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CASSIANA LUSSI
CUIABÁ/MT
2013
CASSIANA LUSSI
CUIABÁ/MT
2013
Dedico
Charles Chaplin.
RESUMO
A área deste trabalho envolve a região da cidade de Sinop, no centro norte do estado de Mato
Grosso, onde o principal reservatório de água é subterrâneo. O abastecimento público e as
atividades econômicas dependem exclusivamente dessas águas e seus conhecimentos são
limitados. Neste cenário este estudo tem como objetivo geral fazer a caracterização
hidrogeológica do Sistema Aquífero Parecis na região de Sinop – MT. Foram estimadas a
espessura e profundidade ao topo das unidades geológicas que ocorrem na área, foram
determinados os parâmetros hidrodinâmicos dos aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens e
estimadas as reservas de águas subterrâneas do Sistema Aquífero Parecis (SAP). Para estimar
a espessura e profundidade ao topo foi utilizando a técnica de sondagem elétrica vertical
(SEV), com abertura máxima de AB/2 de 1.000m. Foram realizadas vinte SEV, cujos
resultados mostram que a cobertura pedológica tem espessura variando de 1,6 m a 6,0 m. A
Formação Utiariti tem espessura média de 76m e profundidade média ao topo de 4,3m. A
Formação Salto das Nuvens tem espessura média de 195 m e profundidade ao topo de 81 m.
Os parâmetros hidrodinâmicos estimados para o Aquífero Utiariti são: transmissividade de
2,65x10-2m²/s, condutividade hidráulica de 3,49x10-4m e coeficiente de armazenamento de
3,54x10-3. A capacidade específica para os poços do SAP varia de 1,06m²/h a 4,17m²/h. As
reservas de água subterrânea estimadas para o SAP foram: permanente de 226,9x108m³,
reguladora de 18,58x107m³/ano, total de 228,74x108m³ e explotável de 4,6x107m³/ano. A
potencialidade do SAP é de 32,3x107m³/ano. Estes dados mostram que o SAP é um bom
sistema aquífero capaz de suprir grande explotações de água. Os resultados deste trabalho
contribuem para o melhor conhecimento hidrogeológico da área, para a elaboração de plano
de gestão das águas subterrâneas e para a avaliação de vulnerabilidade e risco à contaminação
dessas águas.
LUSSI, C. Hydrogeological assessment Parecis Aquifer System in the city Sinop – MT and
its surrounding. Cuiabá, 2013. 135p. Dissertation (Master) - Institute of Exact Sciences and
Earth, Federal University of Mato Grosso.
The area of this work involves the Sinop city region in central northern state of Mato Grosso,
where the main is groundwater reservoir. The public supply and economic activities rely
solely the groundwaters and their knowledge is limited. In this scenario this study general
aims to hydrogeological characterization the Parecis Aquifer System in the city of Sinop –
MT and its surrounding. Was estimated the thickness and depth to top of the geologic units
that occur in the area, was determined the hydrodynamic parameters of the Utiariti and Salto
das Nuvens aquifer and estimated reserves of groundwater Parecis Aquifer System (PAS). To
estimate the thickness and depth to the top has been using the technique of vertical electrical
sounding (VES), with maximum aperture of AB/2 of 1.000 m. There were twenty SEV, the
results show that the soil cover has a thickness range of 1,6 m to 6,0 m. The Utiariti formation
has an average thickness of 76m and the average depth of 4,3 m. The Salto das Nuvens
formation have an average thickness of 195m and depth of 81m. The hydrodynamic
parameters estimated for Utiariti aquifer are: transmissivity of 2,65x10-2 m²/s, hydraulic
conductivity of 3,49 x 10-4 m and storage coefficient of 3,54x10-3. The specific capacity of the
wells to vary the PAS ranges from 1,06m²/h to 4,17m²/h. The groundwater reserves were
estimated to PAS: permanent of 226,9x108m³, regulator of 18,58x107m³/year, total of
228,74x108m³ and exploitable of 4,6x107m³/year. The potentiality of the PAS is
32,3x107m³/year. These data show that PAS is a good aquifer system capable of supplying
large exploitation of water. The results of this study contribute to a better hydrogeological
knowledge of the area, for elaboration management plan, for groundwater vulnerability
assessment and for the risk of groundwater contamination.
Key Words: Groundwater Reserves, Parecis Aquifer System, VES, Sinop city.
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO I
1.1 Introdução
1.2 Justificativa
1.3 Objetivos
Definir o modo de ocorrência dos aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens na área;
Estimar as dimensões horizontal e vertical dos aquíferos Utiariti e Salto das
Nuvens, usando dados de poços e de sondagens elétricas verticais;
Estimar as reservas renovável, permanente e explotável e a potencialidade dos
aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens;
Avaliar o impacto da captação de água sobre a reserva renovável do Sistema
Aquífero Parecis – SAP (Aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens).
19
CAPÍTULO II
2.3 Clima
Sinop esta inserida na Unidade Climática: Equatorial continental úmido com estação
seca definida da depressão Sul-Amazônica. Com temperatura média anual de 25º C. O regime
de chuvas é equatorial, caracterizando-se por período seco no inverno e período chuvoso no
verão, com pluviosidade média anual varia de 2.000 a 2.500 mm. Nos meses de janeiro,
fevereiro e março registra na região altos índices pluviométricos e junho, julho e agosto
registra baixos índices pluviométricos (SEPLAN, 2007).
2.4 Vegetação
O território do Estado do Mato Grosso situa-se numa área de transição entre dois
grandes Domínios Morfoclimáticos: o Domínio Equatorial Amazônico, a norte/noroeste, onde
prevalece a ocorrência da Floresta Ombrófila e o Domínio Savânico ou Domínio
Morfoclimático dos Cerrados, a sul e leste, nos planaltos, chapadas e depressões
(AB’SABER, 1977).
