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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

ANNA PAULA CARLETTO SCALABRIN


BEATRIZ CORDEIRO DE BONA
DEYRLANNE DE FREITAS ALCHAAR
PEDRO HENRIQUE PACHECO ARAGÃO
PETRUS DUARTE CABRAL

UTILIZAÇÃO DA ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL E NO


MUNDO

MARABÁ-PA
2019
RESUMO

Com o crescimento populacional, e o aumento da dependência do uso de energia,


principalmente a elétrica em diversos setores atualmente, e sabendo que em boa parte do
mundo a principal fonte de energia provem de recursos não renováveis, que além de
contribuir para a poluição do meio ambiente, temos a certeza que a mesma um dia vem a
esgotar. Novas formas de gerar energia vem sendo aplicada em larga escala em diversos
países pelo mundo, com o objetivo de manter a qualidade de vida de todos, as conhecidas
como energias renováveis. Essas medidas sugeridas pretendem induzir o sistema econômico à
uma economia de “baixo carbono”, onde a compatibilização entre necessidades econômicas e
restrições ambientais seria possível. Há atualmente, diversas fontes de energias renováveis,
mas para o presente trabalho, será abordada aquela que é proveniente forças dos mares. Os
estudos relacionados às fontes alternativas de energia apontaram que o aproveitamento da
energia maremotriz vem ganhando espaço e, desta forma, representando uma parcela cada vez
mais significativa na matriz energética mundial. O presente trabalho aborda uma análise sobre
os aspectos básicos de uma usina maremotriz para a geração de energia, e seus equipamentos
utilizados, bem como os materiais que são aplicados para o desempenho da mesma, também
mostra os principais estudos desta fonte de energia no Brasil, apresentando também quais as
viabilidades econômicas da energia maremotriz no cenário nacional e no mundial, e a análise
das perdas energéticas, ou seja, quanto de consumo e gastos temos de energia elétrica no
nosso País.

Palavras-chave: Geração de energia, Energia renovável, Marés, Usina maremotriz.


ABSTRACT

With population growth, and increasing dependence on energy use, especially electricity in
several sectors today, and knowing that in most of the world the main source of energy comes
from nonrenewable resources, which in addition to contributing to pollution of the
environment, we are sure that it will one day run out. New ways of generating energy have
been applied in a large scale in several countries around the world, with the objective of
maintaining the quality of life of all, known as renewable energies. These suggested measures
are intended to induce the economic system to a "low carbon" economy, where matching
between economic needs and environmental constraints would be possible. There are
currently several sources of renewable energy, but for the present work, will be approached
that is coming forces of the seas. Studies related to alternative sources of energy have pointed
out that the exploitation of tidal energy has been gaining space and, therefore, representing an
increasingly significant share of the world energy matrix. The present work deals with an
analysis about the basic aspects of a tidal power plant for the generation of energy, and its
equipment used, as well as the materials that are applied for its performance, also shows the
main studies of this power source in Brazil, also showing the economic feasibility of tidal
power in the national and world scenario, and the analysis of energy losses, ie, how much
consumption and spending we have in Brazil.

Keywords: Energy generation, Renewable energy, Tides, Tidal power plant.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquematização da geração de energia através do movimento das ondas...............8


Figura 2 – Maremotriz através da energia das marés................................................................9
Figura 3 - Esquema do funcionamento das turbinas de maremotriz........................................10
Figura 4 - Maremotriz através das correntes marítimas..........................................................11
Figura 5 – turbinas de aproveitamento e energia das correntes...............................................11
Figura 6 - Esquema do funcionamento de uma usina maremotriz..........................................12
Figura 7- Corte Longitudinal de uma turbina Kaplan..............................................................14
Figura 8 – Funcionamento da pás............................................................................................15
Figura 9- Partes da turbina Kaplan..........................................................................................16
Figura 10 – Esquematização de turbina bulbo.........................................................................17
Figura 11 - Seção transversal típica de turbina Straflo de pás fixas e mancais convencionais;
1- pás diretrizes fixas, 2- pás diretrizes móveis do distribuidor, 3- pás fixas do rotor, 4-
gerador......................................................................................................................................18
Figura 12 – Microestrutura de aço inoxidável austenítico.......................................................20
Figura 13 -Vista aérea da usina de La Rance...........................................................................23
Figura 14- Ammodytes hexapterus (1); Pleuronectes platessa (2); Espécie da ordem Sepiida
(3); Dicentrarchus labrax (4)....................................................................................................24
Figura 15- Turbina Wells.........................................................................................................25
Figura 16- Princípio de funcionamento da turbina (1); Esquema de acionamento
hidráulico/pneumático (2).........................................................................................................25
Figura 17- Equipamento Pelamis.............................................................................................26
Figura 18- Constituição interna de cada módulo.....................................................................27
Figura 19- Constituição interna do flutuador...........................................................................28
Figura 20- Esquema de funcionamento do Wave Dragon.......................................................29
Figura 21- Quebra-mar no Terminal Portuário do Pecém.......................................................31
Figura 22- Estruturas de Acostagem........................................................................................32
Figura 23- Imagem esquemática do projeto de Pecém............................................................33
Figura 24- Potencial teórico líquido........................................................................................34
Figura 25- Ilustração do layout proposto para a usina maremotriz do Bacanga, Brasil..........36
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição dos aços inoxidáveis 304 e 304L


Tabela 2 – Composição dos aços inoxidáveis 316 e 316L
Tabela 3 - Impactos Ambientais na construção e instalação da Wave Dragon.
Tabela 4 - Impactos ambientais na operação e manutenção da Wave Dragon...........................
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
2 OBJETIVOS...........................................................................................................................7
2.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................................7
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................................7
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................8
3.1 ENERGIA GERADA POR MAREMOTRIZ.......................................................................8
3.1.1 Energia das Ondas...........................................................................................................8
3.1.2 Energia das Marés...........................................................................................................9
3.1.3 Energia das Correntes Marítimas................................................................................10
3.2 USINAS MAREMOTRIZES..............................................................................................12
3.2.1 Barragens........................................................................................................................12
3.2.2 Reservatório....................................................................................................................13
3.2.3 Comportas......................................................................................................................13
3.2.4 Componentes Eletromecânicos.....................................................................................13
3.2.4.1 Turbina Kaplan.............................................................................................................14
3.2.4.2 Turbinas Bulbo..............................................................................................................17
3.2.4.3 Turbina Straflo..............................................................................................................18
3.3 MATERIAIS PARA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELETROMECÂNICOS. .19
3.3.1 Aços Inoxidável..............................................................................................................19
3.3.1.1 Aços Inoxidável 304 e 304L..........................................................................................20
3.3.1.2 Aços Inoxidáveis 316 e 316L........................................................................................21
3.4 PROJETOS DE APROVEITAMENTO DA ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL E
NO MUNDO E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS................................................................23
3.4.1 Projeto La Rance – França...........................................................................................23
3.4.2 Projeto De Coluna De Água Circulante (Açores – Portugal).....................................24
3.4.3 Projeto Pelamis (Varzim – Portugal)...........................................................................26
3.4.4 Projeto Archimedes Wave Swing (Portugal)...............................................................27
3.4.5 Projeto Wave Dragon (Nissum Bredning - Dinamarca).............................................29
3.4.6 Projeto Brasileiro Do Porto De Pecém – Ceará..........................................................30
3.5 VIABILIDADE ECONÔMICA DA ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL..............34
3.6 ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL: ESTUDO DE CASOS...................................36
3.6.1 Estuário da Bacanga......................................................................................................36
3.6.2 Baía de Turiaçu..............................................................................................................36
4 CONCLUSÃO......................................................................................................................38
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................39
6

