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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


INSTITUTO CIBERESPACIAL
ENGENHARIA CARTOGRAFICA E DE AGRIMENSURA

MOISES ALBERTO EVELIN PEREIRA TOME

LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO DO RIO CURUÇÁ – PA

BELÉM – PA
2019
MOISES ALBERTO EVELIN PEREIRA TOME

LEVANTAMENTO BATIMÉTRICO DO RIO CURUÇÁ – PA

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao curso de engenharia de


cartografia e agrimensura da Universidade Federal Rural da Amazônia co-
mo requisito para obtenção do grau Bacharel em engenharia de cartografia
e agrimensura.
Área de concentração: Cartografia Náutica.
Orientador: MSc. Marcelo Augusto Moreno da Silva Alves.

BELÉM - PA
2019
MOISES ALBERTO EVELIN PEREIRA TOME

LEVANTAMENTO BATIMETRICO DO RIO CURUCÁ-PA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazô-


nia, como parte das exigências do Curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura,
para a obtenção do título de bacharel.

_________________________________

Data da Aprovação

Banca Examinadora:

________________________________________________________

Prof. MSc. Marcelo Augusto Moreno da Silva Alves

Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________________________

Prof. MSc. João Almiro Correa Soares

Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________________________

Mestranda. Stephanie Jael Negrão de Freitas.

Universidade Federal do Pará/CCPGA.

BELÉM

2019
Dedico esse trabalho primeiramente a
minha família e a todo jovem negro (a) brasi-
leiro (a) que tem o sonho de uma gradua-
ção.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, Jah, Buda e Jeová que me deu forças para
seguir mesmo em momentos de dificuldades, não deixou que eu desistisse e me
proporciono momentos muitos felizes ao decorrer da graduação e da vida. Quero
agradecer também a Universidade Federal Rural da Amazônia por ter me acolhido e
ajudado nessa jornada da minha vida que se passa, juntamente com o Laboratório
de Geologia de Ambientes Aquáticos que me deu todo o aparato necessário para
minha formação.
Ao meu orientador, Professor Marcelo Augusto Moreno Alves da Silva, que
sempre me auxiliou, apoiou e me deu total confiança como orientando, contribuindo
assim, para a minha formação pessoal e profissional. Obrigado por tudo!
Agradeço a todos os professores que passaram pela minha evolução como
Discente e pessoal na universidade, principalmente ao professor Carlos Rodrigo Ta-
najura caldeira que me ajudou bastante nessa jornada, assim como o coordenador
do curso o professor João Almiro Correa Soares que me motivou a permanecer no
curso.
Quero agradecer também a todos os servidores da UFRA pelo apoio dado ao
longo desses anos, aos motoristas que fizeram meu transporte tanto dentro quanto
fora da UFRA, aos guardas que fizeram minha segurança dentro da universidade e
as pessoas da limpeza e manutenção que executaram seus trabalhos com excelên-
cia mesmo em momentos difíceis para a universidade. Principalmente para a secre-
taria do curso Adélia e para os irmãos Moniel e Monielli.
Aos amigos que fiz no decorrer da graduação, Ronaldo Matos, Mayra Assis,
Jessica Mariana, Igor Silva, Milton Vaz, Gilvandro Amoras, Raquel Cristina, João
Ricardo, Adler Alves, kelly Amaral, Michelli Moutinho, Dan Quaresma, Alanda Ribei-
ro. Obrigado pelo companheirismo e amizade nessa jornada das nossas vidas.
Agradeço aos meus amigos de longa data Iago Aquino, Renan Cassiano, Lucas
Praça, Eduardo lobo, Gustavo Cruz, Paulo Monteiro, Alana Albuquerque, Yasmin
Passos, Brando Rodrigues, Beatriz Silva, Hugo Duarte, Noami Oliveira. Valeu pelos
momentos vividos até aqui e os próximos que virão.
A Cristina Evelin Pereira, Marcelo Horácio Alfaro e Tome Albert Serge, meus
pais, que são a base que me amparam e me erguem me ensinaram princípios e de-
veres, amor e educação, me guiando na caminhada da vida até esse momento único
e incentivando as conquistas de objetivos almejados. Agradeço por tudo do fundo do
meu coração, serei eternamente grato.
Por fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para concretização
deste sonho. Agradeço a algumas amigas especiais que me ajudaram indiretamente
ao longo do processo de formação. Stephane Leticia, Marcela Palheta, Ingrids Caro-
lina, Domenica Nepomuceno e Urakawatiemi.
“Não espere o futuro mudar tua vida,
porque o futuro é a consequência do
presente.”

Racionais MC´s
RESUMO

O presente Trabalho tem como objetivo a caracterização do Rio Curuçá (Curu-


çá-PA) através dos parâmetros da maré e batimétricos, O Rio Curuçá situa-se no
nordeste do Pará, possui um clima muito úmido com temperatura média variando em
torno de 27ºC, pequena amplitude térmica, apresenta precipitações anuais abundan-
tes que ultrapassam os 2.000 mm, tendo como os meses mais chuvosos de janeiro
a junho e menos chuvosos de julho a dezembro; apresentando macromarés semi-
diurnas com amplitudes de 5,7m. Os dados gerados foram integrados de forma a
caracterizar parâmetros batimétricos. A coleta foi realizada no mês que se enquadra
no período chuvoso na região, no mês de abril do ano de 2019, em pontos estratégi-
cos de coleta de acordo com o planejamento de campo anteriormente elaborado. Foi
observada a variação da mare e a execução do levantamento batimétrico, foi obser-
vado que o comportamento da curva de maré do rio Curuçá se enquadra em ma-
cromarés semidiurna com os valores obtidos de 4,71m á -0,05m. A corrente superfi-
cial apresentou valores de 0,86m/s na maré vazante e 0,12m/s no estofo de maré
baixa, sendo que a média foi de 0,49m/s. O levantamento batimétrico foi subdividido
em 3 seções que obtiveram resultados diferentes, o perfil padrão considerado no
levantamento foi o perfil 2 que tem uma largura de 500m e profundidades que vari-
am de 3m á 5m como maior frequência, e sua porcentagem é de 57,23% e uma va-
zão de 1.505m3.s-1 em uma área de aproximadamente 3.500m² e um talvegue de
7m, apresentando assim um perfil batimétrico com nível maregráfico de maré vazan-
te. Tendo como conclusão que a utilização do ecobatimetro monofeixe se enquadra
perfeitamente a hidrodinâmica do Rio Curuçá e pode assim efetuar as linhas de co-
letas planejadas, obtendo a profundidade dos três seguimentos com perfeição tanto
para estudo quanto para navegação.
Palavras – chaves: Batimetria. Rio Curuçá. Maregráfico.
ABSTRAIT

Le présent travail a pour but de caractériser la rivière Curuçá (Curu-çá-PA) par


les paramètres de marée et de bathymétrie, situé au nord-est du Pará et jouissant
d'un climat très humide et d'une température moyenne de 27 ° C environ. une faible
amplitude thermique, avec des précipitations annuelles abondantes supérieures à 2
000 mm, avec les mois les plus humides de janvier à juin et moins pluvieux de juillet
à décembre; présentant des marées macro semi-diurnes d'amplitudes de 5,7m. Les
données générées ont été intégrées pour caractériser les paramètres bathymétri-
ques. La collecte a eu lieu au cours du mois de la saison des pluies dans la région,
en avril 2019, à des points de collecte stratégiques, conformément à la planification
sur le terrain précédemment élaborée. On a observé la variation de la marée et
l'exécution du levé bathymétrique, ainsi que le comportement de la courbe des ma-
rées de la rivière Curuçá qui correspond aux marées semi-diurnes avec les valeurs
obtenues de 4,71 m à -0,05 m. Le courant de surface a montré des valeurs de 0,86
m / s à marée basse et de 0,12 m / s à la tapisserie d’ameublement pour marée bas-
se, la moyenne étant de 0,49 m / s. Le relevé bathymétrique a été subdivisé en 3
sections qui ont donné des résultats différents. Le profil standard considéré était le
profil 2, qui avait une largeur de 500 m et une profondeur allant de 3 m à 5 m comme
fréquence maximale, et son pourcentage était de 57, 23% et un débit de 1 505m3.s-
1 sur une surface d’environ 3 500 m² et une hauteur de talus de 7 m, présentant ainsi
un profil bathymétrique avec marée basse. En concluant que l'utilisation de l'écho-
mètre à faisceau unique convient parfaitement à l'hydrodynamique de la rivière Cu-
ruçá et permet ainsi de réaliser les lignes de collecte planifiées, obtenant ainsi la pro-
fondeur des trois segments parfaitement pour l'étude et la navigation.

Mots-clés: Bathymétrie. RivièreCuruçá. Maregraphic.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES.