Entre o domínio ombrófilo e o savânico, ocorre uma extensa faixa de transição na
porção central do Estado, aproximadamente correspondente ao norte do Planalto dos Parecis,
que apresenta um mosaico de formações de fisionomia florestal de contato entre savanas e
florestas, no presente trabalho denominada Floresta associada ao Planalto dos Parecis
(SEPLAN, 2002).
22
2.5 Hidrografia
A cidade de Sinop está inserida na Bacia Hidrográfica Amazônica, sendo o Rio Teles
Pires o principal rio e seus afluentes Curupi, Roquete, Caiabis, Azul e Ribeirão Preto, está
compreendido entre as sub-bacias hidrográficas do Tapajós a oeste e do Xingu a leste (Figura
2). Os principais córregos urbanos da cidade de Sinop são os córregos Nilsa, Isa, Marlene,
Nádia e Curupi (COMELLI, 2011).
24
2.6 Pedologia
No município de Sinop nas áreas mais elevadas com relevo plano e suave ondulado o
solo dominante é o Latossolo Vermelho-escuro Distrófico com textura argilosa. Ocorre
também os Latossolos Vermelho-amarelos Distrófico, textura argilosa. Os Latossolos que
ocorrem neste planalto apresentam baixa fertilidade natural e elevada saturação em alumínio
(OLIVEIRA; AMARAL FILHO; VIEIRA, 1982).
Em áreas mais baixas e menos conservadas ocorre o Neossolo Quartzarênico,
constituído por material mineral, com textura areia ou areia franca em todos os horizontes, no
mínimo, a profundidade de 2 m. São essencialmente quartzosos, tendo nas frações areia
grossa e areia fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de
minerais primários alteráveis, menos resistentes ao intemperismo (OLIVEIRA; AMARAL
FILHO; VIEIRA, 1982).
Plintossolo compreende solos minerais, formados sob condições de restrição à
percolação da água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, de maneira geral
25
2.7 Geomorfologia
A área está inserida na Bacia dos Parecis, constituída pela Formação Rio Ávila, pelo
Grupo Parecis formado pelas Formações Salto das Nuvens e Utiariti (Figura 3), pela
Formação Ronuro, pela Cobertura Detrito–Lateritica ferruginosa e Depósitos Aluvionares
(BAHIA, 2007).
27
De acordo com Bahia (2007) a Formação Rio Ávila (Figura 4) “... aflora a norte de
General Carneiro, no vale do rio Culuene e a noroeste de Vilhena, onde se encontra sua seção-
tipo. No primeiro local, consiste de arenito vermelho, friável, com grãos arredondados, bem a
mal selecionados. A noroeste de Vilhena, limitada por falhas, aflorando em escarpas, ocorrem
arenitos cor de rosa, com granulometria fina a média, bem selecionados e arredondados, com
expressiva bimodalidade. As principais estruturas sedimentares em ambos lugares são
acamamentos cruzados cuneiformes, que no último local apresentam uma espessura de 20
metros no forest”.
A Formação Rio Ávila tem evidencias de origem eólica, como observado nas
exposições próximo do povoado do Paredão Grande. Desde Ribeiro Filho et al. (1975), o
acamamento cruzado é interpretado como eólico (BAHIA, 2007). Bahia (2007) “...esta
interpretação foi confirmada pelas observações feitas nos trabalhos de campo a noroeste de
Vilhena, onde a quebra negativa de relevo forma escarpas, nas quais aparece o arenito com
estratificação cruzada de grande porte e expressiva bimodalidade dos grãos”.
A Formação Rio Ávila tem o contato inferior com a Formação Ponta Grossa a norte de
General Carneiro. O contato superior se dá com os sedimentos cenozoicos e com o Grupo
Parecis (BAHIA, 2007). A espessura da Formação Rio Ávila foi estimada por Siqueira (1989)
em 90 metros.
Segundo Barros et al. (1982) no estado de Mato Grosso ocorre a Formação Salto das
Nuvens constituída por conglomerados, intercalados com lentes de arenito vermelho, além de
arenito bimodal, com estratificação cruzada de grande porte. A seção-tipo desta formação
encontra-se na Cachoeira Salto das Nuvens no rio Sepotuba, que representa a porção inferior
do Grupo Parecis. Os sedimentos foram depositados em ambientes de leque aluvial e canal
fluvial, com contribuição eólica.
Os conglomerados basais que afloram no sudoeste da bacia são polimíticos, mal
selecionados, com clastos de gnaisses, quartzito, arenito, folhelho e ardósia (BARROS,
PASTORE JR, 1974). Conforme Barros et al. (1982) os seixos dos conglomerados da porção
intermediária da formação são de arenito e quartzo; seus diâmetros estão em torno de 30
centímetros. A sua litologia é composta por Arenitos arcóseos e níveis conglomeráticos
intercalados predominantemente na porção basal.
Silva et al. (2003) posicionaram esta unidade no Cretáceo Médio a Superior
embasados na ocorrência de fósseis de Mesosuchidae (Notosuchidae), répteis
crocodilomorfos de hábito terrestre, de ocorrência comum em rochas sedimentares do
Cretáceo em toda América do Sul.
Segundo Cutrim et al. (2007) em estudo realizado no município de Lucas Do Rio
Verde, a Formação Salto das Nuvens apresentou resistividade variando de 243 Ohm.m a 20
Ohm.m e profundidade ao topo média de 103 m.
De acordo com Barros et al. (1982) os arenitos são bimodais, com seixos dispersos e
grandes acamamentos cruzados tipo cunha. Na sequência intermediária, o arenito tem
numerosos canais preenchidos por conglomerados com mais de sete metros de largura e um
metro de profundidade. Adicionalmente, existem lentes de argilito. No topo da sequência,
argilito e arenito argiloso exibem intercalações lateralmente persistentes de arenito com
estratificação cruzada de grande porte.
Padilha et al. (1974) interpretou o ambiente deposicional da Formação Utiariti como
fluvial-lacustino. Barros et al. (1982) menciona algumas características que reforçam sua
origem em ambiente fluvial, como: a presença de bancos maciços espessos de base irregular,
a presença de seixos esparsos em bancos maciços e a presença de estratificações cruzadas de
pequeno porte e baixo ângulo.
