Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ENGENHARIA MECÂNICA
Ouro Preto
2023
1
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................
2. OBJETIVOS....................................................................................................................................
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...........................................................................................................
3.1. Hidrogênio verde...................................................................................................................
3.1.1. Geração de hidrogênio verde por eletrólise da água................................................
3.2. Geração de energia offshore...............................................................................................
3.2.1. Energia eólica................................................................................................................
3.2.2. Energia das correntes marítimas................................................................................
3.3. Oceano de plástico...............................................................................................................
3.3.1. Métodos de remoção dos resíduos plásticos dos oceanos.....................................
3.3.2. Geração de energia à partir de resíduos plásticos....................................................
4. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................................
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................................
6. CONCLUSÕES...............................................................................................................................
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................
2
1. INTRODUÇÃO
Além da busca por fontes de energia renovável, este estudo também abordará a
crise do oceano de plástico, destacando seus impactos prejudiciais à biodiversidade
marinha. Propomos uma abordagem única para abordar esse problema,
considerando a queima controlada dos resíduos plásticos como uma fonte adicional
de energia. A energia gerada a partir da queima dos plásticos será direcionada para
o processo de eletrólise da água, contribuindo assim para a produção de hidrogênio
verde de maneira mais abrangente.
3
Em síntese, este trabalho busca integrar diversas abordagens inovadoras para
enfrentar os desafios ambientais contemporâneos. Ao explorar as vastas
possibilidades oferecidas pelos oceanos, tanto na geração de energia quanto na
gestão de resíduos plásticos, almejamos contribuir para a construção de um futuro
mais sustentável e resiliente.
4
2. OBJETIVOS
Por fim, o projeto visa realizar uma avaliação abrangente do impacto ambiental
global. Isso incluirá uma análise detalhada dos efeitos positivos e negativos
associados à implementação da plataforma de geração de energia sustentável.
Serão considerados aspectos como biodiversidade marinha, ecossistemas
oceânicos e contribuição potencial para a redução da poluição causada pelos
resíduos plásticos no oceano. Todos esses objetivos visam fornecer uma base
teórica sólida para a proposta, sem a intenção de implementação prática no
momento.
5
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Hidrogênio
Hidrogênio como alternativa de combustível para mobilidade
• Hidrogênio cinza, que é produzido pela reforma a vapor do gás metano fóssil com
emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
6
• Hidrogênio azul, cuja produção é baseada em combustíveis fósseis com captura,
uso e armazenamento de carbono (CCS, da expressão em inglês “carbon capture
and storage”). Também é chamado de gás livre de carbono ou de baixo carbono
com captura de carbono CCS.
A reforma a vapor tem sido empregada como o principal processo para a produção
de hidrogênio e é responsável por 50% da sua produção mundial. A popularidade
desse processo pode ser atribuída à sua alta eficiência de conversão e relação
custo-benefício em comparação com os outros processos concorrentes (CHENA et
al., 2008). A Figura mostra uma configuração simples de um processo de reforma a
vapor.
7
b) Gaseificação/Pirólise de Biomassa.
Processo de Gaseificação
8
Pirólise
Além disso, a pirólise é uma tecnologia menos madura e, por isso, há menos
fabricantes de reatores de pirólise e um pequeno número de projetos de
demonstração, o que dificulta a sua aplicação e seu funcionamento a longo prazo
(Lora et al., 2012). Por conta dessas dificuldades, normalmente são preferíveis
processos de conversão alternativos, como a gaseificação e a combustão.
A eletrólise é a única rota aqui exposta que não faz uso de hidrocarbonetos ou de
moléculas com carbono para a produção de H2, e o investimento nesse segmento
tem aumentado mais em decorrência de não haver a emissão de nenhum gás do
efeito estufa, tais como CO ou CO2 ou outros óxidos como NOx e SO2. O
desenvolvimento dessa rota é a decomposição da água em hidrogênio e oxigênio
utilizando eletrólitos ácidos ou alcalinos que provocam a separação da molécula de
9
água e a geração dos dois gases. Neste sentido os átomos de hidrogênio se
deslocam para o cátodo e o oxigênio para o ânodo. (VERAS, 2016).