Figura 1: Mapa de localização da área de estudo ..................................................... 17


Figura 2 - Mapa de Curuçá ....................................................................................... 18
Figura 3 - Método direto ............................................................................................ 21
Figura 4 - Método indireto ......................................................................................... 21
Figura 5 - Comparação do Ecobatimetro monofeixe e multifeixe .............................. 24
Figura 6 - Ecobatimetro monofeixe ........................................................................... 25
Figura 7 - Ecobatimetro multifeixe ............................................................................. 28
Figura 8 - Ensonificação dos feixes........................................................................... 29
Figura 9 - Componentes de uma embarcação .......................................................... 30
Figura 10 - Movimentos de uma embarcação ........................................................... 31
Figura 11 - Deslocamento ......................................................................................... 32
Figura 12 - Método misto........................................................................................... 33
Figura 13 - método eletrônico.................................................................................... 34
Figura 14 - Integração estação móvel com a Batimetria ........................................... 35
Figura 15 - Relacionamento da maré com a corrente de maré, consistindo de uma
onda de maré progressiva simples. ........................................................................... 38
Figura 16 - Linha de Sondagem ................................................................................ 41
Figura 17 - Levantamento Batimétrico ...................................................................... 43
Figura 18 - Curva de Maré dia 12/03/2018 ................................................................ 46
Figura 19 - Feições Batimétricas .................................. Erro! Indicador não definido.
Figura 20 - Foto do Rio Curuçá ................................................................................ 48
Figura 21 - Percentual de profundidade.....................................................................48
Figura 22 - Percentual de profundidade seção 1.......................................................49
Figura 23 - Mapa Batimétrico da seção 1 representado pelo estuário superior do rio
Curuçá (Curuçá-PA)...................................................................................................50
Figura 24 - Foto rio Curuçá........................................................................................51
Figura 25 - Percentual de profundidade seção 2.......................................................51
Figura 26 - Mapa Batimétrico da seção 2 representado pelo estuário superior do rio
Curuçá (Curuçá-PA)..................................................................................................53
Figura 27 - Foto rio Curuçá........................................................................................54
Figura 28 - Percentual de profundidade da seção 3..................................................54
Figura 29 - Foto rio Curuçá........................................................................................55
Figura 30 - Mapa Batimétrico da seção 3 representado pelo estuário superior do rio
Curuçá (Curuçá-PA)...................................................................................................57
LISTA DE SIGLAS

OHI – Organização Hidrográfica Internacional


DHN – Diretoria de Hidrografia e Navegação.
LH – Levantamento Hidrológico
LV – Linhas de Verificação
UC – Unidade de Conservação
RESEX – Reserva Extrativista
SONAR - Sound Navigation and Ranging
GPS – Sistema de Posicionamento Global
DGPS – Differential Global Positioning System
IHT – Incerteza Horizontal Total
GNSS - Global Navigation Satellite Systems
RTCM - Radio Technical Comittee for Maritime Service
RTK - Real-time Kinematic
UTC - Universal Time Coordinate
UFRA – Universidade Federal Rural da Amazônia
ZR - Zona de Maré de Rio
ZC - Zona Costeira
N - Norte
NE - Nordeste
NR - Nível de Redução
NW - Noroeste
S - Sul
SE - Sudeste
SW - Sudoeste
W - Oeste
WNW - Oeste-noroeste
WSW - Oeste-sudoeste
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................11
2 Levantamentos Hidrográficos. ..........................................................................14
3 OBJETIVOS .........................................................................................................15
3.2 Objetivos especifico...................................................................................................................... 15
4 CARACTERISTICAS GERAIS DA AREA DE ESTUDO .....................................16
4.1 Localização e acesso. .................................................................................................................... 16
5 Fundamentação teórica .....................................................................................19
5.1 Batimetria ..................................................................................................................................... 19
5.2 Fatores importantes a serem definidos num levantamento batimétrico. ................................. 20
5.3 Métodos diretos ........................................................................................................................... 20
5.3.2 Método Indireto ......................................................................................................................... 21
5.3.3 Ecobatímetros ............................................................................................................................ 22
5.4 Ecobatimetro monofeixe .............................................................................................................. 25
5.5 Ecobatimetro multifeixe............................................................................................................... 27
6 Definição da posição da embarcação ..............................................................30
6.1 Movimentos de uma embarcação ............................................................................................... 30
6.2 Métodos de obtenção da posição da embarcação...................................................................... 32
7. Integração GPS e Ecobatimetria ......................................................................34
7.1 Integrações dos sistemas usados em levantamentos batimétricos ........................................... 35
7.2 Marés e Correntes de Maré ......................................................................................................... 37
8 MATERIAIS E METODO......................................................................................39
8.1 Metodologia ................................................................................................................................. 39
9 Batimetria ............................................................................................................39
9.1 Linhas de sondagem. .................................................................................................................... 42
10. Software utilizado para processar os dados batimétricos ..........................44
10.1 Surfer 8 e 13 ................................................................................................................................ 44
11 RESULTADOS E DISCURSSÃO ......................................................................45
11.1 Marés .......................................................................................................................................... 45
11.2 Batimetria ................................................................................................................................... 46
12 CONCLUSÃO ....................................................................................................57
REFERÊNCIAS.......................................................................................................60
11

1 INTRODUÇÃO
A região costeira brasileira tem uma grande importância ambiental na repre-
sentação do mosaico de ecossistemas. No rico litoral brasileiro podem ser encontra-
das baias, praias, ilhas, dunas, falésias, estuário e inúmeros ambientes de importân-
cia ecológica. Apresentando assim uma biodiversidade de espécies vegetais e ani-
mais que são adeptos as condições climáticas e geológicas dessa região.
A zona costeira do norte do Brasil é uma região considerada privilegiada por-
que apresenta uma rede hidrográfica grande e complexa, e seu estuário principal é o
rio Amazonas que possui uma maior grandeza em navegação e biodiversidade. Os
rios e outros cursos de água menores formam os estuários.
Os estuários do litoral norte do Brasil são considerados entre os
mais preservados da costa brasileira. São ecossistemas extremamente
complexos e dinâmicos, bastante influenciadas pelas correntes, marés, ven-
tos, variações sazonais, descarga hídrica e sólida das drenagens regionais.
Os ecossistemas estuarinos constituem locais de refúgio, reprodução e
crescimento de várias espécies animais (AVELINE, 1980).
A necessidade do mapeamento das áreas por meio de levantamentos hidro-
gráficos que possibilitam a produção de cartas náuticas, no Brasil quem tem a essa
responsabilidade é a Marinha do Brasil, a diretoria de hidrologia e navegação é res-
ponsável pela elaboração sendo reconhecida por todos os serviços hidrológicos
mundiais e pela organização Hidrográfica internacional (OHI) é um organismo inter-
governamental, de cunho consultivo, sem qualquer autoridade sobre os Serviços
Hidrográficos dos Estados-Membros, isso porque a sua qualidade e precisão são
compatíveis à tecnologia empregada a esse fim.
O levantamento batimétrico tem como função principal o conhecimento sub-
merso de lagos, rios e oceanos através do mapeamento. Com o passar dos anos os
levantamentos batimétricos sofreram mudanças de técnicas e de tecnologias nas
medições das profundidades, os sondadores de multifeixe e sistemas de sondagem
a laser disponibilizaram uma cobertura quase total de rios, lagos e oceanos. As altas
densidades de dados recolhidos bem como a elevada taxa de aquisição dos dados
possibilitam a varredura batimétrica com eficácia e a obtenção de informações com-
plementares.
12

O litoral de rias é caracterizado por grande número de baias afuniladas em


forma de trombetas, cujas reentrâncias servem de escoadouros aos rios que nas-
cem no planalto costeiro, e desembocam em direção ao oceano Atlântico. Junto ao
continente apresentam portos de caráter flúvio-marinhos, que se inserem nas sedes
dos vários municípios do salgado: Vigia São Caetano de Odivelas, Curuçá, Marapa-
nim, Maracanã, Salinópolis, Primavera, Quatipuru, Bragança, Augusto Correia e Vi-
seu. (ANAFURTADO e MARCIAPIMENTEL, 2010, p. 1).
A maior parte do nosso planeta é coberta de água na forma de oceanos, ma-
res, rios, lagoas, reservatórios, etc. Quando se acrescenta os espaços ocupados
pelas águas brasileiras (3,5 milhões de km quadrados e a extensão da plataforma
continental de 963 mil km), a área do Brasil é 52% maior quando comparada consi-
derando-se apenas a área continental (8,5 milhões de km). Algumas atividades de
campo são desenvolvidas nestes ambientes, e vão exigir muitas vezes, procedimen-
tos peculiares, distintos daqueles executados em ambiente terrestre, ou com ade-
quações. Tendo em vista a segurança da navegação, desenvolver a cartografia para
trabalhos em áreas submersas sempre foi um desafio pelas próprias dificuldades
inerentes.
No que se referem às cartas náuticas, algumas podem se tornar desatualiza-
das quanto às suas informações batimétricas devido à dinâmica dos sistemas hídri-
cos, com ocorrência de processos de erosão e deposição em rios, lagos e áreas
costeiras.
A integração de dados altimétricos entre a porção continental (altitudes) e
oceânica (profundidades) é muito importante, principalmente do ponto de vista car-
tográfico, por exemplo, na avaliação correta de riscos costeiros. No caso do Brasil,
essa condição não é satisfeita, haja vista a descontinuidade entre os níveis de refe-
rência ("zeros") das elevações fornecidas pela cartografia terrestre e das profundi-
dades apresentadas na cartografia náutica, e também pela inexistência das informa-
ções necessárias para integração destes referenciais. A diferença entre os referen-
cias é relevante para análise de alterações no nível do mar, o que dificulta a deter-
minação da chamada linha de costa nos mapas.
13

Em MELO, (1998). Fala que em decorrência da sua elevada importância soci-


oambiental e, consequentemente, da necessidade de compreensão desse complexo
sistema, diversos estudos são realizados nos estuários do litoral paraense, abordan-
do diversas subáreas (química, física, geologia e biologia) da oceanografia. Adicio-
nalmente, as principais linhas de pesquisas nesse ambiente encontram-se focadas
no estudo dos ciclos dos nutrientes, das interações com a biota, com sedimentos em
suspensão e de fundo, da influência de escoamento superficial e da dinâmica natu-
ral.
A zona costeira paraense se divide em três setores com características dife-
rentes entre eles, a chamada região do salgado paraense é o primeiro setor que
ocupa a costa atlântica; o segundo setor é o estuarino marajoara; o terceiro setor é o
setor continental estuarino. Dentro desses três setores da zona costeira esse traba-
lho irá abordar o primeiro setor do salgado paraense é onde a área de estudo se en-
contra, ou seja, o estuarino do rio Curuçá Apesar da enorme representatividade e
importância do rio Curuçá no contexto da região nordeste do Pará, há uma ausência
de conhecimento científico quando comparados com os conhecimentos já existentes
para os ecossistemas similares de outras regiões como sul e sudeste do Brasil.
O litoral paraense abrange uma área equivalente à 1.200km de ex-
tensão, correspondendo a 7% do total da linha de costa do Brasil, que tam-
bém corresponde a 20% dos manguezais brasileiros. Essa região possui
aproximadamente 3 milhões de habitantes, a maior densidade demográfica
do estado (32hab/km2), uma produção atual que se estima deva ser de
mais de 1.00.000t de peixes, crustáceos e moluscos. (Senna 1995).

