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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – UEA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CLIMA E AMBIENTE – CLIAMB

VALIDAÇÃO DOS NÍVEIS DE ÁGUA FORNECIDOS PELOS SATÉLITES


ALTIMÉTRICOS JASON 1, 2 E 3 NA BACIA AMAZÔNICA

KLEITON MORAIS DA SILVA

Manaus – Amazonas
Maio, 2019

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KLEITON MORAIS DA SILVA

VALIDAÇÃO DOS NÍVEIS DE ÁGUA FORNECIDOS PELOS SATÉLITES


ALTIMÉTRICOS JASON 1, 2 E 3 NA BACIA AMAZÔNICA

Orientadora: Profa. Dra. Joecila Santos da Silva.


Fonte Financiadora: CNPq

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-


graduação em Clima e Ambiente – INPA/UEA,
como Parte do requisito para obtenção do título de
Mestre em Clima Ambiente.

Manaus – Amazonas
Maio, 2019

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Sinopse:
O estudo objetiva a validação dos dados dos satélites
altimétricos Jason-1/2/3 para rios da bacia Amazônica.

Palavras-chave: Altimetria espacial, validação de dados altimétricos,


bacia amazônica.

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Se Deus disse que eu posso então eu
posso! Irei e não temerei mal algum.
Filipenses 4:13

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Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus, pela força do plano superior, ajudando-me a trilhar este
caminho, superar as dificuldades e a alcançar o objetivo de realizar este trabalho.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, pelo apoio


financeiro e concessão de bolsa.

À minha mãe, Sra. Rozalva Morais; ao meu pai, Sr. Francisco Chagas e aos meus irmãos, por
terem me incentivado e apoiado os meus objetivos.

À Nossa Orientadora, Professora Dra. Joecila Santos, por ter dedicado parte do seu tempo,
contribuindo para os conhecimentos adquiridos na realização deste trabalho.

Ao Dr. Adrien Paris, Prof. Dr. Bruce Nelson e aos colegas Marco Hugo e Jossandra Alves,
pelas contribuições para realização deste trabalho.

Aos colegas do Laboratório RHASA, professores e colegas do curso CLIAMB que, de forma
direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho e de minha formação no
mestrado.

A todos, muito obrigado!

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Resumo

Nos últimos anos, a altimetria espacial contribui para melhorar o desenvolvimento de


estudos hidrológicos, superando a falta de dados e aperfeiçoando os estudos na área de
hidrologia, pois, assim, obtem-se informações de forma homogênea, contínua e frequente
sobre a bacia amazônica que possui complexa variabilidade sazonal. A Agência Nacional de
Águas (ANA) possui dados de diferentes estações linimétricas (in situ) em todo o território
nacional, porém apresenta limitações de instalação e manutenção das estações. Os dados dos
satélites Jason-1/2/3 complementam as medidas das estações in situ, especialmente em
regiões onde não há medidas in situ e/ou as medidas foram interrompidas. Neste estudo, foi
elaborada a validação externa (correspondendo à estimativa altimétrica de níveis de água dos
satélites Jason-1/2/3 com dados obtidos em estações linimétricas) e validação interna
(correspondendo a estimativa altimétrica de níveis de água nos pontos de cruzamento de dois
traços do satélite Jason-1/2/3) para a bacia amazônica, através do cálculo do RMS (Root
Mean Score). Os dados dos satélites Jason-1/2/3, em conjunto com a seleção manual,
apresentaram resultados similares às séries temporais obtidas em estações linimétricas com
valores de RMSs totais para todas as estações abaixo de 0,40m para as validações externa e
interna dos satélites Jason-1/2/3.
Palavras-chave: Altimetria espacial, validação de dados altimétricos, bacia amazônica

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Abstract

In recent years, space altimetry has contributed to improve the development of


hydrological studies, overcoming the lack of data and improving studies in the area of
hydrology, obtaining information in a homogeneous, continuous and frequent way on the
Amazon basin which has a complex seasonal variability. The National Water Agency (ANA)
has data from different linymetric stations (in situ) throughout the national territory, but they
have limitations on the installation and maintenance of the stations. Data from the Jason-1/2/3
satellites complements the measurements of in situ stations, especially in regions where there
are no in situ measurements and / or measures were discontinued. In this study, external
validation (corresponding to the altimetric estimation of water levels of the Jason-1/2/3
satellites with data obtained at linimetric stations) and internal validation (corresponding to
the altimetric estimation of water levels at crossing points of two the Jason-1/2/3 satellite) for
the Amazon Basin, through the RMS (Root Mean Score) calculation. The data from the
Jason-1/2/3 satellites, together with the manual selection, presented similar results to the time
series obtained in linimetric stations with total RMS values for all stations below 0.40m for
the external and internal validations of the satellites Jason-1/2/3.

Key-words: radar altimetry, altimetry data validation, Amazon basin.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 16
1.1 Contexto e Problemática ....................................................................................... 16
1.2 Justificativa ........................................................................................................... 17
1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 18
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 18
1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 18
2. REFERENCIAL TEÓRICO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................... 19
2.2 Altimetria Espacial ................................................................................................... 19
2.2.1 Princípio da Altimetria Espacial .................................................................... 19
2.2.2 A Altimetria em Hidrossistemas Oceânicos................................................... 19
2.2.3 A Altimetria em Hidrossistemas Continentais ............................................... 20
2.2.4 Forma de onda (FO) ....................................................................................... 21
2.2.5 Satélite Jason-1............................................................................................... 22
2.2.6 Satélite Jason-2............................................................................................... 24
2.2.7 Satélite Jason-3............................................................................................... 25
2.3 Estudos de Calibração/Validação de Satélite Altimétricos em Hidrossistemas
Continentais e Oceânicos. ........................................................................................... 27
2.4 Aplicações da Altimetria Espacial na Amazônia .................................................. 28
2.5 Monitoramento Altimétrico na Amazônia – hydroweb Theia .............................. 29
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 30
3.1 Área de Estudo ...................................................................................................... 31
3.2 Dados .................................................................................................................... 32
3.2.1 Dados in situ ................................................................................................... 32
3.2.2 Dados altimétricos .......................................................................................... 33
3.2.3 Elaboração de Estações Virtuais .................................................................... 33
3.2.4 Elaboração das Séries Temporais de Nível de Água...................................... 35
3.2.5 – Validação Externa dos dados altimétricos a partir de estações linimétricas
instaladas sob o traço do satélite. ............................................................................ 36

10
3.2.6 – Validação Interna dos dados altimétricos a partir de comparação nos pontos de
cruzamentos dos traços dos satélites ....................................................................... 38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 40
4.1 Validação Dos Dados Altimétricos....................................................................... 40
4.1.1 Validação Externa .............................................................................................. 38
4.1.2 Validação Interna.................................................................................................................59

4.1.3 Análise dos Métodos de Validação Externa e Interna ........................................................66

5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS.....................................................................................68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA........................................................................................70

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Lista de Tabelas

Tabela 01- Estações Virtuais (EVs) Jason -1/2/3 utilizadas para a validação externa....44

Tabela 02- Estações linimétricas (in situ) utilizadas para a validação externa...............44
Tabela 03 - Estações virtuais (EVs) dos satélites Jason-1/2/3 utilizadas para a validação
interna..............................................................................................................................59
Tabela 04 - Estações Virtuais (EVs) do satélite Jason-1 utilizadas para a validação
externa..............................................................................................................................77
Tabela 05 - Estações linimétricas (in situ) utilizadas para a validação
externa..............................................................................................................................77
Tabela 06 - Estações Virtuais (EVs) do satélite Jason-2 utilizadas para a validação
externa..............................................................................................................................78
Tabela 07 - Estações linimétricas (in situ) utilizadas para avalidação externa...............78
Tabela 08.- Estações Virtuais (EVs) do satélite Jason-3 utilizadas para a validação
externa..............................................................................................................................79
Tabela 09 - Estações linimétricas (in situ) utilizadas para a validação externa..............79
Tabela 10- Estações Virtuais (EVs) dos satélites Jason-1/2/3 utilizadas para a validação
externa.............................................................................................................................80
Tabela 11- Estações linimétricas (in situ) utilizadas para validação externa.................80

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Lista de Figuras

Figura 1-Princípio da medida altimétrica em meio oceânico. Fonte: Silva (2010) ................. 20
Figura 2-Princípio da medida altimétrica em hidrossistemas continentais. (Fonte: Silva, 2010)
.................................................................................................................................................. 21
Figura 3- Formação do sinal do altímetro radar sob diferentes superfícies: a) em superfície
oceânica; b) em superfície continental. O eixo vertical é posicionado no momento da emissão
do pulso do radar. A informação de tempo de ida e volta é procurada na forma d do eco
refletido pela superfície do plano de água. O tempo de ida e volta é correspondente à
distribuição da energia recebida na metade da curva ascendente, passagem do verde ao
vermelho no terceiro quadro. (Fonte Mercier, 2001) ............................................................... 22
Figura 4- satélite OSTM / Jason-1 (principais componentes ). Fonte: Aviso, 2016 .............. 23
Figura 5-satélite OSTM / Jason-2 (principais componentes) . Fonte: Aviso, 2017 ............... 25
Figura 6- Principais componentes do satélite Jason-3. Fonte: Aviso, 2017 ............................ 26
Figura 7-Hydroweb com as estações virtuais de monitoramento de lagos e rios na Amazônia.
Fonte: Hydroweb-Theia, 2019 ................................................................................................. 30
Figura 8- Distribuição das estações virtuais na Bacia Amazônica (pontos em Amarelo:
validação externa), (pontos em verde: validação interna) e estações linimétricas (pontos em
vermelho) com cobertura espacial da missão Jason-1/2/3........................................................ 31
Figura 9-Visualização da EV_Manaus_063_J2 no MAPS, traço #063, do satélite Jason 2.
Polígono delimitação a EV, em preto e dados altimétricos em caracteres em formato de x. ... 34
Figura 10- Perfil hidrológico altimétrico dos dados altimétricos, caracteres em formato de
cruz, coloridos,ao longo do traço #063, do satélite Jason 2, visualização no MAPS............... 34
Figura 11- Série temporal altimétrica do traço 063, elaborada com o algoritmo Ice-1........... 35
Figura 12- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Tapajós na Estação Virtual
EV_Tapajós_228_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Itaituba (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 47
Figura 13- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Tapajós_228 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3 (série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 48
Figura 14- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Madeira na Estação Virtual
EV_Madeira_076_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Manicoré (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 55
Figura 15- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Madeira_076 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3 (série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)...................... 56
Figura 16- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Javari na Estação Virtual
EV_Javari_026_J1/2/3 (ponto amarelo ); Estação linimétrica Palmeiras do Javari (ponto
vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). .................................. 57
Figura 17- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Javari_026 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 58
Figura 18- Validação Interna dos dados altimétricos para o rio Madeira no cruzamento da
Estação Virtual EV_Madeira_076_J1/2/3 (ponto amarelo a Jusante) e
13
EV_Madeira_063_J1/2/3(ponto amarelo a montante); Estação linimétrica Manicoré (ponto
vermelho); (mosaico de i imagem do Google Earth em segundo plano). ................................ 61
Figura 19- Validação Interna dos dados altimétricos da estação EV_Madeira_063 x 076.
(cruzamento do traço 063 x traço 076): a) Jason-1(EV_Madeira_063(ponto azul
claro)x076(ponto amarelo)), b) Jason-2 (EV_Madeira_063(ponto azul escuro)x 076(ponto
laranja)); c) Jason-3 (EV_Madeira_063(ponto roxo) x 076(ponto verde)); d) Jason-1/2/3 (série
acoplada)................................................................................................................................... 62
Figura 20- Validação Interna dos dados altimétricos para o rio Javari no cruzamento da
Estação Virtual EV_Javari_026_J1/2/3 (ponto amarelo a Jusante) e EV_Javari_013_J1(ponto
amarelo a montante) ; Estação linimétrica Palmeiras do Javari (ponto vermelho); (mosaico de
imagem do Google Earth em segundo plano). ......................................................................... 64
Figura 21- Validação Interna dos dados altimétricos da estação EV_Javari_026 x 013.
(cruzamento do traço 026 x traço 013): a) Jason-1(EV_Javari_026(ponto azul
claro)x013(ponto amarelo)), b) Jason-2 (EV_Javari_026(ponto azul escuro)x 013(ponto
laranja)); c) Jason-3 (EV_Javari_026(ponto roxo) x 013(ponto verde)); d) Jason-1/2/3 (série
acoplada)................................................................................................................................... 65
Figura 22 - Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Amazonas_139 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).......................80
Figura 23- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Amazonas_228 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3 (série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 81
Figura 24- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Amazonas_102 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 82
Figura 25-Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Madeira_152 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3 (série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 83
Figura 26- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Solimões_165 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)........................ 84
Figura 27 - Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Solimões_241 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)........................ 85
Figura 28- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Negro_063 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 86
Figura 29- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Juruá_026 para os
satélites: a) Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos
verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul)....................... 87
Figura 30 - Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Amazonas_139_J1/2/3 na
Estação Virtual Amazonas_139_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Parintins (ponto
vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). .................................. 88
14
Figura 31- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Amazonas na Estação Virtual
EV_Amazonas_228_J1/2/3( ponto amarelo ); Estação linimétrica Itaituba (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 89
Figura 32- Validação dos dados altimétricos para o rio Amazonas na Estação Virtual
EV_Amazonas_102_J1/2/3( ponto amarelo ); Estação linimétrica Itaituba (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 90
Figura 33-Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Madeira na Estação Virtual
EV_Madeira_152_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Madeira (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 91
Figura 34- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Solimões na Estação Virtual
EV_Amazonas_165_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Fonte Boa (ponto
vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). .................................. 92
Figura 35- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Solimões na Estação Virtual
EV_Solimões_241_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Coari (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 93
Figura 36- Validação dos dados altimétricos para o rio Negro na Estação Virtual
EV_Negro_063_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Manaus (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 94
Figura 37- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Juruá na Estação Virtual
EV_Juruá_228_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Ipixuna (ponto vermelho);
(mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano). ..................................................... 95

15
1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto e Problemática

Nos últimos anos, a altimetria espacial tem contribuído para melhorar o


desenvolvimento de modelos hidrológicos, superando a falta de dados e aperfeiçoando
estudos na área de hidrologia (Becker et al., 2014, Paiva et al., 2013; Paiva et al., 2015;
Emery et al., 2017).
Monitorar os recursos hídricos da bacia amazônica é um desafio, devido à
complexidade da área de estudo, ao alto custo, às dificuldades operacionais de instalação e à
manutenção da rede convencional de monitoramento hidrológico, o que limita a compreensão
das variabilidades e incertezas que envolvem estudos do ciclo hidrológico nessa área (Silva,
2010).
A bacia amazônica possui área de 6,2 x 106 km2 (5% da área total continental) e vazão
média estimada de 200 x 103 m3/s (Callede et al., 2010), representando cerca de 15% do total
das águas continentais descarregadas nos oceanos (Molinier et al., 1995). Devido a sua grande
extensão, a bacia amazônica é caracterizada por uma forte variabilidade espacial da
precipitação, variando de 1500 a mais de 3000 mm/ano em diferentes regimes hidrológicos
(Espinosa et al., 2009b), possuindo vários sistemas meteorológicos atuantes, como a Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT), Alta da Bolívia (AB), Zona de Convergência do Atlântico
Sul (ZCAS) (Nobre et al., 2009).
Em áreas de difícil acesso, onde o monitoramento se torna escasso, como na bacia
Amazônica, por sua grande dimensão continental e baixa densidade populacional, necessita de
uma rede de observação que requer operações específicas, constituídos pela aquisição,
manipulação, análise e utilização da informação obtida (Costi, 2012).
Desde 1970, com o lançamento de satélites, embarcando radares altimétricos, foram
realizados estudos voltados para águas continentais, evoluindo ao longo dos anos 90, com os
satélites: ERS1 (1991-1996) e ERS2 (1995-2003), ENVISAT (2002-2010) e estudos do
oceano com o satélite TOPEX/Poséidon (1992-2006) e seus sucessores Jason-1 (2001-2008),
Jason-2 (2008 - 2016) e Jason-3 (2016 - até o presente), (Silva et al., 2010; Seyler et al., 2013;
Emery et al., 2017).