10
A eletrólise da água pode ser desenvolvida em solução alcalina ou ácida, porém a
alcalina é mais favorável por evitar a dissociação dos íons H+ que dificultam a
formação de H2 (VERAS, 2016). No uso de soluções alcalinas, há dois eletrodos
metálicos e a solução aquosa pode conter KOH ou NaOH. Estudos apontam que
para melhor condutividade e eficiência na produção de H2 a proporção da solução
alcalina deve ser 40% m/m, e com temperaturas de operação entre 60-90°C. Com
essas condições a eficiência na produção pode girar em torno de 99.9% (LAMB,
2020). Deve-se levantar o questionamento das potenciais pegadas de carbono que
esta rota pode ter. Apesar de não gerar diretamente nenhum dos gases do efeito
estufa, é necessário um fluxo de elétrons para que ocorra a eletrólise. Se a energia
necessária para esse processo advir de fontes não-renováveis, a eletrólise
carregaria na sua produção a emissão desses gases de maneira secundária.
Todavia, alternativas já têm sido desenvolvidas para substituir essa possibilidade
através das energias hidrelétricas e eólica (KOTHARI, 2008).
11
Diferentes tipos de tecnologias de eletrólise disponíveis comercialmente
12
A Figura apresenta os principais eletrolisadores utilizados na eletrólise da água para
produzir hidrogênio verde. Os eletrolisadores são operados sob diferentes
condições, como pressão e temperatura. Normalmente, os dispositivos PEM e AEL
operam em temperaturas moderadas (<80 ̊C e <220 ̊C, respectivamente), enquanto
os eletrolisadores de óxido sólido operam em temperaturas elevadas (>600 ̊ C)
(GALLANDAT et al, 2017, p. 36). A Tabela 2 apresenta os três principais tipos de
eletrolisadores e alguns parâmetros típicos de operação.
13
H2 e O2) que são dissolvidos no eletrólito, limitando a faixa de operação de menor
potência e a capacidade de operar em níveis de pressão mais altos (IRENA, 2020).
14
De acordo com IRENA (2020), os sistemas PEM são muito mais simples que os
alcalinos. Eles normalmente requerem o uso de bombas de circulação, trocadores
de calor, controle de pressão e monitoramento apenas no lado do ânodo (oxigênio).
No lado do cátodo, são necessários um separador de gás, um componente de
desoxigenação para remover o oxigênio restante (normalmente não necessário para
a pressão diferencial), um secador de gás é uma etapa final do compressor. A
Figura 7 contém uma representação esquemática de um eletrolisador PEM.
15
Figura 8 - Projeto de sistema típico e balanceamento de planta para um eletrolisador PEM
16
Conforme IRENA (2020), os eletrolisadores AEM têm conceitos de projeto de
sistema semelhantes aos dos eletrolisadores PEM. Devido à baixa maturidade desta
tecnologia, há informações limitadas sobre os desafios relacionados à operação de
alta pressão diferencial.
17
mais sustentável. Nesse contexto, a energia offshore emerge como uma alternativa
promissora, explorando os vastos recursos dos oceanos para gerar eletricidade de
maneira eficiente e com menor impacto ambiental.
A energia eólica offshore é uma das principais protagonistas desse cenário. Ao
contrário dos parques eólicos terrestres, as turbinas eólicas offshore são instaladas
em plataformas flutuantes ou fixas ao leito oceânico em águas profundas. Esta
modalidade oferece vantagens notáveis, como ventos mais constantes e de maior
velocidade, o que resulta em uma produção de energia mais estável e eficiente
quando comparada às instalações terrestres. O aumento da capacidade instalada e
a redução dos custos tornam a energia eólica offshore cada vez mais competitiva no
panorama energético global.
Dentre as regiões líderes na implementação da energia eólica offshore, a Europa
destaca-se, particularmente, com projetos no Mar do Norte e no Mar Báltico. Essas
instalações têm contribuído para a evolução tecnológica e aprimoramento da
eficiência das turbinas, consolidando a energia eólica offshore como uma peça
fundamental na matriz energética de países comprometidos com a
descarbonização.
Além da energia eólica, as correntes marítimas também oferecem um vasto
potencial para a geração de energia renovável. A exploração das correntes
oceânicas, por meio de turbinas subaquáticas e sistemas de conversão de energia
das correntes, se destaca como uma alternativa valiosa para diversificar as fontes
de energia limpa. Diferentemente da energia maremotriz, que aproveita o
movimento das marés, a energia das correntes marítimas é derivada do fluxo
contínuo das águas em determinadas regiões oceânicas.
A região do Havaí, por exemplo, é um potencial hotspot para a implementação de
plataformas de aproveitamento energético das correntes. Por serem constantes e
previsíveis ao redor das ilhas, oferecem um ambiente propício para a instalação de
tecnologias de conversão de energia. Além de fornecer eletricidade sustentável, tais
iniciativas podem desempenhar um papel crucial na mitigação da poluição marinha,
especialmente na área conhecida como ilha de lixo, contribuindo não só na fonte
renovável mas na preservação dos ecossistemas marinhos.