O município de Curuçá limita-se ao Norte com o oceano Atlântico, ao Sul com


o município de Terra Alta, a Leste com o município de Marapanim e a Oeste de São
Caetano de Odivelas. Essa área apresenta clima equatorial amazônico tipo Am2 da
classificação de Köppen. Caracterizado pelas temperaturas elevadas, com tempera-
tura média de 27ºC, pequena amplitude térmica, apresenta precipitações anuais
abundantes que ultrapassam os 2.000mm, sendo os meses mais chuvosos de janei-
ro a junho e menos chuvosos de julho a dezembro (IDESP, 2002).
Atualmente a cobertura florestal do município é predominantemente de Flo-
restas Secundárias, consequência dos desmatamentos ocorridos com grande inten-
sidade e extensão, cujo objetivo foi a remoção da floresta primitiva para o plantio de
espécies agrícolas de subsistência. O presente estudo visa caracterizar a oceano-
grafia do estuário do rio Curuçá (PA), a partir de levantamentos acerca dos parâme-
tros oceanográficos.
14

2 Levantamentos Hidrográficos.
Em Corrêa (2012) temos que os trabalhos hidrográficos podem ser definidos
como sendo os levantamentos topográficos efetuados para a obtenção da posição
de pontos em leitos de água tais como rios, lagos, lagoas e ambientes oceânicos,
além da determinação da variação do nível d’água em um reservatório ou em um
curso d’água. O objetivo principal é o conhecimento da morfologia de fundo destes
ambientes para a construção de cartas náuticas bem como para a planificação e
controle de projetos de engenharia como pontes, túneis, barragens, portos e outros
trabalhos relacionados à engenharia.
Segundo a portaria 53/MB (BRASIL, 2002), um levantamento hidrográfico
compreende o “conjunto de trabalhos executados na obtenção de dados batimétri-
cos, geológicos, maregráficos, fluviométricos, topogeodésicos, de ondas, de corren-
tes e outros, em áreas marítimas, fluviais, lacustres e em canais naturais ou artifici-
ais, navegáveis ou não”.
Na NORMAM-25/DHN (NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA para levan-
tamentos hidrográficos) tem-se que “levantamento hidrográfico é toda a pesquisa em
áreas marítimas, fluviais, lacustres e em canais naturais ou artificiais navegáveis,
que tenha como propósito a obtenção de dados de interesse à navegação aquaviá-
ria. Esses dados podem ser constituídos por informações de batimetria, da natureza
e configuração do fundo marinho, de direção e força das correntes, da altura e fre-
quência da maré ou do nível das águas, e da localização de feições topográficas e
objetos fixos que sirvam em auxílio à navegação”.
15

3 OBJETIVOS
O objetivo desse trabalho é levar informações para a sociedade e gerar pes-
quisa cientifica para a área de cartografia náutica, possibilitando assim o melhor co-
nhecimento do fundo marinho na região.
3.1 Objetivos gerais
Caracterização da morfologia de fundo do estuário do rio Curuçá.

3.2 Objetivos específicos


• Caracterizar as formas de leito e apontar à respectiva hidrodinâmica do rio
em função de suas características;
• Confeccionar um Mapa batimétrico para o rio Curuçá.
16

4 CARACTERISTICAS GERAIS DA AREA DE ESTUDO


A área de estudo tem uma rica hidrovia que é bastante utilizada pela população nati-
va porem, á pouca pesquisa sobre a mesma foi o estopim para a elaboração do pre-
sente trabalho.

4.1 Localização e acesso.


O estuário do rio Curuçá (PA), localiza-se na Mesorregião do Nordeste Para-
ense e na Microrregião do Salgado, entre as coordenadas de 47°45’ e 48°00’ Oeste,
e 00°30’ e 01°15’ Sul. A sede do município está em uma distância de aproximada-
mente 150 km da capital do Estado possuindo as seguintes coordenadas geográfi-
cas: 0º43’44”S e 47⁰50’53”W.O município limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico,
ao Sul com o município de Terra Alta, a Leste com o município de Marapanim e a
Oeste de São Caetano de Odivelas (IDESP 2002).
A área de estudo é uma UC (Unidade de Conservação), graças ao decreto de
13 de dezembro de 2002, que criou a RESEX(Reserva Extrativista), Mãe Grande de
Curuçá com os objetivos de assegurar o uso sustentável e a conservação dos recur-
sos naturais renováveis, protegendo a cultura da população extrativista local e os
meios de vida. A economia do município está baseada no comércio local, agricultura
e tem como principal atividade econômica a pesca que depende do estuário do rio
Curuçá.
O principal acesso à área é feito a partir de Belém pela rodovia federal BR-
316 até o município de Castanhal, a partir da qual se segue pela rodovia estadual
PA-136 passando pelo município de Terra Alta até chegar ao município de Curuçá
que tem uma distancia para terra alta de aproximadamente 35,5 km.
O local de partida foi a fazenda denominada de São Paulo, que se encontra
em uma área com excelente acesso para Rio Curuçá, o exato local de partida tem
coordenadas de 0°40'50.66"S em sua Latitude e 47°50'40.58"O na Longitude.
O clima do município é caracterizado como equatorial, com período de chuvas
muito intenso que vai de janeiro a junho que já caracteriza o inverno na região, nos
meses de julho a setembro ocorre chuvas com uma porcentagem baixa e há o pre-
domínio de tempo seco e sem chuvas de outubro a dezembro, com temperaturas
elevadas, com médias de 27ºC, pequena amplitude térmica, precipitações abundan-
tes que ultrapassam os 2.000 mm anuais.
17

Figura 1: Mapa de localização da área de estudo

Fonte - O Autor (2019)


18

Figura 2 - Mapa de Curuçá

Fonte - O Autor (2019)


19

5 Fundamentação teórica
5.1 Batimetria
Segundo o DHN temos que a batimetria trata do conjunto dos princípios, mé-
todos e convenções usados para determinar a medida do contorno, da dimensão
relativa da superfície submersa dos mares, rios, lagos, represas e canais. Os levan-
tamentos batimétricos têm por objetivo efetuar medições de profundidades que este-
jam associadas a uma posição da embarcação na superfície da água, as quais são
necessárias em áreas marítimas, fluviais, canais, lagoas, etc, buscando representar
estas áreas em uma carta, e desta forma conhecer o comportamento da morfologia
de fundo de um rio, reservatório, canal ou de um oceano. Compreende assim uma
abordagem planimétrica (X,Y) que fornece a posição da embarcação onde está a
estação, e a obtenção das profundidades. As coordenadas (X, Y) são frequentemen-
te obtidas por DGPS, irradiação, interseção à vante (conforme a situação), e as pro-
fundidades por sondagem.
As profundidades são necessárias para representação das isóbatas,
possibilitando a visualização da topografia submersa e orientação para na-
vegação. As medições da profundidade podem ser feitas de forma direta
(uso do prumo de mão, máquina de sondar e estádias) ou indireta (emprego
de sensores acústicos como o ecobatímetro monofeixe ou multifeixe, senso-
res eletromagnéticos espaciais ou aerotransportados) (KRUEGER, 2005).
Alguns fatores que devem ser considerados. Visibilidade, profundidade, apli-
cação, tempo para execução e dimensão da área. Assim como em todo trabalho de
campo, um levantamento batimétrico necessita de um planejamento prévio das ativi-
dades envolvidas, desde a localização geral da área a ser levantada até o contato
com os órgãos competentes. Após, parte-se para uma inspeção in loco para verifi-
cação das condições da área a ser explorada. Após estas análises, define-se a me-
todologia e consequentemente os equipamentos e acessórios necessários. (CHM,
2015).
Uma das grandes dificuldades nos levantamentos batimétricos consiste no
controle do posicionamento planimétrico da embarcação de sondagem, uma vez que
não é possível a materialização de pontos estáveis de observação, e também a re-
ceptibilidade das medições visando um ajustamento das profundidades.
20

5.2 Fatores importantes a serem definidos em um levantamento batimétrico.


• Planejamento das linhas de sondagem, com verificação do espaça-
mento entre as mesmas, que é função da ordem do levantamento pre-
tendido (precisão) e da profundidade in loco.
• As linhas de sondagem devem ter orientação transversal à direção
predominante das linhas isobatimétricas.
• As linhas de sondagem devem ser dispostas de forma regular, e po-
dem ser paralelas, circulares, radiais, em ziguezagues ou aleatórias.
• As observações maregráficas são de extrema importância para o co-
nhecimento e definição destes níveis.

