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ASPECTOS DA DINÂMICA POPULACIONAL DO GASTRÓPODE Neritina virginea EM

REGIÃO ESTUARINA DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL*

Carlina Pinheiro CRUZ-NETA 1 e Gustavo Gonzaga HENRY-SILVA 2

RESUMO
O gastrópode Neritina virginea (Linnaeus, 1758) é abundante no litoral nordestino e apesar da sua
grande incidência, são poucos os estudos sobre aspectos relacionados à sua ecologia populacional.
Neste contexto, verificou-se os padrões de distribuição, densidade e estrutura etária de N. virginea,
relacionando-os com a salinidade e temperatura da água, granulometria do sedimento e biomassa
vegetal de Ruppia maritima. Mensalmente, durante 13 meses (maio/2007 a maio/2008), foram
realizadas coletas de moluscos, biomassa vegetal e sedimento em um transcecto de 180 m,
perpendicular a linha da praia, na região estuarina do Rio Apodi/Mossoró. Foram obtidos os
valores de temperatura e salinidade da água, além dos dados de pluviosidade. Neritina virginea
apresentou um padrão agregado de distribuição espacial e densidade elevada quando comparada
com a de outras espécies que habitam a região, como o bivalve Anomalocardia brasiliana. A maior
densidade média de N. virginea foi de 7.310 indivíduos m-², em maio/2008, e a menor, em
dezembro/2007, com média de 765 indivíduos m-². Os valores de densidade de N. virginea e
salinidade apresentaram correlação negativa. No entanto, não foram constatadas correlações com a
temperatura e a granulometria do sedimento. A densidade de N. virginea apresentou correlação
positiva com a biomassa R. marítima, sendo mais abundante em locais com a presença deste vegetal.
Nos meses de fevereiro a junho os indivíduos menores foram mais frequentes, podendo ser
considerada a principal época de recrutamento desta espécie na região.
Palavras chave: Estuário; molusco; densidade; Rio Apodi/Mossoró; semiárido

ASPECTS OF THE POPULATION DYNAMICS OF THE GASTROPOD Neritina virginea IN


ESTUARINE REGION OF RIO GRANDE DO NORTE, BRAZIL
ABSTRACT
The gastropod Neritina virginea (Linnaeus, 1758) is abundant in the northeastern coast and despite
its high frequency there are few studies on its population ecology. In this context, the objectives of
this paper was to determine the distribution pattern, density and age structure of this species,
relating them to the salinity and water temperature, sediment grain size and biomass of Ruppia
maritima. Monthly for 13 months (May/2007 to May/2008) in the estuary of the River
Apodi/Mossoró (RN) was carried out transects of 180 m, perpendicular to the beach, and collected
shellfish, plant biomass and sediment. Monthly values of temperature, salinity and rainfall were
measured. Neritina virginea showed an aggregated pattern of spatial distribution and a high density
compared to other species that inhabit the region, such as shellfish Anomalocardia brasiliana. The
highest mean density of N. virginea was 7,310 individuals m-² in May/2008. The lowest density
was observed in December 2007 (765 individuals m- ²). The density values of N. virginea and
salinity were negatively correlated. However, no correlation was observed between density of
N. virginea with temperature and grain size of the sediment. The density of N. virginea was
positively correlated with biomass R. maritima, being more abundant in areas with the presence of
this plant. In the months from February to June the smaller individuals were more frequent. This
period can be considered the main recruitment season of N. virginea in the region.
Key words: Estuary; mollusk; density; Apodi/Mossoró River; semiarid

Artigo Científico: Recebido em 15/11/2011 – Aprovado em 21/09/2012


1 Médica Veterinária. Laboratório de Limnologia e Qualidade de Água - Universidade Federal Rural do Semi-Árido. e-mail:
carlinapinheiro@yahoo.com.br (autor correspondente)
2 Professor Adjunto do Departamento de Ciências Animais - Universidade Federal Rural do Semi-Árido. e-mail:

gustavo@ufersa.edu.br
Endereço/Address: Universidade Federal Rural do Semi-Árido. BR 47, km 110 - Bairro Presidente Costa e Silva – CEP:
59.625-900 – Mossoró – RN – Brasil
* Apoio financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e ONG World Fisheries Trust –
Canadá.

