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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT


CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CONTROLE AMBIENTAL

RAFAEL MEIRELES PINTO

PROPOSTA DE MELHORIA DO LIXÃO DE VARGEM GRANDE-MA CONFORME


A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

SÃO LUÍS
2019
RAFAEL MEIRELES PINTO

PROPOSTA DE MELHORIA DO LIXÃO DE VARGEM GRANDE-MA CONFORME


A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Monografia apresentada ao Curso de


Pós-Graduação em Engenharia Sanitária
e Controle Ambiental da Universidade
Estadual do Maranhão para obtenção de
título de especialista.

Orientador: Prof.º Me. Roni Cleber Boni

SÃO LUÍS
2019
RAFAEL MEIRELES PINTO

PROPOSTA DE MELHORIA DO LIXÃO DE VARGEM GRANDE-MA CONFORME


A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Monografia apresentada ao Curso de


Pós-Graduação em Engenharia Sanitária
e Controle Ambiental da Universidade
Estadual do Maranhão para obtenção de
título de especialista.

Aprovado em: / /

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________
Prof. Me Roni Cleber Boni (Orientador)
Universidade Estadual do Maranhão

______________________________________________
Prof
Universidade

______________________________________________
Prof.
Universidade Estadual do Maranhão
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.


Agradeço а minha mãe Maria das Graças Pinto heroína qυе mе dеυ
apoio, incentivo nas horas difíceis, de desânimo е cansaço.
Ao mеυ pai Mario Meireles Pinto qυе apesar dе todas аs dificuldades mе
fortaleceu sendo muito importante.
Obrigada meus irmãos е sobrinhos, que nos momentos da minha
ausência dedicada ао estudo superior, sempre fizeram entender qυе о futuro é feito
а partir dа constante dedicação nо presente!
Obrigada! Primos е tias pеlа contribuição valiosa.
Meus agradecimentos аоs amigos Mario Dias e Joilson Santos
companheiros dе е irmãos nа amizade qυе fizeram parte dа minha formação е qυе
vão continuar presentes еm minha vida cоm certeza.
RESUMO

O presente trabalho corresponde ao estudo voltado para a melhoria do lixão de


Vargem Grande - Ma conforme a política nacional de resíduos sólidos. Para esta
finalidade, o trabalho foi realizado no município de Vargem Grande - MA e culminou
no desenvolvimento de procedimentos metodológicos, abrangendo áreas
direcionadas ao levantamento bibliográfico, trabalho de campo e trabalho de
escritório. Este trabalho teve como objetivo analisar e discutir a adequação do lixão
do município de Vargem Grande-MA, conforme as diretrizes do Plano Nacional de
Resíduos Sólidos, além de analisar a situação do mesmo quanto aos impactos
ambientais potenciais causados na área. As propostas de adequação foram
realizadas com base nas diretrizes propostas no Plano Nacional de Resíduos
Sólidos - PNRS. Com o objetivo de responder aos propósitos definidos neste
trabalho, foi realizada a utilização de questionário com perguntas estruturadas
(abertas e fechadas) com o intuito de compreender a noção e entendimento da
comunidade sobre a temática de resíduos sólidos dentro do ambiente de suas
residências, assim como fora. Os resultados alcançados nesta pesquisa indicaram
dados alarmantes, 56% não possuem nem o 1º grau completo, 32% consideram o
“lixo” como algo inutilizável, entretanto 70% reconheceram o mesmo como fonte de
contaminação, como as doenças, onde a dengue aparece com 37% dos resultados.
Obteve-se também um percentual insatisfatório de 85%, sobre o conhecimento dos
impactos ambientais ocasionados pelo lixo, além de 97% responderem que somente
o órgão público é responsável pelo cuidado com o lixo.

Palavras Chave: Resíduos sólidos, Impacto socioambiental, Lixão de Vargem


Grande-MA.
ABSTRACT

The present work corresponds to the study focused on the improvement of the
Vargem Grande - Ma dump according to the national solid waste policy. For this
purpose, the work was carried out in the city of Vargem Grande - MA and culminated
in the development of methodological procedures, covering areas directed to
bibliographic survey, fieldwork and cabinet work. This work aimed to analyze and
discuss the adequacy of the dump of the city of Vargem Grande-MA, according to the
guidelines of the National Plan of Solid Waste - PNSR, and to analyze its situation
regarding the potential environmental impacts caused in the area. The adequacy
proposals were made based on the guidelines proposed in the National Solid Waste
Plan. In order to respond to the purposes defined in this paper, we used a
questionnaire with structured questions (open and closed) in order to understand the
notion and understanding of the community about the topic of solid waste within the
environment of their homes, as well as as out. The results achieved in this research
indicated alarming data, 56% do not have even the first degree, 32% consider the
"garbage" as unusable, however 70% recognized the same as a source of
contamination, such as diseases, where dengue appears with 37% of results. It was
also obtained an unsatisfactory percentage of 85%, about the knowledge of the
environmental impacts caused by the garbage, and 97% answer that only the public
agency is responsible for the care with the garbage.

KEYWORDS: Solid waste, Social and environmental impact, Vargem Grande Dump-
MA.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Mapa de localização do município de Vargem Grande .................................. 13


Figura 2: Resíduos sólidos urbanos domiciliares no lixão de em Vargem Grande-MA
.................................................................................................................................................. 24
Figura 3: Resíduos de construção civil em Vargem Grande-MA ................................... 25
Figura 4: Números de municípios com coleta seletiva no Brasil (1994 – 2018) ......... 27
Figura 5: Cores para identificação dos resíduos sólidos recicláveis ............................. 29
Figura 6: Croqui do lixão ou vazadouro ............................................................................. 31
Figura 7: Presença de animais no lixão de Vargem Grande -MA ................................. 32
Figura 8: Aterro da Ribeira em São Luís -MA ................................................................... 33
Figura 9: Representação esquemática de um aterro sanitário ...................................... 34
Figura 10: Etapas da elaboração do PMSB ...................................................................... 42
Figura 11: Chorume no lixão de Vargem Grande – MA .................................................. 45
Figura 12: Poço artesiano em residência próxima ao lixão ............................................ 46
Figura 13: Queima de resíduos a céu aberto no lixão de Vagem Grande-Ma ............ 47
Figura 14: Urubu próximo a lixeira disponibilizada pela prefeitura ................................ 48
Figura 15: Sexo dos entrevistados ..................................................................................... 49
Figura 16: Idade dos entrevistados do sexo masculino .................................................. 49
Figura 17: Idade dos entrevistados do sexo feminino ..................................................... 50
Figura 18: Quantas pessoas residem em sua casa?....................................................... 50
Figura 19: Grau de escolaridade dos pesquisados .......................................................... 51
Figura 20: Nível de escolaridade e pessoas empregadas .............................................. 51
Figura 21: Qual a sua ocupação? ....................................................................................... 52
Figura 22: Renda familiar x formas de trabalho............................................................... 53
Figura 23: A casa onde mora é ........................................................................................... 54
Figura 24: Estrutura da moradia .......................................................................................... 54
Figura 25: Construção é em terra firme ou alagada ........................................................ 55
Figura 26: Possui instalações sanitárias dentro ou fora do domicílio ........................... 55
Figura 27: O que é lixo pra você? ....................................................................................... 56
Figura 28: O lixo que você produz vai pra onde? ............................................................. 57
Figura 29: O que é mais encontrado no lixo produzido diariamente em sua
residência? .............................................................................................................................. 58
Figura 30: Que tipo de embalagem você utiliza para guardar seu lixo?....................... 58
Figura 31: Quantidade de embalagens utilizadas para colocar o lixo........................... 59
Figura 32: Frequência da coleta domiciliar ........................................................................ 60
Figura 33:Tem conhecimento que o lixo domiciliar é uma fonte de contaminação
para o ser humano quando não recebe acondicionamento e destinação final
adequada? .............................................................................................................................. 60
Figura 34: Cite algumas doenças ocorridas na família nos últimos anos .................... 61
Figura 35: Recipientes plásticos no lixão de Vargem Grande - MA .............................. 62
Figura 36: Você tem conhecimento de quais impactos ambientais são ocasionados 62
Figura 37: algumas doenças ocorridas na família nos últimos anos............................. 63
Figura 38: Quais animais você já observou mexendo na sua lixeira? .......................... 63
Figura 39: Diariamente como sua família guarda o lixo em sua casa? ........................ 65
Figura 40: Quanto tempo antes da coleta você coloca o lixo para fora? ..................... 65
Figura 41: Qual o seu grau de satisfação quanto à coleta de lixo no município? ....... 66
Figura 42: Em sua opinião quem são os responsáveis pelo cuidado com o lixo? ...... 66
LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA – Instituto Pesquisa Econômica Aplicada

IQAS – Índice Nacional de Avaliação da Qualidade dos Aterros Sanitários

MMA – Ministério do Meio Ambiente

OGU – Orçamento Geral da União

PEAD – Polietileno de Alta Densidade

PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico

PNMC – Plano Nacional de Mudanças do Clima

PNRH – Plano Nacional de Recursos Hídricos

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PPCS – Plano Nacional de Produção e Consumo Sustentável

PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SINIR – Sistema de Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente SNVS – Sistema Nacional de


Vigilância Sanitária.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 EMBASAMENTO TEÓRICO CONCEITUAL ......................................................... 15
2.1 A importância do saneamento básico: saúde e políticas públicas............... 15
2.2 Gestão Ambiental: gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil ............... 17
2.2.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos ............................................................. 19
2.2.2 Plano Nacional de Resíduos Sólidos ............................................................... 21
2.2.3 Resíduos Sólidos ............................................................................................. 22
2.2.4. Resíduos Sólidos – Classificação ................................................................... 23
2.2.4.1 Classificação quanto à origem ...................................................................... 23
2.2.4.2 Quanto à periculosidade................................................................................ 26
2.2.5 Disposição Final de Resíduos Sólidos ............................................................. 26
2.2.5.1 Coleta seletiva ............................................................................................... 27
2.2.5.2 Lixão .............................................................................................................. 30
2.2.5.3 Aterro Controlado e Aterro Sanitário ............................................................. 33
2.3 Impacto socioambiental: consequências do descarte inadequado do
resíduo solido .......................................................................................................... 35
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 37
3.1 Levantamento bibliográfico.............................................................................. 37
3.2 Trabalho de campo ........................................................................................... 38
3.2.1 Caracterização da área de estudo ................................................................... 38
3.2.2 Descrição e operação do lixão ......................................................................... 39
3.4 Trabalho de escritório ....................................................................................... 40
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 41
4.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos e o caso do lixão de Vargem Grande
– MA .......................................................................................................................... 41
4.2 Problemas socioambientais no lixão de Vargem Grande – MA .................... 44
4.2.1 Caracterização socioambiental: análise quantitativa ........................................ 49
4.3 Medidas mitigadoras ......................................................................................... 67
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 68
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 70
APÊNDICES ................................................................................................. 78
ANEXO ......................................................................................................... 90
12

1 INTRODUÇÃO
Resíduo sólido é todo material sólido ou semi-sólido indesejável e que
necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta, em
qualquer recipiente destinado a este ato (ABNT, 2004).
As discussões acerca dos resíduos sólidos (problemática, soluções, formas
de reaproveitá-los e transformá-los em geração de renda, etc.) se tornaram cada vez
mais frequentes em âmbito nacional a partir de quando a sociedade brasileira tomou
consciência que tal tema era importante, principalmente no que tange à qualidade de
vida das pessoas.
A aprovação da Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), após longos vinte e um anos de discussões no
Congresso Nacional marcou o início de uma forte articulação institucional
envolvendo os três entes federados – União, Estados e Municípios, o setor produtivo
e a sociedade civil na busca de soluções para os graves problemas causados pela
geração de resíduos, que vem comprometendo a qualidade de vida dos brasileiros
(BRASIL, 2012).
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS é um dos principais
instrumentos da Lei nº 12.305/2010, na medida em que identifica os problemas dos
diversos tipos de resíduos gerados, as alternativas de gestão e gerenciamento
passíveis de implementação, indicando planos de metas, programas e ações para
mudanças positivas sobre o quadro atual (BRASIL, 2012). Tal plano foi resultado de
discussão em 5 (cinco) audiências públicas regionais, 1 (uma) audiência pública
nacional além de consulta pública via internet (ÉPOCA, 2014).
A Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Resíduos
Sólidos estabelecem princípios, objetivos, diretrizes, metas e ações, e importantes
instrumentos para o gerenciamento de resíduos sólidos.
Nesse contexto, a disposição final de resíduos sólidos, é uma importante
preocupação ambiental e de saúde pública nos municípios do Brasil, pois na maioria
dos casos, os resíduos são dispostos em locais inapropriados, o que provoca
degradação do solo, contaminação dos rios e lençóis freáticos, por meio do
chorume, e poluição atmosférica, devido à liberação do biogás (IBRAM, 2007). As
consequências se refletem na saúde da população.
13

Partindo desta permissa, a exemplo o município de Vargem Grande –


MA, localizado na microrregião de Itapecuru Mirim e mesorregião Norte Maranhense,
onde encontra-se lixão a céu aberto (figura 1).

Figura 1: Mapa de localização do município de Vargem Grande

Fonte: Geomap, 2019.

Em termos quantitativos no último censo a área de estudo apresentou


49.412 habitantes (IBGE, 2010) e somente 48,83 % possuem coleta de lixo (ATLAS
BRASIL, 2019) que são descartados em um lixão, assim Indagou-se a respeito das
características do local final para disposição dos resíduos sólidos, como é feita o
recolhimento, ou seja, existe ao menos separação e destino separado para o lixo
hospitalar? Qual a influência dos órgãos públicos para com a comunidade nas
questões ambientais? Ocorreu e ainda ocorre Planejamento Ambiental pautado na
Política e no Plano Nacional de Resíduo Sólido? Conciliando tais questionamentos,
objetivou-se, realizar um uma análise em forma de proposta de melhoria ao lixão do
município de Vargem Grande - MA conforme o Plano Nacional de Resíduos Sólidos,
pautado nos seguintes objetivos específicos:
14

• Realizar uma análise geral da política e Plano Nacional de Resíduos


Sólidos quanto à disposição de resíduos sólidos no lixão de Vargem Grande -MA;
• Associar os principais problemas ambientais à falta de políticas públicas;
• Propor medidas mitigadoras aos impactos ambientais existentes.

