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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA


INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS – IEG
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS DA TERRA - BI

MATEUS SANTOS PEREIRA


WILLIAM LOPES PEREIRA

CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS E INTERNAÇÕES POR


ASMA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTUDO DE CASO EM
ITAITUBA - PA.

Santarém - PA
2018
MATEUS SANTOS PEREIRA
WILLIAM LOPES PEREIRA

CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS E INTERNAÇÕES POR


ASMA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTUDO DE CASO EM
ITAITUBA - PA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Banca Examinadora como exigência parcial para
obtenção de título Bacharel Interdisciplinar em
Ciências da Terra; Universidade Federal do Oeste
do Pará, Instituto de Engenharia e Geociências.
Orientadora Profª Drª Ana Carla dos Santos
Gomes.

Santarém - PA
2018
MATEUS SANTOS PEREIRA
WILLIAM LOPES PEREIRA

CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS E INTERNAÇÕES POR


ASMA NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ESTUDO DE CASO EM
ITAITUBA - PA.

Conclusão de curso, Bacharelado


Interdisciplinar em Ciências da Terra,
Graduação; Universidade Federal do
Oeste do Pará; Geociências.

Conceito:
Data de Aprovação ____/____/______

_____________________________________
Prof° Drª Ana Carla dos Santos Gomes (IEG) - Orientadora
Universidade Federal do Oeste do Pará

_____________________________________
Prof° Dr° Lucas Vas Peres (IEG)
Universidade Federal do Oeste do Pará

_____________________________________
Prof° Dr° Wilderclay Machado (IEG)
Universidade Federal do Oeste do Pará
Aos nossos familiares e amigos, e à
nossa magnífica orientadora Ana Carla
que nos ensina e incentiva.
AGRADECIMENTOS

Aos professores do curso de Bacharelado em Ciências da Terra (IEG) da


UFOPA, que contribuíram ao longo do curso com conhecimentos diversos e tiveram
participação nesse processo na nossa evolução.
A Prof° Drª Ana Carla Gomes, pelo comprometimento, amizade, didática,
paciência e compreensão durante o período de orientação, pois tornou possível, o
desenvolvimento e a conclusão dessa monografia. Por fim, somos muito gratos, pois
todo conhecimento adquirido durante nesse período foi através da confiança
depositada em nós. Somos honrados por tê-la como nossa orientadora, muito
obrigado!
Ao nosso coordenador do curso Raimundo Nonato Colares, por seus
incentivos, dedicação e apoio aos alunos da turma nos anos à frente da
coordenação.
Aos nossos familiares que nos apoiaram durante toda a nossa jornada
acadêmica, nos incentivando a seguir e lutar pelos nossos objetivos, e nos ajudando
em momentos mais difíceis.
Aos nossos amigos Larissa e Johnny que nos acompanharam durante todo o
período de realização desse trabalho, amamos vocês! Aos nossos amigos Andrey,
Luiz Vitor e Caio que sempre estiveram dispostos para conversar e nos motivar nas
horas difíceis. Agradecemos ainda aos nossos amigos Fernanda, Karen, Laiene e
Moisés que nos ajudaram de forma direta e indiretamente.
Somos gratos a todos as pessoas envolvidas durante essa caminhada, nossos
sinceros agradecimentos!
“A alegria está na luta, na tentativa, no
sofrimento e não na vitória propriamente
dita.”
Mahatma Gandhi
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma das atividades 20


Figura 2 - Mapa de localização da área de estudo 20
Figura 3 - Abrigo meteorológico 22
Figura 4 - Interior do abrigo meteorológico 23
Figura 5 - Fluxograma estatística descritiva 25
Figura 6 - Número de Internações por Asma no município de Itaituba- 29
PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e
2015 a 2016
Figura 7 - Boxplot do número de Internações por Asma no município de 30
Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a
2011 e 2015 a 2016
Figura 8 - Boxplot da variável meteorológica Temperatura Máxima (Cº) 30
do município de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em
2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016
Figura 9 - Boxplot da variável meteorológica Temperatura Mínima (Cº) 31
do município de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em
2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016
Figura 10 - Boxplot da variável meteorológica Umidade Relativa (%) do 31
município de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a
2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016
Figura 11 - Figura 11 - Boxplot da variável meteorológica Precipitação 32
(%) do município de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em
2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016

Figura 12 - Boxplot da variável meteorológica Velocidade Média dos 33


Ventos (m/s) do município de Itaituba-PA, nos períodos de
estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016
Figura 13 - Boxplot da variável meteorológica Velocidade Máxima dos 33
Ventos (%) do município de Itaituba-PA, nos períodos de
estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016

Tabela 1 - Estatísticas descritivas das variáveis meteorológicas do 28


município de Itaituba, PA nos anos de 2005 e 2006 (1º
Período), 2010 e 2011 (2º Período) e 2015 e 2016 (3º
período)
Tabela 2 - Modelo de Regressão Dinâmica entre as variáveis 34
meteorológicas e as internações por asma nos períodos em
estudo
Quadro 1 - Instrumentos utilizados e presentes em uma Estação 23
Convencional
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Af – Clima tropical úmido ou clima equatorial


AIH – Autorização de Internações Hospitalares
Am – Clima de monção
ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Aw – Clima tropical com estação de seca no Inverno
BDMEP – Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa
DATASUS – Banco de dados do Sistema Único de Saúde
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
MRD – Modelo de Regressão Dinâmica
NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration
OMS – Organização Mundial da Saúde
OPA – Organização Pan-americana de Saúde
PM10 – Material Particulado
SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
SIH – Sistema de Informações Hospitalares
SO2 – Dióxido de Enxofre
SUS – Sistema Único de Saúde
TSM – Temperatura da Superfície do Mar
UBS – Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 16

2.1.1 Aparelho Respiratório. .................................................................................. 16


2.1.2 Asma ............................................................................................................. 16
2.1.3 Condições Atmosféricas e Asma. ................................................................. 17
3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 20

3.1 Área de Estudo. ............................................................................................... 20


3.2 Dados Meteorológicos ..................................................................................... 21
3.3 Dados de Internações ...................................................................................... 24
3.4 Estatística Descritiva ........................................................................................ 25
3.5 Modelagem de Regressão Dinâmica – MRD ................................................... 25
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 27

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 37

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 38

ANEXO ..................................................................................................................... 44
RESUMO

