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BELÉM
2019
FELICIA FRANÇA PEREIRA
BELÉM
2019
P436s Pereira, Felicia França
Simulação de Rompimento da Barragem de Água do Lago do Igarapé 7 Voltas, na
Fazenda Escola da Universidade Federal Rural da Amazônia,
Castanhal-Pa / Felicia França Pereira. - 2019.
54 f. : il. color.
CDD 629.46
FELICIA FRANÇA PEREIRA
_________________________________
Data da Aprovação
Banca Examinadora:
________________________________________________________Orientador
________________________________________________________Examinador 1
PPGG - UFPA
________________________________________________________Examinador 2
ECOSET ENGENHARIA
BELÉM
2019
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que me iluminou e me deu forças para nunca desistir dos meus
objetivos.
Aos meu pais Maria França e Alberto Carvalho, que me deram o total apoio ao longo da
minha vida e nunca me deixaram faltar nada e sempre torceram para que tudo desse certo
e a minha irmã Alicia França responsável por toda a minha preocupação sobre os
exemplos que eu tenho que passar, e a minha família pelo suporte e apoio.
Aos professores que contribuíram para a minha formação, em especial, Carlos Tanajura,
Mayara Ortega, Robson Carrera, Tabilla Verena e ao coordenador do curso João Almiro,
além do meu amigo Moniel Silva
Ao Clube da Luluzinha (Dandara Maria, Daniella Allves e Tailane Drago), por nunca
desistirem uma das outras e conseguirem chegar juntas até o fim, por me aturarem todos
esses longos cinco anos.
Á todos as outras pessoas não citadas, mas que contribuíram direta ou indiretamente os
meus sinceros agradecimentos, essa conquista não é só minha.
RESUMO
Due to the need to create devices, such as dams, that can retain any type of liquid or
tailings, in order to subsidize the lack of these controlled environments, in order to
provide benefits to society, in Brazil there has been a growing number of these types of
waste. construction. These devices may suffer potential damage to their structure and may
cause ruptures, leaks, infiltrations or even malfunction. In order to identify the possible
damage that these dams can cause to society and the environment, this work aimed to
simulate the disruption of a water dam located at the School Farm of the Federal Rural
University of Amazonia in Castanhal (PA) and analyze their impacts. In order to be able
to analyze this study, it was necessary to survey the photogrammetric, geodetic and
bathymetric data of the area to support the creation of the Digital Terrain Model, which
was essential for the construction of geometries necessary for the development of the fault
elaboration. break through the Hec-Ras software. This generated the flood wave for a
possible flow path, as well as the flow rate and depth map. The simulation results based
on the “Froehlich (2008)” equation made it possible to elaborate a dam rupture flood map,
which indicated that the flooded area would mainly reach fish ponds and the downstream
vegetated area.
Figura 2 - Distribuição das barragens em relação ao uso principal do ano de 2017 ...... 14
Figura 5 - Seção transversal típica com dados de entrada do modelo BREACH. .......... 19
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 10
2.1. Geral ..................................................................................................................... 10
2.2. Específico ............................................................................................................. 10
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 11
3.1. Histórico do uso de barragens............................................................................ 11
3.2. Histórico do rompimento de barragens ............................................................ 15
3.3. Formas de rompimento....................................................................................... 17
3.3.1. Ruptura de Barragem por Piping........................................................................... 17
3.3.2. Ruptura de Barragem por Galgamento ................................................................. 17
3.4. Legislação vigente de segurança de barragens ................................................. 18
3.5. Modelos computacionais para simulação de rompimento .............................. 18
3.6. Modelo DAMBRK ............................................................................................... 20
3.6.1. Formação da brecha .............................................................................................. 21
3.6.2. Propagação do hidrograma .................................................................................... 21
3.7. Hec-Ras ................................................................................................................ 24
4. METODOLOGIA................................................................................................... 26
4.1. Caracterização da área de estudo ...................................................................... 26
4.2. Coleta de dados.................................................................................................... 28
4.2.1. Levantamento fotogramétrico ............................................................................... 28
4.2.2. Levantamento Geodésico ...................................................................................... 30
4.2.3. Aquisição de dados batimétricos ........................................................................... 31
4.3. Processamento de dados ..................................................................................... 31
4.3.1. Processamento dos dados geodésicos ................................................................... 32
4.3.2. Processamento dos dados fotogramétricos............................................................ 35
4.4. Simulação do rompimento da barragem no HEC-RAS .................................. 35
4.4.1. Criação de Geometrias .......................................................................................... 36
4.4.2. Criação da falha no Hec-Ras ................................................................................. 36
5. RESULTADOS ....................................................................................................... 38
6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 48
8
1. INTRODUÇÃO
1
Comunicação pessoal de Raimundo Nonato Pereira da Silva, gerente da Fazenda Escola de Castanhal, no
4 de junho de 2019, realizada via comunicação oral.