Com base nos questionamentos norteadores e objetivos apresentados, o


trabalho consiste em sensibilizar e conscientizar a comunidade e o poder público
local por meio da PNRS, sobre a compreensão dos benefícios recebidos através do
uso adequado do Sistema Municipal de lixo, e o porquê de não descartar resíduo
domiciliar, hospitalar, de construção civil e industrial em lixão.
O estudo visa também, despertar a população para uma visão crítica e
reflexiva sobre noções de proteção ao meio ambiente, usando reciclagem como uma
alternativa no processo de amenizar a quantidade de lixo, que de ajudar o planeta
na sustentabilidade e ser capaz de suprir as necessidades de gerações futuras,
pode trazer uma fonte de renda de renda a população menos desfavorecida, se
houver interesse por parte do poder público, na criação junto com a comunidade de
uma cooperativa para separação do material antes do descarte no lixão municipal.
O descarte incorreto dos resíduos pode ocasionar mau cheiro nas vias
públicas, multiplicação de insetos e roedores transmissores de doenças,
contaminação do solo e da água, declínio na qualidade, ou seja, impactos
socioambientais. É necessário o apoio e compreensão de todos em relação aos
problemas ambientais que o lixo jogado em locais inadequados pode causar a
comunidade.
Para tanto, faz-se necessário disciplinar a gestão de resíduos sólidos,
com o auxílio da Lei nº 11.445/07 que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico e a Lei nº 12.305/2010 sobre a Política Nacional de Resíduos
Sólidos.
Assim com base na literatura consulta, a pesquisa justifica-se por se
apresentar como estudo inovador para a área de estudo, vista a carência de
literatura acadêmica sobre o assunto no município em questão.
15

2 EMBASAMENTO TEÓRICO CONCEITUAL


Neste capítulo desenvolve-se o breve embasamento teórico conceitual
dos seguintes temas: Saneamento Básico, Resíduo Sólido, Plano Nacional de
Resíduo Sólido e Impacto Socioambiental, considerando a importância do
planejamento ambiental para o descarte do lixo.

2.1 A importância do saneamento básico: saúde e políticas públicas


O saneamento básico no mundo inicia-se no momento que o homem
passa a reunir-se em grupos devido a necessidade de sobrevivência. A partir daí
ocorreu a primeira preocupação em estabelecer normas para a ingestão da água e o
descarte dos dejetos humanos (MINISTERIO DA SAÚDE, 2013).
Historicamente no mundo, o saneamento resumia-se em instalação de
chafarizes e drenagem de terrenos, os dejetos humanos eram acumulados nos
fundos das casas em barris, e despejados na rua, valas ou praças, que com o
aumento populacional disseminou epidemias de tifo, febre amarela, varíola e peste
bubônica (MINISTERIO DA SAÚDE, 2013).
No Brasil o progresso do saneamento, ocorreu em três fases. O primeiro
no período colonial, o segundo, no período Pós-Colonial e após a República (Braga
et al, 1995). Segundo os autores nesta fase a preocupação dos governantes era
apenas com a forma do abastecimento de água e os excrementos lançados in
natura no mar, pois o país havia ficado conhecido no mundo a fora como um lugar
de grande disseminação de doenças, como a varíola, febre amarela e peste
bubônica (ABICALIL, 1998).
Ainda sobre este contexto histórico Rezende e Heller (2008) identificaram
cinco fases: a origem da identidade sanitária nacional (1500 - a meados de 1840), o
saneamento como questão epidemiológica e de saúde pública (meados de 1840 a
1904), a institucionalização dos serviços de saúde pública e saneamento (1910 –
1950), a busca pela autonomia dos serviços (1950 – 1969), e era Plano Nacional do
Saneamento (PLANASA) (1970 – Início do Século XXI), todas relacionadas ao
desenvolvimento político e econômico.

Somente no século XXI, com o aumento da população e


consequentemente acréscimo nos rejeitos líquidos e sólidos, dentre outros fatores
que resultaram em novas situações de perigo à saúde humana e ao meio ambiente,
16

a ideia de saneamento, adotou conteúdos distintos entre eles o descarte adequado a


cada resíduo sólido. (BRASIL, 2015).

Assim o conceito de saneamento vem sendo construído e reconstruído ao


logo da história. Segundo a BRASIL (2015, p.19) o conceito é:
Ampliado para Saneamento ambiental e definido como o conjunto de ações
socioeconômicas que têm por objetivo alcançar níveis de salubridade
ambiental, por meio de abastecimento de água potável, coleta e disposição
sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina
sanitária de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças
transmissíveis e demais serviços e obras especializadas, com a finalidade
de proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural.

Desse modo é necessário que todas as esferas governamentais,


proporcionem um ambiente de qualidade, por meio de políticas públicas prevendo
intervenções diretas e indiretas no meio ambiente (Philippi Jr. e Bruna, 2004;
FOUCAULT, 2006; SEBRAE, 2008b, APETRES, 2009 e Krupa e Nugent 2015).
Os estudos e definições sobre as políticas públicas iniciaram-se no século
XX, com os seguintes autores (LASSWELL,1936; SIMON,1957; LINDBLOM,1959;
EASTON, 1965; LYNN, 1980; PETERS, 1986; MEAD, 1995; FREY, 2000; MULLER,
2000; TEIXEIRA, 2002; SARAIVA, 2006). Destaca-se nessas literaturas o conceito
inicial a partir do termo “análise política” que agregava conhecimentos científico e
acadêmicos com as ações governamentais, adicionando, também, o conceito de
racionalismo limitado as “decisões políticas”.
Assim percebemos que inicialmente as políticas públicas possuíam
abordagem teórica ou filosófica. Na contemporaneidade tem-se um caráter
multidisciplinar, intervencionista e normativa (PEREIRA, 2009). Segundo Souza
(2006, p.24):
Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja política
pública. Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da política
que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn (1980),
como um conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos
específicos. Peters (1986) segue o mesmo veio: política pública é a soma
das atividades dos governos, que agem diretamente ou através de
delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye (1984) sintetiza a
definição de política pública como “o que o governo escolhe fazer ou não
fazer”. A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja,
decisões e análises sobre política pública implicam responder as seguintes
questões: quem ganha o quê, por quê e que diferença faz.

Dentro desta ótica (Giovanni,1998; Superti et al. 2009 e Pereira, 2011),


definem políticas públicas como uma ação conjunta do Estado e sociedade perante
as situações problemáticas que envolvem na saúde, educação entre outros. Em
17

síntese, compreende todas as ações almejadas para bem-estar social seja ela na
esfera federal, estadual ou municipal.
Considerando a responsabilidade municipal do objeto em estudo Lopes et
al. (2008, p. 30), afirma que:

[…] as Políticas Públicas devem ser desenvolvidas não pela União, mas sim
pelo ente federativo que se encontra mais próximo dos cidadãos, ou seja,
os municípios. Assim, caberia ao Governo Federal estabelecer princípios e
diretrizes que devem ser seguidos por todos os municípios, sendo de cada
cidade a responsabilidade de operacionalizá-los, considerando suas
peculiaridades.

Segundo os autores, torna-se mais eficaz projetos desenvolvidos na


origem do problema, ou seja, além de descentralizar, definir objetivos e táticas
adequadas na elaboração, execução e integração das políticas, é necessário iniciar
medidas junto aos municípios, sejam elas de cunho político, social ou ambiental.
Conforme Carvalho (2015) às políticas públicas ambientais de
competência municipal devem considerar todos os ecossistemas garantindo assim a
preservação do meio ambiente e minimização dos impactos através políticas e
legislações ambientais existentes.
Assim a partir das literaturas consultadas entende-se que as políticas
públicas percorrem as formas de compreensão que são anexadas como modos de
vida em sua totalidade, visam consolidar direitos sociais e ambientais,
instrumentados por meio de programas, projetos e serviços.

2.2 Gestão Ambiental: gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil

O Brasil passou no último século por um acelerado processo de


urbanização. Nas primeiras décadas do século XX a maioria da população brasileira
vivia na zona rural e em poucas décadas, com o processo de industrialização e a
migração para os centros urbanos, chegou ao final do século XX como um país
predominantemente urbano.
Em 2000, a população urbana chegou a 81,3% da população total.
Segundo o Censo Demográfico mais atual tido hoje no Brasil (censo de 2010), o
Brasil possui uma população de 190.755.799 pessoas, sendo que a população
urbana corresponde a 84,36% da população total (160.925.804 pessoas) e a
população rural corresponde a 15,64% da população total (29.829.995 pessoas)
(IBGE, 2011). Siqueira e Moraes (2008), afirmam que esta rápida inversão da
população urbana e rural provocou um enorme déficit no serviço de limpeza urbana
18

e manejo de resíduos sólidos, tornando-se um dos principais problemas ambientais


brasileiros.
Os problemas relacionados aos resíduos sólidos têm se avolumado nas
sociedades contemporâneas, implicando a deterioração da qualidade de vida nos
grandes centros urbanos e mais recentemente virou fenômeno adverso também nos
pequenos e médios municípios.
A incorreta disposição final do lixo urbano, além de provocar poluição do
solo, das águas e do ar, provoca também sérios impactos sociais. A poluição das
águas acontece por meio de fenômenos naturais como a lixiviação, percolação,
arrastamento, solução, etc. Na poluição do ar, constatam-se efluentes gasosos e
particulados emitidos para a atmosfera. Os impactos sociais surgem com os
catadores que trabalham muitas vezes em condições sub-humanas, problemas de
saneamento nos locais de disposição inadequada, conflitos por terras, dentre outros
(SIQUEIRA e MORAES 2008; SISINNO e OLIVEIRA, 2006; ENSINAS, 2003).
Resumindo aquilo que foi abordado anteriormente, é fato que os resíduos
sólidos urbanos gerados pela sociedade em suas diversas atividades resultam em
riscos à saúde pública, provocam degradação ambiental, além dos aspectos sociais,
econômicos e administrativos envolvidos na questão. Logo, torna-se importantíssimo
o debate acerca do assunto e a definição de estratégias e medidas para contornar
esse problema através da Gestão Ambiental.
Na atualidade, a Gestão Ambiental é um instrumento da política ambiental
de suma importância, determina práticas que minimizam os impactos causados
pelas atividades humanas no meio ambiente. No contexto histórico ela surgiu
quando a sociedade percebeu o esgotamento dos recursos naturais, como a
escassez de madeira para construção de moradias, fortificações, móveis,
instrumentos e combustível entre outros (BARBIERI, 2011).
Para Macedo (1994), a gestão ambiental é composta de quatro etapas
(processos, de resultados, de sustentabilidade e de plano ambiental). Segundo o
autor estas etapas precisam ser avaliadas constantemente para que possa ser
sistematizada, assim oferecer a qualidade ambiental durante todas as atividades
pré/pós-produção (ex: odor, ruído, efluente líquido, resíduo sólido). Ainda sobre o
conceito de gestão Meyer (2000, p.38), a define como objeto, meios instrumentos e
base de atuação:
19

Objeto - manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para


atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento
das necessidades das gerações futuras. Meios - atuar sobre as
modificações causadas no meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens
e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ação
viável técnica e economicamente, com prioridades perfeitamente definidas.
Instrumentos - monitoramentos, controles, taxações, imposições,
subsídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e
conscientização. Base de atuação - diagnósticos (cenários) ambientais da
área de atuação, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de
soluções para os problemas que forem detectados.

A partir da literatura consultada adota-se o conceito de Gestão Ambiental,


que segundo Barbieri (2011, p. 21), corresponde a “diretrizes e atividades
administrativas e operacionais [...], com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o
meio ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou compensando os problemas
causados pelas ações humanas”.
Percebe-se que a Gestão Ambiental se aplica a uma diversidade de
iniciativas relativas a qualquer tipo de problema ambiental. Em meio a inúmeros
problemas ambientais enfrentadas pela sociedade contemporânea, encontra-se o
gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos. Conforme destacado por Sisinno e
Oliveira (2006, p.15), “os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semi-
sólidos das atividades humanas ou não-humanas, que embora possam não
apresentar utilidade para a atividade fim de onde foram gerados, podem virar
insumos para outras atividades”
Segundo a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, caracteriza-se como resíduo sólido:
[...] material, substância, objeto ou bem descartado, resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível
(BRASIL, 2010, Art.3º, inciso XVI).

Nota-se que as definições são parecidas e levam a um significado


comum, apesar de algumas (como a da PNRS) serem mais abrangentes e melhor
conceituadas.

2.2.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos

Reflexo da crescente preocupação com a preservação dos recursos


naturais e com a questão da saúde pública associada aos resíduos sólidos, a
20

Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305 de 12 de agosto de 2010 e


regulamentada pelo Decreto de Lei nº 7404 de 23 de dezembro de 2010), reúne o
conjunto de diretrizes e ações a serem adotadas com vistas à gestão integrada e ao
gerenciamento adequado dos resíduos sólidos. O artigo 1º transcreve sobre o
disposto na referida Lei:
Art. 1º - Esta lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo
sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos
sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do
poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL, 2012).

