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Cidade de Xangongo com

défice de energia
 Jornal de Angola

 6 Oct 2022

 Domingos Calucipa | Ondjiva

A cidade de Xangongo, sede municipal de Ombadja, província do Cunene,


vive, há alguns dias, restrições no fornecimento de electricidade no período
nocturno, devido a avaria de um dos grupos geradores.

Abastecida por uma central hibrida, uma combinação de energia fotovoltaica e


a termoeléctrica, com uma potência instalada de aproximadamente 4.8
Megawatts, a cidade de Xangongo recebe agora apenas 3 MW, que é a
potência disponível nesta altura, por inoperância de uma das máquinas da
central.

Segundo Manuel Madeca, director municipal da Energia e Águas de Ombadja,


o campo de energia solar tem capacidade instalada de produção de 2 MW,
enquanto a dos quatro grupos geradores é de mais de 2 MW, o que perfaz os
cerca de 4.8 MW.

O responsável disse que durante o dia há energia que sobra, período em que
são disponibilizados 3 MW, enquanto à noite a disponibilidade é de apenas 1
MW, proveniente dos três grupos geradores em funcionamento, ante uma
necessidade de electricidade que ronda os 1.6 MW. Ou seja, no período da
noite há um défice de 0.6 MW, enquanto de dia há um excedente de 1.4 MW.

Manuel Madeca explicou que a pouca disponibilidade de energia no período


nocturno deve-se ao facto de as placas solares não estarem equipadas com
baterias acumuladoras, para acumular energia durante o dia para ser
consumida a noite.

Salientou que esse défice de 0.6 MW no período nocturno tem resultado nas
constantes restrições no fornecimento em alguns bairros da urbe, o que tem
tirado sossego aos habitantes das zonas que têm estado a ser abrangidas.

Manuel Madeca tranquilizou os munícipes, ao informar que o município foi


reforçado há dias com um outro grupo gerador de 1.600 KVA, que nesta altura
está em fase de sincronização com os antigos grupos e instalação do
transformador-elevador, o que vai ajudar na reposição do fornecimento em
pleno de energia à noite. Disse haver esperança de instalação nos próximos
tempos dos acumuladores no sistema fotovoltaico pela empresa que executou
o projecto.
O funcionamento básico de uma central termoeléctrica é bastante simples:
queimar combustível para libertar calor promovendo a passagem da água do
estado líquido a vapor, este último, com a função de movimentar uma turbina
accionando a máquina geradora de energia eléctrica.

Contudo os aspectos envolventes à produção de energia eléctrica na antiga


Central Tejo não eram assim tão simples pois entre outros era necessário um
grande e complexo circuito interno de água e ar, bem como, o tratamento de
combustíveis fósseis, no caso da antiga Central, maioritariamente o carvão.

Ombadja, também grafado como Ombadija, é um município de Angola, na província


do Cunene, com sede na cidade de Xangongo.

Tem 12 264 km² e cerca de 148 mil habitantes. É limitado a norte pelo município da
Matala, a leste pelos municípios de Cuvelai, Cuanhama e Namacunde, a sul pela
República da Namíbia, e a oeste pelos municípios de Curoca e Cahama.

O município é constituído pela comuna-sede, correspondente à cidade de Xangongo,


e pelas comunas de Ombala yo Mungu, Naulila, Humbe e Mucope.[1][2] Ainda possui
a importante vila de Calueque, um centro industrial de relevo para a municipalidade.[3]

Em seu território está assentada a Central Hidroelétrica do Ruacaná e a Barragem do


Calueque.[3]

A Central Hidroelétrica do Ruacaná é uma hidroelétrica binacional no rio Cunene,


na fronteira Angola-Namíbia, que serve também como açude-barragem, com suas águas
destinadas à irrigação.[1]
A instalação Ruacaná I gera energia utilizando três turbinas de 85 megawatts cada,
totalizando capacidade de 255 megawatts. Já Ruacaná II possui uma turbinas de
92 megawatts. Ambas, totalizam 347 megawatts.[2]
Embora o lago e a barragem fiquem em território angolano, seu centro de operações e
geradores ficam na periferia da cidade de Ruacaná, já em terras da Namíbia.[3]
A hidroelétrica é operada pela companhia estatal namibense NamPower.[3]