Uma das implicações mais inquietantes de eventos de extremos climáticos é seu


impacto sobre a saúde humana, uma vez que as doenças que mais causam mortes
são extremamente sensíveis às variações do clima. Neste sentido o objetivo do
estudo foi analisar a relação entre variáveis meteorológicas e internações por asma,
no município de Itaituba-PA, em três períodos não sequenciais, nos quais ocorreram
períodos de secas na Amazônia, 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016. Foram
utilizados dados meteorológicos (Temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do
vento e precipitação pluvial) disponibilizados pelo banco de dados do Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET) e de doenças (número de internações por Asma)
disponibilizados pelo Banco de Dados do Sistema Único de Saúde – DATASUS.
Ademais, foi realizado o tratamento dos dados por meio da estatística descritiva e
modelagem via regressão dinâmica. Os resultados apontaram que o período com
maior temperatura foi o terceiro com 36,8 ºC em setembro de 2015, de menor foi o
primeiro com 22,5 °C em agosto de 2006, o período mais úmido ocorre entre os
meses de março a maio e o menos úmido de agosto a outubro, o mês mais chuvoso
é o de março e o menos chuvoso são os de julho a setembro. A modelagem
sinalizou diferentes associações entre as variáveis meteorológicas e as internações,
destacando que dos três períodos pesquisados, os anos de 2015 a 2016, a
velocidade do vento foi a variável com melhor significância estatística. Conclui-se
que as variáveis meteorológicas influenciaram de formas diferentes as internações
por asma na região nos períodos em estudo.

Palavras-chave: Clima, Modelagem Estatística, Saúde.


ABSTRACT

One of the most troubling implications of climate extreme events is its impact on
human health, since the diseases that cause the most deaths are extremely sensitive
to climate variations. In this sense the objective of the study was to analyze the
relationship between meteorological variables and asthma, in the municipality of
Itaituba-PA in three non-sequential periods, in which periods of droughts occurred,
2005 to 2006, 2010 to 2011 and 2015 to 2016. Meteorological data (air temperature,
relative humidity, wind speed and rainfall precipitation) provided by the National
Institute of Meteorology (INMET) and disease (number of hospitalization for asthma)
data were used. Provided by the database of the single system of health –
DATASUS. In addition, data processing was carried out using descriptive statistics
and modeling via dynamic regression. The results pointed out that the period with the
highest temperature was the third with 36.8 º C in September 2015, of Minor was the
first with 22.5 °c in August 2006, the most humid period occurs between the months
of March to May and the least humid from August to October, the rainy period is
march and the less rainy are the ones from July to September. The modeling signals
different associations between the meteorological variables and the hospitalizations,
highlighting that of the three periods researched, the years from 2015 to 2016, the
wind speed was the variable with better statistical significance. It is concluded that
the periods influenced in different ways the asthma hospitalizations in the region.
Keywords: Climate, Statistical Modeling, Health.
12

1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios o homem vem modificando o ambiente dentro de sua


perspectiva e necessidade, essa interação, gera efeitos conforme a apropriação e
transformação do local. Com isto, estão sujeitos às consequências decorrentes dos
fenômenos dessas mudanças. Esses fenômenos produzidos podem ser naturais ou
influenciados por ações antrópicas. portanto as relações climáticas têm alcançado
grande relevância, pois estão diretamente ligados a fatores que podem influenciar a
saúde da população, por exemplo, doenças do aparelho respiratório. Para Amorim et
al., (2013) as variáveis meteorológicas como umidade relativa do ar, temperatura do
ar e precipitação pluviométrica são fatores climáticos que influenciam na saúde e no
bem-estar das pessoas.

Segundo AGOSTINI (2002), Hypócrates 400 a.c. foi um dos pioneiros que
abordou nos seus estudos a temática da relação do ambiente e saúde humana.

Os estudos hipocráticos iniciaram uma das bases da medicina


científica, propondo uma observação cuidadosa do ambiente físico
(em que se produziu a enfermidade), o lugar, a estação do ano, o
estado da atmosfera e outras relações. (SOUZA e NETO, 2008, p.
117)

E no âmbito da saúde pública e mudanças climáticas, a Organização Mundial


da Saúde (OMS) emite o primeiro informe científico em 1990 e nos meados de 1995,
a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), abordou esse assunto durante
uma Conferência de Mudanças Climáticas e a relação com a saúde humana
realizada nos Estados Unidos. Após essas primeiras publicações e acompanhados
com o avanço tecnológico e social, ocorreu diversas pesquisas que abordasse a
relação clima e saúde. Para OPAS (2009):

[...] desde então uma série de estudos e evidências tem comprovado


a questão e subsidiado as discussões no âmbito do setor saúde,
além de alertar que seus efeitos sobre a saúde podem comprometer
seriamente os resultados positivos já obtidos, requerendo maior
consciência e preparação para enfrentar as ameaças e os efeitos
que surgirem (OPAS, 2009, p. 10)

Segundo os dados da Organização Pan-Americana da Saúde (2003), dentre as


doenças crônicas, as doenças respiratórias são uma das principais causas de
incapacidades no mundo. As doenças do aparelho respiratório acometem as vias
13

aéreas superiores e inferiores, entre elas podem-se destacar as mais comuns: asma,
renite alérgica, doença pulmonar obstrutiva crônica e bronquite.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2012),


avalia-se que existam aproximadamente 20 milhões de brasileiros que sofrem por
consequência de crises asmáticas. A asma é uma causa importante de faltas
escolares e no trabalho dentre outros vários fatores. Segundo o relatório da
Organização Pan-Americana da Saúde, com dados de 2008, a asma no Brasil ocupa
a oitava posição no ranking mundial, variando entre 10 a 20%, dependendo da
região e das faixas etárias consideradas. Cerca de 273 mil internações e 2.500
óbitos foram registrados em 2007, dos quais aproximadamente 1/3 ocorreu em
Unidade Básica de Saúde (UBS), domicílios ou vias públicas, custando
aproximadamente R$ 98,6 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o, Banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), ligado


ao Ministério da Saúde, ocorrem no Brasil, em média, 350.000 internações
anualmente. A asma é a quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total),
conforme o grupo etário considerado (SOLÉ e CAMELO-NUNES, 2008).

Diante dessa discussão houve vários questionamentos sobre a pesquisa que visam
responder as seguintes perguntas: As variáveis climáticas têm influência nas
internações por casos de asma no município de Itaituba? Quais dessas variáveis
influenciam mais nesses casos?

Estudos voltados à climatologia médica indicam que atualmente há um alerta


sobre a influência do clima em doenças do aparelho respiratório. ABREU e
FERREIRA (1999) afirmam, que nas últimas décadas, as doenças respiratórias na
infância têm aumentado em termos de morbidade se, observada em termos
mundiais, bem como a alta mortalidade, principalmente em países de terceiro
mundo, como é o caso do Brasil.

