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Fernanda Soares Lustroso

Produção de Mudas da espécie Schizolobium parahyba var. amazonicum


(Huber ex Ducke) Barneby

PORTO VELHO – RO

2020/2
Fernanda Soares Lustroso

Produção de Mudas da espécie Schizolobium parahyba var. amazonicum


(Huber ex Ducke) Barneby.

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia


Florestal, como requisito parcial para a disciplina
de Viveiros Florestais sob orientação da
professora Me. Aline Aparecida Smychniuk da
Silva Santos.

PORTO VELHO – RO
2020/2

1.Introdução

A espécie Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke)


Barneby da família Fabaceae (Leguminosae), conhecido como paricá, pinho-
cuiabano e bandarra entre outros, sua ocorrência em seu ambiente natural são em
terras firmes e de várzeas altas, no solo de alta ou baixa fertilidade, onde se localiza
na Amazônia Brasileira, também tendo nos países com Peru, Colômbia, Venezuela
e Bolívia (Gaziel filho et al, 2007).

Uma espécie de grande porte e possuído um desenvolvimento rápido, com


um grande valor econômico na fabricação de forros, palito de fósforos, pasta de
celulose, papel compensados e laminados com uma qualidade excelente. Assim
sendo capaz de se adaptar e um alto poder de fixar nitrogênio, sendo utilizadas para
recuperação de áreas degradadas (Cordeiro et al, 2002).

As sementes têm uma grande produção anual, assim tendo um retorno


financeiro para o agricultor na venda das sementes. A coleta é feita manualmente no
chão. A dispersão e através da anemocoria, ou seja, pelo vento, assim muitas
dessas sementes são pedidas ou vão para longe bem distante em áreas de floresta
ou capoeiras, desse modo dificultando a coleta (Rossi et al.,2001). As sementes são
ortodoxas, apresentando dormência tegumentar, sendo que para a germinação é
necessária a quebra da dormência (De Souza et al, 2003).

A produção de mudas e muito importante para os viveiros com plantios


florestais (CAIONE et al., 2012). Em algumas espécies a germinação das mesmas
são retardadas, com fatores nas condições ambientais que estejam adequadas para
sobrevivência (AZEREDO et al., 2010), além do mais a dormência pode causar
deformidades na germinação, assim dificultado a implementação da cultura
(KOBORI et al., 2013).

2. Revisão de Literatura

2.1 Paricá - Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby

É uma espécie que tem plantios homogêneos na Amazônia. Pertencente à


família Fabaceae, é uma espécie pioneira de grande porte podendo ter de 20 a 30
m de altura, a madeira é utilizada para a se fazer lâminas para chapas de
compensados (ABRAF, 2012; AMATA, 2009; SILVA, 2014; TEREZO, 2010).Suas
folhas são consideradas grandes e bipinadas tendo a medida de até 2 m de
comprimento e com sua disposição alternada. As flores são da cor amarelo-clara e
podendo medir de 2 a 2,2 cm de comprimento (Carvalho, 2007). Sua semente é
ovalada com ápice arredondado e lateralmente achatada. Chegando medir de 16
mm a 21 mm de comprimento por 11 mm a 14 mm de largura, e a dispersão das
sementes pela anemocórica (CARVALHO, 2007).

As sementes de paricá apresentam elevado percentual de germinação,


principalmente se as sementes forem jovens e submetidas a processos mecânicos,
físicos ou químicos que abreviem o processo (Nepstad et al., 1982).

O paricá não mostra problemas quando vai produzir mudas, pelo seu
excelente poder germinativo que possui, assim obtendo um percentual de 85%, logo
sem o uso de tratamentos para a germinação. E citado que em 60 dias, as mudas
podem ter altura de 30cm e o tempo de seis dias para a germinação inicial e 45 dias
a final (Pereira et al, 1982).

2. Material e Métodos

Este trabalho foi conduzido em Candeias do Jamari, por causa da pandemia,


sendo pertencente a Faculdade de Rondônia-FARO.

Utilizou-se uma área reservada, em pleno sol. Foi usados sacos de


polipropileno, com as seguintes dimensões de 23cm x 17cm, sendo 5 utilizados. A
semeadura foi direta nos sacos.