História
O projeto desta central hidroeléctrica surgiu de acordo entre a África do Sul e Portugal no
âmbito do projecto Cunene, que previa a regulagem do fluxo do rio para irrigação e
aproveitamento eléctrico.[4]
Em 1975 foi construído um reservatório para o alagamento a cerca de 200 quilómetros a
oeste da cidade angolana de Ondijiva, no Cunene.[4]
Numa segunda fase, um represamento foi erguido a cerca de 40 quilómetros a montante
de Ruacaná, que tornou-se a Barragem do Calueque. Calueque foi construída para regular
o fluxo de água para facilitar a construção e a operação de Ruacaná.[4]
Na terceira fase de construção, um açude de distribuição a cerca de um quilômetro de
Ruacaná foi construído em 1978. No mesmo ano, iniciou-se a quarta fase, que
compreendeu a construção da própria usina de energia com três turbinas de 85 MW cada
no lado namibiano do rio.[4]
Na quinta fase, a partir da década de 1980, foi a construção de linhas de energia de 330
kV ao longo de 670 km, abastecendo o norte da Namíbia e sul de Angola. [4]
Em 5 de abril de 2012 entrou em operação um quarta turbina, com capacidade de 92
megawatts, elevando a capacidade de geração das estações para 347 MW. O quarto
gerador, uma turbina Francis, foi construído pelas empresas Alstom, Andritz
Hydro e Concor.[5]

A Barragem do Calueque, por vezes referida como Açude do Calueque, é


um barragem construída no leito do rio Cunene, destinada à regularização fluvial e à
captação de água para regadio e abastecimento público. A estrutura situa-se nas
imediações de Calueque, no município de Ombadija, província do Cunene, a 192 km a
noroeste de Ondijiva. Está a poucos quilômetros da fronteira Angola-Namíbia.[1]
Foi construída entre 1972 e 1974; foi reabilitada e ampliada na década de 2010 [2] após ter
sido danificada na Guerra Civil Angolana.[3]

Descrição
A construção do açude da Barragem do Calueque iniciou-se em 1972, estando 70% das
obras previstas concluídas quando foram abandonadas devido à proclamação da
independência de Angola e à guerra civil que se lhe seguiu e que culminou com a invasão
do exército sul-africano durante a luta de ocupação do território namibiano. [3] Em 27 de
Junho de 1988 as comportas e parte da estrutura do açude foram severamente
danificadas devido a um ataque militar perpetrado no contexto da Guerra Civil Angolana.[4]
A Barragem do Calueque é um açude em betão, complementado por um dique em terra,
situado na parte mais a jusante do Cunene Médio, a cerca de 540 km a jusante da Central
Hidroelétrica do Gove e 40 km a montante da Central Hidroelétrica do Ruacaná.[4] O
projecto previa a constituição de uma albufeira com uma capacidade de 475 milhões de
m3 e de uma rede de canais e adutoras capaz de regar cerca de 100 000 ha de terrenos
agrícolas.
A barragem tem como objectivos[4]: (1) promover a regularização fluvial do Cunene,
permitindo a optimização da produção da central hidroeléctrica associada à Central
Hidroelétrica do Ruacaná; (2) armazenar água para transferência para o norte
da República da Namíbia, onde alimente um vasto esquema de irrigação e abastecimento
para consumo humano e abeberamento de animais denominado Calueque-Oshakati
Water Scheme, centrado na Barragem de Olushandja;[5] e (3) armazenar água para uso
doméstico e desenvolvimento local, incluindo a criação de um perímetro de rega que se
prevê possa abranger 90 000 ha de terrenos agrícolas em território angolano.
O funcionamento do Calueque-Oshakati Water Scheme (Sistema de Abastecimento de
Água de Calueque-Oshakati), que tem como principal reservatório a albufeira da Barragem
de Olushandja, assenta num conjunto de acordos sobre a partilha das águas do Rio
Cunene cuja génese data do período colonial.[6][7] O actual acordo entre a República
Popular de Angola e a República da Namíbia permite uma captação máxima de 6 m3/s
para uso na região da Ovambolândia, no norte da Namíbia. A rede de canais e adutoras
tem cerca de 300 km e abastece de água a cidade de Oshakati, na Ovambolândia,
localizada cerca de 140 km a sueste.
Dado que a obra inicialmente projectada não chegou a ser concluída e que parte da
estrutura foi destruída durante a guerra civil, a barragem está apenas parcialmente
funcional, armazenando um volume muito menor do que o inicialmente previsto, razão pela
qual está em curso uma empreitada de reparação e ampliação.
A empreitada de ampliação vai apetrechar a barragem com duas centrais hídricas, um
novo canal e 21 pivôs de irrigação. A vertente de hidráulica agrícola vai permitir a
regularização do caudal do Rio Cunene e a irrigação agrícola na zona fronteiriça com
a República da Namíbia, numa área que se estima atinja 90 mil hectares de campos
agrícolas. Está planeada a extensão das suas funções com a construção de dois
geradores hidroeléctricos.[4] A República da Namíbia vai continuar a receber água através
da barragem.[3]