De acordo com Cutrim et al. (2007) a Formação Utiariti tem espessura entre 75 m a
106 m e profundidade ao topo de 11,5m a 15,6, e resistividades variando de 2.950 Ohm.m a
4.700 Ohm.m.
Gr. Formação
Cenozóico
Terciário
Neógeno
Neógeno
areia, silte, argila e cascalho, além de
Ronuro
lateritas
Parecis
Fanerozóico
Figura 6 - Carta estratigráfica mais provável para a área de estudo (modificada de Ribeiro, 2009).
O Aquífero Salto das Nuvens é do tipo livre em meio poroso, possui extensão
localizada e espessura variada. Os poços apresentam vazões variadas, geralmente entre 15 a
50 m³/h, para rebaixamento de 25 metros. As águas são de boa qualidade físico-química
(MIGLIORINI et al., 2006).
CAPÍTULO III
3.1.2 Brasil
Durante o período Colonial (1500-1822), a utilização das águas subterrâneas era livre,
para abastecimento doméstico e animal. No período Imperial (1822-1889) a perfuração só
podia ser realizada mediante autorização central (REBOUÇAS, 2002).
O primeiro marco regulatório foi em 10 de julho de 1934 sobre o decreto nº 24.643,
foi sancionado o Código das Águas de 1934, que determinou o domínio das águas como
públicas ou particulares, de acordo com suas características de ocorrência. Em relação às
águas subterrâneas este decreto estabeleceu que o proprietário do terreno pudesse aproveitar
as águas subterrâneas, contanto não prejudicar os aproveitamentos existentes, ou seja, as
águas subterrâneas eram consideradas um bem privado.
Em outubro de 1988 foi promulgada a Constituição Federal, alterando o Código das
Águas de 1934, onde todas as águas do Brasil passaram a ser do domínio dos Estados ou da
União, ou seja, do domínio público. Sendo que as águas subterrâneas são de domínio dos
Estados.
A Constituição Federal de 1988 no seu art. 21, inciso XIX, define como competência
da União a instituição de um sistema nacional de gerenciamento dos recursos hídricos. Este
sistema foi estruturado a partir da instituição da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que
definiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97) se fundamenta no domínio
público da água, a água como um recurso natural limitado, dotado de valor econômico, a
bacia hidrográfica como a unidade territorial, entre outros fundamentos. E são objetivos
Política Nacional de Recursos Hídricos: assegurar à atual e às futuras gerações a
disponibilidade de água, em quantidade e qualidade adequada aos respectivos usos; a
utilização racional e integrada dos recursos hídricos e a prevenção e a defesa contra eventos
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais.
41
3.2 GEOFÍSICA
Processos que ocorrem no contato dos líquidos contidos nos poros e a estrutura
mineral, tais como: processo de adsorção de íons na superfície do esqueleto
mineral, diminuindo a resistividade total destas rochas.
(19)
Onde:
ρ = resistividade elétrica (ohm.m);
R = resistência elétrica (ohms);
L = comprimento (m); e
S = a seção transversal do condutor (m²).
No método de eletrorresistividade existem três tipos principais de técnicas de
levantamento de campo: caminhamentos, perfilagens e sondagens, dentre as quais existem
uma grande variedade de configurações dos eletrodos. As sondagens elétricas verticais são
45
De acordo com Braga (2007), o arranjo Schlumberger está menos sujeito as variações
laterais de resistividade, irregularidades na superfície topográfica e ruídos, com isto as leituras
do campo apresentam maior precisão, resultando numa interpretação mais próxima da
realidade.
Para um meio heterogêneo definimos uma quantidade , conhecida como a
resistividade aparente (ρa). A resistividade aparente depende da geometria e resistividades dos
elementos que constituem o meio geológico investigado (BHATTACHARYA; PATRA,
1968).
46
(1)
(2)
( ) ( ) ( ) ( ) (3)
Onde:
K = fator geométrico (m);
ρa = resistividade aparente (ohm. m);
V = diferença de potencial (mV);
I = corrente (A); e
AM, BM, NA, BN = distância entre eletrodos (m).
O fator geométrico K depende dos espaçamentos AM, NA, MB e NB utilizado.
47
3.3 HIDROGEOLOGIA
Figura 13 - (a) Cone de rebaixamento em aquífero livre. (b) Cone de rebaixamento em aquífero confinado.
Fonte: HEATH, 1983.
3.3.2.1Capacidade Específica
Onde:
CE = capacidade específica [L²T-1];
Q = vazão [L³T-1];
s = rebaixamento [L].
53
3.3.2.2 Porosidade
De acordo com Fetter (2002) as fissuras, espaços vazios e os poros em rochas ou solos
são de grande importância para o estudo hidrogeológico. Conforme Heath (1983) a
porosidade é importante parâmetro hidrogeológico, pois diz a quantidade máxima de água que
um solo ou uma rocha pode conter quando está saturada.
Porosidade de uma rocha ou do solo como sua propriedade de conter interstícios
(vazios), que pode ser expresso quantitativamente como a razão entre o volume dos
interstícios (Vv) e o volume total (VT) (Equação 5) . A porosidade pode ser expressa como
uma fração decimal ou como uma porcentagem (LOHMAN, 1972; HEATH, 1983; GEDEON,
1999; FETTER, 2002; MANOEL FILHO, 2008):
(5)
Onde:
= porosidade (%);
Vv = volume de vazios (L³); e
VT = volume total (volume de sólidos mais o volume de vazios) (L³).
Onde:
porosidade específica (%);
= volume especifico (água gravitacional) (L³); e
volume total do material (L³).