Os artigos 4º e 5º reforçam ainda os objetivos da Política Nacional de


Resíduo Sólido no que tange à gestão integrada de resíduos, como uma reunião do
conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações, articuladas
pelo Governo Federal, isoladamente ou em parceria com Distrito Federal, municípios
ou até mesmo particulares e; fala sobre a relação da PNSR com outras três
legislações: Política Nacional do Meio Ambiente, Política Nacional de Educação
Ambiental e Política Federal de Saneamento Básico (BRASIL, 2012).
A PNRS é vista por diversos especialistas como um marco, pois
revoluciona o sistema político, administrativo e econômico brasileiro, que se
encontrava muito atrasado em relação aos outros países (principalmente os
desenvolvidos) no que tange aos resíduos sólidos. De acordo com Oliveira (2013) a
lei tramitou e foi debatida por vinte e um anos no Congresso Nacional e sua
aprovação vem engajar todos os atores sociais no processo de mudança que o país
está passando, desde os catadores até os empresários.
A PNRS contém instrumentos importantes para permitir o avanço
necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e
econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Em resumo a
lei (MMA, 2014a):
• Dispõe sobre a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo
como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de
instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos
sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser
reciclado ou reutilizado);
21

• Instituiu a responsabilidade compartilhada de manejo dos resíduos


sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo
para os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares
de serviços (ou seja, aqueles que são considerados geradores de resíduos);
• Criou metas com o objetivo de contribuir para a eliminação dos lixões;
Promove a inclusão de catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis,
tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.
• Institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual,
microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal, além de impor que os
particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

2.2.2 Plano Nacional de Resíduos Sólidos

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos é um dos instrumentos da PNRS,


conforme é relatado no artigo 8º, inciso I da citada lei (BRASIL, 2010). Elaborado a
partir do ano de 2011 e resultado de um esforço conjunto entre órgãos dos
Governos Federal, Estaduais e Municipais, com a iniciativa privada, organizações
não governamentais e sempre com a participação da sociedade civil, age como um
dos instrumentos mais importantes, pois estabelece diretrizes, estratégias, metas,
programas e ações e consequentemente dá concretude a essa política tão
importante e aos seus outros instrumentos.

Conforme descrito nos incisos I ao XI do Artigo 15 da lei 12.305/2010, o


Plano Nacional de Resíduos Sólidos tem vigência por prazo indeterminado e
horizonte de 20 (vinte) anos, com atualização a cada 04 (quatro) anos e conteúdo
(BRASIL, 2010).
É importante destacar que Plano Nacional de Resíduos Sólidos mantém
estreita relação com outros planos nacionais tais como o de Mudanças do Clima
(PNMC), de Recursos Hídricos (PNRH), de Produção e Consumo Sustentável
(PPCS) e também se harmoniza com a Política Nacional de Educação Ambiental e
com a proposta de Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB (BRASIL,
2012). O Plano está divido em sete capítulos discorrendo sobre variados temas.
Em seu primeiro tema trata do diagnóstico dos resíduos sólidos no Brasil
(elaborado pelo Instituto Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA), órgão vinculado à
Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. No segundo
22

capítulo traz os cenários elaborados na proposta do PLANSAB. Como terceiro item


tem-se a educação ambiental, onde é apresentada de forma transversal dentro do
Plano Nacional de Resíduos Sólidos para o alcance das metas. Logo em seguida
apresenta-se as diretrizes e estratégias por tipo de resíduo (resíduos sólidos
urbanos, da construção civil, das industriais, agrossilvopastoris, de mineração, de
serviços de saúde, de transportes), além de estabelecer a inclusão dos catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis.
Os três últimos capítulo tratam respectivamente de metas, programas e
ações de resíduos sólidos e pôr fim a participação e controle social na
implementação e acompanhamento do plano, ou seja, para dar transparência à
gestão da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

2.2.3 Resíduos Sólidos

Derivado do latim residuu o Resíduo pode ser definido como aquilo que
sobra de determinada substância onde foi adcionado o termo sólido para diferenciar
a sobra líquida e gasosa. Ja o termo lixo provém do latim lix, que significa lixívia ou
resto (NAIME, 2011). Entretanto existem autores que trabalham com essas palavras
como sinônimo, como Calderoni (1998), que define “resíduo” é o sinônimo de lixo.
A verdade é que o termo “lixo” está cada vez mais em desuso, talvez pela
associação de lixo àquilo que não presta ou a algo maléfico para a sociedade.
Segundo a norma NBR 10.004/04, ABRELPE (2010) e BRASIL (2012), o resíduo
sólido é todo resíduo no estado sólido ou semi-sólido resultante das atividades
humandas que podem ter origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de
serviços, de varrição ou agrícola.
A NBR 10.004/04 também insere os lodos de Estações de Tratamento de
Água (ETA’s) e Estações de Esgotos (ETE’s), que são gerados em equipamentos e
instalações de controle da poluição e líquidos que não possam ser lançados na rede
pública de esgotos, em função de suas particularidades.
Portanto após analisar os conceitos supra citados, estabeleceu-se neste
estudo, que resíduo sólido ou lixo é todo material (sólido ou semi-sólido), que carece
ser coletado e reaproveitado de forma correta, considerando a classificação do
PNRS e as demais normas vigentes.
23

2.2.4. Resíduos Sólidos – Classificação

Os resíduos sólidos também podem ter diversas classificações, de acordo


com os variados tipos de literatura. Considerando os fins deste trabalho e a sua
interligação com as legislações vigentes, será destacada aquela classificação citada
na PNRS no seu artigo 13º, que divide os resíduos sólidos quanto à sua origem e
quanto à periculosidade (BRASIL, 2012).

2.2.4.1 Classificação quanto à origem


A seguir será apresentado as onze classificações (Resíduos domiciliares,
Resíduos de limpeza urbana, Resíduos sólidos urbanos, Resíduos de
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, Resíduos dos serviços
públicos de saneamento básico, Resíduos industriais, Resíduos de serviços de
saúde, Resíduos da construção civil, Resíduos agrossilvopastoris, Resíduos de
serviços de transportes e Resíduos de mineração).

a) Resíduos domiciliares: são aqueles originários de atividades domésticas em


residências urbanas. Sua composição é bastante variável sendo influenciada por
fatores como localização geográfica e renda familiar. Nesse tipo de resíduo podem
ser encontrados restos de alimentos, resíduos sanitários (papel higiênico, por
exemplo), papel, plástico, vidro, entre outros;

b) Resíduos de limpeza urbana: os originários das atividades de varrição, limpeza


de logradouros e vias públicas, além de outros serviços de limpeza urbana. Segundo
Sisinno e Oliveira (2006), a composição desse tipo de resíduo é muito variada
dependendo do local e da situação onde é recolhido, mas podem conter: folhas de
árvores, galhos e grama, animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos e
outros similares;

c) Resíduos sólidos urbanos: todos aqueles englobados como domiciliares (figura


2) ou de limpeza urbana;

d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os


gerados nessas atividades, porém excetuam-se os resíduos de limpeza urbana, os
resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, os resíduos de serviços de
saúde, os resíduos da construção civil, os resíduos de serviços de transportes;
24

Figura 2: Resíduos sólidos urbanos domiciliares no lixão de em Vargem Grande-MA

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas


atividades, excetuados os referidos como resíduos sólidos urbanos;

f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações


industriais: Esses resíduos possuem composição bastante diversificada e uma
grande quantidade desses rejeitos é considerada perigosa. Podem ser constituídos
por escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro), cinzas, lodos, óleos,
plásticos, papel, borrachas, entre outros (SISINNO E OLIVEIRA, 2006);

g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme


definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária SNVS. Os resíduos de serviço de saúde são aqueles considerados
sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos.
Constituídos de seringas, gazes, órgãos removidos, meios de culturas e cobaias,
remédios com validade vencida, filmes fotográficos de raio x, etc. Cabe ressaltar que
os resíduos não-sépticos destes locais (papéis, restos da preparação de alimentos,
pós de varrição, etc.) que não entraram em contato direto com os pacientes ou com
os resíduos sépticos, são considerados como domiciliares (UNESP, 2014).
25

h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e


demolições de obras de construção civil. Incluem-se nessa classe os resultantes da
preparação e escavação de terrenos para obras civis (figura 3). Quase 100% destes
resíduos podem ser reaproveitados embora isso não ocorra na maioria das
situações por falta de informação.

Figura 3: Resíduos de construção civil em Vargem Grande-MA

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

i) Resíduos agrossilvopastoris: aqueles resíduos gerados nas atividades


agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas
atividades. Podem ser compostos por embalagens de defensivos agrícolas, restos
orgânicos (palhas, cascas, estrume, animais mortos, bagaços, etc.), produtos
veterinários e etc.;

j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,


terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira. De
acordo com a UNESP (2014), os resíduos coletados nesses locais são tratados
como “resíduo séptico”, pois podem conter agentes causadores de doenças trazidas
de outros países. Os resíduos que não apresentam esse risco de contaminação
podem ser tratados como lixo domiciliar.
26

k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou


beneficiamento mineral.

2.2.4.2 Quanto à periculosidade

a) Resíduos perigosos: são aqueles que têm características peculiares e por isso
apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo
com lei, regulamento ou norma técnica. As características desses resíduos são a
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e/ou mutagenicidade;

b) Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados como resíduos perigosos.


Dentro desta ótica, além de classifica-los há a necessidade de definir o local
adequado a cada tipo de resíduo.

2.2.5 Disposição Final de Resíduos Sólidos

Segundo Andreolli (2001), o gerenciamento de resíduos é visto como uma


importante questão ambiental a ser solucionada, na medida em que sua má
operação traz constantes riscos à saúde pública e ao meio ambiente. A falta de
processos de tratamento, juntamente com a falta de critérios na escolha de locais
adequados para a disposição final dos resíduos gerados agravam os problemas.
O artigo 3º, inciso VIII da Política Nacional de Resíduos Sólidos define
disposição final ambientalmente adequada como a “distribuição ordenada de rejeitos
em aterros, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos” (BRASIL, 2012).
Na verdade, apenas deveriam “adentrar” a etapa de disposição final
aqueles resíduos considerados como rejeitos, ou seja, resíduos que depois de
esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos
tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.
Um dos objetivos da PNRS é a disposição final ambientalmente
adequada, conforme é explícito no artigo 7º, inciso II da mesma (BRASIL, 2012).
De acordo com o artigo 54º da PNRS, a disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos deverá ser implantada em até quatro anos após a data de
publicação da lei (BRASIL, 2012); ou seja, até o mês de agosto de 2016.
27

De acordo com Ensinas (2003), dentre as varias alternativas conhecidas


para a disposição final de resíduos sólidos, a prática de utilização de áreas para
aterramento é a mais comum, principalmente pelo baixo custo, facilidade de
execução e grande capacidade de absorção de resíduos, quando comparada às
outras técnicas. Nas seções posteriores é dado ênfase às duas formas de
disposição final de resíduos sólidos condizentes com este trabalho: coleta seletiva,
os lixões e os aterros sanitários/controlados.
2.2.5.1 Coleta seletiva
Iniciada na década de 1980 os primeiros programas de coleta seletiva e
reciclagem dos resíduos sólidos no Brasil, trouxe mudanças para a redução da
geração dos resíduos sólidos domésticos e estímulo à reciclagem (FERREIRA et al.,
1986).
Em síntese o país começou a lucrar com o “lixo”. Com o passar dos
anos a sociedade foi sendo cada vez mais aconselhada a reaproveitar o resíduo
sólido, e desde 1994 são realizadas pesquisas que mostram o total de municípios
com coleta seletiva. Atualmente o Brasil atingiu a marca de 22% nos municípios.
Isso representa 1.227 cidades das 5.570 existentes no país (figura 4). Em termos de
distribuição dos programas por região, nota-se ainda maior concentração no Sul e
no Sudeste com 87% e somente 8% no nordeste (CEMPRE, 2018).
Figura 4: Números de municípios com coleta seletiva no Brasil (1994 – 2018)

Fonte: CEMPRE, 2018.


Considerando os números expostos ainda há muito o que ser feito em
relação a este processo de minimização de impactos, pois a coleta seletiva é a
primeira etapa física e eficaz de gerenciamento de resíduos (ABRELPE, 2010).
Conforme define Vilena (2013) ela é um sistema de recolhimento de materiais
28

recicláveis, tais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente


separados na fonte geradora que trazem provento ambiental.
Os principais benefícios ambientais da reciclagem dos materiais
existentes no lixo, como por exemplo (plásticos, papéis, metais e vidros), são: a
economia de matérias-primas não-renováveis; economia de energia nos processos
produtivos e, nas ciddades que já possuem o aterro, o aumento da sua vida útil,
assim como estimula o desenvolvimento de consciência ambiental por parte da
população (MONTEIRO et al. 2001). Estes autores classificam a coleta em trê
formas: coleta porta a porta, por meio de postos de entrega voluntária (PEV) e
cooperativa de catadores.
De acordo com a Vilena (2013), a coleta porta a porta basea-se na
separação entre lixo úmido (orgânicos) e lixo seco (papéis, plásticos, metais, vidros,
etc.), pela população, estes por sua vez possuem veículos específicos e todo o
resíduo e encaminhado para galpões onde é feita a triagem. Apesar de ser um
processo de louvável, apresenta os seguintes aspectos negativos conforme Monteiro
et al. (2001), tais como o aumento das despesas com transporte e alto valor unitário,
quando comparada com a coleta convencional.
Os Pontos de Entrega Voluntária (PEV’s) ou Locais de Entrega
Voluntária (LEVs ), consistem na instalação de contêineres ou recipientes em locais
públicos para que a população, voluntariamente, possa fazer o descarte dos
materiais separados em suas residências (VILENA, 2013). Cada material deve ser
colocado num recipiente específico (com nome e cor), segundo a resolução do
Conselho Nacional do Meio ambiente - CONAMA nº 358/2005 (figura 5).

Em relação as cooperativas, temos como protagonistas os catadores de


materiais recicláveis para indústria de reciclagem no país. Estes agentes
representantes são essenciais na implementação do PNRS, pois exercecem nas
atividades da coleta seletiva quatro funções primordiais para a gestão integrada dos
resíduos sólidos (triagem, classificação, processamento e comercialização) dos
resíduos reutilizáveis e recicláveis (MMA, 2010).
29

Figura 5: Cores para identificação dos resíduos sólidos recicláveis


CORES RESÍDUO RECICLÁVEL
Papel/ papelão
Plástico
Vidro
Metal
Madeira
Resíduos perigosos
Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
Resíduos radioativos
Resíduos orgânicos
resíduo geral não reciclável ou misturado e contaminado
não passível de separação
Fonte: CONAMA, 2005.

