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doeira de Fomento Colonial. Para isso construiu-se SION da Rodésia do Sul, graças ao qual será pos-
uma linha a 66.000 V, uma subestação transforma- sível exportar para aquele território cerca de
dora com a potência de 2 X 6000 KVA, junto a 1.500 milhões de kWh num período não superior a
Vila Pery e algumas linhas aéreas e subterrâneas a 12 anos. Este fornecimento será iniciado em Maio
6.600 e 22.000 V. deste ano e sofrerá grande intensificação a partir
A povoação de Vila Pery, apesar de vizinha destas de Maio de 1958.
poderosas instalações e da sede da Hidro-Eléctrica Esta exportação maciça de energia eléctrica que
do Revuê em África, está hoje ligada à rede do será a primeira efectuada de um território português
Revuê apenas em condições precárias e provisórias, para o estrangeiro, obrigou a ampliar o actual sis-
e aguarda confiadamente que não tarde a resolução tema produtor. Com esse fim estão já em curso
definitiva do problema da distribuição de energia importantes trabalhos de engenharia civil, que
em baixa-tensão dentro da sua área urbanizada. constam da ampliação da Central existente e da
Importantes instalações ferroviárias de Gondola construção de uma barragem de armazenamento
estão já sendo também alimentadas em alta-tensão no próprio rio Revuê, na garganta conhecida por
por meio de uma linha construída pela Hidro- Eléc- Chicamba Real, cerca de 60 kms. a montante das
trica do Revuê, ligada à subestação de Vila Pery. «Quedas)} .
Outras linhas de distribuição em Chimoio foram Esta barragem terá na sua fase final uma altura
posteriormente construídas, nomeadamente a que de cerca de 70 m., criará um armazenamento da
a 22.000 V alimenta o estaleiro da futurabarragem ordem dos 1.500 a 2.000 milhões de m3, sendo assim
do Chicamba, já em construção no mesmo rio. As a maior albufeira de todo o território português em
obras de construção desta barragem estão pois a construção.
ser impulsionadas pela energia produzida no pró- Paralelamente, estão sendo instalados na Central
prio Revuê, do Mavuzi novos grupos turbo-geradores que ele-
Para abastecimento da cidade da Beira e do seu varão a sua potência para cerca de 67.000 CV,
Porto e Caminho de Ferro e ainda das zonas indus- número este que significa ser a maior Central Eléc-
triais da Manga e Dondo, adjacentes à cidade, cons- trica até hoje montada nos territórios ultramarinos
truiu também a S. H. E. R. importantes instala- portugueses. Estes novos grupos deverão entrar em
ções de transporte, transformação e distribuição de serviço a partir de Maio de 1958.
energia. Assim, pela primeira vez em M oçambi- Mesmo com estás importantes obras e' instala-
que foi erigida uma moderna linha de transporte a ções fica porém, muito longe da saturação a capa-
110.000 Volts, só comparável às grandes linhas ulti- cidade geradora do sistema hidro-eléctrico do
mamente construidas na Metrópole, com cerca de Revuê,
172 Km. de comprimento, desde a Central do Os estudos actualmente em curso sob a orien-
Mavuzi até à entrada na Beira. Nesta cidade foi tação dos Serviços Técnicos da Hidro- Eléctrica do
construída uma importante subestação transfor- Zêzere e cujo interesse levou 'o Estado a criar a
madora, tendo numa primeira fase sido instalados «Brigada de Estudos Hidráulicos 'do Revuê», virão
dois transformadores de 12.500 KVA, que transfor- certamente confirmar a excepcional potencialidade
mam a energia vinda do Revuê para as tensões de deste previlegiado rio. O número aproximado que
distribuição de 6.600 e 22.000 V. A ligação experi- pode agora citar-se, avaliando esta capacidade em
.mental à rede da cidade foi feita, como dissemos, cerca de 800 milhões de kWh anuais, coloca o
.no dia 1 de Novembro do ano findo e desde essa Revuê entre os primeiros sistemas produtores do
data, o fornecimento de energia tem-se mantido Ultramar susceptíveis de encontrarem colocação,
-corn impecável continuidade. Uma linha de distri .. em condições económicas, para a energia produzida.
buição a 22 KV está também sendo construída São também muito interessantes as possibilidades
entre a Beira a Manga e o Dondo, para abasteci .. hidro-agrícolas da bacia do Revuê, que a «Brigada»
mento às indústrias já existentes e das que prõxi .. está estudando com vista à realização de impor-
mamente ali virão a ser instaladas. tantes trabalhos de fomento e colonização.
Quere isto dizer que toda a área ocupada por As características técnicas e económicas extre-
europeus no distrito de Manica e Sofala, em Chi- mamente favoráveis do aproveitamento hidro-eléc-
moio e para oriente desta região, passou a dispor trico do rio Revuê, as aptidões para a agricultura
de energia abundante e barata para desenvolvi- das terras e a excelência do clima no planalto de
mento das suas actividades (o preço da energia do Chimoio, permitem pois fundamentar sólidas espe-
Revue é o mais baixo de todos os territórios portu- ranças no futuro desta região, situada no centro
gueses do Ultramar). geográfico de Moçambique e atravessada pelas im-
O abastecimento de energia às regiões a ocidente portantes vias de acesso dos prósperos territórios
de Vila Pery, não tinha sido encarado no esquema da Federação da África Central, - o caminho de
inicial. Uma oportunidade feliz de encontrar, no ferro que liga o Porto da Beira com os principais
vizinho distrito de Umtali, na Rodésia do Sul.colo- centros da Rodésia do Sul, e a estrada internacional
cação para os excedentes da energia produzida, Beira-Umtali.
justificou economicamente a construção de uma A próxima electrificação deste Caminho de Ferro,
nova linha a 110.000 V, que será a artéria principal imposta certamente pelo crescente aumento de trá-
da electrificação das regiões ocidentais de Manica fego e pela .necessidade de continuar em Moçam-
e Sofala, principalmente Manica e Penhalonga, bique a obra semelhante que provàvelmente vai
Isso se deve ao contrato celebrado em Lisboa em ser iniciada nos territórios vizinhos, pode consi-
Outubro de 1955 entre a Sociedade Hidro-Eléctrica derar-se por isso como uma feliz realidade dos anos
do Revuê e a ELECTRICITY SUPPL Y COMMIS- vindouros.
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