16
1.2 Justificativa

A altimetria espacial, tecnologia de sensoriamento remoto por micro-ondas, é de


grande relevância para a obtenção de informações de forma homogênea, contínua e frequente
sobre grandes regiões que possuem complexa variabilidade sazonal e são de difícil acesso
(Calmant e Seyler, 2006).
As medidas dos radares altimétricos são utilizadas em diversas aplicações, permitindo
o acesso a um conjunto heterogêneo, mas muito extenso, de dados físicos na área da
hidrologia e dos recursos hídricos, auxiliando nos estudos de altura do plano de água,
declividade e medidas de vazão (Seyler, 2009b). Um grande número de estudos utiliza o radar
altimétrico para monitorar as variações do nível de água de lagos, rios, zonas úmidas e
planícies aluviais e uma série de estudos de validação foram realizados (Crétaux et al., 2011;
Birkett et al., 2009; Frappart et al., 2006; Bhowmick et al., 2015).
A Agência Nacional de Águas (ANA) possui um sistema de informações hidrológicas
(HidroWeb), no qual se tornam disponíveis os dados de diferentes estações
hidrometeorológicas (in situ) em todo o território brasileiro, onde 435 estações fluviométricas
e 393 estações telemétricas encontram-se na bacia Amazônica (ANA, 2018). No entanto, o
monitoramento hidrológico das águas continentais possui dependência de dados de
observação in situ, porque esses dados observacionais convencionais apresentam limitações
de instalação e manutenção. A aplicação dos dados dos satélites altimétricos vem
complementar as medidas convencionais, especialmente em regiões onde as redes de
observações hidrológicas tradicionais são inexistentes e/ou foram interrompidos, devido à
grande extensão da bacia Amazônica, sendo constituída por diferentes países da América do
Sul, dificultando a obtenção dos dados nas áreas transfronteiriças (Conchy, 2016).
Neste estudo, será analisada a qualidade dos dados altimétricos através do cálculo da
acurácia dos níveis de água dos rios da bacia amazônica, visando ao fornecimento de uma
base de dados, obtidas pelos satélites Jason-1/2/3: primeiramente, nos pontos onde a órbita do
satélite passa próximo a régua linimétrica, será comparada a série temporal altimétrica com a
série temporal da régua linimétrica; em seguida, serão comparadas as medidas resultantes dos
pontos de cruzamento entre duas órbitas dos satélites com os corpos hídricos, denominada de
validação interna dos dados altimétricos. Será utilizada a metodologia baseada em estudo
similar conduzido por Silva et al. (2010). A partir deste estudo, espera-se melhorar a acurácia
nas estimativas dos níveis de água na bacia Amazônica, visando a fornecer uma base de dados
17
e avaliar a qualidade dos dados dos satélites altimétricos Jason-1/2/3, permitindo unir as séries
temporais altimétricas das missões passadas, atuais e futuras.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Obter a validação dos dados altimétricos dos níveis de água dos rios da bacia amazônica,
avaliando a qualidade dos dados estimados pelos satélites altimétricos Jason-1/2/3.

1.3.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:

I- Elaborarestações virtuais (EVs);

II– Determinar as séries temporais altimétricas de níveis de água;

III-Avaliar a acurácia das estimativas (Jason-1/2/3), comparando-os com medidas in situ das
réguas linimétricas;

IV-Avaliar a acurácia das estimativas (Jason-1/2/3), comparando-as em pontos de cruzamento


entre duas órbitas do satélite com os rios;

18
2. REFERENCIAL TEÓRICO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.2 Altimetria Espacial

2.2.1 Princípio da Altimetria Espacial

Os satélites são objetos que orbitam o planeta, possuindo um conjunto de instrumentos


específicos, designados de acordo com a missão, chamado de carga útil, dentre os quais pode-
se citar o sensor, que estima a energia refletida ou emitida pelos corpos com o qual interagem,
não havendo contato físico ou direto entre o corpo e o sensor. Neste meio, há a propagação da
radiação eletromagnética, operando em várias frequências, obtendo-se informações sobre o
corpo através de suas características (Silva, 2010).
O espetro eletromagnético é ordenado de acordo com o comprimento de onda, que vai
das ondas de rádio até os raios gama, podendo ser divididos na faixa ótica e micro-ondas. A
faixa ótica está compreendida entre os intervalos de 10-8 e 10-6m em que ocorrem os
fenômenos óticos de refração e reflexão, sendo utilizados na análise da radiação de sensores
passivos (recebem energia emitida ou refletida de um corpo por uma fonte externa, como por
exemplo a radiação solar) e a faixa de micro-ondas, compreendida entre 10-1 a 10-3m é
utilizada pelos sensores ativos (recebem informações através da radiação emitida de uma
fonte própria) (Silva, 2010).
Os radares altimétricos (Rádio Detecção And Ranging) são instrumentos instalados em
satélites que transmitem o pulso eletromagnético em direção à vertical da superfície terrestre.
O intervalo de tempo de ida do pulso à superfície terrestre e o retorno ao sensor, é medida
pelo tempo do eco refletido (Seyler, 2009a).

2.2.2 A Altimetria em Hidrossistemas Oceânicos

Segundo Silva (2010), o princípio da altimetria espacial para o meio oceânico é obtido
pelos níveis dos planos de água oceânicos h, pela diferença entre a órbita do satélite H, em

19
relação a um elipsóide de referência, e a distância altimétrica R, levando-se em consideração
as interações com a atmosfera. Figura 1, através da equação 1:

ℎ=H−R (1)

Figura 1-Princípio da medida altimétrica em meio oceânico. Fonte: Silva (2010)

Em domínio oceânico, a altura h, assim obtida, representa a soma de duas componentes:

I) A componente permanente (topografia) ou altura geométrica oceânica hg em


relação ao elipsóide; e

II) A componente variável no tempo hdyn que representa uma elevação temporária da
superfície do mar.

2.2.3 A Altimetria em Hidrossistemas Continentais

Segundo Silva (2010), estimam-se os níveis do plano de água H, das medidas


altimétricas em região continental, pela diferença entre a órbita do satélite as, em relação a um
elipsóide de referência, que descreve o modelo matemático da geometria elíptica da Terra, e a
distância entre o satélite e a superfície do plano de água ρ, onde ρ é dado por (cΔt/2), sendo c
20
a velocidade da luz no vácuo, Δt o tempo de emissão e retorno da onda eletromagnética,
δRj são as correções instrumentais, ambientais e geofísicas e hg é a ondulação geoidal, que
descreve o modelo de ondulação da superfície da Terra, como apresentado na equação e
Figura (2).

H = as – ρ + ΣδRj– hg (2)

Figura 2- Princípio da medida altimétrica em hidrossistemas continentais. Fonte: Silva, 2010

2.2.4 Forma de onda (FO)

Segundo Silva (2010), a representação da potência recebida pelo altímetro, em função


do tempo, é chamada de forma de onda (FO). É limitado o uso de dados altimétricos em
hidrossistemas continentais, devido à FO recebida pelo radar altimétrico ser uniforme na
superfície oceânica (Figura 3a) e irregular nas superfícies de hidrossistemas continentais
(Figura 3b), onde o sinal é refletido em regiões heterogêneas, devido a bancos de areia,
pequenas ilhas fluviais, vegetação intra-fluvial e água não refletida, influenciando na

21
quantidade de energia recebida pelo instrumento, o que satura o sensor, tornando a medida
inválida (Silva, 2010). Neste trabalho, será utilizado o tratamento da FO do algoritmo
Ice-1 para os satélites Jason-1/2/3, pois segundo Frappart et al.(2006a), é o que melhor se
adapta às medidas altimétricas em hidrossistemas continentais.

Figura 3- Formação do sinal do altímetro radar sob diferentes superfícies: a) em superfície oceânica; b) em
superfície continental. O eixo vertical é posicionado no momento da emissão do pulso do radar. A informação de
tempo de ida e volta é procurada na forma do eco refletido pela superfície do plano de água. O tempo de ida e
volta é correspondente à distribuição da energia recebida na metade da curva ascendente, passagem do verde ao
vermelho no terceiro quadro. Fonte: Mercier, 2001.

2.2.5 Satélite Jason-1

O Jason-1, lançado em 7 de dezembro de 2001, foi o primeiro de uma série de satélites


de vinte anos a substituir o satélite Topex/Poseidon (T/P), marcando o início da altimetria
operacional por satélite. O principal objetivo da missão é estimar a topografia da superfície do
mar, no mínimo ao mesmo nível de desempenho do T/P, fornecendo uma série temporal
contínua e estendida de medições de alta precisão da topografia oceânica, a partir do qual,
pode-se determinar a circulação geral do oceano e entender seu papel no clima da Terra, além
do apoio aos serviços oceânicos operacionais, portanto as características da órbita (período de
repetição, altitude de inclinação) do Jason-1 eram idênticas às do T/P, para garantir que as
metas da missão fossem estabelecidas. A missão Jason-1 apóia novos programas de pesquisa,
como o Programa de Variabilidade e Previsibilidade Climática (CLIVAR) e o Experimento
Global de Amostragem de Dados Oceânicos (GODAE) (AVISO, 2016).

22
A carga útil do Jason-1 (ver Figura 4) incluiu os seguintes componentes:

 Altímetro (Poseidon-2), fornecido pelo Centre National d’Etudes Spatiales (CNES)-


o principal instrumento da missão;
 Radiômetro de microondas (JMR), fornecido pela National Aeronauticsand Space
Administration (NASA) - para corrigir a estimativa do altímetro para atrasos na faixa
atmosférica induzida pelo vapor de água;
 O sistema DORIS de rádio posicionamento, fornecido pelo CNES - para
determinação da precisão de órbita, usando estações terrestres;
 Laser Reflector Array (LRA), fornecido pela NASA - para calibrar o sistema de
determinação de órbita; e
 Turbo Rogue Space Receiver (TRST), fornecido pela NASA - para fornecer dados
de posicionamento suplementares ao DORIS em apoio à função POD.

Figura 4- Satélite OSTM / Jason-1 (principais componentes). Fonte: Aviso, 2016

23
2.2.6 Satélite Jason-2

·
A Ocean Surface topografhy Mission OSTM/Jason-2 foi lançado em 20 de junho de
2008 e alcançou sua órbita repetitiva em 4 de julho de 2008. Constituído para sequenciar as
missões T/P e Jason-1. Os satélites Topex/Poseidon (T/P) (lançados em agosto de 1992 até
2005) e Jason-1 (lançado em dezembro de 2001) foram os primeiros satélites voltados para
estudos de oceanografia e mudanças climáticas, tanto em termos de pesquisa científica,
quanto de aplicações. O início do primeiro ciclo do Jason-2 ocorreu em 12 de julho,
fornecendo produtos operacionais para aplicações de assimilação e previsão. OSTM / Jason-2
foi deslocado a partir da faixa nominal no início de outubro de 2016. Depois de uma série de
manobras, o satélite atingiu a órbita intercalada em 14 de outubro de 2016, no meio de ciclo
305(AVISO, 2017).

O satélite Jason-2 possui em sua carga útil (ver Figura 5) os seguintes componentes:

 Altímetro (Poseidon-3), fornecido pelo CNES;


 Microwave Radiometer (AMR), fornecida pela NASA - para corrigir atrasos nas
estimadas do altímetro, induzidas pelo vapor de água;
 O sistema de posicionamento DORIS, fornecido pelo CNES - para determinação da
precisão da órbita utilizando estações terrestres;
 A matriz refletora Laser, fornecida pela NASA - para calibrar o sistema de
determinação da órbita;
 Um receptor de precisão GPS (GPSP), fornecida pela NASA - para fornecer dados
de posicionamento complementares para DORIS em apoio da função POD e para
aumentar e/ou melhorar os modelos de campo de gravidade;
 Detectores de radiação (Carmen-2), fornecida pelo CNES - para medir partículas de
alta energia que poderia perturbar o oscilador ultra-estável na unidade de
posicionamento DORIS;
 Telescópio partícula de luz (LPT) unidade de detecção, fornecida por Japan
Aerospace Exploration Agency (JAXA) sob responsabilidade do CNES -
complementando a estimativa da radiação recebida pelo instrumento DORIS;

24
 Tempo de transferência por Laser Link (T2L2) detectores, fornecidos pelo CNES -
para a transferência de tempo ultra precisos, para monitorar o relógio no instrumento
DORIS.

Figura 5- Satélite OSTM / Jason-2 (principais componentes). Fonte: Aviso, 2017

2.2.7 Satélite Jason-3

A missão Jason-3 segue a sequência das missões Topex / Poseidon, Jason-1 e Jason-2
e proporciona continuidade, além de garantir estimativas de alta qualidade para a ciência do
oceano e fornecer produtos operacionais para aplicações de assimilação e de previsão. O
Jason-3 foi lançado em 17 de janeiro, em 2016. O início do primeiro ciclo ocorreu em 17 de
fevereiro. O objetivo da missão era fornecer continuidade operacional para a coleta e
distribuição de dados de alta precisão e, com isso, efetivar o estudo das correntes oceânicas e
a estimativa do nível do mar, melhorando, assim, a compreensão destes fenômenos e seu
impacto sobre o clima (AVISO, 2017).

A carga útil do Jason-3 (Figura 6) inclui os seguintes componentes:

25
 Altímetro (Poseidon-3B), fornecido pelo CNES - o principal instrumento da missão;
 Microwave Radiometer (AMR), fornecida pela NASA - para corrigir atrasos nas
estimativas do altímetro, induzidas pelo vapor de água;
 O sistema de rádio posicionamento DORIS, fornecido pelo CNES - para a
determinação de precisão da órbita, utilizando estações terrestres;
 A matriz Laser refletor, fornecida pela NASA - para calibrar o sistema da órbita;
 Receptor de GPS de precisão (GPSP), fornecida pela NASA - para fornecer dados
de posicionamento complementares para DORIS em apoio da função POD e para
aumentar e / ou melhorar os modelos de campo de gravidade;
 Detectores de radiação Carmen-3, fornecida pelo CNES - para medir partículas de
alta energia que poderia perturbar o oscilador ultra-estável na unidade de
posicionamento DORIS;
 Telescópio partícula de luz (LPT) unidade de detecção, fornecida por JAXA sob
responsabilidade CNES - complementando a estimativa da radiação recebida pelo
instrumento Doris.