5.3 Métodos diretos


O método tradicional emprega o estiramento de cabos de aço, uso de embar-
cações (botes), medição da profundidade com uso de vara, anotação manual de da-
dos em cadernetas de campo, etc. (AZAMBUJA, 2012).
AZAMBUJA diz que para levantamentos batimétricos de áreas com pequena
profundidade, pode-se usar a vara de sondagem que consiste de uma vara rígida
graduada em centímetros (até 5 m de comprimento), geralmente de corpo cilíndrico,
com extremos recobertos por uma lâmina metálica para proteção, que permite a me-
dição da profundidade da água. Para auxiliar nesse método é usado um cabo de aço
fortemente esticado entre as duas extremidades do corpo d’água, para que seja
possível acompanhar o perfil desejado, evitando um possível deslocamento equivo-
cado da embarcação. O cabo deve ter marcações com distâncias entre os pontos a
serem levantados, convenientemente ao meio físico.
5.3.1 Desvantagens do método direto.
• Catenária: relevante entre margens muitos distantes;
• Tamanho da vara: inviável para águas mais profundas;
• Vazão do rio: correnteza do córrego, que causa deslocamento da posi-
ção vertical da vara;
Em AZAMBUJA (2012) fala que Além disso, apresenta baixa produtividade e
obtenção descontínua de dados, grande possibilidade de erros grosseiros, necessi-
dade de muita mão de obra, restabelecimento de linhas base.
As vantagens são sua simplicidade e baixo custo, limitando-se a regiões de
pequeno porte.
21

Figura 3 - Método direto

Fonte - NOAA (2017)

5.3.2 Método Indireto


A aquisição da informação batimétrica é uma investigação indireta do fundo
marinho (ou do leito de rios, reservatórios), com aferição da propagação de sinais
acústicos.
Figura 4 - Método indireto

Fonte – SUBSEAWORDNEWS (2016)


22

O avanço da física e da eletrônica propiciou o surgimento de novas técnicas,


entre elas o SONAR (Sound Navigation and Ranging), que permite a medição de
distâncias sob a água. (CHM, 2015). Já no caso dos levantamentos batimétricos
modernos, os mesmos recorrem ao uso de ecobatímetros monofeixe, ecobatímetros
multifeixe varreduras aéreas por LASER, imagens de sensoriamento remoto, sendo
que as duas últimas apresentam mais restrições quando há sedimentos na água. O
uso dos ecobatímetros é a principal fonte de dados.
5.3.3 Ecobatímetros
Os dados de batimetria consistem de posição e profundidade. São utilizadas
embarcações equipadas com receptores DGPS (medida da posição), ecobatímetros
(medida da profundidade) associados a sensores para determinação da velocidade
do som na água, sensores de atitude (medem movimento da embarcação nos 3 ei-
xos). (CHM, 2015).
O surgimento dos ecobatímetros permitiu maior agilidade e rapidez nos levan-
tamentos que envolvem a batimetria. O ecobatímetro é um aparelho que produz um
feixe de ondas sonoras ou ultrassonoras transmitido verticalmente por um emissor
instalado na embarcação de sondagem chamado de transdutor, que atravessa o
meio líquido até atingir o fundo submerso, onde é refletido. O sinal retorna à superfí-
cie, onde é detectado por um receptor. Faz-se a conversão do tempo que é decorri-
do desde a emissão do sinal e a recepção do eco refletido do fundo submerso em
profundidade, uma vez que a velocidade do som na água é conhecida (aproxima-
damente 1500 m/s). (OHI, 2016). Basicamente, um ecobatímetro é composto de:
• Transmissor.
• Receptor.
• Amplificador.
• Registrador.
• Transdutor.
• Comando de transmissão.
A partir de intervalos de tempos constantes, o comando de transmissão envia
um pulso ao transmissor, que recebendo este sinal, envia ao transdutor como um
pulso de energia elétrica de potência muito maior que a recebida. Por sua vez, o
transdutor de recepção transforma a energia elétrica em sonora.
23

O eco refletido pelo fundo submerso impressiona o transdutor de recepção, o


qual efetua a transformação da energia sonora em elétrica, que é finalmente enviada
ao medidor de intervalo de tempo onde é medido o intervalo entre a emissão do pul-
so e a recepção do eco. Este intervalo de tempo é transformado diretamente em pro-
fundidade e apresentado no registrador de forma visual ou gráfica. (MIGUENS,
1996; KRUEGER, 2005).
Variáveis que podem interferir no levantamento com ecobatímetro na propa-
gação das ondas;
• Salinidade da água.
• Temperatura da água.
• Quantidade de sedimentos em suspensão.
• Forte turbulência do córrego.
Como a densidade da água não é constante, mas depende de três fatores
principais que são a temperatura, a pressão e a salinidade, é preciso minimizar a
influência desses parâmetros, buscando uma melhor precisão das medidas de pro-
fundidade. Para isso, faz-se necessário realizar uma calibração no ecobatímetro.
Possíveis desvantagens do emprego de ecobatímetros são:
• Presença de muitos sedimentos com distorção da profundidade real;
• Alto custo.
• Necessidade de mão-de-obra qualificada;
As vantagens do emprego de ecobatímetros:
• Melhor precisão.
• Rapidez de execução do levantamento e do processamento de dados.
A geração de ecogramas dispensa anotações manuais, sendo possível, de-
pendendo do tipo de equipamento, conhecer o perfil do fundo do rio, lago, etc., ao
longo de uma seção específica. Resumidamente, pode-se afirmar que o princípio
fundamental de um ecobatímetro consiste na emissão de um feixe de ondas sonoras
transmitidas por um emissor instalado na embarcação, o qual atinge o fundo sub-
merso e reflete, retornando à superfície, onde é detectado por um receptor.
Equação 1(IHO, 2005) - equação da profundidade média.

𝒑 = 𝒗𝑯𝟐𝟎 (𝒕𝒓 – 𝒕𝒆) /𝟐


24

• p – profundidade medida (em m).


• vH2O – velocidade do som no meio (ou função que representa essa ve-
locidade em m/s).
• (te, tr) – instante (em seg) da emissão e recepção do pulso emitido pe-
lo ecobatímetro respectivamente.
A frequência do pulso permite definir o alcance do mesmo, bem como sua
penetração nos sedimentos. O alcance de um pulso é inversamente proporcional à
sua frequência, o que implica que as frequências mais altas são usadas em menores
profundidades, e as mais baixas para maiores profundidades (PACHECO, 2012)
Sobre a velocidade, os ecobatímetros atuais permitem a introdução e o ajus-
tamento da velocidade durante o levantamento, evitando a introdução de um erro
sistemático, na obtenção da profundidade. Geralmente, encontram-se junto às espe-
cificações técnicas do ecobatímetro os valores tabelados das velocidades de propa-
gação do som na água em função destes parâmetros da água. (KRUEGER, 1999).

Figura 5 - Comparação do Ecobatimetro monofeixe e multifeixe

Fonte - MATOS, A.J.S. (2012)


25

5.4 Ecobatimetro monofeixe

O sistema monofeixe emite pulsos verticalmente para baixo a uma largura de


feixe e taxa constante predefinida pelo operador.
Os ecobatímetros de monofeixe possibilitam uma precisão a nível submétrico
em águas rasas e os sistemas batimétricos com eles efetuam um único registro de
profundidade a cada pulso acústico emitindo pulsos de forma contínua, resultando
em linhas ou seções batimétricas levantadas no percurso da navegação. (OHI,
2018)
Figura 6 –Ecobatimetro monofeixe

Fonte – OHI (2018)

Sua principal vantagem são menores custos e menor tempo de processa-


mento. Sua precisão está associada com os equipamentos auxiliares acoplados ao
sistema, podendo-se chegar a níveis subdecimétricos a nível submétrico em águas
rasas. Segundo o DHN temos as seguintes regras para utilizar o ecobatimetro mono
feixe:
• Sempre determinar os valores de offset entre os sensores dos diversos
sistemas instalados a bordo, fazendo constar no Relatório Final. Estes
valores podem ser medidos com o navio ou embarcação na água. Es-
tabelecer um ponto de referência no casco para auxiliar na medição da
profundidade de imersão do transdutor (waterline) durante o período da
sondagem. Fazer a verificação diária desta imersão e efetuar sua cor-
reta configuração no sistema de sondagem.
26