Os substratos utilizados foram, o primeiro foi constituído de terra preta com


compostagem (restos de frutas, verduras e folhas queimadas), logo após, foi
peneirado, o segundo substrato e constituído de terra preta e foi utilizado fertilizante
de N-P-K com a formulação 04-14-08, onde foi curtido num período 10 dias. As
sementes foram coletadas na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-
Embrapa, situada na rodovia BR 364 Km 5,5 Porto Velho.

Foram anotados dados referentes a data da semeadura, o início da


germinação de cada tratamento e a avaliação final como números de folhas, altura
total, altura da parte aérea, comprimento da raiz. Foi feito dois tratamentos, sendo 2
repetições de terra preta com fertilizante de N-P-K e 3 repetições de terra preta com
compostagem.
2.1 Variáveis avaliadas após germinação

Comprimento da parte área da plântula: foi determinado a partir da base


medido por uma trena.
Figura 1: Medição da parte área da plântula.

Fonte: Fernanda, 2020.

Comprimento da raiz da plântula: medida a partir da parte mais alta da raiz


primaria até seu fim, utilizando uma trena.
Figura 2: Medição do comprimento da raiz da plântula.
Fonte: Fernanda, 2020.

Comprimento da altura total da plântula: foi determinado a partir da base até o


final da raiz, utilizado uma trena.
Figura 3: Medindo a altura total

Fonte: Fernanda, 2020.

Porcentagem de germinação: foi analisado o número total de sementes


germinadas em relação ao total de sementes submetidas a cada tratamento

Tabela 1: Variáveis e Porcentagem por Tratamento

Tratamentos Folhas Altura Total Parte Aérea Comprimento da Raiz Tratamentos Porcentagem
1 4 53 47 8 1 40%
2 5 61 50 9 2 60%
3 4 57 41 8,5
4 5 59 45 13
5 3 45 35 8

Fonte: Fernanda,2020.

3. Resultados e Discussão

3.1 Tempo de Germinação


O gráfico 1 apresenta os resultados do tempo de germinação de paricá,
utilizado os dois substratos.

Gráfico 1: Resultados de germinação de sementes de paricá, com dois substratos diferentes.

Fonte: Fernanda,2020.

Como observado no gráfico 1, foram realizados 2 tratamentos com substratos


diferentes, onde os mesmo foram nomeados T1,T2,T3,T4 e T5, no primeiro
tratamento utilizou-se terra preta com fertilizante de N-P-K com a formulação 04-14-
08, em que T1 germinou com 15 dias e T2 com 8 dias, já no segundo tratamento T3,
T4 e T5 foi usado terra preta e compostagem, em que T3 germinou com 15 dias, T4
12 dias e T5 30 dias.

Gráfico 2: Porcentagem de Germinação

Fonte: Fernanda, 2020.


O gráfico 2 demostra que o tratamento 1 teve 40% germinação no qual foram
2 sementes colocadas para germinar, logo o tratamento 2 teve 60% germinação e
teve 3 sementes colocadas para germinar, onde ambos tiveram 100% de satisfação.

Figura 4:Sementes de Paricá coletadas na Embrapa.

Fonte: Fernanda, 2020.

3.2 Comparação do Crescimento das Mudas


O gráfico 3 representa os resultados do crescimento de parte aérea,
comprimento da raiz e altura total das mudas de paricá em 56 dias, utilizado os dois
substratos.

Gráfico 3: Comparação do crescimento das mudas.


Fonte: Fernanda, 2020.

O gráfico 3 comprova que a parte aérea maior foi o T2 do tratamento 1, o


menor foi de T5 no tratamento 2, logo leva-se em conta que T5 foi a última semente
a ser germinada com uma diferença de 22 dias entre as mesmas. O comprimento da
raiz T4 do segundo tratamento teve um melhor desenvolvimento radicular, já T1 do
primeiro tratamento e T5 do segundo tratamento tiveram o mesmo valor, porém T1 e
um tratamento que germinou muito antes que T5. Altura total do primeiro tratamento
T1 teve a maior representatividade com 61 cm, já no segundo tratamento T4 que
possui 59 cm.
Figura 5: Mudas de Paricá

Fonte: Fernanda, 2020.

3.3 Quantidade de Folhas

Gráfico 4: Quantidade de folhas.

Fonte: Fernanda,2020.