Figura 6- Principais componentes do satélite Jason-3. Fonte: Aviso, 2017

26
2.3 Estudos de Calibração/Validação de Satélites Altimétricos em Hidrossistemas
Continentais e Oceânicos

Estudos voltados à Calibração/Validação dos dados altimétricos em rios da bacia


Amazônica incluem comparações com medidas linimétricas tradicionais. As missões
altimétricas foram projetadas, principalmente, para estudos dos oceanos e calotas polares,
porém demonstra ser bastante útil em águas continentais (Seyler et al., 2009b). Alguns
estudos sobre calibração/validação para a bacia amazônica foram realizados, como as medidas
dos satélites altimétricos Topex/Poseidon (T/P) e Jason-2, cujos melhores resultados foram
encontrados para o satélite Jason-2 com RMS em torno de 0,35m (Seyler et al., 2013).
Birkett et al. (2002) realizaram estudos anteriores de validação para o satélite Topex
Poisedon (T/P), durante 7 anos na bacia amazônica para 50 estações in situ , obtendo RMS
médio 1,1m. Na sequência, Seyler et al. (2013), com o objetivo de melhorar os resultados
obtidos por Birkett et al. (2002), realizaram o mesmo estudo de validação, utilizando 72
estações para a bacia amazônica com o satélite Jason-2, com altímetro de melhor resolução
em comparação ao T/P, obtendo resultados de RMS abaixo de 1,1m para 18 rios da
amostragem com RMS médio de 0,31m para o satélite Jason-2. (Silva et al., 2010).
Estudos realizados na bacia amazônica, de validação entre pontos de cruzamento da
órbita do satélite com estações linimétricas in situ, mostraram que os RMS variam de 12 a 40
cm para as séries temporais do satélite ENVISAT (Ice-1 e Ice-2). Segundo Frappart et
al.(2006a), o algoritmo de tratamento, de forma de onda FO, que melhor se adapta às medidas
altimétricas em hidrossistemas continentais é o algoritmo Ice-1, tanto para o satélite
ENVISAT, quanto para o Jason-2.
Dados utilizados para estabelecer séries temporais de alturas de água em rios e lagos,
de várias partes do globo, têm origem a partir do T/P e Jason (Seyler et al., 2009b). Estudos
de calibração do Jason-1/2 foram realizados para lagos da Ásia e América do Norte e,
comparando dados de GPS instalados em boias, com dados do radar altimétrico,
demonstraram que os melhores resultados de calibração foram obtidos em regiões de lagos,
em comparação com a calibração sobre a superfície do mar. (Birkett e Beckley (2010); Cheng
et al., 2010; Cretaux et al., 2009; 2011).

27
Jarihani et al. (2013) realizaram estudos de validação para o lago Argyle e Eildon
(Austrália), utilizando o satélite Jason-2 e obtiveram RMS 0,28m e média 0,04m. Foram
realizados estudos de comparação e validação dos produtos de dados altimétricos, de nível de
água continentais para 18 lagos e reservatórios, dentro de um período de 19 anos (1992-2011),
durante os quais há uma boa correlação entre os produtos (r=0,87-0,99), utilizando-se os
satélites T/P, Jason-1 e 2 (Ricko et al., 2012).
Estudos sobre validação para superfícies oceânicas da costa da Califórnia foram
realizados com o satélite Jason-2 para o período de setembro de 2008 a junho de 2009,
obtendo resultado para o algoritmo de tratamento da superfície do gelo e forneceram
estimativas mais precisas para o nível dos oceanos (Lee et al., 2010). Estudos voltados para
lagos C. M. Birkett & B. Beckley (2010), utilizando-se do satélite Jason-2, mostraram
variações de altura de água obtidas com RMS entre 3 a 33 cm.

2.4 Aplicações daAltimetria Espacial na Amazônia

Nos últimos anos, a altimetria espacial dá sua importante contribuição para a


Amazônia, aperfeiçoando suas medidas, com a atualização de novos instrumentos altimétricos
Silva et al., (2010). Várias missões foram designadas para o monitoramento do nível dos
oceanos, (T/P, Jason-1/2/3, ERS-1/2, ENVISAT) (Silva, 2010; Palanisamy et al.,2015), sendo
a medida altimétrica adaptada para o meio continental (Troitskaya et al.,2014), e, a partir dela
foram desenvolvidos vários estudos para a região (bacia amazônica), dentre eles citam-se os
mais atuais:(Papa et al., 2012; Paiva et al., 2015; Moreira et al., 2016; Fleischmann et al.,
2016; Paris et al., 2016; Emery et al., 2017).
Há uma grande aplicabilidade dos dados altimétricos para diferentes estudos
hidrológicos como, por exemplo, a modelagem, estudos de vazão, planícies de inundação,
variação do nível de água etc. Devido a esses dados altimétricos, torna-se relevante o estudo
da validação, para obter-se um bom nível de confiabilidade dos dados altímétricos, bem como
a calibração/validação de novos satélites altimétricos, que serão atualizados e lançados
constantemente, dentre os quais podemos citar os satélites Jason-1/2/3, objeto deste estudo.
Paris et al.(2016) demonstraram a aplicação do sensoriamento remoto e da modelagem
para capturar a dinâmica e quantidade de fluxo na Bacia do rio Amazonas, descrevendo
grandes avanços para estimar padrões na descarga do rio, a partir de quase mil séries obtidas
28
dos satélites ENVISAT e Jason-2, para mais de 100 afluentes da bacia amazônica, tendo os
dados altimétricos como ferramenta simples e econômica para prever a descarga em tempo
quase real.
A comparação dos dados do satélite com a descarga in situ resulta em um coeficiente
de desempenho no valor de 0,71 para as amostras de validação e 0,77 para calibração.
Fleischmann et al. (2016) realizaram um estudo de caso na Bacia Amazônica, para grandes
rios (Purus, Madeira e Juruá) com planícies inundáveis, várzeas, onde os dados das medidas
altimétricas são aplicados, diferenciados pelo uso destas características em zonas úmidas, para
analisar a sua assimetria.
Através de uma série de experimentos numéricos e analíticos, foram demonstradas a
relação entre a velocidade de ondas de inundação e a descarga em tais sistemas, de modo que
foram responsáveis por determinar as formas hidrográficas, analisando a relação entre as
ondulações do leito e as superfícies de água para o rio Xingu. Curvas de classificação com
base em uma série de descargas modeladas e medições altimétricas, a partir de dados do
satélite ENVISAT, foram usadas para determinar variações no nível do rio Xingu. Os
resultados de calibração e de validação das elevações da superfície de água, simuladas pelo
modelo, são consistentes com os dados do satélite ENVISAT.
Emery et al.(2017) apresentam uma plataforma de assimilação de dados, que assimila
em grande escala o produto descarga pontual, derivada de medidas do satélite ENVISAT,
realizando medidas de elevação e curvas de classificação sobre toda a bacia Amazônica e
apresenta os melhores resultados globais, ao longo da bacia, ligando as variáveis observadas e
corrigidas.

2.5 Monitoramento Altimétrico na Amazônia – hydroweb theia

______O site Hydroweb Theia (http://hydroweb.theia-land.fr/) (Figura 07) disponibiliza os


dados das séries temporais altimétricas contínuas de níveis de águas dos maiores rios e lagos
da Amazônia e do mundo, sendo parceiro de várias instituições de pesquisas, como o CNES e
o Institut de Recherchepourle Développement (IRD) e UEA, através da Rede de
Monitoramento Altimétrico do Laboratório de Recursos Hídricos e Altimetria Espacial da
Amazônia (RHASA).

29
Figura 7-Hydroweb com as estações virtuais de monitoramento de lagos e rios na Amazônia.
Fonte: Hydroweb-Theia, 2019

3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho proposto corresponde ao estudo de validação dos dados do satélite


altimétrico Jason-1/2/3. A seguir, apresenta-se, neste capítulo, a área de estudo, os dados in
situ e dados altimétricos utilizados, bem como a descrição da metodologia (a elaboração de
estações virtuais, o método que será utilizado para realizar a validação externa dos dados
altimétricos, a partir de estações linimétricas instaladas sob o traço do satélite e a validação
interna dos dados altimétricos, a partir de comparação nos pontos de cruzamentos dos traços
dos satélites Jason-1/2/3).

30
3.1 Área de Estudo

Figura 8- Distribuição das estações virtuais na Bacia Amazônica (pontos em Amarelo: validação externa),
(pontos em verde: validação interna) e estações linimétricas (pontos em vermelho) com cobertura espacial da
missão Jason-1/2/3.

A área de estudo está localizada sob a bacia amazônica (Figura 8), a figura destaca os
pontos das estações virtuais (EVs), elaboradas e estudadas neste trabalho, as quais foram
selecionadas de acordo com os critérios adotados na metodologia, (ver item 3.2.5 e 3.2.6)
utilizando o satélite Jason-1/2/3, no período de 2002 a 2018.
A bacia Amazônica abrange uma área de cerca de 6 milhões de km² e se estende por
sete países: Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela. Ocupa uma área
que vai dos Andes peruanos (onde se localizam as cabeceiras do Rio Solimões) até a foz do
rio Amazonas, no Oceano Atlântico. A Região Hidrográfica Amazônica está localizada dentro
da bacia Amazônica, mas se limita ao território brasileiro. Possui uma área aproximada de
3.870 mil km² (45% do território nacional) envolvendo sete Estados: Amazonas, Acre,

31
Amapá, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Pará. É caracterizada por extensa rede
hidrográfica, com grande disponibilidade hídrica. Dentre os seus principais rios, citam-se o
Purus, Madeira, Negro, Juruá, Xingu, Solimões, Guaporé (ANA, 2017).
Importante considerar que a bacia amazônica recebe precipitação média anual de
2.460 milímetros (Molinier et al., 1995), e a distribuição sazonal de chuva na bacia amazônica
brasileira se dá de forma diferente, para diferentes regiões, pois possui diferentes
distribuições. Na parte Norte da bacia (bacia do Rio Negro), a precipitação máxima é
observada de maio a julho e de dezembro a março no Sul da bacia. Segundo Espinoza et
al.(2009), há uma oposição entre as regiões Norte e Sul tropicais da Amazônia, no verão
austral, dezembro janeiro-fevereiro (DJF) e inverno austral junho-julho-agosto (JJA).
Ao Norte, em especial no Estado de Roraima (Brasil), o pico de precipitação em JJA
está relacionado com o aquecimento da temperatura da superfície do continente, oceano
Atlântico tropical e temperatura da superfície do oceano Pacífico Oriental (Pulwarty et
al.,1998). Para o Sul, a estação chuvosa, no verão austral, está relacionada com o aquecimento
do continente (Fu et al.,1999). Segundo Guyot et al. (1999), as amplitudes dos níveis de água
(altura máxima - altura mínima) para a bacia amazônica variam de 2 a 18 m. Amplitudes
mínimas (2-4 m) mais a montante sobre os rios Branco, Jari, Xingu e Tapajós Guaporé e
máxima (15 a 18 m) à jusante dos rios Juruá, Purus e Madeira. No Rio Solimões - Amazonas,
essas amplitudes são de 12m (Teresina, perto da fronteira com o Peru - Brasil) e 15 m
(Manacapuru perto Manaus) diminuindo a 8 m (Óbidos) até 3 m (Macapá, perto da foz do rio
Amazonas).

3.2 Dados

3.2.1Dados in situ

Os dados das estações linimétricas utilizados neste estudo foram disponibilizados pela
Agência Nacional de Águas ANA, através do banco de dados HidroWeb, correspondendo às
estações próximas ao traço da órbita do satélite, para a realização da validação externa, de acordo
com a metodologia que será descrita nesta sessão. Foram selecionadas 10 estações localizadas
próximas aos traços dos Satélites Jason-1/2/3. São elas: Parintins (16350002), Tabatinga
(10100000), Manicoré (15700000), Nova Olinda do Norte (15940000), Fonte Boa

32
(12351000), Coari (13150003), Manaus (14990000), Palmeiras do Javari (10200000), Ipixuna
(12520000) e Itaituba (17730000).

3.2.2 Dados altimétricos

As missões altimétricas Jason-1/2/3 possuem órbita com inclinação de 66°, cuja órbita
não hélio-síncrona está a 1336 km de altitude média e distância inter traço, no Equador, de
aproximadamente 315 km e resolução temporal de 10 dias, operando na frequência de 13.575
GHz(banda Ku) e 5,3GHz (banda C), (AVISO, 2018).
Neste estudo, os dados da missão Jason-1/2/3 foram obtidos entre as coordenadas
geográficas de 90° de longitude oeste a 40° longitude oeste e 13° de latitude norte a 21° de
latitude sul, utilizando como algoritmo de tratamento de forma de onda (FO) Ice-1. Foram
extraídos dos traços dos satélites, a partir do banco de dados disponibilizado por FTP, da
plataforma digital AVISO+, do CNES, durante o período entre 2002 a 2018 para os satélites
Jason-1/2/3.
Foram extraídos 11 traços, totalizando 3367 ciclos de janeiro/2002 a janeiro/2009,
para o satélite Jason-1; 11 traços, totalizando 3333 ciclos de julho/2008 a setembro/2016, para
o satélite Jason-2 e 11 traços, totalizando 1155 ciclos de fevereiro/2016 a dezembro/2018,
para o satélite Jason-3 com data, latitude, longitude e altura do plano de água e as devidas
correções ambientais e geofísicas. O programa MAPS permite a realização do cálculo da medida
altimétrica com data, latitude, longitude e altitude do plano de água para utilização no presente
estudo.

3.2.3 Elaboração de Estações Virtuais

Estações Virtuais (EVs) são constituídas entre o ponto de cruzamento da passagem do


traço do satélite e a superfície de um corpo hídrico. Para a elaboração das estações virtuais, foi
utilizada a ferramenta MAPS, em conjunto com o mosaico de imagens do programa Google Earth,
em segundo plano, permitindo a seleção gráfica e visual de dados altimétricos em três dimensões
(superfície e profundidade) descritas em Silva et al. (2010), seguindo as etapas:

33
1ª. Etapa – Os dados altimétricos são selecionados através do mosaico de imagem do programa
Google Earth 7.3.1.4507(Google Earth, 2018), para localização do ponto de cruzamento do corpo
hídrico com o traço do satélite, através de um polígono delimitando as latitudes e longitudes
mínimas e máximas da estação virtual (EV) (Figura 9);

Figura 9-Visualização da EV_Manaus_063_J2 no MAPS, traço #063, do satélite Jason 2. Polígono de limitação
a EV, em preto e dados altimétricos em caracteres em formato de x.