Os fatores ambientais atuam sobre a dinâmica da asma, aumentando as suas


taxas de morbidade e gravidade. Dentre esses fatores se destacam-se a presença
de poluentes no ar atmosférico, tanto externo quanto interno, as condições
meteorológicas do ar e a velocidade dos ventos, que podem aumentar a duração da
exposição aos poluentes e impedir sua dissipação CASTRO (2005). Entre as
14

variáveis climáticas, a velocidade dos ventos e a umidade relativa do ar têm sido as


variáveis importantes no aumento de incidência de exacerbações de asma, assim
também como a precipitação e a temperatura média SOUZA, Amaury et al. (2014).

Segundo os registros do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde


(DATASUS) em 2011 foram registrados 160 mil casos de internações por asma, e
com isto a asma foi a quarta doença em números de internações. No ano de 2015 o
custo por hospitalizações para o controle da asma totalizou R$ 548,40 por
internação, e no ano de 2005 esse custo por internações somou-se em torno de R$
96 milhões DUARTE, VIEIRA e GRADUDENZ (2015). Portanto, a asma configura-se
como uma doença de problema de saúde pública, pois gera impacto social e
econômico, sobrecarregando o serviço público de saúde COELHO et al. (2016).

Estudos mostram uma relação sazonal nas hospitalizações por casos de asma
e nos atendimentos ambulatoriais pela mesma causa em várias regiões do Brasil
GODOY et al., (2001); VALENÇA et al., (2006). No que se refere à Amazônia
brasileira, vários estudos apontam a importância da associação entre a variação
climática e a ocorrência da asma, com predominância no período de seca ROSA et
al., (2008); SALDANHA et al., (2005).

A região amazônica é caracterizada climatologicamente por períodos definidos


de estiagem e de chuva. No decorrer dos anos, tem ocorrido intensa ação antrópica,
com queimadas indiscriminadas e desmatamentos de grandes áreas para expansão
da agropecuária e o extrativismo ilegal de madeira. As áreas desmatadas localizam-
se principalmente ao longo de um arco que abrange a borda da Amazônia,
concentrando mais de 85% das queimadas que ocorrem no Brasil durante o período
de estiagem na região INPE (2018).

Segundo Marengo et al., (2016) a Amazônia sofreu três grandes secas nos
últimos 15 anos. A partir dessa informação optou-se verificar a associação entre as
condições atmosféricas e as internações por asma nos três períodos de seca na
região, especificamente em Itaituba, no Estado do Pará.

Umas das possíveis causas que influenciaram a seca intensa de 2005 não
estar interligada com as condições climáticas do El niño, os registros climáticos e
15

hidrológicos apontaram que a seca ocorrida no ano de 2005 foi influenciada pelo
aquecimento do oceano Atlântico Tropical Norte INPE (2008).

Para os cientistas do INPE (2011) a seca que ocorreu no ano de 2010 foi mais
severa e superou a de 2005, e as causas não foram apenas influenciadas pelas
condições climáticas do El niño, mas intensificada com o aquecimento das águas
tropicais do Atlântico Norte, resultando em uma estação mais seca que se estendeu
por vários meses.

Nas notas técnicas do INMET (2016) o padrão de chuva no Brasil foi


influenciado pelas condições climáticas do El niño que ocorreu em 2015 até o
primeiro semestre de 2016, portanto na região amazônica essa influência alterou o
padrão de chuva, deixando-a 50% abaixo da climatologia normal e com essa
redução de chuvas a região tornou-se mais seca.

O conhecimento sobre climatologia é de extrema importância para a prevenção


de futuros prejuízos para a sociedade sendo material ou relacionado ao aumento
dos casos de doenças. Os estudos realizados sobre esse tema na região amazônica
precisam de mais atenção, devido sua relevância. Diante disto, esta pesquisa tem
como principal objetivo analisar e relacionar os casos de hospitalizações por asma e
as variáveis climáticas em Itaituba, PA nos períodos das últimas secas ocorridas em
2005, 2010 e 2015.
16

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1.1 Aparelho Respiratório.

Na história evolutiva do homem a respiração se destaca como uma


necessidade e um dos principais fatores para o desenvolvimento e permanência da
raça humana no planeta. “Nós podemos viver alguns dias sem comer ou sem beber,
porém, apenas alguns minutos sem respirar são suficientes para nos levar à morte”
ARAÚJO (2008).

Para a realização da respiração é necessário todo um conjunto como o nariz,


faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Com o funcionamento desses órgãos
é possível que ocorra a troca de gases do sangue venoso que é caracterizado por
ser pobre em oxigênio, mas rico em gás carbônico e por meio das contrações do
ventrículo direito do coração, o sangue é bombeado para os pulmões pela artéria
pulmonar NEVES (2018).

O sistema respiratório é formado pelas vias aéreas superiores que compreende


a parte superior da traqueia, cavidade nasal, faringe, laringe e nariz externo, esses
órgãos estão situados externamente à caixa torácica. As vias aéreas inferiores
correspondem a parte inferior da traqueia, pulmões, alvéolos, brônquios e
bronquíolos (DANTAS, 2011).

2.1.2 Asma

O termo “ASMA” é oriundo do grego, e significa respiração difícil. É uma


doença que é estudada desde início das grandes civilizações, por influenciar
diretamente o estilo de vida do homem. Os ataques de asma e uma das primeiras
descrições realizadas ocorreram em meados de 2600 a.c na obra mais antiga da
medicina interna, intitulada de “A Teoria do Interior do Corpo” escrita pelo médico
Huang-Di, nessa publicação a planta Ma Huang é mencionada como uma alternativa
para o tratamento da doença RODRIGUES (2007).

De acordo com Nunes (2011) “A asma é uma doença inflamatória crônica das
vias aéreas. Conhecida desde a antiguidade caracteriza-se por crises agudas de
17

obstrução das vias aéreas inferiores provocando dificuldades respiratórias e


perturbando a qualidade de vida do asmático”.
Em 1550 a.c no Egito foi descoberto em Tebas os papiros de Elbers. Nessa
obra a asma é citada bem como também o tratamento por inalação de vapores de
ervas. Na Grécia antiga a asma foi referenciada pela primeira vez por Homero na
obra Ilíada NUNES (2011).