Calueque durante a Guerra Civil Angolana


No período conturbado que se seguiu à independência de Angola, a existência da
barragem e a importância da sua água para parte importante da população do norte da
Namíbia, território ao tempo designado por Sudoeste Africano e sob administração
da República da África do Sul, conferiu à área considerável importância estratégica, em
particular para os sul-africanos. A protecção da barragem e do pessoal técnico que nela
trabalhava, e se sentia ameaçado por guerrilheiros das várias facções angolanas, serviu
de pretexto para que em 1975, antes da proclamação da independência de Angola, a
Àfrica do Sul estacionasse uma força militar nas proximidades da barragem, efectivamente
ocupando militarmente a região em torno de Calueque.[8] Pouco depois da chegada das
primeiras tropas, e no contexto mais vasto da Guerra Fria e do apoio ocidental às forças
que se opunham ao MPLA, foi desencadeada a Operação Savana, com a invasão do sul
de Angola e a intervenção militar sul-africana directa no conflito angolano.
Durante toda a fase inicial da Guerra Civil Angolana a região de Calueque permaneceu
ocupada por forças sul-africanas, numa ocupação contínua que apenas foi contestada em
1988. Naquele ano, durante a Batalha de Cuito Cuanavale, forças angolanas, apoiadas por
militares cubanos, abriram uma segunda frente contra as tropas sul-africanas e
da UNITA no sudoeste de Angola e lançaram uma ofensiva terrestre massiva na direcção
de Calueque. A área a norte da baragem foi cenário de combates sangrentos, numa luta
que provaria ser um ponto de viragem no conflito.
A 27 de Junho daquele ano de 1988, as forças sul-africanas retiraram através da barragem
em direcção à fronteira do Sudoeste Africano e nesse mesmo dia 4 aviões Mig 23 cubanos
atacaram a barragem. O primeiro grupo de aviões bombardeou a ponte e as comportas,
matando um soldado. Outro grupo de aviões bombardeou a estação elevatória e a central
eléctrica que a alimentava, enquanto numa terceira passagem foi destruída a adutora que
liga a barragem à Ovambolândia. Uma das últimas bombas atingiu o local onde se
encontravam onze soldados sul-africanos, que tinham abandonado a sua viatura
blindada Buffel para observar os eventos, provocando-lhes a morte.[9] A barragem e as
adutoras ficaram severamente danificadas, tornando-as inoperativas. [10] Os estragos feitos
ainda não foram totalmente reparados.[11]

O défice na produção de três megawatts (MW), devido à paralisação de dois


dos três grupos geradores da central térmica de Ondjiva está a provocar
restrições no fornecimento de energia eléctrica na província do Cunene, desde
o início deste mês.

O Cunene tem disponível 14 MW, para os 18 mil e 151 clientes controlados


pela Empresa Nacional de Electricidade (ENDE), entre população e instituições
públicas, nos municípios de Cuanhama, Namacunde, Ombadja e Cahama.
Para inverter a situação, está em curso a montagem de duas turbinas eléctricas
na Central Térmica de Ondjiva, com capacidade de 25 megawatts cada.
Em declarações, na segunda-feira à Angop, o chefe de departamento de
Redes da ENDE no Cunene, Zacarias Maria, referiu que a província necessita
de uma potência que corresponde a 17 MW, para fornecimento regular do
produto.