2ª. Etapa – Os dados selecionados, utilizando-se o polígono, são exportados para a ferramenta
MAPS, a qual permite visualizar os dados através de linhas com pontos, em que cada linha
corresponde a um ciclo da passagem do satélite, sendo possível, através desta ferramenta,
selecionar as melhores medidas e excluir as medidas indesejáveis (Figura 10);

Figura 10- Perfil hidrológico altimétrico dos dados altimétricos, caracteres em formato de cruz, coloridos,
ao longo do traço #063, do satélite Jason 2, visualização no MAPS.

3ª. Etapa – De acordo com a seleção dos dados, permite-se extrair uma série temporal da altura do
nível da água, calculando-se a média e a mediana para cada ciclo da passagem do satélite em
alturas elipsoidais de nível de água, depois são convertidas em alturas geoidais, utilizando-se o
modelo de ondulação geoidal EGM2008, desenvolvido por Pavlis et al. (2008) (Figura 11);

34
Figura 11- Série temporal altimétrica do traço 063, elaborada com o algoritmo Ice-1

3.2.4 Elaboração das Séries Temporais de Nível de Água

As séries temporais de nível de água altimétrica serão obtidas utilizando-se as


medianas das medidas altimétricas e associando-se uma dispersão à mediana, de forma a
caracterizar a qualidade e confiabilidade dos resultados obtidos após a seleção dos dados. Tal
dispersão será calculada pelo desvio absoluto da mediana, mostrada pela equação 3, segundo
(Silva, 2010).

DAM = ∑ |𝐻 −𝐻 | (3)

Onde, n é o número de medidas selecionadas, Hi é a iéssima medida altimétrica selecionada e


H méd é a mediana das medidas selecionadas.

35
3.2.5 Validação Externa dos dados altimétricos a partir de estações linimétricas
instaladas sob o traço do satélite

Os níveis de água obtidos pelo radar altimétrico e pelas estações linimétricas in situ
apresentam diferenças. O radar altimétrico imageia superfícies que abrangem diversos
quilômetros, enquanto as estações linimétricas registram níveis, em pontos específicos do
corpo de água. Devido à variabilidade natural da superfície de água, produzida pela dinâmica
dos escoamentos, os níveis de água estimados pelo radar não podem igualar-se aos níveis
locais, registrados nas estações linimétricas, no entanto, podem apresentar resultados mais
coerentes quando o registro do altímetro não apresenta contaminação do sinal por ecos
parasitas (i.e, ilhas, variações topográficas, entre outras (Silva, 2010)).

A validação externa dos dados altimétricos é feita sob os seguintes critérios:

• Critério 1– A estação linimétrica estar entre 2 e 100 km da estação virtual, no entanto,


em (Silva, 2010), foram utilizadas estações com distâncias menores que 30 km, sem
aplicar a correção da declividade;
• Critério 2 – Não haver diferença hidrodinâmica entre as estações virtual e linimétrica;
• Critério 3 – Aplicar o cálculo da declividade média para a correção da declividade,
em razão das distâncias entre as estações linimétrica e virtual.

O nivelamento das alturas das séries temporais das réguas linimétricas (in situ) serão
elaboradas, utilizando-se os valores dos zeros das réguas propostos por Moreira (2016). Para a
estação linimétrica em que não houver o zero da régua pelo trabalho citado, o nivelamento
será elaborado através da comparação direta por regressão linear das cotas altimétricas com as
medidas da estação linimétrica. A seleção dos dados será executada separadamente e regressões
lineares serão computadas independentemente. Na situação em que o curso do rio encontra-se no
interior da faixa imageada pelo radar altimétrico, o coeficiente angular da regressão deve-se
igualar a 1. No entanto, seus valores oscilam no caso do satélite Jason-1/2/3, (Silva, 2010), e o
valor do coeficiente linear, somado ao valor do nível de água da estação linimétrica, aproxima-se
do nível de referência do valor altimétrico.
Neste estudo, foi adicionado o valor da declividade média para a estação linimétrica
que estão à jusante da Estação virtual (EV), ou subtrai-se a declividade média quando a

36
estação linimétrica estiver à montanteda EV, para ajustar a correção da diferença entre as
alturas das EVs e linimétricas, devido às distâncias que as separam. O cálculo da declividade
foi baseado no Índice de Hack ou da Relação Declividade-Extensão (RDE), baseado na
diferença das cotas altimétrica máximas, entre dois pontos extremos de um segmento, ao
longo do curso de água, representado por ΔH; e na projeção horizontal da extensão do
referido segmento (ΔL). Esta metodologia, proposta por Hack (1973), é utilizada no Brasil por
Etchebehere (2000). O índice de RDE pode ser aplicado nos canais fluviais por trechos ou em
sua totalidade, de acordo com a seguinte equação:

RDEs= (ΔH/ΔL) x L (4)

Onde: ΔH corresponde à diferença altimétrica entre dois pontos selecionados do curso


de água; ΔL corresponde ao comprimento do trecho analisado; L corresponde à extensão total
do canal.

Depois de aplicada a correção da declividade, calcula-se o valor eficaz ou RMS (Root


Mean Square), para verificar a margem de erro entre as medidas altimétricas e as das estações
linimétricas, definido pela Equação:

∑ (H −H ,) (5)
,
𝑅𝑀𝑆 =
n

na qual n é o número de medidas, H1,i são as medidas altimétricas e H2,i são as medidas
linimétricas.

37
3.2.6 – Validação Interna dos dados altimétricos a partir de comparação nos pontos de
cruzamentos dos traços dos satélites

Sobre os pontos de cruzamento entre traços das órbitas dos satélites e entre corpos
hídricos na bacia Amazônica, pode-se executar a validação interna dos dados altimétricos, em
decorrência das medidas serem obtidas de forma independente, entretanto, as duas passagens,
no ponto de cruzamento, não ocorrem simultaneamente, ou seja, na mesma data.
Considerando que durante esse intervalo – entre as passagens de um traço e outro – o nível do
rio não variou substancialmente, seguindo a metodologia descrita em Silva et al. (2010).
Primeiramente, calcula-se o tempo de revisita (intervalo de tempo que o satélite leva
para passar outra vez em determinado local) entre um traço e outro, pelas equações:

MÍN[(N − N ), (N − (N − N )]
∆t = R (6)
𝑁

MAX[(N − N ), (N − (N − N )] (7)
∆t = R
𝑁

Onde Δ𝑡𝑚 é o tempo de revisita, com menor intervalo de tempo, Δ𝑡𝑀 é o tempo de revisita,
com maior intervalo de tempo; 𝑁1 e 𝑁2 são os números dos traços dos satélites; 𝑁𝑇 é igual ao total
de traços do satélite e 𝑅𝑠 é o tempo de revisita total do satélite, que depende de parâmetros
orbitais. Para os satélites Jason-1/2/3 𝑁𝑇 e 𝑅𝑠 são os mesmos, 254 e 10 dias, respectivamente.
Para melhorar a acurácia das validações externa e interna das alturas das séries
temporais altimétricas, adiciona-se o valor da declividade média para a estação linimétrica
que estão a jusante da Estação virtual (EV), ou subtrai-se a declividade média quando a
estação linimétrica estiver a montante da EV, para ajustar a correção da diferença entre as
alturas das EVs e linimétricas, devido à distância que as separam. Os valores de declividade
média entre as EVs e linimétricas estão listados no item 4, nos resultados, conforme tabelas 1
e 2.

38
Para verificar a acurácia entre as medidas altimétricas das duas estações dos pontos de
cruzamento, calcula-se o valor eficaz ou RMS (Root Mean Square) definido pela Equação:

∑ (𝐻 −𝐻 , ) (8)
,
𝑅𝑀𝑆 =
𝑛

na qual n é o número de medidas, H1,i e H2,i são as medidas altimétricas dos pontos de
cruzamento entre os traços da órbita do satélite.

39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Validação dos Dados Altimétricos

Os resultados do estudo dos dados altimétricos dos satélites Jason-1/2/3 foram obtidos
a partir de 13 localizações, distribuídas ao longo da bacia amazônica, sendo elaboradas para
cada localização, três estações virtuais (EVs) com suas séries temporais para os respectivos
satélites Jason-1/2/3, totalizando um número de 39 estações, nas quais as séries temporais
foram integradas para obter uma única série para cada localização. Os dados dos satélites
Jason-1/2/3 foram processados separadamente, para a geração das séries temporais
altimétricas. Os resultados obtidos da validação externa e interna, ao longo da bacia, serão
mostrados a seguir com tabelas e figuras, descrevendo as cotas máximas e mínimas, as
amplitudes das cotas, as distâncias da estação virtual à estação in situ, a declividade média e a
RMSs das séries temporais dos satélites Jason-1/2/3, respectivamente (conforme metodologia
descrita no item 3.26).

4.1.1 Validação Externa

Para as séries temporais dos satélites Jason-1/2/3, para o algoritmo ICE-1, o menor
RMS foi 0,20m para a EV_Tapajós_139_J3. As estações altimétricas EV_Tapajós_139_J1 e
EV_Tapajós_139_J2 o RMS individual foi 0,39 e 0,20m, respectivamente. Para o satélite
Jason-3, o RMS total, considerando os três satélites Jason-1/2/3, foi 0,25m, também
considerado o menor RMS total para a EV_Tapajós_139_J1/2/3, estando localizada a 12,3 km
a montante da estação linimétrica Itaituba (17730000), com valor de declividade média total
entre os três satélites Jason-1/2/3 de 7,8 cm/km, com distância 12,3km da linimétrica Itaituba
(17730000).
A estação EV_Tapajós_139_J1/2/3 também possui a menor amplitude e cota mínima
dentre todas as estações virtuais, com os valores de 9,37m e 3,42m, respectivamente. O bom
desempenho nos resultados de RMS é atribuído porque a estação altimétrica está localizada
em uma área de seção retilínea, do canal do rio Tapajós, otimizando a estimativa do satélite e

40
a boa seleção dos dados, em comparação com a medida in situ, que também está instalada em
um canal retilíneo, possuindo, ambas, as mesmas condições hidrodinâmicas do rio (Figura 12)
e estão a menos de 30km de distância. Sugerido por (Silva, 2010), para elaborar a validação
externa, apesar de ser adicionada a correção da declividade, obtendo o mesmo nível de
referência, ao comparar as medidas de ambas estações para a validação externa.
O segundo menor RMS foi o da estação EV_Amazonas_139_J3, com RMS 0,24m.
Para as estações EV_Amazonas_139_J1 e J2 o RMS foi 0,41m e 0,38m, respectivamente,
sendo os valores de RMS encontrado por Birkett et al. (2002), utilizando o satélite Topex/
Poseidon (T/P) para a mesma EV, foi o RMS 0,38m. O RMS total, considerando os três
satélites Jason-1/2/3, é 0,29m. A estação EV_Amazonas_139_J1/2/3 possui distância de 17,6
km da linimétrica Parintins (16350002), declividade média 2,91cm/km (sendo a segunda
menor declividade dentre as estações virtuais) e amplitude média 10,22m. A
EV_Amazonas_228_J1/2/3 tem RMS total 0,31m. Os RMS individuais foram (0,39m,
EV_Amazonas_228_J1);_(0,34m_EV_Amazonas_228_J2);_e_(0,37m,_EV_Amazonas_228_
J3), sendo o RMS encontrado por Birkett et al. (2002) com o satélite (T/P) para a mesma
estação e traço de 0,67m, porém sem o uso da correção da declividade. A
EV_Amazonas_228_J1/2/3 possui distância da linimétrica Parintins (16350002), 32,6 km a
montante. Possui amplitude média entre cotas 9,71m, declividade média 2,41cm/km. (Tabelas
3 e 4). Estes valores de declividade estão de acordo com os valores encontrados por Birkett et
al. (2002) para rios da bacia amazônica.
O terceiro menor RMS total são os das estações (EV_Amazonas_102_J1/2/3),
(EV_Solimões_241_J1/2/3) e (EV_Juruá_026_J1/2/3), todos com o mesmo valor de 0,30m de
RMS. Estas estações virtuais possuem amplitude média de 13,08m, 11,97m e 12,92m,
respectivamente (Tabela 1). Valores de amplitudes para os rios Solimões e Amazonas
menores que 13 metros foram encontrados por Birkett_et_al._(2002)._A
EV_Solimões_241_J1/2/3 possui a menor distância do traço dentre todas as estações (7,53 km
entre o traço 241 e a estação linimétrica Coari (13150003), localizada a Jusante da EV).
Oliveira et al. (2011), realizando estudo de validação para o rio Juruá, utilizou o satélite
ENVISAT (2002-2010) e obteve RMS 0,30m. A declividade média dentre as estações citadas
das EV_Amazonas_102_J1/2/3), (EV_Solimões_241_J1/2/3) e (EV_Juruá_026_J1/2/3) são
respectivamente: 3,76 cm/km; 7,53 cm/km e 10,54 cm/km (Tabela 1).
Observa-se que ambas as estações possuem a mesma semelhança no seu contexto
hidrológico, como ilhas de vegetação inundada e bancos de areia às margens, os quais

41
interferem na medida altimétrica, contaminando o sinal, porém ambas as amplitudes das EVs
são aproximadas, obtendo o mesmo resultado de RMS 0,30m. Resultados de validação
encontrados por Oliveira (2018), utilizando a mesma localização da EV_Amazonas_102_J2 e
linimétrica Tabatinga (10100000) para os satélite Jason-2, obteve como resultados RMS
0,44m, porém sem aplicar a correção da declividade.
As_estações_(EV_Madeira_152_J1/2/3);_(EV_Negro_063_J1/2/3)_e_(EV_Javari_02
6_J1/2/3), todas com o mesmo valor de RMS total 0,33m, dentre as quais podemos destacar
as_estação_(EV_Madeira_152_J1);_(EV_Madeira_152_J2);_(EV_Madeira_152_J3),_aprese-
taram os mesmos valores de RMS individual de 0,40m para cada um dos satélites J1/J2/J3.
Para as outras duas estações (EV_Negro_063_J1/2/3) e (EV_Javari_026_J1/2/3),
apresentaram RMSs individuais dos três satélites J1/J2/J3, com menor valor para a
(EV_Negro_063_J3) de 0,34m e maior valor para a (EV_Javari_026_J1) e
(EV_Javari_026_J3), com RMS 0,39m para ambas estações. Resultados de validação
encontrados por Oliveira (2018), utilizando a mesmo traço e localização da
EV_Negro_063_J2, e linimétrica Manaus (14990000) para os satélites Jason-2, obteve como
resultados RMS 0,52m, porém sem aplicar a correção da declividade. Souza et al. (2011),
realizando estudo similar de validação do rio Javari, com a mesma estação linimétrica
Palmeiras do Javari (10200000), utilizando o satélite ENVISAT (2002-2010), obteve RMS
0,40m._As_estações_(EV_Madeira_152_J1/2/3);_(EV_Negro_063_J1/2/3);_(EV_Javari_026
_J1/2/3) possuem distância entre as linimétricas Nova Olinda do Norte (15940000), Manaus
(14990000) e Palmeiras do Javari (10200000), 42,4km; 10,4km e 55,5km, respectivamente,
ambas a montante dos traços 152, 063 e 0,26, com declividade média para as mesmas de
2,01cm/km; 4,57cm/km e 10,78 cm/km, respectivamente. As amplitudes das estações citadas
são 14,23m; 13,45m e 12,69m, respectivamente, ambas estações com valores aproximados de
amplitudes.
As estações virtuais EV_Madeira_076_J1/2/3 e EV_Solimões_165_J1/2/3 apresentam
RMS 0,34m, sendo as distâncias entre os traços 076 e 165 das EVs até as estações
linimétricas Manicoré (15700000) e Fonte Boa (12351000) de 41,8km (a jusante) e 91,7 km
(a montante), respectivamente. Possuem declividade média 8,48cm/km e 4,0 cm/km. A
amplitude das duas EVs são 17,06 e 13,33m, respectivamente. Os menores valores de RMS
individual foram os das EV_Madeira_076_J3 e EV_Solimões_165_J3 para o satélite Jason-3
com valores de RMS 0,37 e 0,36m, respectivamente.

