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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

AVALIAÇÃO HIDROGEOLÓGICA DO SISTEMA AQUÍFERO PARECIS NA CIDADE


DE SINOP–MT E SEU ENTORNO

CASSIANA LUSSI

ORIENTADOR: PROF. DR. SHOZO SHIRAIWA

COORIENTADOR: PROF. DR. ALTERÊDO DE OLIVEIRA CUTRIM

CUIABÁ/MT

2013
CASSIANA LUSSI

AVALIAÇÃO HIDROGEOLÓGICA DO SISTEMA AQUÍFERO PARECIS NA CIDADE


DE SINOP–MT E SEU ENTORNO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Recursos Hídricos como requisito
parcial para a obtenção do título de mestre em
Recursos Hídricos.

CUIABÁ/MT

2013
Dedico

A toda a minha família.


AGRADECIMENTOS

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela


concessão da bolsa de estudos.
A Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP, pelo financiamento do projeto
intitulado “Avaliação de Métodos de Vulnerabilidade à Contaminação de Aquíferos, na
Cidade de Sinop/MT e Desenvolvimento de um Novo Método de Vulnerabilidade”, ao qual
este trabalho está vinculado.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Shozo Shiraiwa, pela orientação, ensinamentos,
disponibilidade, dedicação durante a realização deste trabalho.
Ao meu coorientador, Prof. Dr. Alterêdo de Oliveira Cutrim, pela dedicação,
contribuições, apoio, disponibilidade em todos os momentos durante este trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e a secretária
do programa. Ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sinop (SAAES), pelos dados
cedidos e ajuda.
A Deus por toda luz enviada e pelas bênçãos concedidas.
Ao meu companheiro e amigo, Willian, por me incentivar e me motivar em todo
momento, pela paciência, cumplicidade, amor.
A minha família, por todo o amor, carinho, compreensão, respeito, incentivo e apoio.
Aos meus entes queridos e amados que já se foram eternas saudades.
Aos meus colegas de mestrado, em especial a Mirian, Renata, Luany e Mileny por
dividirem todos os momentos de aflição e de alegrias durante do curso.
A Ivanete, por seus ensinamentos, pela paciência de tirar minhas dúvidas.
Aos alunos do curso de Geologia, pela contribuição de dados, de trabalhos de campos,
ensinamentos, pelas viagens de campos.
A todos aqueles que apoiaram, ajudaram e contribuíram nesta caminhada.
“A persistência é o menor caminho do êxito”.

Charles Chaplin.
RESUMO

LUSSI, C. Avaliação hidrogeológica do Sistema Aquífero Parecis na cidade de Sinop – MT


e seu entorno. Cuiabá, 2013. 135p. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Ciências Exatas e da
Terra, Universidade Federal de Mato Grosso.

A área deste trabalho envolve a região da cidade de Sinop, no centro norte do estado de Mato
Grosso, onde o principal reservatório de água é subterrâneo. O abastecimento público e as
atividades econômicas dependem exclusivamente dessas águas e seus conhecimentos são
limitados. Neste cenário este estudo tem como objetivo geral fazer a caracterização
hidrogeológica do Sistema Aquífero Parecis na região de Sinop – MT. Foram estimadas a
espessura e profundidade ao topo das unidades geológicas que ocorrem na área, foram
determinados os parâmetros hidrodinâmicos dos aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens e
estimadas as reservas de águas subterrâneas do Sistema Aquífero Parecis (SAP). Para estimar
a espessura e profundidade ao topo foi utilizando a técnica de sondagem elétrica vertical
(SEV), com abertura máxima de AB/2 de 1.000m. Foram realizadas vinte SEV, cujos
resultados mostram que a cobertura pedológica tem espessura variando de 1,6 m a 6,0 m. A
Formação Utiariti tem espessura média de 76m e profundidade média ao topo de 4,3m. A
Formação Salto das Nuvens tem espessura média de 195 m e profundidade ao topo de 81 m.
Os parâmetros hidrodinâmicos estimados para o Aquífero Utiariti são: transmissividade de
2,65x10-2m²/s, condutividade hidráulica de 3,49x10-4m e coeficiente de armazenamento de
3,54x10-3. A capacidade específica para os poços do SAP varia de 1,06m²/h a 4,17m²/h. As
reservas de água subterrânea estimadas para o SAP foram: permanente de 226,9x108m³,
reguladora de 18,58x107m³/ano, total de 228,74x108m³ e explotável de 4,6x107m³/ano. A
potencialidade do SAP é de 32,3x107m³/ano. Estes dados mostram que o SAP é um bom
sistema aquífero capaz de suprir grande explotações de água. Os resultados deste trabalho
contribuem para o melhor conhecimento hidrogeológico da área, para a elaboração de plano
de gestão das águas subterrâneas e para a avaliação de vulnerabilidade e risco à contaminação
dessas águas.

Palavras-Chaves: Reservas de Águas Subterrâneas, Sistema Aquífero Parecis, SEV, Cidade de


Sinop.
ABSTRACT

LUSSI, C. Hydrogeological assessment Parecis Aquifer System in the city Sinop – MT and
its surrounding. Cuiabá, 2013. 135p. Dissertation (Master) - Institute of Exact Sciences and
Earth, Federal University of Mato Grosso.

The area of this work involves the Sinop city region in central northern state of Mato Grosso,
where the main is groundwater reservoir. The public supply and economic activities rely
solely the groundwaters and their knowledge is limited. In this scenario this study general
aims to hydrogeological characterization the Parecis Aquifer System in the city of Sinop –
MT and its surrounding. Was estimated the thickness and depth to top of the geologic units
that occur in the area, was determined the hydrodynamic parameters of the Utiariti and Salto
das Nuvens aquifer and estimated reserves of groundwater Parecis Aquifer System (PAS). To
estimate the thickness and depth to the top has been using the technique of vertical electrical
sounding (VES), with maximum aperture of AB/2 of 1.000 m. There were twenty SEV, the
results show that the soil cover has a thickness range of 1,6 m to 6,0 m. The Utiariti formation
has an average thickness of 76m and the average depth of 4,3 m. The Salto das Nuvens
formation have an average thickness of 195m and depth of 81m. The hydrodynamic
parameters estimated for Utiariti aquifer are: transmissivity of 2,65x10-2 m²/s, hydraulic
conductivity of 3,49 x 10-4 m and storage coefficient of 3,54x10-3. The specific capacity of the
wells to vary the PAS ranges from 1,06m²/h to 4,17m²/h. The groundwater reserves were
estimated to PAS: permanent of 226,9x108m³, regulator of 18,58x107m³/year, total of
228,74x108m³ and exploitable of 4,6x107m³/year. The potentiality of the PAS is
32,3x107m³/year. These data show that PAS is a good aquifer system capable of supplying
large exploitation of water. The results of this study contribute to a better hydrogeological
knowledge of the area, for elaboration management plan, for groundwater vulnerability
assessment and for the risk of groundwater contamination.

Key Words: Groundwater Reserves, Parecis Aquifer System, VES, Sinop city.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa de Localização da cidade de Sinop - MT. ..................................................... 20


Figura 2 - Mapa das Bacias Hidrográficas no município de Sinop - MT. .............................. 24
Figura 3 - Carta estratigráfica da Bacia dos Parecis. ............................................................... 27
Figura 4 - Coluna estratigráfica da Formação Rio Ávila. ....................................................... 28
Figura 5 - Coluna estratigráfica do Grupo Parecis. ................................................................. 29
Figura 6 - Carta estratigráfica mais provável para a área de estudo. ....................................... 34
Figura 7 - Províncias hidrogeológicas do Brasil. .................................................................... 35
Figura 8 - Domínios hidrogeológicos do Brasil. ..................................................................... 36
Figura 9 - Distribuição dos principais sistemas aquíferos do Brasil. ...................................... 37
Figura 10 - Arranjo Schlumberger. A e B – eletrodos de corrente. M e N eletrodos de
potencial. V – voltímetro e I amperímetro. As linhas tracejadas indicam as linhas de corrente
elétrica e as linhas contínuas as equipotenciais. ....................................................................... 46
Figura 11 - Esquema ilustrativo da metodologia de execução de testes de produção. ............ 48
Figura 12 - Esquema ilustrativo da metodologia de execução de testes de aquífero. ............. 50
Figura 13 - (a) Cone de rebaixamento em aquífero livre. (b) Cone de rebaixamento em
aquífero confinado. ................................................................................................................... 51
Figura 14 - Influência da transmissividade e coeficiente de armazenamento no cone de
rebaixamento para os aquíferos semelhantes a uma taxa constante de bombeamento. ............ 52
Figura 15 - Transmissividade. ................................................................................................. 56
Figura 16 - Esquematização de um poço de bombeamento. ................................................... 56
Figura 17 - Ajuste dos dados de rebaixamento (s) versus tempo para obter: uA, uB e β. ...... 58
Figura 18 - Evolução progressiva do rebaixamento do nível de água num poço em resposta a
um bombeamento. .................................................................................................................... 65
Figura 19 - Eletroresistivímetro Syscal R2. ............................................................................ 77
Figura 20 - Esquema do teste de aquífero. .............................................................................. 78
Figura 21 - Método Volumétrico. ............................................................................................ 79
Figura 22 - Descarga da água bombeada no teste de aquífero. ............................................... 80
Figura 23 - Mapa de localização das sondagens elétricas verticais (SEVs) executadas na
cidade de Sinop – MT, e seu entorno. ...................................................................................... 86
Figura 24 - Perfil geoelétrico da SEV 1 e modelo interpretativo. ........................................... 87
Figura 25 - Perfil geoelétrico da SEV 2 e modelo interpretativo. ........................................... 88
Figura 26 - Perfil geoelétrico da SEV 3 e modelo interpretativo. ........................................... 88
Figura 27 - Perfil geoelétrico da SEV 4 e modelo interpretativo. ........................................... 89
Figura 28 - Perfil geoelétrico da SEV 5 e modelo interpretativo. ........................................... 90
Figura 29 - Perfil geoelétrico da SEV 6 e modelo interpretativo. ........................................... 90
Figura 30 - Perfil geoelétrico da SEV 7 e modelo interpretativo. ........................................... 91
Figura 31 - Perfil geoelétrico da SEV 8 e modelo interpretativo. ........................................... 92
Figura 32 - Perfil geoelétrico da SEV 9 e modelo interpretativo. ........................................... 92
Figura 33 - Perfil geoelétrico da SEV 10 e modelo interpretativo. ......................................... 93
Figura 34 - Perfil geoelétrico da SEV 11 e modelo interpretativo. ......................................... 94
Figura 35 - Perfil geoelétrico da SEV 12 e modelo interpretativo. ......................................... 94
Figura 36 - Perfil geoelétrico da SEV 13 e modelo interpretativo. ......................................... 95
Figura 37 - Perfil geoelétrico da SEV 14 e modelo interpretativo. ......................................... 96
Figura 38 - Perfil geoelétrico da SEV 15 e modelo interpretativo. ......................................... 96
Figura 39 - Perfil geoelétrico da SEV 16 e modelo interpretativo. ......................................... 97
Figura 40 - Perfil geoelétrico da SEV 17 e modelo interpretativo. ......................................... 98
Figura 41 - Perfil geoelétrico da SEV 18 e modelo interpretativo. ......................................... 98
Figura 42 - Perfil geoelétrico da SEV 19 e modelo interpretativo. ......................................... 99
Figura 43 - Perfil geoelétrico da SEV 20 e modelo interpretativo. ....................................... 100
Figura 44- Mapa de espessura da cobertura pedológica. ....................................................... 102
Figura 45 - Mapa de espessura em 3D da cobertura pedológica. .......................................... 102
Figura 46 - Mapa de espessura da Formação Utiariti. ........................................................... 103
Figura 47 - Mapa de espessura em 3D da Formação Utiariti. ............................................... 104
Figura 48 - Mapa de espessura da Formação Salto das Nuvens. .......................................... 105
Figura 49 - Mapa de espessura em 3D da Formação Salto das Nuvens. ............................... 105
Figura 50 - Mapa de profundidade ao topo da Formação Salto das Nuvens. ........................ 106
Figura 51 - Mapa de profundidade ao topo em 3D da Formação Salto das Nuvens. ............ 106
Figura 52 – Localização do perfil geológico A-B de direção de NE-SW. ............................ 107
Figura 53 - Perfil geológico esquemático construído com base nas SEVs 2, 6, 16, 15 e 18 e
no mapa geológico. ................................................................................................................. 108
Figura 54 - Dados do teste de bombeamento do poço P1. .................................................... 111
Figura 55 - Dados de recuperação do poço P1. ..................................................................... 112
Figura 56 - Dados do poço (P2) do teste de bombeamento do poço P1. ............................... 114
Figura 57 - Dados de recuperação do poço P2 do teste de bombeamento do poço P1. ........ 115
Figura 58 - Dados de vazão do teste de bombeamento do poço P1. ..................................... 116
Figura 59 - Localização dos poços tubulares da SAAES e do poço de teste de aquífero. .... 118
Figura 60 - Localização dos poços tubulares medidos o nível estático na área de estudo. ... 119
Figura 61 – Parâmetros hidrodinâmicos para o Aquífero Utiariti obtidos a partir do teste de
produção interpretado pelo método de Neuman. .................................................................... 121
Figura 62 - Parâmetros hidrodinâmicos para o Aquífero Utiariti obtidos a partir do teste de
aquífero interpretado pelo método de Neuman. ..................................................................... 122
Figura 63 - Cone de rebaixamento do Aquífero Utiariti até 55 m do poço. .......................... 123
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Principais características das Províncias Hidrogeológicas de Sinop. ..................... 39


Tabela 2 - Resistividade de alguns materiais geológicos. ....................................................... 44
Tabela 3 – Profundidade teórica de investigação segundo alguns autores. ............................. 47
Tabela 4- Valores de porosidade, porosidade específica e retenção específica, em
porcentagem.............................................................................................................................. 55
Tabela 5 - Faixa de valores de permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para
vários materiais não consolidados. ........................................................................................... 63
Tabela 6 – Aberturas entre os eletrodos utilizado nas sondagens elétricas verticais............... 76
Tabela 7 - Espessura (h), profundidade (d) do topo das unidades geológicas estimadas pelas
SEVs e coordenadas UTM (Meridiano 57ºW, Sistema WGS84)........................................... 101
Tabela 8 - Espessuras e profundidades ao topo das Formações Utiariti e Salto das Nuvens.
................................................................................................................................................ 107
Tabela 9 - Dados do teste de bombeamento do poço P1. ...................................................... 110
Tabela 10- Dados de recuperação do poço P1. ...................................................................... 111
Tabela 11 - Dados do poço de observação (P2) do teste de bombeamento do poço P1. ....... 113
Tabela 12 - Dados de recuperação do poço P2 do teste de bombeamento do poço P1. ........ 114
Tabela 13 - Dados da vazão bombeada no teste de bombeamento do poço P1..................... 116
Tabela 14 - A capacidade específica para o Sistema Aquífero Parecis. ................................ 117
Tabela 15 - Dados de nível estático de poços do Aquífero Uitariti, obtidos no ano hidrológico
na área de estudo..................................................................................................................... 119
Tabela 16 - Reservas de água do Sistema Aquífero Parecis. ................................................. 120
Tabela 17 - Parâmetros hidrodinâmicos do Aquífero Utiariti. .............................................. 122
SUMÁRIO

1.1 Introdução ....................................................................................................................... 16


1.2 Justificativa ..................................................................................................................... 17
1.3 Objetivos ......................................................................................................................... 18
1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 18
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 18
CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 19
2. Características Gerais da Área de Estudo ......................................................................... 19
2.1 Localização e Vias de Acesso ..................................................................................... 19
2.2 Aspectos Econômicos ................................................................................................. 20
2.3 Clima ........................................................................................................................... 21
2.4 Vegetação .................................................................................................................... 21
2.5 Hidrografia .................................................................................................................. 23
2.6 Pedologia ..................................................................................................................... 24
2.7 Geomorfologia ............................................................................................................ 25
2.8 Geologia Regional ....................................................................................................... 26
2.8.1 Formação Rio Ávila............................................................................................. 28
2.8.2 Grupo Parecis ...................................................................................................... 29
2.8.2.1 Formação Salto das Nuvens ......................................................................... 30
2.8.2.2 Formação Utiariti .......................................................................................... 30
2.8.3 Formação Ronuro ................................................................................................ 31
2.8.4 Cobertura Detrito Laterítica Ferruginosa ............................................................ 31
2.8.5 Depósitos Aluvionares ......................................................................................... 32
2.9 Geologia Local ............................................................................................................ 33
2.10 Contexto Hidrogeológico .......................................................................................... 34
2.10.1 Província Parecis ............................................................................................... 37
2.10.1.1 Aquífero Salto das Nuvens ......................................................................... 38
2.10.1.2 Aquífero Utiariti ......................................................................................... 38
2.10.2 Província Coberturas Indiferenciadas ................................................................ 38
CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 40
3.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 40
3.1 Arcabouço Institucional Legal das Águas Subterrâneas ............................................. 40
3.1.2 Brasil .................................................................................................................... 40
3.1.3 Mato Grosso ........................................................................................................ 41
3.2 GEOFÍSICA ................................................................................................................ 43
3.2.1 Método Geofísico ................................................................................................ 43
3.2.2 Fundamentos Teóricos ......................................................................................... 43
3.2.3 Técnica de Aquisição de Dados........................................................................... 45
3.2.3.1 Sondagens Elétricas Verticais - SEVs .......................................................... 45
3.2.3.1.1 Arranjo Schlumberger ........................................................................... 45
3.3 HIDROGEOLOGIA.................................................................................................... 48
3.3.1 Teste de Bombeamento ....................................................................................... 48
3.3.1.1 Teste de Produção ......................................................................................... 48
3.3.1.2 Teste de Aquífero ......................................................................................... 49
3.3.1.3 Cone de Rebaixamento ................................................................................. 50
3.3.2 Parâmetros Hidrodinâmicos ................................................................................ 52
3.3.2.1Capacidade Específica ................................................................................... 52
3.3.2.2 Porosidade .................................................................................................... 53
3.3.2.3 Porosidade Específica ................................................................................... 54
3.3.2.4 Transmissividade .......................................................................................... 55
3.3.2.5 Coeficiente de Armazenamento.................................................................... 59
3.3.2.6 Condutividade Hidráulica ............................................................................. 61
3.3.2.7 Raio de Influência ......................................................................................... 63
3.3.2.8 Fluxo para poços em regime Transiente em Aquíferos Livres ..................... 63
3.3.3 Reservas de Águas Subterrâneas ......................................................................... 67
3.3.3.1 Reserva Geológica ou Permanente ............................................................... 68
3.3.3.2 Reserva Reguladora ou Renovável ............................................................... 68
3.3.3.3 Reserva Explotável e Potencialidade ............................................................ 68
3.3.3.4 Reserva Total ................................................................................................ 69
3.4 ESTUDOS DE CASOS .......................................................................................... 69
3.4.1 Estudos de casos da aplicação da Sondagem Elétrica Vertical ....................... 69
3.4.2 Estudos de casos: Hidrogeologia ..................................................................... 72
CAPÍTULO IV ......................................................................................................................... 76
4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 76
4.1 Método Geofísico ........................................................................................................ 76
4.1.1 Eletrorresistividade - Sondagem Elétrica Vertical (SEV) ................................... 76
4.2 Métodos de Hidrogeologia .......................................................................................... 78
4.2.1 Testes de Bombeamento ...................................................................................... 78
4.2.1.1 Teste de Aquífero ......................................................................................... 78
4.2.1.2 Medição de Vazão ........................................................................................ 79
4.2.2 Parâmetros Hidrodinâmicos ................................................................................ 81
4.2.2.1Capacidade Específica ................................................................................... 81
4.2.2.2 Porosidade Específica ................................................................................... 81
4.2.2.3 Transmissividade e Coeficiente de Armazenamento .................................... 82
4.2.2.4 Condutividade Hidráulica ............................................................................. 82
4.2.2.5 Raio de Influência ......................................................................................... 82
4.2.2.6 Cone de Rebaixamento ................................................................................. 83
4.3 Reservas de Águas Subterrâneas ................................................................................. 83
4.3.1 Estimativa de Reservas de Águas ........................................................................ 83
4.3.2 Reserva Permanente ............................................................................................ 83
4.3.3 Reserva Reguladora ou Renovável ...................................................................... 84
4.3.4 Reserva Explotável e Potencialidade ................................................................... 85
4.3.5 Reserva Total ....................................................................................................... 85
CAPÍTULO V .......................................................................................................................... 86
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 86
5.1 SONDAGENS ELÉTRICAS VERTICAIS ................................................................ 86
5.2 HIDROGEOLOGIA.................................................................................................. 109
5.2.1 Teste de Aquífero .............................................................................................. 109
5.2.2 Capacidade Específica ....................................................................................... 117
5.2.3 Nível Estático de Poços Tubulares .................................................................... 118
5.2.4 Estimativas das Reservas de Água Subterrânea e da Potencialidade ................ 120
5.2.5 Transmissividade, Condutividade Hidráulica e Coeficiente de Armazenamento
.................................................................................................................................... 121
5.2.6 Raio de Influência e Cone de Rebaixamento .................................................... 123
CAPÍTULO VI ....................................................................................................................... 124
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 124
CAPÍTULO VII ...................................................................................................................... 126
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 126
16

CAPÍTULO I

1.1 Introdução

Nos continentes, a água doce líquida predominantemente é a água subterrânea, o que


representa globalmente cerca de 8,3 milhões de km³ e podem ocorrer a profundidades de até
alguns quilômetros abaixo da superfície da Terra (UNESCO, 2011).
A água tem se tornado uma questão cada vez mais crucial para muitas cidades ao redor
do mundo. O rápido crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento
econômico são geradores da crescente pressão sobre os recursos hídricos em áreas urbanas. A
demanda por água está aumentando constantemente, particularmente pela água potável. A
escassez de água tornou-se mais proeminente em muitas cidades, tanto em países
desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento (UNESCO, 2010).
Atualmente, mais de 40% da população mundial utiliza as águas subterrâneas e cerca
de 50% da produção de alimentos no mundo depende da agricultura irrigada por águas
subterrâneas. Além das necessidades humanas e dos ecossistemas, a água desempenha um
papel importante na distribuição e armazenamento de energia e matéria sobre o globo
(UNESCO, 2011).
Os recursos hídricos subterrâneos se apresentam como uma importante alternativa para
o abastecimento de água. No Brasil são explotados 90 m³/s dos mananciais subterrâneos
brasileiros. Dos sistemas de abastecimento de água 44% utilizam exclusivamente mananciais
subterrâneos (ANA, 2011).
Para o desenvolvimento de estratégias de gestão e proteção das águas subterrâneas é
importante que as taxas de recarga e as reservas de águas subterrâneas, bem como a estrutura,
geometria e propriedades hidráulicas dos sistemas aquíferos devam ser conhecidas
(UNESCO, 2011).
No Brasil a caracterização hidrogeológica é realizada nas regiões, mais desenvolvidas
e nas afetadas pela escassez de água (CUTRIM, REBOUÇAS, 2006). No estado de Mato
Grosso as águas subterrâneas são utilizadas em larga escala, tanto para consumo humano
quanto para os diversos meios de produção e lazer, porém pouco se conhece sobre essas águas
e o impacto da explotação dos aquíferos (CUTRIM, REBOUÇAS, 2005).
Em Sinop – MT, o principal reservatório de água é o Sistema Aquífero Parecis. O
abastecimento público e as atividades econômicas dependem 100% dessas águas. O
conhecimento sobre os recursos hídricos subterrâneos em Sinop são limitados, principalmente
17

sobre a quantidade, a qualidade, a vulnerabilidade e, as propriedades hidráulicas dos


aquíferos. Este cenário mostra a importância da realização de pesquisa hidrogeológica para
produzir conhecimentos sobre essas águas em Sinop.