Porosidade específica diz o quanto de água está disponível para o uso do homem,
através de nascentes ou bombeada de poços, e a retenção específica diz o quanto de água
permanece na rocha depois de ser drenada por gravidade (HEATH, 1983). Portanto, uma
parte da água de saturação dos vazios fica retirada na superfície dos grãos por forças de
atração molecular, que são mais fortes do que a gravidade chamada de retenção específica
(Sr) (MANOEL FILHO, 2008). Assim:
(7)
Onde:
= porosidade;
= porosidade específica; e
Sr = retenção específica.
3.3.2.4 Transmissividade
Onde:
T = transmissividade [L²T-1]
K = condutividade hidráulica [LT-1]; e
b = espessura saturada do aquífero [L].
As unidades de transmissividade são m²/s, m²/dia.
56
A equação de fluxo de água para aquífero livre para um poço bombeado é dada pela
seguinte equação (FETTER, 2002):
(9)
Onde:
h = espessura saturada do aquífero [L];
r = distância ao poço de bombeamento [L];
z = coordenada cartesiana vertical [L];
Se = coeficiente de armazenamento específico [1/L];
Kr = condutividade hidráulica radial (ou horizontal) [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
t = tempo [T].
Neuman (1972) apud Fetter (2002) apresenta a solução para a Equação 6, em duas
partes. Uma para o tempo imediatamente após o começo do bombeamento, onde a água é
proveniente do armazenamento específico e uma para mais tarde quando a água é proveniente
de drenagem por gravidade com o coeficiente de armazenamento igual ao rendimento
específico (Castro et al., 2000). A solução da Equação (9) é dada por:
(10)
Onde:
h0 – h = rebaixamento [L];
Q = vazão do bombeamento [L³/T];
T = transmissividade [L²/T];
r = distância radial do poço bombeado [L];
S = coeficiente de armazenamento;
Sy = rendimento específico;
t = tempo [L];
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
b = espessura saturada do aquífero inicial [L];
(11)
Em que uA é obtido pelo ajuste dos dados de rebaixamento pelo tempo à curva de
Theis (Figura 17), usando dados do inicio do bombeamento, quando o aquífero livre libera
água através de mecanismos iguais aos de aquíferos confinados e o fluxo é
predominantemente horizontal (Castro et al., 2000).
Por uA podemos determinar o valor do coeficiente de armazenamento (S = Se.h0) e T.
(12)
Onde uB é obtido pelo ajuste dos dados de rebaixamento pelo tempo a curva de Theis
usando dados da fase final do bombeamento (Figura 17), quando o aquífero livre libera a
maior parte da água através de drenagem dos poros e o fluxo é predominantemente vertical
(Castro et al., 2000).
Através de uB podemos determinar o valor de retenção específica (Sy) e T.
(13)
Figura 17 - Ajuste dos dados de rebaixamento (s) versus tempo para obter: uA, uB e β.
Fonte: CASTRO et al., 2000.
59
(14)
Onde:
T = transmissividade [L²/T];
r = distância radial do poço bombeado [L];
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
b = espessura saturada do aquífero inicial [L];
Onde:
Se = armazenamento específico [1/L];
ρw = densidade da água [ML-3T-2];
g = aceleração da gravidade [LT-2];
α = compressibilidade do meio poroso [1/(ML-1T-2];
n = porosidade
β = compressibilidade da água [1/(ML-1T-2].
60
Onde:
S = coeficiente de armazenamento;
Se = armazenamento especifico [1/L];
b = espessura do aquífero [L].
(17)
Onde:
S = coeficiente de armazenamento;
Sy = rendimento específico;
Se = armazenamento específico [1/L];
b = espessura saturado do aquífero [L].
Em aquífero livre um, o coeficiente de armazenamento é considerado como sendo
igual ao rendimento específico. O coeficiente de armazenamento de aquífero livre varia de
0,02 a 0,30 (HEATH, 1983; FETTER, 2002). Conforme Heath (1983) devido à diferença nas
61
(18)
Onde:
h1 = carga hidráulica no piezômetro 1 [L];
h2 = carga hidráulica no piezômetro 2 [L];
z1 = cota do ponto P1 (piezômetro 1) [L};
z2 = cota do ponto P2 (piezômetro 2) [L};
Q = vazão constante que passa pelo cilindro [L³T-1];
A = área de seção transversal do cilindro [L²];
Δh = variação da carga hidráulica entre os piezômetros 1 e 2 [L]; e
L = distância entre os piezômetros 1 e 2 [L].
62
Entende-se que a diferença de cargas hidráulicas (h1 – h2) dividida pelo comprimento
(L), como sendo a taxa de perda de carga por unidade de trajeto do fluido, chamado de
gradiente hidráulico (CABRAL, 2008).
O sinal negativo na Equação 18, Lei de Darcy, é usado para indicar um gradiente de
fluxo descendente (GEDEON, 1999).
O fluxo de água subterrânea ocorre saindo do local de maior carga hidráulica para o
local de menor carga hidráulica, ou seja, o movimento das partículas de água segue o sentido
do gradiente negativo (CABRAL, 2008).
A condutividade hidráulica ou coeficiente de permeabilidade (K), de um dado meio é
uma função das propriedades do meio poroso, incluindo porosidade, tamanho, distribuição,
forma e arranjo das partículas e as propriedades do fluido, viscosidade e massa especifica
(GEDEON, 1999; CABRAL, 2008).
Em meio isotrópico, a condutividade hidráulica pode ser entendida como sendo
numericamente igual à vazão que atravessa uma área unitária submetida a um
gradiente hidráulico unitário. Refere-se à facilidade da formação aquífera de exercer
a função de um condutor hidráulico (CABRAL, 2008, p. 78).
A condutividade hidráulica de um meio de transmissão de dados de um dado fluido é
dada pela Equação 19:
(19)
Onde:
K = condutividade hidráulica [LT-1];
ρ = massa específica do fluido [ML³];
g = aceleração da gravidade [LT-²];
μ = viscosidade dinâmica [ML-1T-1];
υ = viscosidade cinemática = μ/ρ; e
k = permeabilidade intrínseca do meio poroso [L²], é função do tipo do material
poroso, sua granulometria e sua disposição estrutural. Conforme Fetter (2002) basicamente é,
uma função do tamanho das aberturas dos poros, quanto maior for o quadrado do diâmetro
médio dos poros, d, menor resistência ao fluxo. Algumas das fórmulas são empíricas, como
por exemplo:
(20)
onde, C é um valor adimensional que pode ser obtido experimentalmente, e d² é o diâmetro
médio dos grãos de areia.