A asma é uma doença respiratória não contagiosa, caracterizada pela


inflamação das vias aéreas inferiores e por dificultar a respiração, afetando todas as
faixas etárias. Nesse sentido o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma define a
Asma como uma doença inflamatória crônica caracterizada por: a) estreitamento das
vias aéreas que pode ser tratada por medicamentos ou espontaneamente. b)
acompanhada por uma sensação de desconforto respiratório (dispneia) e por um
som agudo ou chiado gerado pelas vias respiratórias (sibilância). c) sintomas como
tosse e aperto no peito podem ocorrer à noite e ao amanhecer. d) é uma doença de
relação genética e decorrente de fatores ambientais SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ALERGIA E IMUNOLOGIA (2002).

2.1.3 Condições Atmosféricas e Asma.

Os estudos que fazem a correlação da saúde com o meio ambiente não são
recentes, essa busca pela compressão dos processos complexos que envolvem o
clima e saúde é advinda da ocupação e organização do homem no espaço. Portanto
o clima é determinante nas alterações danosas que pode influenciar a saúde do
homem AMORIM et al., (2013).

[...] o clima e ou as condições atmosféricas, constituem fatores de


grande significado, cuja importância varia de acordo com a doença
em questão e com as características físicas, psicológicas e culturais
dos indivíduos. (PITTON e DOMINGOS, 2004, p.76).

A sazonalidade climática influencia no aparecimento de casos de doenças


respiratórias com a relação de certas variáveis meteorológicas. Destaca-se a
umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica e temperatura. Portanto, as
mudanças bruscas que ocorrem no clima afetam diretamente na massa de ar frio
dificultando a velocidade dos ventos e a qualidade do ar. Esses fatores contribuem
18

para os casos de doenças como asma, pneumonia e bronquiolite ANDRADE et al.,


(2015).

Segundo Souza, Amaury et al., (2014) as condicionantes ambientais


influenciam diretamente a asma, entre elas pode-se citar a umidade relativa do ar, a
velocidade dos ventos e a presença de poluentes na atmosfera. Portanto, Souza,
Amaury et al., (2014) afirma ainda que entre as variáveis meteorológicas a umidade
do ar e a velocidade dos ventos são variáveis que se destacam como fatores
diretamente ligados para a ocorrência da asma.

Para Amorim et al., (2013) asma e bronquite, são doenças que sofrem
influência das alterações climáticas, pois quando ocorre a queda da temperatura
junto a massa de ar frio, a congestão nasal tende a se desenvolver e com isto
sintomas na face, espirros, obstrução nasal e coriza podem ocorrer. E esses
sintomas descritos provocam o aparecimento de outras doenças, pois as pessoas
procuram os mesmos lugares, que são fechados, para evitar o frio e assim o vírus se
propaga entre as pessoas de uma maneira mais rápida.

Valença et al., (2006) realizaram uma pesquisa na cidade de Distrito Federal


referente ao período de 1999 e 2000. Mediante os resultados obtidos, conclui-se
uma relação da incidência dos casos de asma e a variação sazonal. Na pesquisa o
aumento dos casos de asma é de crianças de zero a catorze anos, nos meses de
março e uma queda nos meses de agosto e setembro. A pesquisa utilizou o método
do modelo de regressão linear múltipla e coeficiente de correlação linear de Pearson
e o resultado demonstra que as internações por asma ocorrem durante a estação
quente e úmida, pois as correlações que apresentaram mais significância ocorrem
entre a variável umidade e registro de morbidade, temperaturas médias e
precipitação com defasagem de dois meses. Com os dados obtidos dos autores
mostram que os casos de asma apresentam uma variação sazonal e crescem um a
dois meses após o aumento da umidade e diminui no período seco.

Santos e Filho (2014), realizaram um estudo da influência de variáveis


meteorológicas nas internações hospitalares em Maceió entre o período de 1998 a
2006, utilizando a técnica do cálculo dos coeficientes de correlação de Pearson. Os
resultados obtidos demonstram que os casos de asma ocorreram com mais
19

prevalência nos meses de setembro a novembro. A pesquisa apontou de novembro


a maio são os meses onde a temperatura apresenta-se mais elevada e ao
correlacionar a temperatura do ar com o número de internações por asma percebe-
se um aumento nas internações no mês de novembro que apresentou temperatura
de 25,6 ºC. Entre as seis variáveis meteorológicas que os autores abordaram, a
temperatura do ar e a pressão possuem alta significância com as internações por de
asma. A umidade relativa do ar alta possui significância em conjunto da baixa
temperatura do ar e alta pressão atmosférica, pois as internações hospitalares
sofrem um aumento.
20

3. MATERIAL E MÉTODOS

Nesta seção do trabalho a área de estudo, os materiais e os métodos


empregados na aquisição e tratamento de dados serão apresentados. A pesquisa
seguiu o seguinte enredo: pesquisa bibliográfica, coleta e tratamento dos dados e
análise dos resultados. Para análise dos dados e elaboração dos gráficos foi
utilizado o Software estatístico R versão 3.4.0.

Figura 1 - Fluxograma das atividades.


3.1 Área de Estudo.

Figura 2 - Mapa de localização da área de estudo


Fonte: Acervo dos autores
21

A área de estudo da pesquisa é o município de Itaituba. Pertence a


mesorregião do Sudoeste Paraense e localiza-se a uma latitude 04°16’34 Sul e
longitude 55°59’01 Oeste, na margem esquerda do Rio Tapajós. A economia do
município se baseia em serviços e em atividades industriais na exploração e
produção de produtos derivado do calcário. Em relação a população, estima-se o
total de 98.523 habitantes (IBGE 2017). O clima da região é caracterizado como
tropical de monção – Am de acordo com a classificação de Koppen. Esse clima é
uma transição entre os tipos climáticos Af e Aw. Apresenta temperatura média do
mês mais frio sempre superior a 18°C e uma estação de estiagem com uma
pequena duração.

3.2 Dados Meteorológicos

Os dados referentes à precipitação pluvial (mm), temperatura do ar (ºC),


umidade relativa do ar (%) e velocidade dos ventos (m/s) utilizados nesta pesquisa
foram obtidos na estação convencional de código OMM: 82445, instalada no
município de Itaituba, coletados no Sítio do Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET) na plataforma do Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa
(BDMEP).
As variáveis atmosféricas disponibilizadas para consultas no BDMEP
são: precipitação ocorrida nas últimas 24 horas; temperatura do
bulbo seco, temperatura do bulbo úmido; temperatura máxima;
temperatura mínima; umidade relativa do ar; pressão atmosférica ao
nível da estação; insolação; direção e velocidade do vento (BDMEP,
2018).