• Configurar o ecobatímetro monofeixe com os valores corretos de velo-


cidade do som para a área de sondagem, propiciando o cálculo correto
das profundidades. Para isso, pode-se usar um perfilador de velocida-
de do som lançado na área de sondagem ou uma barra de calibragem.
• Para efeito de verificação da conformidade na configuração dos
“offsets” do ecobatímetro, quando for usado o perfilador de velocidade,
também deve ser medida a profundidade com o prumo de mão antes
do início da sondagem (a qual deve prumo deve estar coerente com a
profundidade medida pelo sistema de sondagem), sendo lançado o
mais próximo possível do transdutor.
• Usar sensores de heave sempre que se realizarem sondagens onde os
efeitos de mar forem significativos, podendo causar a degradação da
qualidade de medição das profundidades devido ao movimento de ar-
fagem da embarcação, prejudicando a obtenção da qualidade dos da-
dos batimétricos, que é estabelecida nas especificações S-44 da OHI;
• Empregar métodos de posicionamento que atenda a incerteza horizon-
tal total (IHT) definida pela publicação S-44 da OHI, ou seja:
LH Ordem 1b: 5 metros + 5% profundidade;
LH Ordem 2: 20 metros + 10% profundidade.
• Adotar linhas de sondagem regulares dispostas perpendicularmente às
linhas isobatimétricas da área, com o seguinte espaçamento entre li-
nhas (conforme estabelecido na publicação S-44, 5ª. edição, da OHI):
LH Ordem 1b: 3 vezes a profundidade média ou 25 metros (o que for
maior).
LH Ordem 2: 4 vezes a profundidade média.
• Caso sejam detectados perigos a navegação, realizar pesquisa de pe-
rigo, adensando o espaçamento das linhas de sondagem sobre o peri-
go, a fim de possibilitar a delimitação do mesmo (listagem de coorde-
nadas) e a definição de sua profundidade mínima;
• Nos extremos da área levantada, avaliar a concordância entre as linhas
isobatimétricas determinadas no LH e aquelas representadas na carta
náutica de maior escala, de forma a garantir a continuidade da repre-
sentação. Caso sejam verificadas grandes discrepâncias, estender a
27

sondagem além da área inicialmente estabelecida, até que se verifique


a concordância entre elas, podendo empregar linhas de sondagem es-
paçadas com maior afastamento;
• Efetuar coleta de amostras geológicas na área sondada, a fim de defi-
nir com precisão a natureza do fundo, especialmente quando a área
sondada tiver potencial de ser empregada como fundeadouro e ao lon-
go dos pontos críticos dos canais de acesso aos portos. Tal procedi-
mento adquire especial importância quando visa.
Confirmar ou refutar a existência de substratos de natureza rochosa ou quan-
do associado a uma varredura de sonar de varredura lateral que permita correlacio-
nar o tipo de fundo ao padrão de intensidade do registro;
Executar linhas de verificação (LV) dispostas de modo aproximadamente per-
pendicular às linhas regulares de sondagem, para possibilitar a detecção de erros
grosseiros ou sistemáticos. Adotar afastamento entre as LV de até 15 vezes o ado-
tado para as linhas regulares de sondagem. No caso de sondagem de canais de
acesso a portos, executar, obrigatoriamente, uma LV ao longo da parte central do
canal.
O emprego de embarcações menores com ecobatímetros monofeixe para efe-
tuar a sondagem é recomendado para trechos mais rasos, situações onde o ecoba-
tímetro multifeixe perde eficiência.

5.5 Ecobatimetro multifeixe

Os ecobatímetros multifeixe efetuam várias medidas de profundidade com um


mesmo ping, que é emitido por múltiplos feixes, que são arranjados angularmente de
maneira a mapear áreas contíguas na direção perpendicular à navegação, propici-
ando levantar faixas extensas do fundo, atingindo elevada resolução da área levan-
tada. (OHI, 2016).
A densidade de dados obtidas a partir dos ecobatímetros multifeixes é muito
maior se comparada aos dados de monofeixe. Possibilitam também obter uma me-
dição com alta precisão da espessura coluna d´água. A sua grande vantagem é a
possibilidade de disponibilizar em tempo real a geração do mapa topográfico da re-
gião levantada.
28

É recomendado para levantamentos onde é necessário um alto nível de deta-


lhamento da superfície do fundo ou uma ensonificação completa do fundo (levanta-
mentos de ordem especial – OHI S44, canais de navegação, localização de obstácu-
los e objetos, instalação de dutos submersos).
Pela complexidade do processo de aquisição dos dados, é fundamental o
emprego de vários equipamentos de auxílio para posicionamento e medição da ve-
locidade do som na água, o que representa maiores custos nos equipamentos e nas
atividades de processamento, havendo em contrapartida, resultados com alta reso-
lução e precisão.
Figura 7 - Ecobatimetro multifeixe

Fonte -GSS – GEOSPACE SURVEY SERVICES (2016)

O emprego dos sistemas batimétricos de multifeixe é de fundamental impor-


tância nos estudos geológicos de uma área, pois a análise dos mapas gerados a
partir dessas informações batimétricas permite a observação das características
morfológicas, tais como, afloramentos rochosos, estruturas na superfície de fundo,
canais etc. Visando levantamentos de mais alta resolução (investigações feitas com
o sonar de varredura lateral), estas informações em conjunto com os dados de bati-
metria aprimoram a qualidade dos resultados. Para atividades com ecobatímetro
multifeixe, tem-se as seguintes disposições. (adaptado de DHN, 2014).

• Sempre determinar os valores de offset entre sensores componentes


do sistema multifeixe (antenas giras-GPS, sensor de movimento,
transdutores, antenas dos posicionadores, etc.), e estabelecer um pon-
to de referência no casco para auxiliar na medição da profundidade de
imersão do transdutor durante o período da sondagem.
• Todos os valores de offset medidos em terra e os valores de imersão
do transdutor diários devem ser registrados de maneira explícita no Re-
latório Final.
29

• Efetuar a calibração do ecobatímetro (patch test) antes do levantamen-


to e informar os valores de calibragem no relatório final.
• Realizar testes para medição do squat do navio, onde serão definidos
os valores de variação vertical da embarcação em função das diferen-
tes velocidades usadas para a sondagem. Para as embarcações me-
nores, este efeito é menos relevante.
• Adquirir perfis de velocidade do som durante o levantamento toda vez
que for observada perda na qualidade dos dados por problemas de re-
fração dos feixes externos. Neste caso, se notará a ocorrência de per-
fis sorrindo ou chorando, que podem causar uma degradação nas me-
dições das profundidades que ultrapassam os limites máximos especi-
ficados para a Ordem de Levantamento (S-44-OHI) pretendida para o
LH que se está executando.
Figura 8: Ensonificação dos feixes

Fonte – (HM, 2015)

• Para minimizar este problema, recomenda-se dividir as áreas de son-


dagem muito extensas em subáreas que apresentem características de
massas d´água similares e buscar executar as medições de velocidade
do som em cada uma dessas áreas, antes do início do levantamento e
à medida que houver necessidade;
• Para o cálculo da refração sofrida pelos feixes em sua propagação na
coluna d´água, os sistemas multifeixe também devem dispor de um
sensor de velocidade do som instalado próximo ao seu transdutor, para
medição da velocidade do som continuamente, nas diferentes profun-
didades, permitindo que o sistema execute o correto direcionamento
dos feixes quando estes forem transmitidos pelos transdutores. Os
ecobatímetrosmonofeixe usam valores da média harmônica.
• Apenas para efeito de verificação da conformidade na configuração
dos offsets do multifeixe, também se sugere efetuar uma medição da
30

profundidade com o prumo de mão, sendo lançado o mais próximo


possível do transdutor;
• Empregar métodos de posicionamento que atenda a incerteza horizon-
tal total (IHT) definida pela publicação S-44 da OHI, ou seja:
1. - LH Ordem Especial: 2 metros.
2. - LH Ordem 1a: 5 metros + 5% profundidade.
• Adotar linhas de sondagem regulares dispostas de modo paralelo às li-
nhas isobatimétricas da área. No caso do levantamento se enquadrar
como Ordem Especial ou 1a, de acordo com a S-44, as linhas regula-
res de sondagem deverão ter superposição de 100%, ou seja, o feixe
central de uma linha deverá ser superposto pelo feixe mais externo da
linha adjacente. No caso de ser enquadrado como ordem 1b ou 2, a
superposição deverá ser, no mínimo, de 10%.
6 Definição da posição da embarcação
As medições de profundidade devem estar associadas a uma posição na su-
perfície da água. A obtenção da posição da embarcação traduz o processo de geor-
referenciamento submarino. Contudo, a embarcação está sujeita a uma série de
movimentos que devem ser considerados durante a sondagem. (CHN, 2018).

6.1 Movimentos de uma embarcação


Com a incidência das ondas, uma embarcação sofre movimentos translacio-
nais e rotacionais. A embarcação desloca-se sobre uma superfície móvel, sendo ne-
cessário medir e calcular seu movimento para obter sua posição e posterior trans-
porte de coordenadas para o fundo submarino.
Figura 9 - Componentes de uma embarcação

Fonte - (OHI, 2015)


31

Estes movimentos da embarcação são descritos de acordo com um sistema


tridimensional local de coordenadas cartesianas com origem no centro de massa da
embarcação (ponto sobre o qual o peso da mesma é igualmente distribuído e em
torno do qual ocorre a rotação), na altura da lâmina d´água. Seus eixos são defini-
dos segundo o OHI por:
• Eixo X: eixo ao longo da embarcação, sendo positivo no sentido de sua
navegação;
• Eixo Y: eixo transversal à embarcação, sendo positivo no sentido de
estibordo (a direita do sentido de navegação);
• Eixo Z: eixo vertical, positivo para o alto da embarcação.
O comportamento dinâmico da embarcação é verificado pelos movimentos de
translação, longitudinais no eixo X (surge), transversais no eixo Y (sway) e no eixo Z
(heave). Já os movimentos de rotação na direção dos eixos x, y, e z são respectiva-
mente balanço (roll), caturro (pitch) e cabeceio ou guinada (yaw). (OHI, 2018)
Figura 10 - Movimentos de uma embarcação

Fonte – (KONGSBERG MARITIME, 2016)