9
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
2.2. Específico
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste tópico será apresentado uma breve revisão bibliográfica sobre os usos e
tipos de barragens, apresentando a importância da elaboração de planos de segurança de
barragens e do Plano de Ação de Emergência, os principais aspectos que devem ser
considerados em estudos de rompimento hipotético e os modelos computacionais para a
simulação do rompimento.
Barragem de terra
Sri Lanka
500 a.C Altura - 12 a 27 m
(Antigo Ceilão)
13.000.000 m³ de material
Norte da Itália
100 a.C Barragens romanas em arcos
Sul da França
Barragem Madduk-Masur
1200 d.C Altura - 90 m Índia
Destruída por transbordamento
Experiencias de Darcy
1856 França
velocidade de percolação da água
No Brasil são mais de 24 mil barragens cadastradas para inúmeros usos (ANA,
2017). Porém, o total de barragens no país, se considerar as catalogadas e não catalogadas,
pode ser superior a esse número, visto que o relatório de segurança de barragens foi
implantado em 2011 pela Agencia Nacional de Águas. O número de barragens ao longo
dos anos pode ser observado na Figura 1.
2
A ICOLD (International Commission on Large Dams) determina que barragens com mais 15 metros
equivale a grandes barragens (MCCULLY, 2001).
14
Os rompimentos de barragens são marcos cruciais nos últimos dois séculos, pois
são danos imensuráveis: vidas, histórias, casas, fauna e flora destruídas (XIONG, 2011).
São inúmeros os desastres envolvendo rompimentos de barragens no Brasil, o mais
recente, sendo o acidente ocorrido em Brumadinho, em Minas Gerais. Contudo, o mais
catastrófico por sua magnitude, foi o de Mariana a menos de 200km de Brumadinho, com
uma diferença de 1177 dias entre os dois acidentes (J1, 2019), acidentes expostos na
Figura 3.
Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA, 2012) com base nos estudos de
ruptura de barragem, a ruptura piping produz-se por uma falha estrutural da barragem.
No caso de barragens de terra ou enrocamento, essa falha ocorre quando existem
infiltrações através do corpo da barragem, de tal modo que se produz uma erosão e arraste
dos materiais, que acabam causando uma ruptura. A ruptura também pode ser ocasionada
por algum problema na compactação do maciço da barragem, criando-se um caminho
para o fluxo de água, que acaba arrastando partículas de solo, progressivamente,
resultando no fenômeno de piping. No caso de barragens de concreto, a falha estrutural
normalmente ocorre devido a problemas relacionados a deficiências do próprio concreto
utilizado.
Dessa forma, nota-se por parte de grandes empresas Brasileiras responsáveis por
barragens, à falta de cumprimento da legislação vigente no país, assim como a falta de
fiscalização continua por parte de órgãos públicos em alguns casos, como também a
fraude de documentações para o funcionamento das mesmas.
𝐶𝑅𝐼 = 𝐶𝑇 + 𝐸𝐶 + 𝑃𝑆
Onde,
● CT = Características Técnicas
● EC = Estado de Conservação
Onde,
20
E na visão frontal tem-se que a largura da brecha é definida pelo (B0), a elevação da crista
da barragem (Hd) e os ângulos da lateral do canal da brecha com a horizontal definidos por(alfa).
possuem determinados aspectos que vão depender diretamente da forma com que ocorreu
essa ruptura, onde essa dispersão para a jusante vai depender também das características
do rio. Ademais, levando em consideração o grande volume de água que uma barragem
pode dispor e dos aspectos desses hidrogramas, deve-se supor que os hidrogramas
liberados sejam maiores em relação ao tempo, aos que estão em reservatório. (VÉROL,
2010).
Onde:
Sendo assim, segundo VÉROL (2010) a área hidrograma iguala o volume de água
armazenado no reservatório, sendo o tempo estimado para o seu esvaziamento fornecido
pela relação a seguir
2𝑉
𝑡𝑏 = , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑝 = 0
𝑄𝑝
23
𝑡 − 𝑡𝑝
𝑄(𝑡) = 𝑄𝑝 − 𝑄𝑝 ( ) , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑝 ≠ 0
𝑡𝑏 − 𝑡𝑝
“Tal tipo é mais condizente com casos já ocorridos em barragens de terra e por
caracterizar de modo mais gradual o esvaziamento do reservatório comparado ao
hidrograma triangular simplificado.” (SILVA; RIBEIRO, 2018,).