No Brasil observa- se que ainda há um grande número de catadores que


sobrevivem dos materiais recicláveis dispostos nos lixões, como é o caso da área de
estudo. Sobre os programas ou projetos de coleta seletiva estes encontram-se
presente no art. 19 da Lei nº 12.305/2010 (PNRS), onde orienta o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), este contém os seguintes
incivos:
I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo
território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as
formas de destinação e disposição final adotadas; II - identificação de áreas
favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos,
observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição
Federal e o zoneamento ambiental, se houver; III - identificação das
possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas
com outros Municípios, considerando, nos critérios de economia de escala,
a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos
riscos ambientais; IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores
entrevistados a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou
a sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as
disposições desta Lei e de seu regulamento, bem como as normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; V - procedimentos
operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei nº
11.445, de 2007; VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos
sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinentes da
legislação federal e estadual; VIII - definição das responsabilidades quanto
à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20 a cargo do
poder público; IX - programas e ações de capacitação técnica voltados para
sua implementação e operacionalização;
X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não
geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos; XI -
programas e ações para a participação dos grupos interessados, em
especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
30

materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa


renda, se houver; XII - mecanismos para a criação de fontes de negócios,
emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos; XIII -
sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de
cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007; XIV - metas
de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com
vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final
ambientalmente adequada; XV - descrição das formas e dos limites da
participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa,
respeitado o disposto no art. 33, e de outras ações relativas à
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XVI - meios
a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da
implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de
resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa
previstos no art. 33; XVII - ações preventivas e corretivas a serem
praticadas, incluindo programa de monitoramento; XVIII - identificação dos
passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas
contaminadas, e respectivas medidas saneadoras; XIX - periodicidade de
sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do plano
plurianual municipal.

Quanto às questões sociais, a reciclagem permite um aumento de


emprego e renda para a população de baixa renda que podem trabalhar como
catadores, gerando melhorias ambientais para todo o processo. Enquanto que no
aspecto econômico a reciclagem permite o reaproveitamento de toneladas de
resíduos que podem ser aproveitados neste processo, gerando mais riquezas para
as empresas e da mesma forma gerando mais renda para as camadas sociais mais
humildes.
Portanto, para muitas pessoas que trabalham com a reciclagem, esta
pode ser a única fonte de seu sustento, tomando apenas os devidos cuidados
quanto ao aspecto do lixo para evitar danos à saúde desses trabalhadores.
A partir da análise destas orientações, constata-se que ainda ha muito o
que se fazer, visto que ainda existem 4.343 cidades no Brasil sem programas para
resíduos sólidos, em contrapartida a população continua aumentando e,
consequentemente, a quantidade de lixo aumenta. Uma outra questão está nos
lixões ainda existentes por todo país.

2.2.5.2 Lixão
Lixão é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos,
que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo (figura 6), sem
medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública, sinônimo de descarga
de resíduos a céu aberto (VIVATERRA, 2014).
31

Os lixões estão enquadrados na segunda categoria de áreas


contaminadas do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da CETESB
(CETESB, 2001), que é considerado a mais importante base teórica norteadora,
consultiva e propositiva em termos de áreas contaminadas no Brasil.

Figura 6: Croqui do lixão ou vazadouro

Fonte: Biboca ambiental, 2012.

Nos lixões, também chamados de vazadouros, não existe nenhum


controle quanto aos tipos de resíduos depositados e quanto ao local de disposição
dos mesmos. Os resíduos domiciliares e comerciais de periculosidade variada e
muitas das vezes desconhecida, são depositados juntamente com os industriais e
hospitalares, reconhecidos pelo alto poder poluidor e contaminante (VERDE GHAIA,
2014).
Nos lixões podem existir vários outros problemas associados, como por
exemplo, a presença de animais de criação (por exemplo, criação de porcos) figura
7, que posteriormente serão consumidos como alimentos; a presença de catadores
(que na maioria dos casos residem no local), caracterizando essa situação como
grave problema social; riscos de incêndios causados pelos gases gerados pela
decomposição dos resíduos; risco escorregamentos/deslizamentos, provocados pela
falta de projetos de engenharia civil na área do lixão; contaminação de corpos
hídricos superficiais e subterrâneos devido ao escoamento e percolação de líquidos
provenientes dos resíduos; contaminação do solo devido à disposição inadequada
32

de resíduos em áreas sem impermeabilização; dentre muitos outros (VIVATERRA,


2014; MEDEIROS et al., 2008).

Figura 7: Presença de animais no lixão de Vargem Grande -MA

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

O artigo 15º inciso V da PNRS diz que o Plano Nacional de Resíduos


Sólidos deve conter as “metas para a eliminação e recuperação de lixões,
associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis” (BRASIL, 2012). Já o inciso X do mesmo artigo diz que tal
plano deve também conter “normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e,
quando couber, de resíduos” (BRASIL, 2012).
Embora as considerações da lei supracitada existam, a condição nacional
é preocupante: dados do MMA (2014b) apontam que, dentre as mais de 5 mil
cidades brasileiras apenas 560 municípios concluíram e entregaram, ao Ministério,
os planos de gestão de resíduos no período limite (agosto de 2014). Atualmente
54,8% possuem o plano (MMA, 2017).
Os municípios que ainda não entregaram o documento (mais de 40%)
perderam o direito de renovar contratos com as prefeituras e governos estaduais e
aderir ao auxílio de recursos federais para a questão
33

2.2.5.3 Aterro Controlado e Aterro Sanitário


Os locais de disposição final de resíduos sólidos podem ser classificados
de diversas maneiras, sendo que os aterros sanitários e os aterros controlados estão
dentre os mais conhecidos. É muito comum a confusão entre essas duas técnicas
de disposição final de resíduos, mas é importante que cada uma delas seja
corretamente conhecida e classificada.
O aterro controlado é considerado uma solução intermediária entre o lixão
e o aterro sanitário. Segundo a ABNT NBR 8849/1985, essa técnica de disposição
de resíduos sólidos urbanos não deve causar danos à saúde pública e a segurança,
minimizando os impactos ambientais (ABNT, 1985).
Esse método utiliza de técnicas de engenharia para o recobrimento dos
resíduos com material inerte ao final de cada jornada de trabalho. A FEAM (2006)
cita que no aterro controlado não existe importantes itens que o diferenciam de um
aterro sanitário: 1) impermeabilização de solo, podendo ocorrer contaminação de
recursos hídricos e solo na área; 2) tratamento de líquido percolado (chorume e
água de infiltração), podendo também ocasionar contaminação de recursos hídricos
e solo e; 3) tratamento ou queima controlada de biogás, podendo ocasionar poluição
do ar e deixando a área sujeita a acidentes, como explosões. A Figura 8 mostra o
exemplo de um aterro controlado na cidade de São Luís-MA.
Figura 8: Aterro da Ribeira em São Luís -MA

Fonte: Arquivo do autor, 2011.


Apesar dos aterros controlados serem preferíveis aos lixões, possuem
qualidade muito inferior se comparados aos aterros sanitários.
34

De acordo com a CETESB (2014), o aterro sanitário, figura 9, é um


aprimoramento de uma das técnicas mais antigas utilizadas pelo homem para
descarte de seus resíduos, que é o aterramento. É uma obra de engenharia que tem
como objetivo dispor os resíduos no solo de forma a minimizar o espaço utilizado,
causando o menor dano possível ao meio ambiente e à saúde pública.

Figura 9: Representação esquemática de um aterro sanitário

Fonte: Resíduos sólidos, 2019.


O objetivo principal do aterro sanitário, em outras palavras, é o de
melhorar as condições sanitárias relacionadas aos descartes sólidos urbanos
evitando os danos da sua degradação descontrolada. A técnica de aterros sanitários
consiste basicamente na compactação dos resíduos no solo, na forma de camadas
que são periodicamente cobertas com terra ou outro material inerte (por exemplo
lodo gerado na ETA, após ser tratado). Ainda que sendo o método sanitário mais
simples de destinação final de resíduos sólidos urbanos, o aterro sanitário exige
cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a seleção e
preparo da área até sua operação e monitoramento. Segundo a CETESB (2014), os
aterros podem ser divididos em:
Aterro convencional: formação de camadas de resíduos compactados,
que são sobrepostas acima do nível original do terreno (pirâmide);
Aterro em valas: o uso de trincheiras ou valas visa facilitar a operação do
aterramento dos resíduos e a formação das células e camadas; assim sendo, tem-se
o preenchimento total da trincheira, que deve devolver ao terreno a sua topografia
inicial.
35

O aterro sanitário deve operar de modo a fornecer proteção ao meio


ambiente, evitando a contaminação das águas subterrâneas pelo chorume (líquido
de elevado potencial poluidor, de cor escura e de odor desagradável, resultado da
decomposição da matéria orgânica), evitando o acúmulo do biogás resultante da
decomposição anaeróbia do lixo no interior do aterro. O biogás pode sair do interior
do aterro de forma descontrolada ou infiltrar pelo solo e atingir redes de esgotos,
fossas e poços rasos podendo causar explosões.
A seguir são listadas algumas das principais características de um aterro
sanitário (IBAM, 2007; MORAIS, 2005):
Impermeabilização da base do aterro: evita o contato do chorume com as
águas subterrâneas. A impermeabilização pode ser feita com argila ou
geomembranas sintéticas; Instalação de drenos de gás: canal de saída do
gás do interior do aterro. Os drenos podem ser construídos de concreto ou
de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), podendo receber uma conexão
final de aço-inox quando a célula for fechada. O biogás pode ser recolhido
para o aproveitamento energético através da ligação de todos os drenos
verticais com um ramal central; Sistema de coleta de chorume: a coleta de
chorume deve ser feita pela base do aterro. O chorume coletado é enviado
a lagoas previamente preparadas com impermeabilização do seu contorno
ou enviados para tanques de armazenamento fechados; Sistema de
tratamento de chorume: após coletado, o chorume deve ser tratado antes
de ser descartado no curso de um rio ou em uma lagoa. O tratamento pode
ser feito no próprio local ou o chorume coletado pode ser transportado para
um local apropriado (geralmente uma Estação de Tratamento de Esgotos).

Os tipos de tratamento mais convencionais são o tratamento biológico


(lagoas anaeróbias, aeróbias e lagoas de estabilização), tratamento por oxidação
(evaporação e queima) ou tratamento químico (adição de substâncias químicas ao
chorume). As necessidades de grandes áreas próximas aos centros urbanos, de
grandes quantidades de material de cobertura, além do risco de contaminação dos
corpos hídricos, solo e ar, demonstram que os aterros devem ser muito bem
controlados (ENSINAS, 2003).
É importante ter conhecimento de que os aterros sanitários ou
controlados são construídos com fins de minimizar os impactos ambientais, porém
são passivos ambientais de alto risco e devem ser gerenciados de forma correta.
Entende-se por passivo ambiental a soma de todos os danos provocados ao meio
ambiente, que quando ocorrido, deve ser reparado pelo agente provocador (homem,
indústria, etc).
2.3 Impacto socioambiental: consequências do descarte inadequado do
resíduo solido
36

Ao fazer uma análise da sociedade contemporânea tem-se um panorama


de degradação dos recursos naturais, causadas por inúmeros fatores, entre eles o
descarte inadequado dos resíduos sólidos, por essa razão surgiram modelos que
visam identificar, analisar e quantificar estes impactos, como os propostos pela
Matriz de Leopold para avaliação do impacto ambiental (1971) e Sánchez (2013).
São constantes em noticiários a nomenclatura Impacto Ambiental, sendo
esta sempre associada a algum dano da natureza, como poluição hídrica, danos à
saúde pública, assoreamento, erosão entre outros. Segundo o Art. 1º do CONAMA
01/86:
Impacto ambiental é definido como "qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma
de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou
indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V – a qualidade dos recursos
ambientais", (CONAMA, 1986, p. 2548).

O conceito de impacto ambiental apresenta-se nas literaturas de forma


equivalente, apesar de serem adotadas para diversos fins (MORAIS, 2018).
Segundo Coelho (2001), é preciso entender que os impactos ambientais são
processos de uma história não linear de sua produção e causam mudanças sociais e
econômicas.
Por esta razão, adota-se o termo impacto socioambiental, por abranger
variáveis, naturais, sociais, culturais, econômicas e políticas. Conforme Harvey
(1997) enfatiza que a causa dos problemas ambientais, está na relação conflitante
sociedade/natureza, como por exemplo consumo e manejo inadequado dos resíduos
produzidos.
Levando-se em consideração esses aspectos, o manuseio adequado dos
resíduos além de preservar o meio ambiente, evita diversas doenças proliferadas
por ele como, salmonelose, verminoses, desinteria, febre tifóide.
Ressalta-se, que o descarte incorreto compromete a qualidade do solo,
da água (superficiais ou subterrâneas) e do ar pelo chorume, por serem fontes de
compostos orgânicos voláteis, entre outros.
Pode ocorrer também a formação de gases tóxicos, asfixiantes e
explosivos que se acumulam no subsolo ou são lançados na atmosfera. De modo
geral, os impactos dessa degradação (lixão), estendem-se para além das áreas de
disposição final dos resíduos, afetando toda a população.
37

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho caracteriza-se por ser descritivo-exploratório/quantitativo


quanto aos objetivos, visando a relação sujeito/pesquisador. Considerando Gil
(2008) as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de
relações entre variáveis.
Para Minayo (2000) as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o
objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado
fato. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as
causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. (GERHARDT e SILVEIRA,
2009).
Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, foram realizados três
procedimentos. O primeiro refere-se à abordagem indireta através do levantamento
bibliográfico, o segundo refere-se à abordagem direta que foi realizada através dos
trabalhos de campo, o terceiro corresponde ao trabalho de escritório, envolvendo as
análises de dados quantitativos e qualitativos e o mapeamento temático utilizando o
software Arcgis.

3.1 Levantamento bibliográfico


Os dados que referenciaram este trabalho foram obtidos a partir de
pesquisas bibliográficas na literatura especializada cujo os temas fora saneamento
básico, resíduo sólido e impacto socioambiental (artigos científicos, livros, trabalhos
acadêmicos, dentre outros).