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2 CRUZ-NETA e HENRY-SILVA

INTRODUÇÃO comunidades tradicionais da zona costeira


(CASTILLA e DEFEO, 2001).
Os moluscos da família Neritidae (Rafinesque,
1815) podem ser encontrados em ambientes Apesar da grande quantidade de trabalhos
aquáticos estuarinos e geralmente estão sobre os Neritidae, são poucos os estudos sobre
associados a gramíneas marinhas, tais como N. virginea que abordem os aspectos relacionados
Spartina alterniflora (Muhl. ex Bigelow) e Ruppia à sua estrutura e dinâmica populacional
marítima (Linnaeus, 1753) (LEHMAN e (ABSALÃO et al., 2009; GALHARDO e
HAMILTON, 1980; BRAGA et al., 2009). Espécies CARDOSO, 2010; OURIVES et al., 2011). A
desta família são consideradas pastadoras maioria dos trabalhos sobre esta família se refere
seletivas de algas epífitas, apresentam conchas aos aspectos comportamentais, morfológicos e
com grande variedade de padrões e cores e são reprodutivos (ARON, 1989; MATTHEWS-
importantes nos processos de reciclagem de CASCON e MARTINS, 1999; MEIRELLES e
nitrogênio em marismas devido à sua atuação MATTHEWS-CASCON, 2003; SANTANA et al.,
sobre o material vegetal em decomposição 2009). Neste contexto, são necessários mais
(GOVINDAN e NATARAJAN, 1972; KEMP et al., estudos que abordem aspectos ecológicos de
1990; TAN e CLEMENTS, 2008). N. virginea, visando fornecer subsídios para
melhor compreender possíveis alterações em suas
Neritina virginea (Linnaeus, 1758) é um dos
populações. O presente trabalho teve como
organismos mais comuns nas planícies
objetivos principais avaliar temporalmente o
entremarés vegetadas de estuários da costa
padrão de distribuição, a densidade e a estrutura
brasileira, distribuindo-se amplamente ao longo
etária de Neritina virgínea no estuário do Rio
da costa atlântica americana, desde a Flórida,
Apodi/Mossoró, semiárido do Rio Grande do
nos Estados Unidos, até o Estado de Santa
Norte.
Catarina (ABBOTT, 1974; RIOS, 1994), ocorrendo
também em Bermuda e nas Antilhas (WARMKE
MATERIAL E MÉTODOS
e ABBOTT, 1962). Este gastrópode é
frequentemente encontrado em água salobra, sob As coletas foram realizadas na praia de Barra,
substratos inconsolidados e pouco expostos a ação próxima à região estuarina do rio Apodi/Mossoró
das ondas, tolerando grandes variações no teor de (04º58'47''S; 37º09'17''W), situada no município de
oxigênio dissolvido na água (FLORES e CACERES, Grossos (RN), na subzona salineira do estado do
1973; RIOS, 2009). Neritina virginea é uma espécie Rio Grande do Norte (Figura 1). Esta região
dióica, sem dimorfismo macroscópico das gônadas, litorânea é conhecida como Costa Branca, sendo
possuindo fertilização interna com cópula um dos únicos locais do Brasil em que o bioma
(GOVINDAN e NATARAJAN, 1972). Segundo caatinga encontra o mar. O clima da região é
MATTHEWS-CASCON e MARTINS (1999) o do tipo semiárido, com temperatura anual média
sistema reprodutor da fêmea de N. virginea tem em torno de 27 °C. A vegetação é composta
dois gonoporos, o poro vaginal e o poro para saída principalmente por caatinga hiperxerófila,
da ooteca. vegetação arbustiva de dunas e mangues, sendo
que a região está submetida a um ciclo de marés
Esta espécie não é comestível pelo homem
semidiurna (FIDRGN, 1991).
devido ao seu tamanho reduzido, no entanto, é
bastante utilizada como ornamentação, As coletas foram realizadas mensalmente,
principalmente em decorrência da grande durante o período de maio/2007 a maio/2008.
variedade de cores, linhas e manchas que Foi estabelecido um transcecto de 180 metros,
apresenta na superfície de sua concha lisa e perpendicular à linha da praia, na região entre
brilhante (ARON, 1989; FARIAS e ROCHA- marés, durante o período de maré baixa, sendo
BARREIRA, 2007). É importante destacar que a que a cada 20 metros foram obtidas amostras de
exploração artesanal de moluscos é de grande material biológico e sedimento. As coletas de
importância socioeconômica em alguns países da indivíduos de N. virginea (Figura 2) e da biomassa
América Latina, constituindo uma expressiva vegetal de R. marítima (materiais biológicos)
fonte de renda e subsistência para as foram feitas utilizando-se um coletor circular com