No município de Itaituba existem dois tipos de Estações Meteorológicas, a


convencional e a automática, instaladas respectivamente em 1928 e 2008. Por
possuir mais dados históricos, foi utilizado a Estação Convencional para a realização
do estudo.

A estação convencional possui instrumentos cuja leitura é realizada de forma


direta pelo observador, como o barômetro para medir a pressão atmosférica,
termômetro para medir a temperatura do ar e o higrômetro para verificar a umidade
relativa do ar ou por sistema de registro como termohigrógrafo que registra em carta
a temperatura do ar e umidade relativa, o pluviógrafo responsável por medir a
22

precipitação e o anemógrafo que registra a direção e velocidade dos ventos. Para


coleta e o registro desses dados é necessário a presença diária de uma pessoa.

As instalações das estações possuem um mesmo parâmetro de construção e


todas orientadas norte-sul, construída de madeira e fixadas sobre 1,20m do solo,
denominada de abrigo meteorológico (Figura 3), possui venezianas em todos os
lados para que o ar entre e se relacione com alguns instrumentos que ficam no
interior (Figura 4), por estar localizada no Hemisfério Sul, a pequena porta está no
sentido Sul, mas acaso estivesse no Hemisfério Norte, estaria com abertura sentido
Norte.

Figura 3 - Abrigo meteorológico. Figura 4 - Interior do abrigo meteorológico.


Fonte: INMET Fonte: INMET
23

Quadro 1 - Instrumentos utilizados e presentes em uma Estação Convencional.

Sensor Função Imagem

Mede a velocidade do vento (em m/s) e,


Anemômetro em alguns tipos, também a direção (em
graus)

Mede a quantidade de precipitação


pluvial (chuva), em milímetros (mm)
Pluviômetro

Registra a quantidade de precipitação


Pluviógrafo pluvial (chuva), em milímetros (mm).

Mede a umidade relativa do ar, de modo


indireto, em porcentagem (%). Compõe-
se de dois termômetros idênticos, um
denominado termômetro de bulbo seco,
Psicrômetro e outro com o bulbo envolvido em gaze
ou cadarço de algodão mantido
constantemente molhado, denominado
termômetro de bulbo úmido.

Registra, Simultaneamente, a
Termohigrógrafo temperatura (ºC) e a umidade relativa do
ar (%).
24

3.3 Dados de Internações

A mensuração do estado de saúde da população é uma tradição em saúde


pública. Informações de morbidade, internações, além do acesso a serviços,
qualidade da atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser
métricas utilizadas na construção de indicadores de saúde no DATASUS, órgão da
Secretaria Executiva do Ministério da Saúde com a responsabilidade de coletar,
processar e disseminar informações sobre saúde, sobre assistência a saúde da
população, os cadastros assistencial das redes hospitalares e ambulatoriais, o
cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de informações sobre recursos
financeiros e informações demográficas e socioeconômicas. Estes dados foram
separados para visualizar se há ocorrência de relação entre os efeitos das
condições climáticas nas internações por asma no município estudado.

Os dados de internações por asma no município de Itaituba foram obtidos no


banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do
Brasil (DATASUS), disponível no endereço eletrônico www.datasus.gov.br. Na
plataforma pode-se verificar as informações das unidades hospitalares, ligadas ao
SUS (públicas ou particulares conveniadas) e os dados referente as internações que
são enviadas por meio da Autorização de Internações Hospitalares (AIH) das redes
municipais ou estaduais. Após essa etapa todas as informações relativas a
internações são processadas pelo DATASUS e cria-se um crédito, onde a
mantedora será paga pela secretaria de saúde do município por ter realizado esse
serviço ao paciente.

O Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias


Municipais de Saúde trabalham em conjunto para gerenciar o Sistema de
Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Para aquisição de dados foi delimitado
apenas a asma dentro do conjunto de doenças do aparelho respiratório no período
de janeiro a dezembro dos seguintes anos 2005-2006, 2010-2011 e 2015-2016.
25

3.4 Estatística Descritiva

A estatística é definida como a ciência dos dados por detrás do processo de


coleta, classificação, resumo, organização e interpretação dos dados de um
determinado estudo VIERA (2011). Com esse conjunto de técnicas o uso da
estatística pode solucionar desde os problemas mais simples aos mais complexos e
é por esse fato que se faz presente nas ciências exatas, sociais e biológicas.

Para (GOMES, 2015, p.17) “A estatística descritiva é a etapa inicial da análise


utilizada para descrever e resumir os dados”. Neste trabalho utilizaram-se os
gráficos de série temporal, boxplot, além do cálculo de medidas de posição.
Igualmente, utilizou também a Modelagem via Regressão dinâmica com o objetivo
de verificar associação entre as variáveis meteorológicas e o número de internações
por asma.
O processo da estatística descritiva pode ser resumido nas etapas seguintes:

Figura 5 - Fluxograma estatística descritiva


3.5 Modelagem de Regressão Dinâmica – MRD

Com o objetivo de averiguar a relação do número de internações por asma e as


variáveis meteorológicas no município de Itaituba, utilizou-se a regressão dinâmica.

Modelos de regressão dinâmica devem ser utilizados quando existe


uma estrutura de dependência serial entre a variável de interesse e
as variáveis causais e, ao mesmo tempo, quando a estrutura de
correlação da série dependente indicar que não se pode supor a
independência dos erros. Nos modelos de regressão dinâmica, a
variável dependente é explicada por seus valores defasados e pelos
valores atuais e passados de variáveis causais ou exógenas (LOPES
E PIMENTA, 2011).
26

A construção de um modelo estatístico de regressão dinâmica permite o estudo


em conjunto de séries temporais e a incidência das variáveis explicativas. A princípio
pode-se adotar um modelo simples em que a cada etapa de teste adicionam-se
outras variáveis para um melhor ajuste no modelo. Essa dinâmica do modelo ocorre
pela defasagem (lag) da variável. “Portanto, no MRD, a variável dependente é
explicada por seus valores defasados e pelos valores atuais e passados de variáveis
explicativas”, (GOMES, 2015, p.22).

