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défice de energia
Jornal de Angola
6 Oct 2022
O responsável disse que durante o dia há energia que sobra, período em que
são disponibilizados 3 MW, enquanto à noite a disponibilidade é de apenas 1
MW, proveniente dos três grupos geradores em funcionamento, ante uma
necessidade de electricidade que ronda os 1.6 MW. Ou seja, no período da
noite há um défice de 0.6 MW, enquanto de dia há um excedente de 1.4 MW.
Salientou que esse défice de 0.6 MW no período nocturno tem resultado nas
constantes restrições no fornecimento em alguns bairros da urbe, o que tem
tirado sossego aos habitantes das zonas que têm estado a ser abrangidas.
Tem 12 264 km² e cerca de 148 mil habitantes. É limitado a norte pelo município da
Matala, a leste pelos municípios de Cuvelai, Cuanhama e Namacunde, a sul pela
República da Namíbia, e a oeste pelos municípios de Curoca e Cahama.
História
O projeto desta central hidroeléctrica surgiu de acordo entre a África do Sul e Portugal no
âmbito do projecto Cunene, que previa a regulagem do fluxo do rio para irrigação e
aproveitamento eléctrico.[4]
Em 1975 foi construído um reservatório para o alagamento a cerca de 200 quilómetros a
oeste da cidade angolana de Ondijiva, no Cunene.[4]
Numa segunda fase, um represamento foi erguido a cerca de 40 quilómetros a montante
de Ruacaná, que tornou-se a Barragem do Calueque. Calueque foi construída para regular
o fluxo de água para facilitar a construção e a operação de Ruacaná.[4]
Na terceira fase de construção, um açude de distribuição a cerca de um quilômetro de
Ruacaná foi construído em 1978. No mesmo ano, iniciou-se a quarta fase, que
compreendeu a construção da própria usina de energia com três turbinas de 85 MW cada
no lado namibiano do rio.[4]
Na quinta fase, a partir da década de 1980, foi a construção de linhas de energia de 330
kV ao longo de 670 km, abastecendo o norte da Namíbia e sul de Angola. [4]
Em 5 de abril de 2012 entrou em operação um quarta turbina, com capacidade de 92
megawatts, elevando a capacidade de geração das estações para 347 MW. O quarto
gerador, uma turbina Francis, foi construído pelas empresas Alstom, Andritz
Hydro e Concor.[5]
Descrição
A construção do açude da Barragem do Calueque iniciou-se em 1972, estando 70% das
obras previstas concluídas quando foram abandonadas devido à proclamação da
independência de Angola e à guerra civil que se lhe seguiu e que culminou com a invasão
do exército sul-africano durante a luta de ocupação do território namibiano. [3] Em 27 de
Junho de 1988 as comportas e parte da estrutura do açude foram severamente
danificadas devido a um ataque militar perpetrado no contexto da Guerra Civil Angolana.[4]
A Barragem do Calueque é um açude em betão, complementado por um dique em terra,
situado na parte mais a jusante do Cunene Médio, a cerca de 540 km a jusante da Central
Hidroelétrica do Gove e 40 km a montante da Central Hidroelétrica do Ruacaná.[4] O
projecto previa a constituição de uma albufeira com uma capacidade de 475 milhões de
m3 e de uma rede de canais e adutoras capaz de regar cerca de 100 000 ha de terrenos
agrícolas.
A barragem tem como objectivos[4]: (1) promover a regularização fluvial do Cunene,
permitindo a optimização da produção da central hidroeléctrica associada à Central
Hidroelétrica do Ruacaná; (2) armazenar água para transferência para o norte
da República da Namíbia, onde alimente um vasto esquema de irrigação e abastecimento
para consumo humano e abeberamento de animais denominado Calueque-Oshakati
Water Scheme, centrado na Barragem de Olushandja;[5] e (3) armazenar água para uso
doméstico e desenvolvimento local, incluindo a criação de um perímetro de rega que se
prevê possa abranger 90 000 ha de terrenos agrícolas em território angolano.
O funcionamento do Calueque-Oshakati Water Scheme (Sistema de Abastecimento de
Água de Calueque-Oshakati), que tem como principal reservatório a albufeira da Barragem
de Olushandja, assenta num conjunto de acordos sobre a partilha das águas do Rio
Cunene cuja génese data do período colonial.[6][7] O actual acordo entre a República
Popular de Angola e a República da Namíbia permite uma captação máxima de 6 m3/s
para uso na região da Ovambolândia, no norte da Namíbia. A rede de canais e adutoras
tem cerca de 300 km e abastece de água a cidade de Oshakati, na Ovambolândia,
localizada cerca de 140 km a sueste.
Dado que a obra inicialmente projectada não chegou a ser concluída e que parte da
estrutura foi destruída durante a guerra civil, a barragem está apenas parcialmente
funcional, armazenando um volume muito menor do que o inicialmente previsto, razão pela
qual está em curso uma empreitada de reparação e ampliação.
A empreitada de ampliação vai apetrechar a barragem com duas centrais hídricas, um
novo canal e 21 pivôs de irrigação. A vertente de hidráulica agrícola vai permitir a
regularização do caudal do Rio Cunene e a irrigação agrícola na zona fronteiriça com
a República da Namíbia, numa área que se estima atinja 90 mil hectares de campos
agrícolas. Está planeada a extensão das suas funções com a construção de dois
geradores hidroeléctricos.[4] A República da Namíbia vai continuar a receber água através
da barragem.[3]
Explicou que para não serem sempre os mesmos bairros restringidos, foi
concebido um plano que obedece à rotatividade.
Por outro lado, Zacarias Maria disse que estão em execução 11 projectos de
electrificação dos bairros e requalificação das linhas de baixa e alta tensão, nos
mu-nicípios do Cuanhama, Na-macunde e Ombadja, num percurso de dois a
oito quilómetros, bem como a montagem de quatro postos de transformação.
Para além do grupo gerador em funcionamento, o Cunene conta com uma linha
de transporte de 132 quilovolts até à Central Térmica de Ondjiva, que recebe
actualmente 8,5 megawatts de energia eléctrica a partir da subestação de
Onuno, localizada na vizinha República da Namíbia, no quadro de um acordo
assinado entre os dois países em 1999.
Luís Capitango garantiu que esforços estão a ser feitos pelas instituições a fins,
que estão a tentar recuperar pelo menos um grupo no sentido de se repor a
situação nos próximos dias, daí que solicitou maior compreensão dos
munícipes.