1 INTRODUÇÃO

A energia permeia todos os setores da sociedade: economia, trabalho, ambiente,


relações internacionais, assim como as nossas próprias vidas pessoais; moradia, alimentação,
transporte, lazer e muito mais. O uso dos recursos energéticos nos libertou de muitos
trabalhos penosos e tornou nossos esforços mais produtivos. Percebe-se que a energia,
especialmente a elétrica, facilita enormemente o dia-a-dia das pessoas, no conforto de suas
casas, especialmente nos países tropicais como o Brasil. (SESMIL,2013)
A crescente demanda de energia e as limitações relacionadas ao uso de recursos
fósseis, utilizados de maneira indiscriminada e sem qualquer preocupação com a geração de
resíduos e poluição no ambiente, tendo como motor de crescimento econômico os
combustíveis fósseis, têm proporcionado um aumento significativo no desenvolvimento e
utilização de fontes renováveis de energia. (DIAS, 2006).
Em função desta nova realidade, diversos setores de cunho social e econômico
iniciaram uma busca pela implantação de processos denominados “verdes”, que tentavam
conciliar o desenvolvimento econômico com a manutenção/recuperação dos ecossistemas.
Nesse contexto, as fontes de energia limpas e renováveis surgiram como a grande solução
para a demanda energética mundial, em substituição à energia de origem fóssil.
(SESMIL,2013)
Embora o cenário brasileiro seja privilegiado no quesito de recursos naturais e
questões ambientais, já que a sua matriz energética é composta principalmente por fontes não
poluentes, grande parte do mundo é altamente dependente de fontes não renováveis e
potencialmente poluidoras como o petróleo, carvão mineral, gás natural, entre outros (DIAS,
2006). Sabendo disso, existem algumas possíveis alternativas de fontes de energias renováveis
que podem ser aplicadas tanto no Brasil, como em boa parte do mundo, sendo elas energia
Eólica, energia Solar, energia Geotérmica, energia Hidrológica, energia da Biomassa e
energia Maremotriz.
Essa última, no qual é o objeto de estudo do presente trabalho, será discutido em sua
mais ampla análise, tem sido apontada como uma das mais promissoras fontes de energia
renovável (ASTARIZ & IGLESIAS, 2015), estando incluída neste grupo a energia das mares,
energia das ondas e energia das correntes marítimas a qual pode ser gerada pelas marés tanto
pelas oscilações de suas correntes, quanto pela diferença de altura entre maré alta e maré
baixa. O Brasil é um país de dimensões continentais, sendo que este possui uma enorme linha
7

de costa, ressalta-se que grande parte da população brasileira vive próximo ao mar
(FLEMING, 2012). tornando-a ainda mais promissora.
8

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar um estudo detalhado a respeito
da fonte de energia renovável Maremotriz, mostrando como parte seu funcionamento e como
anda o desenvolvimento da mesma no Brasil e no Mundo.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Analisar os impactos ambientais envolvidos em uma usina de energia Maremotriz.


b) Fazer um estudo sobre a viabilidade econômica dessa fonte de energia renovável.
c) Apresentar quais os materiais utilizados nos equipamentos que fazem parte de uma
usina.
d) Mostrar as vantagens e desvantagens dessa fonte de energia renovável no Brasil.
9

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 ENERGIA GERADA POR MAREMOTRIZ

3.1.1 Energia das Ondas

A energia das ondas é constituída por módulos, onde cada módulo é constituído por
um flutuador, braço mecânico e uma bomba interligada a um sistema de água doce. A partir
do movimento das ondas, os flutuadores acabam oscilando em um movimento de subida e
descida, desta forma acionando braços as bombas hidráulicas, fazendo que a água doce do
circuito fechado, se movimente por um sistema de alta pressão (SILVA, 2018).
A água contida neste sistema pressurizado é redirecionada para ponto de escape onde é
expelida, com força aproximada de uma queda d`água de 500 metros, em direção a uma
turbina interligada a um gerador que converte energia do movimento em energia elétrica,
redirecionando para uma central de transmissão (COPPE, 2006). A Figura 1 traz visão
esquemática do funcionamento da planta de energia por movimento das ondas.

Figura 1 – Esquematização da geração de energia através do movimento das ondas.

Fonte: COPPE (2006).


10

3.1.2 Energia das Marés

 Para que essa energia seja revertida em eletricidade é necessária a construção de


barragens, eclusas (permitindo a entrada e saída de água) e unidades geradoras de energia. O
sistema utilizado é semelhante ao de uma usina hidrelétrica. (SANTOS, 2015).
O aproveitamento de energia pode ser feito durante a maré enchente e maré vazante.
Durante a maré alta, a água entra no reservatório, passando pela turbina hidráulica, que
funcionam em decorrência da movimentação natural da água, e acoplado com mecanismos de
canalização e de estocagem, para direcionar a água sobre um eixo, gerando eletricidade.
Podendo ser realizado durante a maré cheia e vazante. Durante a maré alta, a água entra no
reservatório, passando pela turbina hidráulica, gerando energia. Na maré baixa a água sai dos
reservatórios passando novamente pelas turbinas (NETO, 2011). As Figuras 2 e 3
exemplificam o funcionamento de uma usina de maremotriz através do aproveitamento da
energia das marés.

Figura 2 – Maremotriz através da energia das marés.

Fonte: UFJF (2018).


11

Figura 3 - Esquema do funcionamento das turbinas de maremotriz.

Fonte: UFJF (2017).

O interesse comum da sociedade vem impulsionando a comunidade científica a


pesquisar e desenvolver estratégias para o aproveitamento de fontes alternativas de energia,
menos poluentes, renováveis, e que provoquem reduzido impacto ambiental. Esta tendência
tem se verificado na prática por meio de uma maior contribuição das fontes renováveis na
matriz energética mundial, conforme ilustra a Figura 3, na qual destaca-se ainda a grande
dependência mundial energia elétrica proveniente de fontes térmicas a carvão e similares
(OLIVEIRA, 2010).