Sensores inerciais (FERREIRA, 2013). Do ponto de vista prático, as rotações


possibilitam a análise do equilíbrio da embarcação. Os sensores inerciais consistem
de acelerômetros e giroscópios que fornecem a inclinação e são fundamentais para
que as informações do sistema acústico do ecobatímetro forneçam o valor de pro-
fundidade da posição obtida com GNSS.
De acordo com as características do ecobatímetro, da profundidade
e da meteorologia locais, os movimentos de rotação até podem ser descon-
siderados, ou seja, quando as rotações não excederem o valor do ângulo de
abertura do feixe (alguns afirmam a metade da largura do feixe acústico),
elas não são significativas no cálculo da profundidade (IHO, 2005),
32

Figura 11 - Deslocamento

Fonte –(GEOLEVEL, 2015)


O efeito heave é o efeito que predomina no caso de deslocamentos verticais
da embarcação e pode chegar a 0,20 m. É avaliado por sensores inerciais ou com-
pensadores de ondas (FERREIRA, 2013)

6.2 Métodos de obtenção da posição da embarcação


Krueger (2005) afirma que há diversos métodos que permitem obter a posição
da embarcação no instante da tomada da profundidade. São eles:
• Estimado,
• Astronômico,
• Visual (ótico),
• Eletrônico,
• Misto.
O método estimado, como o nome sugere, baseia-se em estimativas visuais
da embarcação com relação a pontos de referência situados em terra. Já o método
astronômico emprega medições angulares de alguns astros com relação à posição
da embarcação.
O método visual baseia-se em medições angulares com relação a pontos de
apoio que estão situados em terra (através de interseções à vante e à ré), com a
embarcação.
A locação dos pontos de sondagem pode ser determinada pelo método da tri-
angulação. Dispondo-se das coordenadas das estações e os ângulos que os ali-
nhamentos fazem entre si em relação ao ponto de sondagem, obtêm-se as coorde-
nadas destes e sua posterior locação em cartas.
33

No método eletrônico faz-se o posicionamento da embarcação por medições


de distâncias a partir de estações de apoio em terra ou utilizando-se de sinais de
satélites (por exemplo, GPS, GLONASS, GALILEO).(KRUEGER, 2005).
Caso sejam utilizadas medições angulares e de distâncias a partir de esta-
ções de apoio em terra para o posicionamento da embarcação, tem-se o método
misto.
Figura 12 - Método misto

Fonte - KRUEGER, 2005

Para o posicionamento das embarcações, o método eletrônico que utiliza si-


nais de satélites é mais empregado. Entretanto, considerando-se as especificações
da DHN para levantamentos batimétricos, a precisão obtida com o método de posi-
cionamento absoluto não é suficiente. Assim, é usual utilizar-se receptores DGPS
que determinam a posição planimétrica da embarcação com precisão submétrica.
Os posicionamentos diferenciais (DGPS-GPS Diferencial) consistem em se
posicionar uma estação móvel através das correções geradas na estação de refe-
rência, as quais são enviadas em tempo real com uso de um sistema de comunica-
ção (linha telefônica, rádio de transmissão ou satélites de comunicação) e dentro de
um formato apropriado, definido pela Rádio Technical Committee for Maritime Servi-
ce (RTCM) (KRUEGER, 2005).
34

Figura 13 - método eletrônico

Fonte – (KRUEGER, 2005)

O chamado deslocamento vertical (Squat), fenômeno definido como a modifi-


cação vertical do barco com respeito à superfície atual da água, ou seja, é o afun-
damento e a desestabilização que o barco apresenta durante a navegação, é impor-
tante quando se realiza a batimetria pelo sistema convencional. Quando se utiliza o
sistema GNSS (Global Navigation Satellite System) não é relevante na obtenção da
profundidade (KRUEGER, 1999).

7. Integração GPS e Ecobatimetria


Em um levantamento batimétrico com uso de GPS, o método é basicamente
acoplar ao ecobatímetro, um GPS de navegação que fornece a posição da embar-
cação. Em seguida percorre-se, com uma embarcação, toda a área desejada com o
ecobatímetro/GPS coletando-se os pontos. (IHO, 2005).
Os levantamentos batimétricos automatizados são realizados a bor-
do de embarcações utilizando-se de ecobatímetros para medição de pro-
fundidades numa alta taxa de amostragem e de um ou mais receptores
GPS (Global Positioning System) para o posicionamento planimétrico dife-
rencial. Estes levantamentos são relativamente de baixo custo, reduzido
tempo de execução e com alto grau de eficiência (IHO, 2005).

Ao se analisar o GPS como um sistema integrado com a ecobatimetria, é ne-


cessário realizar algumas correções, que são de extrema importância na obtenção
dos resultados com precisão. Também é necessário o conhecimento do sistema tri-
dimensional de coordenadas cartesianas da embarcação e do sistema de altitude.
As rotações possibilitam a análise da situação de equilíbrio da embarcação. As
translações poderão ser ignoradas se houver um sincronismo entre os sistemas
GPS e ecobatímetro (KRUEGER, 1999).
35

Na embarcação móvel, o sistema de posicionamento DGPS permanece inter-


ligado com à sonda batimétrica (chamada por eco-sonda) através do software
Hypack Max, registrando ao mesmo tempo o posicionamento e a profundidade, ad-
quiridos com uma frequência pré-definida, conforme figura. Foi utilizado o software
Hypack, que permite planejar as linhas de sondagem, fazer a navegação em tempo
real e proceder à aquisição, processamento e gravação dos dados através da inter-
face entre o sistema DGPS e a sonda, obtendo dados de profundidade e de posicio-
namento a uma taxa de 2 segundos. A sonda batimétrica usada foi a JMC-840, de
registro analógico contínuo, com saída digital e de precisão decimétrica, a qual foi
aferida no início e no final de cada dia de trabalho. (ALVEIRINHO et al, 2001).

Figura 14 - Integração estação móvel com a Batimetria

Fonte – (ALVEIRINHO et al, 2001)

7.1 Integrações dos sistemas usados em levantamentos batimétricos


Uma das grandes dificuldades dos levantamentos batimétricos está no posici-
onamento dinâmico da embarcação, pela dificuldade de receptibilidade das observa-
ções para posterior análise. O surgimento do GPS e do método diferencial associa-
do veio auxiliar na qualidade da posição das sondagens. Há três sistemas principais
empregados nos levantamentos batimétricos, o sistema acústico, o sistema inercial e
o sistema de posicionamento global (GNSS), os quais devem estar alinhados corre-
tamente a fim de se evitar erros sistemáticos que comprometam a precisão (RA-
MOS, 2007).
Para se obtiver resultados compatíveis com a precisão da técnica RTK, é ne-
cessário que haja um alinhamento absoluto e um alinhamento relativo. O alinhamen-
to absoluto está relacionado à disposição dos sistemas na embarcação, a qual deve-
ria estar totalmente estável.
36

Segundo Ferreira (2013), para pequenas embarcações instala-se uma antena


GNSS para posicionamento das sondagens na vertical do transdutor. No caso das
médias e grandes embarcações, este procedimento não é possível devido a obstru-
ções e à grande massa metálica que pode interferir na recepção do sinal GNSS e
efeitos de muticaminhamento. São gerados vetores das posições da antena GNSS e
do transdutor chamados offsets dos respectivos sensores. O sensor do sistema iner-
cial deve estar posicionado na origem do sistema de referência (centro de massa da
embarcação).
O alinhamento relativo (RAMOS, 2007) está associado aos erros de sincro-
nismo entre os sistemas em função da latência entre os sensores (diferenças entre
os tempos de processamento das observações e a saída dos dados para os siste-
mas de aquisição automática) e diferenças entre as marchas dos relógios dos siste-
mas de posicionamento por satélite, acústico e inercial. A latência é minimizada por
calibrações anteriores ao levantamento e a diferença de marcha dos relógios é com-
pensada pelo uso de programas de aquisição automática que empregam o tempo
UTC (Universal Time Coordinate) fornecido pelo GNSS para sincronização. Com o
correto alinhamento dos sistemas pode-se transferir as coordenadas cartesianas da
antena GNSS para o ponto de referência de onde foram feitas as sondagens, dis-
pondo-se dos offsets dos sensores e aplicando as correções de atitude da embarca-
ção indicadas pelo sensor inercial.
37

7.2 Marés e Correntes de Maré


Segundo Martins (2005) as marés são caracterizadas por preamares (PM) e
baixamares (BM), apresentando padrão normal de marés a ocorrência de duas PM e
duas BM no período de um dia lunar (24h50m). Este tipo de maré é chamado de
semidiurna. A maré semidiurna, tem em suacaracterísticaa presença de duas PM e
duas BM no período de um dia lunar, com o intervalo de tempo entre uma PM e uma
BM consecutiva de aproximadamente 6 horas.
As maiores amplitudes são paralelas às datas das posições de Lua Cheia e
de Lua Nova, entretanto, as menores amplitudes coincidem com aquelas de Quarto
Minguante e Crescente.
A maioria dos estuários do mundo sofre influência das correntes de marés,
que atuam como mecanismo de diluição entre o corpo de água doce procedente dos
rios e o corpo de água salgada proveniente do ambiente marinho, além de transpor-
ta e depositar sedimentos.Segundo Corrêa (2005). A amplitude, intensidade e dura-
ção das correntes de maré estão ligadas à, intensidade dos ventos, quantidade de
chuva e as variações de direções das correntes das marés nos igarapés, canais, rios
e bancos.
A região Costeira Norte Brasileira possui uma dinâmica atual caracte-
rizada pelas ações incisivas das descargas dos rios e das correntes de ma-
ré, gerando uma morfologia tipicamente estuarina com associação de man-
guezais e planícies de maré (MARTINS and PINHEIRO, 1987).
A região norte tem denominado um regime de meso/macromarés por causa
de suas amplitudes. Devido aos seus dois ciclos diários as marés acabam sendo
denominadas como marés semidiurnas, que é o principal elemento hidrodinâmico da
região norte (DHN, 2011).
A região nordeste paraense, sendo recortada por baías estuarinas, domina-
das por um regime de macromarés, semidiurnas, com amplitude máxima e torno de
5,7m, onde a amplitude média das marés de sizígia é de 4,9m e a amplitude média
das marés de quadratura é de 2,8m (DHN, 2008).
As principais correntes que atuantes na região são as correntes de maré, re-
lacionadas à variação das marés, atingindo velocidades máximas de 2,1 nóse míni-
ma de 1,9 nós, com direções E-NW e NE (DHN, 1986); e correntes litorâneas, resul-
tantes da chegada de ondas, geradas pela ação dos ventos de alísios de direção E-
NE, com velocidades médias de 7,9m/s predominantes nos meses de dezembro a
38