1.2 Justificativa

Os recursos hídricos representam um vetor de extrema importância no


desenvolvimento político-socioeconômico da humanidade. Um dos princípios básicos que
norteia qualquer estudo hidrogeológico para planejamento e gestão da água subterrânea, é o
correto dimensionamento de oferta e demanda dos recursos hídricos. O dimensionamento da
capacidade da oferta de um aquífero é a estimativa de suas reservas e disponibilidades
hídricas (CAVALCANTE, 2007).
No Mato Grosso existe pouca pesquisa hidrogeológica, conforme indica o Plano
Estadual de Recursos Hídricos (PERH, 2009), embora tenha grande quantidade de poços,
poucas informações estão disponíveis.
Na cidade de Sinop as informações sobre as águas subterrâneas são escassas, fator
preocupante, pois a cidade depende 100% dessas águas para o abastecimento público e para as
atividades econômicas.
Em função deste cenário este trabalho buscou conhecer o modo de ocorrência, as
reservas e a potencialidade do Sistema Aquífero Parecis (SAP), composto pelos aquíferos
Utiariti e Salto das Nuvens na cidade de Sinop – MT e seu entorno, visando subsidiar a
elaboração de planos de gestão dessas águas.
18

1.3 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Fazer a caracterização hidrogeológica do Sistema Aquífero Parecis na cidade de Sinop


– MT e seu entorno.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Definir o modo de ocorrência dos aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens na área;
 Estimar as dimensões horizontal e vertical dos aquíferos Utiariti e Salto das
Nuvens, usando dados de poços e de sondagens elétricas verticais;
 Estimar as reservas renovável, permanente e explotável e a potencialidade dos
aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens;
 Avaliar o impacto da captação de água sobre a reserva renovável do Sistema
Aquífero Parecis – SAP (Aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens).
19

CAPÍTULO II

2. Características Gerais da Área de Estudo

2.1 Localização e Vias de Acesso

O município de Sinop localizado no centro norte do estado de Mato Grosso, às


margens da rodovia Cuiabá – Santarém (BR – 163), possui uma área de 3.942 km² e uma
população de 113.099 habitantes. Seus municípios limítrofes são Sorriso, Vera, Santa
Carmem, Cláudia, Itaúba, Tapurah e Ipiranga do Norte (PREFEITURA MUNICIPAL DE
SINOP, 2011; IBGE, 2010). Este estudo focou na cidade de Sinop e seu entorno com uma
área de 644km². O acesso é possibilitado via terrestre através da Rodovia Federal BR – 070
(Figura 1), que é interligada com as Rodovias Federais BR – 163/364, sendo à distância até a
capital Cuiabá de 505 km. O acesso por via área é realizado pelo aeroporto de Sinop.
20

Figura 1- Mapa de Localização da cidade de Sinop - MT.


Fonte: BOLDRIN, 2012.

2.2 Aspectos Econômicos

Sinop é o quinto maior PIB do Estado (ABUTAKKA, 2005), concentra atividades


agroindustriais, destacando-se a indústria madeireira; apesar do esgotamento deste recurso na
região, abriga o maior número de indústrias e equipamentos de apoio às atividades
madeireiras. A exploração madeireira ocorre com graus diferenciados, em função da
21

proximidade dos centros processadores e da acessibilidade viária, da escassez de espécies


mais valiosas, com a exploração progressivamente mais intensa de espécies de menor valor
econômico. Destaca-se a extração contínua dos recursos, sem um intervalo de tempo
adequado à recomposição da floresta explorada. As atividades de extrativismo mineral, que já
foram potencializadoras da ocupação, ainda têm presença marcante nas atividades
econômicas, neste município (SEPLAN, 2002).
Na agricultura Sinop esta no 4° lugar no ranking da produção de arroz do estado de
Mato Grosso, também produz milho e soja em menor escala (SEPLAN, 2010).
Sinop retroagiu do 1° lugar, em 1991, para a 7° posição no Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) em 2000 em relação aos municípios de Mato Grosso, com 0,807, mesmo
assim está na faixa de IDH alto (ABUTAKKA, 2005).

2.3 Clima

Sinop esta inserida na Unidade Climática: Equatorial continental úmido com estação
seca definida da depressão Sul-Amazônica. Com temperatura média anual de 25º C. O regime
de chuvas é equatorial, caracterizando-se por período seco no inverno e período chuvoso no
verão, com pluviosidade média anual varia de 2.000 a 2.500 mm. Nos meses de janeiro,
fevereiro e março registra na região altos índices pluviométricos e junho, julho e agosto
registra baixos índices pluviométricos (SEPLAN, 2007).

2.4 Vegetação

O território do Estado do Mato Grosso situa-se numa área de transição entre dois
grandes Domínios Morfoclimáticos: o Domínio Equatorial Amazônico, a norte/noroeste, onde
prevalece a ocorrência da Floresta Ombrófila e o Domínio Savânico ou Domínio
Morfoclimático dos Cerrados, a sul e leste, nos planaltos, chapadas e depressões
(AB’SABER, 1977).
Entre o domínio ombrófilo e o savânico, ocorre uma extensa faixa de transição na
porção central do Estado, aproximadamente correspondente ao norte do Planalto dos Parecis,
que apresenta um mosaico de formações de fisionomia florestal de contato entre savanas e
florestas, no presente trabalho denominada Floresta associada ao Planalto dos Parecis
(SEPLAN, 2002).
22

De acordo com SEPLAN (2002), no município de Sinop constituem as seguintes


formações vegetais: Floresta associada ao Planalto dos Parecis (Fp), Floresta Associada ao
Planalto dos Parecis / Savana (FpS), Complexo Aluvial, Floresta Aluvial, Formação
Justafluvial (Fr), Formação Secundária/Floresta Remanescente (Fs), Savana Florestada -
Cerradão (Sd), Savana Arborizada – Cerrado (Sa), Savana Parque - Campo Cerrado (Sp) e
Uso antrópico (Ua).
As formações vegetais são descritas abaixo de acordo com SEPLAN, 2002:
 Savana Florestada (Cerradão) – (Sd) verifica-se que essa formação pode
ocorrer em diferentes tipos de solo e de relevo, em contato com a Floresta
Ombrófila e Estacional ou ocupando áreas de solos melhores em meio à
Savana Arborizada. Preferencialmente, recobre áreas de relevos tabulares ou
afloramentos rochosos, sobre solos profundos e de média fertilidade,
frequentemente do tipo podzólico e latossolos. Fisionomicamente é descrita
como a expressão florestal das formações savânicas.
 Savana Arborizada (Cerrado) – (Sa) ocupa grandes áreas com solos e relevo
bastante diferenciados. No Planalto dos Parecis aparecem sobre terrenos
terciários com solos do tipo Latossolo Vermelho e Areias Quartzosas.
Fisionomicamente constitui-se em uma formação campestre, com origem
natural ou antrópica (caráter secundário), possuindo estrutura mais aberta e
mais baixa que o cerradão (aproximadamente 5 m). Variações fisionômicas e
estruturais, decorrentes de características pedológicas diferenciadas e de
perturbações antropogênicas expressam-se pela distribuição espacial irregular
de indivíduos, ora com adensamento do estrato arbustivo-arbóreo, ora com
predomínio do componente herbáceo.
 Savana Parque (Campo Cerrado) – (Sp) pode ter origem natural, decorrente das
condições do substrato, ou ser resultante de ação antrópica, pelo manejo anual
de queimadas para uso agropecuário. Em Sinop ocorre em áreas marginais aos
rios Teles Pires e na borda sudoeste da Chapada dos Parecis.
Fisionomicamente prevalece o componente herbáceo e arbustivo nessa
fisionomia, com indivíduos arbóreos presentes de forma esparsa, compondo
uma das expressões campestres das savanas.
 Floresta Associada ao Planalto dos Parecis – (Fp) corresponde à formação
florestal que se desenvolve sobre o Planalto dos Parecis, na faixa intermediária
entre os Domínios da Savana e da Floresta Amazônica. Esta formação constitui
23

um ecótono entre as Florestas Ombrófila e Estacional, onde os diferentes tipos


de vegetação se misturam em um mosaico específico, sendo sua identidade
ecológica dada pelas especificidades florísticas e fisionômicas resultantes.
 Floresta Associada ao Planalto dos Parecis / Savana – (FpS) fisionomicamente
apresenta-se como uma floresta mais aberta, de baixo porte, entre 15 a 20 m de
altura, com dossel relativamente homogêneo. Atualmente é uma das principais
áreas ameaçadas pela expansão das fronteiras agrícolas, correspondendo a
formações primárias, onde a exploração madeireira é significativa e a extração
seletiva foi intensificada nas últimas duas décadas.
 Complexo Aluvial – (Ca) constitui-se de formações complexas associadas aos
rios Xingu e Araguaia e aos cursos d’água que a eles afluem, constituindo
mosaico de formações ripárias, savânicas e florestais que ocorrem associadas
indistintamente.
 A Floresta Secundária/Remanescente (Fs) ocorre na maior parte do município.

2.5 Hidrografia

A cidade de Sinop está inserida na Bacia Hidrográfica Amazônica, sendo o Rio Teles
Pires o principal rio e seus afluentes Curupi, Roquete, Caiabis, Azul e Ribeirão Preto, está
compreendido entre as sub-bacias hidrográficas do Tapajós a oeste e do Xingu a leste (Figura
2). Os principais córregos urbanos da cidade de Sinop são os córregos Nilsa, Isa, Marlene,
Nádia e Curupi (COMELLI, 2011).
24

Figura 2 - Mapa das Bacias Hidrográficas no município de Sinop - MT.

2.6 Pedologia

No município de Sinop nas áreas mais elevadas com relevo plano e suave ondulado o
solo dominante é o Latossolo Vermelho-escuro Distrófico com textura argilosa. Ocorre
também os Latossolos Vermelho-amarelos Distrófico, textura argilosa. Os Latossolos que
ocorrem neste planalto apresentam baixa fertilidade natural e elevada saturação em alumínio
(OLIVEIRA; AMARAL FILHO; VIEIRA, 1982).
Em áreas mais baixas e menos conservadas ocorre o Neossolo Quartzarênico,
constituído por material mineral, com textura areia ou areia franca em todos os horizontes, no
mínimo, a profundidade de 2 m. São essencialmente quartzosos, tendo nas frações areia
grossa e areia fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de
minerais primários alteráveis, menos resistentes ao intemperismo (OLIVEIRA; AMARAL
FILHO; VIEIRA, 1982).
Plintossolo compreende solos minerais, formados sob condições de restrição à
percolação da água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, de maneira geral
25

imperfeitamente ou mal drenados, que se caracterizam fundamentalmente por apresentar


expressiva plintitização com ou sem petroplintita. Frequentemente este solo é utilizado em
áreas de pastagens (EMBRAPA, 2006).
Gleissolos compreende solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte glei dentro de 150cm da superfície do solo, imediatamente abaixo de
horizontes A ou E (com ou sem gleização); não apresentam textura exclusivamente areia ou
areia franca em todos os horizontes dentro dos primeiros 150cm da superfície do solo. Os
solos desta classe encontram-se permanente ou periodicamente saturados por água, salvo se
artificialmente drenados. A água permanece estagnada internamente, ou a saturação é por
fluxo lateral no solo. Em qualquer circunstância, a água do solo pode se elevar por ascensão
capilar, atingindo a superfície (EMBRAPA, 2006).

2.7 Geomorfologia

O município de Sinop possui um relevo plano e suavemente ondulado, com alguns


pontos de erosão.
Esta região é praticamente toda recoberta pela unidade geomorfológica denominada
Planalto dos Parecis, que compreende um extenso conjunto de relevo, caracterizado por duas
feições distintas esculpidas principalmente nas rochas do Grupo dos Parecis (Formação Salto
das Nuvens e Formação Utiariti): uma vasta superfície composta por relevos dissecados, do
qual emerge uma superfície mais elevada e outra mais conservada (ROSS; SANTOS, 1982).
A Chapada dos Parecis compõe a subunidade mais elevada, acima de 550m. Seus
limites se fazem com a superfície ligeiramente mais rebaixada que a envolve, a norte o
contanto se realiza com a subunidade denominada Planalto Dissecado dos Parecis, através de
espigões delimitados por escarpas, que avançam para norte, separando corredores rebaixados,
que também se abrem na mesma direção e pertencem ao referido planalto. Dentre os rios que
drenam o topo da chapada destacam-se Juruena, Papagaio, Juína, Verde, Formiga, Camaré,
Buriti e do Sangue. Todos estes rios estão voltados para o norte e são integrantes da bacia
Juruena – Teles Pires (ROSS; SANTOS, 1982).
O Planalto Dissecado dos Parecis constitui a subunidade mais extensa e expressiva
dentro da unidade geomorfológica Planalto dos Parecis. O Planalto Dissecado sua principal
característica é a sua continuidade e relativa homogeneidade, com predominância de formas
dissecadas tabulares (ROSS; SANTOS, 1982).
26

2.8 Geologia Regional

A área está inserida na Bacia dos Parecis, constituída pela Formação Rio Ávila, pelo
Grupo Parecis formado pelas Formações Salto das Nuvens e Utiariti (Figura 3), pela
Formação Ronuro, pela Cobertura Detrito–Lateritica ferruginosa e Depósitos Aluvionares
(BAHIA, 2007).
27

Figura 3 - Carta estratigráfica da Bacia dos Parecis.


Fonte: BAHIA, 2007.
28

2.8.1 Formação Rio Ávila

De acordo com Bahia (2007) a Formação Rio Ávila (Figura 4) “... aflora a norte de
General Carneiro, no vale do rio Culuene e a noroeste de Vilhena, onde se encontra sua seção-
tipo. No primeiro local, consiste de arenito vermelho, friável, com grãos arredondados, bem a
mal selecionados. A noroeste de Vilhena, limitada por falhas, aflorando em escarpas, ocorrem
arenitos cor de rosa, com granulometria fina a média, bem selecionados e arredondados, com
expressiva bimodalidade. As principais estruturas sedimentares em ambos lugares são
acamamentos cruzados cuneiformes, que no último local apresentam uma espessura de 20
metros no forest”.
A Formação Rio Ávila tem evidencias de origem eólica, como observado nas
exposições próximo do povoado do Paredão Grande. Desde Ribeiro Filho et al. (1975), o
acamamento cruzado é interpretado como eólico (BAHIA, 2007). Bahia (2007) “...esta
interpretação foi confirmada pelas observações feitas nos trabalhos de campo a noroeste de
Vilhena, onde a quebra negativa de relevo forma escarpas, nas quais aparece o arenito com
estratificação cruzada de grande porte e expressiva bimodalidade dos grãos”.
A Formação Rio Ávila tem o contato inferior com a Formação Ponta Grossa a norte de
General Carneiro. O contato superior se dá com os sedimentos cenozoicos e com o Grupo
Parecis (BAHIA, 2007). A espessura da Formação Rio Ávila foi estimada por Siqueira (1989)
em 90 metros.

Figura 4 - Coluna estratigráfica da Formação Rio Ávila.


Fonte: BAHIA, 2007.
29

2.8.2 Grupo Parecis

O Grupo Parecis de acordo Bahia (2007) “...aflora no setor sudoeste da Bacia do


Parecis, na área limitada pelo centro de Colorado do Oeste, Vilhena, Brasnorte e Alto
Paraguai (p.89)”.
Padilha et al. (1974) dividiu o Grupo Parecis em dois pacotes sedimentares distintos:
um inferior com características eólicas e um superior de ambiente aquoso. Barros et al.
(1982), denominou Formação Utiariti para a porção superior e Formação Salto das Nuvens
para a porção inferior (Figura 5). Segundo Bahia (2007) “... o contato inferior do Grupo
Parecis é com os arenitos eólicos da Formação Rio Ávila. O contato superior é com a
cobertura terciária (p.90)”.
Segundo Bahia et al. (2006) a espessura das Formações Utiariti e Salto das Nuvens
não ultrapassam 150 m.

Figura 5 - Coluna estratigráfica do Grupo Parecis.


Fonte: BAHIA, 2007.
30

2.8.2.1 Formação Salto das Nuvens

Segundo Barros et al. (1982) no estado de Mato Grosso ocorre a Formação Salto das
Nuvens constituída por conglomerados, intercalados com lentes de arenito vermelho, além de
arenito bimodal, com estratificação cruzada de grande porte. A seção-tipo desta formação
encontra-se na Cachoeira Salto das Nuvens no rio Sepotuba, que representa a porção inferior
do Grupo Parecis. Os sedimentos foram depositados em ambientes de leque aluvial e canal
fluvial, com contribuição eólica.
Os conglomerados basais que afloram no sudoeste da bacia são polimíticos, mal
selecionados, com clastos de gnaisses, quartzito, arenito, folhelho e ardósia (BARROS,
PASTORE JR, 1974). Conforme Barros et al. (1982) os seixos dos conglomerados da porção
intermediária da formação são de arenito e quartzo; seus diâmetros estão em torno de 30
centímetros. A sua litologia é composta por Arenitos arcóseos e níveis conglomeráticos
intercalados predominantemente na porção basal.
Silva et al. (2003) posicionaram esta unidade no Cretáceo Médio a Superior
embasados na ocorrência de fósseis de Mesosuchidae (Notosuchidae), répteis
crocodilomorfos de hábito terrestre, de ocorrência comum em rochas sedimentares do
Cretáceo em toda América do Sul.
Segundo Cutrim et al. (2007) em estudo realizado no município de Lucas Do Rio
Verde, a Formação Salto das Nuvens apresentou resistividade variando de 243 Ohm.m a 20
Ohm.m e profundidade ao topo média de 103 m.

2.8.2.2 Formação Utiariti

Barros et al. (1982) designaram de Formação Utiariti a porção superior do Grupo


Parecis. Sua litologia é composta pelos sedimentos arenosos e feldspáticos de granulometria
fina a media com subordinadas intercalações de siltitos, argilitos e raros níveis delgados de
conglomerados.
Os arenitos que compõem esta unidade ocorrem nas corredeiras do Rio Papagaio,
tendo um contato gradativo com a unidade inferior. São rochas com cores variadas, desde
amarela, roxa a avermelhada, compostas essencialmente de quartzo e feldspato. São maciças
ou localmente apresentando estratificação plano-paralela ou cruzada de pequeno porte. A
granulometria varia de fina a média, com ocorrência de seixos nas porções basais (BARROS
et al., 1982).
31

De acordo com Barros et al. (1982) os arenitos são bimodais, com seixos dispersos e
grandes acamamentos cruzados tipo cunha. Na sequência intermediária, o arenito tem
numerosos canais preenchidos por conglomerados com mais de sete metros de largura e um
metro de profundidade. Adicionalmente, existem lentes de argilito. No topo da sequência,
argilito e arenito argiloso exibem intercalações lateralmente persistentes de arenito com
estratificação cruzada de grande porte.
Padilha et al. (1974) interpretou o ambiente deposicional da Formação Utiariti como
fluvial-lacustino. Barros et al. (1982) menciona algumas características que reforçam sua
origem em ambiente fluvial, como: a presença de bancos maciços espessos de base irregular,
a presença de seixos esparsos em bancos maciços e a presença de estratificações cruzadas de
pequeno porte e baixo ângulo.
De acordo com Cutrim et al. (2007) a Formação Utiariti tem espessura entre 75 m a
106 m e profundidade ao topo de 11,5m a 15,6, e resistividades variando de 2.950 Ohm.m a
4.700 Ohm.m.

2.8.3 Formação Ronuro

A Formação Ronuro é de idade terciária/quaternária, aflora continuamente na porção


leste da Bacia dos Parecis, no domínio da sub-bacia Alto Xingu, capeando discordantemente
as formações paleozóicas. Consiste de sedimentos pouco consolidados, representados por
areia, silte, argila e cascalho, além de lateritas (SCHOBBENHAUS et al., 1975). Esta unidade
foi depositada em uma depressão tipo sinéclise a partir da intensa erosão no Plioceno, que
desmantelou a crosta laterítica formada no início do Terciário.