3.1.3 Energia das Correntes Marítimas

O processo para transformação da energia cinética das correntes marítimas em energia


elétrica, é similar ao sistema utilizado na geração eólica. turbinas submersas ligadas à um
gerador. As correntes marítimas movimentam essas turbinas, produzindo energia elétrica.
Como a densidade da água é maior do que a do ar, podem ser utilizadas turbinas menores para
produzir a mesma energia (SANTOS, 2015). As Figuras 4 e 5 ilustram o esquema de
funcionamento deste tipo de maremotriz.
12

Figura 4 - Maremotriz através das correntes marítimas.

Fonte: EPE (2014).

Figura 5 – turbinas de aproveitamento e energia das correntes.

Fonte: MME (2007).


13

3.2 USINAS MAREMOTRIZES

A usinas maremotrizes são formadas por diferentes componentes, sendo eles:


barragem, reservatório, comportas e equipamentos eletromecânicos. A Figura 6 esquematiza o
posicionamento de cada componente numa usina maremotriz.

Figura 6 - Esquema do funcionamento de uma usina maremotriz.

Fonte: MASSOUD (2001).

Segundo (SILVA, 2012) essas usinas, para aproveitar a diferença de nível entre as
marés alta e baixa, a água é represada, se valendo de um estuário ou entrada de uma baía,
muito semelhante com as barragens construídas para hidrelétricas. As marés criam um
desnível entre os lados da barragem suficiente para que turbinas sejam acionadas.

3.2.1 Barragens

A construção da barragem representa uns dos fatores mais relevantes em uma usina
maremotriz, principalmente por se relacionar de forma bastante significativa com os custos
totais de implantação da usina (NETO,2011).
O projeto da barragem em uma usina maremotriz deve prever uma série de condições
que são especificas pra este tipo de aproveitamento onde, de acordo com (CLARCK, 2007):

a) A barragem deve prever os efeitos das ondas que se chocam contra ela. Estes efeitos
podem ser bastantes severos devido à variação constante de pressão entre ambos os
lados;
b) A localização e o formato da barragem podem alterar os fenômenos de ressonância e
reflexão que ocorrem dentro de um estuário. Desta forma, é possível elevar ou
atenuar a amplitude da maré e, consequentemente, a energia produzida pela usina.
Portanto, este é um fator que deve ser analisado cuidadosamente.
14

3.2.2 Reservatório

Segundo (CHARLIER, 1982) a principal função do reservatório em uma usina


maremotriz é o armazenamento de água, de modo a gerar a queda d’água necessária para
geração de eletricidade através das turbinas. Estes reservatórios podem ser reentrâncias
costeiras, enseadas, corpos de águas entre ilhas e continentes, ou estuários.
As usinas maremotrizes de múltiplos reservatórios possuem dois ou mais reservatórios
de acumulação e permitem a acumulação de água para o aproveitamento quando necessário,
podendo operar como simples ou duplo efeito (JOG, 1989).

3.2.3 Comportas

As comportas empregadas na usina maremotriz operam com muito mais constância do


que em uma hidrelétrica convencional, estas são incorporadas à barragem da usina, e tem a
função principal de controlar o nível de água do reservatório, sendo que a frequência em que
estas são abertas está relacionada ao tipo de maré e ao modo de operação da usina.
Vale ressaltar a importância que deve ser considerado no ambiente de operação das
comportas, os constantes impactos das ondas e a corrosão podem resultar em problemas
operacionais às comportas, assim sendo, devem ser levados em consideração (NETO, 2011).

3.2.4 Componentes Eletromecânicos

Os equipamentos destinados à conversão de energia são uma das principais parcelas que
compõem o custo total de uma usina maremotriz, podendo ser responsáveis por cerca de 45 a
55% destes custos (CLARCK, 2007)
Segundo (FERREIRA, 2007) em usinas maremotrizes, o equipamento eletromecânico é
muito semelhante aos utilizados em usinas hidrelétricas. Entretanto, as condições de operação
das usinas de maré, notadamente as baixas alturas de queda, as grandes vazões e a
intermitência do funcionamento, implicam no desenvolvimento e na adaptação de turbinas
hidráulicas.
O princípio da geração de energia elétrica a partir do aproveitamento das marés, não
difere fundamentalmente daquele utilizado nas usinas hidrelétricas, que exploram o potencial
de geração dos rios, ou seja, a diferença de energia potencial da água a montante de barragem
15

em relação ao seu nível jusante promove o escoamento da água através das turbinas. A
rotação impressa nas turbinas proveniente da passagem de água por suas pás, move o gerador
elétrico, produzindo energia que é então distribuída na rede.
Os tipos de turbina mais comumente aplicados às usinas maremotriz com barragem são
as turbinas tipo Kaplan, tipo Bulbo e a tipo Straflo. Essas turbinas são turbinas de reação, tipo
hélice aplicadas em fluxo axial. Em geral, as turbinas axiais são aplicadas em situações de
baixas quedas e altas vazões (BOTAN, 2014).

3.2.4.1 Turbina Kaplan

Em 1912, o engenheiro Victor Kaplan, após pesquisa teóricas e experimentos, montou


um novo tipo de turbina a hélice, comportando a possibilidade de variar o passo ou inclinação
das pás. A Figura 7 é um corte longitudinal de uma turbina Kaplan indicando os seus
componentes.

Figura 7- Corte Longitudinal de uma turbina Kaplan.

Fonte: UNESP (2008).


16

A Figura 8 ilustra, esquematicamente, o sistema de movimentação das pás.

Figura 8 – Funcionamento da pás.

Fonte: UNESP (2008)

De acordo com a (NBR 6445, 1987), que trata de turbinas hidráulicas, turbinas-bombas
e bombas de acumulação, a turbina tipo Kaplan é uma turbina de reação (em que a energia
mecânica é obtida pela transformação das energias cinéticas e de pressão do fluxo d’água,
através do rotor), na qual o fluxo d’água tem direção radial no distribuidor aproximadamente
axial na entrada do rotor, semelhante à turbina tipo hélice, porém no qual as pás podem tem
ter variação de ângulo conforme a vazão, sem variação apreciável do rendimento. A Figura 9
apresenta a representação de uma turbina Kaplan em funcionamento.
17

Figura 9- Partes da turbina Kaplan.

Fonte: COELHO (2006).