maio. Durante os meses de junho a novembro, os ventos predominam na direção


leste, com intensidades em torno de 7m/s (DHN, 1986).
O rio Curuçá possui altura máxima de maré possui um alcance de cerca de
4m, e pode atingir valores superiores nas marés equinociais de sizígia. As fortes cor-
rentes atingem velocidades que variam de 1,9 a 2,1nós, sendo as principais respon-
sáveis pela presença dos inúmeros bancos de areia, os quais se dispõem perpendi-
cularmente à costa. (FEMAR, 1997)
De acordo com a DHN (2018) a estação maregráfica Ilha dos Guarás apre-
sentou amplitude máxima de maré no período chuvoso em situação de maré de sizí-
gia de 5,5m no dia 12 de março de 2018.
Figura 15 - Relacionamento da maré com a corrente de maré, consistindo de uma onda de maré
progressiva simples.

Fonte – (Modificado de Gross, 1987)


39

8 MATERIAIS E METODO
A metodologia adotada para esse trabalho foi subdividida em etapas de acor-
do com a evolução do mesmo, são elas: Primeiramente foi feita uma pesquisa bibli-
ográfica sobre a batimetria e suas principais referências tanto nacional como inter-
nacional, posteriormente foi feita uma logística de campo para saber qual o custo
beneficio que o presente trabalho iria requerer para coleta e execução do plano de
aquisição de dados batimétrico, em seguida foi feito a organização e processamento
dos dados obtidos em campo no Laboratório De Geologia de Ambientes Aquáti-
cos(LGAA) que se localiza na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Além da integração dos resultados obtidos foi confeccionada também em laboratório
a redação final do trabalho.

8.1 Metodologia
Foram feitas coletas de dados batimétricos do rio Curuçápara a obtenção da
topografia submersa do mesmo, foi utilizado um barco a motor vulgarmente chama-
do na região de popopo, que deu apoio para a coleta dos dados batimétricos e al-
gumas medições relevantes para o trabalho. Os dados foram coletados nas proximi-
dades da base operacional que nesse caso foi a Fazenda São Paulo que deu todo o
aparato necessário com estadia. A coleta foi feita no período chuvoso para o melhor
resultado dos dados coletados, a data escolhida para a coleta foi 09/03/2018, ao
decorrer do estuário do rio Curuçá.

9 Batimetria
A batimetria é o conjunto métodos, princípios e convenções que são utilizadas
para determinar a topografia submersa dos mares, rios, lagos, represas e canais.
São constituídos de posição e profundidade, ou seja, duas variáveis, são utilizadas
embarcações equipadas com ecobatimetros para obter a profundidade ereceptores
GPS ou DGPS para medir a posição geográfica latitude e longitude. Para as sonda-
gens são adotadas linhas perpendiculares e paralelas o talvegue e as isóbatas, deli-
neando corretamente a feição da topografia submersa.
A área de estudo tem uma grande defasagem se tratando de dados batimétri-
cos, por isso, foram semi-detalhados os levantamentos da área na sua batimetria,
durante a maré cheia, através de linhas transversais e longitudinais, tendo inicio no
trecho de foz do rio Curuçá e finalizando na comunidade de Arapiranga.
40

Os perfis foram utilizados como definição para as características do rio e ge-


ração de modelos 2D e 3D. Os levantamentos tiveram o auxílio da eco-sonda
Humminbird Piranha Max 180 Plotter/Sonar, essa sonda tem uma potencia de 800
watts e 200 khz de frequência de transmissão sonora, com uma capacidade dessi-
métrica e pode atingir profundidades de até 200 metros.
Com o auxilio de um notebook as informações da coleta e os dados da profundidade
foram armazenados. O sensor do ecobatimetro foi instalado a uma profundidade de
0,7m abaixo do calado da embarcação com o auxílio do GPS que foi instalado na
parte superior da embarcação em uma altura de 1,90m.
As profundidades presentes nesse trabalho foram reduzidas, ou seja, as pro-
fundidades tem origem no plano de referencia conhecido como nível de redução
(NR) e não na superfície da água. As variações do nível da água são subtraídas.
Para esse trabalho o Rio Curuçá foi dividido em seções, três ao seu total.
Chamamos de linha de coleta que variam de acordo com as características de cada
área. No setor 1 temos 17 linhas já que as características do setor são de médio
acesso, no setor 2 obtivemos 12 linhas com um acesso mais complicado para a em-
barcação por ter curvas e canais no mesmo e por ultimo no setor 3 temos 21 linhas
de coletas.
41

Figura 16 - Linha de Sondagem

Fonte – O Autor (2019)


42

9.1 Linhas de sondagem.

As linhas de sondagem foram planejadas com um espaçamento mínimo de


50m para o melhor detalhamento da coleta dos dados da superfície submersa, com
orientação transversal á direção que mais de encontram as linhas isobatimétricas,
são linhas regulares em ziguezague, foi escolhido esse tipo de coleta pelas caracte-
rísticas da área e dos recursos. Com LH de ordem 1b da OHI, durante a sondagem
regular, foi executado em contínuo controle da qualidade dos dados. Seu monitora-
mento constantemente a coincidência entre as linhas de sondagem adjacentes, com
sobreposição de 10% em relação ao feixe central com o feixe mais externo.
Nesse caso as linhas de sondagens têm como finalidade trabalhos de reconhe-
cimento hidrográfico. Empregou-se uma escala de levantamento de 1:1 000. Visan-
do a aferição e controle das sondagens batimétricas, foram executadas algumas li-
nhas longitudinais ao longo do rio.
43

Figura 17 - Levantamento Batimétrico

Fonte –O Autor (2019)


44

10 Software utilizado para processar os dados batimétricos.


Neste tópico irá ser abordado as especificações do Software utilizado na con-
fecção das feições e batimetria, além da elaboração dos mapas de apoio.

10.1 Surfer 13

É um pacote de programas comerciais desenvolvidos pela Golden Software


Inc. que pode ser utilizado para a confecção de mapas de variáveis a partir de dados
espacialmente distribuídos. É uma importante ferramenta para o técnico ou pesqui-
sador, já que facilita o seu trabalho, evitando traçar mapas com réguas, transferido-
res e outros instrumentos, reduzindo o tempo desse processo e sendo menos subje-
tivo, pois usa algoritmos matemáticos para gerar suas curvas tornando assim o tra-
balho do usuário mais fácil e eficaz.
Nesse trabalho o Suffer 13 foi utilizado para o processamento dos dados obti-
dos pelo ecobatimetro no local de estudo, posteriormente em laboratório o software
irá gerar modelos 2D e 3D do Rio Curuçá possibilitando a melhor visualização da
topografia submersa e do Rio como um todo. A geração do modelo irá ser a partir
das coordenadas da latitude e longitude coletadas pelo DGPS juntamente com a
profundidade gerada pelo ecobatimetro
45

11 RESULTADOS E DISCURSSÃO
Nesse tópico irão ser abordados os produtos gerados juntamente com o de-
bate do trabalho.
11.1 Marés
As marés são as principais produtoras de flutuações diárias e sazonais no ní-
vel do mar. Porem, as oscilações sazonais são causadas em conjunto com a sazo-
nalidade de chuvas na região costeira, variação da temperatura da água na zona
costeira e descarga de rios.
Segundo DAVIES (1976), o regime de maré encontrado no estuário do rio Cu-
ruçá é de macromaré por apresentar amplitude acima de 4m devendo ser classifica-
da como maré semidiurna por configurar-se duas baixamares e duas preamares em
um único ciclo de maré.
A partir dos dados obtidos na coleta de campo para a área de estudo, foi ob-
servado que nível médio de maré baixa é de 0,05m e que o nível médio de maré alta
foi de 4,71m. A amplitude de maré máxima medida para o período foi de 4,66m para
maré de sizígia, como é caracterizado em uma região com predominância de maré
semidiurna.
A amplitude grande da maré é o principal responsável pelo grande alcance de
inundação das áreas de manguezal, mantendo assim a influência das águas do es-
tuário do rio Curuçá.
Essas características são vistas na zona costeira dos estados do Maranhão e
doPará, devido às macromarés semidiurnas, que durante a sizígia podem atingir va-
lores acima de 6m de amplitude.
O estuário de Curuçá apresenta uma forte influência marinha e é
dominado por macromarés do tipo semidiurnas, com amplitudes variando de
4 a 6 metros, onde a influência das marés alcança de 8 a 10 milhas em terra
(MÁCOLA e EL-ROBRINI, 2004).
A maré semidiurna é constituída por duas preamares e duas baixa-mares du-
rante um dia lunar (24h50min). Apresenta amplitude máxima nas marés de sizígia,
principalmente nos períodos chuvosos devido a grande influência do aumento do
nível dos rios regionais.
Quando as marés vindas do Oceano Atlântico entram na região estuarina,
tem certo aumento da sua amplitude devido a pouca profundidade do fundo marinho
da costa brasileira.
46