No Modelo de Regressão Dinâmica os valores defasados da variável são


representados por (Yt -1) e de suas preditoras (Xn,t) ou preditoras defasadas (Xn,t - k)
e pode ser representado pela seguinte equação:

𝑡 𝑌𝑡 = 𝛽0 + 𝛾1 𝑌𝑡−1 +⋯ + 𝛾1 𝑌𝑡−𝑘 + 𝛽1,𝑡 𝑋1,𝑡 + 𝛽1,𝑡−1 𝑋1,𝑡−1 +⋯ + 𝛽1,𝑡−𝑘 𝑋1,𝑡−𝑘 + 𝛽2,𝑡 𝑋2,𝑡 +
𝛽2,𝑡−1 𝑋2,𝑡−1 +⋯ + 𝜀𝑡

Então t-i representa os índices das variáveis e os parâmetros com i das


defasagens. Na equação acrescenta-se um termo estocástico (εt), assim como
algumas flutuações normalmente distribuídas e insignificantes para o modelo.
PANKRATZ (1991).

A estratégia adotada para a construção de um modelo do MRD é a bottom-up,


ou seja, incialmente um modelo simples é refinado e por meio da inclusão de novas
variáveis até modelo ser apropriado. A cada momento da elaboração do modelo, são
realizados testes de hipóteses, essas hipóteses servem para fazerem a previsão
coerente ao MRD, pelo comportamento da série dos valores defasados de
observações passadas DUDEWICZ e MISHRA (1988); GOMES (2015).
27

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As estatísticas descritivas dos períodos estudados podem ser observadas na


Tabela 1. Fazendo um comparativo é possível observar que no primeiro período a
velocidade média do vento teve o valor máximo de 1,25 m/s com desvio padrão de
0,24 houve, também uma amplitude de aproximadamente de 0,96. A variável
velocidade média máxima apresentou média de 3,7 m/s, com mínima e máxima com
valores de 2 e 14 m/s respectivamente e desvio padrão de 2,4. Os dados de
precipitação apresentaram valores mínimo 26,9 mm e máximo 405,3 mm. A
temperatura máxima no município de Itaituba ultrapassa a marca dos 30°C, sendo a
média do período de 33,8°C. No entanto, a temperatura mínima variou de 22,5°C a
25°C. A umidade relativa do ar variou aproximadamente entre 76 e 91%.

No segundo período a velocidade média do vento teve o valor máximo de 0,98


m/s com desvio padrão de 0,18 e uma amplitude de valor aproximado de 0,79. A
variável velocidade média máxima mostrou média de 3,6 m/s, com mínima e máxima
de valores de 2,5 e 12,1 m/s respectivamente e um desvio padrão de 1,9. Os dados
de precipitação apresentaram valores de 6,6 mm a 494,7 mm. A temperatura
máxima no município de Itaituba teve uma amplitude de 4,23 °C sendo a média do
período de 33,8°C. A temperatura mínima atinge valores de 23,1°C a 27,1°C. A
umidade relativa do ar variou aproximadamente entre 76 e 89%.

No terceiro período a velocidade média do vento teve o valor máximo de 1,4


m/s com desvio padrão de 0,25 e a amplitude de valor aproximado de 0,97. A
variável velocidade média máxima apresentou média de 4,2 m/s, com mínima e
máxima de valores 3 e 8,1 m/s respectivamente e desvio padrão de 1,2. Os dados
de precipitação apresentaram valores de 4,5 mm a 466,5 mm. A temperatura
máxima no município de Itaituba apresentou mínima em 31°C e máxima em 36,8°C,
sendo a média do período de 34°C. A temperatura mínima variou de 24°C a 26°C. A
umidade relativa do ar variou aproximadamente entre 65 e 87%.

Ao comparar os três períodos em estudo observam-se diferentes


comportamentos das variáveis meteorológicas, destacando o terceiro período o de
maior impacto na região de Itaituba, pois foi quando ocorreram menores valores na
velocidade do vento, de precipitação, umidade relativa e consequentemente maiores
28

valores de temperatura. Segundo Marengo e Espinoza (2015), a região Amazônica


em 2005, 2010 e 2015 sofreu três eventos de seca que influenciaram de forma
diferente na região, o que corrobora os resultados encontrados neste trabalho.

Tabela 1 - Estatísticas descritivas das variáveis meteorológicas do município de


Itaituba, PA nos anos de 2005 e 2006 (1º Período), 2010 e 2011 (2º Período) e 2015
e 2016 (3º Período).

1º Período

Estatísticas
Variáveis
Mínima Média Máxima Desvio Padrão
Vento Vel. Med. 0,2903 0,6173 1,2521 0,24
Vento Vel. Máx. 2 3,708 14 2,40
Precipitação 26,9 172,37 405,3 122,05
Temp. Máxima 31,33 33,76 35,95 1,54
Temp. Mínima 22,53 23,94 24,92 0,57
Umidade Relativa 76,68 84,61 90,6 4,56
2° Período
Vento Vel. Med. 0,2892 0,5502 0,9817 0,18
Vento Vel. Máx. 2,5 3,617 12,1 1,88
Precipitação 6,6 203,67 494,7 136,75
Temp. Máxima 31,11 33,2 35,34 1,31
Temp. Mínima 23,1 24,42 27,1 0,75
Umidade Relativa 76,33 82,93 88,81 3,87
3° Período
Vento Vel. Med. 0,4376 0,8843 1,4078 0,25
Vento Vel. Máx. 3 4,213 8,1 1,18
Precipitação 4,5 149,7 466,5 117,06
Temp. Máxima 31 33,94 36,8 1,71
Temp. Mínima 23,85 24,71 26,03 0,75
Umidade Relativa 65,08 79,33 86,73 6,04

O número total de casos da doença asma ocorrido no período do presente


estudo no município de Itaituba-PA foi de 2763. Na Figura 6 observa-se que entre os
três períodos de estudos, o maior número de casos de asma ocorreu no primeiro
período, com 1.566 casos registrados, enquanto no segundo período 692 casos e no
terceiro período 505 casos. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e
29

Imunologia (2006), os dados de hospitalizações por asma no ano de 2005


apresentou 18,7% dos casos de asma corresponderam aos 2,6% das internações
por doenças do aparelho respiratório. Ainda na Figura 6 é possível observar a
distribuição das internações por Asma em cada período analisado. O mês de maior
incidência registrada foi junho de 2005 com 103 casos de asma e o de menor
ocorreu no mês de outubro de 2016 com somente 6 casos. O segundo período
(2010 a 2011) mostra números mais elevados de ocorrência de asma que o terceiro
(2015 a 2016). Comparando os períodos das variações ao longo do ano das
internações por asma temos uma média mensal de 38,7 (desvio padrão=12,89).

