suspensão ao longo dos 606 dias de
simulação para a seção da desembocadura da Lagoa dos Patos.
186
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Tabela 4.8. Massa total de material exportado pela Lagoa dos Patos para a zona costeira
adjacente e a taxa anual de material exportado. Valores negativos indicam exportação.
187
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
188
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.43. Fluxo de erosão médio na plataforma continental interna do Sul do Brasil após
606 dias de simulação. A escala de cores é mostrada como logarítmica natural de forma a
melhorar a visualização.
Figura 4.44. Fluxo de deposição médio na plataforma continental interna do Sul do Brasil após
606 dias de simulação. A escala de cores é mostrada como logarítmica natural de forma a
melhorar a visualização.
Como nesta região também são observados em média altos fluxos de erosão, o
padrão de deposição de sedimentos é resultado da competição entre os dois fatores. Na
região costeira, fluxos de deposição da ordem de 10-8 kg m-2s-1 são observados ao sul do
canal de acesso, principalmente na região mais abrigada. Fazendo uma rápida conversão
189
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
é possível notar que, em média, fluxos de 0.21 a 1.3 kg m-2ano-1 podem ser observados
nas regiões mais criticas da zona costeira. Ao longo desta área também ocorrem zonas
onde é possível observar altos fluxos de erosão e deposição. O padrão de deposição
também resulta da competição destes fatores.
Figura 4.45. Percentual de silte na plataforma continental interna do Sul do Brasil após 606
dias de simulação. A escala de cores é mostrada como logarítmica natural de forma a melhorar
a visualização. P1 e P2 indicam pontos onde serão analisadas séries temporais de fluxo de
deposição.
190
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
no fundo que varia de 0.1 a 1 mm. Junto à desembocadura, ocorre uma região de
evolução positiva do fundo mais significativa (valores maiores que 2.5 mm). Entretanto,
não se observa uma contribuição tão significativa proveniente do enriquecimento por
silte nesta área (Figura 4.45). Este resultado sugere que esta evolução positiva do fundo
está associada à soma dos efeitos de deposição de silte trazido pela pluma costeira da
Lagoa dos Patos e o transporte de fundo (bed load) de areia fina do baixo estuário.
Figura 4.46. Evolução de fundo na plataforma continental interna do Sul do Brasil após 606
dias de simulação.
191
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
temporais de intensidade dos ventos e fluxo de deposição para dois pontos (ver Figura
4.45) na zona costeira adjacente (Figuras 4.47A e 4.48A).
Analisando diretamente as séries temporais de fluxo de deposição e intensidade
dos ventos, é possível observar a ocorrência de picos de deposição ocorrendo em escalas
de vários dias, além de um padrão de mais longo período, que parece estar associado à
disponibilidade de águas continentais e materiais em suspensão na zona costeira. Pela
análise do espectro local de ondaletas (Figuras 4.47B e 4.48B) vemos que no período de
maior disponibilidade de sedimentos em suspensão na zona costeira (entre os dias 100 e
320 e após o dia 450), existe uma relação bem definida entre a intensidade dos ventos e
a deposição dos sedimentos na zona costeira adjacente, com ciclos que ocorrem entre 2
e 16 dias.
Embora as duas regiões pareçam sujeitas as mesmas condições de vento durante
o processo de deposição inicial de sedimentos, na região mais distante da
desembocadura (ponto 2), eventos de deposição de menor intensidade ocorrem também
durante períodos de menor disponibilidade de sedimentos. Estes podem estar associados
à advecção intermitente deste material para a região mais ao sul durante condições
favoráveis e mais duradouras de ventos de quadrante norte, que acabam por preceder as
mudanças de direção nos ventos que estão associadas a condições de baixas
intensidades de corrente. A análise da série temporal de variância média para períodos
menores 20 dias confirma esta constatação (Figuras 4.47D e 4.48D), indicando que nos
períodos de maior disponibilidade de sedimentos (entre os dias 200 e 330) ocorrem
importantes eventos de deposição de sedimentos nos dois pontos da zona costeira.
Entretanto, durante os eventos de menor disponibilidade de sedimentos (entre dias 100 e
200) eventos significativos ocorrem somente na região mais afastada.
192
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.47. Série temporal de fluxo de deposição no ponto 1 (figura 4.45) e a intensidade do
vento utilizada para a análise de ondaletas cruzada (A), assim como o espectro local de
potência de ondaletas das séries temporais utilizando a ondaleta de Morlet (B). O contorno
preto indica regiões com mais de 95% de confiança para um ruído-vermelho com um
coeficiente de atraso de 0.72. A linha pontilhada indica o cone de influência onde os efeitos da
de borda se tornam importantes. O espectro de ondaletas global (C) das séries temporais e a
linha pontilhada indica o nível de 95% de confiança.
Figura 4.48. Série temporal de fluxo de deposição no ponto 2 (figura 4.45) e a intensidade do
vento utilizada para a análise de ondaletas cruzada (A), assim como o espectro local de
potência de ondaletas das séries temporais utilizando a ondaleta de Morlet (B). O contorno
preto indica regiões com mais de 95% de confiança para um ruído-vermelho com um
coeficiente de atraso de 0.72. A linha pontilhada indica o cone de influência onde os efeitos da
de borda se tornam importantes. O espectro de ondaletas global (C) das séries temporais e a
linha pontilhada indica o nível de 95% de confiança.
193
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.49. Intensidade e direção dos ventos (A), concentração do material em suspensão
(primeiro nível acima do fundo) e velocidade de corrente (B), rotacional do campo de
velocidade (C) e perfil vertical de concentração do material em suspensão (D) para o dia 265.
A linha branca indica a posição do perfil vertical utilizado para as análises.
194
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
ocorrência do vórtice ao sul do canal de acesso, sendo indicado por regiões onde o
rotacional é negativo (vórtice ciclônico).
Figura 4.50. Intensidade e direção dos ventos (A), concentração do material em suspensão
(primeiro nível acima do fundo) e velocidade de corrente (B), rotacional do campo de
velocidade (C) e perfil vertical de concentração do material em suspensão (D) para o dia 283.
Figura 4.51. Intensidade e direção dos ventos (A), concentração do material em suspensão
(primeiro nível acima do fundo) e velocidade de corrente (B), rotacional do campo de
velocidade (C) e perfil vertical de concentração do material em suspensão (D) para o dia 316.
195
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Na região mais protegida, atrás do molhe oeste, vemos uma região onde o
rotacional é positivo, indicando a formação de um pequeno vórtice anti-ciclônico que
fica aprisionado. A seção vertical de concentração de material em suspensão e
velocidade de corrente (Figuras 4.49D, 4.50D e 4.51D) indica o padrão de deposição
gerado pelas condições hidrodinâmicas da região, onde as maiores velocidades verticais
são observadas justamente na região onde o vórtice ciclônico é encontrado (região de
rotacional negativo). Na região mais protegida, onde a condição de vorticidade anti-
ciclônica é observada, os sedimentos ficam trapeados pela zona de re-circulação
formada na parte mais externa, o que dificulta a ressuspensão ou transporte destes
sedimentos mais para o sul.
Figura 4.52. Diagrama esquemático que mostra os mecanismos de circulação que condicionam
a deposição inicial de sedimentos finos na região adjacente ao sul da desembocadura da Lagoa
dos Patos durante a ocorrência de ventos de quadrante norte.
A análise dos resultados mostrados nas Figuras 4.49, 4.50 e 4.51 nos permite
criar um modelo esquemático conceitual sobre as condições físicas que contribuem para
o padrão de deposição inicial de sedimentos junto a zona costeira adjacente ao sul da
desembocadura da Lagoa dos Patos (Figura 4.52).
Vemos que ventos de quadrante norte condicionam o transporte em direção a
sudoeste nesta região, e conforme as linhas de corrente contornam os molhes do canal
de acesso a Lagoa dos Patos, ocorre à formação de uma zona de recirculação ao sul do
molhe oeste. Estas zonas de recirculação condicionam uma situação de altas velocidades
verticais e intenso fluxo de deposição na região do giro ciclônico, e condições de
196
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
trapeamento na região mais protegida junto à raiz do molhe onde os sedimentos ficam
retidos na zona de frente durante o evento onde acabam se depositando.
Finalmente vamos realizar a análise da evolução dos processos de deposição ao
longo da zona costeira adjacente ao sul da desembocadura da Lagoa dos Patos
acompanhando a evolução dos ventos (Figura 4.53) e da concentração do material em
suspensão (Figura 4.54) dos dias 265 a 270, representando a passagem de uma frente
fria sobre a região. Neste período podemos observar à evolução do vento que
inicialmente tem intensidade moderada a forte e direção de nordeste (Figura 4.53A), um
dia depois tem sua intensidade reduzida (Figura 4.53B) até que muda para leste com
intensidade muito baixa (Figura 4.53C). No quarto dia sua direção volta a ser de
nordeste com baixa intensidade (Figura 4.53D), virando para noroeste (Figura 4.53E)
com fracas intensidades no quinto dia, até que muda para sudoeste com intensidade de
moderada a forte no último dia (Figura 4.53F).
Analisando as seções de concentração de material em suspensão e velocidades
de corrente, é possível observar que no primeiro dia ocorre a condição ideal para a
deposição de sedimentos na região próxima a desembocadura (Figura 4.54A), com
ventos fortes de nordeste intensificando as velocidades verticais descendentes.
Conforme o vento enfraquece no segundo dia, a padrão de deposição permanece, mas
com menor intensidade (Figura 4.54B). A condição de vento de leste no terceiro dia
contribui para a ocorrência de re-suspensão ao longo da seção e aprisionamento de
águas na região próxima ao canal de acesso Figura 4.54C. A situação observada para o
quarto dia é similar a do primeiro, porém, devido às menores intensidades dos ventos,
são observadas menores intensidades da velocidade vertical (Figura 4.54D), e por
conseqüência menores taxas de deposição.
197
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.53. Intensidade e direção dos ventos para os dias 265 (A), 266 (B), 267 (C), 268 (D), 269 (E) e 270 (F), representando a passagem de uma frente
fria sobre a região.
198
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Figura 4.54. Concentração do material em suspensão e intensidade e direção da corrente para o perfil ao longo da zona costeira para os dias 265 (A), 266
(B), 267 (C), 268 (D), 269 (E) e 270 (F).