O gráfico 4 representa a quantidade de folhas nas mudas, T1 e T3 tem 4


folhas, T2 e T4 5 folhas e T5 3 folhas, comparado as 5 mudas a T2 e T4 são as que
possui mais folhas em 56 dias observados.

3.4 Comparação de todas as variáveis


Gráfico 4: Comparação de todas as Mudas.

Fonte: Fernanda, 2020.

Esse gráfico compara todas as variáveis das 5 mudas avaliadas, porém a T2


do primeiro tratamento e T4 do segundo tratamento foram as que tiveram as
melhores medidas em todos os quesitos, que estão demostrados no gráfico 5.

4. Conclusão

Tendo em vista os aspectos observados nos dois tratamentos tiveram 100%


de eficaz, mas analisado os dois substratos o primeiro teve 2 mudas, que foram
denominadas de T1 e T2, tiveram um crescimento excelente tanto em altura total
como o comprimento da raiz, e na quantidade de folhas. Já o tratamento 2 teve 3
mudas onde as mesmas T3 e T4 tiveram praticamente o mesmo período de
germinação, a T5 ela demorou cerca de 30 dias para emergir, mas tem uma boa
altura total, altura aérea e comprimento da raiz. Em consideração a T2 e T3 ambas
de diferentes tratamentos se desenvolveram bem em todos os requisitos, com isso
esse trabalho fez um desenvolvimento enorme como profissional na área florestal
em formação, o mesmo fez adquirir conhecimento sobre a espécie, substratos e
principalmente sobre sementes e viveiros, e desmontar que não e um processo fácil,
porém e muito gratificante no resultado final.

5. Referencias Bibliográficas
ABRAF – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS
PLANTADAS: Anuário Estatístico 2013, ano base 2012. Disponível em:
http://www.abraflor.org.br/estatisticas/ABRAF13/ABRAF13-BR.pdf. Acessado em: 28
de outubro de 2020.

AMATA. Revisão sobre paricá: Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke. São


Paulo, 2009. 106p.

AZEREDO, G. A. de; PAULA, R. C. de; VALERI, S. V.; F. V. M. Superação de


dormência de sementes de Piptadenia moniliformis Benth. Revista Brasileira de
Sementes, v. 32, n. 2 p. 049- 058, 2010.

CAIONE G.; LANGE A.; SCHONINGER, E. L. Crescimento de mudas de


Schizolobium amazonicum (Huber ex Ducke) em substrato fertilizado com nitrogênio,
fósforo e potássio. Scientia Forestalis, v. 40, n. 94, p. 213-221. 2012.

DE SOUZA, C. R. et al. Paricá: Schizolobium parcahyba var. amazonicum (Huber x


Ducke) Barneby. Embrapa Amazônia Ocidental-Circular Técnica (INFOTECA-E),
2003.

KOBORI, N. N.; MASCARIN, G. M.; CICERO, S. M. Métodos não sulfúricos para


superação de dormência de sementes de mucuna-preta (Mucuna aterrima).
Informativo ABRATES. v. 23, n. 1, 2013.

NEPSTAD, D. & PEREIRA, C., Conceitualiza “o Extenso e contextualizado de áreas


alteradas da região amazônica, In: Seminário Sobre Recuperação de áreas
Degradadas. Woods Hole Resesrch Center/ EMBRAPA - CPATU/ SUDAM. 1982.

PEREIRA, A.P., MELO, C.F.M,. de, ALVES, S.M. O paricá (Schizolobium


amazonicum), características gerais da espécie e suas possibilidades de
aproveitamento na indústria de celulose e papel. Revista do Instituto Florestal, São
Paulo, v.16 A, n.2, p. 1340-1344, 1982. (Trabalho apresentado no Congresso
Nacional sobre Essências Nativas, São Paulo, set.1982).

SILVA, J.J.N.;, CARDOSO, G.V.; JUNIOR, F.G.S.; STANGERLIN, D.M.


Caracterização tecnológica da madeira de schizolobium amazonicum para a
produção de celulose kraft . Ciência da Madeira, v. 04, n. 01, p. 33-45, 2014.

TEREZO, R. SZÜCS, C.A. Anatomic and Mechanical Properties of Schizolobium


amazonicum of Different Ages, 2007. In: All Division 5 Conference, Forest Products
and Environment. Oral communication. Taipei, Taiwan, 2007.

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