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0,0191 m² de área. Exemplares de R. marítima (UFERSA). As coletas de sedimento


foram fotografados e acondicionados em exsicata (aproximadamente 100 g por coleta) foram
para posterior identificação e catalogação no realizadas com um coletor de ferro galvanizado,
herbário “Dárdano de Andrade Lima”, da com 5,6 cm de diâmetro a 10 cm de profundidade
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Figura 2).

Estuário do Rio
Apodi-Mossoró

Transcecto

Figura 1. Local de coleta de Neritina virginea na praia de Barra, na região estuarina do rio Apodi-Mossoró –
RN (Fonte: Google Earth; adaptado).

1 cm

Figura 2. Exemplares de Neritina virginea (a) e materiais utilizados durante a coleta do sedimento (b) e de
indivíduos do gastrópodo e da biomassa de Ruppia maritima (c) na praia de Barra durante o período de
maio/2007 a maio/2008 (Fotos: Gustavo Gonzaga Henry-Silva).

No local de coleta foram obtidos os valores de refratômetro óptico manual. Os dados mensais de
temperatura e salinidade da água (uma leitura de precipitação pluviométrica da região foram
cada variável por coleta). A temperatura da água obtidos junto à Agência Nacional das Águas
foi verificada com um medidor de variáveis (ANA, 2011), utilizando a média aritmética de oito
limnológicas, modelo U-10 marca Horiba e a estações climatológicas distribuídas na bacia
salinidade da água foi obtida por meio de um hidrográfica do rio Apodi/Mossoró.

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As amostras de sedimento e materiais paramétrico para comparação de duas amostras)


biológicos foram acondicionadas em sacos para verificar diferenças significativas na
plásticos, identificadas por pontos, colocadas em densidade de N. virginea em locais com e sem a
caixas térmicas e transportadas para o laboratório presença de R. marítima. O nível de significância
de Limnologia da UFERSA onde foram utilizado para ambos os testes foi 0,05. A análise
conservadas congeladas (amostras de sedimento e de correlação não-paramétrica de Spearman foi
moluscos) até o momento das análises. Em aplicada para verificar a dependência da
laboratório foi feita a contagem e a biometria de densidade de N. virginea com as variáveis
todos os indivíduos de N. virginea, medindo-se abióticas (temperatura e salinidade da água e
a distância do ápice do espiral até a base da granulometria do sedimento) e com a biomassa
concha com o auxílio de um paquímetro (precisão vegetal de R. marítima, independente da escala
de 0,01 mm). Para estabelecer a amplitude de temporal. O programa computacional utilizado
classes de tamanho de N. virginea foi utilizada a para as análises estatísticas foi o BioEstat 5.0
regra de Sturges de acordo com a seguinte (AYRES et al., 2007).
equação:
A distribuição espacial de N. virginea foi
verificada para cada mês de coleta por meio do
Vi = A/K,
índice de Morisita (I):
onde:

Vi = Intervalo de classes;
A = Amplitude da variável (Lt) (Max –Min);
K = número de classes calculado pela equação:

I = índice de Morisita
1 + 3,32 log n,
N = número de unidades amostrais;
onde “n” é o número total de indivíduos (VIEIRA, Σx = somatório dos indivíduos presentes nas
2012). unidades.
A biomassa vegetal fresca de R. marítima foi A significância estatística foi verificada pelo
colocada em estufa à temperatura de 105 ºC para teste F (LUDWIG e REYNOLDS, 1988), sendo que,
secagem até atingir massa constante, sendo que quando I = 1, a distribuição é aleatória; quando
os valores foram expressos em gramas de massa I>1, a distribuição é agregada e quando I<1, a
seca por metro quadrado (g m-2). As amostras de distribuição é uniforme.
sedimento foram secas em estufa a 50 ºC para
posterior análise granulométrica utilizando
RESULTADOS
técnicas de peneiramento (SUGUIO, 1973). Os
pesos dos sedimentos foram obtidos em cada uma Variáveis abióticas
das peneiras (2,0; 1,0; 0,5; 0,25; 0,125 e 0,053 mm)
A temperatura média (13 meses) nos locais de
e classificados em: (i) cascalho, (ii) areia grossa e
coleta foi 32,7 °C (± 1,8 °C) com mínima de 28,4 ºC
muito grossa, (iii) areia média, (iv) areia fina, (v)
em setembro/2007 e máxima de 35,2 °C em
areia muito fina e silte + argila (SHEPARD,
dezembro/2007. A salinidade média foi 39 (± 9,8),
1954).
sendo que o maior valor (49) foi observado em
O teste não paramétrico de Kruskall-Wallis foi dezembro/2007 e o menor (10) em maio/2008
empregado para verificar a existência de (Figura 3). No ano de 2007, a precipitação
diferenças significativas da densidade e do pluviométrica foi baixa, com valor máximo de
tamanho de N. virginea no tempo (13 meses) e 54,0 mm em maio/2007. No ano de 2008, houve
também da biomassa de R. marítima nos diferentes um aumento das chuvas, com destaque para o
períodos de coleta. Identificadas diferenças mês de março (337,1 mm), sendo que o
significativas, foi aplicado o teste a posteriori de acumulado para os 13 meses do estudo foi de
Student-Newman-Keuls. Foi aplicado o Teste ”U” 893,5 mm. No período de março a maio de 2008
de Wilcoxon-Mann-Whitney (teste não este valor foi de 651,4 mm (Figura 4).

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Figura 3. Valores médios de temperatura (°C) e salinidade nos locais de coleta no período de maio/2007 a
maio/2008.

Figura 4. Valores médios mensais de precipitação (mm) das oito estações pluviométricas da Bacia
Hidrográfica do rio Apodi/Mossoró no período de maio/2007 a maio/2008 (Fonte: Agência Nacional de
Águas).

Em relação à análise granulométrica, pode-se apresentou a menor porcentagem (5,73%). Os


constatar que a porcentagem média de silte, argila valores de cascalho corresponderam
e areia muito fina foi a maior entre as classes principalmente a fragmentos e partes inteiras de
texturais (32,0%); somada à classe textural de areia conchas de moluscos. Analisando a granulometria
fina, resultaram em 56,0% da constituição do do sedimento, constatou-se reduzida amplitude
sedimento. A classe textural areia média de variação entre as classes texturais (Figura 5).

100

90

80
Classe Textural (%)

70

60

50

40

30

20

10

0 Cascalho
jul/07
mai/07
jun/07

set/07
out/07

jan/08
fev/08

mai/08
nov/07
dez/07

mar/08
abr/08
ago/07

Areia grossa e muito grossa


Areia média
Areia fina
Silte, argila e areia muito fina
Período

Figura 5. Proporções médias (%) de granulometria do sedimento nos locais de amostragem de Neritina
virginea, durante o período de maio de 2007 a maio de 2008.