63
Tabela 5 - Faixa de valores de permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para vários materiais não
consolidados.
Permeabilidade Condutividade
Material
Intrínseca (cm²) Hidráulica (cm/s)
Argila 10-14 – 10-11 10-9 – 10-6
Silte; Silte arenoso 10-11 – 10-9 10-6 – 10-4
Areia argilosa 10-11 – 10-9 10-6 – 10-4
Areia siltosa; Areia fina 10-10 – 10-8 10-5 – 10-3
Areia bem distribuída 10-8 – 10-6 10-3 – 10-1
Cascalho bem distribuído 10-7 – 10-5 10-2 - 100
Fonte: FETTER, 2002.
√ (21)
Onde:
R = raio de influência do poço [L];
T = transmissividade [L²/T];
t = tempo de bombeamento do poço [T];
S = coeficiente de armazenamento do poço [T].
Segundo Feitosa, F., Feitosa, E., e Manoel Filho (2008) para o regime transitório
pode-se usar a equação (21), esta equação expressa a variação do raio de influência com o
tempo. Este parâmetro depende do tempo e das características do aquífero, porém, não
depende da vazão de bombeamento.
Os aquíferos livres ou freáticos são aqueles onde o limite superior esta submetido à
pressão atmosférica. Neste tipo de aquífero, o nível de água, em cada poço, representa uma
superfície real coincidente com limite superior de saturação, denominada de superfície
64
freática. Em geral não considera como zona saturada a parte correspondente a franja capilar
(FEITOSA, F., FEITOSA, E., MANOEL FILHO, 2008).
Como nos aquíferos livres não existe limite geológico para delimitação do seu topo
ou teto, sendo representado pelo limite de saturação. Assim, quando se bombeiam
poços em aquífero livre, rebaixa a própria superfície freática, provocando a redução
da espessura saturada. Devido a esse processo, o mecanismo principal de liberação
de água é a drenagem dos poros, tendo uma pequena participação da compactação
do aquífero e expansão da água. Em função da redução da espessura, existem
componentes verticais de fluxo, que ocasionam perdas de cargas adicionais no fluxo
de água em direção ao poço, cujo reflexo é verificado por um acréscimo de
rebaixamento do nível da água do poço em bombeamento, em relação dentro do
aquífero. Nessas condições é criada uma superfície úmida nas paredes do poço,
denominada de superfície de ressurgência ou sudação, H’ (FEITOSA, F., FEITOSA,
E., MANOEL FILHO, 2008, p. 527).
Figura 18 - Evolução progressiva do rebaixamento do nível de água num poço em resposta a um bombeamento
(modificado de Feitosa, 2000).
De acordo com Fetter (2002) para os dados fluxos transientes, tempo por
rebaixamento de um poço de observação pode ser usado para determinar tanto a
transmissividade quanto o coeficiente de armazenamento de um aquífero. Se não houver uma
observação, os dados de tempo versus rebaixamento do poço bombeado podem ser utilizados
para determinar apenas a transmissividade do aquífero.
Conforme Feitosa, F., Feitosa, E., e Manoel Filho (2008) os aquíferos livres originam
problemas de hidráulica subterrânea mais complexos que aquíferos confinados. Esta maior
complexidade, agravada no regime transitório, é devida aos seguintes fatores:
O limite superior do aquífero é constituído pela superfície freática, logo, o
domínio de fluxo varia com o tempo, pois existe uma redução de espessura
saturada durante o bombeamento de poços;
Esta redução de espessura cria componentes verticais de fluxo, o que provoca
perdas de cara adicionais, as quais são refletidas pela existência de uma
superfície de gotejamento denominada de superfície de ressurgência ou
sudação;
66
apud Lohman (1972) modificou sua definição, como a descarga segura de um reservatório
subterrâneo, a taxa, possível de retirar água dele permanentemente para o uso humano.
Conforme Cutrim et al. (inédito) a reserva explotável é o volume de água que pode ser
extraído do aquífero em condições técnica e economicamente viáveis.
Em seu estudo Costa (1997) considera a reserva explotável igual à potencialidade do
aquífero, uma vez que não existem estudos que indiquem quaisquer consequências em termos
hidrológicos, econômicos, de qualidade da água, de legalidade ou geotécnicos.
Conforme Costa (2000) a potencialidade é definida como o volume de água utilizado
anualmente, incluindo, eventualmente, uma parcela das reservas permanentes, que podem ser
explotadas, em descarga constante, durante um período de tempo determinado.
De acordo com Costa (2000) para o cálculo da potencialidade, admite-se, sem prejuízo
para o aquífero, que seja possível extrair toda a reserva reguladora (representada pela recarga
anual do aquífero), mais uma parcela das reservas permanentes, representada no período de 50
anos pelo percentual de 30% dessas reservas. Assim, esse percentual de 30% em 50anos
implica em 0,6% ao ano.
As reservas totais são definidas como a soma das reservas permanentes e das reservas
reguladoras, representando a totalidade de água existente em um aquífero ou sistema aquífero
(FEITOSA, 2008).
a exploração hídrica. Neste estudo para a estimativa da reserva reguladora utilizaram a análise
das curvas de recessão do rio dos Índios.