As turbinas Kaplan são usadas em instalações com alturas de queda de 15m a 60m. Os
rotores têm, em geral, de quatro a seis pás, embora um número maior de pás possa ser
utilizado para alturas de queda maiores. O ângulo das pás do rotor é ajustado através de um
servomotor hidráulico, usualmente instalado no núcleo do rotor. A relação correta entre o
ângulo das pás do rotor e a vazão de água admitida pelo distribuidor da turbina é determinada
por um mecanismo de cames operadas por um servomotor, que por sua vez é comandado a
partir do regulador de velocidade. Quando se exige desempenho ótimo sobre uma larga faixa
de alturas de água no reservatório, vários mecanismos como este podem ser necessários, de
modo a compensar as variações de altura da água em cada período de tempo considerado
(COSTA,2003). Esta flexibilidade e particularmente vantajosa em usinas maremotrizes, uma
vez que dependem das variações das marés.
O aumento da eficiência das turbinas Kaplan implica em custos adicionais. Além
disso, os custos de fabricação, assim como os de manutenção são mais elevados. O
equipamento de operação da turbina é mais complexo e há uma redução da confiabilidade
quando se faz a comparação entre as turbinas de pás fixas e este tipo de turbina.
18

3.2.4.2 Turbinas Bulbo

É uma turbina de reação, na qual o fluxo d’água penetra axialmente no distribuidor e no


rotor, estando o gerador contido em bulbo, diretamente imerso no fluxo (NBR 6445, 1987).
Seu rotor é semelhante ao rotor da turbina Kaplan, e o gerador é protegido no interior do
bulbo de aço contra a ação da água (CLARK, 2007). Este modelo de turbina é montado com
seu eixo na posição horizontal.
Estas turbinas são caracterizadas por possuírem o gerador envolvido por uma carcaça
em forma de bulbo instalada no rotor. A turbina é montada em um eixo horizontal e pode
trabalhar com os dois sentidos de escoamento. Desta forma, apresenta vantagens em relação à
distribuição das velocidades da água sobre as pás, permitindo a redução do seu diâmetro,
comparadas às tradicionais de eixo vertical. As perdas de carga também são reduzidas, o que
faz aumentar o rendimento desta turbina e reduzir problemas de cavitação
(MACINTYRE,1983).
A Figura 10 apresenta uma visualização da turbina bulbo, onde pode-se perceber a
existência de uma espécie de bulbo (onde se origina o nome da turbina) que é uma câmara
blindada onde fica o gerador.

Figura 10 – Esquematização de turbina bulbo.

Fonte: COELHO (2006).


19

Neste tipo de máquina, a água sai do rotor com uma considerável reserva de energia
cinética e o tubo de sucção recupera uma grande parte desta energia. Dessa forma, tem-se que
o tubo de sucção é indispensável para este tipo de equipamento (COELHO, 2006).

3.2.4.3 Turbina Straflo

A palavra Straflo deriva de Straight Flow, e é uma turbina de reação, na qual o fluxo
d’água penetra axialmente no distribuidor e no rotor, estando o rotor do gerador diretamente
ligado à periferia do rotor da turbina (NBR 6445, 1987).
A turbina tipo Straflo é também conhecida como turbina periférica, devido ao seu
gerador ser montado num aro fixo perifericamente às pás do rotor (CLARK, 2007).
O seu rotor pode possuir pás de passo variável, tal qual às da turbina Kaplan. É montada
em um eixo horizontal e tem os polos magnéticos indutores do gerador instalados na periferia
do rotor. Nesta modalidade, pelo fato de o gerador estar localizado fora do rotor, a seção de
escoamento da água é aumentada, o que resulta na redução do diâmetro da turbina comparada
à bulbo. A sua eficiência teórica é maior do que na nas turbinas bulbo e sua grande inércia
garante estabilidade (FERREIRA, 2007). A Figura 11 traz o esquema deste tipo de turbina.

Figura 11 - Seção transversal típica de turbina Straflo de pás fixas e mancais convencionais; 1- pás
diretrizes fixas, 2- pás diretrizes móveis do distribuidor, 3- pás fixas do rotor, 4- gerador.

Fonte: UNESP (2009).

3.3 MATERIAIS PARA FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELETROMECÂNICOS


20

Para a aplicação em equipamentos eletromecânicos utilizados em usinas eletromotrizes


são necessários materiais que apresentem propriedades especiais, uma vez que se trata da
produção de energia através da energia da água marinha.

3.3.1 Aços Inoxidável

O aço inoxidável é um aço que tem como maior característica a alta resistência à
corrosão em diversos ambientes. Seu elemento de liga predominante é o cromo, com
concentração próxima a 11%. Uma ampla variedade de propriedades mecânicas combinadas a
uma excelente resistência à corrosão torna os aços inoxidáveis muito versáteis nas suas
aplicabilidades (TEIXEIRA, 2014).
Destaca-se que os aços inoxidáveis estão divididos em três classes com base na fase
constituinte predominante na sua microestrutura, quais sejam: martensítica, ferrítica ou
austenítica.
Alguns aços inoxidáveis são usados com freqüência a temperaturas elevadas e em meio
a ambientes severos, uma vez que eles resistem à oxidação e mantêm as suas integridades
mecânicas sob essas condições; o limite superior de temperatura em uma atmosfera oxidante é
de aproximadamente 1000°C. Os equipamentos que empregam esses aços são as turbinas a
gás, caldeiras de vapor de alta temperatura, fornos de tratamento térmico, aeronaves, mísseis e
unidades geradoras de energia nuclear. Já o aumento de resistência, pode ser obtido através de
tratamentos térmicos de endurecimento por precipitação (CALLISTER, 1999).
Pode-se, em princípio, dividir os aços inoxidáveis em dois grandes grupos: a série 400 e
a série 300, sendo que a série 400 é a dos aços inoxidáveis ferríticos, aços magnéticos com
estrutura cúbica de corpo centrado, basicamente ligas Fe-Cr. A série 300 é a dos aços
inoxidáveis austeníticos, aços não magnéticos com estrutura cúbica de faces centradas,
basicamente ligas Fe-Cr-Ni (CARBÓ, 2012).
Os aços inoxidáveis geralmente utilizados para a aplicação em rotores de turbinas de
usinas maremotrizes são da série 300, por possuírem excelente resistência à corrosão,
excelente ductilidade (existe aqui uma grande mudança nas propriedades mecânicas se
comparados com os ferríticos) e excelente soldabilidade.
21

3.3.1.1 Aços Inoxidável 304 e 304L

Os aços inoxidáveis 304 são amplamente utilizados na fabricação de válvulas, tubos,


recipientes, equipamentos hospitalares e farmacêuticos, peças para a indústria química,
petrolífera, têxtil, de laticínios, frigorífica, de tintas, etc. São indicados para a fabricação de
peças que devem resistir ao ataque de um grande número de substâncias corrosivas, tais como
o ácido nítrico, soluções alcalinas, soluções salinas, etc. A Figura 12 representa a
microestrutura típica de um aço inoxidável 304.

Figura 12 – Microestrutura de aço inoxidável austenítico.

Fonte: IFSUL (2017).