Foi dada ênfase a publicações de periódicos e artigos de referência


nacional bem como a estudos ambientais do local (estudos técnicos). A legislação
brasileira voltada para o tema foi largamente consultada e utilizada, visto que tais
instrumentos legais instituem regras e devem nortear os interessados no tema. Além
do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento – SNIS, que disponibiliza
séries históricas sobre os municípios brasileiros, entretanto não foram encontrados
dados referentes a resíduo solido da área de estudo.
38

3.2 Trabalho de campo


Os trabalhos de campo foram realizados no município de Vargem Grande
- MA, objetivando a observação in loco dos aspectos negativos do lixão sobre a
população da área.
As primeiras visitas técnicas (abril a junho/2019), objetivaram o
reconhecimento do município, para determinação das áreas diretamente afetadas.
Logo após os trabalhos de campo restringiu-se a comunidade do campo de aviação
e associações e representante do governo municipal, a qual foi escolhida como
universo amostral, onde foram aplicados quarenta questionários.
Para tal procedimento foi elaborado dois questionários (Apêndice A e B),
o questionário da comunidade com vinte oito perguntas referentes situação
socioeconômica e socioambiental (neste foi possível aplicar quarenta). apesar se de
tratar de questionário e não entrevista também foi utilizado o termo de
consentimento (Apêndice C).
O segundo com mais de cinquenta itens para se ter um diagnóstico de
resíduos sólidos de vargem grande, com intuito de preencher algumas lacunas de
informações sob responsabilidade da gestão municipal. Entretanto durante todos os
trabalhos de campos realizados no período de abril a agosto de 2019, não se obteve
um feedback destes agentes, mesmo com solicitações de reuniões.
Para registrar e evidenciar as áreas diretamente afetada e de influência
direta de Vargem Grande-MA utilizou-se câmera digital Samsung WB-250, 14.2
megapixels. Para auxiliar na correta localização da área, foi utilizado de aparelho
GPS Airis, modelo Amici 5.0.

3.2.1 Caracterização da área de estudo


O município de Vargem Grande – MA, localiza- se na mesorregião Norte
Maranhense e na microrregião de Itapecuru - Mirim, limitando-se ao norte com Nina
Rodrigues e São Benedito do Rio Preto, ao sul Timbiras e Coroatá, a leste com
Chapadinha e a oeste com Cantanhede e Pirapemas. A área territorial corresponde
a 1.958,703km², cuja população totaliza 49.412 habitantes. O índice de
desenvolvimento humano (IDH) equivale a 0,542, a economia é dividida nos setores
de agropecuária, indústria e serviços. A sede do município possui uma altitude
média de 207 m, com coordenadas geográficas de 03º 32' 35" de latitude sul e 43º
54' 57" de longitude oeste (IBGE, 2010).
39

No contexto geoambiental, o local apresenta um clima tropical, segundo


Ayoad (1996), pois apresenta características de transição climática entre o semi-
árido nordestino e tropical úmido da Amazônia. Este tipo de clima apresenta
temperaturas que possuem uma variação em torno de 17,9°C a 34,4°C (INMET,
2019) que sofrem influências da massa equatorial atlântica.
Em termos geomorfológicos, de acordo com Correia Filho (2011), o Norte
Maranhense compreende o litoral, a Baixada Maranhense, tabuleiros, planície
litorânea e fluviais, com altitudes inferiores a 200 metros. E litologicamente, a região
caracteriza-se pela presença de depósitos sedimentares da Formação Codó,
Formação Itapecuru, Formação Barreiras e Depósitos Aluvionares (CPRM, 2011).
Conforme EMBRAPA (2011), os solos predominantes do município são
Argissolos Vermelho - Amarelo, Plintossolos Argilúvico e Planossolos Háplico. Os
Argissolos Vermelho-Amarelo possuem aumento de argila no horizonte superficial A
para o superficial B, geralmente acompanhado de boa diferenciação de cores. Os
Planossolos compreendem solos pouco profundos e mal drenados e os Plintossolos
caracterizam-se por solos minerais com restrições a percolação da água
Em relação a hidrografia superficial é banhado pelos rios Munin, Rio
Iguará e Rio Preto, além de abrigar em seu território pequenos riachos (como o
Paulica localizado próximo ao lixão) e olhos d’água (CPRM, 2011). Sobre as águas
subterrâneas, devido a formação geológica apresentar siltitos, folhelhos e arenitos
muito finos, argilosos, calcários e lentes de gipsita, caracteriza-se como um
aquitarde, ou seja, uma unidade semipermeável, delimitada no topo e/ou na base
por camadas de permeabilidade muito maior, segundo Manoel Filho (2000), ou seja,
grande facilidade de contaminação.

3.2.2 Descrição e operação do lixão


O lixão do município de Vargem Grande-MA é operado de forma simples
e ultrapassado, e localiza-se apenas 2. 800m da sede do município (Anexo A), sem
levar em conta as diretrizes que regem o Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Esse local é assim classificado (lixão), pois no local não há padrões
técnicos, todos resíduos da cidade são lançados a céu aberto sem nenhum
tratamento, e lamentavelmente é operado pela prefeitura. Não há separação do
material (lixo) coletado no município, chegando ao local todo tipo de resíduo
inclusive os hospitalares.
40

3.4 Trabalho de escritório


Nesta etapa foi realizada a produção do mapa temático, tabulação dos
questionários e análise dos resultados encontrados.
O mapa de localização foi elaborado com o software Arcgis pelo Grupo de
Pesquisa Geomorfologia e Mapeamento – GEOMAP, como descrito a seguir. O
mesmo foi gerado com base nos dados cartográficos disponíveis no Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017), após aquisição dos mesmos, foi
necessário realizar um georeferenciamento.
As respostas dos questionários foram tabuladas no Excel onde realizou-
se a verificação quantitativa de cada item e transformando os resultados em
porcentagem, logo após foram gerados os gráficos com os resultados obtidos.
41

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, apresenta-se a problemática do lixão de Vargem Grande a


partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos, os problemas socioambientais
decorrentes e propõe-se medidas mitigadoras.

4.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos e o caso do lixão de Vargem Grande


– MA
A Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, instituída pela Lei nº
12.305 de 2010 (BRASIL, 2010), estabelece metas significativas na contribuição da
eliminação dos lixões e institui diversos instrumentos para o alcance desse objetivo,
no qual um dos principais é o Plano de Resíduos Sólidos, nos níveis nacional,
estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano, e municipal.
No art. 14, da PNRS, que trata sobre os Planos de Resíduos Sólidos, este
institui a nível municipal os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos, e no art. 19, §1º destaca que o Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos pode estar inserido no Plano de Saneamento Básico previsto no
art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo mínimo nos incisos de I a
XIX, do artigo em questão, o que potencializa a associação da Lei de Saneamento
Básico e a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
A PNRS estabeleceu também um prazo de dois (2) anos a partir da data
de publicação da lei para cada município elaborar seu Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos, o que está disposto no art. 55, e estabeleceu ainda,
a elaboração do Plano em questão como condição para o Distrito Federal e os
Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a
empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de
resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos de entidades federais
de crédito ou fomento para tal finalidade.
Quanto ao prazo para implantação da disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, o art. 54 da PNRS estabeleceu um prazo de quatro (4) anos,
assim o prazo foi até 2 de agosto de 2014, o que ocasionaria o encerramento dos
lixões por todo o país, entretanto, este prazo foi prorrogado de acordo com o total de
habitantes de cada município variando entre os anos de 2018 e 2021, e muito do
que foi proposto ainda não foi colocado em prática, acarretando riscos ambientais e
para a saúde da população.
42

Os esforços para melhorar o panorama do saneamento básico nos


municípios maranhenses se iniciaram no ano de 2017 a partir da parceria entre a
Fundação Nacional de Saúde – FUNASA e a Universidade Federal Fluminense –
UFF, que firmaram Termos de Execução Descentralizada (TED) de cooperação
técnica para a elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico - PMSB, e
dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PMGIRS em
municípios com menos de 50 mil habitantes, nos Estados do Maranhão e Espírito
Santo. Dentre os municípios contemplados cita-se o município de Vargem Grande,
área de estudo desta pesquisa, onde os resíduos sólidos são descartados em um
lixão, que continua em operação no ano corrente.
A Universidade Federal Fluminense (2019) desenvolve o PMSB em sete
etapas (Figura 11), sendo que ao fim são gerados o Relatório Final e a Minuta do
Projeto de Lei do Plano Municipal de Saneamento Básico.

Figura 10: Etapas da elaboração do PMSB

Fonte: PINTO, 2019.

Na primeira etapa denominada Formação de Grupos de Trabalho, estes


são organizados em comitês, compostos de representantes da sociedade civil,
representantes de órgãos do poder público nas três esferas (municipal, estadual e
federal), relacionados com o saneamento básico, movimentos sociais, empresários,
ONGs e outros.
A segunda etapa chamada Planejamento da Mobilização Social, tem
como objetivo o Plano de Mobilização Social - PMS, no qual apresenta as
43

estratégias e ações propostas, objetivando promover a efetiva mobilização e


participação social.
Na terceira etapa designada Habilitação do Sistema de Informações
disponibiliza-se um sistema de informações para auxílio às tomadas de decisões,
com capacidade de armazenar dados. Sendo este sistema considerado uma
ferramenta importante para a gestão do saneamento básico no município.
Na quarta etapa dita Diagnóstico Técnico-Participativo que consiste em
“um diagnóstico socioeconômico, da infraestrutura e dos serviços de saneamento
básico abrangendo seus quatro componentes, além da percepção social acerca do
tema: Abastecimento de água; Esgotamento sanitário;Drenagem e manejo de águas
pluviais urbanas;Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos” (UNIVERSIDADE
FEDERAL FLUMINENSE, 2019). De acordo com as informações divulgadas no site
alimentado pela Universidade Federal Fluminense, parceira na elaboração do PMSB
do município de Vargem Grande com a FUNASA, o município em questão já
finalizou esta etapa, faltando ainda três etapas para a conclusão.
Em relação a etapa cinco, a mesma consiste na Elaboração da
Prospectiva e Planejamento Estratégico (PPE) e dos Programas, Projetos e Ações
(PPA). Com base no diagnóstico, serão elaborados os planejamentos e os
programas específicos tendo em vista contemplar soluções para os desafios e
pretensões identificados, tendo como preceito a compatibilização entre o
crescimento econômico, a sustentabilidade ambiental e a equidade social nos
municípios.
Na etapa seis, dita Plano de Execução (PE), as etapas de execução
visam o caminho a ser adotado para a execução dos programas, dos projetos e das
ações, considerando metas temporais bem diferentes:
Imediatos ou emergenciais – até 3 anos;
Curto prazo – entre 4 a 8 anos;
Médio prazo – entre 9 a 12 anos;
Longo prazo – entre 13 a 20 anos.
Esta etapa prevê o planejamento dos programas, a partir das projeções
de crescimento da população e consequente demanda por serviços. Deverá prever
ainda a estimativa de custos e as principais fontes de recursos que poderão ser
utilizadas para a implantação das ações definidas, e os responsáveis por sua
realização.
44

Na última etapa (Relatório Final e Minuta do Projeto de Lei do Plano


Municipal de Saneamento Básico - PMSB) - tem-se como produto um relatório final
descrevendo todas as etapas de elaboração do PMSB,bem como a minuta de
Projeto de Lei, que deverá estar em conformidade com os dispositivos inseridos no
PMSB e as demais normas vigentes. A minuta em questão será submetida à
discussão com a população, em evento especialmente convocado para este fim, que
é a Audiência Pública. Neste evento, a versão final do plano será concluída e
encaminhada posteriormente à Câmara de Vereadores. O PMSB, depois de
aprovado e sancionado em lei municipal, deve ser implantado pelo órgão do
município responsável pela execução da política municipal de saneamento básico.
Além dos PMSB, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, no art. 47,
deixa claro que são proibidas as formas de destinação ou disposição final de
resíduos sólidos ou rejeitos, lançados in natura a céu aberto, excetuados os
resíduos de mineração; e a queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e
equipamentos não licenciados para essa finalidade (BRASIL, 2010).
Tendo em vista que no lixão do município de Vargem Grande - MA, onde
além da disposição final no solo e a céu aberto, existe queima de resíduos
indiscriminadamente, o lixão em questão está em desacordo com a legislação em
questão e o município comete crime ambiental, visto que a disposição de resíduos
sólidos em lixões é crime desde 1998 de acordo com a lei nº 9.605/98. A lei em
questão prevê, em seu artigo 54, que causar poluição através do lançamento de
resíduos sólidos em desacordo com leis e regulamentos é crime ambiental.
Diante do exposto pode-se inferir que a PNRS ainda não conseguiu
cumprir um dos seus principais objetivos, extinguir os lixões das cidades brasileiras,
visto que, a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída há nove anos e na
maioria das cidades brasileiras, como o município de Vargem Grande, a existência
de lixões a céu aberto ainda persiste, acarretando problemas de ordem ambiental e
social e caracterizando crime ambiental.

4.2 Problemas socioambientais no lixão de Vargem Grande – MA


Os resíduos descartados em lixões são considerados uma fonte potencial
de contaminação e tem merecido destaque em função dos problemas ambientais e
socioeconômicos que pode gerar (PINHEIRO; MOCHEL, 2017). Esse descarte
45

irregular pode acarretar na contaminação do ar, do solo, dos mananciais, do lençol


freático, além de servir como meio de propagação de vetores de doenças.
A decomposição da matéria orgânica contida no lixo produz um líquido de
cor preta, mal cheiroso e de elevado potencial poluidor, chamado chorume (ROCHA;
FILHO; SILVA, 2012), como pode-se observar no lixão de Vargem Grande – MA,
conforme a figura 12.
Figura 11: Chorume no lixão de Vargem Grande – MA

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

O chorume é capaz de alterar características físicas, químicas e


biológicas e do solo. E caso metais como o Cádmio, Cobre, Níquel, Chumbo e Zinco
cheguem até o solo, estes podem alterar a química do mesmo e causar impactos
nos organismos e plantas que retiram sua nutrição do solo, e deixá-lo inutilizavel
para a agricultura.
O solo e a água também podem ser contaminados através da água da
chuva, que ao cair sobre o solo, carreiam os poluentes até os mananciais, e/ou pela
infiltração da água pluvial que percola até a massa de resíduo e transporta o
chorume até atingir o lençol freático (SANTOS, 2005). Neste sentido, solos com alta
permeabilidade são mais propícios a contaminação do lençol freático.
Na área de estudo de acordo com a classificação da EMBRAPA (2011), o
município de Vargem Grande constitui-se dos Argissolos vermelho – amarelos
46

Planossolos háplicos e Plintossolos argilúvicos. Os primeiros são bem suscetíveis a


erosão, já os Planossolos e Plintossolos em geral apresentam restrição à percolação
de água, o que dificulta a chegada dessa água até o lençol freático, entretanto
devido a formação geológica ser composta por siltitos, folhelhos e arenitos muito
finos, argilosos, calcários e lentes de gipsita, estes caracterizam-se como
semipermeáveis, sendo o topo ou a base de permeabilidade muito maior, o que
segundo Manoel Filho (2000) tem grande facilidade de contaminação.
Quanto a contaminação dos corpos hídricos superficiais através do
escoamento superficial, ressalta-se o Riacho Paulica que localiza-se próximo ao
lixão, quanto a isto Santos (2005) alerta que o chorume contamina a água com
substâncias tóxicas, causando a mortandade de peixes e outros animais, e pode
contaminar a água potável que é utilizada para abastecimento humano. Os animais
no interior do lixão e ao redor podem ser contaminados tanto diretamente, quanto de
forma secundária, se alimentando de animais e plantas contaminados.
Tendo em vista que muitos moradores captam água de poços artesianos,
sendo alguns muito próximos do lixão (Figura 13), infere-se que o perigo de
contaminação é iminente.
Figura 12: Poço artesiano em residência próxima ao lixão

Fonte: Propria pesquisa, 2019.