199
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
200
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
DISCUSSÃO
201
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
202
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
menor freqüência. Os ciclos de escalas temporais mais longas (de escalas intra-sazonais
a anuais) ocorrem independentemente do processo inter-anual que esteja influenciando
o período, de forma que o processo inter-anual contribuirá somente para intensificar ou
enfraquecer a ocorrência dos anteriores.
A influência dos ventos para o padrão de vazante do sistema ocorre em escalas
temporais que variam desde 2 até 18 dias. Entretanto, os processos mais importantes, ou
mais energéticos, nestas escalas de tempo são os de períodos maiores que 8 dias. No
período estudado, a contribuição dos ventos para a vazante do sistema (ventos do
quadrante norte) foi considerada mais importante no primeiro ano de estudo (ano de
1998) devido a ocorrência do fenômeno El Niño. Barros et al. (2002) e Silvestrini
(2004) atribuíram as altas anomalias de precipitação sobre a região Sul da América do
Sul e as anomalias de ventos de nordeste sobre o Atlântico sudoeste durante anos de El
Niño a intensificação da porção oeste do centro de alta pressão do oceano Atlântico Sul.
Entretanto, de acordo com as análises feitas neste trabalho, foi possível constatar
que o padrão de variabilidade da região da desembocadura do canal de acesso, e por
conseqüência a formação da pluma costeira da Lagoa dos Patos, é controlada
principalmente pelo padrão de variabilidade da descarga fluvial, de forma que a ação
local dos ventos atua de forma complementar. Nos períodos de alta disponibilidade de
águas de origem continental, a ação favorável dos ventos, como no ano de 1998,
contribui para os maiores eventos de vazante do sistema de forma que maiores plumas
serão formadas na zona costeira. Nestes períodos, nem sempre a ação de ventos
desfavoráveis impede a formação de plumas. Por outro lado, durante os períodos de
menor disponibilidade de águas, como no início do ano de 1999, a contribuição de
ventos favoráveis a vazante do sistema é fundamental para a formação das plumas de
maior escala. Nestes períodos, ventos desfavoráveis certamente irão proporcionar a
salinização do estuário.
A intensidade da descarga fluvial pode controlar o tamanho da pluma de água
doce formada (Dinnel et al., 1990), determinando por conseqüência a contribuição dos
efeitos de rotação da Terra para sua expansão. A influência da inclinação do canal de
acesso com relação à zona costeira (Garvine, 1982) e a própria variabilidade de longo
período na descarga fluvial (Garvine, 1991) também podem ser determinantes no
controle da posição da frente e distribuição de propriedades. Desta forma, uma mesma
fonte de descarga fluvial pode forçar a expansão de plumas estruturalmente diferentes e
que podem ser diferentemente influenciadas pelos processos físicos.
203
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
204
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
marés para produzir a estrutura esperada para a pluma. Chao (1990) e Garvine (1999)
também observaram a redução do gradiente de salinidade, e um espalhamento radial
mais realístico da pluma com um aumento de sua área superficial sob a ação das marés.
Nestas condições, a estrutura vertical da pluma ao longo da plataforma
continental após 180 dias de simulação apresentou um comportamento assimétrico, com
uma fraca tendência de espalhamento em direção ao norte. As correntes de maré
geraram um efeito residual que tende a aumentar a circulação vertical junto à
desembocadura da Lagoa dos Patos, promovendo a mistura e intensificando o transporte
de águas continentais ao longo da costa. As correntes de maré ainda contribuíram para o
espalhamento da pluma transversalmente a costa, reduzindo a estratificação vertical em
direção ao oceano e aumentando em direção a costa.
Zimmerman (1981) e Chao (1990) mostraram que canais onde ocorre a interação
entre a plataforma continental e o estuário são regiões caracterizadas pela circulação
não-linear e dominadas por vórtices ciclônicos e anti-ciclônicos em cada um dos lados
do canal, sendo controlados pelo regime de vazante e enchente. Chao (1990) comentou
que a força de Coriolis pode intensificar os vórtices anti-ciclônicos, contribuindo para a
geração de assimetria. Diversos autores comentam que a ação das marés contribui para
o aumento dos processos de mistura, reduzindo a estratificação de salinidade
(O’Donnel, 1990; Pritchard, 2000, Guo e Valle-Levinson (2007), entre outros). Guo e
Valle-Levinson (2007) verificaram que a influência das marés intensifica a mistura e
enfraquece a estratificação junto à entrada da Baía de Chesapeake, resultando no
decréscimo de gradientes verticais.
A influência de ventos de quadrante sul induz o transporte da pluma em direção
ao nordeste. Nestas condições, a intensidade da circulação vertical é reduzida, a
advecção horizontal é dominante e condições bem misturadas são observadas
verticalmente ao longo e transversalmente a costa. Por outro lado, ventos de quadrante
norte podem contribuir diferentemente para o transporte da pluma. Ventos de nordeste
contribuem para o espalhamento da pluma em direção ao sudoeste e em direção ao
oceano aberto. A influência dos ventos intensifica a estratificação vertical junto à boca
da Lagoa dos Patos, induzindo o deslocamento das águas de origem continental ao
longo da costa. Estas condições de ventos intensificam os processos de ressurgência,
espalhando a pluma e intensificando a estratificação vertical em direção ao oceano
aberto.
205
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
206
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
207
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
plumas formadas na baía do Sul da Califórnia devido a ação local dos ventos em escalas
curtas de tempo. Lihan et al. (2008) estudaram a pluma do rio Tokachi utilizando
imagens de sensores remotos e observaram a resposta dos efeitos do vento, vórtices
próximos a costa e correntes superficiais controlando o seu destino em escalas de tempo
sazonais. Xia et al. (2007) utilizaram modelagem numérica para investigar a
importância da ação local dos ventos na reversão da direção dominante da pluma do
cabo Fear, assim como a importância de fortes ventos na intensificação dos processos de
mistura vertical.
A pluma costeira da Lagoa dos Patos é uma pluma de média escala que tem seu
comportamento dominado em curtas escalas de tempo pela ação local do vento
(Marques et al., 2009). A pluma se desenvolve em uma região onde a estratificação
pode mudar rapidamente e apresenta um comportamento cinemático distinto com
relação à influência da pluma do rio da Prata. Burrage et al. (2008) investigaram a
interação da pluma costeira da Lagoa dos Patos e a pluma do Rio da Prata em
condições de inverno (no ano de 2003) e condições de verão (no ano de 2005). Estes
autores verificaram que a pluma do rio da Prata é altamente assimétrica, com um
desenvolvimento ao longo da costa em direção ao norte e um comportamento dinâmico
similar a uma corrente costeira dirigida por gradientes de densidade, na qual ocorre um
balanço quase geostrófico na direção transversal a costa. Por outro lado, estes autores
verificaram que a pluma da Lagoa dos Patos, manteve sua integridade com uma
condição relativamente simétrica, ageostrofica, e dominada pela fricção com um
significativo desenvolvimento transversal a costa e moderado desenvolvimento ao longo
da costa. Portanto, os resultados apresentados neste trabalho, bem como, os obtidos por
estes autores indicam que o destino final da pluma costeira da Lagoa dos Patos é
dominado pela ação local dos ventos, e não pela circulação dirigida por gradientes de
densidade na zona costeira.
208
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
perfeitamente a formação de uma corrente costeira bem definida e com uma suave
tendência de propagação de águas de menores salinidades em direção ao sul. De acordo
com o esquema clássico de classificação de plumas proposto por Chao (1988a), esta
pluma se enquadra visualmente como a de um comportamento subcrítico.
As análises de EOF indicaram a dominância de dois principais modos para o
controle da variabilidade espacial desta pluma ao longo da plataforma continental
adjacente em escalas de poucos dias a um ano. As análises de variabilidade temporal
indicaram uma combinação de efeitos para o controle do primeiro modo de
variabilidade espacial e a dominância da influência dos ventos para o controle do modo
de variabilidade secundário. O primeiro modo explica cerca de 70% da variabilidade
espacial da pluma, e apresenta um padrão bastante semelhante ao campo médio de
salinidade observado. Este modo reflete a migração dominante da pluma costeira da
Lagoa dos Patos em direção ao sul ao longo da zona costeira.
Este padrão dominante de propagação pode ser interpretado pela combinação
entre a disponibilidade de águas de origem continental na zona costeira associados à
ação dominante de ventos de quadrante norte durante a maior parte do ano na região de
estudo. Havendo uma grande disponibilidade de águas de origem continental, a
influência dos ventos de quadrante norte é fundamental para o deslocamento da massa
de água para o sul, pois a contribuição do efeito rotacional nestas condições fornece
uma contribuição mais significativa, induzindo o transporte para o norte. Por outro lado,
durante eventos de descarga menos intensos, as plumas formadas são pouco
influenciadas pela rotação da Terra e não necessitam da contribuição dos ventos para se
deslocar em direção ao sul, seguindo a direção preferencial do canal de acesso.
O segundo modo, que explica 19% da variabilidade, indica duas regiões distintas
ao norte e ao sul da desembocadura da Lagoa dos Patos. Este padrão de variabilidade
sugere a migração intermitente da pluma em direção ao norte durante a ocorrência de
ventos de quadrante sul. Para este modo de variabilidade, a relação entre a
disponibilidade de águas de origem continental na zona costeira e a migração da pluma
em direção ao norte é direta. Durante os períodos de dominância de ventos de quadrante
sul que estejam associados à maior disponibilidade de águas de origem continental, a
influência mais significativa desta massa de água ao norte da desembocadura da Lagoa
dos Patos pode ser verificada. Por outro lado, nos períodos mais secos os ventos de
quadrante sul podem rapidamente misturar a massa de água influenciando menos a
região ao norte da desembocadura.
209
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
210
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A advecção das águas de origem continental influenciada ou não pela ação dos
ventos exerce uma influência direta mais efetiva na região localizada ao sul da
desembocadura, alcançando regiões mais profundas da coluna de água, enquanto, ao
norte esta influência é mais restrita, devido ao efeito de mistura associado à ação dos
ventos favoráveis ao transporte nesta direção.