42
Estes resultados de validação, para as estações anteriormente citadas, estão de acordo
com estudos anteriores realizado por (Silva, 2010) em rios da bacia Amazônica, com medidas
linimétricas, quando apresentaram resultados com 70% dos RMSs inferiores a 40 cm para
séries temporais do satélite ENVISAT,utilizando o algoritmo Ice-1 e Ice-2.

43
Tabela 01- Estações Virtuais (EVs) Jason -1/2/3 utilizadas para a validação externa
Validação Externa / Jason-1/2/3
Estação Virtual (EV) Traço Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Declividade RMS RMS RMS RMS
Jason-1/2/3 Satélite Média Média Máx. Mín. (m) da EV à Média (m) (m) (m) (m)
J1/2/3 (o) (o) (m) (m) J1/2/3 estação (cm/km) Jason-1 Jason-2 Jason-3 Jason-1/2/3
J1/2/3 J1/2/3 J1/2/3 J1/2/3 in_situ(km) J1/2/3
J1/2/3
EV_Amazonas_139_J1/2/3 139 -56,903 -2,586 15,62 5,40 10,22 17,6 2,91 0,41 0,38 0,24 0,29
EV_Amazonas_228_ J1/2/3 228 -56,515 -2,469 14,44 4,73 9,71 32,6 2,41 0,39 0,34 0,37 0,31
EV_Amazonas_102_ J1/2/3 102 -70,135 -4,017 71,73 58,65 13,08 31,2 3,76 0,31 0,33 0,38 0,30
EV_Madeira_076_J1/2/3 076 -61,058 -5,609 34,51 17,45 17,06 41,8 8,48 0,40 0,38 0,37 0,34
EV_Madeira_152_J1/2/3 152 -58,95 -3,587 20,73 6,50 14,23 42,4 2,01 0,40 0,40 0,40 0,33
EV_Solimões_165_J1/2/3 165 -65,375 -2,494 42,97 29,64 13,33 91,7 4,0 0,40 0,40 0,36 0,34
EV_Solimões_241_J1/2/3 241 -63,095 -4,047 31,48 19,51 11,97 7,3 7,53 0,41 0,39 0,37 0,30
EV_Negro_063_ J1/2/3 063 -59,952 -3,183 23,06 9,61 13,45 10,4 4,57 0,40 0,35 0,34 0,33
EV_Javari_026_ J1/2/3 026 -72,608 -5,022 95,65 82,96 12,69 55,5 10,78 0,39 0,36 0,39 0,33
EV_Juruá_026_ J1/2/3 026 -78,827 -7,180 154,62 141,70 12,92 41,1 10,54 0,37 0,38 0,38 0,30
EV_Tapajós_228_ J1/2/3 228 -55,891 -4,213 12,79 3,42 9,37 12,3 7,80 0,39 0,27 0,20 0,25

Tabela 02-Estações linimétricas (in situ) utilizadas para a validação externa


Estações In Situ ANA
Código Estação Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância da Traço EV Referência
ANA in situ (o) (o) Máx.(m) Mín.(m) (m) Estação in Jason-1/2/3
situ à EV
(km)
16350002 Parintins -56,75 -2,63 15,22 3,37 11,85 17,6 139 Jusante
16350002 Parintins -56,75 -2,63 14,45 3,62 10,83 32,6 228 Montante
10100000 Tabatinga -69,94 -4,23 71,79 57,51 14,28 31,2 102 Jusante
15700000 Manicoré -61,30 -5,82 34,60 16,52 18,08 41,8 076 Jusante
15940000 N. O. do Norte -59,09 -3,88 20,99 7,62 13,37 42,4 152 Jusante
12351000 Fonte Boa -66,06 -2,49 42,58 28,70 13,88 91,7 165 Montante
13150003 Coari -63,08 -4,09 33,59 15,74 17,85 7,3 241 Jusante
14990000 Manaus -60,03 -3,14 23,14 6,90 16,24 10,4 063 Montante
10200000 P. do Javari -72,81 -5,14 95,62 83,07 12,55 55,5 026 Montante
12520000 Ipixuna -71,69 -7,06 154,00 139,32 14,68 41,1 241 Montante
44
17730000 Itaituba -55,98 -4,28 12,99 3,64 9,35 12,3 228 Montante
Nas figuras 13(a-b-c-d), são apresentadas as séries altimétricas obtidas na
EV_Tapajós_228_J1/2/3 e estação linimétrica Itaituba (17730000). Os gráficos mostram as
séries temporais (in situ e altimétrica), e a Figura 12 mostra a localização das estações.
Observa-se na Figura 13(a) a série das alturas altimétricas, obtidas a partir do satélite
Jason-1, representada em pontos pretos e a série das alturas dos níveis de águas da estação
linimétrica (in situ), em linha contínua azul (Itaituba (17730000)), na qual os dados
altimétricos superestimam os dados linimétricos em alguns picos de enchentes para o caso dos
anos de 2003 e 2007 e subestima para o restante dos anos de enchente. Para o período de
vazante, observa-se que para o período de seca extrema, no caso de 2005, os dados
altimétricos superestimam o dado da régua linimétrica. As condições prolongadas de seca
(2004-2005) ocorrem devido ao aquecimento anômalo do Atlântico Tropical Norte, que
causou um grande déficit de chuva na porção Sul-Sudeste da bacia amazônica (Marengo et
al., 2008; Silva et al., 2012b). Para os demais casos de vazante, os dados altimétricos
conseguem representar bem os dados da régua linimétrica Itaituba (17730000). Na
EV_Tapajós_J1, o RMS encontrado foi de 0,39m, declividade média 10,4 cm/km e amplitude
9,37m, no entanto, a linimétrica Itaituba (17730000) apresentou amplitude 7,89m (Tabelas 4 e
5, Apêndice A).
Na Figura 13(b), observa-se a série temporal dos dados altimétricos do satélite Jason-
2, representada pelos pontos vermelhos, iniciando em setembro/2008 até outubro/2016, a série
dos níveis de água da estação linimétrica (in situ), representada pela linha contínua azul.
Observou-se que os dados altimétricos possuem boa representação em relação aos dados da
estação in situ no período de enchente e também no período de vazante, superestimando em
alguns pontos da série, como é o caso da vazante do ano de 2012. No entanto, há uma boa
representação da EV no evento extremo de enchente ocorrido no ano de 2009. Foi um ano de
ocorrências da fase positiva do El Niño Oscilação Sul (La Ninã), estando relacionada ao
resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico, por isso ocasionou o aumento do
volume de precipitação nas porções Sudoeste, Norte e Central da bacia (SIPAM, 2009) e,
consequentemente, um aumento no nível da cota do rio. A estação EV_Tapajós_228_J2,
apresentou RMS 0,27m, declividade média 5,8 cm/km e valores de amplitude entre cota

45
máxima e mínima de 8,55m em relação à estação Itaituba (17730000), com valores de
amplitude 9,35m. (Tabelas 5 e 6, Apêndice A).
Para a Figura 13(c), representada pelos pontos verdes, a série temporal dos dados
altimétricos do satélite Jason-3 tem início a partir de fevereiro de 2016, estendendo-se até
final de dezembro de 2018, quando completa toda a série altimétrica dos dados de seus
antecessores Jason-1 e Jason-2. Observa-se, para o período, que os dados altimétricos
conseguem representar, com mais precisão, os valores de altura da cota da estação linimétrica
Itaituba (17730000), porém observa-se, também, que subestimou no pico de enchente de
2018. A série apresentou RMS de 0,20m, o menor RMS obtido em relação ao Jason-1 e
Jason-2. A EV_Tapajós_228_J3 apresentou declividade média de 7,3 cm/km e amplitude
6,78m. A linimétrica Itaituba (17730000) apresentou valor de amplitude 6,88m (Tabelas 7 e 8,
Apêndice A), obtendo diferença de 0,02 metros entre as amplitudes de ambas as estações.
A Figura 13(d) mostra o acoplamento das três séries temporais para todo o período dos
satélites Jason-1/2/3, representando as medidas altimétricas da EV_Tapajós_228_J1 (pontos
pretos), EV_Tapajós_228_J2 (pontos vermelhos), EV_Tapajós_228_J3 (pontos verdes) e
estação linimétrica Itaituba (17730000), (linha contínua azul), na qual os dados obtidos para
toda a série se inicia no período fevereiro de 2002 e se estende até final de dezembro de 2018.
Para os três valores das séries altimétricas dos satélites Jason-1/2/3, foi obtido o RMS total da
série, com valor de 0,25m, declividade média total de 7,80 cm/km. Os valores de cota máxima
e mínima para todo o período de 2002 a 2018 foram 12,79m e 3,42m e amplitude média total
de 9,37m, respectivamente. Resultados encontrados por Santos et al. (2015) mostraram
valores de máximo e mínimo climatológico (1975-1995) para o rio Tapajós, na estação
Itaituba, de 8,5m e mínima de 2,5m e amplitude média de 6m, respectivamente, porém para
períodos diferentes. No entanto, a amplitude média total da linimétrica Itaituba (17730000)
apresentou valor 9,35m, uma diferença de apenas 0,02m da amplitude da
EV_Tapajós_228_J1/2/3 (Tabelas 10 e 11, Apêndice A).

46
Traço 228 Jason-1/2/3

Figura 12- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Tapajós na Estação Virtual EV_Tapajós_228_J1/2/3
(ponto amarelo); Estação linimétrica Itaituba (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo
plano).

47
Figura 13- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Tapajós_228 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3 (série
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul). 48
As estações virtuais que melhor representaram as séries das réguas linimétricas
foramas_estações:_EV_Amazonas_102_J1/2/3;_EV_Madeira_076_J1/2/3;_EV_Negro_063_J
1/2/3; EV_Javari_026_J1/2/3 e EV_Juruá_026_J1/2/3. Os gráficos mostram que as séries
temporais (in situ e altimétrica) iniciam no ano de 2002 e estendem-se até final de 2018,
representando um longo monitoramento hidrológico do período.
A estação EV_Amazonas_102_J1/2/3 (Figura 24(d), Apêndice B) possui boa
representação no período de enchente, porém subestima as alturas da régua Tabatinga
(10100000) no período de vazante e, principalmente, na seca extrema ocorrida no ano de
2005. A estação EV_Amazonas_102_J1 (Jason-1), (Figura 24(a), Apêndice B) registrou o
mínimo de cota computado para este ano, no valor 59,40m, sendo que a estação linímétrica
Tabatinga (10100000), localizada a distância de 31,2 km, a Jusante da EV_Amazonas_102,
registrou 58,50m, ou seja, cerca de 1 metro de diferença (Tabelas 4 e 5, Apêndice A).
Resultados similares foram encontrados em Birkett et al. (2002), com a mesma
EV_Amazonas_102_J1 e estação linímétrica Tabatinga (10100000) para o satélite T/P (1992-
1999), o qual destaca que, em períodos de vazante, há uma limitação do altímetro radar em
estimar as alturas dos níveis d´água, devido à contaminação no sinal altímétrico por ilhas e
bancos de areia. A EV_Amazonas_102_J2 (Jason-2), (Figura 24(b), Apêndice B) representa
de forma significativa os dados linimétricos, porém também apresenta limitação ao estimar os
dados neste período, como pode-se observar na seca extrema, ocorrida no ano de 2010. Este
período é caracterizado por um moderado evento El Niño e um Atlântico Norte tropical
anomalamente mais quente que o normal, por isso, essas mudanças têm impactado a recessão
dos principais rios da bacia Amazônica, explicando as tendências decrescentes de baixos
níveis de água (Marengo et al., 2011), sendo que o pico de vazante para o ano registrado foi
58,65m, subestimando a estação linimétrica Tabatinga (10100000), registrando 57,51m, para
o ano de 2010. (Tabelas 6 e 7, Apêndice A).
A estação EV_Amazonas_102_J3 (Jason-3), (Figura 24(e), Apêndice B) representa
bem as séries da estação linimétrica em todos os períodos de enchente e subestima na vazante.
Sendo que a amplitude altimétrica foi de 10,61m, no entanto a estação linimétrica possui
amplitude 11,48m. (Tabelas 8 e 9, Apêndice A). Resultados similares, para o satélite Jason-3,
foram encontrados em Oliveira (2018), para cotas máximas e mínimas do satélite Jason-3 no