𝑡 𝑘
𝑡 (1 )
𝑄(𝑡) = 𝑄𝑝 [(𝑡 ) 𝑒 𝑡𝑝
]
𝑝
3.7. Hec-Ras
O HEC-RAS (Hydrologic
Engineering Centers River Analysis
Systems) realiza cálculos unidimensionais
de escoamento em regime permanente e
não permanente, transporte de sedimentos,
modelagem de cabeceiras e análise da
temperatura da água. O software trabalha
com uma rede inteira de canais, sistemas
dendríticos ou um único rio. As equações
de escoamento são baseadas unicamente na
fórmula da resistência de Manning,
dispensando a aplicação de teorias mais
complexas.
4. METODOLOGIA
A temperatura média anual varia entre 24,7°C a 27,3°C, com umidade relativa do
ar variando entre 78 a 90% (COELHO et al. 2003).
27
Fonte: Autora
28
A bacia é classificada como barragem de terra pela sua estrutura e apresenta uma
configuração de contenção de água, a barragem da UFRA foi construída em 1980, a fim
de conter a água para criação de viveiros. Em concordância com a classificação de Brasil
(2010), esta barragem é classificada como de baixo risco na categoria quanto dos atributos
técnicos, do estado de conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano de
Segurança da Barragem.
Fonte: DJI(2018)
Fonte: Autora.
Para a coleta dos pontos, com o intuito de apoiar e avaliar o levantamento fotogramétrico,
utilizou-se um receptor GNSS RUIDE, modelo R90T (figura 13). Como o objeto de
estudo está localizado a mais de 70 km das duas Redes Brasileiras de Monitoramento
Contínuo (RBMC) mais próximas (BELE e BEPA) foi preciso a aplicação de dois
receptores GNSS, sendo um adotado como base fixa e o outro móvel, aplicando, assim,
o método do Posicionamento Relativo Estático Rápido (MONICO, 2008).
31
Fonte: Autora
Após a obtenção dos dados realizou-se os processamentos dos mesmos, que serão
descritos a seguir.
32
𝐻 = ℎ − 𝑁
34
Fonte: Autora
Obtendo o MDT final, no ArcGis, a parte interna da barragem teve sua altimetria
alteradas. A correção na altimetria da parte interna da bacia se deve, com o levantamento
batimétrico para este foi criado um arquivo raster com as informações de altitude da
profundidade de barragem, com isso foi realizada a interpolação dos dados do MDT do
terreno, e da topobatimetria do fundo do reservatório, para ser gerado um MDT real de toda
a superfície.
No software ArcGis, por meio do plugin HEC-GeoRas 10.2 com base nos dados
do MDT ajustado, construiu-se um shapefile (shp), este para ser representado o fluxo do
rio e um dos caminhos viáveis para a onda de rejeitos na área de estudo, denominado de
“eixo de escoamento. Além deste foi criado as margens do rio, seções transversais que
são linha perpendiculares ao eixo de escoamento, a linha de estrutura da barragem, a área
do reservatório para o cálculo de volume do reservatório e por fim foram criados os
caminhos de fluxo.
Fonte: Autora
A vazão utilizada na simulação foi a de um regime não permanente, com duas
condições de vazão, uma vazão inicial de 17 m³/s e Normal Depth de 0,000253 calculados
a partir do declive do terreno até o fim do eixo construído. Adotando-se na configuração
um intervalo de controle de 4 horas, para obtenção total da vazão.
5. RESULTADOS
Fonte: Autora
Fonte: Autora
WS 26APR2019 0005
Ground
24
Bank Sta
22
Vertedouro
Elevation (m)
Rompimento
20
00:05
18
16
14
0 50 100 150 200 250 300 350
Station (m)
Rompimento Vertedouro
00:10
41
Rompimento Vertedouro
00: 15
WS 26APR2019 0020
Ground
24
Bank Sta
22
Rompimento Vertedouro
Elevation (m)
20
00:20
18
16
14
0 50 100 150 200 250 300 350
Station (m)
Rompimento Vertedouro
00:25
42
Rompimento Vertedouro
00:30
Rompimento Vertedouro
00:40
01:00
Rompimento Vertedouro
01:30
43
Rompimento Vertedouro
02:00
Rompimento Vertedouro
02:30
Rompimento Vertedouro
03:00
Fonte: Autora
44
Fonte: Autora
45
Fonte: Autora
Fonte: Autoral
47
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Relatório de Segurança de Barragens – RSB
2015. Brasília, DF. 2016.
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