211
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
212
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
213
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
214
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
215
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
216
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
217
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
218
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
219
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
destino dos sedimentos que entram nas regiões costeiras sendo transportados pela
descarga continental passa por quatro processos específicos de distribuição: suprimento
pelo transporte da pluma, deposição inicial, ressuspensão e transporte por processos
marinhos, e acumulação de longo período.
A deposição dos sedimentos ao longo da zona costeira depende primariamente
da disponibilidade dos mesmos, associada a condições favoráveis de ventos. Na região
adjacente a desembocadura da Lagoa dos Patos, os ventos de quadrante norte associados
à descarga de águas continentais e material em suspensão geram um padrão de
circulação que condiciona esta deposição. Durante períodos de ventos de quadrante
norte, as correntes de sudoeste formadas junto as costa, contornam os molhes gerando
zonas de recirculação ao sul dos mesmos. Nesta região, ocorre a formação de um vórtice
ciclônico (rotacional negativo) que intensifica as velocidades verticais, e por
conseqüência, a deposição inicial dos sedimentos em suspensão da pluma. Na região
mais abrigada, ao sul do canal de acesso, ocorre uma região de menor intensidade com
rotacional positivo, onde um pequeno vórtice anti-ciclônico normalmente se forma. Na
região de transição entre os dois, ocorre a formação de zonas de frente com maiores
concentrações de sedimentos e altas taxas de deposição.
Na região mais distante, ao sul da desembocadura, o padrão de deposição
depende da prévia advecção do material em suspensão proveniente da descarga
continental, associada a condições de mudanças na direção dos ventos (de quadrante
norte para o quadrante sul) para que ocorram condições de baixas velocidades
horizontais e haja uma intensificação da deposição dos sedimentos em suspensão. As
regiões influenciadas pela descarga fluvial são supridas por um contínuo transporte de
sedimentos finos, os quais são distribuídos ao longo da zona costeira por uma variedade
de processos (Wright e Nittouer, 1995; Wright e Friedrichs, 2006; Blaas et al., 2007;
Wang et al., 2007a; 2007b). De acordo com Wright e Nittouer (1995), o comportamento
e deposição inicial dos sedimentos da pluma dependem da razão de sedimentos para
descarga fluvial e dos fatores de mistura, como a tensão de cisalhamento do vento,
marés e altura de ondas. Geyer et al. (2004) e Wright e Friedrichs (2006) mostraram que
a diferença de densidade das águas continentais para as oceânicas induzem importantes
conseqüências na distribuição, transporte e destino final dos sedimentos de origem
continental.
A taxa na qual os sedimentos são inicialmente depositados nas regiões
adjacentes aos estuários, onde ocorre o espalhamento e desaceleração das plumas,
220
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
221
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
CONCLUSÕES
A plataforma continental do Sul do Brasil é uma região fortemente influenciada
pela descarga de origem continental. Nesta região, a descarga da Lagoa dos Patos
representa uma importante contribuição local para a dinâmica do ecossistema costeiro.
Neste sentido, o estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos foi
conduzido pela aplicação da modelagem numérica em combinação com dados de campo
e de sensoriamento remoto, de forma a contribuir para o melhor entendimento de seu
comportamento hidrodinâmico e sua influência para a dinâmica sedimentar observada
na região costeira adjacente.
222
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
223
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
224
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
225
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
226
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
227
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
228
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
REFERÊNCIAS
229
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
230
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Castelão, R. M., Möller, O. O., 2003. Sobre a circulação tri dimensional forçada por
ventos na Lagoa dos Patos. Atlântica 25(2):91-106.
Castelão, R. M., Möller, O. O., 2006. A modeling study of Patos Lagoon (Brazil) flow
response to idealized Wind and river discharge: Dynamical analysis. Brazilian Journal
of Oceanography. 54(1), 1-17.
Castello, J., Duarte, A., Möller, O. O., Niencheski, F., Odebredcht, C., Weiss, G.,
Habiaga, R., Bellotto, V., Kitzmann, D., Souto, C., Souza, R., Ciotti, A., Fillmann,
G., Schwingell, P., Bersano, J., Cirano, M., Freire, K., Lima, I., Mello, R.,
Monteiro, A., Resgalla, C., Soares, I., Suzuki, M. 1990. On the importance of coastal
and subantartic waters for the shelf ecosystem off Rio Grande do Sul. Anais do II
Simpósio de Estrutura, Função e Manejo de Ecossistemas da Costa Sul e Sudeste, São
Paulo – Brazil, I: 112-129.
Castro, B. M., Miranda, L. B. 1998. Physical oceanography of the western Atlantic
continental shelf between 4oN and 34 oS. In: Brink, K., Robinson, A. (Eds.), The Sea –
The Global Coastal Oceans, Vol. 10. Wiley, New York, pp. 209-251 (Chapter 8).
Chao S. Y., Boicourt, W. C. 1986. Onset of Estuarine Plumes. Journal of Physical
Oceanography. 16, 2137-2149.
Chao, S.-Y. 1988a. River-Forced Estuarine Plumes*. Journal of Physical
Oceanography. 18, 72-88.
Chao, S.-Y. 1988b. Wind-driven motion of Estuarine plumes. Journal of Physical
Oceanography. 18, 1144-1166.
Chao, S.-Y. 1990. Tidal modulation by estuarine plumes. Journal of Physical
Oceanography. 20, 1115-1123.
Chapman, D. C., Lentz, S. J. 1994. Trapping of a coastal Density Front by the Bottom
Boundary Layer. Journal of Physical Oceanography. 24, 1464-1479.
Chen, C., Liu, H., Beardsley, R. C. 2003. An unstructured, finite volume, three-
dimensional, primate equation ocean model: Appllication to coastal ocean and estuaries.
J. Atmos. Oceanic Technol. 20, 159-186.
Chen, C., Huang, H., Beardsley, R. C., Liu, H., Xu, Q., Cowles, G. 2007. A finite
volume numerical approach for coastal ocean circulation studies: Comparisons with
finite difference models. Journal of Geophysical Research. 112, C03018, doi:
10.1029/2006JC003485.
231
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Ciotti, A. M., Odebrecht, C., Fillmann, G., Möller, Jr. O. O. 1995. Freshwater
outflow and subtropical convergence influence on phytoplankton biomass on the
southern Brazilian continental shelf. Continental Shelf Research. 15(14), 1737-1756.
Csanady, G. T. 1978. The Arrested Topographic Wave¹. Journal of Physical
Oceanography. 8, 47-62.
Csanady, G. T. 1984a. The influence of wind stress and river runoff on a shelf-sea
front1. Journal of Physical Oceanography. 14, 1383-1392.
Csanady, G. T. 1984b. Circulation induced by river inflow in well mixed water over a
sloping continental shelf. Journal of Physical Oceanography. 14, 1703-1711.
Cuchiara, D. C., Fernandes, E. H., Strauch, J. C., Winterwerp, J. C., Calliari, L. J.,
2009. Determination of the wave climate for the Southern Brazilian Shelf. Continental
Shelf Research.
Cugier, P., Le Hir, P., 2002. Development of a 3D hydrodynamic model for coastal
ecosystem modeling. Application to the plume of the Seine River (France). Estuarine,
Coastal and Shelf Science. 55, 673-695.
Corbett, D. R., McKee, B. A., Allison, M. A. 2006. Nature of decadal-scale sediment
accumulation in the Mississipi River deltaic region. Continental Shelf Research. 26,
2125 – 2140.
de Boer, G. J., Pietrzak, J. D., Winterwerp, J. C., 2008. Using the potential energy
anomaly equation to investigate tidal straining and advection of stratification in a region
of freshwater influence. Ocean Modeling 22(2008), 1-11.
Deardoff, J. 1970. A numerical study of three-dimensional turbulent channel flow at
large Reynolds numbers. Journal of Fluid Mechanics. 41(2), 453-480.
Deconinck, H., Paillere, H., Struijs, R., Roe, P. L. 1993. Multidimensional upwind
schemes based on fluctuation splitting for systems of conservation laws. Computational
Mechanics. 11, 323-340.
Delaney, P., 1965. Fisiografia e geologia de superfície da planície costeira do Rio
Grande do Sul. Publicação Especial da escola de Geologia de Porto Alegre 6:1-105.
Dinnel, S. P., Schroeder, W. W., Wiseman, Jr. W. J. 1990. Estuarine-Shelf Exchange
Using Landsat Images of Discharge Plumes. Journal of Coastal Research. 6(4), 789-
799.
Durand, N., Arnoux-Chiavassa, S., Ouillon, S., Rey, V., Fraunie. P. 1996. Etude
tridimansionelle do panache du rhone. Université de Toulon Du Var, Cedex, France.
232
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
233
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
234
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
235
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
236
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Hervouet, J-M, Bates, P. 2000. The TELEMAC Modelling System. Special issue of
hydrological processes. 14, 1.3 - 4.3.2.
Hervouet, M. J-M. 2001. Hydrodynamique des écoulements à surface libre,
modélisation numérique avec la méthode des éléments finis. Basse-Normandie.
Universite de Caen.
Hervouet, J-M., 2007. Free surface flows: Modelling with the finite element methods.
John Wiley & Sons Ltd, Copyright © 2007, England.
Herz, R., 1977. Circulação das águas de superfície da Lagoa dos Patos. DSc. Thesis,
Universidade de São Paulo, Brasil.
Hestenes, M. R., Stiefel, E. 1952. Methods of conjugate gradients for solving linear
systems. Journal of Research of the NBS. V49.
Hetland, R. D., 2005. Relating River Plume structure to vertical mixing. Journal of
Physical Oceanography. 35, 1667-1688.
Hickey, B. M., Pietrafesa, L. J., Jay, D. A., Boicourt, W. C. 1998. The Columbia
River plume study: Subtidal variability in the velocity and salinity fields. Journal of
Geophysical Research. 103(C5), 10339-10368.
Hickey, B. M. 2000. Transport due to freshwater discharge into the coastal ocean In:
University of Maryland Centre for Environmental Science Technical Report TS-237-00.
Hodoir, R., Nguyen, K. D., Polcher, J. 2006. Simulating tropical river plumes, a set of
parameterizations based on macroscale data: A test case in the Mekong Delta region.
Journal of Geophysical Research. 111, C09036, doi: 10.1029/2005JC003392
Holland, K. T., Vinzon, S. B., Calliari, L. J. 2009. A field study of coastal dynamics
on a muddy coast offshore of Cassino beach, Brazil. 29(3), 501 – 502.