49
mesmo período da série. A estação EV_Amazonas_102_J1/2/3 (Figura 24(d), Apêndice B)
representa o acoplamento das séries para as três estações dos satélites Jason-1/2/3.
A estação EV_Madeira_076_J1 (Jason-1), (Figura 15(a)) apresenta bons resultados no
período de enchente, porém é observado que subestima os dados na vazante em alguns
pontos, com o mínimo de cota computado para o período de vazante de 17,68m, e máximo de
30,62m, sendo que a estação linímétrica Manicoré (15700000), localizada à distância de 41,8
km, a Jusante da EV_Madeira_076_J1 (Jason-1), registra cota máxima 31,02m e cota mínima
16,62m. (Tabelas 4 e 5, Apêndice A).
Para a estação EV_Madeira_076_J2 (Jason-2), a figura 15(b) representa de forma
significativa os dados linimétricos, porém, também apresenta limitação no período de seca,
como pode-se observar na seca extrema ocorrida no ano de 2010, sendo o pico de vazante,
para este ano, registrado em 18,32m, subestimando a estação linimétrica Manicoré
(15700000), que registrou 17,34m para este ano de 2010 (Tabelas 6 e 7, Apêndice A), porém
consegue representar o pico de cheia, ocorrido em 2014, na qual expressivos volumes de
chuvas têm sido registrados na bacia onde foram caracterizadas precipitações com valores
35% maiores que a média histórica (Adamy, 2016), cujos valores apresentados de cota
máxima da EV e linimétrica foram 34,51m e 34,60m, respectivamente.
A estação EV_Madeira_076_J3 (Jason-3), (Figura_15(c))_representou
significativamente as séries da estação linimétrica em todos os períodos de enchente e
vazante, exceto para o pico de vazante de 2016, a cota mínima altimétrica foi 17,45m, no
entanto, a estação linimétrica Manicoré (15700000) registra cota mínima de 16,52m. (Tabelas
8 e 9, Apêndice A). A estação EV_ Madeira_076_J1/2/3 (Jason-1/2/3), (Figura 15(d)),
representa o acoplamento das séries para as três estações dos satélites Jason-1/2/3 (Figura
15(d)).
As estações EV_Negro_063_J1 e EV_Negro_063_J2 representam bem os períodos de
enchente e vazante da série da estação linimétrica Manaus (14990000), (Figuras 28(a-b),
Apêndice B), porém para os períodos de secas extremas, como de 2005 e 2010, ambas as
estações altimétricas subestimam os dados linimétricos. Esses dois eventos apresentam nível
do rio abaixo da climatologia, nos meses de outubro e novembro de 2005 e 2010,
evidenciando o efeito da seca observado nessa região, associado a condições anômalas, mais
quentes, da superfície do mar no Oceano Atlântico Tropical Norte, associadas a baixos níveis
50
do rio Negro em Manaus e, consequentemente, relacionados aos déficits de precipitação
(Coelho et al. 2013)._As cotas mínimas para as estações altimétricas EV_Negro_063_J1 e
EV_Negro_063_J2 foram, respectivamente, 9,74m e 9,61m, no entanto a estação linimétrica
Manaus (14990000), localizada à distância de 10,4 km a montante das estações altimétricas,
registrou os valores mínimos para as secas dos anos de 2005 e 2010, respectivamente 7,82m e
6,90m (Tabelas 4, 5, 6 e 7; Apêndice A). A estação EV_Negro_063_J3 (Jason-3), (Figura
28(c), Apêndice B) representou de forma significativa a série linimétrica Manaus (14990000)
de 2016 a 2018. A amplitude da EV_Negro_063_J3 foi 12,24m, enquanto a amplitude da
linimétrica Manaus (14990000) foi 11,76m (Tabelas 8 e 9, Apêndice A). Oliveira (2018),
realizando estudo similar para o rio Negro, utilizando o mesmo traço dos satélites Jason-2 e
Jason-3 para o período 2008 a 2017, obteve resultados similares de cotas altimétricas.
Para as estações EV_Juruá_026_J1; EV_Juruá_026_J2 e EV_Juruá_026_J3 (Jason-
1/2/3), (Figuras_29 (a-b-c), Apêndice B), observa-se boa representação das séries altimétricas
(2002-2018) nos períodos de vazante em relação à estação linimétrica Ipixuna (12520000),
localizada a 41,1 km da EV_Juruá_026_J1/2/3, porém, para o período de enchente, os dados
altimétricos dos satélites Jason-1/2/3 superestimaram as medidas linimétricas. Os valores
médios de cota máxima e mínima para os três satélites Jason-1/2/3, para a estação
EV_Juruá_026_J1/2/3 são 154,62m e 141,70m respectivamente, no entanto para a estação
linimétrica Ipixuna (12520000) os valores de máximo e mínimo de cotas são 154m e 139,3m,
respectivamente.(Tabelas 10 e 11, Apêndice A). Oliveira et al. (2011) realizam estudo sobre o
regime hidrológico da bacia do rio Juruá, utilizando o satélite ENVISAT (2002-2010), no
qual obteve resultados similares de amplitudes de cotas.
As estação EV_Javari_026_J1 (Jason-1) e EV_Javari_026_J2 (Jason-2), (Figuras
17(a-b)) representaram satisfatoriamente os períodos de enchente e vazante para o período de
2002 a 2016, porém a estação EV_Javari_026_J3 (Jason-3), subestima o pico de enchente
para o final do ano de 2017 e superestima os picos de vazante em meados de 2016 e 2018,
respectivamente. Os valores de cota máxima e cota mínima para a EV_Javari_026_J3 (Jason-
3) são 94,81m e 84,26m respectivamente, no entanto na estação linimétrica Palmeiras do
Javari (10200000), localizada a uma distância de 55,5 km da estação altimétrica
EV_Javari_026_J3, os valores registrados de cota máxima e mínima são respectivamente
93,34m e 84,08m e, os valores de amplitudes entre estação altimétrica e linimétrica são
51
respectivamente 10,55m e 11,26m. (Tabelas 8 e 9; Apêndice A). Souza et al. (2011) realizam
estudo sobre monitoramento para a bacia do rio Javari utilizando o satélite ENVISAT (2002-
2010), o qual obteve resultados similares de amplitude entre cotas.
As estações virtuais que obtiveram desempenho inferior às estações anteriormente
citadas_foram:_EV_Amazonas_139_J1/2/3;_EV_Amazonas_228_J1/2/3;_EV_Madeira_152_
J1/2/3; EV_Solimões_165_J1/2/3 e; EV_Solimões_241_J1/2/3.
A estação EV_Amazonas_139_J1, (Figura 22(a), Apêndice B), para o satélite Jason-1,
do período de 2002 a 2008, superestima os dados linimétricos nos picos de enchente. Para o
período de vazante, os dados altimétricos subestimam os dados linimétricos, principalmente
nos picos de seca extrema, como é o caso da seca ocorrida em 2005. A cota máxima e mínima
computada para este período da estação EV_Amazonas_139_J1 (Jason-1) foi 13,23m e 5,68m
respectivamente. Já a estação linimétrica Parintins (16350002), localizada a 17,6km a jusante
da estação altimétrica EV_Amazonas_139_J1, apresenta cota máxima e mínima para o rio
Amazonas próximo a Parintins, respectivamente 13,19m e 3,37m. As amplitudes entre as duas
estações altimétrica e linimétrica são de 8,64m e 9,82m respectivamente. (Tabelas 4 e 5,
Apêndice A). Para as estações altimétricas EV_Amazonas_139_J2 (Jason-2) e
EV_Amazonas_139_J3 (Jason-3), (Figuras 22(b-c), Apêndice B), representaram de forma
significativa os períodos de enchente e vazante como podemos observar na Tabela 5 e 6
(Apêndice_A), na qual a estação EV_Amazonas_139_J2 (Jason-2), representa
satisfatoriamente os dados linimétricos na seca extrema do ano de 2010. A estação
EV_Amazonas_139_J3 (Figura 22(c), Apêndice B), também representa os períodos de
enchente e vazante, porém subestima os dados linimétricos no período da vazante que ocorre
em meados do ano 2017. As amplitudes das estações EV_Amazonas_139_J2 e
EV_Amazonas_139_J3 são respectivamente 10,22m e 8,64m. (Tabelas 5 e 7, Apêndice A).
Os valores de amplitude da estação linimétrica Parintins (16350002) para os mesmos períodos
das estações EV_Amazonas_139_J2 e EV_Amazonas_139_J3 são 11,17m e 8,60m,
respectivamente. (Tabelas 6 e 8, Apêndice A).
A estação altimétrica EV_Amazonas_228_J1 (Jason-1), (Figura 23(a), Apêndice B),
subestima os dados da estação linimétrica Parintins (16350002), (localizada à distância de
32,6 km a Montante) nos períodos de enchente e vazante durante os anos de 2002 a 2008,
principalmente para o evento de seca extrema ocorrida no ano de 2005. A amplitude entre
52
estação altimétrica e linimétrica para este período são respectivamente 7,87m e 9,80m
(Tabelas 4 e 5, Apêndice A). As estações altimétricas EV_Amazonas_228_J2 (Jason-2), e
EV_Amazonas_228_J3 (Jason-3), (Figuras 23(b-c), Apêndice B) nos anos de 2008 a 2018,
representa satisfatoriamente os dados da linimétrica Parintins (16350002) para todos os
períodos de enchente, porém subestima nos picos de vazante. As amplitudes das estações
altimétricas EV_Amazonas_228_J2 e EV_Amazonas_228_J3 são respectivamente 8,76m e
8,36m, e as amplitude da estação linimétrica Parintins (16350002) para este período são de
9,71m e 8,35m, respectivamente. (Tabelas 6,7, 8 e 9; Apêndice A). Resultados similares de
amplitude de cotas para o rio Amazonas, utilizando dados do satélite ENVISAT (2002-2010)
para a estação próximo à cidade de Parintins, foram encontrados por Vergasta et. al (2013)
com valores de amplitude entre cota máxima e mínima de 7m.
Para a estação EV_Madeira_152_J1 (Jason-1), (Figura 25(a), Apêndice B) os dados
altimétricos subestimam os dados da estação linimétrica Nova Olinda do Norte (15940000),
(localizada a Jusante da estação altimétrica EV_Madeira_152_J1) nos anos de 2002 a 2008,
nos períodos de enchente e vazante. A amplitude da estação altimétrica EV_Madeira_152_J1
é 10,32m, porém a amplitude da estação linimétrica Nova Olinda do Norte (15940000) é de
4,31m (Tabelas 4 e 5; Apêndice A). As estações EV_Madeira_152_J2 (Jason-2) e
EV_Madeira_152_J3 (Jason-3), aproximam-se da série de dados da linimétrica Nova Olinda
do Norte (15940000) para os períodos de enchente e vazante nos anos de 2008 a 2016, porém
a estação EV_Madeira_152_J2 superestima a seca extrema ocorrida no ano de 2010. A
amplitude das estações altimétricas EV_Madeira_152_J2 e EV_Madeira_152_J3 são,
respectivamente, 14,23m e 10,66m, enquanto para a estação linimétrica Nova Olinda do Norte
(15940000) as respectivas amplitudes para o mesmo período das estações altimétricas citadas
foram 13,37m e 11,12m, respectivamente. (Tabelas 6, 7, 8 e 9; Apêndice A). Resultados
similares de amplitude de cotas utilizando dados do satélite ENVISAT (2002-2010) para o rio
Madeira foram encontrados por Freitas et. al (2011).
A estação altimétrica EV_Solimões_165_J1 (Jason-1) (Figura 26(a), Apêndice B)
subestima os períodos de vazante da estação linimétrica Fonte Boa (12351000) durante os
anos de 2002 a 2008, na qual o pico de mínima da EV_Solimões_165_J1 é 30,42m e o pico
de mínima da estação linimétrica Fonte Boa (12351000) é 28,70m.(Tabelas 4 e 5, Apêndice
A). Para as estações EV_Solimões_165_J2 (Jason-2) e EV_Solimões_165_J3 (Jason-3),
53
(Figuras 26(b-c), Apêndice B), aproximam-se dos valores das séries da estação linimétrica
Fonte Boa (12351000) nos períodos de enchente e vazante, porém a estação altimétrica
EV_Solimões_165_J2 subestima no evento extremo de seca de 2010 e vazante de 2011. Os
picos de mínima da EV_Solimões_165_J2 é de 32,11m e da estação linimétrica 31,62m.
(Tabelas 6 e 7, Apêndice A).
Para as estações altimétricas EV_Solimões_241_J1 (Jason-1), (Figura 27(a), Apêndice
B) os dados altimétricos aproximam-se da série linimétrica da estação Coari (13150003) para
os períodos de enchente nos anos de 2002 a 2008, no entanto, subestimam para os períodos de
vazante. O valor de cota mínima para a estação altimétrica EV_Solimões_241_J1 é 19,51m,
porém para a estação linimétrica Coari (13150003) o valor de mínima é 17,47m. (Tabelas 4 e
5, Apêndice A). As séries altimétricas das estações EV_Solimões_241_J2 (Jason-2) e
EV_Solimões_241_J3 (Jason-3), (Figuras 27(b-c), Apêndice B) nos anos de 2008 a 2018,
aproximam-se das séries linimétricas Coari (13150003) no período de enchente, porém para o
período de vazante, a estação EV_Solimões_241_J2 subestima as vazantes dos anos de 2013 a
2015, no entanto os dados altimétricos da estação EV_Solimões_241_J2 representam
significativamente a seca extrema ocorrida em 2010. Para a estação EV_Solimões_241_J3,
observa-se a subestimativa no pico de enchente de 2018. Os valores de amplitude das estações
EV_Solimões_241_J2 e EV_Solimões_241_J3, são respectivamente 16,41m e 8,41m,
enquanto na estação linimétrica Coari (13150003) a amplitude para o mesmo período das duas
estações virtuais citadas são 17,85m e 11,72m, respectivamente (Tabelas 6,7, 8 e 9; Apêndice
A).

54
Traço 076 Jason-1/2/3

Figura 14- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Madeira na Estação Virtual EV_Madeira_076_J1/2/3
(ponto amarelo); Estação linimétrica Manicoré (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo
plano).

55
Figura 15- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Madeira_076 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3 (série 56
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).
Traço 026 Jason-1/2/3

Figura 16- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Javari na Estação Virtual EV_Javari_026_J1/2/3 (ponto
amarelo ); Estação linimétrica Palmeiras do Javari (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo
plano).

57
Figura 17- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Javari_026 para os satélites: a) Jason-
1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3(série acoplada)
e estação in situ (linha contínua azul) 58
4.1.2 Validação Interna

Para este estudo, foram elaboradas duas validações internas para os rios Madeira e
Javari utilizando os satélites Jason-1/2/3, respectivamente, (devido a critérios estabelecidos na
metodologia do item 3.2.6) com tempo de revisita entre pontos de cruzamento do traço do
satélite de apenas 0,5 dias, considerando-se que não houve mudanças significativas nas
passagens dos mesmos ciclos, no entanto, são poucos os casos em que o cruzamento entre os
traços do mesmo satélite ocorre em um intervalo de tempo curto sob os mesmos pontos do rio
(Silva, 2010). Os resultados encontrados estão listados na Tabela 3, a qual apresenta os traços
dos pontos de cruzamentos entre os rios, o tempo de revisita, distância entre traços e RMS dos
satélites Jason-1/2/3, respectivamente.