Portanto, a energia offshore, representada pela combinação de energia eólica e pelo
aproveitamento das correntes marítimas, emerge como um catalisador significativo
na transição para uma matriz energética mais sustentável. O desafio reside na
contínua inovação tecnológica, integração de políticas públicas e engajamento
comunitário para garantir que essas práticas se alinhem não apenas com as metas
ambientais, mas também com o desenvolvimento econômico sustentável. Nesse
sentido, a pesquisa contínua e a colaboração internacional são essenciais para
explorar plenamente o potencial dessas fontes de energia offshore e construir um
futuro mais verde e resiliente.
3.2.1. Energia eólica
18
épocas anteriores eram utilizadas fontes motrizes como o vento, água e lenha,
ocorre em resposta à necessidade de garantir e preservar o meio ambiente,
buscando alcançar uma estabilidade e diversificação viáveis na matriz energética do
Brasil e no Mundo. Nesse contexto de evolução da energia eólica, destaca-se como
uma das fontes de energia renovável mais promissoras, proveniente de fontes
sustentáveis. Atualmente em uso em parques eólicos nos Estados Unidos e na
Europa, com alguns alcançando até 40 unidades por parque, essa tecnologia
também tem ganhado expressividade no Brasil. Em 2021, o país registrou um
recorde de expansão na capacidade instalada de energia elétrica a partir de fontes
eólicas, conforme dados do Governo Federal. As usinas eólicas agora representam
11% da matriz energética brasileira, totalizando aproximadamente 20 gigawatts de
potência instalada (Gov.br). Esse crescimento notável reflete não apenas o
comprometimento do Brasil com uma matriz energética mais sustentável, mas
também evidencia o papel cada vez mais crucial das energias renováveis em todo o
mundo.
19
Esta transição para utilização de energias renováveis não apenas evidencia a busca
por uma matriz energética mais sustentável, mas também ressalta a urgência de
explorar novas alternativas diante da finitude dos recursos tradicionais oferecendo
uma resposta ambientalmente consciente, e também apontada para uma
abordagem inovadora na superação dos desafios relacionados às mudanças
climáticas e à depleção dos recursos naturais. Ao adotar tecnologias mais limpas e
eficientes, o mundo pode avançar na direção de um futuro energético mais
equilibrado e ambientalmente responsável. A energia eólica offshore, portanto,
representa não apenas uma solução técnica, mas também um passo significativo
em direção à construção de um mundo mais sustentável e resiliente.
20
Figura 10: Gráfico da matriz energética
Figura 11: Consumo energético (BEN, 2023; total em 2022: 303 milhões de TEP - tonelada
equivalente de petróleo)
Turbinas Eólicas
21
vibrações e desgaste mecânico ao cortar o vento de maneira eficiente. Além disso,
a adaptabilidade a velocidades variáveis do vento é uma característica crucial,
permitindo que a turbina opere eficientemente em diversas condições climáticas. A
capacidade de gerar eletricidade de forma consistente, juntamente com a produção
reduzida de ruído, torna essa tecnologia atraente para aplicações em instalações
offshore. Com peso e custo muitas vezes mais favoráveis em comparação com
designs mais complexos,
Rotor: É composto por três lâminas que são fixadas ao cubo do rotor, formando a
parte mais externa da turbina. As pás são projetadas para capturar a máxima
quantidade de energia do vento, está ligado ao eixo da turbina, O hub, localizado no
centro do rotor, conecta as pás ao eixo da turbina, permitindo a transferência
eficiente da energia capturada.
Torre: É uma estrutura robusta que suporta todo o conjunto, desempenha um papel
crucial ao elevar a turbina para altitudes onde os ventos são mais constantes e
vigorosos. Ancorada por uma fundação, que pode variar de concreto a estruturas
mais complexas dependendo das condições locais, a torre fornece estabilidade e
segurança.
22
As hélices de uma turbina eólica moderna podem ultrapassar os 100 metros de
comprimento. A Haliade-X da General Eletric, maior torre eólica em operação no
mundo, possui pás de 107 metros.
De acordo com a Lei de Betz, nenhum sistema de turbina eólica não pode captar
mais do que 59,3% da energia cinética do vento (BURTON et al., 2001). Esse valor
representa o máximo teórico de eficiência para a conversão de energia eólica em
eletricidade. É importante notar que a turbina não é capaz de extrair toda a energia
cinética presente no vento
Figura 12: Exemplo de comportamento de curva de potência, destaque para o ponto da velocidade
de início da geração (cut-in).