Hu, K. Mingham, C. G., Causon, D. M. 2000. Numerical simulation of wave
overtopping of coastal structures using the non-linear shallow water equations. Coastal
Engineering. 41(2000), 433 – 465.
Hunziker, R. P. 1995. Fraktinsweiser Geschiebetransport. Diss. ETH Nr. 11037,
Eidgenossische Technische Hochschule, Zurich. 2.8.3, 12, 4.1.2.
Isobe, A., Matsuno, T. 2008. Long-distance nutrient transport process in the
Changjiang river plume on the East China Sea shelf in summer. Journal of Geophysical
Research. 113, C04006, doi:10.1029/2007JC004248, 2008.
Janeiro, J., Leitão, M., Fernandes, E. H. L., Martins, F., Fernandes, R. 2008. Wind
and freshwater influence over hydrocarbon dispersal on Patos Lagoon, Brazil. Marine
Pollution Bulletin, v. 56, p. 650-665.
237
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Johnson, D. R., Miller, J., Schofield, O. 2003. Dynamics and optics of the Hudson
River outflow plume. Journal of Geophysical Research. 108(C10), 3323-3332.
Jones, J. E. 2002. Coastal and shelf-sea modeling in the European context.
Oceanography and Marine Biology: an Annual Review. 40, 37 – 141.
Kalnay, E., Kanamitsu, M., Kistler, R., Collins, W., Deaven, D., Gandin, L.,
Iredell, M., Saha, S., White, G., Woollen, J., Zhu, Y., Chelliah, M., Ebisuzaki, W.,
Higgins, W., Janowiak, J., Mo, K. C., Ropelewski, C., Wang, J., Leetmaa, A.,
Reynolds, R., Jenne, R., Joseph, D. 1996. The NCEP/NCAR 40-Year Reanalysis
project. Bulletin of the American Meteorological Society.
Kanta, L. H., C. A. Clayson. 2000. Numerical models of ocean and ocean processes.
International geophysics series, Vol. 66. Academic Press. California/USA.
Kendall, B. M., Blanton, J. O. 1981. Microwave Radiometer measurement of tidally
induced salinity changes off the Georgia coast. Journal of Geophysical Research.
86(C7), 6435-6441.
Kjerfve, B., 1986. Comparative oceanography of coastal lagoons, p. 63-81. In D. A.
Wolfe (ed.), Estuarine Variability. Academic Press, New York.
Kjerfve, B., Magill, K. E., 1989. Geographic and hydrographic characteristics of
shallow coastal lagoons. Marine Geology 88:187-199.
Kishino, M., Tanaka, A., Ishizaka, J. 2005. Retrieval of clorophyll a, suspended
solids and colored dissolved organic matter in Tokyo bay using ASTER data. Remote
Sensing of Environment. 99, 66-74.
Kourafalou, V. H. 1993. Continental shelf response to freshwater input from rivers: A
3-D model study and applications. PhD thesis, University of Miami – Rosentiel School
of Marine and Atmospheric Science, Miami, USA.
Kourafalou, V. H., Oey, L. Y., Wang, J. D., Lee, T. N. 1996a. The fate of river
discharge on the continental shelf 1. Modeling the river plume and the inner shelf
coastal current. Journal of Geophysical Research. 101(C2), 3415-3434.
Kourafalou, V. H., Lee, T. N., Oey, L. Y., Wang, J. D. 1996b. The fate of river
discharge on the continental shelf 2. Transport of coastal low-salinity waters under
realistic wind and tidal forcing. Journal of Geophysical Research. 101(C2), 3435-3455.
Krishnappan, B. G., Marsalek, J. 2002. Modelling of flocculation and transport of
cohesive sediment from an on-stream stormwater detention pond. Water Research.
36(2002), 3849-3859.
238
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
239
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
240
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
241
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
242
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
243
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Paillere, H. 1995. Multidimensional upwind residual distribution schemes for the Euler
and Navie-Stokes equations on unstructured grids. Thèse de l`Université Libre de
Bruxelles.
Partheniades, E. 1965. Erosion and deposition of cohesive soils. Journal of the
Hydraulics Division, ASCE, 91(HY1): 105- 138. 2.13.
Pearcy, W. G., Keene, D. F. 1974. Remote sensing of water colour and sea surface
temperatures off the Oregon coast. Limnology and Oceanography. 19, 573-583.
Peterson, R. G., Stramma, L. 1991. Upper-level circulation in the South Atlantic
Ocean, Progress in Oceanography, vol.26, pp 1-73.
Pimenta, F. M. 2001. Estudo numérico sobre a influência da descarga fluvial e dos
ventos sobre a dinâmica da pluma do Rio da Prata. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, Brasil.
Pinder, G. F., Gray, W. G. 1977. Finite element simulation in surface and subsurface
hydrology. Academic Press. San Diego
Piola, A., Rivas, A., 1997. Corrientes en La Plataforma Continental. In: Boschi, E.
(Eds.), El Mar Argentino e sus Recursos Pesqueros, INIDEP, volume I, 119-132.
Piola, A. R., Campos, E. J. D., Möller Jr., O. O., Charo, M., and Martinez, C. 1999.
Continental Shelf water masses off eastern South America - 20 to 40o S. 10th
Symposium on Global Change Studies, 10-15 Jan 1999, Dallas, TX, AMS, Boston, MA.
Piola, A. R., Campos, E. J. D., Möller Jr. O. O., Charo, M., and Martinez, C. 2000.
Subtropical Shelf front off eastern South America. Journal of Geophysical Research.
105(C3), 6565-6578.
Piola, A. R., Matano, R. P., Palma, E. D., Möller, O. O., Campos, E. J. D., 2005.
The influence of the Plata River discharge on the western South Atlantic shelf.
Geophysical Research Letters. 32, doi:10.1029/2004GL021638.
Piola, A. R., Romero, S. I., Zajaczkovski, U., 2008. Sapce-time variability of the Plata
plume inferred from ocean color. Continental Shelf Research 28(2008), 1556-1567.
Pironneau, O. 1988. Méthode des éléments finid pour lês fluids. Masson.
Prandle, D. 1987. The fine-structure of nearshore tidal and residual circulations
revealed by H. F. Radar surface current measurements. Journal of Physical
Oceanography. 17, 231-245.
Prandle, D., Matthews, J. 1990. The dynamics of nearshore surface currents generated
by tides, wind and horizontal density gradients. Continental Shelf Research. 10(7), 665-
681.
244
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
245
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Earth´s rotation and low frequency wind variability. Estuarine, coastal and shelf science,
61-261:274.
Simionato, C. G., Meccia, V. L., Dragani, W. C., Nuñez, M. N., 2006a. On the use of
the NCEP/NCAR surface winds for modeling barotropic circulation in the Rio de La
Plata estuary. Estuarine, Coastal and Shelf Science. 70(2006), 195-206.
Simpson, J. H., Bowers, D., 1979. Shelf sea front’s adjustments by satellite IR
imagery. Nature. 280, 648-651.
Simpson, J. H., Brown, J., Matthews, J., Allen, G., 1990. Tidal straining density
currents, and straining in the control of estuarine stratification. Estuaries 13(2), 125-132.
Simpson, J. H., Burchard, H., Fisher, N. R., Rippeth, T. P., 2002. The semi-diurnal
cycle of dissipation in a ROFI: model-measurement comparisons. Continental Shelf
Research 22(2002), 1615-1628.
Soares, I. D., Moller, O. O. 2001. Low-frequency currents and water mass spatial
distribution on the southern Brazilian shelf. Continental Shelf Research. 21(2001),
1785-1814.
Soares, I. D. 2003. The Southern Brazilian Shelf Buoyancy-driven currents. PhD thesis,
University of Miami, Florida, United States of America.
Soares, I. D., Kourafalou, V., Lee, T. N., 2007a. Circulation on the western South
Atlantic continental shelf. Part 1: Numerical process studies on Buoyancy. Journal of
Geophysical Research. 112, C04002. doi:10.1029/2006JC003618,2007.
Soares, I. D., Kourafalou, V., Lee, T. N., 2007b. Circulation on the western South
Atlantic continental shelf. Part 2: Spring and autumn realistic simulations. Journal of
Geophysical Research. 112, C04003. doi:10.1029/2006JC003620,2007.
Souza, R. B., e Robinson, I S. 2004. Lagrangian and satellite observations of the
Brazilian Coastal Current. Continental Shelf Research. 24, 241-262.
Sperle, M., Vinzon, S., Calliari, L. J., Rech, M., Fabri, J. B., Bispo, L. 2005.
Aplicação de métodos geofísicos na avaliação da ocorrência de lamas fluidas na praia
do Cassino, Rio Grande. II Congresso Brasileiro de Oceanografia 09 a 12 de Outubro de
2005 - Vitória - ES – Brasil. 3 p.
Stansby, P. K., Lloyd, P. M. 2001. Wake formation around islands in oscillatory
laminar shallow-water flows: Part II 3-D boundary-layer modeling. Journal of Fluid
Mechanics. 429(0), 239 – 254.
Strahler, A., Strahler, A., 1997. Introducing physical geography. p. 157-167, 2ª ed.,
New York.
246
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
247
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
248
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
249
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
250
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
APÊNDICE A
Technical report about the coupling between the hydrodynamic model
TELEMAC3D and morphodynamical model Sedimorph
A.1. Background
Several aspects related to the hydrodynamics of the Patos Lagoon have been
investigated at the Physical Oceanography Laboratory at FURG (Fundação
Universidade do Rio Grande), in Brazil, which studies this area since the early 80’s
(Möller, 1996; Möller et al., 1996; Möller et al., 2001; Fernandes, 2001; Fernandes et
al., 2002; Fernandes et al., 2005). More recently, the DESPORT Project
(Desenvolvimento de Estratégias para o Manejo Sustentável dos Portos Brasileiros,
process 590006/2005-3), an international colaboration project between Brazil (FURG,
Prof. Dr. Elisa Helena Fernandes) and Germany (UniBw, Prof. Dr. Andreas Malcherek),
sponsored by the Brazilian Research Agency (CNPq, Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), focus on understanding the dynamics of
fine sediment in this area.