Tabela 03 - Estações virtuais (EVs ) dos satélites Jason-1/2/3 utilizadas para a validação interna.
Validação Interna Jason-1/2/3
Ponto de Tempo de Distância RMS (m) RMS (m) RMS (m) RMS (m)
cruzamento revisita traços Jason-1 Jason-2 Jason-3 Jason-1/2/3
(dias) (km)
Madeira 063 x 076 0,51 33,74 0,38 0,38 0,34 0,32
Javari 026 x013 0,51 110,1 0,43 0,57 0,50 0,34

O menor RMS encontrado foi 0,34m para o rio Madeira do satélite Jason-3, cujo RMS
total entre os satélites Jason-1/2/3 de 0,32m e, para o rio Javari foi 0,43m do satélite Jason-1,
sendo o RMS total 0,34m considerando os três satélites Jason-1/2/3. Nesses resultados
encontrados está inclusa a correção do valor da declividade entre os traços, pois os mesmos
não se cruzam no mesmo local do rio, já que o rio Madeira e Javari possuem distância entre
seus respectivos traços de 33,74 km e 110,1km. Para calcular a declividade, considera-se a
distância dos pares de ciclos dos dois traços de cada rio, corrigindo-se pela diferença do nível
de água correspondente pela declividade média entre os traços correspondente a 3,8 cm/km
para o rio Madeira e 12,5 cm/km para o rio Javari.
59
O primeiro estudo de validação interna, analisado em detalhes, é o rio Madeira
(Figuras 19(a-b-c-d)), onde os traços que se cruzam são os traços 063 e 076 dos respectivos
satélites Jason-1/2/3. Na Figura 19(a), observa-se a estação altimétrica EV_Madeira_063x076
do satélite Jason-1, no período de 2002 a 2008, o qual apresenta RMS 0,38m. O traço
063(pontos azuis claro) e o traço 076 (pontos amarelos) representam o mesmo nível de água
ao longo da série altimétrica. Observa-se que, no período de vazante, há pouca informação
dos dados altimétricos para o traço 076, porém os períodos de vazante são bem representados
pela série altimétrica do traço 063. Para a estação EV_Madeira_063x076 do satélite Jason-2
(Figura 19(b)), observa-se similaridades entre os níveis de água dos dois traços 063 (pontos
azuis escuro) e 076 (Pontos laranjas) no período de enchente dos anos de 2008 a 2014, porém
para os picos de vazante, observou-se que o traço 076 superestima as medidas do traço 063. O
RMS encontrado para a estação EV_Madeira_063x076 do Jason-2 é 0,38m (Tabela 03). Para
EV_Madeira_063x076 do Jason-3, (Figura 19(c)), também se observa boa similaridade entre
as séries dos dois traços 063 (pontos roxos) e 076 (pontos verdes) para os anos de 2016 a
2018, porém é observado que o traço 076 superestima o traço 063 nos picos de vazante. O
RMS encontrado para a estação altimétrica EV_Madeira_063x076 do satélite Jason-3 é 0,34m
(Tabela 03).
Adicionalmente observa-se que a diferença que superestima ou subestima um traço
para o outro está em razão dos pontos selecionados estarem em trechos diferentes do rio, no
qual o traço 076 encontra-se em um trecho retilíneo, já o traço 063 se encontra sobre um
trecho curvo do rio, o qual é caracterizado por bancos de areia e vegetação alagada, sujeita a
interferência no ruído do sinal altimétrico e também na limitação ao selecionar os dados
altimétricos sobre estes trechos do rio, em comparação ao traço 063 que se encontra em outro
regime de escoamento retilíneo do rio madeira, possuindo, ambos, uma dinâmica de
escoamento diferente (Figura 18).
A estação EV_Madeira_063x076_J1/2/3_(Figura_19(d)), representa o acoplamento
das três séries altimétricas dos satélites Jason-1/2/3, respectivamente, na qual pode-se
observar o comportamento de todos os três satélites para os anos de 2002 a 2018 somando
uma série de 16 anos de dados altimétricos.

60
Traço 076 Jason-1/2/3 Traço 063 Jason-1/2/3

Figura 18- Validação Interna dos dados altimétricos para o rio Madeira no cruzamento da Estação Virtual
EV_Madeira_076_J1/2/3 (ponto amarelo a Jusante) e EV_Madeira_063_J1/2/3(ponto amarelo a montante); Estação
linimétrica Manicoré (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano).

61
Figura 19- Validação Interna dos dados altimétricos da estação EV_Madeira_063 x 076. (cruzamento do
traço 063 x traço 076): a) Jason-1(EV_Madeira_063(ponto azul claro)x076(ponto amarelo)), b) Jason-2
(EV_Madeira_063(ponto azul escuro)x 076(ponto laranja)); c) Jason-3 (EV_Madeira_063(ponto roxo) x
076(ponto verde)); d) Jason-1/2/3 (série acoplada).
62
O segundo estudo de validação interna é o da estação EV_Javari_026x013_Jason-
1/2/3 do rio Javari (Figuras 21(a-b-c-d)), a qual será analisada em detalhes a seguir, cujos
traços que se cruzam são os traços 026 e 013 dos satélites Jason-1/2/3. Na Figura 21(a),
observa-se para a estação altimétrica EV_Madeira_063x076 do satélite Jason-1, no período
de 2002 a 2008, apresenta RMS 0,43m (Tabela 03), na qual os traços 026(azuis claros) e 013
(pontos amarelos), possuem maior frequência de dados no período de enchente, no entanto, os
dados altimétricos do traço 013 superestimam os dados do traço 026 no período de vazante.
Para a estação EV_Javari_026x013 do satélite Jason-2 (Figura 21(b)), observa-se similaridade
entre os níveis de água dos traços 026 (pontos azuis escuros) e 013(pontos em laranja) do
satélite Jason-2 nos períodos de enchente e vazante para os anos de 2008 a 2016. O RMS
encontrado para a estação EV_Javari_026x013 do Jason-2 é 0,57m (Tabela 03). Para a
EV_Javari_026x013 do Jason-3 (Figura 21(c)), também se observa boa similaridade entre as
séries dos dois traços 063 (pontos roxos) e 076 (pontos verdes) para os anos de 2016 a 2018,
porém observa-se que o traço 013 superestima o traço 026 nos períodos de enchente. O RMS
encontrado para a estação EV_Javari_026x013 do Jason-3 é 0,50m (Tabela 03). Observa-se
que a diferença entre o traço 013 superestima o traço 026 e se dá devido estarem em trecho
diferentes do rio, pois o traço 013 está sobre um trecho de ilha vegetada e o traço 026 não
está, possuindo, ambos, regime de escoamento diferente e diferenças no ruído do sinal
altimétrico ao selecionar os dados em água e excluir os dados em terra (Figura 20).
A estação EV_Javari_026x013_J1/2/3 (Figura 21(d)) representa o acoplamento das
três séries altimétricas dos satélites Jason-1/2/3, respectivamente, na qual, pode-se observar o
comportamento de todos os três satélites para os anos de 2002 a 2018, somando uma série de
16 anos dos dados altimétricos.
Observou-se que para as estações EV_Javari_026x013, os RMSs encontrados de cada
satélite ficaram um pouco acima de 0,40m, porém ao calcular o RMS total dos satélites Jason-
1/2/3, considerando todos os pontos da série de 2002 a 2018, encontrou-se o RMS total de
0,34m.

63
Traço 026 Jason-1/2/3 Traço 013 Jason-1/2/3

Figura 20- Validação Interna dos dados altimétricos para o rio Javari no cruzamento da Estação Virtual
EV_Javari_026_J1/2/3 (ponto amarelo a Jusante) e EV_Javari_013_J1(ponto amarelo a montante) ; Estação linimétrica
Palmeiras do Javari (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano).

64
Figura 21- Validação Interna dos dados altimétricos da estação EV_Javari_026 x 013. (cruzamento do
traço 026 x traço 013): a) Jason-1(EV_Javari_026(ponto azul claro)x013(ponto amarelo)), b) Jason-
2(EV_Javari_026(ponto azul escuro)x 013(ponto laranja)); c) Jason-3 (EV_Javari_026(ponto roxo) x
013(ponto verde)); d) Jason-1/2/3 (série acoplada).
65
4.1.3 Análise dos Métodos de validação Externa e Interna

Ao obter os resultados da validação interna e externa nos itens anteriores 4.1.1 e 4.1.2,
observou-se semelhança nos resultados entre os RMSs das validações externas das estações
altimétricas (EV_Madeira_076_Jason-1/2/3 e_EV_Javari_026_Jason-1/2/3 (figuras 14-15 e
16-17)), com réguas linimétricas da ANA), e a validação Interna
(EV_Madeira_063x076_J1/2/3) e (EV_Javari_026x013_Jason-1/2/3 (Figuras 18-19 e 20-21)).
Para a estação EV_Javari_026_Jason-1/2/3 (validação externa), o RMS total encontrado foi
0,33m e RMS total da estação EV_Javari_026x013_Jason-1/2/3 (validação interna) foi 0,34m.
Para a estação (EV_Madeira_076_J1/2/3) e (EV_Madeira_063x076_J1/2/3) os RMS das
validações externa e interna foram 0,34m e 0,32m, respectivamente (Tabela 03), na qual
observa-se RMS aproximados, apesar dos métodos de validações serem diferentes.
A validação externa é elaborada através da comparação das alturas dos níveis de água
da régua linimétrica com os dados do satélite. Para o caso da medida linimétrica, as alturas da
lâmina d´água são medidas através de lances de réguas linimetradas, instaladas nas margens
dos rios pela Agência Nacional de Águas (ANA), onde são registradas duas medidas, ao
longo do dia, por um observador. Uma medida linimétrica é feita às 7h e outra às 17 horas.
Uma vantagem da obtenção da leitura da altura do plano de água pela régua, é que os dados
são obtidos diariamente, no entanto, em regiões de difícil acesso, como em áreas cobertas por
florestas, como é caso da bacia amazônica, torna-se complexa e onerosa devido à logística.
Para as medidas altimétricas, realizadas através do altímetro radar instalados no satélite, que
emite ondas eletromagnéticas em direção ao corpo de água e retorna ao altímetro radar
captando esta energia, o intervalo de tempo de ida e retorno do pulso eletromagnético ao
sensor, é medida pelo tempo do eco refletido. Segundo Silva (2010), estimam-se os níveis do
plano de água, das medidas altimétricas em região continental, pela diferença entre a órbita do
satélite, em relação a um elipsóide de referência, que descreve o modelo matemático da
geometria elíptica da Terra e a distância entre o satélite e a superfície do plano de água. Uma
vantagem desta medida é o monitoramento espacial e aquisição dos dados altimétricos de
forma contínua e homogênea sobre todo o perfil transversal do rio de regiões de difícil acesso,
como é o caso dos rios da bacia Amazônica, porém perde-se em resolução temporal, ou seja,
66
para o satélite Jason-1/2/3, registra os dados para um determinado ponto no espaço de 10 em
10 dias, ou seja, possui resolução temporal de 10 dias. Outra desvantagem deste método é que
os dados podem ser mal selecionados ao apresentar falhas, principalmente no período de
vazante, quando o sinal, ao ser refletido por bancos de areia e vegetação intra-fluvial, chega
saturado ao sensor do satélite.
A validação interna é dada pela comparação das medidas de dois traços da órbita do
mesmo satélite que se cruza no mesmo ponto ou em pontos diferentes do corpo de água,
segundo a metodologia descrita no item 3.2.5 e 3.2.6, na qual os tempos de revisita
encontrados para ambas os traços 026x013 (distância inter-traço 33,74km) e
063x076(distância intertraço 110,1 km) foram 0,51 dias (Tabela. 3). No caso, em que o tempo
de revisita é longo, não é possível a comparação das medidas altimétricas diretamente, sendo
poucos os casos onde o cruzamento entre os traços do mesmo satélite ocorre em um intervalo
de tempo curto sob os mesmos pontos do rio (Silva, 2010). A vantagem de se utilizar esta
técnica é a validação dos próprios dados altimétricos em seus pontos de cruzamento,
independentemente de haver réguas próximas, apesar de serem raros os casos onde réguas
estão próximas do cruzamento dos traços, como é o caso dos traços 026x013 e 063x076
utilizadas neste estudo de validação interna, no entanto, pode-se apresentar erros na seleção
dos dados ao excluir medidas indesejáveis que se encontra sobre margens, bancos de areia e
vegetação intrafluvial.
Observa-se que a principal diferença entre a régua linimétrica e a estação virtual se dá
devido a régua linimétrica medir em nível de referência calibrado e pontual sobre a lâmina
d´água, no entanto a medida altimétrica se dá em todo o trecho transversal do rio, abrangendo
toda a zona de inundação, a qual pode ser composta por ilhas fluviais e vegetação alagada,
onde o sinal altimétrico se diferencia quando não está sobre o corpo de água, a qual é
considerada a média e mediana de todas as medidas altimétricas no espaço (Figuras 18 e 20).

67
5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

Este trabalho obteve a validação dos dados altimétricos através do cálculo da acurácia
das medidas dos níveis de água dos rios amazônicos avaliando a qualidade dos dados
estimados pelos satélites altimétricos Jason-1/2/3.
Os resultados obtidos neste estudo mostraram a complexidade ao longo da bacia
Amazônica, possuindo características peculiares em função das condições regionais devido a
heterogenidade como bancos de areia, pequenas ilhas fluviais, vegetação intra-fluvial,
influenciando na quantidade de energia recebida pelo sensor do altímetro, radar dos satélites
Jason-1/2/3. A ferramenta MAPS mostrou-se eficiente para a seleção manual dos dados
altimétricos e elaboração de séries temporais de nível de água das Estações Virtuais nos
períodos de enchente e eventos extremos de cheia, porém observou-se que em alguns períodos
de vazante e nos eventos extremos de seca, há uma limitação ao selecionar os dados
manualmente, neste período, no qual encontram-se os baixos níveis d´água.
Os dados dos satélites Jason-1/2/3, em conjunto com a seleção manual, realizada neste
estudo, apresentaram resultados similares às séries temporais obtidas em estações linimétricas
com valores de RMSs totais para todas as estações deste estudo abaixo de 0,40m para as
validações externas e internas em concordância com o valor estabelecidos por Silva et al.
(2010) de até 0,40m para rios da bacia amazônica. Verificou-se que o menor RMS da
validação externa foi o da Estação EV_Tapajós_228_J1/2/3, do rio Tapajós, com RMS total
de 0,25m e menor RMS individual de 0,20m para a mesma estação com o satélite Jason-3. As
estações virtuais do satélite Jason-3 obtiveram melhores resultados nos RMSs em relação ao
seu antecessor Jason-2, que por sua vez, obteve melhores resultados que o Jason-1, estando
estes resultados possivelmente atribuídos pela melhor resolução e melhoramento dos
instrumentos como o do radar altimétrico. Valores de declividade média foram calculados ao
longo da bacia amazônica, variando de 2,01cm/km a 10,7cm/km e aplicadas no uso da
correção da validação das EVs com as estações linimétricas.
Semelhança nos resultados entre os RMSs das validações externas e internas entre
mesmos traços dos satélites Jason-1/2/3 foram encontradas, apesar de métodos diferentes.
Para a estação EV_Javari_026_Jason-1/2/3 (validação externa), o RMS total encontrado foi
68
0,33m e RMS total da estação EV_Javari_026x013_Jason-1/2/3 (validação interna) foi 0,34m.
Para a estação EV_Madeira_076_J1/2/3 e EV_Madeira_063x076_J1/2/3, os RMS das
validações externa e interna foram 0,34m e 0,32m, respectivamente.
Os satélites Jason-1/2/3 conseguiram representar as alturas dos níveis de água das
réguas linemétricas da ANA para a bacia amazônica com RMS menores que 0,40m, avaliando
a qualidade e a confiabilidade dos dados altimétricos dos satélites altimétricos Jason-1/2/3, no
qual as missões altimétricas apresentam melhoria em sua tecnologia de instrumentos a cada
lançamento de um novo satélite, permitindo unir as séries temporais altimétricas das missões
passadas, atuais e futuras.
Recomenda-se, para estudos futuros, a aplicação dos dados altimétricos no
monitoramento nos eventos de cheias e vazantes, tornando os dados das estações virtuais
operacionais e aplicando-os para a previsibilidade destes eventos.