2.8.4 Cobertura Detrito Laterítica Ferruginosa

Segundo Barros et al. (1982), é uma cobertura de idade terceária/quartenária, cujos


sedimentos detrito-lateríticos ocorrem preferencialmente no vale do Guaporé, numa extensa
área aplainada, com interflúvios tabulares e associados a pequenas elevações dominadas pelo
horizonte concrecionário do perfil laterítico. As superfícies aplainadas são constituídas
dominantemente por solos argilo-arenosos de tonalidade avermelhada, ricos em concreções
ferruginosas, além de níveis de argilas coloridas e areias inconsolidadas.
32

Os lateritos imaturos, quando em perfis completos e preservados, modelam grande


parte do relevo atual, apresentam a sua parte superior (horizonte colunar/concrecionário)
aflorante, configurando a parte mais elevada do relevo. Em certas áreas, onde a parte superior
está mais espessa e endurecida e houve maior entalhamento da drenagem, observa- se a
formação de um relevo tendendo a platôs. Nas encostas aflora a parte mediana dos perfis
(horizonte mosqueado), podendo estar parcialmente recoberta por colúvios/alúvios areno-
argilosos. Esses depósitos colúvio/ aluviais, na sua base, são constituídos por seixos
provenientes dos próprios lateritos concrecionários, formando corpos do tipo stonelayer e no
topo por material argiloso proveniente do horizonte mosqueado. Este é encontrado nas partes
mais baixas do relevo atual, podendo estar coberto por solos amarelos e areias brancas, além
de colúvios e alúvios (BARROS et al., 1982).

2.8.5 Depósitos Aluvionares

De acordo com Barros et al. (1982), os depósitos aluvionares constituem depósitos


caracterizados por sedimentos inconsolidados, dominantemente arenosos, representados por
areias com níveis de cascalhos e lentes de material silto-argiloso. Ocorrem associados às
calhas dos cursos d’água de maior porte, compreendendo basicamente sedimentos aluviais.
O padrão de sedimentação fluvial holocênico dessas drenagens em geral é
caracterizado por depósitos de acresção lateral de margem de canal e de carga de fundo, que
incluem barras em pontal, barras de meio de canal e depósitos de carga de fundo. Estes
sedimentos distribuem-se também nas planícies de inundação dos rios onde ocorre o ambiente
lacustre, representado por lagos residuais. A idade provável desses depósitos é Pleistocênica,
obtida pelo conteúdo fossilífero encontrado nos aluviões e paleoterraços aluviais de alguns
rios da região. Associadas a estes sedimentos são encontradas na região importantes
concentrações de ouro e diamante (BARROS et al., 1982).
33

2.9 Geologia Local

Aflora continuamente por toda área de estudo a Formação Ronuro, cobertura de


idade terciária-quaternária, não aflorando qualquer outro tipo de litologia. Consistem de
sedimentos pouco consolidados, representados por areia, silte, argila e cascalho, além de
lateritas (RIBEIRO, 2009).
Utilizamos a carta estratigráfica da Bacia dos Parecis proposta por Bahia (2007), uma
vez que as intrusões de rochas básicas e ultrabásicas ocorrem de modo localizado na bacia e
não foi evidenciado sua presença na área de estudo através de poços tubulares explorados na
área (Figura 6).
Nessa carta apresentam-se na base da coluna, a Formação Rio Ávila, de idade
neojurássico/eocretácio, com arenito bimodal, médio, cor-de-rosa, com grãos arredondados,
em seguida o grupo Parecis, de idade mesozóico cretáceo, com as formações Salto das
Nuvens constituído por o conglomerado polimitico, arenito lítico grosso, arenito fino
vermelho, arenito bimodal com estratificação cruzada de grande porte, pelito e argilito,
argilito calcífero e marga; fossilífero e também a formação Utiariti composta por arenito fino
a médio, de cores vermelha, amarela e branca, com estratificação cruzada de pequeno porte,
localmente com seixos esparsos finalizando com a formação mais recente a Ronuro, idade
cenozóico neógeno, com areia, silte, argila e cascalho, além de lateritas (Figura 6).
34

Éon Era Período Unidades Litologias

Gr. Formação
Cenozóico

Terciário
Neógeno

Neógeno
areia, silte, argila e cascalho, além de
Ronuro
lateritas

arenito fino a médio, de cores


Utiariti
vermelha, amarela e branca, com
estratificação cruzada de pequeno
porte, localmente com seixos
esparsos
Cretáceo

Parecis
Fanerozóico

Conglomerado polimitico, arenito


lítico grosso, arenito fino vermelho,
Mesozóico

arenito bimodal com estratificação


Salto das cruzada de grande porte, pelito e
Nuvens argilito, argilito calcífero e marga;
fossilífero, Sequência flúvio lacustre
evaporítica

arenito bimodal, médio, cor de rosa,


Jurássico

Rio Ávila com estratificação cruzada tabular de


grande porte.

Figura 6 - Carta estratigráfica mais provável para a área de estudo (modificada de Ribeiro, 2009).

2.10 Contexto Hidrogeológico

A Província hidrogeológica é uma região de características gerais semelhantes com


relação às principais ocorrências de águas subterrâneas (TOLMAN, 1937 apud PESSOA et al,
1980). Entre os fatores que contribuem para a definição de uma província hidrogeológica
destacam-se o geológico e o fisiográfico. O fator geológico é o mais relevante, visto que a
litologia, a estrutura e a tectônica controlam as condições de ocorrência, movimento e
qualidade das águas subterrâneas. Em seguida vem o fisiográfico, compreendendo o clima, a
morfologia, a hidrografia, os solos e a vegetação com suas influências nas condições da água
35

do subsolo, favorecendo ou não a produtividade hídrica de uma determinada região (PESSOA


et al, 1980)
Mente (2008) salienta que a divisão de províncias hidrogeológicas é dinâmica, ou seja,
à medida que surgem novas informações relevantes, uma determinada província poderá ser
modificada ou subdividida.
No Brasil estabeleceu-se 10 províncias hidrogeológicas e 15 subprovíncias (Figura 7)
(PESSOA et al., 1980). A adoção das províncias hidrogeológicas do país mostrou-se de
grande utilidade ao descrever e analisar as unidades e sistemas hidrogeológicos.

Figura 7 - Províncias hidrogeológicas do Brasil.


Fonte: MMA (2002).

De acordo com o mapa de províncias hidrogeológicas do Brasil (MMA, 2002) a


cidade de Sinop esta localizada na subprovíncia Alto Xingu da Província Hidrogeológica
Centro-Oeste.
Os domínios hidrogeológicos são definidos como:
36

Entidades resultantes do agrupamento de unidades geológicas com afinidades


hidrogeológicas, tendo como base principalmente as características litológicas das
rochas (BOMFIM, 2010, p.4).
Com base neste critério e utilizando as informações da Carta Geológica do Brasil ao
Milionésimo (CPRM, 2004), o território brasileiro foi dividido em sete grandes Domínios
Hidrogeológicos (Figura 8).

Figura 8 - Domínios hidrogeológicos do Brasil.


Fonte: CPRM, 2007.

Conforme o mapa de domínios/subdomínios hidrogeológicos do Brasil (CPRM, 2007)


a cidade de Sinop encontra-se na região pertencente aos domínios da Bacia Sedimentar no
subdomínio da Bacia dos Parecis e das Formações Cenozoícas Indiferenciadas, ambas
consideradas como unidades geológicas de alta a média favorabilidade hidrogeológica
(CPRM, 2012).
Citado entre os principais sistemas aquíferos do Brasil o Aquífero Parecis (Figura 9).
37

Figura 9 - Distribuição dos principais sistemas aquíferos do Brasil.


Fonte: ANA (2007).

2.10.1 Província Parecis


A Província Parecis, de acordo com Migliorini et al. (2006), é uma província
hidrogeológica localizada na porção centro norte do estado de Mato Grosso, que ocupa uma
importante área agrícola do estado, mais precisamente no Planalto de Parecis. Estende-se da
divisa de Rondônia e Bolívia até o Parque Nacional do Xingu.
O Sistema Aquífero Parecis contem dois aquíferos: Aquífero Salto das Nuvens e
Aquífero Utiariti (MIGLIORINI et at., 2006).
Cutrim (2010) na caracterização hidrogeológica do Sistema Aquífero Parecis (SAP) no
município de Lucas do Rio Verde, a 145 Km de Sinop, determinou a espessura média do SAP
de 200m, transmissividade de 8,64m²/dia, condutividade hidráulica de 7,20x10-1m/dia a
6,73x10-1m/dia, a capacidade específica de 2,63m²/h a 2,27m²/h, e poços com vazões de até
100m³/h. Neste mesmo trabalho estimou as reservas de reguladoras, permanentes, totais e
explotáveis em 9,3x106m³/ano, 471,3x106m³, 480,6x106m³ e 12,12x106m³/ano
respectivamente, e a potencialidade em 12,12x106m³/ano. Segundo Cutrim o SAP tem
capacidade de suprir grandes demandas de água.
38

Cutrim, (2010a) realizou avaliação da qualidade das águas subterrâneas na cidade de


Sinop, que são classificadas, principalmente nas faces sódicas e nas faces sulfatadas e
apresentam boa qualidade, estando dentro dos padrões de potabilidade.

2.10.1.1 Aquífero Salto das Nuvens

O Aquífero Salto das Nuvens é do tipo livre em meio poroso, possui extensão
localizada e espessura variada. Os poços apresentam vazões variadas, geralmente entre 15 a
50 m³/h, para rebaixamento de 25 metros. As águas são de boa qualidade físico-química
(MIGLIORINI et al., 2006).

2.10.1.2 Aquífero Utiariti

O Aquífero Utiariti é um dos principais aquíferos do estado de Mato Grosso,


caracteriza-se como do tipo livre em meio poroso, de extensão regional, sua litologia
proporciona boas condições de armazenamento e circulação das águas subterrâneas. Os poços
perfurados neste aquífero não têm ultrapassado os 250 m (poços parcialmente penetrantes),
apresentam boas vazões, geralmente acima de 50 m³/h, para rebaixamento de 25 m. As águas
são de boa qualidade físico-química, porém, é comum a ocorrência de águas ferruginosas
(MIGLIORINI et al., 2006).

2.10.2 Província Coberturas Indiferenciadas

Nesta província aquífera estão inseridas as coberturas sedimentares inconsolidadas de


idade terceária/quartenária, que recobrem as demais unidades. São caracterizadas
litologicamente por aluviões, areias, casacalhos, argilas silte e lateritas (MIGLIORINI et al.,
2006).
Estas províncias caracterizam-se por aquíferos do tipo livre, em meio poroso, com
extensão localizada, em geral com boas condições de armazenamento e circulação das águas
subterrâneas. Os poços perfurados nesta província geralmente são totalmente penetrantes,
com vazões médias de 10 a 15m³/h, para rebaixamento de 30 metros. Esta província tem
importância média no estado (MIGLIORINI et al., 2006). Para a região de Sinop esta
província engloba os litotipos da Formação Ronuro (COMELLI, 2011).
39

A Tabela 1 sintetiza os aquíferos de cada província aquífera, como suas principais


características.

Tabela 1 - Principais características das Províncias Hidrogeológicas de Sinop.


Volume Vazão
Área Profundidad
Características Estocado Específica
Províncias Aquíferos Estimada e Média dos
dos Aquíferos Estimado Média
(km²) Poços (m)
(m³) (m³/h/m)
Livre em meio
poroso,
Salto das
estendidos 2.731.080
Parecis Nuvens e 165.520 120 2
muitas vezes à x106
Utiariti
cobertura detrito
lateritica.
Coberturas
Não Livre em meio 610.077
Sedimentares 203.359 60 0,5
individualizado poroso. x106
Indiferenciadas
Fonte: Modificado de MIGLIORINI et al. (2006).
40

CAPÍTULO III

3.0 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Arcabouço Institucional Legal das Águas Subterrâneas

3.1.2 Brasil
Durante o período Colonial (1500-1822), a utilização das águas subterrâneas era livre,
para abastecimento doméstico e animal. No período Imperial (1822-1889) a perfuração só
podia ser realizada mediante autorização central (REBOUÇAS, 2002).
O primeiro marco regulatório foi em 10 de julho de 1934 sobre o decreto nº 24.643,
foi sancionado o Código das Águas de 1934, que determinou o domínio das águas como
públicas ou particulares, de acordo com suas características de ocorrência. Em relação às
águas subterrâneas este decreto estabeleceu que o proprietário do terreno pudesse aproveitar
as águas subterrâneas, contanto não prejudicar os aproveitamentos existentes, ou seja, as
águas subterrâneas eram consideradas um bem privado.
Em outubro de 1988 foi promulgada a Constituição Federal, alterando o Código das
Águas de 1934, onde todas as águas do Brasil passaram a ser do domínio dos Estados ou da
União, ou seja, do domínio público. Sendo que as águas subterrâneas são de domínio dos
Estados.
A Constituição Federal de 1988 no seu art. 21, inciso XIX, define como competência
da União a instituição de um sistema nacional de gerenciamento dos recursos hídricos. Este
sistema foi estruturado a partir da instituição da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que
definiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97) se fundamenta no domínio
público da água, a água como um recurso natural limitado, dotado de valor econômico, a
bacia hidrográfica como a unidade territorial, entre outros fundamentos. E são objetivos
Política Nacional de Recursos Hídricos: assegurar à atual e às futuras gerações a
disponibilidade de água, em quantidade e qualidade adequada aos respectivos usos; a
utilização racional e integrada dos recursos hídricos e a prevenção e a defesa contra eventos
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais.
41

Conforme Rebouças (2006) a Lei nº 9.433/97 coloca as águas superficiais em


destaque, desconsiderando que as águas superficiais e subterrâneas estão integradas no ciclo
hidrológico.
Conforme a Lei 9.433/97 está sujeito à outorga a extração de água subterrânea para
consumo final ou insumo de processo produtivo, sendo que constitui infração das normas a
alteração no regime, na quantidade ou na qualidade dos recursos hídricos subterrâneos
causados por implantação de empreendimentos sem autorização dos órgãos ou entidades
competentes; a perfuração de poços ou operação sem devida autorização. As penalidades
previstas para os descumprimentos das normas são advertências, multas, embargo provisório
(para a correção das irregularidades), embargo definitivo (com revogação da outorga) ou
tamponar os poços de extração de águas subterrâneas.
A Lei 9.984 de 17 de julho de 2000 dispõe sobre a criação da Agência Nacional de
Águas (ANA), entidade federal responsável pela implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos (PNRH).
Os Planos de Recursos Hídricos é um dos instrumentos da Política Nacional de
Recursos Hídricos, todos estados brasileiros e o Distrito Federal são responsáveis pela
elaboração de sua própria Política Estadual de Recursos Hídricos e pela instituição de seus
Conselhos de Recursos Hídricos.

3.1.3 Mato Grosso


Em Mato Grosso a Lei nº 6.945, de 05 de novembro de 1997, instituiu a Política
Estadual de Recursos Hídricos (PERH) no Estado de Mato Grosso, incluindo o Plano
Estadual de Recursos Hídricos como um de seus instrumentos. Esta lei fundamenta e orienta o
gerenciamento dos recursos hídricos no estado de Mato Grosso.
No âmbito das águas subterrâneas, a Lei 6.945/97 tem como diretriz o gerenciamento
dos recursos hídricos, considerando a integração das águas superficiais e subterrâneas e prevê
que o Plano Estadual de Recursos Hídricos contemple programas de gestão de águas
subterrâneas, com pesquisa, planejamento e monitoramento. Também prevê a outorga de
direito para a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de
processo produtivo e considera infração a perfuração de poços ou a operação sem devida
autorização. Esta lei ainda dispõe a competência aos Comitês Estaduais de Bacias
Hidrográficas articulação entre comitês de bacias próximas para solução de problema com as
águas subterrâneas de formações geológicas em comuns as bacias.
42

No estado de Mato Grosso a Lei nº 8.097, de 24 de março de 2004, dispõe sobre a


administração e a conservação das águas subterrâneas de domínio do Estado. Nesta lei são
consideradas águas subterrâneas as águas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no
subsolo, susceptível de extração e utilização do homem. Ainda considera a interconexão
hidráulica entre as águas subterrâneas e superficiais, condicionada a evolução temporal do
ciclo hidrológico.
De acordo com a Lei 8.097/2004 o gerenciamento das águas subterrâneas está
compreendido na sua avaliação qualitativa e quantitativa e o planejamento racional, na
outorga e na fiscalização dos direitos de uso e na adoção de medidas relativas a sua
conservação, preservação e recuperação.
Segunda essa lei fica de responsabilidade do gerenciamento das águas subterrâneas a
Secretária Estadual do Meio Ambiente (SEMA), por meio do cadastramento de poços, da
implantação de programas de conservação e proteção dos aquíferos e da implantação de
sistemas de outorga.
A Lei 8.097/2004 dispõe para a implantação e ampliação de empreendidos de grande
porte deverá apresentar estudos hidrogeológicos, disponibilidades hídricas, avaliação da
vulnerabilidade dos aquíferos. Esta lei clássica as áreas de proteção: área de proteção máxima,
caracterizada como zonas de recarga de aquífero vulnerável a poluição, e área de restrição e
controle, caracterizada pela necessidade de disciplinamento das extrações. Nas áreas de
proteção de poços serão instituídos perímetros de proteção sanitária e de alerta contra
poluição.
Segundo esta lei quando houver restrição à extração de águas subterrâneas, cabe a
SEMA e ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CEHIDRO) definirem a escala de
prioridades de atendimento.
Plano Estadual de Recursos Hídricos do estado de Mato Grosso foi aprovado pela
Resolução nº 26, em 02 de junho de 2009 do CEHIDRO e lançado em setembro de 2009, que
fundamenta e orienta o gerenciamento dos recursos hídricos no estado. No âmbito das águas
subterrâneas traz no diagnóstico as estimativas das disponibilidades de águas subterrâneas do
estado, o mapa de vulnerabilidade e risco a contaminação das águas subterrâneas do estado.
No prognóstico apresenta três cenários futuros com projeções para as disponibilidades das
águas subterrâneas, a demanda versus disponibilidade e a criticidade na disponibilidade e uso.
Nas diretrizes traz projetos para a implantação do programa de monitoramento da qualidade
das águas subterrâneas e a adequação técnica das obras de captação das águas subterrâneas,
poços tubulares (PERH, 2009).
43

3.2 GEOFÍSICA

3.2.1 Método Geofísico


Os métodos geofísicos na exploração de águas subterrâneas têm vantagens distintas.
Eles podem fornecer dados quantitativos referentes a propriedades hidrogeológicas e da
geometria e profundidade de aquíferos, qualidade da água subterrânea, a água doce / água
salgada, e delineação de feições estruturais e tectônicas o que controla o movimento das águas
subterrâneas, e mesmo na delimitação de plumas de poluentes e fornecer orientações para a
construção do poço adequado após a perfuração (UNESCO, 2011).
Métodos de resistividade elétrica foram desenvolvidos no início de 1900, mas
tornaram-se mais amplamente utilizado desde os anos 1970, devido principalmente à
disponibilidade de computadores para processar e analisar os dados (REYNOLDS, 1997).

3.2.2 Fundamentos Teóricos

Pertencente ao grupo dos métodos geoelétricos, a eletrorresistividade, é um método


geofísico cujo princípio está baseado no estudo do potencial elétrico tanto dos campos
elétricos naturais, existentes na crosta terrestre, como dos campos artificialmente provocados.
Assim, a partir de medições do potencial elétrico na superfície pode-se determinar a
distribuição de valores de resistividade em uma seção geológica, a existência de corpos
minerais e o reconhecimento de estruturas geológicas (BHATTACHARYA; PATRA, 1968;
TELFORD et al., 1990).
A resistividade é uma medida da dificuldade que a corrente elétrica encontra na
passagem em um determinado material. A resistividade é designada por (ρ), dada em ohm.m e
a condutividade (σ), dada em S/m, sendo a relação entre elas ρ = 1/σ.
A resistividade elétrica das rochas e minerais (Tabela 2) é uma propriedade
influenciada pelos seguintes fatores (IAKUBOVSKII, LIAJOV, 1980 apud BRAGA, 2007):
 Resistividade dos minerais que formam a parte sólida da rocha;
 Resistividade dos líquidos e gases que preenchem seus poros;
 Umidade e porosidade da rocha;
 Textura da rocha e a forma e distribuição de seus poros;
44

 Processos que ocorrem no contato dos líquidos contidos nos poros e a estrutura
mineral, tais como: processo de adsorção de íons na superfície do esqueleto
mineral, diminuindo a resistividade total destas rochas.

Tabela 2 - Resistividade de alguns materiais geológicos.


Material Resistividade ( m)

Granito 3 x 102 – 106


Basalto 10 – 1,3 x 107
Gabro 103 - 106
Arenito 1 – 7,4 x 108
Conglomerados 2 x 103 - 104
Calcário 5 x 10 - 107
Argilas 1 – 10²
Aluviões e areias 10 – 8 x 10²
Água subterrânea doce 10 - 100
Água do mar 0,2
Quartzo 3 x 10² - 106
Magnetita 5 x 10-5 – 5,7 x 10³
Limonita 10³ - 107
Hematita 3,5 x 10-³ - 107
Xisto (Grafite) 10 – 10²
Xisto (Calcário e mica) 20 - 104
Pirita 2,9 x 10-5 – 1,5
Fonte: REYNOLDS, 1997.

A resistividade é dada pela Lei de Ohm:

(19)

Onde:
ρ = resistividade elétrica (ohm.m);
R = resistência elétrica (ohms);
L = comprimento (m); e
S = a seção transversal do condutor (m²).
No método de eletrorresistividade existem três tipos principais de técnicas de
levantamento de campo: caminhamentos, perfilagens e sondagens, dentre as quais existem
uma grande variedade de configurações dos eletrodos. As sondagens elétricas verticais são
45

aplicadas quando se deseja informações pontuais, observando a variação da resistividade em


profundidade.