The general objective of the DESPORT Project
(http://www.ocfis.furg.br/desport) is to develop tools (numerical models) which can
contribute for the sustainable environmental management of harbor activities in the
Brazilian coastal regions, by forecasting processes related to the hydrodynamics and
sediment transport in these areas. One of the specific objectives of the project is to
understand the dynamics of the Patos Lagoon coastal plume, responsible for the
exchange of fine sediment between the lagoon and the coastal area. This specific topic
is developed by Wilian Correa Marques, a PhD student of the Programa de Pós-
Graduação em Oceanografia Física, Química e Geológica from FURG, which is
investigating the influence of the coastal plume in trapping cohesive sediments at the
coast, and contributing to the formation and consolidation of mud banks along the
Southern Brazilian inner shelf. The current stage of this research is based on the
development and application of bi-dimensional hydrodynamic and sediment transport
model. However, this assumption represents a severe limitation for the proposed study,
as the dynamic of coastal plumes is essentially a tridimensional process.
251
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A.2. Justification
The SBS is considered one the most important fishing zones of the Brazilian
coast (Castello et al. 1990). The freshwater discharge pattern and the upwelling process
on the shelf break enhance the phytoplankton biomass encountered on the SBS (Ciotti et
al. 1995), where annual mean rates of primary production around 160 gCm-2year-1 were
observed by Odebrecht and Garcia (1996). The interaction of the Patos Lagoon
discharge driven on the coastal zone contributes to maintaining the nutrients variability
pattern, suspended matter and sediments deposition along the adjacent coastal zone.
Hartmann et al. (1980) verified the importance of the Patos Lagoon discharge on
enriching the continental shelf for nutrients observing the decreasing of concentration
toward the ocean.
During low to moderate discharge periods, the wind action can form weak
plumes over the coastal region (Hartmann and Silva, 1988). But, during periods of high
discharge condition, higher volumes of water, suspended and dissolved matter can be
exported to the coastal zone contributing to maintenance of sedimentological and
biological patterns observed along the adjacent coast (Hartmann and Silva, 1988; Abreu
et al., 1995). Calliari and Fachin (1993) observed clay-silt bottom occurring to south of
the Patos Lagoon mouth and Torronteguy (2000) verified that the thickness of the fluid
mud layer increase to south and toward the coast. The dissipative effects of the fluid
mud bottom layer were studied by Oliveira (2000) along the Cassino beach (to south of
Patos Lagoon). Cuchiara et al. (submitted) verified that fluid mud bottom layer of that
region attenuate about 90% of the wave energy that comes to coastal zone.
Numerical modeling studies on the SBS are rare and either lack in space-time
resolution or do not include the adequate forcing needed for realistic simulations of the
coastal circulation (Soares et al., 2007a, 2007b; Piola et al., 2005), therefore these
results were limited to considering the large scale coastal currents. Studies on the
dynamics of the Patos Lagoon coastal plume are even more limited. Zavialov et al.
(2003) monitored the behavior of this plume under intense river runoff conditions using
salinity and temperature observations. Hartmman and Silva (1989) observed the wind
contribution for the river plume formation under low to moderate discharge conditions.
Recently, Marques et al. (submitted) investigated the contribution of the wind,
rotational and tidal effects controlling the fate and behavior of the Patos Lagoon plume
252
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A.3. Objectives
The principal aim is accomplish the coupling between the hydrodynamic module
TELEMA3D and the morphodynamic model SediMorph
• To set the TELEMAC3D model to solve the transport equations for one fraction
of suspended sediment and several fractions of bed load sediments;
• Implement the bed shear stress on the transport sediment model from
parameters obtained through the hydrodynamic model;
• Implement the flux erosion on the morphodynamic model and introduce the
deposition flux on the suspended transport model;
• Implement different sink velocity equations to consider the effect of the
cohesive suspended sediments;
• Accomplish a case study to the Patos Lagoon and its adjacent coastal region
investigating the principal factors associated to the suspended sediment
transportation and the bottom morphodynamic.
253
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
considering the local variations on the free surface, ignoring the density variations on
the mass conservation equation, considering the hydrostatic pressure and the Boussinesq
approximation to solve the momentum equation (Hervouet, 2007). The model applies
the finite element technique to solve the hydrodynamic equations using the sigma
coordinates on the vertical discretization to follow the surface and bottom boundaries.
The finite element technique permits to obtain high resolution over complex
morphology and topography areas. The model considers two types of boundary
conditions, the open and closed ones. At the closed boundaries the model assumes the
impermeability and the drag forces and at the open boundaries the occurrence of mass
exchange is taking account. The TELEMAC model considers the Thompson method to
calculate expected values at the open boundaries. For instance, we can obtain the
velocity at the boundaries since has been prescribed the sea surface elevation.
The sediment transport model used will be the SediMorph, developed by the
Federal Waterways Engineering and Research Institute and by the Institute für
Wasserwesen of the Armed Forces University of München. The SediMorph is a tri-
dimensional model for the bed load transport (morphological model) and the suspended
fractioned sediments that considers the drag generated by the flux, the bottom
roughness, the sediment transportation capacity, the erosion flux and the bottom
evolution. This model uses the same mesh of finite elements of the hydrodynamic
process that improve the information exchange between the modules and reduces the
computational time.
The SediMoprh uses as initial condition a file of classification of sediments
where the different class of sediments are defined, being characterized the diameter and
the density for each class. In this way, the model can work with anyone sediment class
and generate a tri-dimensional mesh that consists of a bi-dimensional non structured
mesh with several vertical levels, performing a finite volumes mesh. Besides, this model
has an option of computational time optimization through the speed up factor that can
increase the effective sediment transport rate for ten times making possible reproduce
long term scenarios.
Actually, the SediMorph model is coupled to the hydrodynamic model
TELEMAC2D that is working on the Physical Oceanography Laboratory (FURG).
However, considering that the oceanic circulation and the plumes have a tri-dimensional
behavior it is necessary accomplish the coupling between the SediMorph and the tri-
dimensional hydrodynamic model TELEMAC3D.
254
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
The coupling between the models followed a similar procedure used on the
Sedimorph/TELEMAC2D coupling adapted to Windows System (Fernandes et al.
2009). The SediMorph library communicates with the other software systems by the
user interface module mod_p_sedimorph_ui.f90 e by the module responsible to
initialize and setup the Sedimorph for the TELEMAC applications
mod_m_mac3d_sm.f90. The program SediMorph has to be installed in the machine
following the same way discussed in (Fernandes et al. 2009). The sources
mod_m_mac3d_sm.f90 and declarations_telemac3d.f must to be included into the
SediMorph sources and compiled at the same project. The libraries and modules
resulting of the compiling process must to be transferred to the TELEMAC3D directory
(C:\TELEMAC\V5P5\telemac3d\tel3d_v5p5\win).
• FIRST STEP
The first step of the coupling is to create the variables used by the SediMorph in
the modules of the TELEMAC3D model. The modules used were:
declarations_telemac3d.f (declarations of variables module); point_telemac3d.f
(declarations of structures); lecdon_telemac3d.f (declarations of keywords).
255
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
All of the variables created above have to be called in the TELEMAC3D model
to be used.
The other ones have to be associated to different channels and called in the
telemac3dv5p5.dico. The structure of programming used to set these variables is
showed below:
SUBROUTINE: declarations_telemac3d.f
.............................................................................................................................................
256
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
SUBROUTINE: point_telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C ALLOCATION OF THE STRUCTURES USED BY TELEMAC AND SEDIMORPH
CALL ALLVEC(1, DUM1, 'DUM1 ', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUMM1, 'DUMM1', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUM_SM1,'DUM_SM1', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUMM_SM1,'DUMM_SM1', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUM2,'DUM2', IELMU,1,1)
CALL ALLVEC(1, DUMM2,'DUMM2', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUM_SM2,'DUM_SM2', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUMM_SM2,'DUMM_SM2', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUM_SM3,'DUM_SM3', IELMU, 1, 1)
CALL ALLVEC(1, DUMM_SM3, 'DUMM_SM3 ', IELMU,1,1)
CALL ALLVEC(1, DUM_SM4,'DUM_SM4', IELMU,1,1)
CALL ALLVEC(1, DUMM_SM4,'DUMM_SM4',IELMU,1,1)
CALL ALLVEC(1, ERO,'ERO', IELMU,1,1)
CALL ALLVEC(1, DEPF,'DEPF',IELMU,1,1)
CALL ALLVEC(1, ZFOLD, 'ZFOLD', IELM2H,1,1)
CALL ALLBLO(WCS,'WCS')
CALL ALLVEC_IN_BLOCK(WCS,NFRAC,1,'WCS',IELMU,1,2)
CALL ALLBLO(FLUDP,'FLUDP')
CALL ALLVEC_IN_BLOCK(FLUDP,NFRAC,1,'FLUDP',IELMU,1,2)
CALL ALLBLO(FLUER,'FLUER')
CALL ALLVEC_IN_BLOCK(FLUER,NFRAC,1,'FLUER',IELMU,1,2)
CALL ALLBLO(EVOL,'EVOL')
CALL ALLVEC_IN_BLOCK(EVOL ,1,1,'EVOL',IELM2H,1,2)
..........................................................................................................................................................................
And the structures used to get the results must to be addressed to the block for
2D output compatibility following the sequence below.
SUBROUTINE: point_telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
IF(SEDIMORPH)THEN
CALL ALLBLO(VARSOR ,'VARSOR')
CALL ADDBLO(VARSOR,U2D) !U 01 VELOCITY ALONG X
CALL ADDBLO(VARSOR,V2D) !V 02 VELOCITY ALONG Y
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_10) !C 03 EFF. BED SHEAR STRESS
CALL ADDBLO(VARSOR,H) !H 04 DEPTH
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_01) !S 05 FREE SURFACE
CALL ADDBLO(VARSOR,ZF) !B 06 BOTTOM
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_02) !F 07 FROUDE NUMBER
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_03) ! F2 08 FRACTION 2
CALL ADDBLO(VARSOR,EVOL%ADR(1)%P) !T 09 BED EVOLUTION
CALL ADDBLO(VARSOR,SVIDE) !D 10 K
CALL ADDBLO(VARSOR,FLUDP%ADR(1)%P) !E 11 DEPOSITION FLUX
CALL ADDBLO(VARSOR,FLUER%ADR(1)%P) !V 12 EROSION FLUX
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_04) !I 13 EFF. BED ROUGHNESS
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_05) ! F1 14 FRACTION 1
CALL ADDBLO(VARSOR,T2_06) ! F3 15 FRACTION 3
CALL ADDBLO(VARSOR,WIND%ADR(1)%P) ! X 16 WIND COMPONENT X
DIRECT
257
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
258
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
SUBROUTINE: lecdon_telemac3d.f
.............................................................................................................................................