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Estrutura populacional entremarés), pode-se constatar que em todos os


meses os valores do Índice de Morisita ficaram
Analisando os valores de densidade de N. virginea acima de 1,0, revelando uma característica
entre os pontos dos transcectos (região de agregativa desta espécie (Figuras 6 e 7).

Figura 6. Densidade de Neritina virginea (ind m-2) nos pontos de amostragem do transcecto (180 m) no
período de maio a dezembro/2007. I= Índice de Morisita. (A) = Padrão de distribuição agregado.

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Figura 7. Densidade de Neritina virginea (ind m-2) nos pontos de amostragem do transcecto (180 m) no
período de maio a dezembro/2007. I= Índice de Morisita. (A) = Padrão de distribuição agregado.

Em maio/2008 foi observada a maior O comprimento máximo da espécie registrado


densidade média de N. virginea (7.310 para a região foi de 1,2 cm, enquanto o mínimo
indivíduos m-²), sendo que a menor foi constatada foi de 0,2 cm. Os animais com tamanho entre
em dezembro/2007 (765 indivíduos m-²). 0,8-0,9 cm predominaram em quase todos os
Verificou-se a ocorrência de diferenças períodos de coletas (Figuras 9 e 10). Entre os
significativas entre a densidade de N. virginea meses de novembro/2007 e fevereiro/2008
nos diferentes meses de coleta (Kruskal-Wallis: observaram-se as maiores médias de tamanho e as
H = 62,3; P = 0,0001), sendo que o valor médio no menores médias foram constatadas entre
mês de maio/2008 foi significativamente superior março/2008 e maio/2008. Não foram verificadas
aos valores constatados nos demais períodos diferenças significativas no comprimento de N.
analisados (Figura 8). virginea entre os meses de coleta (Figura 11).

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Figura 8. Valores médios e desvios padrão de abundância de Neritina virginea na praia de Barra no período
de maio/2007 a maio/2008. Letras distintas indicam diferenças significativas pelo teste de Student-Newman-Keuls
(P<0,05).

Figura 9. Frequências de comprimento (cm) de Neritina virginea na Praia de Barra no período de maio a
dezembro/2007. N = número de indivíduos m-².

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Figura 10. Frequências de comprimento (cm) de Neritina virginea na Praia de Barra no período de janeiro a
maio/2008. N = número de indivíduos m-².

1.1
Comprimento da concha

1.0
0.9
0.8
(cm)

0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
abril
novembro

dezembro
setembro
junho

agosto

janeiro

fevereiro

março

maio08
outubro
maio

julho

Figura 11. Valores médios e desvios padrão do comprimento da concha (cm) de Neritina virginea na praia de
Barra durante o período de maio/2007 a maio/2008.

Os valores de densidade de N. virgínea e P = 0,567; areia grossa e muito grossa: r² = 0,0002 e


temperatura da água não apresentaram correlação P = 0,960; areia média: r² = 0,0147 e P = 0,693; areia
significativa (r² = 0,181; P = 0,147). Também não fina: r² = 0,0018 e P = 0,889; areia muito fina e silte
foram constatadas correlações significativas entre + argila: r² = 0,0661 e P = 0,396). Já os valores de
a densidade de N. virginea e as diferentes classes densidade e salinidade apresentaram correlação
texturais do sedimento (cascalho: r² = 0,0306 e negativa alta (r² = 0,859; P>0,001).

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Foi constatada uma correlação positiva entre temperatura de 4 a 33 ºC, enquanto que ARON
a densidade de N. virginea e a biomassa de (1989), em estudos sobre os aspectos ecológicos e
R. marítima, com um valor relativamente baixo comportamentais de N. virginea na região de
(r² = 0,1505; P<0,001). Entretanto, a densidade de Iguape-Cananéia-SP, encontrou populações
N. virginea foi significativamente superior em ocorrendo sob um intervalo de 24 a 30 °C. No
locais com a presença de R. marítima se presente trabalho esta espécie tolerou uma
comparada com a densidade obtida em locais variação sazonal entre 27 a 35 ºC, demonstrando
onde este vegetal estava ausente (Figura 12). Não sua capacidade de ocorrer em ambientes com
foram constatadas diferenças significativas nos temperaturas relativamente elevadas. Os valores
valores de biomassa de R. marítima entre os 13 de densidade de N. virginea e temperatura não
meses de coleta (Figura 13). apresentaram correlação, demonstrando que esta
variável abiótica não exerceu influencia sobre sua
população. No estuário do rio Apodi/Mossoró a
reduzida amplitude de variação da temperatura e
os valores elevados durante o ano provavelmente
estiveram relacionados com a característica
climática de semiaridez da região.