3.2.3 Técnica de Aquisição de Dados

3.2.3.1 Sondagens Elétricas Verticais - SEVs

A técnica de Sondagem Elétrica Vertical (SEV) consiste na investigação da variação


da resistividade em profundidade das unidades geológicas, permite determinar a espessura e a
profundidade das camadas das unidades hidrogeológicas como visto em vários trabalhos
(KOBAYASHI, RIJO, 1980; PORSANI et al., 1980; DAVINO, 1982; CARRASQUILLA,
PORSANI, TAVARES, 1990; CUTRIM, FACHIN, 2004; SACASA, 2004; CUTRIM,
REBOUÇAS, 2005; CUTRIM et al. 2007; SHIRAIWA, et al., 2010; OLIVA, KIANG,
SEIXA, 2010; CUTRIM, SHIRAIWA, 2011; LIMA, SANTOS, 2011).
Existem diversos tipos de arranjos para o desenvolvimento da técnica da SEV: Arranjo
Schlumberger e Arranjo Wenner. Neste trabalho utilizou-se o arranjo Schlumberger.

3.2.3.1.1 Arranjo Schlumberger

De acordo com Braga (2007), o arranjo Schlumberger está menos sujeito as variações
laterais de resistividade, irregularidades na superfície topográfica e ruídos, com isto as leituras
do campo apresentam maior precisão, resultando numa interpretação mais próxima da
realidade.
Para um meio heterogêneo definimos uma quantidade , conhecida como a
resistividade aparente (ρa). A resistividade aparente depende da geometria e resistividades dos
elementos que constituem o meio geológico investigado (BHATTACHARYA; PATRA,
1968).
46

Figura 10 - Arranjo Schlumberger. A e B – eletrodos de corrente. M e N eletrodos de potencial. V – voltímetro e


I amperímetro. As linhas tracejadas indicam as linhas de corrente elétrica e as linhas contínuas as equipotenciais
(modificado de Braga, 2007).

São cravados quatro eletrodos metálicos em linha reta na superfície do terreno,


simétricos em relação ao centro do arranjo. Pelos dois eletrodos de corrente A e B injeta-se
uma corrente (I) e mede-se a diferença de potencial ( V) gerada entre os dois eletrodos de
potencial centrais M e N. Os eletrodos A e B são afastados em sentidos opostos mantendo a
mesma distância em relação ao centro do arranjo. Com as medidas obtidas de corrente (I) e de
diferença de potencial ( V) calcula-se a resistividade aparente (ρa), usando as seguintes
equações (BHATTACHARYA; PATRA, 1968):

(1)

(2)

( ) ( ) ( ) ( ) (3)

Onde:
K = fator geométrico (m);
ρa = resistividade aparente (ohm. m);
V = diferença de potencial (mV);
I = corrente (A); e
AM, BM, NA, BN = distância entre eletrodos (m).
O fator geométrico K depende dos espaçamentos AM, NA, MB e NB utilizado.
47

O centro do arranjo permanece fixo. Varia-se apenas a posição dos eletrodos A e B.


Como a corrente flui de modo radial, à medida que se aumenta a distância entre os eletrodos
A e B aumenta-se a profundidade de investigação.
Deve-se tomar cuidado ao dispor os eletrodos A e M sempre do mesmo lado e estar
atento para que a distância MN seja menor que a distância AB/5 (TELFORD et al., 1990):
(23)
Alguns autores identificaram através de experimentos em laboratório e campo a
profundidade teórica de investigação versus a configuração eletródica para o arranjo de
Schlumberger, para conhecer a separação entre eletrodos de corrente (Tabela 3).

Tabela 3 – Profundidade teórica de investigação segundo alguns autores.


Autores Profundidade de investigação
Roy & Apparao (1971) 0,125 L
Barker (1989) 0,190 L
Telford et al (1990) 0,167 L
L = separação entre os eletrodos de corrente.
Os dados produzidos pelas SEVs, espessura e profundidade ao topo das unidades
geológicas, irão subsidiar os estudos hidrogeológicos. As reservas de águas de um aquífero
são diretamente proporcionais a sua espessura como apresentados em estudos (FETTER,
2002; CUSTÓDIO, LLAMAS, 1976; COSTA, 1998; CUTRIM, FACHIN, 2004; SACASA et
al., 2004; CUTRIM, REBOUÇAS, 2005; CUTRIM et al., 2007; OLIVA, KIANG, SEIXAS,
2010; SHIRAIWA et al., 2010; CUTRIM, SHIRAIWA, 2011) e a profundidade ao topo de
um aquífero é um dos parâmetros utilizados em estudo de vulnerabilidade a contaminação de
aquíferos, devido sua influência no tempo de trânsito dos contaminantes, determina a
profundidade do material por meio do qual um contaminante deve percorrer antes de atingir o
aquífero (FOSTER et al., 2002; ALLER et al., 1987).
A espessura e profundidade ao topo de um aquífero são parâmetros utilizados também
na elaboração de projeto de construção de poços tubulares profundos (CUSTÓDIO,
LLAMAS, 1976; KOBAYASHI, RIJO, 1980; DAVINO, 1982; CARRASQUILLA,
PORSANI, TAVARES, 1990; FETTER, 2002; XAVIER, 2004; LOPES, SILVA,
CARNEIRO, 2004). Estes parâmetros permitem estimar a profundidade do poço tendo
influência direta nos custos de perfuração e na indicação do porte da máquina de perfuração
(CUTRIM et al., 2007). Na formulação de modelo hidrogeológico conceitual, estes
48

parâmetros constituem as dimensões verticais do modelo (ANDERSON, WOESSNER, 1992;


RUSHTON, 2003).

3.3 HIDROGEOLOGIA

3.3.1 Teste de Bombeamento

De acordo com Feitosa e Demetrio (2008) os testes de bombeamentos são a forma


mais fácil de aplicação usada tradicionalmente para determinar os parâmetros hidrodinâmico e
verificar a qualidade da construção das obras de captação de água subterrânea, além de
determinar as vazões de explotação de poços, e são classificados em: testes de aquíferos e
testes de produção.

3.3.1.1 Teste de Produção

O teste de produção avalia as características do poço, segundo Feitosa e Demetrio


(2008) o teste de produção é um bombeamento que tem por finalidade determinar a vazão de
explotação e as perdas de carga totais que ocorrem no poço. Sua execução consiste na
realização de um bombeamento e no registro da evolução dos rebaixamentos no próprio poço
bombeado (Figura 11).

Figura 11 - Esquema ilustrativo da metodologia de execução de testes de produção (modificado de Feitosa,


Demetrio, 2008).
49

O teste de produção pode ser realizado em múltiplas etapas ou em etapa única de


bombeamento. Sendo a mais indicada para os testes de bombeamentos de produção são em
múltiplas etapas, onde, em cada etapa, a vazão deve aumentar de modo que Q1< Q2<Q3<QK.
Porém, durante o período de tempo em cada etapa à vazão deve ser mantida constante, o ideal
que a vazão aumente em progressão geométrica, entretanto na prática muitas vezes não é
possível, nestes casos, deve escalonar a vazão entre um mínimo e um máximo (FEITOSA,
DEMETRIO, 2008).
Conforme Feitosa e Demetrio (2008) é recomendável que a vazão de explotação seja
da mesma grandeza ou superior a maior vazão (QK). Os testes de produção em múltiplas
etapas podem ser realizados através de duas metodologias: etapas sucessivas e escalonado.
De acordo com Feitosa e Demetrio (2008) nos testes de produção em etapas
sucessivas, ao final de cada etapa, o equipamento de bombeamento é desligado e esperar a
recuperação do nível estático antes do inicio da etapa subsequente, normalmente por um
intervalo de tempo igual a da etapa de bombeamento. Nos testes de produção escalonados o
bombeamento é continuo, passa-se de uma etapa para outra com um aumento brusco na
vazão, podem ser realizados com ou sem estabilização final do nível dinâmico em cada
intervalo.

3.3.1.2 Teste de Aquífero

O teste de aquífero avalia os parâmetros do sistema aquífero:


Pode-se definir o teste de aquífero (Figura 12), como um bombeamento que tem por
finalidade a determinação dos parâmetros hidrodinâmicos do meio poroso:
transmissividade, coeficiente de armazenamento e condutividade hidráulica. A sua
execução consiste no bombeamento de um poço, com vazão constante, e no
acompanhamento da evolução dos rebaixamentos produzidos em um (ou mais de
um) situado a uma distância r qualquer do poço bombeado (FEITOSA,
DEMETRIO, 2008, p. 507).
50

Figura 12 - Esquema ilustrativo da metodologia de execução de testes de aquífero (modificado de Feitosa,


Demetrio, 2008).

3.3.1.3 Cone de Rebaixamento

De acordo com Heath (1983), quando inicia o bombeamento de um poço, o nível da


água no poço começa a diminuir à medida que a água é removida do armazenamento do poço.
A superfície freática do poço fica abaixo do nível do aquífero circundante. Como resultado, a
água começa a mover-se do aquífero para o poço. Continuando o bombeamento, o nível da
água no poço continua a diminuir, e a taxa de fluxo para o poço do aquífero continua a
aumentar até que a taxa de fluxo iguala à taxa de retirada de água. O movimento da água de
um aquífero para o poço resulta na formação de um cone de rebaixamento. Devido à água
convergir para o poço de todas as direções, e porque a área através da qual ocorre o fluxo
diminui em relação ao poço, o gradiente hidráulico deve ficar mais inclinado para o poço. O
tamanho de um cone de rebaixamento é dependente primariamente da taxa de bombeamento
assim, o tempo decorrido desde o início do bombeamento, o tipo aquífero, a transmissividade
do aquífero e o coeficiente de armazenamento do aquífero.
Existem diferenças importantes entre os cones de rebaixamento em aquíferos
confinados e livres (Figura 13).
51

Figura 13 - (a) Cone de rebaixamento em aquífero livre. (b) Cone de rebaixamento em aquífero confinado.
Fonte: HEATH, 1983.

Segundo Heath (1983) o bombeamento de água de um aquífero livre resulta da


drenagem de água a partir das rochas, onde a superfície freática diminui à medida que forma o
cone de rebaixamento (Figura 13a). Como o coeficiente de armazenamento de um aquífero
livre é igual ao rendimento específico do material do aquífero, o cone de rebaixamento
expande muito lentamente. Por outro lado à remoção de água do aquífero resulta na
diminuição da transmissividade, o que faz com que ocorra um aumento no rebaixamento tanto
no poço quanto no aquífero (Figura 14).
O bombeamento de um aquífero confinado causa um rebaixamento na superfície
potenciométrica, mas normalmente não causa uma desidratação do aquífero. A água retirada
de um aquífero confinado é derivada da expansão da água e da compressão do meio poroso do
aquífero (Figura 13b). O coeficiente de armazenamento muito pequeno em aquíferos
confinados resulta numa rápida expansão do cone de rebaixamento (Figura14).
Consequentemente, a interferência mútua de expansão em torno de cones adjacente poços
ocorre mais rapidamente em aquíferos confinados do que em aquíferos livres (HEATH,
1983).
52

Figura 14 - Influência da transmissividade e coeficiente de armazenamento no cone de rebaixamento para os


aquíferos semelhantes a uma taxa constante de bombeamento (modificado de Gedeon, 1999).

3.3.2 Parâmetros Hidrodinâmicos

3.3.2.1Capacidade Específica

A capacidade específica, também conhecida como vazão específica, de um poço é a


vazão por unidade de rebaixamento, é determinada pela razão entre a vazão (Q) e o
rebaixamento (s) para um determinado tempo (t) (GEDEON, 1999; MANOEL FILHO et al.,
2008).
(4)

Onde:
CE = capacidade específica [L²T-1];
Q = vazão [L³T-1];
s = rebaixamento [L].
53

Segundo Gedeon (1999) a capacidade específica de um poço depende tanto das


características hidráulicas do aquífero quanto da construção, da taxa de bombeamento e de
outras características do poço. Os valores de capacidade específica, para poços o qual os
dados de teste de aquíferos não estão disponíveis, são amplamente utilizados por hidrólogos
para estimar a transmissividade.

3.3.2.2 Porosidade

De acordo com Fetter (2002) as fissuras, espaços vazios e os poros em rochas ou solos
são de grande importância para o estudo hidrogeológico. Conforme Heath (1983) a
porosidade é importante parâmetro hidrogeológico, pois diz a quantidade máxima de água que
um solo ou uma rocha pode conter quando está saturada.
Porosidade de uma rocha ou do solo como sua propriedade de conter interstícios
(vazios), que pode ser expresso quantitativamente como a razão entre o volume dos
interstícios (Vv) e o volume total (VT) (Equação 5) . A porosidade pode ser expressa como
uma fração decimal ou como uma porcentagem (LOHMAN, 1972; HEATH, 1983; GEDEON,
1999; FETTER, 2002; MANOEL FILHO, 2008):
(5)
Onde:
= porosidade (%);
Vv = volume de vazios (L³); e
VT = volume total (volume de sólidos mais o volume de vazios) (L³).

Existem dois tipos de porosidade: porosidade primária compreende os vazios originais


do solo ou da rocha matriz, enquanto a porosidade secundária se desenvolve no material por
fenômenos posteriormente afetam a rocha, como dissolução e fraturas (LOHMAN, 1972;
HEATH, 1983; GEDEON, 1999; MANOEL FILHO, 2008).
Segundo Fetter (2002) o percentual de porosidade das rochas sedimentares é altamente
variável. Em rochas clásticas, pode variar de 3% a 30%. Os valores reportados para os
calcários e dolomitos variam de menos de 1% a 30%.
54

3.3.2.3 Porosidade Específica

Porosidade específica ( ) ou produção específica (Sy) é a água que se movimenta sob


a ação da gravidade, pode ser definida como a razão entre o volume de água liberado dos
vazios pelas forças gravitacionais (Vg) e o volume total da rocha (VT), (Equação 6)
(MANOEL FILHO, 2008):
(6)

Onde:
porosidade específica (%);
= volume especifico (água gravitacional) (L³); e
volume total do material (L³).

Porosidade específica diz o quanto de água está disponível para o uso do homem,
através de nascentes ou bombeada de poços, e a retenção específica diz o quanto de água
permanece na rocha depois de ser drenada por gravidade (HEATH, 1983). Portanto, uma
parte da água de saturação dos vazios fica retirada na superfície dos grãos por forças de
atração molecular, que são mais fortes do que a gravidade chamada de retenção específica
(Sr) (MANOEL FILHO, 2008). Assim:
(7)

Onde:
= porosidade;
= porosidade específica; e
Sr = retenção específica.

A Tabela 4 apresenta os valores de porosidade, porosidade específica e retenção


específica, em porcentagem, para alguns materiais. Segundo Fetter (2002) a retenção
específica aumenta com a diminuição da dimensão do grão, como podemos observar na
Tabela 4, a argila pode ter uma porosidade de 50% com uma retenção específica de 48%.
55

Tabela 4- Valores de porosidade, porosidade específica e retenção específica, em porcentagem.


Porosidade Retenção
Material Porosidade (%)
Específica (%) Específica (%)
Solo 55 40 15
Argila 50 2 48
Areia 25 22 3
Cascalho 20 19 1
Calcário 20 18 2
Arenito (semi consolidado) 11 6 5
Granito 0.1 0.09 0.01
Basalto (jovem) 11 8 3
Fonte: HEATH, 1983.

3.3.2.4 Transmissividade

A transmissividade (T) é um parâmetro importante nos estudos visando à captação de


águas subterrâneas, permite avaliar, a capacidade de transmissão dessas águas, pelo meio
geológico, através de toda sua espessura satura (BRAGA, 2007).
Transmissividade é a medida da quantidade de água que pode ser transmitido
horizontalmente por meio de uma unidade de largura por toda a espessura satura do aquífero
sob um gradiente hidráulico igual a 1 (FETTER, 2002).
A transmissividade é o produto da condutividade hidráulica e a espessura saturada do
aquífero, descrita pela seguinte equação:
(8)

Onde:
T = transmissividade [L²T-1]
K = condutividade hidráulica [LT-1]; e
b = espessura saturada do aquífero [L].
As unidades de transmissividade são m²/s, m²/dia.
56

Figura 15 – Transmissividade (modificado Bear, Verruijt, 1990).

Como a transmissividade depende da condutividade hidráulica e da espessura


saturada, o seu valor difere em aquíferos diferentes e de um lugar para outro no mesmo
aquífero composto por material heterogêneo, delimitada por camadas confinantes inclinadas,
ou sob condições de aquífero livre em que a espessura saturada varia de acordo com o nível
freático (GEDEON, 1999).
A transmissividade foi calculada considerando que o aquífero em estudo é livre, para a
obtenção dos parâmetros hidrogeológicos, utilizamos a metodologia proposta por Neuman.
Que pode ser aplicada para aquíferos livres, com bombeamento do tipo da Figura 16:

Figura 16 - Esquematização de um poço de bombeamento.


Fonte: CASTRO et al., 2000.
57

A equação de fluxo de água para aquífero livre para um poço bombeado é dada pela
seguinte equação (FETTER, 2002):

(9)

Onde:
h = espessura saturada do aquífero [L];
r = distância ao poço de bombeamento [L];
z = coordenada cartesiana vertical [L];
Se = coeficiente de armazenamento específico [1/L];
Kr = condutividade hidráulica radial (ou horizontal) [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
t = tempo [T].

Neuman (1972) apud Fetter (2002) apresenta a solução para a Equação 6, em duas
partes. Uma para o tempo imediatamente após o começo do bombeamento, onde a água é
proveniente do armazenamento específico e uma para mais tarde quando a água é proveniente
de drenagem por gravidade com o coeficiente de armazenamento igual ao rendimento
específico (Castro et al., 2000). A solução da Equação (9) é dada por:

(10)

Onde:
h0 – h = rebaixamento [L];
Q = vazão do bombeamento [L³/T];
T = transmissividade [L²/T];
r = distância radial do poço bombeado [L];
S = coeficiente de armazenamento;
Sy = rendimento específico;
t = tempo [L];
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
b = espessura saturada do aquífero inicial [L];

Onde: W(uA, uB, T) é função do poço para aquíferos livres.


58

(11)

Em que uA é obtido pelo ajuste dos dados de rebaixamento pelo tempo à curva de
Theis (Figura 17), usando dados do inicio do bombeamento, quando o aquífero livre libera
água através de mecanismos iguais aos de aquíferos confinados e o fluxo é
predominantemente horizontal (Castro et al., 2000).
Por uA podemos determinar o valor do coeficiente de armazenamento (S = Se.h0) e T.

(12)

Onde uB é obtido pelo ajuste dos dados de rebaixamento pelo tempo a curva de Theis
usando dados da fase final do bombeamento (Figura 17), quando o aquífero livre libera a
maior parte da água através de drenagem dos poros e o fluxo é predominantemente vertical
(Castro et al., 2000).
Através de uB podemos determinar o valor de retenção específica (Sy) e T.

(13)

Onde β é um coeficiente que é obtido através do ajuste descrito acima. Através do


conhecimento β e de Kr (obtido através de uA), de podemos determinar Kv.

Figura 17 - Ajuste dos dados de rebaixamento (s) versus tempo para obter: uA, uB e β.
Fonte: CASTRO et al., 2000.
59

A transmissividade é dada pela seguinte equação:

(14)

Onde:
T = transmissividade [L²/T];
r = distância radial do poço bombeado [L];
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
b = espessura saturada do aquífero inicial [L];

3.3.2.5 Coeficiente de Armazenamento

A capacidade de um aquífero armazenar e transmitir água é uma das mais importantes


propriedades hidráulicas dos aquíferos e depende das propriedades da água (densidade,
viscosidade e compressibilidade) e das propriedades do meio poroso (porosidade,
permeabilidade intrínseca e compressibilidade). Essa capacidade pode ser expressa através do
parâmetro denominado coeficiente de armazenamento (HEATH, 1983; CABRAL, 2008).
O coeficiente de armazenamento (S) é o volume de água que uma unidade permeável
irá absorver ou expelir de armazenamento por unidade de superfície por unidade de variação
da superfície potenciométrica. O coeficiente de armazenamento é uma unidade adimensional
(FETTER, 2002).
O armazenamento específico é a quantidade de água por unidade de volume de uma
formação saturada que é armazenada ou expelida, devido à compressibilidade de
armazenamento do meio poroso e da água dos poros, por uma unidade de variação unitária da
carga hidráulica (FETTER, 2002). O armazenamento específico é dado pela seguinte equação:
(15)

Onde:
Se = armazenamento específico [1/L];
ρw = densidade da água [ML-3T-2];
g = aceleração da gravidade [LT-2];
α = compressibilidade do meio poroso [1/(ML-1T-2];
n = porosidade
β = compressibilidade da água [1/(ML-1T-2].
60

Conforme Fetter (2002) o valor armazenamento específico é muito pequeno,


geralmente de 0,0001ft-1 ou menos.
Em um aquífero confinado, a carga hidráulica pode diminuir, mas a superfície
potenciométrica permanece acima da unidade. Portanto, mesmo que a água seja liberada do
armazenamento o aquífero permanece saturado, devido à compactação do meio poroso e da
expansão da água dos poros (GEDEON, 1999; FETTER, 2002). O coeficiente de
armazenamento (S), adimensional, de um aquífero confinado é o produto do armazenamento
específico (Se) e a espessura do aquífero (b):
(16)

Onde:
S = coeficiente de armazenamento;
Se = armazenamento especifico [1/L];
b = espessura do aquífero [L].

De acordo com Fetter (2002) o valor do coeficiente de armazenamento de aquíferos


confinados é da ordem de 0,005 ou menos.
Em aquífero livre a superfície freática se eleva ou cai com alterações na quantidade de
água armazenada. À medida que o nível de água cai, a água é drenada a partir dos espaços.
Este armazenamento ou esta liberação é devido ao rendimento específico da unidade e do
armazenamento específico (FETTER, 2002). Portanto, o coeficiente de armazenamento de um
aquífero livre é dado pela seguinte equação:

(17)

Onde:
S = coeficiente de armazenamento;
Sy = rendimento específico;
Se = armazenamento específico [1/L];
b = espessura saturado do aquífero [L].
Em aquífero livre um, o coeficiente de armazenamento é considerado como sendo
igual ao rendimento específico. O coeficiente de armazenamento de aquífero livre varia de
0,02 a 0,30 (HEATH, 1983; FETTER, 2002). Conforme Heath (1983) devido à diferença nas
61

fontes de armazenamento, o coeficiente de armazenamento do aquífero livre é de 100 a


10.000 vezes o coeficiente de armazenamento dos aquíferos confinados.