C ADDRESSING THE KEYWORDS USED BY TELEMAC AND SEDIMORPH
SUBROUTINE: lecdon_telemac3d.f
.............................................................................................................................................
C CALLING THE SUBROUTINE WITH THE NAME OF VARIABLES USED BY TELEMAC
AND
C SEDIMORPH
IF(SEDIMORPH)THEN
CALL NOMVAR_TELEMAC2D(TEXTE,TEXTPR,MNEMO)
CALL SORTIE(SORT2D , MNEMO , MAXVAR , SORG2D )
ELSE
CALL NOMVAR_2D_IN_3D(TEXTE,TEXTPR,MNEMO)
CALL SORTIE(SORT2D , MNEMO , MAXVAR , SORG2D )
C OUTPUTS WHICH ARE NOT RELEVANT OR NOT PROGRAMMED
SORG2D( 9) = .FALSE.
SORG2D(10) = .FALSE.
SORG2D(11) = .FALSE.
SORG2D(12) = .FALSE.
SORG2D(20) = .FALSE.
SORG2D(21) = .FALSE.
SORG2D(22) = .FALSE.
SORG2D(27) = .FALSE.
SORG2D(28) = .FALSE.
SORG2D(29) = .FALSE.
SORG2D(30) = .FALSE.
259
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
IF(.NOT.SEDI) THEN
SORG2D(23) = .FALSE.
SORG2D(24) = .FALSE.
SORG2D(25) = .FALSE.
SORG2D(26) = .FALSE.
ENDIF
ENDIF
.............................................................................................................................................
• SECOND STEP
The second step of the coupling is to create the keywords used by the
SediMorph in the TELEAMC3D library (telemacV5P5.dico). The keywords used by
SediMorph during coupling with TELEMAC3D are:
DICTIONARY: telemac3dV5P5.dico
.............................................................................................................................................
NOM = 'FICHIER DES PARAMETRES POUR SEDIMORPH'
NOM1 = 'STEERING FILE FOR SEDIMORPH'
TYPE = CARACTERE
INDEX = 222
MNEMO = 'NOMCOB'
DEFAUT = ' '
DEFAUT1 = ' '
NIVEAU = 1
AIDE = 'Fichier des parametres de Sedimorph en cas de couplage'
AIDE1 = 'Sedimorph parameter file in cas of internal coupling'
260
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
NOM = 'SEDIMORPH'
NOM1 = 'SEDIMORPH'
TYPE = LOGIQUE
INDEX = 221
MNEMO = 'SEDIMORPH'
TAILLE = 0
DEFAUT = NON
DEFAUT1 = NO
RUBRIQUE = 'SEDIMENTOLOGIE';'GENERAL'
RUBRIQUE1 = 'SEDIMENTOLOGY';'GENERAL'
NIVEAU = 1
AIDE = ''
AIDE1 = 'coupling with SediMorph or not’
NOM = 'STOKES'
NOM1 = 'STOKES'
TYPE = LOGIQUE
INDEX = 227
MNEMO = 'STOKES'
TAILLE = 0
DEFAUT = OUI
DEFAUT1 = YES
RUBRIQUE = 'SEDIMENTOLOGIE';'GENERAL'
RUBRIQUE1 = 'SEDIMENTOLOGY';'GENERAL'
NIVEAU = 1
AIDE = ''
AIDE1 = 'coupling with SediMorph then we can use or not the stokes velocity'
261
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
NOM = 'TOMAWAC'
NOM1 = 'TOMAWAC'
TYPE = LOGIQUE
INDEX = 229
MNEMO = 'TOMAWAC'
TAILLE = 0
DEFAUT = NON
DEFAUT1 = NO
RUBRIQUE = 'SEDIMENTOLOGIE';'GENERAL'
RUBRIQUE1 = 'SEDIMENTOLOGY';'GENERAL'
NIVEAU = 1
AIDE = ''
AIDE1 = 'coupling tomawac with SediMorph or not’
..........................................................................................................................................................................
• THIRD STEP
The third step of coupling is to call the SediMorph program and their necessary
libraries to run into the TELEMAC3D code. The libraries must be used by the
hydrodynamic model, the necessary vectors and matrices must be allocated and the
SediMorph has to be called at each time step of the simulation in order to calculate the
bed shear stress and the erosion flux to update the bottom level information.
At the first time the libraries used by SediMorph module must be called in the
TELEMA3D.
SUBROUTINE: telemac3d.f
.............................................................................................................................................
C 1 ---> LIBRARIES USED TO COUPLE THE SEDIMORPH AND TELEMAC3D
USE m_mac3d_sm, ONLY :
& init_and_setup_sm, set_sm_steering_file_name, set_geo_file_name
262
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
SUBROUTINE: telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C 2 ---> DECLARATIONS USED IN SEDIMORPH
CHARACTER(LEN=250) :: sedgeo, sedinp
DOUBLE PRECISION, POINTER :: dep_sm (:,:)
DOUBLE PRECISION, POINTER :: ero_sm(:,:)
DOUBLE PRECISION, POINTER :: dep_sm_dummy(:,:)
DOUBLE PRECISION, POINTER :: ero_sm_dummy(:,:)
INTEGER :: n_sus, isus
C2 ---> END OF DECLARATIONS USED IN SEDIMORPH
..........................................................................................................................................................................
The position on the matrix where the variables used by SediMoprh are stored
should be prepared to receive the information.
SUBROUTINE: telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C3 ---> VARIABLES TO BE READ WHEN CALLING SUITE USING TELEMAC AND
SEDIMORPH
C 0 : DO NOT READ 1 : READ (SAME NUMBERING AS IN NOMVAR)
IF(SEDIMORPH)THEN
C VARIABLES TO BE READ BY USING THE SEDIMORPH
C UVCHSBFQTKEDIJMXYPWAGLNORZ
DATA ALIRE2D/1,1,0,1,1,1,0,0,1,1,1,1,0,0,0,1,1,1,0,0,0,0,0,0,0,0,
* 0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,
* 0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,
* 0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0/
ELSE
C READ THE DEFAULT OF TELEMAC3D
C U V H ZF
DATA ALIRE2D/1,1,0,1,0,1,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,
* 0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,
* 0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,
* 0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0,0/
ENDIF
..........................................................................................................................................................................
263
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Before starting the time loop the coupling interface has to be called. At this time,
the SediMorph steering file and the geomorphological file are read and transferred to
variables sedgeo and sedimp. The matrices used to keep information about the velocity,
deposition, flux, erosion flux must be allocated.
SUBROUTINE: telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C4 ---> START COUPLING BETWEEN TELEMAC3D AND SEDIMORPH
IF(SEDIMORPH)THEN
C 1.CALL OF STEERING AND GEOMORPHOLOGICAL FILES AND THE ALLOCATION
OF
C VELOCITIES
sedgeo=''
sedinp=''
if (ncsize>1) then
sedgeo = trim('T3DGEO'//extens(ncsize-1,ipid))
sedinp = trim('SISCOB'//extens(ncsize-1,ipid))
else
sedgeo = 'T3DGEO'
sedinp = SISCOB'
endif
C THE ALLOCATION OF VELOCITIES
ALLOCATE (vel_sm(npoin2,3))
CALL set_sm_steering_file_name
&('E:\wilian\sim_3d\escalar\sim3d_1998\coupling\str_sedimorph.dat')
C CALLING THE STEERING FILE OF SEDIMORPH
CALL set_geo_file_name
&('E:\wilian\sim_3d\escalar\sim3d_1998\coupling\Igor_corr1.geom')
C CALLING THE GEOMORPHOLOGICAL FILE
CALL init_and_setup_sm ( ngeo, ncob, ncsize )
IF ( any_error( ) ) THEN
print*,'error within init_and_setup_sm !'
print*,'stopping program'
CALL setup_error_prn_lun(6)
CALL print_error_act( 'Telemac-2D' )
CALL PLANTE(0)
STOP
END IF
IF(TOMAWAC)THEN
C COUPLE SEDIMORPH WITH TOMAWAC
CALL init_couple_tomawac_to_sm ()
name=REPEAT( ' ', LEN(name))
name=E:\wilia\sim_3d\escalar\sim3d_1998\coupling\saida.R2D'
READ THE TOMAWAC RESULT FILE
CALL read_tomawac_results_file (name)
ENDIF
C 2. PASSING THE VELOCITIES AND WATERDEPTH TO SEDIMORPH
C 3. GET THE DEPOSITION FLUX FOR EACH POLYGON FROM TELEMAC
ALLOCATE (dep_sm_dummy(nelem2,nfrac ))
DO ifrac = 1, nfrac
dep_sm_dummy(:,ifrac) =
* interpolate_node_to_poly(FLUDP%ADR(ifrac)%P%R)
END DO
C 4. TAKE THE DEPOSITION FLUX OF SUSPENDED LOAD
n_sus = 0
isus = 1
n_sus = COUNT( transport_mode(1:nfrac )==2)
264
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
After starting the time loop, the current velocity has to be passed to the allocated
variables and the deposition flux calculated by TELEMAC3D and interpolated to each
polygon of the SediMoprh mesh. The erosion must be interpolated form the Sedimorph
polygons to each of node of hydrodynamic mesh and the bottom level have to be
updated at each of time step. The deposition flux is calculated according to Krone
(1962) using the bottom shear stress calculated from Sedimorph. Malcherek et al.
(2005) mentioned that for 3D simulations the critical shear stress should be set to a very
large value because the balance between turbulent diffusion and settling is modelled
explicitly.