A salinidade apresentou uma elevada


amplitude de variação durante os meses de coleta.
Os maiores valores foram observados nos meses
de dezembro de 2007 a março de 2008, e
provavelmente estiveram relacionados à
diminuição da vazão do rio Apodi/Mossoró no
período de estiagem e também devido ao
Figura 12. Densidade de Neritina virginea lançamento da água da lavagem do sal, por parte
(indivíduos m-2) em locais com ausência e das salinas localizadas na região estuarina
presença de Ruppia marítima. Letras distintas (RODRIGUES et al., 2010). É importante destacar
indicam diferenças significativas pelo Teste ”U” de que, no presente estudo, a correlação negativa
Wilcoxon-Mann-Whitney. entre a densidade de N. virginea e a salinidade
35
ocorreu principalmente devido aos baixos valores
de salinidade da água em maio/2008 e o aumento
30
do número de indivíduos jovens observados neste
R.maritima (gramas de Massa Seca/m 2)

25 período, coincidindo com período de chuvas


intensas e atípicas na região. Por outro lado,
20
ABSALÃO et al. (2009), estudando populações de
15 N. virginea no estuário de Barra Grande, no estado
10
do Rio Janeiro, não encontraram relação entre
densidade deste gastrópode e a salinidade. Esse
5
fato provavelmente ocorreu devido à reduzida
0 amplitude de variação da salinidade da água
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
deste estuário entre os pontos e os meses
analisados.
Figura 13. Valores médios e desvios padrão da
ARON (1989) verificou que N. virginea é mais
biomassa de Ruppia maritima na praia de Barra
ativa em salinidade em torno de 20,
durante o período de maio de 2007 a maio de 2008.
demonstrando também uma capacidade
relativamente elevada de tolerar salinidades
DISCUSSÃO
extremas (0 a 40), fato este corroborado pelos
FLORES e CACERES (1973) observaram que resultados obtidos na região estuarina do Rio
N. virginea pode tolerar variações diárias de Apodi/Mossoró, em que N. virginea, num período

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de 13 meses, tolerou uma grande amplitude de de N. virginea observada na região estuarina do