Com relação as suas propriedades e características, ele tem excelente resistência à


corrosão, conformabilidade e soldabilidade. Sua combinação de baixo limite de escoamento e
alongamento elevado permite a fabricação de formas complexas. No entanto, este tipo de aço
inox endurece rapidamente, então, para aliviar tensões produzidas no processo de
conformação mecânica, as peças devem ser recozidas imediatamente após serem conformadas
(TEIXEIRA, 2014).
Um dos problemas enfrentado pelo 304 (e o mesmo ocorre com outros aços
inoxidáveis) é o da ação corrosiva provocada pelo ânion cloreto, Cl(-). Dependendo da
concentração de cloretos no meio, da temperatura e do pH, três formas de corrosão podem
ocorrer: por pites, por frestas e sob tensão (CARBÓ, 2012).
Já o aço inoxidável 304 L é a versão do aço inox 304 com a diminuição do carbono. A
Tabela 1 apresenta a composição de cada um.
22

Tabela 1 – Composição dos aços inoxidáveis 304 e 304L.


Elementos 304 304L
C 0,058 0,03
Cr 17,6 18,2
Ni 9,0 10,0
Mn 1,58 1,80
Si 0,32 0,40
Co 0,08 -
Mo 0,44 0,19
Cu 0,21 0,241
N - 0,022
P 0,045 0,048
S 0,014 0,006
W <0,05 0,03
Fonte: CUBAKOVIC (2000).

O aço 304L tem uso específico em aplicações industriais, as mesmas que foram
mencionadas para o aço 304, e somente é escolhido quando a precipitação de carbonetos de
cromo, que ocorre nas operações de soldagem no aço 304, possa provocar problemas de
corrosão. Ou, em outras palavras, se o meio é capaz de atacar regiões empobrecidas sem
cromo devido ao problema de sensitização, o material recomendado não será o 304 e sim o
304L.
Em aplicações em altas temperaturas, todos os materiais metálicos têm tendência a
sofrer uma diminuição em suas propriedades mecânicas, o 304L sofre mais com essa perda
que o 304.

3.3.1.2 Aços Inoxidáveis 316 e 316L

A adição de molibdênio (cerca de 2%) transforma o 304 no aço inoxidável 316, um


material muito mais resistente à corrosão por pites e por frestas. Pode-se mencionar, como
exemplo, que o 304 é recomendado para trabalhar, em temperatura ambiente, com águas que
contêm, no máximo, 200ppm (partes por milhão) de cloreto. O 316, nas mesmas condições, é
recomendado em águas que contenham até 800 ppm de cloreto (CARBÓ, 2012).
O 316 é um pouco melhor que o 304 na corrosão sob tensão (a corrosão que envolve
normalmente três fatores: meio agressivo, em nosso caso, cloretos, temperatura e, como o
nome indica, tensões, sejam estas aplicadas ou residuais do processo de fabricação). Mas as
vantagens do 316 sobre o 304, nesta forma de corrosão, são muito limitadas.
23

Assim como no aço inox 304, no aço inox 316 a diminuição de carbono de sua
composição dá origem ao aço 316L, conforme apresentado na Tabela X. Os aços inoxidáveis
304L e 316L, com carbono máximo de 0,03% são as versões extra baixo carbono para os aços
304, 316 e são utilizados na fabricação de equipamentos que trabalham com meios capazes de
provocar corrosão.

Tabela 2 – Composição dos aços inoxidáveis 316 e 316L.


Elementos 304 304L
C 0,046 0,022
Cr 17,8 16,17
Ni 13,4 11,04
Mn 1,640 1,71
Si 0,520 0,50
Co - -
Mo 2,44 2,18
Cu 0,240 0,35
N 0,03 0,07
P 0,032 0,036
S 0,020 0,023
W <0,05 -
Fonte: CUBAKOVIC (2000).

O aço 316/316L tem aplicação no mesmo tipo de indústrias em que são usados o 304 e
o 304L. Se esses dois últimos materiais, em determinados meios (principalmente com
cloretos) possuem tendência à corrosão por pites e em frestas, o 316/316L pode ser uma
solução. Não é só a concentração de cloretos que determina a possibilidade de ocorrer estas
formas de corrosão. A temperatura e o pH também possuem uma influência considerável nos
dois casos. As corrosões por pites e em frestas, em meios com cloretos, são favorecidas pelo
aumento da temperatura e pela acidez do meio. Em cada caso, a determinação real das
condições em que o equipamento deve trabalhar define o aço que será utilizado. Por exemplo,
nas destilarias de álcool, na primeira coluna de destilação, com alta temperatura e com
maiores teores de cloretos, o 316/316L é necessário. Mas a segunda coluna (álcool hidratado)
e a terceira (álcool anidro), onde as concentrações de cloretos são muito baixas, são
construídas com aço 304. Em meios ácidos, em geral, o 316/316L apresenta melhor
comportamento que os aços 304 e 304L. O molibdênio, como elemento de liga, é o
responsável pela diferença de comportamento entre esse material e o 304. O filme passivo do
24

aço 316/316L parece ser muito mais resistente às duas formas localizadas de corrosão
mencionadas anteriormente (CARBÓ, 2012).

3.4 PROJETOS DE APROVEITAMENTO DA ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL


E NO MUNDO E SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS

Observa-se que o desenvolvimento da energia maremotriz no mundo vem crescendo


de forma mais lenta, se comparado com outras fontes renováveis de geração de energia, como
eólica e solar. Tal crescimento lento se deve ainda à pouca atratividade econômica de
investimento na fonte (FLEMING, 2012).

Porém existem projetos de aproveitamento da energia maremotriz implantados e em


funcionamento pelo Brasil e pelo mundo. A seguir serão apresentados os projetos de maior
relevância e seus impactos ambientais.

3.4.1 Projeto La Rance – França

Uma das primeiras usinas talassométricas a ser construída foi a planta de marés
no estuário de La Rance na França (Figura 13) , em 1966, que apresenta uma média relativa
de marés de oito metros com capacidade instalada de 240 MW, formado por 24 turbinas
em 750 m de dique, e que produzem energia suficiente para abastecer uma cidade de
300 mil pessoas. La Rance apresenta tanto importância histórica quanto tecnológica, uma vez
que serviu de modelo para vários projetos de usinas em vários países, por exemplo no Brasil
quando foi elaborado em 1970 o projeto conceitual de uma usina talassométrica na foz do Rio
Bacanga em São Luís, Maranhão (EDF, 2002).
25

Figura 13 -Vista aérea da usina de La Rance.

Fonte: Wikipedia (2019).

Como impactos ambientais (Figura 14), apresentam a ocorrência de assoreamento


progressivo do ecossistema, além do desaparecimento das espécies solha europeia
(Pleuronectes platessa) e enguia de areia (Ammodytes hexapterus). Relata-se ainda que,
quando da implantação do projeto, os chocos (ou sibas), moluscos marinhos da classe
Cephalopoda, ordem Sepiida, além dos robalos (Dicentrarchus labrax) desapareceram, mas
voltaram a ser verificados com o passar dos anos, recuperando o seu habitat (CRUZ, et al,
2004).