Figura 6 - Número de Internações por Asma no município de Itaituba-PA, nos


períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016.
Na Figura 7, observa-se a sazonalidade dos números de internações por asma.
No primeiro período destacam-se os meses de março e junho com maior
variabilidade. No segundo período a maior variabilidade ocorre em novembro. Já no
terceiro período, observa-se que não ocorrem variabilidades tão expressivas como
nos períodos anteriores.
30

Figura 7 – Boxplot do número de Internações por Asma no município de Itaituba-PA,


nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016.

Na Figura 8, observasse o comportamento sazonal das variações de


temperatura máximas mensais. Os meses que apresentaram médias com maiores
temperaturas nos três períodos foram de agosto a outubro, e os menores valores
ocorreram em meses diferentes entre os períodos, no primeiro ocorreu de fevereiro a
maio, no segundo de janeiro a maio e no terceiro de janeiro a abril. Ressalta que o
3º período apresentou os valores mais elevados como também a maior variação.
Segundo Saatchi et al (2013) os três eventos ocorridos em 2005, 2010 e 2015 estão
associados a fenômenos distintos causadores de seca na Amazônia.

Figura 8 - Boxplot da variável meteorológica Temperatura Máxima (ºC) do município


de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a
2016.
De acordo com a Figura 9, observa-se que a temperatura mínima possui
comportamento sazonal semelhante nos três períodos. As mínimas ocorrem no
primeiro semestre dos anos, nos meses de maio a julho e os máximos nos meses de
setembro a novembro. Verificou-se a maior amplitude térmica (4°C) no segundo
período quando comparada com aos demais.
31

Figura 9 - Boxplot da variável meteorológica Temperatura Mínima (ºC) do município


de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a
2016.
Na Figura 10, observa-se o comportamento sazonal da umidade relativa do ar
destacando os meses de fevereiro a maio com os maiores valores e agosto,
setembro e outubro com os menores. A umidade apresenta variação de 65% a
90%, as maiores variabilidades são observadas no segundo e terceiro período.

Figura 10 - Boxplot da variável meteorológica Umidade Relativa (%) do município de


Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016.

Estudos observacionais mostraram que, em 2005, 2010 e em 2015, a


Amazônia experimentou as mais intensas secas do século. A seca causou o
aumento do número de queimadas, provocando a perda de biodiversidade e
aumento do número de casos de doenças respiratórias. Apesar das secas na
Amazônia estarem, em geral, associadas ao fenômeno El Niño, parte do período de
ocorrência da seca de 2005 foi registrado durante um período de pequeno
resfriamento do Pacífico Equatorial e com as temperaturas da superfície do mar
(TSM) do Atlântico Tropical acima do normal (TRENBERTH E SHEA, 2006).
32

LEWIS et al. (2011) concluíram que a seca de 2010 foi mais intensa do que a
ocorrida em 2005, já que esta última abrangeu principalmente o sudoeste da
Amazônia. Em 2010, a seca provocou redução da precipitação numa área de 3
milhões de quilômetros quadrados da floresta, bem mais do que os 1,9 milhões de
quilômetros quadrados afetados em 2005. Em 2010, os totais acumulados de
precipitação durante a estação chuvosa ficaram abaixo da média histórica,
comportamento que se prolongou até o fim do período seco. Este período também
foi caracterizado por um moderado evento El Niño e a TSM no Atlântico Norte
tropical mais quente do que o normal (MARENGO et al., 2011). O evento de 2015 foi
relacionado somente ao fenômeno El Niño. A National Oceanic and Atmospheric
Administration (NOAA) confirmou a formação do El Niño no fim do mês de
maio/2015 com intensidade forte superior aos eventos anteriores. O fenômeno se
estendeu até a metade do ano de 2016 na categoria forte ao longo de todos os
meses de 2015.
Na figura 11, é possível constatar a diferente influência dos eventos de seca
nos períodos em estudo. No primeiro e no segundo período, os meses menos
chuvosos foram de junho a setembro, já no terceiro período ocorreu de junho a
novembro.

período.

Figura 11 - Boxplot da variável meteorológica Precipitação (%) do município de


Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e 2015 a 2016.
Na Figura 12, os maiores valores da velocidade média dos ventos ocorreram
nos meses de setembro a dezembro em todos os três períodos. Os menores
valores estão localizados nos meses de abril a julho no primeiro e segundo período,
já no terceiro período ocorrem de maio e junho.
33

Figura 12 - Boxplot da variável meteorológica Velocidade Média dos Ventos (m/s) do


município de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a 2011 e
2015 a 2016.

Na figura 13, é possível observar o comportamento mensal das velocidades


máximas dos ventos. Destaca-se o mês de setembro de maior variabilidade no
primeiro período. No segundo período o mês de outubro e no terceiro, março.
Sinalizando a ocorrência do efeito defasado dos eventos de seca no comportamento
do vento.

Figura 13 - Boxplot da variável meteorológica Velocidade Média Máxima dos Ventos


(m/s) do município de Itaituba-PA, nos períodos de estudo em 2005 a 2006, 2010 a
2011 e 2015 a 2016

A modelagem via regressão dinâmica (MRD), mostrou que foram diferentes


variáveis e com diferentes lag’s que influenciaram significativamente as internações
por asma nos períodos estudados. Conforme Tabela 2, no primeiro período com dois
meses de defasagem, a temperatura máxima e a umidade relativa do ar que
apresentaram associação com significâncias estatísticas com as internações por
asma.
34

No segundo período a defasagem (lag’s) também foi de dois meses, porém a


associação significativa foi encontrada com a velocidade média máxima do vento e a
umidade relativa. Já no terceiro período a defasagem captada foi de um mês e as
variáveis foram velocidade média do vento e a temperatura mínima.
A modelagem comprova que a ocorrência de fenômenos climáticos influência
de forma diferente nas internações por asma, sem necessariamente ser o fenômeno
de intensidade maior o mais influenciador. O que significa que as variáveis
meteorológicas possuem associação significativa com as internações por asma nos
períodos em estudo no município de Itaituba, PA.
Tabela 2 - Modelo de Regressão Dinâmica entre as variáveis meteorológicas e as
internações por asma nos períodos em estudo

Estimativa Erro P- Valor


1°Período
Temperatura Máxima (2) 7,593 2,702 0,0112 *
Umidade Relativa (2) 22,447 7,917 0,0106 *
2° Período
Vento Vel. Máxima (2) 33,151 14,891 0,0371 *
Umidade Relativa (2) 14,672 0,7221 0,0550.
3° Período
Vento Vel. Média (1) 20,882 7,492 0,01104 *
Temperatura Mínima (1) 9,810 2,866 0,00256 **
Significância a 5%.