Explicou que para não serem sempre os mesmos bairros restringidos, foi
concebido um plano que obedece à rotatividade.
Por outro lado, Zacarias Maria disse que estão em execução 11 projectos de
electrificação dos bairros e requalificação das linhas de baixa e alta tensão, nos
mu-nicípios do Cuanhama, Na-macunde e Ombadja, num percurso de dois a
oito quilómetros, bem como a montagem de quatro postos de transformação.

MAIS: SIC apreende material electrico roubado na ENDE


Fez saber que actualmente a dívida acumulada da ENDE é de 1.5 mil milhões
de kwanzas, o que tem estado a condicionar a execução de novos projectos
para estender a rede a outras zonas.
Zacarias Maria informou que os devedores podem negociar com a ENDE, no
sentido de amortizar a dívida. No caso de uma dívida de 100 mil kwanzas, por
exemplo, na primeira fase é aceite o pagamento de 50 por cento do valor e o
restante em três prestações.

Para além do grupo gerador em funcionamento, o Cunene conta com uma linha
de transporte de 132 quilovolts até à Central Térmica de Ondjiva, que recebe
actualmente 8,5 megawatts de energia eléctrica a partir da subestação de
Onuno, localizada na vizinha República da Namíbia, no quadro de um acordo
assinado entre os dois países em 1999.

Xangongo - O abastecimento de Energia eléctrica a Vila de


Xangongo, sede municipal de Ombadja, província do
Cunene, está a ser feito com restrições, devido a avaria
registada há 15 dias, em dois, dos quatros grupos
geradores da central híbrida.
A informação foi avançadoma esta terça-feira pelo agente de Comunicação
Institucional e Imprensa da ENDE no Cunene, Luís Capitango, referindo que
dos cinco megawatts de potência instalada, actualmente a central híbrida do
Xangongo produz apenas 0,7, o que impossibilita atender a demanda de
clientes.

Em declarações à ANGOP, explicou que a central híbrida conta com quatro


grupos geradores com capacidade de produção de três megawatts e a
componente solar dois megawatts, mas devido às avarias e o tempo de uso, os
dois geradores apenas estão a garantir 0,7 MW.

Relativamente à componente solar, realçou que, devido ao clima de


nebulosidade, o nível de produção ficou bastante reduzido, o que limita atender
os mais de dois mil e 100 clientes, com particular realce para os horários de
ponta.

Disse que o problema advém há mais de dois meses, sublinhando que em


Dezembro de 2023, a PRODEL instalou um novo gerador de 0,8 kv, mas que
também apresentou avarias, agravando as restrições com realce no período
das 10 às 14 horas e 17 as 22 horas.

Enquanto prevalecer a situação, esclareceu que os bairros de Xangongo vão


continuar a receber energia eléctrica com restrições, enquanto isso a prioridade
será para as áreas estratégicas como hospitais e órgãos públicos.

Luís Capitango garantiu que esforços estão a ser feitos pelas instituições a fins,
que estão a tentar recuperar pelo menos um grupo no sentido de se repor a
situação nos próximos dias, daí que solicitou maior compreensão dos
munícipes.

O município de Ombadja dista a 98 quilómetros da cidade de Ondjiva e está


dividido pelas comunas de Xangongo (sede), Humbe, Naulila, Mucope e
Ombala yo Mungo, com um universo de 394 mil e 964 habitantes.FI/LHE/ART

Ombadja – O fornecimento de energia eléctrica no município de Ombadja,


província do Cunene, regista melhorias acentuadas com a instalação de grupos
geradores e a reabilitação do sistema de iluminação pública nas sedes comunais,
revelou domingo, à Angop, o administrador local, Manuel Domingos Tabi.

Segundo o responsável, estes geradores permitiram levar a energia eléctrica a


vários pontos das cinco comunas que compõe o município de Ombadja.
Quando a sede do município, Xangongo, a administração municipal local adquiriu
três postos de transformação e 53 cabines eléctricas para a distribuição de energia
às residências, propiciando este bem com qualidade e quantidade aos munícipes.
O responsável informou ainda que a circulação nocturna dos estudantes na vila do
Xangongo e Humbe se faz com segurança devido à instalação de 108 postes de
iluminação pública.
O município de Ombadja, com uma extensão de 12 mil quilómetros quadrados e
cinco comunas (Xangongo, Humbe, Mucope, Naulila e Ombala-yo-Mungo), dista a
96 quilómetros a norte da cidade de Ondjiva, capital da província do Cunene.
(portalangop.co.ao)

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