Figura 14- Ammodytes hexapterus (1); Pleuronectes platessa (2); Espécie da ordem Sepiida (3);
Dicentrarchus labrax (4).

Fonte: Wikipedia (2019).


26

3.4.2 Projeto De Coluna De Água Circulante (Açores – Portugal)

A usina localiza-se na ilha de Pico, arquipélago dos Açores, território português no


Atlântico Norte, mais especificamente, no porto do Cachorro, conselho de Madalena. O
projeto, denominado Central de Ondas de Pico, entrou em funcionamento em 1999 e tem uma
potência instalada de 400 kW. Até o final de 2010 teve 1300 horas de funcionamento e mais
de 48 MWh de energia elétrica produzida (GHIRARDI, 2010).

A usina foi a primeira central a utilizar a tecnologia da coluna de água oscilante


associada a uma turbina do tipo Wells (Figura 15) e ligada à rede de distribuição. A turbina
Wells tem a vantagem de ter o seu rotor girando sempre na mesma direção (no sentido horário
ou anti-horário), independentemente da direção do fluxo de ar que o atravessa. Porém,
apresenta como desvantagens: o seu baixo rendimento e a exigência de instalação de motores
auxiliares para gerar o arranque inicial (FLEMING, 2012).

Figura 15- Turbina Wells.

Fonte: Wikipedia (2019).

A Figura 16 mostra o princípio de funcionamento da turbina através de um esquema


de acionamento hidráulico.
27

Figura 16- Princípio de funcionamento da turbina (1); Esquema de acionamento


hidráulico/pneumático (2).

Fonte: Engel (1972).

O maior impacto ambiental que pode ocorrer é durante a sua instalação, além do risco
de contaminação das águas que retornam ao mar, caso haja alguma fonte poluidora no interior
do sistema. Pelo funcionamento da turbina, considerando que a massa de água não toca
diretamente a turbina, percebe-se que a probabilidade de contaminação do mar é remota.

3.4.3 Projeto Pelamis (Varzim – Portugal)

O Pelamis é uma estrutura semi-submersa composta por secções cilíndricas, unidas


por juntas articuladas onde se encontra um módulo de conversão de energia. A estrutura
Pelamis tem três módulos de conversão de energia (3 x 250 kW). Cada módulo constitui um
sistema independentemente de conversão de energia das ondas em energia eléctrica. Cada
módulo mede 50 metros de comprimento e 3,5 metros de diâmetro, ficando fora da linha da
água só 1 metro (FLEMING, 2012).

O Parque de Ondas da Agudaçoura fica instalado a 5 kilómetros da costa, ao largo da


Póvoa de Varzim. A energia produzida pelas ondas de alto mar, são mais estáveis que a das
ondas de rebentação. O Parque de Ondas é ligado através de cabos submarinos a uma
subestação de interligação com a rede elétrica (CRUZ, et al, 2004).
28

O Pelamis é um dispositivo flexível, semi-submerso, constituído de módulos


cilíndricos, com dimensão longitudinal da mesma ordem de grandeza do comprimento de
onda, disposto no sentido de propagação da onda, de modo a gerar um efeito de bombeamento
progressivo. O movimento ondulatório das ondas incidentes provoca a oscilação dos módulos
cilíndricos em torno das juntas que os unem e dessa forma ocorre a pressurização de óleo que
acionará motores hidráulicos, interligados a geradores elétricos. O sistema visa à
implementação em parques, com a energia gerada sendo enviada para terra através de um
único cabo. Um dos componentes mais importantes do Pelamis (Figura 17) é o seu sistema de
fixação ao fundo do mar. Um parque de 40 dispositivos (30 MW instalados), ocupa uma área
de 1 km² (NETO, et al, 2009).

Figura 17- Equipamento Pelamis.

Fonte: Planeta COPPE (2009).

A Figura 18 evidencia a constituição interna de cada módulo do Pelamis.


29

Figura 18- Constituição interna de cada módulo.

Fonte: Pelamis Wawe Power (2010).

Este tipo de usina costuma gerar alguns impactos: a utilização de cabos para fixação
ao fundo do mar e para a transmissão da energia até a costa interfere na circulação marítima.
Além disso, existe o risco de vazamento de material contaminante, pois todo o sistema
gerador está localizado dentro do oceano, utilizando, inclusive, óleo internamente para o seu
funcionamento. A composição desse fluido e as características poluidoras do mesmo são
relevantes para analisar os reais riscos ao meio ambiente.

3.4.4 Projeto Archimedes Wave Swing (Portugal)

O projeto baseia-se no princípio de Arquimedes: quando um objeto é submerso em um


fluido, uma força atua sobre o objeto, que força-o para cima. Esta força é conhecida como
força de empuxo, e é igual ao peso do fluido deslocado pelo objeto, que pode ser calculado
pela fórmula W=mg, onde “m” é a massa e “g” da força gravitacional (CRUZ, et al, 2004).

O Archimedes Wave Swing (AWS) é um cilindro submerso em forma de bóia,


ancorado no fundo do mar, pelo menos seis metros abaixo da superfície oceânica. Uma das
empresas que trabalha com essa tecnologia é a escocesa AWS Ocean Energy, que já
implantou um projeto com essa técnica em Portugal (GHIRARDI, 2010).

O sistema de funcionamento baseia-se na ação das ondas que movem o flutuador para
cima e para baixo, gerando um movimento alternativo. Quando recebe a influência das cristas
30

das ondas, ocorre a pressão na parte superior da bóia, que empurra o mecanismo dentro do
cilindro para baixo, comprimindo o gás no interior do cilindro. Quando a cava de onda passa
sobre o flutuador (Figura 19), o processo inverso ocorre, movendo-se para cima a bóia e
ocorre a descompressão do gás no interior do cilindro. Esse movimento alternado gerado pelo
flutuador é convertido em energia elétrica por meio de um sistema hidráulico ou de um
conjunto de motor-gerador (HAMILTON, 2010).

Figura 19- Constituição interna do flutuador.

Fonte: Wikipedia (2019).

A densidade de potência de energia oferecida pela AWS é 10 vezes maior do que


qualquer outro meio de energia renovável. Consta ainda que é um dispositivo sem ruído, sem
qualquer equipamento de alta velocidade de rotação e não apresenta problemas de poluição
relacionados com a unidade de geração.
Verifica-se que o projeto não apresenta grandes riscos potenciais, pois não trabalha
com materiais contaminantes de fácil dispersão no meio líquido, como óleos. Porém, pode
interferir no ecossistema marítimo, pois está inserido nele.