3.3.2.6 Condutividade Hidráulica

Conforme Fetter (2002) a capacidade de uma rocha de transmitir e armazenar água


constituem as propriedades hidrogeológicas mais significativas. Há algumas rochas que
apresentam porosidade, mas faltam vazios interconectados, essas rochas não podem
transportar água de um vazio para outro. Alguns sedimentos e rochas possuem porosidade,
mas os poros são tão pequenos que a água flui através da rocha com dificuldade, a argila e
xisto são exemplos.
Henry Darcy, engenheiro hidráulico francês, em 1856 pesquisava o movimento da
água através de um meio poroso, ele estudou este escoamento de água em filtros de areia e
conclui que a vazão do escoamento (volume por unidade de tempo) era proporcional a seção
transversal (A) do filtro, proporcional a diferença de cargas hidráulicas (h1 – h2 = Δh), entre
os piezômetros, e inversamente proporcional ao comprimento do percurso do fluxo (L). Darcy
também determinou que a quantidade de fluxo é proporcional a um valor do coeficiente K,
que depende da natureza do meio poroso, chamado de condutividade hidráulica (FETTER,
2002; CABRAL, 2008):

(18)

Onde:
h1 = carga hidráulica no piezômetro 1 [L];
h2 = carga hidráulica no piezômetro 2 [L];
z1 = cota do ponto P1 (piezômetro 1) [L};
z2 = cota do ponto P2 (piezômetro 2) [L};
Q = vazão constante que passa pelo cilindro [L³T-1];
A = área de seção transversal do cilindro [L²];
Δh = variação da carga hidráulica entre os piezômetros 1 e 2 [L]; e
L = distância entre os piezômetros 1 e 2 [L].
62

Entende-se que a diferença de cargas hidráulicas (h1 – h2) dividida pelo comprimento
(L), como sendo a taxa de perda de carga por unidade de trajeto do fluido, chamado de
gradiente hidráulico (CABRAL, 2008).
O sinal negativo na Equação 18, Lei de Darcy, é usado para indicar um gradiente de
fluxo descendente (GEDEON, 1999).
O fluxo de água subterrânea ocorre saindo do local de maior carga hidráulica para o
local de menor carga hidráulica, ou seja, o movimento das partículas de água segue o sentido
do gradiente negativo (CABRAL, 2008).
A condutividade hidráulica ou coeficiente de permeabilidade (K), de um dado meio é
uma função das propriedades do meio poroso, incluindo porosidade, tamanho, distribuição,
forma e arranjo das partículas e as propriedades do fluido, viscosidade e massa especifica
(GEDEON, 1999; CABRAL, 2008).
Em meio isotrópico, a condutividade hidráulica pode ser entendida como sendo
numericamente igual à vazão que atravessa uma área unitária submetida a um
gradiente hidráulico unitário. Refere-se à facilidade da formação aquífera de exercer
a função de um condutor hidráulico (CABRAL, 2008, p. 78).
A condutividade hidráulica de um meio de transmissão de dados de um dado fluido é
dada pela Equação 19:

(19)

Onde:
K = condutividade hidráulica [LT-1];
ρ = massa específica do fluido [ML³];
g = aceleração da gravidade [LT-²];
μ = viscosidade dinâmica [ML-1T-1];
υ = viscosidade cinemática = μ/ρ; e
k = permeabilidade intrínseca do meio poroso [L²], é função do tipo do material
poroso, sua granulometria e sua disposição estrutural. Conforme Fetter (2002) basicamente é,
uma função do tamanho das aberturas dos poros, quanto maior for o quadrado do diâmetro
médio dos poros, d, menor resistência ao fluxo. Algumas das fórmulas são empíricas, como
por exemplo:
(20)
onde, C é um valor adimensional que pode ser obtido experimentalmente, e d² é o diâmetro
médio dos grãos de areia.
63

A Tabela 5 apresenta alguns exemplos de valores de permeabilidade intrínseca e


condutividade hidráulica para alguns tipos de sedimentos não consolidados.

Tabela 5 - Faixa de valores de permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para vários materiais não
consolidados.
Permeabilidade Condutividade
Material
Intrínseca (cm²) Hidráulica (cm/s)
Argila 10-14 – 10-11 10-9 – 10-6
Silte; Silte arenoso 10-11 – 10-9 10-6 – 10-4
Areia argilosa 10-11 – 10-9 10-6 – 10-4
Areia siltosa; Areia fina 10-10 – 10-8 10-5 – 10-3
Areia bem distribuída 10-8 – 10-6 10-3 – 10-1
Cascalho bem distribuído 10-7 – 10-5 10-2 - 100
Fonte: FETTER, 2002.

3.3.2.7 Raio de Influência

O raio de influência é a distância para qual o efeito de bombeamento de um poço é nulo, ou


seja, é a distância limite do cone de rebaixamento. No regime transitório, o raio de influência
é função do tempo de bombeamento (FEITOSA, F., FEITOSA, E., MANOEL FILHO, 2008).

√ (21)

Onde:
R = raio de influência do poço [L];
T = transmissividade [L²/T];
t = tempo de bombeamento do poço [T];
S = coeficiente de armazenamento do poço [T].

Segundo Feitosa, F., Feitosa, E., e Manoel Filho (2008) para o regime transitório
pode-se usar a equação (21), esta equação expressa a variação do raio de influência com o
tempo. Este parâmetro depende do tempo e das características do aquífero, porém, não
depende da vazão de bombeamento.

3.3.2.8 Fluxo para poços em regime Transiente em Aquíferos Livres

Os aquíferos livres ou freáticos são aqueles onde o limite superior esta submetido à
pressão atmosférica. Neste tipo de aquífero, o nível de água, em cada poço, representa uma
superfície real coincidente com limite superior de saturação, denominada de superfície
64

freática. Em geral não considera como zona saturada a parte correspondente a franja capilar
(FEITOSA, F., FEITOSA, E., MANOEL FILHO, 2008).
Como nos aquíferos livres não existe limite geológico para delimitação do seu topo
ou teto, sendo representado pelo limite de saturação. Assim, quando se bombeiam
poços em aquífero livre, rebaixa a própria superfície freática, provocando a redução
da espessura saturada. Devido a esse processo, o mecanismo principal de liberação
de água é a drenagem dos poros, tendo uma pequena participação da compactação
do aquífero e expansão da água. Em função da redução da espessura, existem
componentes verticais de fluxo, que ocasionam perdas de cargas adicionais no fluxo
de água em direção ao poço, cujo reflexo é verificado por um acréscimo de
rebaixamento do nível da água do poço em bombeamento, em relação dentro do
aquífero. Nessas condições é criada uma superfície úmida nas paredes do poço,
denominada de superfície de ressurgência ou sudação, H’ (FEITOSA, F., FEITOSA,
E., MANOEL FILHO, 2008, p. 527).

Quando inicia um bombeamento de um poço, ocorre um rebaixamento progressivo do


nível da água ou do nível de pressões do aquífero, formando uma superfície cônica em torno
do poço bombeado, denominada de conde de rebaixamentos. Este cone evolui no espaço e no
tempo. Inicialmente, a água extraída é derivada apenas do armazenamento do aquífero, o que
se traduz por um continuo rebaixamento da superfície potenciométrica ou freática. Esse
comportamento onde o cone de rebaixamento (Figura 18), evolui progressivamente como o
tempo é denominado de regime transiente (FEITOSA, F., FEITOSA, E., MANOEL FILHO,
2008).
65

Figura 18 - Evolução progressiva do rebaixamento do nível de água num poço em resposta a um bombeamento
(modificado de Feitosa, 2000).

De acordo com Fetter (2002) para os dados fluxos transientes, tempo por
rebaixamento de um poço de observação pode ser usado para determinar tanto a
transmissividade quanto o coeficiente de armazenamento de um aquífero. Se não houver uma
observação, os dados de tempo versus rebaixamento do poço bombeado podem ser utilizados
para determinar apenas a transmissividade do aquífero.
Conforme Feitosa, F., Feitosa, E., e Manoel Filho (2008) os aquíferos livres originam
problemas de hidráulica subterrânea mais complexos que aquíferos confinados. Esta maior
complexidade, agravada no regime transitório, é devida aos seguintes fatores:
 O limite superior do aquífero é constituído pela superfície freática, logo, o
domínio de fluxo varia com o tempo, pois existe uma redução de espessura
saturada durante o bombeamento de poços;
 Esta redução de espessura cria componentes verticais de fluxo, o que provoca
perdas de cara adicionais, as quais são refletidas pela existência de uma
superfície de gotejamento denominada de superfície de ressurgência ou
sudação;
66

 Em função, da redução de espessura, a transmissividade torna-se variável no


tempo e no espaço (T = KH, para K = constante  T ~ H);
 O esvaziamento dos poros do terreno não é instantâneo, ocorrendo, geralmente,
um efeito de drenagem retardada.
De acordo com Feitosa, F., Feitosa, E., e Manoel Filho (2008) a água liberada do
armazenamento, nos aquíferos livres, ocorre mediante três fenômenos:
 Compactação do aquífero;
 Expansão da água; e
 Drenagem gravitacional dos poros.
O parâmetro que representa o armazenamento, chamado de coeficiente de
armazenamento específico (Sef), é dado pela composição entre o coeficiente de
armazenamento (S) e a porosidade específica (N). Em que, o armazenamento representa a
água liberada instantaneamente em função da compactação do aquífero e expansão da água e
a porosidade específica que representa a água drenada pelos poros. A parcela correspondente
aos mecanismos de expansão da água e compactação do aquífero é muito pequena, podendo,
na prática, ser considerada como desprezível. Assim, o coeficiente de armazenamento
específico dos aquíferos livres confunde-se com a própria porosidade efetiva, com valores 100
a 1000 vezes maiores que nos aquíferos confinados (FEITOSA, F., FEITOSA, E., MANOEL
FILHO, 2008).
De acordo com Fetter (2002), existem três fases distintas de tempo versus
rebaixamento em relação à superfície freática dos poços em bombeamento:
 Primeira fase, com o inicio do bombeamento, o aquífero responde ao contribuir
um pequeno volume de água, como resultado da expansão da água e da
compressão do aquífero. Durante este tempo, o aquífero comporta-se como um
aquífero confinado, e os dados de tempo versus rebaixamento seguem a curva
Thies, pois o coeficiente de armazenamento é igual ao coeficiente elástico do
aquífero. O fluxo é horizontal, durante este período, quando a água está a
sendo derivada da espessura do aquífero inteiro.
 Após esta fase inicial, a superfície freática começa a declinar. A água está,
agora, sendo derivada, principalmente, da drenagem por gravidade do aquífero
e existem componentes de fluxo horizontal e vertical. A relação de tempo
versus rebaixamento é uma função da razão entre as condutividades horizontal
e vertical do aquífero, a distância ao poço bombeado e a espessura do aquífero.
Esta fase não se ajusta à curva de Theis.
67

 Enquanto o tempo avança, ocorre a diminuição da taxa de rebaixamento. O


fluxo é novamente, horizontal, e os dados de tempo versus rebaixamento
evoluem de acordo com a curva de Theis. A curva de Theis corresponde agora
com o coeficiente de armazenamento igual ao rendimento específico do
aquífero. A importância do componente de fluxo vertical afeta a taxa de
rebaixamento que está diretamente relacionada com a grandeza da razão entre
o rendimento específico e o coeficiente de armazenamento específico (Sy / Se).
À medida que o valor do coeficiente específico (Se) se aproxima de zero, a
duração da primeira fase de rebaixamento se aproxima de zero. Como os
valores do rendimento específico (Sy) se aproximam de zero, o tempo da
primeira fase aumenta, então se Sy = 0, o aquífero comporta-se como um
aquífero confinado de coeficiente de armazenamento.

3.3.3 Reservas de Águas Subterrâneas

As reservas de águas subterrâneas, em seu sentido mais amplo, são a totalidade de


água existente em um aquífero ou sistema aquífero (CUSTÓDIO, LLAMAS, 1976). Feitosa
et al. (2008) explica que esta expressão, reservas, da água subterrânea, se traduzem por
volumes que representam a totalidade de água armazenada em um aquífero ou sistema
aquífero.
De acordo com Custódio e Llamas (1976) esta definição simples, de reservas, não
deixa de ter muitas imprecisões. Uma definição importante é dos limites do aquífero ou do
sistema aquífero, como a profundidade, em aquíferos livres considera como o limite superior
a superfície freática (varia em função do ano hidrológico) e em aquíferos confinados a zona
saturada (muda segundo variação das condições de recarga e descarga). E o conhecimento da
porosidade efetiva e/ou do coeficiente de armazenamento.
Castany (1963) apud Feitosa et al., (2008) classificou as reservas de água subterrânea
em quatro grandes categorias:
 Reserva geológica ou permanente;
 Reserva reguladora;
 Reservas de explotação; e
 Reserva natural.
68

Conforme Costa (2000) a conceituação de reservas de água subterrâneas, da avaliação


das reservas e recursos explotáveis é de grande controvérsia. Segundo Feitosa et al. (2008)
isso se deve a grande complexidade geológica dos reservatórios subterrâneos e a consequente
dificuldade que os mesmos apresentam para uma compreensão satisfatória das suas
geometrias e variação espacial das propriedades hidrodinâmicas.

3.3.3.1 Reserva Geológica ou Permanente

As reservas geológicas ou permanentes são definidas como águas armazenadas no


tempo geológico, representam as águas acumuladas que não variam em funções das
precipitações anuais, das quais é possível obter certa quantidade regularizada, em certo
período de tempo (FEITOSA et al., 2008).
De acordo com Cutrim et al. (inédito) a reserva permanente é o volume de água do
aquífero que não sofre influência da sazonalidade. Conforme Costa (1998) a reserva
permanente é o volume hídrico acumulado no meio aquífero, em função da porosidade eficaz
e do coeficiente de armazenamento.

3.3.3.2 Reserva Reguladora ou Renovável

As reservas reguladoras, também chamadas de renováveis, correspondem à variação


das reservas de água subterrânea em um ano, influenciada pelas condições do ciclo
hidrológico, ou seja, estas reservas variam de um ano para outro segundo as diferentes
condições do ciclo hidrológico (CUSTÓDIO, LLAMAS, 1976; FEITOSA et al., 2008).
De acordo com Costa (1998) a reserva renovável é o volume de água no meio
aquífero, em função da porosidade eficaz e variável com a sazonalidade.

3.3.3.3 Reserva Explotável e Potencialidade

Esta definição é causa de divergências. Na primeira definição as reservas explotáveis


são definidas como o safe yield (descarga segura ou descarga permissível), por Meinzer
(1920) apud Lohman (1972) que definiu como a taxa de água subterrânea que pode ser
retirada, ano após anos, sem esgotar a oferta de água para as gerações futuras. Meinzer (1923)
69

apud Lohman (1972) modificou sua definição, como a descarga segura de um reservatório
subterrâneo, a taxa, possível de retirar água dele permanentemente para o uso humano.
Conforme Cutrim et al. (inédito) a reserva explotável é o volume de água que pode ser
extraído do aquífero em condições técnica e economicamente viáveis.
Em seu estudo Costa (1997) considera a reserva explotável igual à potencialidade do
aquífero, uma vez que não existem estudos que indiquem quaisquer consequências em termos
hidrológicos, econômicos, de qualidade da água, de legalidade ou geotécnicos.
Conforme Costa (2000) a potencialidade é definida como o volume de água utilizado
anualmente, incluindo, eventualmente, uma parcela das reservas permanentes, que podem ser
explotadas, em descarga constante, durante um período de tempo determinado.
De acordo com Costa (2000) para o cálculo da potencialidade, admite-se, sem prejuízo
para o aquífero, que seja possível extrair toda a reserva reguladora (representada pela recarga
anual do aquífero), mais uma parcela das reservas permanentes, representada no período de 50
anos pelo percentual de 30% dessas reservas. Assim, esse percentual de 30% em 50anos
implica em 0,6% ao ano.

3.3.3.4 Reserva Total

As reservas totais são definidas como a soma das reservas permanentes e das reservas
reguladoras, representando a totalidade de água existente em um aquífero ou sistema aquífero
(FEITOSA, 2008).

3.4 ESTUDOS DE CASOS

3.4.1 Estudos de casos da aplicação da Sondagem Elétrica Vertical

Em estudo realizado por Carrasquilla, Porsani e Tavares (1990) apresentaram a


geofísica aplicada à prospecção de água subterrânea na Fazenda Krimet – Alto Xingú – PA.
Este estudo utilizou dos métodos geofísicos eletroresistivo (sondagens elétricas verticais,
segundo o arranjo Schlumberger) e eletromagnético (levantamento eletromagnético com o
método VLF, frequências muito baixas) para investigar a existência de descontinuidades
litológicas e/ou estruturais em subsuperfície, e indicou as áreas mais promissoras à captação
de água subterrânea.
70

Kobayashi e Rijo (1980) utilizaram a eletrorresistividade aplicada a prospecção de


água subterrânea no município de Soure – PA e, determinaram, através da integração da
geofísica com a geologia, as áreas mais favoráveis a exploração de água subterrânea. Neste
estudo aplicaram primeiro as sondagens elétricas verticais utilizando o arranjo Schlumberger
e com base nas interpretações das SEVs realizaram os perfis elétricos horizontais, para
delimitar e dimensionar as áreas para a exploração das águas subterrâneas.
Porsani et al. (1980) utilizaram métodos geofísicos aplicados a prospecção de água
subterrânea na região do Lago Arari, Ilha do Marajó – PA. Este estudo verificou a existência
de água de boa qualidade a profundidade inferior a 50 metros, associadas às formações
geológicas de idade recente. Para isso utilizaram SEV (com arranjo Schlumberger),
caminhamento elétrico, caminhamento eletromagnético e perfuraram sete poços e análises
físico-químicas das águas das perfurações.
Davino (1982) apresentou o emprego de sondagens elétricas para a prospecção das
águas subterrâneas na região de mineiros do Tietê – SP. Este estudo indica a melhor
localidade para a locação de poços tubulares na Formação Aquífera Bauru e Botucatu.
Ressalta, ainda, que as sondagens elétricas constituem um dos métodos mais eficazes para a
prospecção da Bacia Sedimentar do Paraná.
Naime e Lahm (1998) apresentam a prospecção hidrogeológica pelos métodos de
geofísica elétrica por corrente contínua no município de Água Boa – MT. Neste estudo
utilizaram o caminhamento duplo dipolo-dipolo para avaliar o potencial hidrogeológico na
zona de faturamento existente e a SEV, com o arranjo Schlumberger, determinaram a
profundidade das camadas aquíferas e do embasamento cristalino. Para uma interpretação
mais apropriada os resultados dos métodos geofísicos aplicados foram associados aos dados
de poços existentes na área e ao conhecimento geológico da área.
Mendes e Verma (2000) apresentaram em estudo a perfilagem geofísica de poço e
SEV aplicados a delimitação de aquíferos na cidade de Belém – PA. Com a necessidade de
conhecimento dos recursos hídricos subterrâneos na cidade utilizaram dois métodos de
geofísica: a perfilagem geofísica de poço, usando raios gama, potencial espontâneo e
resistência elétrica, e a SEV associados ao conhecimento geológico da área, e identificaram e
delimitaram as unidades hidrogeológicas da região.
Em estudos realizados por Cutrim e Fachin (2004) no município de Poxoréo – MT
aplicaram a técnica da SEV (arranjo Schlumberger) associada a perfil geológico de poço
tubular e determinaram a profundidade e a espessura das unidades hidrogeológicas na Bacia
do Paraná. Esta integração dos dados da SEVs com o perfil geológico do poço permitiu maior
71

clareza na identificação do Aquífero Furnas, Aquífero de Transição Furnas-Ponta Grossa e


Aquiclude Ponta Grossa.
Sacasa et al. (2004) utilizou a aplicação da SEV, usando a configuração Schlumberger,
no estudo dos recursos hídricos subterrâneos na localidade de Marabaixo III, Macapá – AP.
Utilizaram informações de tipo litológico de solos e o nível estático de poços para a
interpretação dos modelos geoelétrico.
Xavier (2004) utilizou dados hidrogeológicos, a SEV (arranjo Schlumberger) e o
caminhamento elétrico (dipolo-dipolo) e identificou as descontinuidades no embasamento
gnáissico-granulítico para a locação de poços tubulares na Comunidade de Guamiranga,
Araquai – SC.
Lopes, Silva e Carneiro (2004) apresentaram em estudo o uso do método geofísico
para locação de poços tubulares no município de Rorainópolis – RR. Este estudo investigou
como alternativa para o abastecimento público fonte de águas subterrâneas, usando métodos
de investigação geofísica, métodos de eletrorresistividade (caminhamento elétrico e
sondagens elétricas verticais). Os aquíferos da região são divididos nos domínios poroso
(porosidade intergranular) e fraturado (porosidade secundária fissural). Este estudo conclui
que o emprego do método geofísico apresentou-se uma ferramenta para diminuir os riscos da
construção de poços tubulares improdutivos.
Santos (2005) apresentou a aplicação dos métodos geofísicos (SEV, caminhamento
elétrico e caminhamento eletromagnético indutivo) na investigação do subsolo no lixão de
Cuiabá – MT, e determinou a extensão e evolução da pluma de contaminação das águas
subterrâneas, gerada pela disposição dos resíduos sólidos.
Pereira (2005) em estudos realizados na micro bacia do Córrego Chico Nunes, Dom
Aquino – MT, aplicou métodos de geofísica (SEV e radar de penetração do solo) associados
as informações pedológica dos furos de sondagens e trincheiras para estimar as espessuras das
camadas de solo e do substrato rochoso ao longo de uma vertente.
No estudo realizado por Cutrim e Rebouças (2005) apresenta a estimativa do topo e da
espessura das unidades geológicas da Bacia do Paraná (Formação Ponta Grossa, Transição
Furnas/ Ponta Grossa e Formação Furnas) na cidade de Rondonópolis – MT, aplicando a
técnica de Sondagem Elétrica Vertical (SEV) e utilizando dados de perfis geológicos de poços
na interpretação das SEVs, assim permitindo maior confiança aos resultados.
Cutrim et al. (2007) em estudos realizados na Bacia do Parecis na cidade de Lucas do
Rio Verde - MT, utilizou a técnica de sondagem elétrica vertical para estimar a profundidade
e a espessura das unidade hidrogeológicas, Aquífero Utiariti e Aquífero Salto das Nuvens. No
72

estudo mostrou a importância do conhecimento da espessura e da profundidade das unidades


hidrogeológicas para pesquisa envolvendo a estimativa de reservas de águas subterrâneas, a
avaliação de vulnerabilidade a contaminação de aquíferos, elaboração de projeto de
construção de poços tubulares, na formulação do modelo hidrogeológico conceitual da área.
No estudo realizado por Shiraiwa et al. (2010) utilizaram a técnica de Sondagem
Elétrica Vertical (SEV) associada a dados de pedologia e litologia para determinar a espessura
das camadas e suas resistividades elétricas do solo e do substrato rochoso de uma vertente na
microbacia do Córrego da Ilha, Campo Verde – MT.
Em estudo realizado por Oliva, Kiang e Seixas (2010) apresenta o cálculo de reservas
hídricas subterrâneas do aquífero Rio Claro (sedimentar e de ocorrência livre). Neste estudo
utilizaram a SEV para cálculo do valor médio da espessura saturada do aquífero, e a
simulação Monte Carlo para a obtenção da porosidade efetiva e variação de profundidade do
nível freático para o cálculo das reservas permanente e reguladora, devido que esses dados
foram obtidos por um único poço. Neste estudo ainda apresenta cenários de consumo de água
do aquífero a partir da elaboração das curvas de distribuição acumulada das reservas
permanente e reguladora.
Em estudo apresentado por Cutrim e Shiraiwa (2011) utilizaram a SEV na prospecção
de água subterrânea no sudoeste do município de Rondonópolis – MT, para subsidiar a
construção de poço tubular profundo. Mostrando a SEV como eficiente na estimativa da
espessura e da profundidade ao topo das unidades geológicas da área.
Lima e Santos (2011) apresentaram a caracterização geológica e geofísica do Sistema
Aquífero Urucuia e de seu substrato nas Bacias dos Rios Arrojado e Formoso – BA.
Utilizaram dados geológicos de poços, dados gravimétricos e geodésicos e SEVs (arranjo
Schlumberger) para a caracterização hidrogeológicas. Neste trabalho as SEVs definiram as
heterogeneidades litológicas e petrofísicas que caracterizam o sistema aquífero Urucuia e a
integração dos dados permitiram definir a estrutura geológica regional desse sistema aquífero
e de seu substrato.