variação de salinidade (10 a 49). Rio Apodi/Mossoró (2.169 indivíduos m-²) foi
relativamente alta se comparada com as obtidas
Em relação a granulometria do sedimento,
em outros trabalhos, revelando que este estuário é
pode-se verificar que a variação temporal da
um habitat favorável para o desenvolvimento
densidade de N. virgínea não foi influenciada por
desta espécie de gastrópode. Neste mesmo
esta variável. ABSALÃO et al. (2009) relataram
estuário, RODRIGUES (2009) também encontrou
que as populações desta espécie atingiram
densidades elevadas do bivalve Anomalocardia
maiores densidades e tamanhos em habitats com
brasiliana (100 a 1.215 indivíduos m-²). Devido à
granulometria do sedimento mais grosseira.
abundância destas duas espécies na região,
Segundo os autores, neritinas buscam seu
A. brasiliana é intensamente pescada e as conchas
alimento diretamente sobre o solo, sendo a areia
de N. virginea são utilizadas no artesanato local
grossa o substrado mais adequado para a
(RODRIGUES et al., 2010).
atividade de raspagem de suas rádulas. No
entanto, ARON (1989), LANA e GUISS (1991) e A amplitude de variação do tamanho da
BONNET et al. (1994) encontraram populações de concha de N. virginea (2 a 12 mm) foi inferior à
N. virginea vivendo em substratos lodosos. Diante encontrada por ABSALÃO et al. (2009) que
do exposto, pode-se inferir que espécie é capaz de relataram a ocorrência da espécie com o
viver em um amplo espectro de substratos e que comprimento de concha variando de 2,4 a 18,5
provavelmente outras variáveis ambientais devam mm. GALHARDO e CARDOSO (2010)
exercer maior influência sobre a estrutura e constataram comprimento de concha variando
dinâmica de suas populações. de 5,0 a 14,2 mm. Nos meses de fevereiro a
junho os indivíduos juvenis foram mais
O padrão de distribuição espacial constatado frequentes, podendo ser considerada a principal
para N. virginea na região foi o agregado. Padrão época de recrutamento de N. virginea na região.
semelhante foi observado para o bivalve Esse resultado foi diferente do encontrado por
Mesodesma mactroides em praias arenosas do Rio ABSALÃO et al. (2009), que constataram
Grande do Sul (BERGONCI e THOMÉ, 2008). A reprodução contínua de N. virginea durante o
distribuição agregada pode ser uma estratégia ano todo, com um acréscimo no mês de
importante para as espécies de moluscos que outubro.
habitam praias arenosas e regiões estuarinas.
É importante ressaltar que a presença de
Vários fatores podem favorecer este padrão
indivíduos maiores de moluscos em elevada
agregativo de moluscos como N. virginea, tais
densidade em uma determinada população pode
como, a facilidade de encontrar parceiros para o
causar a diminuição de espaço e de alimento para
acasalamento, obtenção de alimento, proteção
indivíduos mais jovens. Consequentemente, o
contra predadores, além de poder ser uma
sucesso dos recrutamentos estaria condicionado à
estratégia evolutiva para resistir à dessecação
redução dos estoques adultos (MONTI et al.,
(MARTELL et al., 2002; MORTON et al., 2002). De
1991). Os resultados obtidos com N. virginea no
modo geral, a distribuição agregada tende a
presente estudo convergem neste sentido, uma
ocorrer quando os organismos encontram
vez que o período onde houve um aumento na
condições favoráveis à reprodução e a sua
frequência dos indivíduos menores (0,2 a 0,5 cm)
sobrevivência (RICKLEFS, 2010).
correspondeu a uma diminuição na frequência
Em estudo realizado na Baia de Sepetiba (RJ), dos indivíduos maiores, que podem ter migrado
os valores máximos de densidade de N. virginea para regiões mais afastadas do estuário, em que a
foram de 120 indivíduos m-² (GALHARDO e salinidade da água é mais elevada e que a
CARDOSO, 2010). Na região estuarina do rio competição intraespecífica por espaço pode ser
Tecolutla, no Golfo do México, N. virginea foi menos intensa. De fato, BLANCO e SCATENA
considerada uma das espécies mais abundantes na (2005) constataram que indivíduos adultos de N.
região, com uma densidade variando de 1 a 100 virginea realizam migrações relativamente
indivíduos m-² (LÓPEZ-LÓPEZ, 2009). Neste frequentes em regiões estuarinas, especialmente
contexto, pode-se contatar que a densidade média durante períodos chuvosos.

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VIRSTEIN (1979) menciona que espécies REFERÊNCIAS