O município de Itaituba-PA se assemelha com a cidade de Campo Grande-MS,


por possuir poucos estudos que relacione os casos de asma com as variáveis
meteorológicas. Por essa necessidade, SOUZA, Amaury. et al (2014) desenvolveram
um trabalho que verificou as possíveis associações significativas com os casos de
asma e as variáveis meteorológicas (velocidade dos ventos, umidade relativa do ar,
temperatura do ar e precipitação). O método estatístico adotado foi o modelo de
regressão linear múltiplo que se assemelha ao utilizado nesse estudo (método
permite a verificação de associações). Com o emprego do método de regressão
múltipla, os autores constataram associações significativas entre as variáveis
meteorológicas (precipitação, temperatura e umidade relativa) e os casos de asma
em um período climático do ano.
35

O estudo realizado por SALDANHA E BOTELHO (2008) evidenciou que os


casos de asma podem ser associadas com a variação da temperatura e com a
velocidade do vento. Por meio da regressão simples foi contestado que a apenas a
temperatura máxima apresentou significância com os casos de asma, mas ao
adotarem o modelo de regressão múltipla a temperatura máxima apresentou
associação significativa com os casos de asma. Com a adição da variável
velocidade do vento, houve um aumento de 77% para 83% para o grau de
explicação.

Um estudo realizado por VALENCIA et al (2006) teve o objetivo de abordar o


número de casos de asma em um hospital público e verificar a sazonalidade da
doença de estudo, utilizando a regressão múltipla e com isso foi possível observar
que o mês de março apresentou alta concentração significante e os meses de
agosto e setembro apresentaram menores valores de significância.
As variáveis independentes apresentadas no modelo de regressão apresentam
valores baixos indicando uma colinearidade aceitável (AGRESTI E FINLAY, 2012).
Para o modelo ajustado foi feita análise dos resíduos onde verificou que os desvios
se distribuem normalmente e o gráfico dos resíduos se distribui aleatoriamente em
torno da média e não apresentam nenhum padrão específico, concluindo assim que
a equação apresenta bom ajuste aos dados. Para esta escolha, foi feita a
comparação com as demais variáveis, excluindo uma ou mais, com o intuito de
mostrar a melhor significância entre a variável de estudo, a asma. Com isso foi
possível constatar que a modelagem por meio da regressão dinâmica fornece uma
melhor resposta quando comparada com a regressão simples e múltipla, já que ela
permite verificar associação e o tempo do efeito das variáveis meteorológicas nas
internações.

Uma das fontes geradoras de renda no município de Itaituba é uma fábrica de


cimento. Sem acesso aos dados de poluentes emitidos e gerados pela fábrica,
segundo a literatura, levantamos a hipótese da existência de influência de
particulados na exacerbação tanto nos casos de asma como também em outras
doenças respiratórias na região.

Segundo Maury e Blumenschein (2012), a produção de cimento gera impactos


tanto sociais quanto ambientais, afetando geralmente as comunidades localizadas
36

aos redores dessas fábricas e criando assim alguns conflitos pela questão do meio
ambiente e por problemas de saúde decorrente da contaminação no solo, no ar e na
água. Toda a cadeia de produção de cimento gera impactos que influenciam na
saúde humana e no meio ambiente. Houve alguns avanços nesse setor de
produção, como o uso de novos equipamentos e novas técnicas que venham
acarretar menos problemas, mas nem todas as fábricas fazem os investimentos
necessários, portanto em algumas regiões ainda é possível registrar alguns
problemas decorrentes da produção do cimento.

Da extração da matéria-prima até a produção do produto final geram danos à


saúde e impactos ao redor da área de mineração, como a emissão de material
particulado que é um dos principais fatores que influenciam na saúde e além do
macroimpacto decorrente a emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de
carbono.
Amâncio e Nascimento (2012) realizaram um trabalho com objetivo de verificar
a influência dos poluentes do ar nos casos de asma em uma cidade de porte médio
e com os resultados obtidos os autores afirmam que o material particulado PM 10
seguido de SO2 estão diretamente associados com as internações por asma.
Portanto, para pesquisas futuras se faz necessário verificar essa possível
associação no município de Itaituba.
Estudar os fatores ambientes e associar com doenças que afetam o bem-estar
do homem é essencial. Recentemente um estudo que envolve pesquisadores da
Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(URFN), Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Federal de Rondônia (UFRO)
comprovaram que a fumaça das queimadas da Amazônia podem causar câncer de
pulmão, pela inalação de partículas tóxicas CARDOSO (2018). A partir dos
resultados obtidos das atuais pesquisas, sugere-se para trabalhos futuros,
acrescentar informações de poluição atmosféricas na modelagem via MRD para
cada vez mais conseguir resultados robustos relacionados a associação entre o
clima e saúde da população da Amazônia.
37

5. CONCLUSÃO

Conclui-se a partir das análises descritivas que os casos de asma foram


significativos no primeiro período em que há temperaturas elevadas combinadas
com a umidade relativa do ar. No segundo período houve significância entre a
umidade relativa do ar e a velocidade média máxima do vento. E no terceiro período
há significância entre a temperatura mínima aliada a . Essas significâncias são
apresentadas com defasagens (lag’s) de 1 e 2 meses. Ou seja, é a partir de um e
dois meses que o efeito das condições climáticas influenciam as internações por
asma.
Verificou-se que a técnica de análise apresentou um bom ajuste aos dados.
Portanto pela análise do modelo de regressão dinâmica, pode-se concluir que existe
associação entre as variáveis meteorológicas e os números de internações, de
formas diferentes em cada período: a temperatura máxima e a umidade relativa do
ar, indicando que quanto maior for a temperatura associado ao fator umidade relativa
do ar, conjuntamente maior será a influência sobre as internações por asma, assim
também como a velocidade do vento e a umidade relativa do ar e por conseguinte
associação da velocidade do vento e a temperatura mínima. Por fim, destaca-se que
estudar a influência meteorológica na saúde da população é importante para tomada
de decisões no setor de saúde pública, uma vez os resultados desta pesquisa
constatam que a sinergia entre as diversas variáveis influencia para ocorrência das
internações de asma em Itaituba, PA.
38

REFERENCIAS

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44

ANEXO

Anexo 1 – Gráficos de resíduos do primeiro período dos anos de 2005 a 2006.

Anexo 2 – Gráficos de resíduos do primeiro período dos anos de 2010 a 2011.


45

Anexo 3 – Gráficos de resíduos do primeiro período dos anos de 2015 a 2016.

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