47

De acordo com Mavropoul (2015) a decomposição desses resíduos gera


gases, sobretudo da mistura de metano e dióxido de carbono, chamado biogás. Na
proporção que o metano vai se formando ele acumula pressão e começa a deslocar-
se pelo solo, indo pelo caminho de menor resistência, e vai se movimentando
lateralmente até alcançar a superfície. Este gás é altamente inflamável e liberado na
atmosfera contribui para a diminuição da camada de ozônio, e consequentemente
para o aquecimento global, visto que, seu potencial de aquecimento é 21 vezes
superior ao do dióxido de carbono em um período de 100 anos.
Outra prática muito comum que acontece também no lixão de Vargem
Grande – MA é a queima dos resíduos sólidos (Figura 14, seta vermelha), tendo em
vista diminuir o volume dos resíduos, entretanto Mavropoul (2015) salienta que esta
prática pode levar a emissão de substâncias tóxicas no ar devido a queima de
plásticos e outros materiais, além disto, esta fumaça tóxica aumenta os níveis de
óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, metais pesados, dioxinas e furanos e
material particulado.
Figura 13: Queima de resíduos a céu aberto no lixão de Vagem Grande-Ma

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


O autor citado anteriormente, ressalta que a vegetação do entorno dos
lixões, também pode ser afetada pelos impactos gerados pela poeira ou da fumaça
48

consequente da queima.O resultado é uma vegetação morta nos arredores dessas


áreas como já observa-se na figura 14, seta preta.
Santos (2005) evidencia que o acúmulo de resíduos sólidos leva a
proliferação de vários animais indesejáveis como ratos, baratas, moscas, cobras,
escorpiões, urubus (Figura 15) entre outros.
Figura 14: Urubu próximo a lixeira disponibilizada pela prefeitura

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


Esses animais podem servir de vetor de doenças aos seres humanos e
ressalta que a ação destes vetores transmissores de doenças aumenta o risco de
propagação de infecções respiratórias, propagação de diarréias, peste bubônica,
alergias, leptospirose, cólera, febre tifóide, esquistossomose, hepatite infecciosa e
etc (SANTOS, 2005).
Tendo em vista avaliar esta problemática do ponto de vista
socioambiental de forma quantitativa, do ponto de vista da população, utilizou-se
como mecanismo a aplicação de questionários com a população do entorno,
buscando primeiramente identificar o perfil dos entrevistados, a composição familiar,
aspectos relacionados à qualidade de vida, obter informações gerais sobre resíduos
sólidos e avaliar os impactos que esses resíduos geram na vida desses indivíduos.
49

4.2.1 Caracterização socioambiental: análise quantitativa

Com relação ao perfil das pessoas que participaram da pesquisa, a


maioria dos entrevistados foram do sexo masculino, sendo estes com uma
representação de 55%, e 45% do sexo feminino (Figura 16).
Figura 15: Sexo dos entrevistados

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


No que se refere à relação da idade dos indivíduos, a maioria dos
entrevistados são do sexo masculino apresentam de 20 a 29 anos, representando
36% do total, seguido de 24% com idade de 53 a 69 anos, e 16% apresentaram de
30 a 38 anos, sendo estas porcentagens as mais representativas, como mostra a
figura 17.
Figura 16: Idade dos entrevistados do sexo masculino

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


50

Em relação aos participantes do sexo feminino, a maioria das mulheres


apresenta idade de 35 a 38 anos, representando 47% do total, com a segunda maior
porcentagem estão as participantes de 52 a 67 anos, com um percentual de 40%, e
por fim com 13% as mulheres de 18 a 25 anos (Figura 18).
Figura 17: Idade dos entrevistados do sexo feminino

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


No que diz respeito à composição e perfil da família dos pesquisados, no
que se refere à quantidade de pessoas residentes na casa do pesquisado, a maioria
tem de 2 a 4 pessoas residindo no imóvel, o que corresponde a 45% do total; 25%
tem de 5 a 6 pessoas; 20% tem de 7 a 8 pessoas na residência e apenas 10% tem
de 9 a 10 pessoas no imóvel (Figura19).
Figura 18: Quantas pessoas residem em sua casa?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Quanto ao grau de escolaridade, apenas 5% dos pesquisados tem 3º


grau completo, a maioria tem apenas o 1º grau incompleto com um percentual de
56% do total de pesquisados, e 23% tem o 1º grau completo (Figura 20).
51

Figura 19: Grau de escolaridade dos pesquisados

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Cabe ressaltar também a disparidade entre aqueles indivíduos que tem o


1º grau completo (ensino fundamental) e o 2º grau completo (ensino médio), sendo a
diferença percentual de 15%, corroborando com os números percentuais
apresentados pelo IBGE (2019) no qual as matrículas no ensino fundamental em
2018 foram de 8.761 matrículas no município de Vargem Grande - MA, e as
matrículas no ensino médio no ano em questão foram de apenas 2.190, uma
diferença de 6.571 discentes, o que nos leva a inferir que aqueles que terminam o 1º
grau, deixam de estudar para trabalhar, e/ou acreditam que não há necessidade de
concluir o ensino médio. Como aponta a figura 21.
Figura 20: Nível de escolaridade e pessoas empregadas

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


Quando comparado o grau de escolaridade com o número de pessoas
que estão trabalhando (Figura 21), a maioria dos que estão trabalhando tem apenas
o 1º grau incompleto, e em segundo lugar no total dos que trabalham, estão aqueles
que tem o 1º grau completo.
52

Entretanto, de todos aqueles que tem o 1º grau incompleto a maioria está


sem trabalho. Em segundo lugar, no total dos que trabalham, tem-se aqueles com o
1º grau completo, todavia, no total dos que tem apenas o 1º grau completo, os que
trabalham também são minoria, assim como aqueles que tem o 1º grau incompleto,
porém a diferença deste último é maior.
No total dos indivíduos que tem o 1º grau completo e possuem trabalho,
em relação aqueles que têm o 2º e 3º grau completo e estão trabalhando, os
números mostram que todos os entrevistados pesquisados que tem ensino médio e
ensino superior completo (3º grau) estão trabalhando, no entanto, aqueles que tem o
1º grau completo, apenas 4 dos 5 tem trabalho. Desta forma entende-se que ao
concluir o ensino médio e o ensino superior os entrevistados tem mais chances de
entrar no mercado de trabalho, o que impacta diretamente na renda familiar das
pessoas no tipo de ocupação (Figura 22).
Figura 21: Qual a sua ocupação?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


A figura 22 indica que a maior parte das pessoas que participaram da
pesquisa são donas de casa com um percentual de 18%, seguidas de 11% de
pessoas aposentadas, e 8% de feirantes.
Das ocupações elencadas tem-se em percentuais intermediários (5%) as
ocupações de servente, pedreiro, lavador de carros e vendedora. E as demais
ocupações que são minorias, estão em percentuais de 3%, entretanto, avaliando as
53

ocupações, observa-se que apenas a ocupação de assistente social necessita de 3º


grau completo, as demais são ocupações que necessitam apenas do 1º grau. Como
dito anteriormente, estas ocupações relacionam-se diretamente com o grau de
escolaridade das pessoas entrevistadas, renda familiar e consequentemente nas
formas de trabalho (Figura 23).
Figura 22: Renda familiar x formas de trabalho

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

No tocante a renda familiar e as formas de trabalho, caracterizando estas


últimas como carteira assinada e sem carteira assinada (trabalho assalariado),
funcionário público e autônomo. Nota-se que a maioria das pessoas que
participaram da pesquisa trabalham sem carteira assinada e tem renda familiar de
até 1 salário mínimo, e em segundo lugar nesta lista estão aquelas pessoas que são
autônomas e apresentam renda familiar de até 1 salário mínimo e no terceiro lugar
aquelas pessoas que trabalham de carteira assinada e tem renda de até 1 salário
mínimo por família.
No que consiste aos aspectos da qualidade de vida dos participantes da
pesquisa, os questionários mostraram que 75% dos entrevistados residem em casa
própria, 13% em casa alugada e 12% em habitação cedida (Figura 24). Quanto a
estrutura da moradia, 90% das pessoas residem em moradias de alvenaria, e 10%
apenas em moradias mistas de madeira com alvenaria, o que garante uma
54

prevenção contra formigas e barbeiros, visto que estes insetos costumam se alojar
em paredes de barro (Figura 25).
Figura 23: A casa onde mora é

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Figura 24: Estrutura da moradia

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Acerca do local onde a casa foi construída 95% dos pesquisados


construíram em terra firme e apenas 2% em áreas alagadas (Figura 26). Desta
forma infere-se que apenas estes 2% estão suscetíveis a riscos de alagamentos e
solapamentos, bem como doenças que tem a água como meio transmissor, como
hepatite a, diarréia, leptospirose etc.
55

Figura 25: Construção é em terra firme ou alagada

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

No que corresponde as instalações sanitárias 85% das pessoas


participantes responderam que possuem instalações sanitárias dentro do domicílio e
15% possuem instalações sanitárias fora do domicílio (Figura 27).
Figura 26: Possui instalações sanitárias dentro ou fora do domicílio

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Estas instalações sanitárias fora do domicílio são normalmente precárias


com baixa qualidade sanitária, e são propícias a transmissão de vermes que levam a
diarréia, o que corrobora com os dados do IBGE (2019), quanto a ocorrência de
endemias e/ou epidemias relacionadas à falta de saneamento básico, no qual o
estudo cita as diarreias e verminoses no município de Vargem Grande – MA.
56

No que se refere às informações gerais sobre resíduos sólidos,na


primeira pergunta buscou-se conhecer qual era o conhecimento dos entrevistados
sobre o que ele entendia como lixo. Desta forma, com 32% das respostas totais, a
resposta mais presente, considera lixo como tudo que não presta ou não serve, 25%
consideram como tudo que é jogado fora, 20% não soube responder, e com
percentuais de 5% cada, estes responderam que consideram como lixo tudo que
não utilizam mais, tudo que é jogado no lixão, e restos de comidas, objetos e
plásticos. (Figura 28).
Figura 27: O que é lixo pra você?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Quando argüidos sobre o local onde o lixo produzido é depositado, 67%


apontaram o lixão e 33% não souberam responder (Figura 29).
57

Figura 28: O lixo que você produz vai pra onde?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Diante dessas respostas infere-se que na percepção dos entrevistados,


materiais que são recicláveis como plástico vidro e papel, são materiais inúteis, e na
pergunta relativa ao local onde os resíduos são depositados, observa-se a partir das
respostas que é de conhecimento da maioria da população que os resíduos são
descartados em um lixão, entretanto, essas pessoas parecem desconhecer os
perigos deste tipo de descarte a céu aberto.
No que tange ao tipo de material que é encontrado diariamente no lixo da
residência, as respostas que apresentaram maiores percentuais foram restos de
alimentos, com 50% do percentual total, e com 31%, restos de alimentos, papel e
plástico (Figura 30).
Estes percentuais comprovam que plástico vidro, e papel são vistos como
dispensáveis, entretanto compõem grande parte dos resíduos que são descartados
no lixão da cidade, que de acordo com Rodrigues et al. (2010) posteriormente irão
causar certo “inchaço”, contaminação ambiental e disseminar doenças.
Quando perguntados sobre que tipo e quantas embalagens as pessoas
utilizam para guardar o lixo, todos os indivíduos responderam que utilizam sacolas
de supermercado (Figura 31).
58

Figura 29: O que é mais encontrado no lixo produzido diariamente em sua


residência?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Figura 30: Que tipo de embalagem você utiliza para guardar seu lixo?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


59

No que corresponde a quantidade de embalagens utilizadas para


armazenar o lixo, 52% não responderam, 23% utilizam de 1 a 2 sacolas, 10%
utilizam de 3 a 4, 10% utilizam de 5 a 6 sacolas e 5% utilizam de 7 a 8 sacolas
(Figura 32).
Figura 31: Quantidade de embalagens utilizadas para colocar o lixo

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Apesar das sacolas plásticas de supermercados serem gratuitas e


práticas para os usuários, elas causam grande impacto no ambiente, visto que o
plástico tem como particularidade a impermeabilidade, o que dificulta a incidência de
luz, calor e oxigênio e como consequência a oxi-degradação dos materiais.
A frequência da coleta domiciliar de lixo, 45% dos entrevistados disseram
que a mesma ocorre apenas 1 vez por semana,28% responderam que não há coleta
de lixo,17% que a coleta ocorre 2 vezes por semana, 3% disseram que acontece 3
vezes por semana e apenas 2% dos entrevistados que a coleta ocorre diariamente
(Figura 33).
No tocante ao lixo e seus impactos fora perguntado aos entrevistados se
os mesmos têm conhecimento que o lixo é uma fonte de contaminação para o ser
humano quando não recebe acondicionamento e destinação final adequada (Figura
34). Conforme o gráfico em questão 70% dos indivíduos responderam que não
sabiam, 27% responderam afirmativamente e o restante não respondeu. Assim
compreende-se que a maior parte dos entrevistados desconhece dos perigos a
saúde humana no que se refere aos resíduos sólidos, seu acondicionamento e
destinação.
60