3.4.5 Projeto Wave Dragon (Nissum Bredning - Dinamarca)


31

O projeto, offshore, é fruto de um consórcio internacional de empresas e instituições


da Dinamarca, Reino Unido, República da Irlanda, Suécia, Áustria e Alemanha. É composto
basicamente de dois refletores que direcionam as ondas incidentes para uma rampa, um
reservatório que armazena a água e um conjunto de turbinas de baixa queda, que geram
energia elétrica pela passagem da água, de forma similar às usinas hidrelétricas (CRUZ, et al,
2004).

A Figura 20 mostra um esquema de funcionamento do Wave Dragon na Dinamarca.

Figura 20- Esquema de funcionamento do Wave Dragon.

Fonte: CRUZ, et al, (2004).

Dependendo do clima de ondas, o projeto pode gerar de 4 a 11 MW. O projeto


encontra-se desde 1998 em fase de testes que são desenvolvidos pela Universidade de
Aalborg. Os impactos ambientais desse projeto podem ser visualizados nas Tabelas 3 e 4.

Tabela 3 - Impactos Ambientais na construção e instalação da Wave Dragon.


Instalação de cabos submarinos Perturbação temporária de alguns habitats nas
imediações do cabo; e
Danificação de zonas de interesse arqueológico.
Instalação de cabos na costa Perturbação temporária de alguns habitats nas
imediações do cabo.

Instalação do sistema de amarração Perturbação temporária de alguns habitats nas


imediações do sistema de amarração

Construção do dispositivo Impactos diversos (visuais, auditivos, etc)

Tráfego marítimo durante a instalação Aumento do tráfego durante a instalação, o que pode
afetar uma gama de espécies.

Fonte: GHIRARDI (2010).


32

Tabela 4 - Impactos ambientais na operação e manutenção da Wave Dragon.


Presença do dispositivo Impactos visuais;
Efeitos positivos e negativos nos recursos pesqueiros
(dispositivos afastados da costa);
Influência do ruído nos mamíferos marinhos;
Impactos na navegação (dispositivos não costeiros); e
Alteração no regime das ondas (podendo influenciar
no processo de erosão costeira, alterar habitats
marinhos e alterar o valor turístico de uma zona).

Presença de cabos marinhos Geração de campo eletromagnético

Operação do sistema de conversão de energia Geração de campo eletromagnético


Presença do sistema de amarração (dispositivos não Afeta o meio envolvente; e
costeiros) Pode construir um recife artificial, fomentando o
aparecimento e crescimento de espécies marinhas

Presença de instalações costeiras Afeta o meio envolvente; e


Pode construir um recife artificial, fomentando o
aparecimento e crescimento de espécies marinhas

Manutenção Pode estar associado ao aumento do tráfego marítimo

Mecanismos anti-corrosão Possíveis emissões tóxicas para o meio envolvente.

Fonte: GHIRARDI (2010).

3.4.6 Projeto Brasileiro Do Porto De Pecém – Ceará

O Terminal Portuário do Pecém está inserido no Complexo Industrial e


Portuário Mário Covas, mais conhecido como Complexo Industrial e Portuário do
Pecém (CIPP). A criação do Complexo surgiu para atender à demanda das indústrias e
empresas da região Nordeste, visando o desenvolvimento do parque industrial local.

Destaca-se que o Terminal Portuário de Pecém é caracterizado como sendo um


Terminal de Uso Privado (TUP), e não como um Terminal Organizado. O contrato de
adesão 097/2001, de 05 de junho de 2001, autorizou o Governo do Estado do Ceará , com
a interveniência da Companhia de Integração Portuária do Ceará
(CEARÁPORTOS) a explorar o TUP (CRUZ, et al, 2004).

Cabe destacar, dentro desse contexto, que de acordo com a lei 12.815, de 5 de junho
de 2013, Terminal organizado é “bem público construído e aparelhado para atender a
necessidades de navegação, de movimentação de passageiros ou de movimentação e
33

armazenagem de mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição


de autoridade portuária”. A mesma legislação, define como terminal de uso privado a
“instalação portuária explorada mediante autorização e localizada fora da área do Terminal
organizado”(HINRICHS, 2003).

A Figura 21 mostra uma visão geral do que constitui o Terminal Portuário do Pecém
na região Nordeste.

Figura 21- Quebra-mar no Terminal Portuário do Pecém.

Fonte: Terminal Portuário do Pecém (2014).

O projeto, localizado em Pecém, 60 km a norte de Fortaleza – CE, foi desenvolvido


pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE),
órgão suplementar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Segundo a COPPE/UFRJ, e é baseado no princípio de armazenamento de água sob alta


pressão numa câmara hiperbárica, obtida pelo bombeamento realizado pela ação das ondas
nos flutuadores. A câmara, que libera jato d’água, com pressão e vazão controladas, aciona
uma turbina acoplada a um gerador, produzindo eletricidade. Cada unidade de bombeamento,
com 50 KW de potência, possui flutuador, braço, estrutura de fixação e bomba. Mangueiras
para alta pressão e outros acessórios interligam as unidades de bombeamento à câmara
hiperbárica. Uma válvula reguladora de vazão, conectada à câmara, é responsável pela saída
do jato de água para o acionamento da turbina, cuja pressão equivale a uma queda d’água
similar a de grandes hidrelétricas, com 400 m de altura. Sua principal vantagem é possibilitar
34

a simulação de elevadas quedas d’água sem que para isso seja necessário ocupar áreas de
grande extensão, como exigem as hidrelétricas (MOURÃO, 2002).

As instalações de acostagem do Terminal Portuário do Pecém (Figura 22)


consistem em estruturas offshore, interligadas à retroárea por uma ponte rodoviária,
sobre a qual estão dispostos também esteiras para granéis sólidos e tubulações para
granéis líquidos. As estruturas são listadas a seguir conforme divisão adotada pela Autoridade
Portuária: Píer1, Píer2 e Terminal de Múltiplas Utilidades (TMUT) (PALZ, 1995).

Figura 22- Estruturas de Acostagem.

Fonte
: PALZ (1995).

O local foi escolhido por ser considerado com bom potencial maremotriz: é um porto
offshore, onde o mar apresenta uma profundidade média de 17 metros, com ondas médias de
1,4 metros e períodos médios de 7,53 segundos. O projeto, de caráter apenas experimental, foi
montado no quebra-mar do Terminal Portuário de Pecém e possui apenas duas unidades.
Apresenta a possibilidade de ampliação, por ser modular (COPPE/UFRJ).

Figura 23- Imagem esquemática do projeto de Pecém.


35

Fonte: Hinrichs (2003).