SUBROUTINE: telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C 5 ---> START COUPLING WITH SEDIMORPH
C GET THE NEAR BOTTOM VELOCITIES FROM TELEMAC3D
vel_sm(:,1) = U%R
vel_sm(:,2) = V%R
265
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
vel_sm(:,3) = WS%R
C CALL THE DEPOSITION FLUX SOURCE
CALL
DEPOSITION_FLUX(NFRAC,FLUDP,NPOIN2,TAUCD,WCS,TA,RUGOF,STOKES,U,V,UETC
AR,ZF)
C 2. GET THE DEPOSITION FLUX FOR EACH POLYGON FROM TELEMAC3D
DO ifrac = 1, nfrac
dep_sm_dummy(:,ifrac) = interpolate_node_to_poly
+ (FLUDP%ADR(ifrac)%P%R)
END DO
C 3. TAKE THE DEPOSITION FLUX OF SUSPENDED LOAD
n_sus = 0
isus = 1
n_sus = COUNT( transport_mode(1:nfrac )==2)
IF (n_sus .GT. 0) THEN
DO ifrac = 1, nfrac
IF (transport_mode(ifrac)==2) THEN
dep_sm(:,isus) = dep_sm_dummy(:,ifrac)
isus = isus + 1
END IF
END DO
END IF
C 4. GET THE EROSION FLUX OF SUSPENDED LOAD FOR EACH NODE FROM
SEDIMORPH
ero_sm_dummy = interpolate_poly_to_node
+ (get_sm_poly_erosion_flux())
C 5. PUT THE RESULT IN AN ARRAY OF ALL FRACTIONS
isus = 1
ero_sm = 0.
DO ifrac = 1, nfrac
IF (transport_mode(ifrac)==2) THEN
ero_sm(:,ifrac) = ero_sm_dummy(:,isus)
isus = isus + 1
END IF
END DO
IF(TOMAWAC)THEN
C TOMAWAC COUPLING
CALL interpolate_tomawac_to_sm ( AT )
ENDIF
C TIME STEP (DT) OF SEDIMORPH
CALL run_sedimorph ( DT )
C TIME STEP (DT) OF SEDIMORPH
CALL run_sedimorph ( DT )
C UPDATING THE BOTTOM LEVEL
ZF%R = ZF%R
& + interpolate_poly_to_node(get_sm_poly_bed_evol_rate())*DT
END IF
C CALCULATION THE BED EVOLUTION
DO I =1,NPOIN2
EVOL%ADR(1)%P%R(I) = ZF%R(I)-ZFOLD%R(I)
ENDDO
C 6. UPDATING THE SIGMA LEVELS
C COPY OF MODIFIED BOTTOM TOPOGRAPHY INTO Z
CALL OV('X=Y ',Z(1:NPOIN2),ZF%R,ZF%R,0.D0,NPOIN2)
C COMPUTE NEW BOTTOM GRADIENTS AFTER SEDIMENTATION
CALL GRAD2D(GRADZF%ADR(1)%P,GRADZF%ADR(2)%P,Z3,1,SVIDE,
& T2_01,T2_02,IELM2H,MESH2D,MSK,MASKEL)
C COMPUTE Z COORDINATES
CALL CALCOT(Z,H%R)
PRINT*, ' --> update : sigma levels'
266
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
After the finishing of the time loop the variables used to store the velocity,
erosion and deposition flux must be de-allocated.
SUBROUTINE: telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C 6 ---> START COUPLING WITH SEDIMORPH
IF(SEDIMORPH) THEN
DEALLOCATE (vel_sm)
DEALLOCATE (ero_sm)
DEALLOCATE (dep_sm)
CALL stop_sedimorph ()
CALL clear_sedimorph ()
ENDIF
C 6 ---> END COUPLING WITH SEDIMORPH
..........................................................................................................................................................................
The deposition flux is calculated for the (deposition_flux.f) and called at each
time step to give the deposition flux information to the Sedimorph.
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
C =============================================
SUBROUTINE DEPOSITION_FLUX
C =============================================
& (NFRAC,FLUDP,NPOIN2,TAUCD,WCS,TA,RUGOF,STOKESU,V,UETCAR,ZF)
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
C THIS SUBROUTINE UPDATES THE TELEMAC BED ROUGHNESS ACCORDING TO THE
C EFFECTIVE BED ROUGHNESS FROM SEDIMORPH. THIS SUBROUTINE CALCULATES
THE
C DEPOSITION FLUX ACCORDING TO THE KRONE FORMULATION USING THE
C BED SHEAR STRESS FROM SEDIMORPH. THE USER CAN CHOICE THE SETTLING
C VELOCITY TO BE USED ON THE DEPOSITION FLUX CALCULATIONS ACCORDING
TO
C STOKES OR VAN LEUSSEN FORMULAS.
C WILIAN MARQUES - UNIBAW 02/09/2008
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
USE BIEF
USE p_sedimorph_ui, ONLY :
& get_sm_poly_eff_bedshearstress,
& get_sm_poly_eff_bed_rough
IMPLICIT NONE
TYPE(BIEF_OBJ),TARGET, INTENT(OUT) :: FLUDP,RUGOF
TYPE(BIEF_OBJ),TARGET, INTENT(IN):: WCS,TA,ZF,U,V,UETCAR
INTEGER,INTENT(IN):: NFRAC,NPOIN2
DOUBLE PRECISION,INTENT(IN) :: TAUCD(10)
LOGICAL,INTENT(IN) :: STOKES
267
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
INTEGER :: C,CC,M,G
DOUBLE PRECISION :: A,B,DUDZ,UQ,G
DOUBLE PRECISION :: T1(NPOIN2),T2(NPOIN2),BS(NPOIN2,2),BR(NPOIN2)
DOUBLE PRECISION :: WCSVL(NPOIN2)
INTRINSIC :: SQRT
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
C UPDATING THE TELEMAC BED ROUGHNESS
BR=0.D0
BR(:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_eff_bed_rough ())
RUGOF%R(:)=BR(:)
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
IF(STOKES)THEN
C DEPOSITION FLUX CALCULATION USING BED SHEAR STRESS FROM SEDIMORPH
AND
C THE STOKES FORMULATION FOR SINK VELOCITY
BS(:,:)=0.D0
BS(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_eff_bedshearstress ())
T1=BS(:,1)
DO C=1,NFRAC
DO CC=1,NPOIN2
IF (T1(CC).LT.TAUCD(C)) THEN
T2(CC) = 1-(T1(CC)/TAUCD(C))
FLUDP%ADR(C)%P%R(CC)=WCS%ADR(C)%P%R(CC)*TA%ADR(3)%P%R(CC)*
&T2(CC)
ELSE
T2(CC) = 0.D0
FLUDP%ADR(C)%P%R(CC)=WCS%ADR(C)%P%R(CC)*TA%ADR(3)%P%R(CC)*
&T2(CC)
ENDIF
END DO
ENDDO
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
ELSE
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
C DEPOSITION FLUX CALCULATION USING BED SHEAR STRESS FROM SEDIMORPH
C AND THE VAN LEUSSEN FORMULATION FOR SINK VELOCITY
C
C (1+A*G)
C WC= KC*________
C (1+B*G*G)
BS(:,:)=0.D0
BS(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_eff_bedshearstress ())
T1=BS(:,1)
A=0.3 ! FLOCULATION COEFFICIENT (KOLMOGOROV, 1941)
B=0.09 ! COEFFICIENT RELATIVE TO FLOC DESTRUCTION (KOLMOGOROV, 1941)
M = 1 ! POWER OF THE SEDIMENT CONCENTRATION
C K IS AN EMPIRICAL CONSTANT – IN THE FIRST TIME IS USED 5*E-7
DO C=1,NFRAC
DO CC=1,NPOIN2
C
C UETCAR * U_B * DU/DZ
C CALCULATION OF G = SQRT( --------------------------------- )
C NU
268
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
IF(ZF%R(CC).NE.0)THEN
DUDZ = ABS(U%R(CC)/(ZF%R(CC)-0.98*ZF%R(CC)))
ELSE
DUDZ = 0
ENDIF
G=SQRT(UETCAR%R(CC) * UQ * 1.D06* DUDZ )
IF (T1(CC).LT.TAUCD(C)) THEN
T2(CC) = 1-(T1(CC)/TAUCD(C))
WCSVL(CC)=WCS%ADR(C)%P%R(CC)*(TA%ADR(3)%P%R(CC)**M)*
& ((1+A*G)/(1+B*(G**2)))
FLUDP%ADR(C)%P%R(CC)=WCSVL(CC)*TA%ADR(3)%P%R(CC)*
&T2(CC)
ELSE
T2(CC) = 0.D0
WCSVL(CC)=WCS%ADR(C)%P%R(CC)*(TA%ADR(3)%P%R(CC)**M)*
& ((1+A*G)/(1+B*(G**2)))
FLUDP%ADR(C)%P%R(CC)=WCSVL(CC)*TA%ADR(3)%P%R(CC)*
&T2(CC)
ENDIF
END DO
ENDDO
ENDIF
C END OF DEPOSITION FLUX CALCULATION
CCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCCC
END SUBROUTINE DEPOSITION_FLUX
• FOURTH STEP
The fourth step of coupling is to print the variables obtained from the
SediMorph model. The variables calculated in the TELEMAC code or transferred to the
TELEMAC during the time loop as: the deposition flux, the erosion flux and the bed
evolution are printed automatically according the channels associated to these variables
into the lecdon_telemac3d.f. But, the variables must be extracted from the SediMorph
code will be printed using the preres_telemac3d.f.
SUBROUTINE: preres_telemac3d.f
..........................................................................................................................................................................