69
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75
APÊNDICE A – Tabelas dos RMSs individuais dos Satélites Jason-1/2/3

Tabela 04 -Estações Virtuais (EV´s) do satélite Jason-1 utilizadas para a validação externa
Validação Externa / Jason-1
Estação Virtual (EV) Traço Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Declividade RMS
Satélite Média (o) Média Máx.(m) Mín.(m) (m) da EV à Média (m)
(o) estaçãoin (cm/km)
situ(km)
EV_Amazonas_139_J1 139 -56,885 -2,535 13,23 5,68 8,64 17,6 4,8 0,41
EV_Amazonas_228_J1 228 -56,505 -2,498 13,40 5,53 7,87 32,6 2,5 0,39
EV_Amazonas_102_J1 102 -70,135 -4,017 69,50 59,40 10,1 31,2 2,4 0,31
EV_Madeira_076_J1 076 -61,065 -5,588 30,62 17,68 12,93 41,8 9,8 0,40
EV_Madeira_152_J1 152 -58,952 -3,583 18,98 10,06 8,92 42,4 1,3 0,40
EV_Solimões_165_J1 165 -65,378 -2,5056 40,73 30,42 10,32 91,7 4,4 0,40
EV_Solimões_241_J1 241 -63,098 -4,055 31,48 19,51 11,97 7,3 7,8 0,41
EV_Negro_063_J1 063 -59.947 -3.168 20.83 9,74 11,09 10,4 8,6 0,40
EV_Javari_026_J1 026 -72,608 -5,024 94,81 84,26 10,55 55,5 12,9 0,39
EV_Juruá_026_J1 026 -71,828 -7,179 153,4 141,84 11,55 41,1 4,6 0,37
EV_Tapajós_228_J1 228 -55,893 -4,209 11,31 3,42 7,89 12,3 10,4 0,39

Tabela 05 -Estações linimétricas (in situ) utilizadas para a validação externa


Estações In Situ ANA
Código Estação Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Traço EV Referência
ANA in situ (o) (o) Máx.(m) Mín.(m) (m) da Jason-1
Estação
in situ à
EV (km)
16350002 Parintins -56,75 -2,63 13,19 3,37 9,82 17,6 139 Jusante
16350002 Parintins -56,75 -2,63 13,42 3,62 9,80 32,6 228 Montante
10100000 Tabatinga -69,94 -4,23 69,98 58,50 11,48 31,2 102 Jusante
15700000 Manicoré -61,30 -5,82 31,02 16,52 14,50 41,8 076 Jusante
15940000 N. O. do -59,09 -3,88 19,88 15,57 4,31 42,4 152 Jusante
Norte
12351000 Fonte Boa -66,06 -2,49 40,41 28,70 11,71 91,7 165 Montante
13150003 Coari -63,08 -4,09 31,06 17,47 13,59 7,3 241 Jusante
14990000 Manaus -60,03 -3,14 20,97 7,82 13,15 10,4 063 Montante
10200000 P. do Javari -72,81 -5,14 91,77 83,07 8,70 55,5 026 Montante
12520000 Ipixuna -71,69 -7,06 152,60 139,32 13,28 41,1 026 Montante
17730000 Itaituba -55,98 -4,28 11,41 3,64 7,77 12,3 228 Montante

76
Tabela 06 -Estações Virtuais (EV´s) do satélite Jason-2 utilizadas para a validação externa
Validação Externa / Jason-2
Estação Virtual (EV) Traço Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Declividade RMS
Satélite Média (o) Média Máx.(m) Mín.(m) (m) da EV à Média (m)
(o) estação (cm/Km)
in situ
(Km)
EV_Amazonas_139_J2 139 -56,904 -2,591 15,62 5,40 10,22 17,6 2,4 0,38
EV_Amazonas_228_J2 228 -56,52 -2,453 14,4 5,58 8,76 32,6 1,05 0,34
EV_Amazonas_102_J2 102 -70,134 -4,017 71,73 58,65 13,08 31,2 5,15 0,33
EV_Madeira_076_J2 076 -61,054 -5,618 34,51 18,32 16,19 41,8 11,6 0,38
EV_Madeira_152_J2 152 -58,949 -3,588 20,73 6,50 14,23 42,4 1,62 0,40
EV_Solimões_165_J2 165 -65,372 -2,487 42,97 32,11 10,87 91,7 3,38 0,40
EV_Solimões_241_J2 241 -63,095 -4,044 33,36 16,94 16,41 7,3 6,50 0,39
EV_Negro_063_J2 063 -59,95 -3,195 23,06 9,61 13,45 10,4 2,5 0,35
EV_Javari_026_J2 026 -72,608 -5,021 95,65 84,46 11,19 55,5 5,2 0,36
EV_Juruá_026_J2 026 -71,827 -7,179 153,72 141,70 12,02 41,1 17,2 0,38
EV_Tapajós_228_J2 228 -55,89 -4,216 12,79 4,24 8,55 12,3 5,8 0,27

Tabela 07 - Estações linimétricas(in situ) utilizadas para avalidação externa


Estações InSitu ANA
Código Estação Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Traço Referência
ANA in situ (o) (o) Máx.(m) Mín.(m) (m) da Estação EV
in situ à Jason-2
EV (km)
16350002 Parintins -56,75 -2,63 15,22 4,05 11,17 17,6 139 Jusante
16350002 Parintins -56,75 -2,63 14,45 4,74 9,71 32,6 228 Montante
10100000 Tabatinga -69,94 -4,23 71,79 57,51 14,28 31,2 102 Jusante
15700000 Manicoré -61,30 -5,82 34,60 17,34 17,26 41,8 076 Jusante
15940000 N. O. do -59,09 -3,88 20,99 7,62 13,37 42,4 152 Jusante
Norte
12351000 Fonte Boa -66,06 -2,49 42,58 31,62 10,96 91,7 165 Montante
13150003 Coari -63,08 -4,09 33,59 15,74 17,85 7,3 241 Jusante
14990000 Manaus -60,03 -3,14 23,14 6,90 16,24 10,4 063 Montante
10200000 P. do Javari -72,81 -5,14 95,62 84,36 11,26 55,5 026 Montante
12520000 Ipixuna -71,69 -7,06 153,16 141,58 11,58 41,1 026 Montante
17730000 Itaituba -55,98 -4,28 12,99 4,26 8,73 12,3 228 Montante

77
Tabela 08.- EstaçõesVirtuais (EV´s) do satélite Jason-3 utilizadas para a validação externa
Validação Externa / Jason-3
Estação Virtual (EV) Traço Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Declividade RMS
Satélite Média (o) Média Máx.(m) Mín.(m) (m) da EV à Média (m)
(o) estação (cm/Km)
in situ
(Km)
EV_Amazonas_139_J3 139 -56,92 -2,631 14,08 5,44 8,64 17,6 1,5 0,24
EV_Amazonas_228_J3 228 -56,52 -2,456 13,09 4,73 8,36 32,6 1,1 0,37
EV_Amazonas_102_J3 102 -70,136 -4,016 69,69 59,08 10,61 31,2 3,6 0,38
EV_Madeira_076_J3 076 -61,055 -5,619 31,22 17,45 13,77 41,8 3,9 0,37
EV_Madeira_152_J3 152 -58,95 -3,590 19,21 8,55 10,66 42,4 3,0 0,40
EV_Solimões_165_J3 165 -65,374 -2,488 40,81 29,64 11,17 91,7 4,1 0,36
EV_Solimões_241_J3 241 -63,09 -4,023 31,39 23,22 8,17 7,3 8,2 0,37
EV_Negro_063_J3 063 -59,954 -3,187 21,88 9,64 12,24 10,4 2,5 0,34
EV_Javari_026_J3 026 -72,608 -5,024 94,81 84,26 10,55 55,5 12,9 0,39
EV_Juruá_026_J3 026 -71,827 -7,182 154,62 142,12 12,50 41,1 9,68 0,38
EV_Tapajós_228_J3 228 55,891 -4,215 11,18 4,40 6,78 12,3 7,03 0,20

Tabela 09- Estaçõeslinimétricas (in situ) utilizadas para a validação externa


Estações In Situ ANA
Código Estação Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Traço Referência
ANA in situ (o) (o) Máx.(m) Mín.(m) (m) da EV
Estaçãoin Jason-3
situ à EV
(km)
16350002 Parintins -56,75 -2,63 14,00 5,40 8,60 17,6 139 Jusante
16350002 Parintins -56,75 -2,63 13,09 4,74 8,35 32,6 228 Montante
10100000 Tabatinga -69,94 -4,23 69,98 58,50 11,48 31,2 102 Jusante
15700000 Manicoré -61,30 -5,82 31,54 16,52 15,02 41,8 076 Jusante
15940000 N. O. do -59,09 -3,88 19,32 8,20 11,12 42,4 152 Jusante
Norte
12351000 Fonte Boa -66,06 -2,49 40,65 29,68 10,97 91,7 165 Montante
13150003 Coari -63,08 -4,09 31,33 19,61 11,72 7,3 241 Jusante
14990000 Manaus -60,03 -3,14 21,70 9,94 11,76 10,4 063 Montante
10200000 P. do Javari -72,81 -5,14 95,34 84,08 11,26 55,5 026 Montante
12520000 Ipixuna -71,69 -7,06 154,00 142,51 11,49 41,1 026 Montante
17730000 Itaituba -55,98 -4,28 11,20 4,32 6,88 12,3 228 Montante

78
Tabela 10- Estações Virtuais (EV´s) dos satélites Jason-1/2/3 utilizadas para a validação externa
Validação Externa / Jason-1/2/3
Estação Virtual (EV) Traço Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Declividade RMS
Satélite Média(o) Média(o) Máx.(m) Mín.(m) (m) da EV à Média (m)
estação (cm/km)
in situ
(Km)
EV_Amazonas_139_J1/2/3 139 -56,903 -2,586 15,62 5,40 10,22 17,6 2,91 0,29
EV_Amazonas_228_J1/2/3 228 -56,515 -2,469 14,44 4,73 9,71 32,6 2,41 0,31
EV_Amazonas_102_J1/2/3 102 -70,135 -4,017 71,73 58,65 13,08 31,2 3,76 0,30
EV_Madeira_076_J1/2/3 076 -61,058 -5,609 34,51 17,45 17,06 41,8 8,48 0,34
EV_Madeira_152_J1/2/3 152 -58,95 -3,587 20,73 6,50 14,23 42,4 2,01 0,33
EV_Solimões_165_J1/2/3 165 -65,375 -2,494 42,97 29,64 13,33 91,7 4,0 0,34
EV_Solimões_241_J1/2/3 241 -63,095 -4,047 31,48 19,51 11,97 7,3 7,53 0,30
EV_Negro_063_ J1/2/3 063 -59,952 -3,183 23,06 9,61 13,45 10,4 4,57 0,33
EV_Javari_026_ J1/2/3 026 -72,608 -5,022 95,65 82,96 12,69 55,5 10,78 0,33
EV_Juruá_026_ J1/2/3 026 -78,827 -7,180 154,62 141,70 12,92 41,1 10,54 0,30
EV_Tapajós_228_ J1/2/3 228 -55,891 -4,213 12,79 3,42 9,37 12,3 7,80 0,25

Tabela 11- Estações linimétricas(in situ) utilizadas para validação externa


Estações In Situ ANA
Código Estação Longitude Latitude Cota Cota Amplitude Distância Traço Referência
ANA in situ (o) (o) Máx.(m) Mín.(m) (m) da Estação EV
in situ à Jason-
EV (km) 1/2/3
16350002 Parintins -56,75 -2,63 15,22 3,37 11,85 17,6 139 Jusante
16350002 Parintins -56,75 -2,63 14,45 3,62 10,83 32,6 228 Montante
10100000 Tabatinga -69,94 -4,23 71,79 57,51 14,28 31,2 102 Jusante
15700000 Manicoré -61,30 -5,82 34,60 16,52 18,08 41,8 076 Jusante
15940000 N. O. do -59,09 -3,88 20,99 7,62 13,37 42,4 152 Jusante
Norte
12351000 Fonte Boa -66,06 -2,49 42,58 28,70 13,88 91,7 165 Montante
13150003 Coari -63,08 -4,09 33,59 15,74 17,85 7,3 241 Jusante
14990000 Manaus -60,03 -3,14 23,14 6,90 16,24 10,4 063 Montante
10200000 P. do Javari -72,81 -5,14 95,62 83,07 12,55 55,5 026 Montante
12520000 Ipixuna -71,69 -7,06 154,00 139,32 14,68 41,1 026 Montante
17730000 Itaituba -55,98 -4,28 12,99 3,64 9,35 12,3 228 Montante

79
APÊNDICE B – Séries Altimétricas das Validações Externa das EVs

Figura 22 - Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Amazonas_139 para os


80
satélites: a) Jason-1(pontos pretos);b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d)
Jason-1/2/3(série acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).
Figura 23- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Amazonas_228 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3 (série
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul). 81
Figura 24- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Amazonas_102 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3(série 82
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).
Figura 25-Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Madeira_152 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3 (série
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul). 83
Figura 26- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Solimões_165 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3(série
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).

84
Figura 27 - Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Solimões_241 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3(série 85
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).
Figura 28- Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Negro_063 para os satélites: a)
Jason-1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3(série
86
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).
Figura 29 Validação Externa dos dados altimétricos da estação EV_Juruá_026 para os satélites: a) Jason-
1(pontos pretos); b) Jason-2 (pontos vermelhos); c) Jason-3 (pontos verdes); d) Jason-1/2/3(série 87
acoplada) e estação in situ (linha contínua azul).
APÊNDICE C–Figuras das localizações da validação Externa das EVs

Traço 139 Jason-1/2/3

Figura 30- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Amazonas_139_J1/2/3 na Estação Virtual
Amazonas_139_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Parintins (ponto vermelho); (mosaico de imagem do
Google Earth em segundo plano).

88
Traço 228 Jason-1/2/3

Figura 31- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Amazonas na Estação Virtual
EV_Amazonas_228_J1/2/3( ponto amarelo ); Estação linimétrica Itaituba (ponto vermelho); (mosaico de imagem do
Google Earth em segundo plano).

89
Traço 102 Jason-1/2/3

Figura 32- Validação dos dados altimétricos para o rio Amazonas na Estação Virtual EV_Amazonas_102_J1/2/3( ponto
amarelo ); Estação linimétrica Itaituba (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano).

90
Traço 152 Jason-1/2/3

Figura 33-Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Madeira na Estação Virtual EV_Madeira_152_J1/2/3
(ponto amarelo); Estação linimétrica Madeira (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo
plano).

91
Traço 165 Jason-1/2/3

Figura 34- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Solimões na Estação Virtual
EV_Amazonas_165_J1/2/3 (ponto amarelo); Estação linimétrica Fonte Boa (ponto vermelho); (mosaico de imagem do
Google Earth em segundo plano).

92
Traço 241 Jason-1/2/3

Figura 35- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Solimões na Estação Virtual EV_Solimões_241_J1/2/3
(ponto amarelo); Estação linimétrica Coari (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo
plano).

93
Traço 063 Jason-1/2/3

Figura 36- Validação dos dados altimétricos para o rio Negro na Estação Virtual EV_Negro_063_J1/2/3 (ponto amarelo);
Estação linimétrica Manaus (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano).

94
Traço 026 Jason-1/2/3

Figura 37- Validação Externa dos dados altimétricos para o rio Juruá na Estação Virtual EV_Juruá_228_J1/2/3 (ponto
amarelo); Estação linimétrica Ipixuna (ponto vermelho); (mosaico de imagem do Google Earth em segundo plano).

95
96

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