3.4.2 Estudos de casos: Hidrogeologia

Rebouças (1980) estudou o potencial hidrogeológico da Bacia do Paraná, onde


apresentou a caracterização regional dos principais aquíferos. Considerou que o Aquífero
Botucatu representa 80% do potencial hidrogeológico da Bacia do Paraná. Este trabalho
73

apresenta as estimativas das reservas reguladoras, permanentes e exploráveis dos aquíferos


Botucatu e Bauru e uma discussão sobre as reservas de águas subterrâneas e os aspectos
econômicos da exploração desses recursos hídricos subterrâneos.
Cavalcante e Rebouças (1990) apresentaram o estudo hidrogeológico do município de
Atibaia – SP, desenvolvida em terreno cristalino com manto de intemperismo para
caracterizar as condições de ocorrência das águas subterrâneas e avaliar os critérios de
locação de poços tubulares. Utilizaram o conhecimento geológico e hidrogeológico, o
cadastramento de poços tubulares, cacimbas e fontes, além de realizarem medidas de nível
estático, pH e condutividade elétrica das água para a caracterização das zonas aquíferas (zona
de intemperismo e meio fraturado). Este trabalho também realizou as estimativas das reservas
hídricas subterrâneas. Para a zona de intemperismo foi estimada a reserva renovável e
classificada suas águas como bicarbonatadas cálcicas e para o meio fraturado também foi
calculada a reserva renovável e suas águas foram classificadas com bicarbonatadas mistas
passando para sódicas e cálcicas.
Mont’Alverne et al. (1996) apresentaram um estudo de avaliação das disponibilidades
hídricas subterrâneas da Bacia Sedimentar do Araripe. Nesta Bacia foram adotadas cinco
unidades hidrogeológicas: Aquífero Superior, Santana, Médio, Brejo Santo e Inferior. Neste
estudo realizaram a estimativa as reservas de águas subterrâneas, os parâmetros
hidrodinâmicos, análise estatística dos dados de produção de poços e avaliação da qualidade
das águas.
Costa (1997) propôs a terminologia e a metodologia de avaliação de valores
quantitativos de águas subterrâneas. Definiu os termos de reservas permanente e reguladora, a
potencialidade e a disponibilidade virtual e efetiva (instalada e atual) para aquífero intersticial
em bacias sedimentares, aquífero intersticial aluvial e aquífero fissural.
Castro et al. (2000) apresentou a obtenção de parâmetros hidrogeológicos de um
aquífero aluvional no semi-árido situado ao longo do rio Palhano, no município de Ibicuitinga
– CE. Neste trabalho obteve as características hidrogeológicas do aquífero em estudo através
de testes de bombeamento e usando os métodos de Dupuit-Thiem (regime permanente) e
Neuman (regime transitório) e testes de recuperação.
Celligoi e Santos (2001) realizaram um estudo avaliando as reservas subterrâneas do
Aquífero Caiuá na Sub-bacia do Rio dos Índios – PR, para a preservação das águas
subterrâneas da superexplorações, devido ao aumento de perfuração de poços tubulares como
forma de suprir a demanda de água na região. Estimaram a reserva permanente, a reguladora e
74

a exploração hídrica. Neste estudo para a estimativa da reserva reguladora utilizaram a análise
das curvas de recessão do rio dos Índios.
Gurgel e Melo (2001) apresentaram a caracterização hidrogeológica do Aquífero Açu
na região norte de Caraúbas – RN. O Aquífero Açu tem comportamento geral livre a semi-
livre. Este estudo envolveu o cadastrado de poços e cacimbões para a coleta de parâmetros
hidráulicos, hidroquímicos e construtivos. Avaliaram os parâmetros hidrodinâmicos
transmissividade e condutividade hidráulica, caracterizaram o fluxo subterrâneo, o
condicionamento hidrogeológico do Aquífero Açu na área estudada e a elaboração do mapa
de isocondutividade elétrica. O Aquífero Açu na porção norte-central apresenta melhor
condicionamento hidrogeológico tanto em termos quantitativos como qualitativos.
Os estudos Barbosa et al. (2004) apresentam os aspectos hidrodinâmicos dos
Aquíferos Aluvionares a oeste da bacia do Rio Guandu no município de Seropédica – RJ. Os
sistemas aquíferos fraturados estudados são de caráter livre a semiconfinado. Determinaram a
condutividade hidráulica, a transmissividade, o coeficiente de armazenamento e a capacidade
especifica, obtidos através do teste de bombeamento. Realizaram o ensaio de permeabilidade
na zona não saturada e a elaboração do mapa potenciométrico do Aquífero Intergranular.
Os estudos realizados por Filho Diniz et al. (2004) apresentaram as estimativas das
reservas de águas subterrâneas do baixo curso da Bacia do Rio Ceará Mirim – RN, e os
aspectos relativos a vulnerabilidade dos sistemas aquíferos a contaminação antrópica.
Estimaram as reservas permanente, total e explotáveis do Aquífero Açu (aquífero confinado)
e as reservas reguladora, permanente, total e explotáveis do Aquífero Barreiras (aquífero
livre).
No estudo hidrogeológico realizado por Cutrim e Rebouças (2006) sobre a bacia do
Paraná no município de Rondonópolis – MT é apresentada a caracterização hidrogeológica
dos principais aquíferos da área. Neste trabalho apresenta os parâmetros hidrodinâmicos
(transmissividade, condutividade hidráulica e coeficiente de armazenamento), a porosidade
total e específica, as estimativas das reservas de água subterrânea e a qualidade da água
subterrânea para o principal aquífero da área, Aquífero Furnas. Para o aquífero Transição
Furnas/Ponta Grossa e Aquífero Ponta Grossa foram determinadas a transmissividade e a
condutividade hidráulica.
Cutrim (2010) apresenta a caracterização hidrogeológica do Grupo Parecis no
município de Lucas do Rio Verde – MT. Nesta área ocorrem o Aquífero Freático e o Sistema
Aquífero Parecis (SAP) constituído pelos Aquíferos Utiariti e Salto das Nuvens. Foram
estimados para o SAP os parâmetros hidrodinâmicos e as reservas reguladora, permanentes,
75

totais e explotáveis usando dados da geologia regional, de poços tubulares profundos e do


monitoramento do nível estático no ano hidrológico.
Aguiar et al. (2010) apresentam a pesquisa hidrogeológica em Bacias Sedimentares no
Nordeste Brasileiro, para a avaliação da ocorrência, potencialidade, circulação e qualidade das
águas subterrâneas na região em estudo. Esta pesquisa apresenta o levantamento do
conhecimento existente nas áreas, a caracterização geológica e geométrica da bacia, através
da revisão geológica, levantamento geofísico (gravimetria e eletrorresistividade, SEV e
caminhamentos elétricos) e a caracterização hidrogeológica, com a seleção da rede de pontos
d’água, nivelamento dos pontos d’água selecionados, balanço hídrico, construção de
piezômetros, execução de testes de aquífero, avaliação de reservas e recursos, entre outros.
Melo et al. (2012) apresentam a avaliação hidrogeológica da Zona Norte da cidade de
Natal e a contaminação das águas subterrâneas por nitrato desta área, como fundamento para a
definição de medidas que visando garantir o suprimento da demanda de água potável para a
população desta área. Determinaram os parâmetros hidrodinâmicos do Grupo Barreiras, o
balanço hidrogeológico e a recarga natural, considerando a recarga urbana (descargas de
efluentes, vazamentos na rede de esgotos e na rede de água). E a interação das águas
subterrâneas e águas superficiais e o fluxo subterrâneo da área.
76

CAPÍTULO IV

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Método Geofísico

4.1.1 Eletrorresistividade - Sondagem Elétrica Vertical (SEV)


As SEVs foram executadas com o arranjo Schlumberger e os espaçamentos entre
eletrodos de emissão de corrente elétrica (AB/2) e entre os eletrodos de medição do potencial
elétrico (MN/2) utilizados estão apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 – Aberturas entre os eletrodos utilizado nas sondagens elétricas verticais.


AB/2 (m) MN/2 (m)
1,0 0,2
1,3 0,2
1,8 0,2
2,4 0,2
3,2 0,2
4,2 0,2
5,5 0,2
7,5 0,2
10 0,2
13 0,2
18 0,2
24 10
32 10
42 10
55 10
100 10
150 10
180 10
250 10
300 100
400 100
500 100
600 100
800 100
1000 100
77

As investigações elétricas foram realizadas com um eletroresistivímetro Syscal R2


(Figura 19), com potência máxima de 250 W e voltagens de 100V, 200V, 400V e 800V. A
resistência de contato nos eletrodos foi minimizada com o uso de água salgada.

Figura 19 - Eletroresistivímetro Syscal R2.

Foram realizadas 20 SEVs com aberturas máximas de AB/2 de 350m, 500m, 800,
900m e 1000m e a distância de MN≤AB/5. As SEVs foram dispostas de modo a fornecer
melhor conhecimento da geologia da área, visando subsidiar os estudos hidrogeológicos.
As SEVs foram interpretadas usando o método do Ridge Regression (TIKHONOV &
ARSENIN, 1977), utilizando o software IPI2win. Nesta etapa, foram determinadas a
profundidade ao topo e a espessura das unidades geológicas da área e suas respectivas
resistividades. As curvas geradas em função de AB/2 e ρ foram suavizadas usando critérios
qualitativos, suavizando pontos anômalos isolados. As espessuras das unidades foram
estimadas num intervalo entre (AB/2)/2 e (AB/2)/3. Neste processo de interpretação foi
utilizado dados perfis geológicos de poços para a identificação dessas unidades nas curvas das
SEVs.
Os mapas de espessuras e profundidades das unidades geológicas foram elaborados
com a interpretação das SEVs utilizando o software Surfer 8.0 com o método de krigagem
usando o modelo de variograma linear.
78

4.2 Métodos de Hidrogeologia

4.2.1 Testes de Bombeamento


Os dados do teste de aquífero foram determinados conforme critérios apresentados por
Feitosa e Demetrio (2008).

4.2.1.1 Teste de Aquífero

O teste de aquífero consistiu no bombeamento de um poço em um intervalo de tempo,


com vazão constante e o acompanhamento da evolução dos rebaixamentos produzidos em
função do tempo em um poço de observação situado a uma distância r do poço bombeado.
O teste de aquífero foi realizado conforme CPRM (1998), no Campus da UFMT de
Sinop, no dia 18/08/12, localizado o poço bombeado (P1), nas coordenadas 665236E e
8688114S, e o poço de observação (P2), nas coordenadas 665230E e 8688166S, localizado na
Escola Municipal Thiago Aranda Martin (Figura 20).
O teste de aquífero teve duração de 5 horas e 40 minutos, sendo o início as 9:20 horas
e fim 15:00 horas. O teste foi realizado neste período de tempo devido à boa resposta do
aquífero ao bombeamento. Observou-se sua recuperação durante 2 horas.

Figura 20 - Esquema do teste de aquífero.


79

Devido a profundidade do poço de bombeamento (P1) de aproximadamente 60m,


consideramos que este poço capta água somente do Aquífero Utiariti. Para tanto os cálculos
dos parâmetros hidrodinâmicos foram somente para o aquífero Utiariti.
O poço de bombeamento (P1) com o nível estático de 5,45 m e a distância de 54,70 m
do poço de observação (P2). No poço de observação (P2) o nível estático era de 6,0 m.
Os níveis de água dentro do poço foram medidos com o medidor de nível d´água
elétrico e registrados em planilhas apropriadas.

4.2.1.2 Medição de Vazão

Para a obtenção da vazão do teste de bombeamento foi utilizado o método volumétrico


de acordo com Feitosa e Demetrio (2008) é um dos procedimentos mais simples e difundidos
para medição de vazões em testes de bombeamentos. Consiste na medição do tempo para
encher um recipiente de volume conhecido (Figura 21).

Figura 21 - Método Volumétrico.

A vazão pelo método volumétrico é dada pela seguinte equação:


(22)
80

Onde:
Q = vazão [L³/T];
V = volume [L³];
t = tempo [T].
Feitosa e Demetrio (2008) indicam como referência a seguinte classificação:
 Balde de 20 L para vazões até 3,6 m³/h.
 Tonel de 200 L para vazões entre 3,6 a 36 m³/h.

A vazão de bombeamento foi mantida constante, com valor médio de 12m³/h, onde
marcou tempo de enchimento do tambor de 170L, obtendo assim a vazão de bombeamento. A
vazão foi verificada no início do teste e a cada 20 minutos de duração do teste, com 18
verificações da vazão. A descarga da água bombeada foi a 30m do poço bombeado para evitar
o retorno nas vizinhas do poço (Figura 22).

Figura 22 - Descarga da água bombeada no teste de aquífero.


81

4.2.2 Parâmetros Hidrodinâmicos

A transmissividade, a condutividade hidráulica e o coeficiente de armazenamento


foram determinados para o Aquífero Utiariti através do método de Neumam, usando dados de
teste de aquífero de poço tubular no Campus da UFMT de Sinop. Com os dados de
rebaixamento do poço de bombeamento foram determinados apenas a transmissividade e a
condutividade hidráulica do aquífero Utiariti. Para estimar estes parâmetros foi utilizado o
software Aquifer Test.

4.2.2.1Capacidade Específica

A partir dos dados do teste de aquífero e dos dados de 18 poços do Serviço Autônomo
de Água e Esgoto de Sinop (SAAES), foi obtida a capacidade específica para o Sistema
Aquífero Parecis, pois os poços do SAAES captam água tanto do aquífero Utiariti com do
aquífero Salto da Nuvens.
A capacidade específica foi determinada pela razão entre a vazão (Q) e o rebaixamento
(s) para um determinado tempo (t) (MANOEL FILHO et al., 2008), dada pela equação
abaixo:
(23)

Onde:
CE = capacidade específica [L²T-1];
Q = vazão [L³T-1];
s = rebaixamento [L].

4.2.2.2 Porosidade Específica

Neste estudo foi utilizado o coeficiente de porosidade específica de 13%, determinado


em estudo realizados por Cutrim (2010), no município de Lucas do Rio Verde a 145 Km de
Sinop, onde também ocorre o Sistema Aquífero Parecis.
82

4.2.2.3 Transmissividade e Coeficiente de Armazenamento

A transmissividade foi calculada utilizando a metodologia proposta por Neuman, a


partir dos dados do teste de aquífero interpretados pelo software Aquifer Test e pela espessura
média do Aquífero Utiariti de 76m obtida pelas SEVs. A transmissividade é dada pela
Equação (24):

(24)

Onde:
T = transmissividade [L²/T];
r = distância radial do poço bombeado [L];
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
Kv = condutividade hidráulica vertical [L/T];
b = espessura saturada do aquífero inicial [L];

4.2.2.4 Condutividade Hidráulica

A condutividade hidráulica (K) do Aquífero Utiariti foi calculada utilizando a


metodologia proposta por Neuman, através do software Aquifer Test. A partir da
transmissividade de 2,65x10-2m²/s e a espessura de 76m, através da equação (25):

(25)

Onde:
Kr = condutividade hidráulica horizontal [L/T];
T = Transmissividade [L²/T]; e
b = espessura média do aquífero determinada pelas SEVs [L].

4.2.2.5 Raio de Influência

Para o cálculo do raio de influência do Aquífero Utiariti utilizou-se a transmissividade


2,65x10-2m²/s, o coeficiente de armazenamento 3,54x10-3 e o tempo de bombeamento do poço
83

de 20 anos, considerando que o poço seja bombeado 20 horas por dia, através da seguinte
equação:

√ (26)

Onde:
R = raio de influência do poço [L];
T = transmissividade [L²/T];
t = tempo de bombeamento do poço [T];
S = coeficiente de armazenamento do poço [T].

4.2.2.6 Cone de Rebaixamento

A partir dos dados do teste de aquífero, rebaixamento em função do tempo, da


transmissividade de 2,65x10-2m²/s e do coeficiente de armazenamento 3,54x10-3, foi obtido o
gráfico do cone de rebaixamento do aquífero Utiariti, utilizando o software Excel.

4.3 Reservas de Águas Subterrâneas

4.3.1 Estimativa de Reservas de Águas

Foram estimadas as reservas de águas permanente, reguladora (renovável) e


explotável, e a potencialidade do Sistema Aquífero Parecis, de ocorrência livre.
Neste trabalho foram utilizados dados de nível estático de poços tubulares na área de
estudo obtidos através de medidor de nível d’água elétrico, as medidas foram realizadas no
período de chuva (março/abril/2012) e no período de estiagem (agosto/2012).

4.3.2 Reserva Permanente

A reserva permanente foi calculada através da seguinte equação (REBOUÇAS, 1980;


COSTA, 1997):

(27)
84

Onde:
= volume de água de saturação [L³];
= área de ocorrência do aquífero [L²];
= espessura média saturada do aquífero [L]; e
= porosidade específica.

Desse modo, a reserva permanente será dada por:


(28)

Neste caso, devido ao sistema aquífero da área de estudo ser livre a reserva
permanente será igual ao volume de água de saturação.
Na estimativa desta reserva foi usada a dimensão da área de estudo de 644 km², a
espessura saturada média de 271 m do sistema aquífero obtida pelas SEVs e o coeficiente de
porosidade específica de 13%.

4.3.3 Reserva Reguladora ou Renovável

A reserva reguladora do Sistema Aquífero Parecis foi estimada, considerando sua


ocorrência livre, e estimada de acordo com Costa (1997) e Rebouças (1980):

(29)
Onde:
A = área de ocorrência do aquífero [L²];
= variação do nível d’água [L]; e
e = porosidade especifica.

Na estimativa da reserva renovável foi utilizada a variação do nível de água médio de


2,22m no ano hidrológico, obtido pela diferença entre os níveis mais elevados e mais baixos
da superfície piezométrica monitorado no ano hidrológico, a extensão da área de estudo de
644 km² e a porosidade específica de 13%.
85

4.3.4 Reserva Explotável e Potencialidade

A reserva explotável foi considerada como 25% da reserva reguladora, este critério
esta de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos/MT que considerou a proposta da
ANA para o Plano Estratégico da Região Hidrográfica do Tocantins e Araguaia, que
recomenda a adoção do valor de 25% da reserva reguladora. Com o objetivo de garantir a
disponibilidade hídrica superficial no período de seca (PERH, 2009). Assim:
(30)

Onde:
= reserva reguladora [L³]; e
Rexp = reserva explotável [L³].

A potencialidade do SAP foi estimada pela soma da reserva reguladora mais 30%
reserva permanente em 50anos, ou seja, 0,6% ao ano, dada pela equação seguinte:
(31)

Onde:
potencialidade do aquífero [L³];
= reserva renovável [L³], e
reserva permanente [L³].

4.3.5 Reserva Total

A reserva total deste sistema aquífero em estudo foi calculada pela soma das reservas
permanente e reguladora.

(32)
Em que:
Rt= reserva total [L³];
Rp = reserva permanente [L³]; e
Rr = reserva reguladora [L³].
86

CAPÍTULO V

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 SONDAGENS ELÉTRICAS VERTICAIS

Para este trabalho utilizamos vinte Sondagens Elétricas Verticais (SEVs) executadas
na cidade de Sinop – MT e seu entorno, distribuídas conforme Figura 23, como abertura
máxima de AB/2 de 1000m. Estas SEVs foram obtidas em 2 Trabalhos de Conclusão do
Curso de Geologia da UFMT e em 4 artigos publicados em congressos, remodeladas e
reinterpretadas. As SEVs e os respectivos trabalhos são: SEVs 1, 2 e 3 (JANSONS et al.,
2012), SEVs 4, 5 e 6 (RIBEIRO, 2009), SEVs 7, 8 e 9 (SANTOS et al., 2012), SEVs 10, 11,
12 e 13 (ANJOS, OLIVEIRA, 2011), SEVs 14, 15, 16 e 17 (DUARTE et al., 2012) e SEVs
18, 19 e 20 (GUIMARÃES et al., 2012).