23
A evolução do tamanho das pás na energia eólica tem sido notável, impulsionando
significativamente a geração de energia renovável. Desde as turbinas mais
modestas, com pás de 17 metros, até as estruturas gigantescas que abrigam pás de
até 150 metros, a indústria testemunhou avanços extraordinários. Essas turbinas
têm capacidades de geração que variam de 350 kW a 20,000 kW, tornando-se
verdadeiras potências na produção de eletricidade. Com pás mais longas e
aerodinâmicas, as turbinas modernas são capazes de capturar mais eficientemente
a energia do vento em uma variedade de velocidades evidenciado na figura 3.2.6.
24
As turbinas eólicas offshore são mais propensas a instabilidades do que as
terrestres, devido às interações hidrodinâmicas adicionais que ocorrem na base da
plataforma, influenciadas pelas correntes oceânicas e ondas superficiais. Os graus
de liberdade das plataformas flutuantes usadas como suporte para as estruturas
eólicas seguem os princípios derivados das indústrias de petróleo e engenharia
naval. Assim, temos três graus de liberdade de translação: Surge, Sway e Heave,
que representam os movimentos de translação ao longo dos eixos x, y e z,
respectivamente. Além disso, existem três graus de liberdade de rotação: Roll, Pitch
e Yaw, que representam as rotações em torno dos eixos x, y e z, respectivamente.
Ao observar a Figura 1.18, é possível notar que a origem do sistema de
coordenadas está localizada no centro de gravidade da plataforma no plano xy, e a
coordenada z = 0 coincide com a superfície do mar calmo (SWL - Still Water Level).
25
Tipos de Plataformas Flutuantes
Spar: Neste modelo, a ênfase recai em posicionar a maior parte do peso no ponto
mais baixo possível para proporcionar estabilidade. Por exemplo, ao considerar um
26
cilindro oco e impermeável lançado na água, sua flutuabilidade ocorre se a relação
entre a altura e a superfície da base for suficiente para que o volume de água
deslocado compense seu peso. Entretanto, se o cilindro for homogêneo, ele não
manterá estabilidade flutuando verticalmente, inclinando-se para flutuar
horizontalmente. Para corrigir isso, o cilindro é dotado de uma quantidade
significativa de massa na extremidade oposta àquela onde a turbina é instalada,
visando manter sua verticalidade. Em resumo, a geometria do cilindro determina a
flutuabilidade, enquanto a estabilidade é influenciada pelo peso concentrado no
ponto mais baixo. À medida que as turbinas crescem em tamanho, isso resulta em
cilindros bastante longos para compensar os pesos, tornando essa solução
desafiadora em termos de fabricação, transporte e instalação.
27
Semi-submersible (Semissubmersível, em portugués): Este projeto busca
minimizar a área de superfície exposta à água, priorizando simultaneamente a
maximização do volume, o qual efetivamente desloca a massa de água e
proporciona flutuabilidade. Geometricamente, uma esfera seria a forma ideal (com o
máximo de volume e a menor superfície), mas devido à impraticabilidade de
fabricação, os volumes que oferecem flutuabilidade são subdivididos em vários
cilindros verticais (ou paralelepípedos). Esses elementos são conectados por vigas
e escoras, formando uma estrutura sobre a qual a turbina pode ser instalada. A
estabilidade do conjunto é determinada pelo tamanho dos cilindros e pela distância
entre eles.
28
Cabos de Ancoragem em Catenária: Os cabos de ancoragem em catenária, como
representados na Figura 1 acima, caracterizam-se por permitirem maiores
deslocamentos da plataforma. Em geral, a tensão vertical nos cabos é inadequada
para manter a estabilidade da plataforma, especialmente evitando movimentos de
pitch e roll. Esta questão torna-se mais crítica no caso de turbinas eólicas, onde o
peso e as forças horizontais estão significativamente acima do centro de flutuação.
Portanto, é necessário adicionar lastro abaixo do centro de flutuação para garantir a
estabilidade. Devido às baixas tensões verticais típicas desse tipo de solução, uma
parte maior da plataforma flutuante fica acima da linha d'água, sujeita a maiores
cargas das ondas. Além disso, o fato dos cabos arrastarem-se pelo solo por vários
metros pode resultar em congestionamento com as linhas de ancoragem de
plataformas próximas e interferência em atividades submarinas, transformando
assim uma potencial vantagem em desvantagem. Portanto, a utilização desse tipo
de ancoragem deve ser cuidadosamente avaliada.