Gurgel e Melo (2001) apresentaram a caracterização hidrogeológica do Aquífero Açu
na região norte de Caraúbas – RN. O Aquífero Açu tem comportamento geral livre a semi-
livre. Este estudo envolveu o cadastrado de poços e cacimbões para a coleta de parâmetros
hidráulicos, hidroquímicos e construtivos. Avaliaram os parâmetros hidrodinâmicos
transmissividade e condutividade hidráulica, caracterizaram o fluxo subterrâneo, o
condicionamento hidrogeológico do Aquífero Açu na área estudada e a elaboração do mapa
de isocondutividade elétrica. O Aquífero Açu na porção norte-central apresenta melhor
condicionamento hidrogeológico tanto em termos quantitativos como qualitativos.
Os estudos Barbosa et al. (2004) apresentam os aspectos hidrodinâmicos dos
Aquíferos Aluvionares a oeste da bacia do Rio Guandu no município de Seropédica – RJ. Os
sistemas aquíferos fraturados estudados são de caráter livre a semiconfinado. Determinaram a
condutividade hidráulica, a transmissividade, o coeficiente de armazenamento e a capacidade
especifica, obtidos através do teste de bombeamento. Realizaram o ensaio de permeabilidade
na zona não saturada e a elaboração do mapa potenciométrico do Aquífero Intergranular.
Os estudos realizados por Filho Diniz et al. (2004) apresentaram as estimativas das
reservas de águas subterrâneas do baixo curso da Bacia do Rio Ceará Mirim – RN, e os
aspectos relativos a vulnerabilidade dos sistemas aquíferos a contaminação antrópica.
Estimaram as reservas permanente, total e explotáveis do Aquífero Açu (aquífero confinado)
e as reservas reguladora, permanente, total e explotáveis do Aquífero Barreiras (aquífero
livre).
No estudo hidrogeológico realizado por Cutrim e Rebouças (2006) sobre a bacia do
Paraná no município de Rondonópolis – MT é apresentada a caracterização hidrogeológica
dos principais aquíferos da área. Neste trabalho apresenta os parâmetros hidrodinâmicos
(transmissividade, condutividade hidráulica e coeficiente de armazenamento), a porosidade
total e específica, as estimativas das reservas de água subterrânea e a qualidade da água
subterrânea para o principal aquífero da área, Aquífero Furnas. Para o aquífero Transição
Furnas/Ponta Grossa e Aquífero Ponta Grossa foram determinadas a transmissividade e a
condutividade hidráulica.
Cutrim (2010) apresenta a caracterização hidrogeológica do Grupo Parecis no
município de Lucas do Rio Verde – MT. Nesta área ocorrem o Aquífero Freático e o Sistema
Aquífero Parecis (SAP) constituído pelos Aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens. Foram
estimados para o SAP os parâmetros hidrodinâmicos e as reservas reguladora, permanentes,
75
CAPÍTULO IV
4. MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizadas 20 SEVs com aberturas máximas de AB/2 de 350m, 500m, 800,
900m e 1000m e a distância de MN≤AB/5. As SEVs foram dispostas de modo a fornecer
melhor conhecimento da geologia da área, visando subsidiar os estudos hidrogeológicos.
As SEVs foram interpretadas usando o método do Ridge Regression (TIKHONOV &
ARSENIN, 1977), utilizando o software IPI2win. Nesta etapa, foram determinadas a
profundidade ao topo e a espessura das unidades geológicas da área e suas respectivas
resistividades. As curvas geradas em função de AB/2 e ρ foram suavizadas usando critérios
qualitativos, suavizando pontos anômalos isolados. As espessuras das unidades foram
estimadas num intervalo entre (AB/2)/2 e (AB/2)/3. Neste processo de interpretação foi
utilizado dados perfis geológicos de poços para a identificação dessas unidades nas curvas das
SEVs.
Os mapas de espessuras e profundidades das unidades geológicas foram elaborados
com a interpretação das SEVs utilizando o software Surfer 8.0 com o método de krigagem
usando o modelo de variograma linear.
78
Onde:
Q = vazão [L³/T];
V = volume [L³];
t = tempo [T].
Feitosa e Demetrio (2008) indicam como referência a seguinte classificação:
Balde de 20 L para vazões até 3,6 m³/h.
Tonel de 200 L para vazões entre 3,6 a 36 m³/h.
A vazão de bombeamento foi mantida constante, com valor médio de 12m³/h, onde
marcou tempo de enchimento do tambor de 170L, obtendo assim a vazão de bombeamento. A
vazão foi verificada no início do teste e a cada 20 minutos de duração do teste, com 18
verificações da vazão. A descarga da água bombeada foi a 30m do poço bombeado para evitar
o retorno nas vizinhas do poço (Figura 22).
4.2.2.1Capacidade Específica
A partir dos dados do teste de aquífero e dos dados de 18 poços do Serviço Autônomo
de Água e Esgoto de Sinop (SAAES), foi obtida a capacidade específica para o Sistema
Aquífero Parecis, pois os poços do SAAES captam água tanto do aquífero Utiariti com do
aquífero Salto da Nuvens.
A capacidade específica foi determinada pela razão entre a vazão (Q) e o rebaixamento
(s) para um determinado tempo (t) (MANOEL FILHO et al., 2008), dada pela equação
abaixo:
(23)
Onde:
CE = capacidade específica [L²T-1];
Q = vazão [L³T-1];
s = rebaixamento [L].
(24)
Onde:
T = transmissividade [L²/T];
r = distância radial do poço bombeado [L];
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
b = espessura saturada do aquífero inicial [L];
(25)
Onde:
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
T = Transmissividade [L²/T]; e
b = espessura média do aquífero determinada pelas SEVs [L].
de 20 anos, considerando que o poço seja bombeado 20 horas por dia, através da seguinte
equação:
√ (26)
Onde:
R = raio de influência do poço [L];
T = transmissividade [L²/T];
t = tempo de bombeamento do poço [T];
S = coeficiente de armazenamento do poço [T].
(27)
84
Onde:
= volume de água de saturação [L³];
= área de ocorrência do aquífero [L²];
= espessura média saturada do aquífero [L]; e
= porosidade específica.
Neste caso, devido ao sistema aquífero da área de estudo ser livre a reserva
permanente será igual ao volume de água de saturação.