Figura 23 - Mapa de localização das sondagens elétricas verticais (SEVs) executadas na cidade de Sinop – MT,
e seu entorno.
87

Os resultados das vinte SEVs estão apresentados nas Figuras 24 a 43 e na Tabela 7 e


com suas respectivas interpretações.
A SEV 1 com abertura máxima de AB/2 de 1000m, foi interpretada utilizando o
modelo de 7 camadas geoelétrica (Figura 24). As três primeiras camadas possuem a espessura
de 2,7m, que corresponde à cobertura pedológica, onde as diferentes resistividades sugerem a
heterogeneidade do solo e a atividade antrópica. A quarta e a quinta camadas, com espessura
de 47,7m e profundidade ao topo de 2,7m, representam a Formação Utiariti, caracterizada por
uma brusca elevação da resistividade. A sexta camada apresenta espessura de 350m e
profundidade ao topo aproximada de 50m, sendo correlacionada com a Formação Salto das
Nuvens, e observa-se a queda abrupta da resistividade. A sétima camada apresenta uma
resistividade de 1000 Ohm.m e espessura superior a 100m e pode ser correlacionada à
Formação Rio Ávila.

Figura 24 - Perfil geoelétrico da SEV 1 e modelo interpretativo.

A SEV 2 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada assumindo um


modelo de oito camadas (Figura 25). As três primeiras camadas representam o solo com
espessura de 5m, e a resistividade varia de 79 a 947 Ohm.m. A variação da resistividade
sugere heterogeneidade da cobertura pedológica e atividade antrópica. A quarta camada com
espessura de 45m e profundidade ao topo de 5m, corresponde a Formação Utiariti. A quinta, a
sexta e a sétima camadas, com espessura de 350m e profundidade ao topo de 50m,
correspondem a Formação Salto das Nuvens. A oitava camada apresenta uma resistividade de
2700 Ohm.m caracterizando a Formação Rio Ávila e espessura estimada superior a 150m.
88

Figura 25 - Perfil geoelétrico da SEV 2 e modelo interpretativo.

A SEV 3 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi modelada através de um


modelo geoelétrico de oito camadas (Figura 26). As três primeiras camadas representam a
cobertura pedológica, de espessura 1,6m, à variação da resistividade sugere a heterogeneidade
do material pedológico e a atividade antrópica. A quarta e a quinta camadas apresentam
espessura estimada de 48m e profundidade ao topo de 1,6m, caracterizando a Formação
Utiariti. A sexta e a sétima camadas tem espessura de 350m e profundidade ao topo de 50m,
caracterizada por uma brusca queda de resistividade, correspondendo à Formação Salto das
Nuvens. A oitava camada apresenta uma resistividade de 1883 Ohm.m e espessura maior que
100m, caracterizando a Formação Rio Ávila.

Figura 26 - Perfil geoelétrico da SEV 3 e modelo interpretativo.


89

A SEV 4 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada usando um modelo
de sete camadas (Figura 27). As três primeiras camadas, com espessura em torno de 4,5 m, e
resistividades que variam de 175 Ohm.m a 1350 Ohm.m, correspondem à cobertura
pedológica. Essa variação de resistividade sugere heterogeneidade dos materiais desse meio.
A quarta camada, com 65 m de espessura e profundidade ao topo de 4,5 m, corresponde à
Formação Utiariti. A quinta e a sexta camadas podem ser atribuídas Formação Salto das
Nuvens, com a profundidade ao topo de 69 m, a espessura estimada de 230 m e com a
resistividade variando de 90 Ohm.m a 1750 Ohm.m. A sétima camada corresponde a
Formação Rio Ávila, com espessura superior a 150m.

Figura 27 - Perfil geoelétrico da SEV 4 e modelo interpretativo.

A SEV 5 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada usando um modelo
de seis camadas (Figura 28). As três primeiras camadas referem-se à cobertura pedológica,
cuja espessura foi estimada de 3,6 m e a resistividade variou de 125 Ohm.m a 510 Ohm.m.
Essa variação da resistividade sugere caráter heterogêneo para o meio pedológico. A quarta
camada corresponde à Formação Utiariti, cuja espessura é em torno de 62 m, a profundidade
ao topo é de 3,6 metros e resistividade com pico de 3020 Ohm.m. A quinta camada, com
espessura de 170m e profundidade ao topo de 66 m, representam Formação Salto das Nuvens.
A sexta camada corresponde a Formação Rio Ávila, com espessura estimada superior a 150m.
90

Figura 28 - Perfil geoelétrico da SEV 5 e modelo interpretativo.

A SEV 6 com abertura máxima de AB/2 de 1000 m foi modelada através de um meio
de seis camadas (Figura 29). As três primeiras camadas correspondem à cobertura pedológica,
cuja espessura foi estimada de 6 metros, com resistividade entre 180 Ohm.m a 575 Ohm.m. A
quarta e a quinta camadas referem-se à Formação Utiariti, com espessura de 84 m e
profundidade ao topo de 5,8 metros e uma elevada resistividade de 3,800 Ohm.m. A sexta
camada com profundidade ao topo de 90m e espessura estimada de 240m corresponde à
Formação Salto, caracterizada pela queda de resistividade de 120 Ohm.m. A sétima camada
com profundidade ao topo de 330 m e espessura estimada superior a 200m corresponde a
Formação Rio Ávila.

Figura 29 - Perfil geoelétrico da SEV 6 e modelo interpretativo.


91

A SEV 7 com abertura máxima de AB/2 de 500m, foi interpretada utilizando o modelo
de 7 camadas (Figura 30). As três primeiras camadas possuem uma espessura em torno de 4m,
correspondente a cobertura pedológica, cuja variação de resistividade sugere a
heterogeneidade do material pedológico. A quarta e a quinta camada, com espessura de 74m e
profundidade ao topo em torno de 4m, representam a Formação Utiariti, com uma brusca
elevação da resistividade. A sexta e a sétima camadas com profundidade ao topo de 78m,
correlacionada a Formação Salto das Nuvens, caracterizada pela queda abrupta da
resistividade e espessura estimada superior a 59m.

Figura 30 - Perfil geoelétrico da SEV 7 e modelo interpretativo.

A SEV 8 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando o


modelo de 7 camadas (Figura 31). As três primeiras camadas possuem uma espessura
aproximada de 5m correspondente a cobertura pedológica, onde as diferentes resistividades
sugere a heterogeneidade do solo. A quarta e a quinta camada, com espessura em torno de
91m e profundidade ao topo em torno de 5m, representam a Formação Utiariti, caracterizada
pela ascensão da curva de resistividade. A sexta camada apresenta espessura estimada de
180m e profundidade ao topo aproximada de 96m, que corresponde a Formação Salto das
Nuvens, caracterizada pela queda abrupta da resistividade. A sétima camada apresenta uma
resistividade de 300 Ohm.m e espessura estimada superior a 150m e pode ser correlacionada à
Formação Rio Ávila.
92

Figura 31 - Perfil geoelétrico da SEV 8 e modelo interpretativo.

A SEV 9 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando o


modelo de sete camadas (Figura 32). As três primeiras camadas possuem uma espessura
aproximada de 4,5m, que corresponde à cobertura pedológica, onde a variação da
resistividade sugere a heterogeneidade do material pedológico. A quarta e a quinta camada,
com espessura aproximada de 125m e profundidade ao topo de 4,5m representam a Formação
Utiariti. A sexta camada apresenta espessura estimada de 170m e profundidade ao topo de
129m pertencente a Formação Salto das Nuvens. A sétima camada apresenta uma
resistividade de 230 Ohm.m e espessura superior a 150m, e pode ser correlacionada à
Formação Rio Ávila.

Figura 32 - Perfil geoelétrico da SEV 9 e modelo interpretativo.


93

A SEV 10 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando um


modelo de oito camadas (Figura 33). As três primeiras camadas correspondem a cobertura
pedológica, com espessura de 2,5m e resistividade entre 125 a 519 Ohm.m, o que sugere
diferenças no material pedológico. A quarta camada possui espessura estimada de 97 m e
profundidade ao topo de 2,5 m, que corresponde a Formação Utiariti. A quinta e a sexta
camadas refere-se à Formação Salto das Nuvens, que apresenta uma espessura de 200 m e
profundidade ao topo de 99 m. A sétima e a oitava camadas pertencente à Formação Rio
Ávila, possui espessura superior a 261 m.

Figura 33 - Perfil geoelétrico da SEV 10 e modelo interpretativo.

A SEV 11 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando um


modelo de oito camadas geoelétrica (Figura 34). As três primeiras camadas correspondem a
cobertura pedológica, com espessura estimada de 4,0 m e a resistividades entre 187 a 1077
Ohm.m, o que sugere diferenças no material pedológico. A quarta e quinta camadas possuem
espessura de 110m e profundidade ao topo de 4,0 m, correspondente a Formação Utiariti. A
sexta e a sétima camadas referem-se à Formação Salto das Nuvens, que apresenta uma
espessura de 224 m e profundidade ao topo de 114m. A oitava camada pertencente à
Formação Rio Ávila, possui espessura superior a 150m.
94

Figura 34 - Perfil geoelétrico da SEV 11 e modelo interpretativo.

A SEV 12 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando um


modelo de sete camadas (Figura 35). As três primeiras camadas possuem uma espessura
estimada de 5,0 m, referente a cobertura pedológica, cuja variação de resistividade sugere
heterogeneidade do material pedológico. A quarta e quinta camadas possuem espessura
estimada de 110 m e profundidade ao topo de 5,0 m, com ascensão da resistividade
correlacionada a Formação Utiariti. A sexta e a sétima camadas referem-se à Formação Salto
das Nuvens, que apresenta uma espessura estimada superior a 250 m e profundidade ao topo
de 115 m, caracterizada pela brusca queda da resistividade.

Figura 35 - Perfil geoelétrico da SEV 12 e modelo interpretativo.


95

A SEV 13 com abertura máxima de AB/2 de 500m foi interpretada utilizando um


modelo de seis camadas (Figura 36). As três primeiras camadas correspondem a cobertura
pedológica, com espessura estimada em torno de 5,0 m e a resistividades entre 186 a 1188
Ohm.m. A quarta camada possui espessura estimada de 70 m e profundidade ao topo de 4,9 m
correspondente a Formação Utiariti, caracterizada pela elevação abrupta da resistividade. A
quinta camada apresenta declínio da resistividade correlacionada à Formação Salto das
Nuvens, que apresenta espessura de 100 m e profundidade ao topo de 75 m. A sexta camada
pertencente à Formação Rio Ávila possui espessura estimada superior a 100 m.

Figura 36 - Perfil geoelétrico da SEV 13 e modelo interpretativo.

A SEV 14 com abertura máxima de AB/2 de 900m foi interpretada utilizando o


modelo de sete camadas (Figura 37). As três primeiras camadas possuem uma espessura
estimada de 5,0m referente à cobertura pedológica, onde as diferentes resistividades sugerem
a heterogeneidade do solo e a atividade antrópica. A quarta e a quinta camada, com espessura
de 60m e profundidade ao topo de 5,0m, representam a Formação Utiariti, caracterizada por
uma brusca elevação da resistividade. A sexta e a sétima camada com espessura estimada
maior que 150m correlacionada com a Formação Salto das Nuvens e caracterizada pela queda
abrupta da resistividade.
96

Figura 37 - Perfil geoelétrico da SEV 14 e modelo interpretativo.

A SEV 15 com abertura máxima de AB/2 de 800m foi interpretada utilizando o


modelo de seis camadas geoelétricas (Figura 38). As duas primeiras camadas correspondem à
cobertura pedológica com espessura estimada de 4,7m, onde as diferentes resistividades
sugere a heterogeneidade do solo. A terceira e a quarta camada com a ascensão da curva de
resistividade corresponde a Formação Utiariti, com espessura de 50m e profundidade ao topo
de 4,7m. A quinta camada apresenta espessura estimada superior a 160m, representando a
Formação Salto das Nuvens, caracterizada pelo declínio da curva de resistividade.

Figura 38 - Perfil geoelétrico da SEV 15 e modelo interpretativo.


97

A SEV 16 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando o


modelo de seis camadas geoelétricas (Figura 39). As três primeiras camadas possuem uma
espessura estimada de 6,0m que corresponde à cobertura pedológica. A quarta camada, com
espessura de 90m e profundidade ao topo de 6,0m representam a Formação Utiariti. A quinta
camada apresenta espessura de 200m e profundidade ao topo estimada de 96m, sendo
correlacionada com a Formação Salto das Nuvens, caracterizada pela queda abrupta da
resistividade. A sexta camada apresenta uma resistividade de 1908 Ohm.m e espessura maior
que 150m e pode ser correlacionada à Formação Rio Ávila.

Figura 39 - Perfil geoelétrico da SEV 16 e modelo interpretativo.

A SEV 17 com abertura máxima de AB/2 de 350m foi interpretada utilizando um


modelo de oito camadas (Figura 40). As três primeiras camadas correspondem a cobertura
pedológica, com espessura de 3,4 m e a resistividade entre 170 a 1079 Ohm.m, o que sugere
heterogeneidade no material pedológico. A quarta, a quinta e a sexta camadas possuem
espessura de 77,5 m e profundidade ao topo de 3,4 m que referem-se à Formação Utiariti. A
sétima e a oitava camadas representam a Formação Salto das Nuvens, caracterizada queda
brusca da resistividade, com espessura estimada superior a 100 m e profundidade ao topo de
81 m.
98

Figura 40 - Perfil geoelétrico da SEV 17 e modelo interpretativo.

A SEV 18 com abertura máxima de AB/2 de 1000m foi interpretada utilizando um


modelo de nove camadas (Figura 41). As três primeiras camadas correspondem a cobertura
pedológica, com espessura de 4,3 m e resistividade entre 90 a 339 Ohm.m. A quarta e quinta
camadas possuem espessura de 72 m e profundidade ao topo de 4,3 m que referem-se a
Formação Utiariti. A sexta e a sétima camadas estão correlacioandas à Formação Salto das
Nuvens, que apresenta uma espessura de 115 m e profundidade ao topo de 72 m. A oitava e a
nona camadas pertencentes à Formação Rio Ávila, possui espessura superior a 100 m, com
resistividades entre 4033 Ohm.m a 11761 Ohm.m.

Figura 41 - Perfil geoelétrico da SEV 18 e modelo interpretativo.


99

A SEV 19 com abertura máxima de AB/2 de 1000 m foi interpretada utilizando um


modelo de oito camadas (Figura 42). As três primeiras camadas pertencem à cobertura
pedológica, com espessura de 2,7 m. A quarta, a quinta e a sexta camadas correspondem a
Formação Utiariti, com espessura totalizada em 60m e profundidade ao topo de 2,7 m. A
sétima camada refere-se à Formação Salto das Nuvens, com espessura por volta de 80m,
profundidade ao topo com 63 m e a resistividade de 73 Ohm.m. A oitava camada possui uma
espessura superior a 250 m e resistividade de 3403Ohm.m caracterizando a Formação Rio
Ávila.

Figura 42 - Perfil geoelétrico da SEV 19 e modelo interpretativo.

A SEV 20 com abertura máxima de AB/2 de 1000 m foi interpretada utilizando um


modelo de oito camadas (Figura 43). As duas primeiras camadas possuem espessura de 2,7 m
e resistividades entre 172 Ohm.m a 467 Ohm.m. Ambas as camadas correspondem a
cobertura pedológica cuja as diferentes resistividades condis com a heterogeneidade do solo.
A terceira, a quarta e a quinta camadas pertencem a Formação Utiariti, com espessura de
99,5m e profundidade ao topo de 2,7m. A sexta, a sétima e a oitava camadas referem-se à
Formação Salto das Nuvens com espessura superior a 230m e resistividade de 276 Ohm.m.
100

Figura 43 - Perfil geoelétrico da SEV 20 e modelo interpretativo.

Observa-se em todas as curvas de SEV que o comportamento da resistividade mantém


um padrão (crescente ou decrescente) para as mesmas unidades geológicas, o que está
coerente com a litologia de cada uma dela. Este comportamento, associado com o
conhecimento da coluna estratigráfica da área facilitaram a estimativa da espessura e da
profundidade dessas unidades geológicas.
Os dados das vinte SEV foram utilizados para elaborar a Tabela 7, que apresenta as
espessuras, profundidades ao topo da Formação Utiariti, da Formação Salto das Nuvens e da
Formação Rio Ávila estimadas pelas vinte SEVs apresentadas acima e suas coordenadas
UTM.
A Tabela 7 mostra que a espessura da cobertura pedológica na área variou de 1,6m a
6,0m, da Formação Utiariti variou de 45 m a 125 m, da Formação Salto das Nuvens ficou com
valores entre 59m a 350m e a Formação Rio Ávila variou de 100m a 260m. Já a profundidade
ao topo da Formação Utiariti ficou entre 1,6m a 6,0m e da Formação Salto das Nuvens variou
de 50m a 129m.
101

Tabela 7 - Espessura (h), profundidade (d) do topo das unidades geológicas estimadas pelas SEVs e coordenadas
UTM (Meridiano 57ºW, Sistema WGS84).
Fm. Salto das
Geologia Solo Fm. Utiariti Fm. Rio Ávila
Nuvens
SEVs Coordenadas h (m) d(m) h (m) d(m) h (m) d(m) h (m) d(m)
SEV1 663746/8696012 2,7 0 47 2,7 350 50 >100 -
SEV2 665478/8694280 5,0 0 45 5,0 350 50 >200 -
SEV3 669800/8694839 1,6 0 48 1,6 350 50 >100 -
SEV4 665829/8688222 4,5 0 65 4,5 230 69 >150 -
SEV5 659030/8689094 3,6 0 62 3,6 170 66 >150 -
SEV6 665306/8693534 5,8 0 84 5,8 240 90 >200 -
SEV7 667828/8685704 3,8 0 74 3,8 59 78 - -
SEV8 669524/8683060 5,0 0 91 5,0 180 96 >150 -
SEV9 669983/8687428 4,5 0 125 4,5 170 129 >150 -
SEV10 659056/8683532 2,5 0 97 2,5 200 99 >261 -
SEV11 659197/8684786 4,0 0 110 4,0 214 114 >150 -
SEV12 658623/8682792 5,0 0 110 5,0 >250 115 - -
SEV13 660555/8685548 4,9 0 70 4,9 100 75 >100 -
SEV14 661191/8680543 5,0 0 60 5,0 >150 65 - -
SEV15 662316/8676557 4,7 0 50 4,7 >160 55 - -
SEV16 663491/8682358 6,0 0 90 6,0 200 96 >150 -
SEV17 661793/8680184 3,4 0 77 3,4 >100 81 - -
SEV18 661708/8673731 4,3 0 68 4,3 115 72 >100 -
SEV19 662915/8675044 2,7 0 60 2,7 80 63 >250 -
SEV20 657097/8674953 2,7 0 99 2,7 >230 103 - -

A partir dos dados apresentados na Tabela 7 foram elaborados os mapas de espessuras e


de profundidades ao topo, das unidades geológicas, em 2D e 3D utilizando o software Surfer
8.0.
Conforme a Tabela 7 e as Figuras 44 e 45 na área a espessura da cobertura pedológica
varia de 1,6 m a 6m, estando os valores de 6m até 4 m situados do nordeste até parte do
centro, oeste e leste da área. Valores menores que 4 m estão situados nas regiões das bordas
da área, sendo o menor valor a nordeste da área com 3m.
102

Figura 44- Mapa de espessura da cobertura pedológica.

Figura 45 - Mapa de espessura em 3D da cobertura pedológica.


103

De acordo com os mapas das Figuras 46 e 47 a espessura da Formação Utiariti varia


de 45 m a 125 m, sendo que valores de 80 m a 125 m ocorrem do nordeste a oeste e valores de
45 m a 80 m no restante da área.
Sobre a Formação Utiariti existe apenas a cobertura pedológica, por se tratar de solo, a
profundidade ao topo desta formação esta relacionada à variação da espessura de solo. Assim,
a maior profundidade ao topo é de 6,0m a sudoeste do mapa e a menor é a nordeste de 1,6m
do mapa. Aumenta de nordeste para sudoeste (Figura 44 e 45).

Figura 46 - Mapa de espessura da Formação Utiariti.


104

Figura 47 - Mapa de espessura em 3D da Formação Utiariti.

A espessura da Formação Salto das Nuvens varia entre 59 m a 350 m (Figura 48 e 49),
sendo que as de 59 m até 180 m estão situadas do centro até o sul e oeste da área, e espessuras
entre 180 m e 350 m estão no restante da área. A profundidade ao topo desta formação varia
de 45 m a 130 m, sendo que os valores de 85 m a 130 m ocorrem de nordeste a oeste e os
valores de 50 m a 85 m no restante da área (Figura 50 e 51). Como a Formação Rio Ávila é o
substrato de algumas SEVs, então não foi possível estimar a sua espessura.
105

Figura 48 - Mapa de espessura da Formação Salto das Nuvens.

Figura 49 - Mapa de espessura em 3D da Formação Salto das Nuvens.


106

Figura 50 - Mapa de profundidade ao topo da Formação Salto das Nuvens.

Figura 51 - Mapa de profundidade ao topo em 3D da Formação Salto das Nuvens.


107

A Tabela 8 apresenta as espessuras e as profundidades ao topo mínima, média e


máxima da Formação Utiariti e da Formação Salto das Nuvens estimadas pelas SEVs.
Tabela 8 - Espessuras e profundidades ao topo das Formações Utiariti e Salto das Nuvens.
Formação Utiariti Formação Salto das Nuvens
Espessura (m) Profundidade ao Espessura (m) Profundidade ao
topo (m) topo (m)
Mínima 45 1,6 59 50
Média 76 4,3 195 81
Máxima 110 8,3 350 129

Os parâmetros hidrodinâmicos e os dados produzidos pelas sondagens elétricas


verticais com relação à espessura foram utilizados para as estimativas das reservas de águas
subterrâneas do Sistema Aquífero Parecis, composto pelo Aquífero Utiariti e Salto das
Nuvens. A profundidade ao topo dos aquíferos é um parâmetro utilizado em estudos de
vulnerabilidade a contaminação de aquíferos, devido sua influência no tempo de trânsito dos
contaminantes.
A Figura 52 apresenta a localização do perfil geológico A-B, de direção NE –SW.