3.5 VIABILIDADE ECONÔMICA DA ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL

As usinas maremotrizes possuem um alto custo inicial, especialmente nas obras de


construção civil, além de longos períodos de construção. A determinação dos custos totais
compreende o levantamento e a soma de todos os custos de investimento, onde incluem
equipamentos; licenças; patentes; despesas de instalação, etc. O estudo econômico tem o
intuito de fazer com que a viabilidade possua custos baixos de operação. Uma produção em
escala, por exemplo, com uma maior compra de equipamentos, seria uma alternativa para
diminuir os custos (GONÇALVES et al., 2008).

Com relação à energia das ondas, o Brasil não possui um grande potencial médio de
geração, comparado com outras regiões do mundo, como o extremo sul do continente
americano, a costa oeste da América do Norte e da Europa. Assim, destaca-se o
posicionamento de SESMIL (2013) de que a viabilidade econômica de projetos dessa
tecnologia no Brasil deve ser avaliada por meio de estudos detalhados e pelo mapeamento de
áreas antes de se decidir pela implantação de projetos que utilizem essa tecnologia.

Com relação ao potencial decorrente da energia das ondas, foram realizadas algumas
estimativas do potencial mundial. Conforme FLEMING (2012), há um potencial teórico

Figura 24- Potencial teórico líquido.


36

global líquido da ordem de 3 TW, que está distribuído no mundo na forma mostrada pela
Figura 24.
Fonte: FLEMING (2012).

Observa-se que o litoral brasileiro não possui grande potencial médio, atingindo,
somente na região Sul, valores superiores a 20 kW/m. Em outras regiões do mundo, como
no extremo sul do continente americano, na costa oeste da América do Norte e da Europa,
são encontrados valores superiores a 60 kW/m.

O Brasil, é sempre importante ressaltar, possui elevado potencial de geração a partir


de fontes renováveis, com um dos maiores potenciais hidráulicos do mundo e elevados
potenciais de energia eólica e solar. Entretanto, com relação à energia maremotriz, o País
não possui potencial de destaque, se comparado com outras regiões do mundo. Por essa
razão, seria questionável a decisão de alocar mais recursos para o aproveitamento dessa
fonte, ainda não consolidada mundialmente, em detrimento de investimentos nas demais
fontes, como solar e eólica, já comercialmente consolidadas e nas quais o Brasil possui
aspectos altamente competitivos.

Entretanto, visando permitir o avanço do aproveitamento da energia maremotriz no


Brasil, é necessário investir em pesquisa, de forma a identificar os potenciais de utilização
da fonte, bem como para desenvolver as tecnologias necessárias para seu aproveitamento.
Dessa forma, uma possibilidade seria destinar recursos do Programa de Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D), instituído pela Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000, cujos projetos
são aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
37

Com relação aos aspectos socioeconômicos, haverá geração de postos de trabalhos


com a instalação da usina. Assim como, trarão benefícios à comunidade gerando atividades
turísticas no entorno das usinas (ROQUE, 2015).

O custo da geração maremotriz e consequentemente a sua viabilidade, varia de um


país para outro, de acordo com as condições energéticas, sociais e ambientais diversas
(GONÇALVES et al., 2008). Os grandes projetos são mais econômicos do que os pequenos,
pois por kWh produzido o valor se torna menor. Assim, para uma usina de 100 MW, por
exemplo, o custo de operação mínimo seria de 0,005 US$ por kWh produzido, com isso o
capital investido é estimado em 1200 a 1500 US$ por kWh. A construção de um sistema
como a de La Rance ficaria em torno de US$ 3.200 (LIMA et al., 2013).

3.6 ENERGIA MAREMOTRIZ NO BRASIL: ESTUDO DE CASOS

No Brasil, as maiores amplitudes de marés se encontram na costa norte. Estudos


realizados ainda na década de 80 revelaram alguns locais potencialmente favoráveis à
exploração da energia maremotriz. Por exemplo, apenas no litoral do estado do Maranhão,
estimou-se um potencial disponível acima de 8 GW (ELETROBRÁS, 1981).

3.6.1 Estuário da Bacanga

Situado na cidade de São Luís, o estuário do Bacanga, representa um caso bastante


interessante para exploração da energia das marés. Ainda na década de 70 foi construída uma
barragem no estuário visando a interligação da cidade com o porto de Itaqui. Além disso, na
época da construção da barragem já se pensava em aproveitá-la para geração de eletricidade.

Entre os principais motivos que justificam a implantação da usina-piloto maremotriz


do Bacanga, destaca-se a oportunidade de impulsionar o desenvolvimento tecnológico e
humano visando-se outros projetos maremotrizes no Brasil. Na Figura 25 é ilustrado um
modelo de usina proposto em (FERREIRA, 2009) para a barragem do Bacanga.
38

Figura 25- Ilustração do layout proposto para a usina maremotriz do Bacanga, Brasil.

Fonte: FERREIRA, 2009

3.6.2 Baía de Turiaçu 

Localizada no estado do Maranhão, Brasil, a baía de Turiaçu apresenta um dos


maiores potenciais maremotrizes do litoral brasileiro: mais de 3,4 GW de potencial disponível
(ELETROBRÁS, 1981).

A baía de Turiaçu é uma região riquíssima em estuários, além de apresentar marés de


até 7 m, portanto, é considerada uma região bastante propícia para este tipo de exploração
energética. Entretanto, existe uma série de restrições que tornam inviáveis a exploração em
larga escala de todo este potencial, tais como: dificuldades de acesso ao local e restrições
ambientais relacionadas com a abundante vegetação de mangues na região.

Portanto, no contexto de projetos em pequena escala, a baía de Turiaçu apresenta um


horizonte bastante amplo para o aproveitamento da energia maremotriz através da exploração
de inúmeros pequenos estuários (NETO, 2010).
39

4 CONCLUSÃO

Podemos concluir então que, com o crescimento populacional, bem como o


crescimento econômico e à expansão da oferta e do consumo energético, torna de interesse
coletivo as buscas por fontes de energias renováveis. Pois além de serem classificadas como
opções ambientalmente corretas, permitem, em vários casos, a geração distribuída de energia,
sendo vantajosa e competitivas em comparação à tradicionais.
O desenvolvimento de novas fontes renováveis não se limita ao atendimento a
compromissos ou obrigações ambientais, mas também visa ao desenvolvimento de
tecnologias no país, reduzindo, assim, uma possível dependência de tecnologias de ponta para
a produção de energia.
Existem atualmente diferentes fontes de energias renovável; eólica, hidroelétrica, solar
e maremotriz. Essa última, no qual foi discutida ao longo do trabalho, apresentou grande
potencialidade para instalações de usinas no Brasil, porém conta com limitações, como por
exemplo o seu fator de carga, nesse quesito quando comparada a uma hidroelétrica apresenta
desvantagem. Isso implica dizer, que ainda existe muito a ser estudado a respeito da mesma,
para que venha a ser uma forma viável de fonte de energia elétrica.
40

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