Figura 32: Frequência da coleta domiciliar

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Figura 33:Tem conhecimento que o lixo domiciliar é uma fonte de contaminação


para o ser humano quando não recebe acondicionamento e destinação final
adequada?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

A seguir pediu-se aos entrevistados que citassem algumas doenças já


ocorridas na família nos últimos anos. Com um percentual de 37%, a dengue foi a
mais citada pelos indivíduos, e a segunda resposta com maior percentual (35%),
apresentou outras doenças, as quais não foram ditas pelos entrevistados nos
61

questionários, sendo que 18% não responderam a esta pergunta e 10% dos
entrevistados citaram a dengue e outras doenças (Figura 35).
Figura 34: Cite algumas doenças ocorridas na família nos últimos anos

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Tendo em vista que os entrevistados não citaram quais as outras doenças


ocorridas na família, não há como avaliar se há uma relação com os resíduos
sólidos descartados no lixão, entretanto a dengue foi a mais citada, somado os
percentuais, a mesma aparece em 47% das respostas, corroborando com os dados
apresentados pelo IBGE (2019) correspondente a Pesquisa de Informações Básicas
Municipais – MUNIC, que apresenta a Dengue e também a Zyca como
endemias/epidemias associadas à falta de saneamento básico no período de 1 ano
de conhecimento da prefeitura.
Considerando que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue,
necessita de água parada para se proliferar, e se reproduz facilmente em qualquer
tipo de embalagem, os lixões são grandes criadouros desse mosquito, aumentando,
portanto as chances de proliferação da doença, principalmente para aqueles que
moram próximos desses locais, ou tiram seu sustento da coleta de materiais
descartados no lixão, que são os chamados catadores de lixo. Na figura 36
observam-se vários recipientes plásticos, existentes no lixão de Vargem Grande que
podem servir de criadouros para o mosquito.
62

Figura 35: Recipientes plásticos no lixão de Vargem Grande - MA

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Na pergunta “Você tem conhecimento de quais impactos ambientais são


ocasionados pelo lixo? Quais?”, Apenas 15% dos pesquisados responderam
afirmativamente esta pergunta, 85% disseram não ter conhecimento ou não
souberam responder (Figura 37).

Figura 36: Você tem conhecimento de quais impactos ambientais são ocasionados
pelo lixo? Quais?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

De todos aqueles que responderam afirmativamente a pergunta


mencionada, citaram como impactos ambientais a poluição do solo/terra com 33%,
63

16% citaram dengue e doenças de pele, 17% mencionaram impacto nas pessoas,
na água e nos animais, 17% disseram impacto na água e 17% não souberam
responder. A partir do exposto, entende-se que embora os indivíduos pesquisados
não tenham percepção da proporção dos impactos ambientais ocasionados pelo
lixo, os entrevistados tem noção de que os resíduos podem ocasionar problemas ao
ambiente (Figura 38).
Figura 37: algumas doenças ocorridas na família nos últimos anos

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


Sobre quais animais já foram observados mexendo na lixeira, 39% dos
entrevistados afirmou ter visto urubus mexendo na lixeira, 21% citaram ter visto um
cão, 18% disseram ter visto insetos, 12% citaram ter observado ratos mexendo no
lixo e 3% afirmaram ter visto um gato mexendo na lixeira (Figura 39).
Figura 38: Quais animais você já observou mexendo na sua lixeira?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.


64

Apesar dos urubus terem um papel importante no ecossistema, pois se


alimentam das carcaças de animais mortos, sendo considerados os “limpadores”,
eles estão expostos a patógenos, pois se alimentam de carcaças em vários graus de
decomposição. Esses patógenos podem ser disseminados para outros animais e
humanos, entretanto, não se conhece o real potencial de disseminação desse
animal.
Quanto as doenças relacionadas ao lixo, Magalhães et al. (2017) citam as
moscas, baratas, formigas, mosquitos e ratos como principais vetores1.
De acordo com os autores supramencionados esses animais utilizam o
lixo como local de alimentação, reprodução e abrigo. Desta forma, tendo em vista
que as principais doenças citadas pelas pessoas que participaram desta pesquisa
foram dengue e diarreia, infere-se que os principais vetores na área de estudo, são
os mosquitos, que são transmissores da dengue através da picada, e as baratas e
formigas que transmitem micróbios que causam infecções intestinais causando
diarreia, que ao habitarem locais sujos e se deslocarem em alimentos, louças e no
corpo, deixam micróbios aderidos e causam contaminação.
Vale ressaltar que Magalhães et al. (2019) apontam como cuidados
importantes na prevenção desses vetores, o acondicionamento de resíduos sólidos
em sacos plásticos ou latas bem fechadas e só colocar para coleta próximo ao
horário do lixeiro passar, evitando que outros animais espalhem o lixo na calçada, e
não jogar lixo a céu aberto, terrenos baldios e beira de córregos, e caso seja
necessário enterrar, separar o material que não se decompõe.
Entretanto, o figura 40 aponta que a maior parte das pessoas
participantes da pesquisa acondiciona o lixo sobre a calçada (60%), exposto a
animais e insetos, ou utilizam lixeira sem tampa com saquinho (25%), o que deixa
estes resíduos passivo de animais como cães e gatos rasgarem o saco e
espalharem o lixo, aumentando o perigo de contaminação, visto que 90% dos
entrevistados pesquisados colocam o lixo para fora a qualquer hora do dia, contudo,
e apenas 5% um dia antes da coleta domiciliar o que deixa margem para que os
vetores mexam no lixo (Figura 41).

1
São seres vivos que servem como intermediários na propagação de algumas doenças. Eles carregam
vírus, bactérias, entre outros, sem serem prejudicados, e os transmitem para outros seres, como o
homem.
65

Figura 39: Diariamente como sua família guarda o lixo em sua casa?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Figura 40: Quanto tempo antes da coleta você coloca o lixo para fora?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

No que diz respeito ao grau de satisfação das pessoas quanto à coleta de


lixo no município, 95% estão pouco satisfeitos, 3% não responderam e 2% estão
satisfeitos (Figura 42).Infere-se que este percentual de 95% se dá devido a
frequência da coleta domiciliar como já mostrado no gráfico 17, no qual os maiores
percentuais correspondem a coleta uma vez por semana ou não há coleta de lixo, o
que deixa a população insastifeita com o serviço prestado pela prefeitura, visto que
os participantes da pesquisa em maioria acham que o cuidado com lixo é de
responsabilidade da prefeitura (95%), e o restante não souberem responder a esta
pergunta (Figura 43).
66

Figura 41: Qual o seu grau de satisfação quanto à coleta de lixo no município?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Figura 42: Em sua opinião quem são os responsáveis pelo cuidado com o lixo?

Fonte: Própria pesquisa, 2019.

Apesar do serviço de coleta domiciliar ser de responsabilidade da


prefeitura, o cuidado com o lixo é também de responsabilidade de cada morador, e
mesmo tendo como alternativa de resposta “todos”, esta opção não foi marcada por
nenhum dos participantes.
Em particular, na cidade de Vargem Grande, o lixo produzido pela
população local é coletado pela Prefeitura e não por uma empresa terceirizada.
Diante do exposto ressalta-se que para mudar o panorama da situação,
não se trata apenas de fechar o lixão, mas fazer as devidas obras, sanitárias,
ambientais e sociais necessárias, para sanar os problemas decorrentes deste
processo.
67

4.3 Medidas mitigadoras


A partir dos problemas observados ao longo da pesquisa, apresenta-se
neste item, medidas que podem ajudar o município a amenizar, e/ou modificar este
cenário. Os lixões causam grande impacto ambiental, trazem prejuízos a saúde das
pessoas, estão em desacordo com as legislações ambientais vigentes e violam
direitos humanos. Entretanto, muitas vezes estes problemas esbarram em questões
financeiras, principalmente em municípios pequenos.
O modelo ideal seria que toda cidade tivesse um aterro sanitário, pois
este compacta o resíduo sólido em camadas que são cobertas normalmente com
terras formando células, de forma a garantir a higiene e saúde pública, e tem como
objetivo realizar esse processo de forma segura e controlada, porém o custo de um
aterro sanitário segundo Silva Filho (2018) é entre R$ 62,9 e R$ 269,89 por tonelada
de resíduo, dependendo do tamanho do empreendimento.
Por conta disto, é que nos países com menor poder aquisitivo, a solução é
transformar lixões em aterros controlados, que normalmente não dispõem de
impermeabilização de base, o que segundo Rocha et al. (2012), compromete a
qualidade subterrânea, desta forma recomenda-se que mesmo que o aterro não seja
controlado mas que este disponha de uma impermeabilização para proteger a qualidade
das águas subterrâneas, e o minimizar os impactos ambientais e os riscos à saúde.
Outros mecanismos que podem ser implantados são a coleta seletiva,
logística reversa, e a reciclagem, que estão previstos no decreto nº 7.404, de 23 de
dezembro de 2010, que regulamenta a PNRS. Tendo em vista a dimensão social do
problema, visto que, há muitos catadores que tiram o sustento da família a partir dos
lixões, o art. 11. do decreto citado, destaca que o sistema de coleta seletiva de
resíduos sólidos priorizará a participação de cooperativas ou de outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis constituídas por
pessoas físicas de baixa renda.
Salienta-se a importância da logística reversa como instrumento de
construção na conscientização na gestão de resíduos sólidos pelas empresas,
assumindo cada ator social sua responsabilidade ambiental. Outro ator social que
deve ser destacado é a sociedade civil em geral, pois o panorama só consegue
mudar, devido ao engajamento, sensibilização e conscientização para participar
ativamente dos programas de coleta seletiva.
68

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os procedimentos metodológicos utilizados nesse trabalho mostraram-se


satisfatórios para atingir os objetivos propostos. Pois o estudo integrado, como
suporte a análise do gerenciamento de resíduos sólidos visa sua utilização como
subsídio para gestão ambiental de maneira planejada e sustentável.
O município de Vargem Grande - Ma está situado na Mesorregião Norte
maranhense. Esse município não possui um local adequado para a disposição final
dos resíduos sólidos gerados por sua população de aproximadamente 80.543
habitantes, tendo como realidade a disposição a céu aberto em um local
caracterizado como lixão.
Por meio de trabalho de campo e embasamento na literatura jurídica e
técnica foi possível constatar que o lixão está inadequado. Foi ainda possível
realizar uma análise dos potenciais impactos ambientais causados pelo lixão de
Vargem Grande-Ma e ainda analisar a viabilidade técnica, por meio de duas
“propostas” de melhoria do mesmo em relação às diretrizes do Plano Nacional de
Resíduos Sólidos.
A análise das diretrizes e estratégias estabelecidas no Plano Nacional de
Resíduos Sólidos buscam o incremento dos percentuais de destinação, tratamento
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
sendo que a disposição final está explícita em quatro diretrizes: a primeira visando
eliminar os lixões e aterros controlados e promover a disposição final
ambientalmente adequada de rejeitos; a segunda visando a recuperação dos lixões
e aterros controlados, compreendendo a avaliação das suas condições ambientais
dos mesmos; a terceira no intuito de criar o Índice Nacional de Avaliação da
Qualidade dos Aterros Sanitários (IQAS); e quarta diretriz com o objetivo de
desenvolver tecnologias para reduzir a disposição final em aterros sanitários.
A análise dos impactos ambientais provenientes da disposição incorreta dos
resíduos na área mostrou que os corpos hídricos superficiais e subterrâneos podem
ser impactados pelo chorume que infiltra pelo solo, tendo como agravante o corpo
hídrico localizado ao norte da área. Outros impactos detectados foram àqueles
relativos à contaminação do solo pelos resíduos dispostos nesse meio, do ar pela
69

liberação de gases oriundos dos resíduos dispostos a céu aberto (decomposição da


matéria orgânica) e impactos sociais na saúde pública, no lazer, na educação, etc.
Tais impactos são reversíveis a longo prazo, com a condicionante de que as fontes
poluidoras sejam controladas.
A análise e proposta de adequação do lixão segundo as diretrizes do Plano
Nacional de Resíduos Sólidos se baseou em dois conjuntos de ações: 1) a sua
conversão para um aterro sanitário ou; 2) o fechamento do lixão para recuperação
ambiental.
A conversão de um lixão desse tipo para um aterro sanitário seria
demasiadamente onerosa tanto no que tange aos custos envolvidos para remediar a
área, quanto na adequação em si. Algumas características também prejudicam
tecnicamente a conversão dessa área, visto que nem todas as especificações
preliminares poderiam ser atendidas.
A recuperação ambiental da área de estudo poderia ser uma opção
tecnicamente e financeiramente viável. Esse tipo de recuperação tem o objetivo de
atribuir outro uso para a área impactada, recuperando-a. Algumas técnicas para a
possível descontaminação da área são a remoção/co-processamento de resíduos,
descontaminação in situ do solo e da água subterrânea por várias maneiras
(bombeamento/tratamento; biorremediação; fito remediação; introdução de barreiras
reativas e outras mais).
A geração de custos tanto para as investigações ambientais, quanto para a
descontaminação e recuperação da mesma pode ser um empecilho para a
realização. O tempo para recuperar uma área desse tipo também é grande, podendo
levar muitos anos para atingir o objetivo preterido, porém os benefícios ambientais
superam tais custos. Dentre tais benefícios pode-se citar a descontaminação do solo
e água subterrânea, que permitiria o uso do local para outros fins e principalmente
os benefícios relacionados à melhoria da qualidade da saúde da população vizinha à
área.
Para atender as diretrizes do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, são
importantes quanto à destinação dos resíduos sólidos urbanos do município de
Vargem Grande-Ma em um local adequado, seria a recuperação ambiental da atual
área impactada.
70

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de


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78

APÊNDICES
79

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CONTROLE AMBIENTAL

APÊNDICE A: Questionário para caracterização socioeconômico e ambiental


(população)

I - IDENTIFICAÇÃO
1- Nome:
____________________________________________________________________
2- Endereço: Nº___Bairro:
3- Idade: anos
4- Sexo: ( ) feminino ( ) masculino
5- Naturalidade:
II – COMPOSIÇÃO E PERFIL DA FAMÍLIA
6- Quantas pessoas residem em sua casa?
7- Escolaridade: ( ) 1° grau completo ( ) 1° grau incompleto ( ) 2° grau completo ( ) 2°
grau incompleto ( ) 3° grau completo ( ) 3° grau incompleto ( ) não soube informar
8- O (a) Sr (a) trabalha? Qual a sua ocupação?
( ) c/ carteira assinada ( ) s/ carteira assinada ( ) funcionário público ( ) autônomo 9-Renda mensal da
família?( ) ate 01 salário ; ( ) de 02 à 03 ; ( ) de 03 à 05 ; ( ) outros
III – ASPECTOS DA QUALIDADE DE VIDA
Situação da habitação
10- A casa onde mora é:
( ) própria ( ) alugada ( ) cedida ( ) outros
11- Estrutura da Moradia:
( ) Madeira ( ) Alvenaria ( ) Mista
12-A construção é em: terra firme ( ) alagada ( )
13- Possui instalações sanitárias: ( ) dentro do domicílio ( ) fora do domicílio
IV – INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS
14-O que é lixo para você?
80

15-O lixo que você produz vai para onde?