Figura 52 – Localização do perfil geológico A-B de direção de NE-SW.


108

A Figura 53 apresenta o perfil geológico esquemático A-B, de direção NE-SW,


elaborado a partir do mapa geológico e das espessuras da cobertura pedológica, da Formação
Utiariti e da Formação Salto das Nuvens estimadas pelas SEVs 2, 6, 16, 15 e 18.
A espessura da Formação Rio Ávila está indefinida, pois esta formação é o substrato
da SEV, a sua espessura esta variando de 100 m a 250 m, mas podendo ser superior.

Figura 53 - Perfil geológico esquemático construído com base nas SEVs 2, 6, 16, 15 e 18 e no mapa geológico.
109

5.2 HIDROGEOLOGIA

5.2.1 Teste de Aquífero


O teste de aquífero foi realizado no dia 18/08/12. O poço bombeado (P1) está
localizado no Campus da UFMT em Sinop e o poço de observação (P2) localizado na Escola
Municipal Thiago Aranda Martin.
Os dados do rebaixamento do poço P1 (Tabela 9 e Figura 54) mostram uma rápida
estabilidade a partir de 5 minutos de bombeamento. Assim, como os dados de recuperação
desse poço mostram que 97% do nível estático foi recuperado após 3,5 minutos do
desligamento da bomba (Tabela 10 e Figura 55).
A Tabela 9 apresenta os valores do nível dinâmico (ND) e do rebaixamento (s = ND –
NE), no tempo, para o poço tubular bombeado.
110

Tabela 9 - Dados do teste de bombeamento do poço P1.


NE = 5,45 m
Tempo (min) ND (m) s (m) = ND - NE
0,5 10,15 4,7
1,0 10,25 4,8
1,5 10,28 4,83
2,5 10,31 4,86
3,5 10,37 4,92
4,5 10,41 4,96
5,5 10,43 4,98
6,5 10,45 5,0
8,5 10,45 5,0
10,5 10,46 5,01
12,5 10,46 5,01
17,5 10,46 5,01
22,5 10,46 5,01
27,5 10,46 5,01
32,5 10,47 5,02
42,5 10,47 5,02
52,5 10,47 5,02
67,5 10,49 5,04
82,5 10,49 5,04
97,5 10,51 5,06
127,5 10,52 5,07
157,5 10,55 5,10
217,5 10,56 5,11
277,5 10,56 5,11
337,5 10,57 5,12
341,5 10,57 5,12
ND = Nível Dinâmico; NE = Nível Estático
111

5,2

5,1

5
Rebaixamento (m)

4,9

4,8

4,7

4,6

4,5

4,4
5,5

127,5
157,5
217,5
277,5
337,5
0

1
0,5

1,5
2,5
3,5
4,5

6,5
8,5
10,5
12,5
17,5
22,5
27,5
32,5
42,5
52,5
67,5
82,5
97,5
Tempo (min)

Figura 54 - Dados do teste de bombeamento do poço P1.

Tabela 10- Dados de recuperação do poço P1.


Tempo (min) ND (m)
0,5 6,13
1,0 5,70
1,5 5,66
2,5 5,62
3,5 5,60
4,5 5,59
5,5 5,59
6,5 5,59
8,5 5,58
10,5 5,58
12,5 5,57
17,5 5,56
22,5 5,56
27,5 5,56
37,5 5,56
52,5 5,55
67,5 5,54
82,5 5,53
97,5 5,53
ND = Nível Dinâmico
112

6,2
6,1
Recuperação (m) 6
5,9
5,8
5,7
5,6
5,5
5,4
5,3
5,2
0,5 1 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 8,5 10,512,517,522,527,537,552,567,582,597,5
Tempo (min)

Figura 55 - Dados de recuperação do poço P1.

Os dados do rebaixamento do poço de observação (P2) do teste de bombeamento do


poço P1 (Tabela 11 e Figura 56) mostram que o rebaixamento teve pequena oscilação de 6,01
a 6,2 m. Os dados de recuperação desse poço mostram que o nível estático foi recuperado
totalmente após 20,5 minutos do desligamento da bomba (Tabela 12 e Figura 57).
A Tabela 12 apresenta os valores do nível dinâmico (ND) e do rebaixamento (s = ND
– NE), no tempo, para o poço tubular observado, localizado a 54,70 m de distância do poço
bombeado.
113

Tabela 11 - Dados do poço de observação (P2) do teste de bombeamento do poço P1.


NE = 6,0 m
Tempo (min) ND (m) s (m) = ND - NE
1 6,01 0,01
3 6,04 0,04
5 6,05 0,05
7 6,07 0,07
9 6,04 0,04
10 6,05 0,05
11 6,08 0,08
16 6,21 0,21
21 6,22 0,22
26 6,22 0,22
37 6,21 0,21
47 6,20 0,20
57 6,22 0,22
67 6,20 0,20
82 6,20 0,20
97 6,19 0,19
112 6,07 0,19
127 6,01 0,19
142 6,13 0,19
157 6,17 0,19
172 6,19 0,18
187 6,18 0,18
202 6,19 0,19
217 6,18 0,18
232 6,20 0,20
247 6,20 0,20
ND = Nível Dinâmico; NE = Nível Estático; s = rebaixamento
114

0,25

0,2
Rebaixamento (m)

0,15

0,1

0,05

0
0 3 7 10 16 26 47 67 97 127 157 187 217 247 277 307
Tempo (min)

Figura 56 - Dados do poço (P2) do teste de bombeamento do poço P1.

Tabela 12 - Dados de recuperação do poço P2 do teste de bombeamento do poço P1.


Tempo (min) ND (m)
0,5 6,19
1,0 6,18
1,5 6,18
2,5 6,19
3,5 6,17
4,5 6,18
5,5 6,18
7,5 6,17
9,5 6,17
11,5 6,17
13,5 6,18
15,5 6,03
20,5 6,01
25,5 6,00
30,5 6,00
35,5 6,00
40,5 6,00
45,5 6,00
50,5 6,00
ND = Nível Dinâmico
115

6,25

6,2

6,15
Recuperação (m)

6,1

6,05

5,95

5,9
0

1
0,5

1,5
2,5
3,5
4,5
5,5
7,5
9,5

20,5
11,5
13,5
15,5

25,5
30,5
35,5
40,5
45,5
50,5
55,5
Tempo (min)

Figura 57 - Dados de recuperação do poço P2 do teste de bombeamento do poço P1.

Através deste teste de aquífero do poço P1 foram estimados os coeficientes de


transmissividade, condutividade hidráulica e o coeficiente de armazenamento para o Aquífero
Utiariti, considerando que o P1, devido a sua profundidade aproximada de 60 m, explota
somente do aquífero Utiariti.
A vazão do teste de bombeamento do poço P1 variou de 11,77 a 12,49 m³/h, com valor
médio de 12,00 m³/h (Tabela 13 e Figura 58). Como a vazão foi obtida através do método
volumétrico, esta variação se deve a imprecisão da medição do tempo.
116

Tabela 13 - Dados da vazão bombeada no teste de bombeamento do poço P1.


Intervalo do Teste (min) Tempo (s) Volume (l) Vazão (l/s) Vazão (m³/h)
2 51 170 3,33 12,00
4 52 170 3,27 11,77
6 52 170 3,27 11,77
26 49 170 3,47 12,49
46 51 170 3,33 12,00
66 50 170 3,40 12,24
86 51 170 3,33 12,00
106 52 170 3,27 11,77
126 51 170 3,33 12,00
166 52 170 3,27 11,77
206 51 170 3,33 12,00
266 51 170 3,33 12,00
326 50 170 3,40 12,24
386 52 170 3,27 11,77
446 51 170 3,33 12,00
506 50 170 3,40 12,24
566 51 170 3,33 12,00
626 52 170 3,27 11,77
Média 3,33 12,00

13
12,8
12,6
12,4
Vazão (m³/h)

12,2
12
11,8
11,6
11,4
11,2
11
2 4 6 26 46 66 86 106 126 166 206 266 326 386 446 506 566 626
Tempo (min)

Vazão (m³/h) Vazão média (m³/h)

Figura 58 - Dados de vazão do teste de bombeamento do poço P1.


117

5.2.2 Capacidade Específica

A capacidade específica variou de 1,06m²/h a 4,17m²/h, com valor médio de 2,75 m²/h
para o Sistema Aquífero Parecis, conforme apresentada na Tabela 14.

Tabela 14 - A capacidade específica para o Sistema Aquífero Parecis.


Longitude Latitude Profundidade s = (ND - NE) Vazão CE
Poço NE (m) ND (m)
E S (m) (m) (m³/h) (m²/h)
PT1 663773 8689150 86 5,8 38 32,2 120 3,73
PT2 662405,31 8687675,23 95 6,0 20 14,0 52 3,71
PT3 663203,4 8690724,84 100 6,0 49 43,0 105 2,44
PT4 663889,45 8689526,82 100 5,9 46 40,1 100 2,49
PT5 661335,03 8690894,9 140 6,0 51 45,0 115 2,56
PT7 661874,68 8685889,33 94 5,8 20 14,2 15 1,06
PT8 662160,52 8690632,71 100 5,3 38 32,7 110 3,36
PT9 662893,79 8686722,86 140 5,9 54 48,1 96 2,00
PT10 662613,37 8686801,18 140 6,0 54 48,0 96 2,00
PT11 661183,8 8674234,7 140 5,8 29 23,2 96 4,14
PT12 662880,91 8681352,26 100 6,0 25 19,0 25 1,32
PT13 661301,73 8691121,22 128 6,0 30 24,0 100 4,17
PT17 666305,4 8682657,3 40 7,0 13 6,0 14,4 2,40
PT18 661773,17 8679486,67 84 20 35 15,0 40,5 2,70
PT19 664881,75 8693920,26 68 6,0 20 14,0 32,9 2,35
PT21 665513,53 8691532,15 80 5,0 20 15,0 40,5 2,70
PT22 661148,17 8673908,57 84 24 39 15,0 34 2,27
PT23 659629,98 8689311,98 128 5,0 29 24,0 60 2,50
PT24 665236,847 8688114,180 60 5,5 10,6 5,1 12 2,34
PT24= Poço realizado o teste de aquífero; ND = Nível dinâmico; NE = Nível estático; s = Rebaixamento;
CE = Capacidade especifica.
118

A Figura 59 apresenta as localizações dos poços tubulares da SAAES e do poço do


teste de aquífero, utilizados para o cálculo da capacidade específica.

Figura 59 - Localização dos poços tubulares da SAAES e do poço de teste de aquífero.

5.2.3 Nível Estático de Poços Tubulares


Neste trabalho utilizaram-se dados de nível estático 10 poços tubulares (Tabela 15)
distribuídos na área de estudo (Figura 60). Foram medidos os níveis estáticos no período de
estiagem (agosto/2012) e no período de chuvas (março/abril/2012), assim obteve-se a
variação do nível de água no ano hidrológico (Δh).
119

Tabela 15 - Dados de nível estático de poços do Aquífero Uitariti, obtidos no ano hidrológico na área de estudo.
Coordenada UTM Altitude Nível Estático – NE (m)
Poço Usuário Δh (m)
E S (m) Março/Abril Agosto
P1 Individual 660535 8683056 370 8,36 9,89 1,53
P3 Individual 658992 8683524 374 10,91 13,33 2,42
P4 Comercial 660369 8683286 369 3,69 9,72 6,03
P10 Comercial 680310 8688299 376 2,87 5,13 2,26
P11 Serviço 665481 8688046 379 4,43 6,21 1,78
P12 Serviço 665235 8688116 379 4,25 5,45 1,2
P27 Individual 670250 8694366 368 2,85 4,28 1,43
P28 Individual 669636 8691022 369 2,5 3,8 1,3
P29 Individual 668958 8692374 376 2,45 3,16 0,71
P30 Individual 668986 8692978 370 2,2 2,9 0,7
P31 Individual 667730 8691778 371 2,8 5,42 2,62
P32 Individual 668077 8690474 369 2,0 4,96 2,96
P33 Individual 668356 8688510 373 1,35 4,33 2,98
P34 Individual 662662 8696546 372 5,5 8,67 3,17
Média 2,22
Δh = variação do nível de água no ano hidrológico.

Figura 60 - Localização dos poços tubulares medidos o nível estático na área de estudo.
120

5.2.4 Estimativas das Reservas de Água Subterrânea e da Potencialidade

As reservas de água subterrânea do Sistema Aquífero Parecis foram estimadas


considerando a porosidade específica de 13%, a variação do nível de água no ano hidrológico
(Δh) de 2,22 m, a espessura de 271m e a área de 644 km².
Na reserva permanente foi utilizada a dimensão da área de estudo de 644 km², a
espessura saturada média de 271 m do SAP e o coeficiente de porosidade específica de 13%.
Na reserva reguladora foi utilizada a variação do nível de água no ano hidrológico
médio de 2,22 m, a extensão da área de estudo de 644 km² e a porosidade específica de 13%.
A reserva explotável foi considerada como 25% da reserva reguladora e a reserva total
é a soma das reservas permanente e reguladora.
A potencialidade foi estimada pela soma da reserva reguladora mais 30% da reserva
permanente em 50 anos, ou seja, 0,6% ano.
No Sistema Aquífero Parecis, na área em estudo, as reservas permanente, reguladora,
total e explotável foram estimadas em 226,9x108m³, 18,58x107m³/ano, 228,74x108m³ e
4,6x107m³/ano. E a potencialidade foi estimada em 32,2x107m³/ano (Tabela 16).

Tabela 16 - Reservas de água do Sistema Aquífero Parecis.


Reserva Volume de Água
Permanente 226,9x108m³
Reguladora 18,58x107m³/ano
Total 228,74x108m³
Explotável 4,6x107m³/ano
Potencialidade 32,2x107m³/ano

Para avaliar o impacto da captação sobre a reserva explotável do Sistema Aquífero


Parecis foi considerada como reserva explotável 25% da reserva reguladora do SAP, ou seja,
4,6x107m³/ano.
Conforme Boldrin (2012) o SAAES captou no ano de 2011 o volume de água de
9.698.734m³ e os proprietários particulares de poços captaram 1.948.993m³. Assim, no ano de
2011 o SAAES captou 21% do volume de água disponível da reserva explotável do SAP e os
proprietários de poços particulares captaram aproximadamente 4,2% da reserva explotável,
resultando na extração total de 25,3% da reserva explotável em 2011. Esta avaliação das
reservas subterrâneas do SAP evidencia que a exploração atual da água subterrânea em Sinop
está abaixo do seu potencial.
121

5.2.5 Transmissividade, Condutividade Hidráulica e Coeficiente de Armazenamento

Os resultados dos parâmetros hidrodinâmicos: transmissividade, condutividade


hidráulica e coeficiente de armazenamento do Aquífero Utiariti calculados a partir do teste de
produção e a partir do teste de aquífero, interpretado pelo método de Neuman, estão
apresentados na Figura 61 e 62, respectivamente, e na Tabela 17.

Figura 61 – Parâmetros hidrodinâmicos para o Aquífero Utiariti obtidos a partir do teste de produção
interpretado pelo método de Neuman.
122

Figura 62 - Parâmetros hidrodinâmicos para o Aquífero Utiariti obtidos a partir do teste de aquífero interpretado
pelo método de Neuman.

A transmissividade calculada a partir do teste de aquífero foi de 2,65x10-2m²/s e a


partir dos dados do teste de produção foi de 2,65x10-3m²/s para o Aquífero Utiariti. Observa-
se que houve uma diferença de aproximadamente uma ordem de grandeza entre eles, o que é
esperado, pois teste de aquífero produz resultados mais confiáveis e, via de regra, maiores que
dados de produção de poço.
A condutividade hidráulica calculada a partir do teste de aquífero foi de 3,49x10-4m/s
e a partir do teste de produção 3,49x10-5m/s, estando dentro da faixa de valores apresentados
por Fetter (2002) para arenito fino a médio. Nota-se que ocorreu uma diferença,
aproximadamente de uma ordem de grandeza entre os testes, o que é esperado, pois o teste de
aquífero produz resultados mais confiáveis, sendo geralmente maiores que os dados do teste
de produção de poço.
O coeficiente de armazenamento apresentou valor de 3,54x10-3, este valor está
compatível para aquífero livre e de litologias similares ao referido aquífero (HEATH, 1983;
FETTER, 2002).

Tabela 17 - Parâmetros hidrodinâmicos do Aquífero Utiariti.


Teste de Aquífero Teste de Produção
Teste
T (m²/s) K (m/s) S T (m²/s) K (m/s)
-2 -4
1 2,65 x10 3,49 x10 3,54 x10-3 2,65 x10 -3
3,49 x10-5

Os valores de transmissividade, condutividade hidráulica e coeficiente de


armazenamento indicam que o Aquífero Utiariti é um bom aquífero, capaz de armazenar e
123

liberar grandes volumes de água, corroborando as vazões produzidas por esse aquífero, e
assim continuar garantindo o suprimento de grandes demandas de água.

5.2.6 Raio de Influência e Cone de Rebaixamento

O efeito do bombeamento de poço no Aquífero Utiariti foi avaliado pelo raio de


influência e o cone de rebaixamento. O raio de influência foi obtido a partir do resultado da
transmissividade e do coeficiente de armazenamento, considerando o tempo de bombeamento
do poço de 20 anos e bombeado 20 horas por dia.
O raio de influência estimado em 495,9 m teoricamente significa que um poço
bombeando initerruptamente por 20 anos pode rebaixar o nível d’água desse aquífero até esta
distância. Através do cone de rebaixamento, pode-se observar o comportamento da variação
do rebaixamento, ao longo desse raio (Figura 63).
Esses resultados indicam que os poços que explotam o Aquífero Utiariti podem
produzir interferências entre si, cujo nível de interferência depende da distância entre os poços
e das suas vazões de explotações. Esta informação é fundamental para a gestão desse
aquífero, pois a partir dela podem ser minimizados os problemas de conflitos de usos dessas
águas.

12

10
Rebaixamento (m)

0
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Distância do Poço (m)

Figura 63 - Cone de rebaixamento do Aquífero Utiariti até 55 m do poço.


124

CAPÍTULO VI

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A técnica de sondagem elétrica vertical foi muito eficiente, pelos resultados


apresentados, na estimativa da espessura, da profundidade ao topo e na identificação das
unidades geológicas da área pesquisada. Essa eficiência está relacionada ao marcante
contraste de resistividade na curva das SEVs decorrente do grande contraste litológico das
unidades geológicas da área.
Na área de pesquisa foram identificadas as formações Rio Ávila, Salto das Nuvens e
Utiariti, assim como a cobertura pedológica. Os resultados das SEVs mostram que a
espessura da Formação Utiariti máxima é de 110 m, média de 76 m e mínima de 45 m e para a
Formação Salto das Nuvens, a espessura máxima é de 350m, média de 195m e mínima de
59m. A profundidade ao topo para a Formação Utiariti máxima de 8,3m, média de 4,3m e
mínima de 1,6 m e para a Formação Salto das Nuvens a profundidade ao topo máxima é de
129 m, a média de 81 m e a mínima de 50 m. Estes dados subsidiaram as estimativas dos
parâmetros hidrodinâmicos e das estimativas das reservas de água subterrânea deste trabalho.
A espessura e a profundidade ao topo estimadas das unidades geológicas estudadas,
podem também ser utilizadas para a elaboração de projeto de construção de poço tubular
profundo, e para a avaliação de vulnerabilidade e risco a contaminação desses aquíferos,
assim como aumenta o conhecimento hidrogeológico da área.
O Aquífero Utiariti é do tipo livre e os seus parâmetros hidrodinâmicos estimados
pelos dados do teste de aquífero foram: transmissividade de 2,65x10-2m²/s, condutividade
hidráulica de 3,49x10-4m e coeficiente de armazenamento de 3,54x10-3. Já os parâmetros
estimados pelos dados do teste de produção para o Aquífero Utiariti foram: transmissividade
de 2,65x10-3 m²/s e condutividade hidráulica de 3,49x10-5 m.
A capacidade específica dos poços do SAP variou entre 1,06 m²/h a 4,17 m²/h, com
valor médio de 2,75 m²/h.
O raio de influência estimado para bombeamento contínuo de 20 anos foi de 500m,
sendo que o comportamento do cone de rebaixamento indica que os poços que explotam água
do Aquífero Utiariti podem produzir interferências entre si, gerando conflitos de usos de água.
Com os dados dos poços (do SAAES e dos levantados em campo) e das SEVs foram
estimadas as reservas de água subterrânea para o Sistema Aquífero Parecis na cidade de Sinop
– MT e seu entorno, onde apresentaram os valores para a reserva permanente de 226,9x108m³,
125

para a reguladora de 18,58x107m³/ano, total de 228,74x108m³ e explotável de 4,6x105m³/ano,


e a potencialidade do SAP de 32,3x107m³/ano.
A partir dos parâmetros hidrodinâmicos, da estimativa das reservas de água
subterrânea e da potencialidade, pode-se concluir que o SAP é um bom sistema aquífero,
capaz de suprir grande explotações de água.
O impacto da captação de água subterrânea na região de Sinop foi de 25,3% da reserva
explotável em 2011, assim esta avaliação das reservas de águas subterrâneas do SAP
evidencia que a exploração atual de água subterrânea em Sinop esta abaixo do seu potencial.
Desta forma, este trabalho subsidia a elaboração de planos de gestão das águas
subterrâneas para a cidade de Sinop – MT e seu entorno, colabora nos estudos de
hidroeconomia aplicada a estas águas e contribui para diagnóstico das águas subterrâneas do
estado no Plano Estadual de Recursos Hídricos.
126

CAPÍTULO VII

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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