Figura 18 - Curva de Maré dia 12/03/2018

Fonte - O Autor (2019)

11.2 Batimetria
O perfilamento do rio Curuçá para medição de dados batimétricos foram obti-
dos 914 de profundidade entre 50 linhas transversais que percorre por um trecho
linear de exatos 11,50 quilômetros no rio. O Offset utilizado entre as linhas foi de 100
metros em áreas estreitas, 200 metros em áreas com largura média e 300 metros
para áreas mais largas.
47

Figura 19 - Feições Batimétricas

Fonte –O Autor (2019)


48

Figura 20 -Foto do Rio Curuçá

Fonte –O Autor (2019)

Na profundidade do rio Curuçá, notou-se que cerca de 70% das profundida-


des estão entre o intervalo de 5 á 10m, e em segundo plano vem as profundidades
de 1 á 5m com 24%, e em terceiro lugar vem as profundidades maiores que estão
entre 10 á 15m com 5,51%, e as profundidades maiores que 15m são de uma por-
centagem mínima de 0,49%.
Figura 21 - Percentual de profundidade

Fonte – O Autor (2019)


49

O primeiro trecho representado é da parte superior do rio Curuçá que tem na


sua essência uma forma retilínea e liga-se com o rio Muriá, sua largura media chega
á 410m, já seu comprimento é de 3,60 quilômetros. Tem uma profundidade média
de 7,84m e sua profundidade máxima é de 16m. As aguas oposta a montante tem
profundidades menor que 2m que representa 3,81%. A coleta foi feita a partir do
município ponta de Ramos até a orla do coqueiro da vila deponta de ramos.

Figura 22 - Percentual de profundidade seção 1

Fonte – O Autor (2019)

A nascente do rio Curuçá tem como características águas escuras com uma
movimentação constante que se mantem tanto em maré cheia quanto em vazante,
tendo um acesso tranquilo, o localinicia o curso D’água sendo a parte mais elevada
do rio.
50

Figura 23 - Mapa Batimétrico da seção 1 representado pelo estuário superior do rio Curuçá (Curuçá-PA).

SEÇÃO 1

Fonte - O Autor (2019)


51

A seção 1 dispõe de profundidades intercaladas que foram divididas em por-


centagens com intervalos de profundidade de 0-2m; 3-5m; 6-10m e profundidades
maiores que 10m. Portanto, 63,42% da área levantada tem a maioria das profundi-
dades entre 6 a 10m, 20,08% apresenta profundidades de 3 á 5m e por fim, 12,68%
apresenta profundidades acima de 10m. As profundidades nessa seção mostram
que de acordo que o rio vai se afastando de sua nascente ele se torna menos pro-
fundo já que, as profundidades maiores foram encontradas nessa seção.
Figura 24 - Foto rio Curuçá

Fonte –O Autor (2019)

A seção 2 representa a área média do rio Curuçá que tem um segmento reti-
líneo, tendo uma largura de 430m e comprimento de 4km de extensão. Apresenta
uma profundidade média de 5,78m e sua profundidade máxima de 12m. Além dos
2,5% que tem profundidades abaixo de 2m.
52

Figura 25 - Percentual de profundidade seção 2

Fonte –O Autor (2019)

O segundo segmento tem profundidades intercaladas que foram divididas em


porcentagens com intervalos de profundidade de 0-2m; 3-5m; 6-10m e profundida-
des acima de 10m. Portanto, a maior porcentagem é de 57.25% que representa as
profundidades que variam de 3 á 5m, em segundo plano vem as profundidades de 6
á 10m que representam cerca de 39,53%do segmento dois, com uma porcentagem
mínima vem a profundidade acima de 10m que tem 0,64%. A seção 2 apresenta um
perfil médio, um canal caracterizado por um talvegue que tem 500m de largura e 7m
de profundidade em sua media.
53

Figura 26 -Mapa Batimétrico da seção 2 representado pelo estuário superior do rio Curuçá (Curuçá-PA).

Fonte - O Autor (2019)


54

Figura 27 - Foto rio Curuçá

Fonte –O Autor (2019)

O segmento 3 tem como função a representação da parte inferior do rio Curu-


çá, que é a foz estuarina já que o desaguamento do rio no mar é através de apenas
um canal, como sea fozfosse uma extensão do próprio rio.
Esta seção apresenta em seu perfil médio um canal caracterizado por um úni-
co talvegue de 7m de profundidade e 250m de largura, que acompanha a forma
plana do canal. A seção 3 que representa um canal caracterizado por um talvegue
de 450m de largura e 9m de profundidade media.
Figura 28 - Percentual de profundidade da seção 3

Fonte – O Autor (2019)


55

Esse trecho possui algumas características, que o distingue dos outros dois
seguimentos, possui um corpo d´água com280m de largura média e seu comprimen-
to é de 3,94km de extensão. Sua maior porcentagem é de 55.04% e representa as
profundidades que variam de 6 á 10m já as profundidades que variam de 3 á 5m tem
uma porcentagem de 37,98% do seguimento. As de 0 á 2m tiveram uma pequena
porcentagem de 6,98%.

Figura 29 - Foto rio Curuçá

Fonte – O Autor (2019)


57

Figura 30 - Mapa Batimétrico da seção 3 representado pelo estuário superior do rio Curuçá (Curuçá-PA).

SEÇÃO 3

Fonte - O Autor (2019)


58

12 CONCLUSÃO
Os levantamentos hidrográficos são de grande importância, no Brasil que
possui um extenso litoral e uma imensa quantidade de rios navegáveis que são utili-
zados para os transportes de pessoas e cargas, solicita-se que informações sobre
os mesmos sejam disponibilizadas para os usuários dos rios, lagos e oceanos.
Durante esse trabalho encontrou-se certa dificuldade já que o assunto e a
área de estudo não possuem muitas referencias. Porem a UFRA cedeu todos os
equipamentos e softwares necessários para o alcance do objetivo final.
Os estudos realizados no estuário do Rio Curuçá (Curuçá – PA) sobre a maré
obtiveram as seguintes conclusões:
O regime de maré encontrado no Rio Curuçá se caracteriza como macroma-
rés devido a sua alta amplitude, o Rio tem duas baixamares e duas preamares por
ciclo de maré e tem sua classificação como maré semidiurna por ter essas caracte-
rísticas.
O Rio por está situado em uma região que predomina a maré semidiurna tem
o nível médio da maré baixa de 0,05m, porém na maré alta o nível chegou até
4,71m, como a coleta foi feita no período chuvoso, a amplitude da maré máxima no
período foi de 4,66m para maré da lua cheia (maré de sizígia).
Ocorre às inundações nas áreas de manguezal por causa da elevada ampli-
tude da maré.
A amplitude grande da maré é o principal responsável pelo grande alcance de
inundação das áreas de manguezal, mantendo assim a influência das águas do es-
tuário do rio Curuçá.
O estudo batimétrico realizado no estuário do Rio Curuçá (Curuçá – PA) obti-
veram as seguintes conclusões:
O perfilamento batimétrico da seção 1 apresentou uma variável de profundi-
dade de 3 a 10 metros com predominância para as profundidades de 6 a 10 metros
que representam 63,42% da área do segmento 1. O levantamento especialmente
nessa área foi feito com certa facilidade se tratando de navegação do rio, o pleno
conhecimento da área por meio do capitão amador da embarcação trouxe essa faci-
lidade já que o mesmo navega há muitos anos no rio.
59

O perfilamento da seção 2, no entanto apresentou outras características em


seu estudo já que a variável de profundidade é de menos de 2m até 12mcom uma
ampla predominância para as profundidades de 3m á 5mque possui 57,25% da área
do segmento 2 sua navegação no entanto não foi fácil já que mesmo com o conhe-
cimento do capitão amador da área, as linhas de sondagens adotadas em zigueza-
gue em algumas áreas da seção 2, o calado da embarcação ficou por poucos me-
tros para não tocar a superfície submersa já que o calado da embarcação tem de
1,3m.
O perfilhamento da seção 3 apresentou atributos particulares na sua profun-
didade sendo que o segmento 3representa a parte superior do rio. Apresentou uma
profundidade que varia de menos de 2m á 10m tendo como profundidades mais fre-
quentes as profundidades que variam de 6m á 10m. As profundidades de que se
encontram abaixo de 2m são as que formam bancos de areias na maré baixa e tem
como características deltas de maré.
O levantamento batimétrico do rio Curuçá teve como peculiaridade fornecer
informações sobre o mesmo para o maior conhecimento acadêmico e profissional. A
variação de profundidades encontradas só foi possível graças às linhas de sonda-
gem adotadas no levantamento que nesse caso foram às linhas em zigue-zague. A
batimetria obteve informações sobre a topografia submersa e morfologia do rio com
eficácia e com uma mínima margem de erro que não interferem na acurácia dos da-
dos aqui coletados, processados e apresentados neste trabalho.
Tendo como conclusão que a utilização do ecobatimetro monofeixe se enqua-
dra perfeitamente a hidrodinâmica do Rio Curuçá e pode assim efetuar as linhas de
coletas planejadas, obtendo a profundidade dos três seguimentos com perfeição tan-
to para estudo quanto para navegação.
60

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