vegetais em regiões estuarinas promovem um
ABBOTT, R.T. 1974 American seashells. 2ª ed. New
habitat complexo, servindo de abrigo contra
York: Van Nostrand Reinhold Company. 129p.
predadores, proteção contra a dessecação e facilita
na obtenção de alimento para os moluscos. No ABSALÃO, R.S.; CARDOSO, R.S.; ALENCAR, A.S.
presente trabalho, N. virginea foi encontrada 2009 Population dynamics and secundary
associada com R. maritima, apresentando production of the snail Neritina virginea
correlação positiva com a biomassa deste vegetal. (Linnaeus, 1758) (Mollusca: Gastropoda;
A espécie também foi mais abundante em locais Neritidae) in an estuary in southeast Brazil.
com presença de R. maritima. LANA e GUISS Animal Biology Journal, 1(1): 1-15.
(1991) e ARON (1989) também encontraram
ANA - Agência Nacional de Águas. Sistema Nacional de
populações de N. virginea associadas à macrófita
Informações Sobre Recursos Hídricos - SNIRH. 2011
aquática Spartina alterniflora, sendo que este
Disponvel em: <http://www.ana.gov.br
vegetal atuava mais como substrato físico do
/portalsnirh/>. Acesso em: 21 abr. 2011.
que como fonte alimentar. Por outro lado,
ABSALÃO et al. (2009) constataram ausência de ARON, M.A. 1989 Aspectos ecológicos e
correlação entre as densidades destas duas comportamentais de Neritina virginea (Gastropoda:
espécies, uma vez que indivíduos de N. virginea Prosobranchia) na região estuarino-lagunar de
distribuíam-se aleatoriamente por toda região Iguape-Cananéia, São Paulo. São Paulo, 141p.
de Barra Grande. No estuário do rio (Dissertação de Mestrado. Instituto
Apodi/Mossoró, R. maritima provavelmente Oceanográfico - USP). Disponível em:
deve desempenhar a função de substrato físico <http://www.scielo.br/pdf/bioce/v37n2/v37n
para N. virginea visto que a sua correlação com a 2a04.pdf > Acesso em: 22 jan. 2011.
biomassa desse vegetal, apesar de positiva, foi
AYRES, M.; AYRES JUNIOR, M.; AYRES, D.L.;
relativamente baixa.
SANTOS, A.S. 2007 BioEstat 5.0: aplicações
estatísticas nas áreas das ciências biológicas e
CONCLUSÕES médicas. Belém: Sociedade Civil Mamirauá. 364p.
Pode-se constatar que existe uma variação BERGONCI, P.E.A. e THOMÉ, J.W. 2008 Vertical
sazonal na densidade de N. virginea na região distribution, segregation by size and recruitment
estuarina do Rio Apodi/Mossoró e que a of the yellow clam Mesodesma mactroides
salinidade e a pluviosidade podem estar Deshayes, 1854 (Mollusca, Bivalvia,
relacionadas com esta variação. Mesodesmatidae) in exposed sandy beaches of
Foi detectado um padrão de aumento da the Rio Grande do Sul state, Brazil. Brazilian
densidade de N. virginea em locais com a presença Journal of Biology, 68: 297-305.
da gramínea marinha R. maritima. BLANCO, J.F. e SCATENA, F.N. 2005 Floods, habitat
O padrão de distribuição agregada constatado hydraulics and upstream migration of Neritina
para o gastrópodo pode ser uma estratégia virginea (Gastropoda: Neritidae) in Northeastern
adaptativa importante para as espécies de Puerto Rico. Caribbean Journal of Science, 41(1):
moluscos que habitam praias arenosas e regiões 55-74.
estuarinas. BONNET, B.R.P; LANA, P.C; GUISS, C. 1994
Neritina virginea apresenta uma elevada Influência da gramínea Spartina alterniflora sobre
densidade na região, com recrutamentos de a distribuição e densidade de Neritina virginea
indivíduos jovens ocorrendo de fevereiro a junho (Gastropoda: Neritidae) em marismas da Baía de
e mais intensamente durante o período de chuvas Paranaguá (Paraná, Brasil). Nerítica, 8: 99-108.
na região (abril e maio/2008).
BRAGA, C.F.; BEASLEY, C.R.; ISAAC, V.J. 2009
Os resultados obtidos com o presente trabalho Effects of plant cover on the macrofauna of
podem vir a auxiliar no acompanhamento dos Spartina Marshes in northern Brazil. Brazilian
estoques de N. virginea na região. Archives of Biology and Technology, 52(6): 1409-1420.

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Aspectos da dinâmica populacional do gastrópode Neritina virginea... 13

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