( ) aterro sanitário ( ) usina de compostagem e reciclagem ( ) lixão ( ) incinerador ( )não
soube responder.
16- O que é mais encontrado no lixo produzido diariamente em sua residência ?
( )Resto de alimentos ( )papel ( ) plástico ( )vidro ( ) outros
17- Que tipo e quantas embalagem você utiliza para guardar seu lixo?
( ) Sacola de supermercado, n°_() Sacos de lixo, 15 ,30 , 50 e 100___

18- Frequência da coleta domiciliar


( ) diariamente ( ) 2 vezes por semana ( ) 3 vezes por semana ( ) 1 vez por semana ( ) não há coleta
de lixo.

V- LIXO E SEUS IMPACTOS


19- Tem conhecimento que o lixo domiciliar é uma fonte de contaminação para o ser
humano quando não recebe acondicionamento e destinação final adequada?
( ) Sim ( )Não
20- Cite algumas doenças já ocorridas na família nos últimos anos

Doença Idade da pessoa Quando ocorreu Quais providências p/ tratamento (posto,


hospital, casa)
Dengue
Malária
Febre amarela
Febre tifóide
Filariose
(elefantíase)
Diarréia
Tuberculose
Leptospirose
Cólera
Verminoses
Outros

21- Você tem conhecimento de quais impactos ambientais são ocasionados pelo lixo? Quais?

22- Quais animais você já observou mexendo em sua lixeira?


81

( ) cão ( ) gatos ( ) ratos ( ) insetos ( ) urubus ( ) outros


23- Diariamente como sua família guarda o lixo em sua casa?

( ) lixeira com tampa que tem saquinho plástico ( ) lixeira com tampa sem saquinho
plástico ( ) lixeira sem tampa com saquinho ( ) caixas ( )sobre calçada ( )lixeira coletiva ( )
terreno baldio ( ) próximo a canais ( ) Outros meios
26-Quanto tempo antes da coleta você coloca o lixo para fora de sua casa?
( ) um dia antes ( )Menos que 1 hora ( ) Menos que 2 horas ( ) Mais 3 horas ( ) mais que 4 horas (
) a qualquer hora
27 - Qual o seu grau de satisfação quanto à coleta de lixo no município? ( ) Muito Satisfeito ( )
Satisfeito ( ) Pouco Satisfeito
28-Em sua opinião quem é (são) o (os) responsável (veis) pelo cuidado com o
lixo? ( ) prefeitura ( ) população ( ) todos. Outros :
82

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CONTROLE AMBIENTAL

APÊNDICE B: Diagnóstico de resíduos sólidos de vargem grande (prefeitura)

A) IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO
A.1. Município: _____________________________________________________________
A.2. Número de Distritos (comunidades): __________
Especificar:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
A.3. Principais atividades econômicas:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
A.4. Descrição do sistema de abastecimento de água:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
A.5. Descrição do sistema de esgoto:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

B) INFORMAÇÕES GERAIS
B.1. Órgão ao qual o Setor de Limpeza Urbana está vinculado:
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
B.2. Endereço do Setor de Limpeza
Urbana:___________________________________________
Tel.: ________________ Fax: __________ E-mail: _________________________________
Nome do responsável: ________________________________________________________
Tempo de Serviço: __________
83

B.3. Tipos de lixo produzido no município:


( ) Domiciliar ( ) Podas ( ) Comercial ( ) Agrícola
( ) Entulho ( ) Público ( ) Industrial ( ) Serviços de Saúde
() Outros. Especificar ________________________________________________________
B.3.1. Volume/dia de lixo coletado: __________ m³/dia ou __________ ton./dia
B.3.2 Não sabe informar ( )
B.4. Quem executa o serviço de limpeza urbana?
( ) Prefeitura ( ) Outros ( ) Prefeitura e outros
B.5. A prefeitura cobra pelo serviço de limpeza urbana?
( ) Sim ( ) Taxa ( ) Tarifa ( ) Junto com IPTU ( ) Outro. Especificar
_______________________________________________
() Não. Porque?_________________________________________________

C) PLANO DIRETOR DE LIMPEZA URBANA


C.1. O município possui Plano Diretor de Limpeza Urbana (PDLU) ou Plano de Gestão de
Limpeza Urbana (PGLU)? ( ) Sim ( ) Não
C.1.1. Existe exemplar do PDLU ou PGLU no setor de limpeza urbana? ( ) Sim
( ) Não
C.1.2. O responsável pelo serviço já leu ou consultou o mesmo? ( ) Sim
( ) Não

D) EQUIPAMENTOS
D.1. Qual o estado de conservação dos equipamentos?
Capacidade Condições Serviços
Equipamento/Tipo
(m³) O B R RR Realizados
84

Obs.: Incluir todos os equipamentos, tais como caçamba, coletor compactador, trator, retro-
escavadeira, pá carregadeira, containers, etc.
O = Ótimo; B = Bom; R = Regular; RR = Ruim
D.2. Existe algum equipamento sendo utilizado para outros serviços? ( ) Sim ( ) Não
D.2.1.Quais?_________________________________________________________________

E) COLETA DOMICILIAR
E.1. A coleta domiciliar está sendo feita com que periodicidade?
( ) Diária ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
E.2. A coleta está abrangendo toda a área urbana do município? ( ) Sim ( ) Não
E.3. A coleta domiciliar está abrangendo todos os distritos (comunidades)?( ) Sim ( ) Não
E.3.1. Freqüência da coleta:
( ) Diária ( ) Semanal ( ) Alternada
( ) Eventual
E.4. Caso haja plano, os roteiros utilizados são os estabelecidos pelo PDLU? ( ) Sim
( ) Não
E.5. Quantos roteiros de coleta existem na sede? __________
E.6. Caracterização dos roteiros

Localidades
Roteiro Frequência Viagens(nº) Equipamento
Atendidas
85

E.7. Quais os locais de difícil acesso/pontos críticos para realização do serviço de coleta no
município?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

F. COLETA DIFERENCIADA
F.1. A coleta dos serviços de saúde está sendo realizada separadamente? ( ) Sim
( ) Não
F.1.1. A coleta dos serviços de saúde está sendo feita com que freqüência?
( ) Diária ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
F.1.2. Existe um veículo destinado a coletar exclusivamente o lixo dos serviços de saúde?
( ) Sim ( ) Não
F.1.3. Quantidade de lixo das unidades de saúde __________ ton/dia ou __________ m³/dia.
F.2. Existe serviço especial de coleta (coleta comercial, entulho, podas, praia, etc.)?
( ) Sim. Qual?________________________________________________________________
( ) Não
F.2.1 Se existe, qual a periodicidade?
( ) Diária ( ) Alternada ( ) Semanal ( ) Eventual
F.3. Qual a produção diária de entulho? __________ ton./dia ou __________ m³/dia.
F.4. Qual a frequência da coleta nas feiras e mercado público?
( ) Diária ( ) Alternada ( ) Semanal
F.4.1. Quantidade de lixo coletada nas feiras e mercados ________ ton/dia ou ________
m³/dia.
F.5. Existe coleta seletiva? ( ) Sim ( ) Não
Por quê? ___________________________________________________________________

G) SERVIÇOS ESPECIAIS
G.1. Quais os serviços especiais existentes?
( ) Capinação e Roçagem ( ) Pintura de meio-fio ( ) Limpeza de canais/drenagem
( ) Outros. Especificar: _______________________________________________________
G.1.1. Com que frequência é feita a capina das vias públicas?
( ) Anual ( ) Trimestral ( ) Eventual ( )
Semestral ( ) Mensal
86

H) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI


H.1. É fornecido fardamento aos funcionários? ( ) Sim ( ) Não
H.2. Quais os equipamentos oferecidos?
( ) Luvas ( ) Capas ( ) Uniformes
( ) Botas e calçados ( ) Boné ( ) Outro
H.2.1. Qual a freqüência do fornecimento? __________
H.2.3. Qual o atual estado de conservação dos fardamentos?
( ) Ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

I) GERENCIAMENTO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA (SLU)


I.1. Houve mudança recente no organograma do SLU? ( ) Sim ( ) Não
I.2. Existe algum projeto de melhoria do SLU? ( ) Sim ( ) Não
Especificar__________________________________________________________________

J) DESTINAÇÃO FINAL
J.1. Qual o destino do lixo do município?
( ) Vazadouro a céu aberto / lixão ( ) Vazadouro em áreas alagadas
( ) Aterro controlado ( ) Aterro sanitário
( ) Aleatório
( ) Outros. Especificar:
____________________________________________________________
J.2. Local atual de destinação do lixo coletado:
___________________________________________________________________________
J.2.1. O local do destino final fica:
( ) Dentro do município no perímetro urbano
( ) Dentro do município fora do perímetro urbano
( ) Fora do município
Distância para a sede __________km
( ) Próximo a residências ( ) Próximo a áreas com atividades
agrícola pecuária
( ) Próximo a área de proteção ambiental ( ) Próximo a corpos d’água
( ) Outras áreas. Especificar: __________________________________________________
J.2.2. Quem é o proprietário da área utilizada para a disposição final dos resíduos?
87

( ) Prefeitura ( ) Entidade prestadora dos serviços ( )


Particular
( ) Outro Especificar:
___________________________________________________________
J.3. Existe mais de um local para disposição final do lixo? ( ) Sim ( ) Não
J.3.1. Quantos? __________
Especificar o tipo: ________________________ Local: ______________________________
J.4. Como é feita a destinação final do lixo das unidades de saúde?
( ) Para o mesmo local dos demais resíduos ( ) Aterro de resíduos especiais
( ) Outros Especificar:
_____________________________________________________________
J.5. A Prefeitura exerce algum controle na disposição do lixo industrial? ( ) Sim ( ) Não
J.6. Existe mais de um usuário (município, entidades, distritos) no local de destinação final?
( ) Sim ( ) Não
J.7.1. Quantos? __________ Especificar: ________________________________________
J.7.2. Caso exista, como se dá a operação da destinação final?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
J.8. Planos ou intenções existentes para o destino final.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

L) ASPECTOS SÓCIOAMBIENTAIS
L.1. Existem catadores no lixão?
( ) Adultos ( ) Crianças e adolescentes ( ) Não sabe
( ) Não existem
L.1.1. Aproximadamente quantos catadores trabalham no lixão? __________
L.1.2.Existem catadores residindo no lixão? ( ) Sim ( ) Não
L.2. Existem ações de Educação Ambiental sendo executadas no município? ( ) Sim
( ) Não
L.2.1. Quais?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
88

M) LEGISLAÇÃO
M.1. Existe alguma legislação municipal que aborde a questão do lixo? ( ) Sim ( ) Não
N.2. Na lei orgânica do município existe algum artigo que trate a questão da limpeza urbana?
( ) Sim ( ) Não Obs. Se possível anexar 01 cópia da lei orgânica municipal
M.3. O Responsável pela Limpeza Urbana tem conhecimentos sobre a legislação vigente
(Crimes Ambiental, Resoluções CONAMA, Normas Técnicas, etc.)?
( ) Sim ( ) Não
M.3.1. Quais?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

N) RESPONSÁVEL PELAS INFORMAÇÕES

N.1. Nome: ________________________________________________________________


N.2. Cargo: _______________________________ Desde: ____/____/____
N.3. Telefone para contato: ___________________
N.4. e-mail: _______________________________
N.5. Data de realização da pesquisa: ____/____/____
89

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CONTROLE AMBIENTAL

APÊNDICE C: Termo de consentimento livre e esclarecido


Declaro, por meio deste termo, que concordei em responder e/ou
participar na pesquisa de campo referente a pesquisa Intitulada “PROPOSTA DE
MELHORIA DO LIXÃO DE VARGEM GRANDE – MA CONFORME O POLÍTICA
NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS” desenvolvida por Rafael Meireles Pinto. Fui
informado(a), ainda, de que a pesquisa é orientada pelo Prof. Me Roni Cleber Boni
da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, a quem poderei contatar / consultar
a qualquer momento que julgar necessário através do telefone nº (98) 99142-5791.
email: r.meireles@hotmail.com
Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber
qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de
colaborar para o sucesso da pesquisa. Fui informado(a) dos objetivos estritamente
acadêmicos do estudo. Minha colaboração se fará de forma anônima, por meio de
questionário. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pelo
pesquisador e seu orientador.
Fui ainda informado(a) de que posso me retirar desse estudo a qualquer
momento, sem prejuízo para meu acompanhamento ou sofrer quaisquer sanções ou
constrangimentos. Atesto recebimento de uma cópia assinada deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP- Resolução nº 510/2016).

Vargem Grande -MA, _____ de ________________________ de _________.

Assinatura do(a) participante: _______________________________________

Assinatura do(a) pesquisador(a): ____________________________________


90

ANEXO
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS - CCT
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CONTROLE AMBIENTAL

ANEXO: Croqui do lixão de vargem grande

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