C VARIABLES FOR 2D OUTPUTS
IF(LEO.AND.SORG2D(3)) THEN
C=========================================================================
C EFF. BED SHEAR STRESS : PUT INTO T2_10
C=========================================================================
IF(SEDIMORPH) THEN
ALLOCATE (dummy1_sm(NPOIN2,2))
dummy1_sm=0.D0
dummy1_sm(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_eff_bedshearstress ())
DUM1%R = SQRT(dummy1_sm(:,1)**2+dummy1_sm(:,2)**2)
DUMM1%R=1
DEALLOCATE (dummy1_sm)
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_10 , Y=DUM1 , Z=DUMM1 )
269
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
ELSE
C=========================================================================
C CELERITY OF WAVES = SQRT(GH) : PUT INTO T2_10
C=========================================================================
CALL OS( 'X=CY ' , T2_10 , H , H , GRAV )
CALL OS( 'X=SQR(Y)' , T2_10 , T2_10 , H , GRAV )
ENDIF
ENDIF
IF(LEO.AND.SORG2D(8)) THEN
C=========================================================================
C GRAIN FRACTION NO: 2 IN EXCHANGE LAYER : PUT INTO T2_03
C=========================================================================
IF(SEDIMORPH) THEN
ALLOCATE (dummy1_sm(NPOIN2,NFRAC))
ALLOCATE (dummy2_sm(npoin2))
dummy1_sm=0.D0
dummy1_sm(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_exch_layer_fraction ())
dummy2_sm = dummy1_sm(:,2)*100.D0
DUM_SM2%R= dummy2_sm
DUMM_SM2%R =1
DEALLOCATE (dummy1_sm)
DEALLOCATE (dummy2_sm)
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_03 , Y=DUM_SM2 , Z=DUMM_SM2 )
ELSE
C=========================================================================
C SCALAR DISCHARGE : PUT INTO T2_03
C=========================================================================
CALL OS( 'X=N(Y,Z)' , X=T2_03 , Y=U2D, Z=V2D )
CALL OS( 'X=XY ' , X=T2_03 , Y=H )
ENDIF
ENDIF
IF(LEO.AND.SORG2D(13)) THEN
C=========================================================================
C EFF. _BED ROUGHNESS: PUT INTO T2_04
C=========================================================================
IF(SEDIMORPH) THEN
ALLOCATE (dummy2_sm(npoin2))
dummy2_sm=0.D0
dummy2_sm(:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_eff_bed_rough ())
DUM2%R= dummy2_sm
DUMM2%R=1
DEALLOCATE (dummy2_sm)
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_04 , Y=DUM2 , Z=DUMM2 )
ELSE
C=========================================================================
C DISCHARGE ALONG X : PUT INTO T2_04
C=========================================================================
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_04 , Y=H , Z=U2D )
ENDIF
ENDIF
IF(LEO.AND.SORG2D(14)) THEN
C=========================================================================
C GRAIN FRACTION NO: 1 IN EXCHANGE LAYER : PUT INTO T2_05
C=========================================================================
IF(SEDIMORPH) THEN
ALLOCATE (dummy1_sm(NPOIN2,NFRAC))
ALLOCATE (dummy2_sm(npoin2))
dummy1_sm=0.D0
270
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
dummy1_sm(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_exch_layer_fraction ())
dummy2_sm = dummy1_sm(:,1)*100.D0
DUM_SM1%R= dummy2_sm
DUMM_SM1%R =1
DEALLOCATE (dummy1_sm)
DEALLOCATE (dummy2_sm)
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_05 , Y=DUM_SM1 , Z=DUMM_SM1 )
ELSE
C=========================================================================
C DISCHARGE ALONG Y : PUT INTO T2_05
C=========================================================================
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_05 , Y=H , Z=V2D )
ENDIF
ENDIF
IF(LEO.AND.SORG2D(15)) THEN
C=========================================================================
C GRAIN FRACTION NO: 3 IN EXCHANGE LAYER : PUT INTO T2_06
C=========================================================================
IF(SEDIMORPH) THEN
ALLOCATE (dummy1_sm(NPOIN2,NFRAC))
ALLOCATE (dummy2_sm(npoin2))
dummy1_sm=0.D0
dummy1_sm(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_exch_layer_fraction ())
dummy2_sm = dummy1_sm(:,3)*100.D0
DUM_SM3%R= dummy2_sm
DUMM_SM3%R =1
DEALLOCATE (dummy1_sm)
DEALLOCATE (dummy2_sm)
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_06 , Y=DUM_SM3 , Z=DUMM_SM3 )
ELSE
C=========================================================================
C NORM OF VELOCITY : PUT INTO T2_06
C=========================================================================
CALL OS( 'X=N(Y,Z)' , X=T2_06 , Y=U2D , Z=V2D )
ENDIF
ENDIF
C=========================================================================
C GRAIN FRACTION NO: 4 IN EXCHANGE LAYER - T2_08
C=========================================================================
IF(LEO.AND.SORG2D(20)) THEN
IF(SEDIMORPH) THEN
ALLOCATE (dummy1_sm(NPOIN2,NFRAC))
ALLOCATE (dummy2_sm(npoin2))
dummy1_sm=0.D0
dummy1_sm(:,:) = interpolate_poly_to_node
* (get_sm_poly_exch_layer_fraction ())
dummy2_sm = dummy1_sm(:,4)*100.D0
DUM_SM4%R= dummy2_sm
DUMM_SM4%R =1
DEALLOCATE (dummy1_sm)
DEALLOCATE (dummy2_sm)
ENDIF
CALL OS( 'X=YZ ' , X=T2_08 , Y=DUM_SM4 , Z=DUMM_SM4 )
ENDIF
..........................................................................................................................................................................
271
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
The objective of this section is cite the principal FORTRAN functions used to
accomplish the coupling procedure since had been necessary create some variables to
change information between the modules TELEMAC3D and SediMorph, as well as, to
print the SediMorph results together with the hydrodynamic ones. The most precise and
detailed information about these functions, applications and examples can be found in
any FORTRAN manual.
272
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
A.7. References
273
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Fernandes, E. H. L., Dyer, K. R., Möller, O. O., and Niencheski, L. F. H. 2002. The
Patos Lagoon hydrodynamics during an El Niño event (1998). Continental Shelf
Research 22, 1699-1713.
Fernandes, E. H. L., Dyer, K. R. and Möller, O. O. 2005. Spatial gradients in the
flow of southern Patos Lagoon. Journal of Coastal Research. 20,102-112.
Fernandes, E. H., Marques, W. C., Malcherek, A., Putzar, B. 2009. Development of
improved strategies for Sustainable Environmental Management in Brazilian Harbours.
Technical Report.
Hartmann, C., Calliari, L., Charpy - Roubaud, C, J., Baumgarten, Z. M. G., e
Kantin, R. 1980. Estudo do material em suspensão e do material dissolvido das águas
de superfície da plataforma continental do Rio Grande do Sul, entre Torres e Rio
Grande (Operação Geomar XIII, de 19 a 27 de novembro de 1979)'. XXXI Congresso
Brasileiro de Geologia. Balneário Camboriú, SC. 2, 956-966.
Hartmann, C., Silva, O. F., 1989. Dinâmica sazonal da pluma de sedimentos da
desembocadura da Laguna dos Patos, analisada através de imagens Landsat. Simpósio
Brasileiro de Sensoriamento Remoto 4, Natal, Rio Grande do Norte, Brazil.
Hervouet, J-M. 2007. Hydrodynamics of free surface flows: modeling with the finite
element method. John Wiley & Sons, Ltd, The Atrium, Southern Gate, Chichester.
Krone, R. B. 1962. Flume studies of the transport of sediment in estuarial processes.
Final Report Hydraul. Eng. Lab. Sanit. Eng. Res. Lab. University of California,
Berkeley. 2.15.
Malcherek, A., Piechotta, F., Knoch, D. 2005. Mathematical module sedimorph –
validation document – version 1.1. Technical report. The Federal Waterways
Engineering and Research Institute. Karlshure – Hamburg – Ilmenau.
Möller, O. O. 1996. Hydrodinamique de La Lagune dos Patos, Mésures et
Modelisation. DSc. Thesis, Université Bordeaux I, France.
Möller, O. O., Lorenzzetti, J. A., Stech, J. L. and Mata, M. M. 1996. The Patos
Lagoon summertime circulation and dynamics. Coastal Shelf Research 16, 335-351.
Möller, O. O., Castaing, P., Salomon, J. C., Lazure, P. 2001. The influence of local
and non-local forcing effects on the subtidal circulation of Patos Lagoon. Estuaries. 24,
297-311.
Marques, W. C., Monteiro, I. O., Fernandes, E. H. 2009. Numerical modeling of the
Patos Lagoon coastal plume, Brazil. Continental Shelf Research.
274
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Odebrecht, C., Garcia, V. M. T., 1996. Pytoplankton. In: Seeliger, U.; C. Odebrecht &
J. P. Castello P. (Eds). Subtropical Convergente Environments, the Coast and Sea in the
Southwestern Atlantic. Berlim, Springer-Verlag. pp. 183-196.
Oliveira, M. B. 2000. Estudo comparativo da morfodinâmica de praias arenosas sob a
influência de deposição de lama na antepraia - Cassino RS. Trabalho de graduação,
Departamento de Oceanologia. Rio Grande. Fundação Universidade do Rio Grande.
Piola, A. R., Matano, R. P., Palma, E. D., Möller, O. O., Campos, E. J. D., 2005.
The influence of the Plata River discharge on the western South Atlantic shelf.
Geophysical Research Letters. 32, doi:10.1029/2004GL021638.
Soares, I. D., Kourafalou, V. and Lee, T. N. 2007a. Circulation on the western South
Atlantic continental shelf: 1. Numerical process studies on buoyancy. Journal
Geophysical Research 112,C04002.
Soares, I. D., Kourafalou, V. and Lee, T. N. 2007b. Circulation on the western South
Atlantic continental shelf: 2. Spring and autumn realistic simulations. Journal
Geophysical Research 112,C04003.
Torronteguy, M. C. 2000. Sedimentologia dos depósitos lamíticos na ante-praia do
Cassino - RS - Brasil , Junho de 1998 - Abril de 1999. Trabalho de Graduação,
Departamento de Geociências. Rio Grande. Fundação Universidade do Rio Grande
Zavialov, P. O., Kostinoy, A. G., Möller, O. O., 2003. Mapping river discharge effects
on Southern Brazilian shelf. Geophysical Research Letters. 30(21), 2126
275
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
ASSOCIADA AO TRABALHO
B.1 Artigos completos publicados em periódicos
276
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
277
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
278
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
279
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
280
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
281
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
Marques, W. C., Monteiro, I. O., Moraes, B. C., Flores, E. G., Möller Jr., O. O.,
Fernandes, E. H. L. Patos Lagoon Coastal plume study using numerical modeling and
MODIS images In: ERF 2007 Estuarine Research Federation - Science and
Management, 2007, Providence. ERF 2007 Estuarine Research Federation - Science and
Management. , 2007.
282
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
283
Estudo da dinâmica da pluma costeira da Lagoa dos Patos
284