Na estimativa desta reserva foi usada a dimensão da área de estudo de 644 km², a
espessura saturada média de 271 m do sistema aquífero obtida pelas SEVs e o coeficiente de
porosidade específica de 13%.
(29)
Onde:
A = área de ocorrência do aquífero [L²];
= variação do nível d’água [L]; e
e = porosidade especifica.
A reserva explotável foi considerada como 25% da reserva reguladora, este critério
esta de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos/MT que considerou a proposta da
ANA para o Plano Estratégico da Região Hidrográfica do Tocantins e Araguaia, que
recomenda a adoção do valor de 25% da reserva reguladora. Com o objetivo de garantir a
disponibilidade hídrica superficial no período de seca (PERH, 2009). Assim:
(30)
Onde:
= reserva reguladora [L³]; e
Rexp = reserva explotável [L³].
A potencialidade do SAP foi estimada pela soma da reserva reguladora mais 30%
reserva permanente em 50anos, ou seja, 0,6% ao ano, dada pela equação seguinte:
(31)
Onde:
potencialidade do aquífero [L³];
= reserva renovável [L³], e
reserva permanente [L³].
A reserva total deste sistema aquífero em estudo foi calculada pela soma das reservas
permanente e reguladora.
(32)
Em que:
Rt= reserva total [L³];
Rp = reserva permanente [L³]; e
Rr = reserva reguladora [L³].
86
CAPÍTULO V
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para este trabalho utilizamos vinte Sondagens Elétricas Verticais (SEVs) executadas
na cidade de Sinop – MT e seu entorno, distribuídas conforme Figura 23, como abertura
máxima de AB/2 de 1000m. Estas SEVs foram obtidas em 2 Trabalhos de Conclusão do
Curso de Geologia da UFMT e em 4 artigos publicados em congressos, remodeladas e
reinterpretadas. As SEVs e os respectivos trabalhos são: SEVs 1, 2 e 3 (JANSONS et al.,
2012), SEVs 4, 5 e 6 (RIBEIRO, 2009), SEVs 7, 8 e 9 (SANTOS et al., 2012), SEVs 10, 11,
12 e 13 (ANJOS, OLIVEIRA, 2011), SEVs 14, 15, 16 e 17 (DUARTE et al., 2012) e SEVs
18, 19 e 20 (GUIMARÃES et al., 2012).
Figura 23 - Mapa de localização das sondagens elétricas verticais (SEVs) executadas na cidade de Sinop – MT,
e seu entorno.
87
A SEV 4 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada usando um modelo
de sete camadas (Figura 27). As três primeiras camadas, com espessura em torno de 4,5 m, e
resistividades que variam de 175 Ohm.m a 1350 Ohm.m, correspondem à cobertura
pedológica. Essa variação de resistividade sugere heterogeneidade dos materiais desse meio.
A quarta camada, com 65 m de espessura e profundidade ao topo de 4,5 m, corresponde à
Formação Utiariti. A quinta e a sexta camadas podem ser atribuídas Formação Salto das
Nuvens, com a profundidade ao topo de 69 m, a espessura estimada de 230 m e com a
resistividade variando de 90 Ohm.m a 1750 Ohm.m. A sétima camada corresponde a
Formação Rio Ávila, com espessura superior a 150m.
A SEV 5 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada usando um modelo
de seis camadas (Figura 28). As três primeiras camadas referem-se à cobertura pedológica,
cuja espessura foi estimada de 3,6 m e a resistividade variou de 125 Ohm.m a 510 Ohm.m.
Essa variação da resistividade sugere caráter heterogêneo para o meio pedológico. A quarta
camada corresponde à Formação Utiariti, cuja espessura é em torno de 62 m, a profundidade
ao topo é de 3,6 metros e resistividade com pico de 3020 Ohm.m. A quinta camada, com
espessura de 170m e profundidade ao topo de 66 m, representam Formação Salto das Nuvens.
A sexta camada corresponde a Formação Rio Ávila, com espessura estimada superior a 150m.
90
A SEV 6 com abertura máxima de AB/2 de 1000 m foi modelada através de um meio
de seis camadas (Figura 29). As três primeiras camadas correspondem à cobertura pedológica,
cuja espessura foi estimada de 6 metros, com resistividade entre 180 Ohm.m a 575 Ohm.m. A
quarta e a quinta camadas referem-se à Formação Utiariti, com espessura de 84 m e
profundidade ao topo de 5,8 metros e uma elevada resistividade de 3,800 Ohm.m. A sexta
camada com profundidade ao topo de 90m e espessura estimada de 240m corresponde à
Formação Salto, caracterizada pela queda de resistividade de 120 Ohm.m. A sétima camada
com profundidade ao topo de 330 m e espessura estimada superior a 200m corresponde a
Formação Rio Ávila.
A SEV 7 com abertura máxima de AB/2 de 500m, foi interpretada utilizando o modelo
de 7 camadas (Figura 30). As três primeiras camadas possuem uma espessura em torno de 4m,
correspondente a cobertura pedológica, cuja variação de resistividade sugere a
heterogeneidade do material pedológico. A quarta e a quinta camada, com espessura de 74m e
profundidade ao topo em torno de 4m, representam a Formação Utiariti, com uma brusca
elevação da resistividade. A sexta e a sétima camadas com profundidade ao topo de 78m,
correlacionada a Formação Salto das Nuvens, caracterizada pela queda abrupta da
resistividade e espessura estimada superior a 59m.
Tabela 7 - Espessura (h), profundidade (d) do topo das unidades geológicas estimadas pelas SEVs e coordenadas
UTM (Meridiano 57ºW, Sistema WGS84).
Fm. Salto das
Geologia Solo Fm. Utiariti Fm. Rio Ávila
Nuvens
SEVs Coordenadas h (m) d(m) h (m) d(m) h (m) d(m) h (m) d(m)
SEV1 663746/8696012 2,7 0 47 2,7 350 50 >100 -
SEV2 665478/8694280 5,0 0 45 5,0 350 50 >200 -
SEV3 669800/8694839 1,6 0 48 1,6 350 50 >100 -
SEV4 665829/8688222 4,5 0 65 4,5 230 69 >150 -
SEV5 659030/8689094 3,6 0 62 3,6 170 66 >150 -
SEV6 665306/8693534 5,8 0 84 5,8 240 90 >200 -
SEV7 667828/8685704 3,8 0 74 3,8 59 78 - -
SEV8 669524/8683060 5,0 0 91 5,0 180 96 >150 -
SEV9 669983/8687428 4,5 0 125 4,5 170 129 >150 -
SEV10 659056/8683532 2,5 0 97 2,5 200 99 >261 -
SEV11 659197/8684786 4,0 0 110 4,0 214 114 >150 -
SEV12 658623/8682792 5,0 0 110 5,0 >250 115 - -
SEV13 660555/8685548 4,9 0 70 4,9 100 75 >100 -
SEV14 661191/8680543 5,0 0 60 5,0 >150 65 - -
SEV15 662316/8676557 4,7 0 50 4,7 >160 55 - -
SEV16 663491/8682358 6,0 0 90 6,0 200 96 >150 -
SEV17 661793/8680184 3,4 0 77 3,4 >100 81 - -
SEV18 661708/8673731 4,3 0 68 4,3 115 72 >100 -
SEV19 662915/8675044 2,7 0 60 2,7 80 63 >250 -
SEV20 657097/8674953 2,7 0 99 2,7 >230 103 - -
A espessura da Formação Salto das Nuvens varia entre 59 m a 350 m (Figura 48 e 49),
sendo que as de 59 m até 180 m estão situadas do centro até o sul e oeste da área, e espessuras
entre 180 m e 350 m estão no restante da área. A profundidade ao topo desta formação varia
de 45 m a 130 m, sendo que os valores de 85 m a 130 m ocorrem de nordeste a oeste e os
valores de 50 m a 85 m no restante da área (Figura 50 e 51). Como a Formação Rio Ávila é o
substrato de algumas SEVs, então não foi possível estimar a sua espessura.
105
Figura 53 - Perfil geológico esquemático construído com base nas SEVs 2, 6, 16, 15 e 18 e no mapa geológico.
109
5.2 HIDROGEOLOGIA
5,2
5,1
5
Rebaixamento (m)
4,9
4,8
4,7
4,6
4,5
4,4
5,5
127,5
157,5
217,5
277,5
337,5
0
1
0,5
1,5
2,5
3,5
4,5
6,5
8,5
10,5
12,5
17,5
22,5
27,5
32,5
42,5
52,5
67,5
82,5
97,5
Tempo (min)
6,2
6,1
Recuperação (m) 6
5,9
5,8
5,7
5,6
5,5
5,4
5,3
5,2
0,5 1 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 8,5 10,512,517,522,527,537,552,567,582,597,5
Tempo (min)
0,25
0,2
Rebaixamento (m)
0,15
0,1
0,05
0
0 3 7 10 16 26 47 67 97 127 157 187 217 247 277 307
Tempo (min)
6,25
6,2
6,15
Recuperação (m)
6,1
6,05
5,95
5,9
0
1
0,5
1,5
2,5
3,5
4,5
5,5
7,5
9,5
20,5
11,5
13,5
15,5
25,5
30,5
35,5
40,5
45,5
50,5
55,5
Tempo (min)
13
12,8
12,6
12,4
Vazão (m³/h)
12,2
12
11,8
11,6
11,4
11,2
11
2 4 6 26 46 66 86 106 126 166 206 266 326 386 446 506 566 626
Tempo (min)
A capacidade específica variou de 1,06m²/h a 4,17m²/h, com valor médio de 2,75 m²/h
para o Sistema Aquífero Parecis, conforme apresentada na Tabela 14.
Tabela 15 - Dados de nível estático de poços do Aquífero Uitariti, obtidos no ano hidrológico na área de estudo.
Coordenada UTM Altitude Nível Estático – NE (m)
Poço Usuário Δh (m)
E S (m) Março/Abril Agosto
P1 Individual 660535 8683056 370 8,36 9,89 1,53
P3 Individual 658992 8683524 374 10,91 13,33 2,42
P4 Comercial 660369 8683286 369 3,69 9,72 6,03
P10 Comercial 680310 8688299 376 2,87 5,13 2,26
P11 Serviço 665481 8688046 379 4,43 6,21 1,78
P12 Serviço 665235 8688116 379 4,25 5,45 1,2
P27 Individual 670250 8694366 368 2,85 4,28 1,43
P28 Individual 669636 8691022 369 2,5 3,8 1,3
P29 Individual 668958 8692374 376 2,45 3,16 0,71
P30 Individual 668986 8692978 370 2,2 2,9 0,7
P31 Individual 667730 8691778 371 2,8 5,42 2,62
P32 Individual 668077 8690474 369 2,0 4,96 2,96
P33 Individual 668356 8688510 373 1,35 4,33 2,98
P34 Individual 662662 8696546 372 5,5 8,67 3,17
Média 2,22
Δh = variação do nível de água no ano hidrológico.
Figura 60 - Localização dos poços tubulares medidos o nível estático na área de estudo.
120
Figura 61 – Parâmetros hidrodinâmicos para o Aquífero Utiariti obtidos a partir do teste de produção
interpretado pelo método de Neuman.
122
Figura 62 - Parâmetros hidrodinâmicos para o Aquífero Utiariti obtidos a partir do teste de aquífero interpretado
pelo método de Neuman.
liberar grandes volumes de água, corroborando as vazões produzidas por esse aquífero, e
assim continuar garantindo o suprimento de grandes demandas de água.
12
10
Rebaixamento (m)
0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Distância do Poço (m)
CAPÍTULO VI
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
CAPÍTULO VII
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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estudo hidrogeológico no município de Sinop – MT. Trabalho de Conclusão de Curso
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Geologia Geral. Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011.
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