29
3.2.2. Energia das Correntes Marítimas
Correntes Marítimas e a Ilha de Lixo no Pacífico
Figura 15:: Circulação superficial oceânica global. Setas azuis representam correntes frias,
vermelhas representam correntes quentes e as regiões roxas são as áreas de encontro entre
correntes frias e quentes.
30
As correntes marítimas são capazes de movimentar grandes fluxos no oceano e
desempenham um papel na distribuição e acúmulo de resíduos plásticos. A
Corrente Norte do Pacífico e a Corrente Equatorial do Norte são dois sistemas de
correntes que contribuem significativamente para a concentração desses resíduos.
Os movimentos rotativos e circulares dessas correntes contribuem para a formação
dos vórtices, capturando e retendo lixo em seu interior, influenciando em um
ambiente propício para o acúmulo e formação de grandes aglomerados de resíduos
plásticos na superfície do oceano, caracterizando a Ilha de Plástico do Pacífico
(Lebreton et al., 2018) constituída por vários desses vórtices, sendo o mais notório o
Grande Giro do Pacífico Norte, formado pela convergência das correntes oceânicas,
concentrando detritos flutuantes, especialmente os plásticos.
Figura 16: Movimentação oceânica e a aglomeração de detritos que formam duas grandes ilhas,
localizadas entre o Japão, Canadá e Estados Unidos.
31
Vórtice de Lixo do Pacífico
A energia das marés é utilizada desde meados dos séculos X no continente europeu
para o movimento de moinhos para o processamento da produção agrícola. No
entanto, foi no século XX que iniciaram-se os estudos para sua viabilidade, visando
uma produção energética em larga escala. Esses estudos foram conduzidos nos
Estados Unidos e no Canadá entre as décadas de 1920 e 1970.
32
Em 1961 uma barragem de aproximadamente 700 metros de extensão começou a
ser construída no estuário do rio Rance, no litoral de Saint-Malo, situada na região
da Bretanha, no norte da França. As obras foram finalizadas cinco anos mais tarde,
e a usina foi aberta em 26 de novembro de 1966. Desse modo, a Usina de La
Rance foi a primeira usina maremotriz do mundo, estando ainda em operação. Ela
gera eletricidade por meio de 24 turbinas, com potencial de 240 MW.
Atualmente, com as crescentes buscas por ofertas mais vantajosas com menor
custo e maior eficiência visando também a diminuição do uso de fontes de energia
associadas a combustíveis fósseis, a aplicação de métodos para a produção de
energia limpa e renovável vem cada vez mais ganhando espaço em discussões
sobre o setor energético mundial. Atualmente, existem diversos métodos de
produção de energia limpa como, por exemplo, as usinas hidrelétricas, eólicas,
captação de energia solar e também produção por meio de usinas maremotrizes.
As correntes marítimas crescem como forma de gerar energia elétrica por meio do
aproveitamento da energia cinética associada ao movimento da água (UNICAMP,
2012). Dentre as principais fontes de energia presente nos oceanos tem-se a
energia maremotriz, como o próprio nome diz, proveniente das marés, e a energia
das correntes, obtidas através das correntes oceânicas. Nas correntes oceânicas a
energia cinética contida na água faz com que as turbinas instaladas no sistema
possam gerar energia elétrica.
Um dos principais sistemas de captação de energia cinética é através de terminais,
utilizando-se de estruturas metálicas construídas onshore (em terra), nearshore
(próximo à terra) ou offshore (distante da terra, em alto mar). Nesse sistema,
compreende-se uma base perpendicular ao solo ou ao mar que apresenta em seu
interior uma coluna de ar que aplica compressão e despressurização, o que faz a
subida e descida do ar. Esses movimentos são causados pela vinda e recuo das
ondas dentro da estrutura, gerando energia elétrica. Por se tratar de um movimento
contínuo e direcional das massas de água, a energia cinética é associada ao fluxo
das correntes marinhas, diferentemente de uma instalação maremotriz que está
ligada ao movimento ascendente e descendente das marés.
33
dispositivos utilizados para essa finalidade são geralmente classificados como
turbinas de corrente ou turbinas subaquáticas. Abaixo alguns dos principais
equipamentos empregados:
34
Estrutura e Operação das Turbinas de Correntes Marítimas
35
Para compreender melhor o funcionamento das turbinas de correntes marítimas,
podemos dividir sua estrutura em quatro componentes fundamentais: rotor, caixa de
velocidade, gerador e sistema de suporte. O rotor, destinado a extrair energia do
escoamento das correntes, é classificado com base na orientação de seu eixo, que
pode ser horizontal ou vertical. A caixa de velocidade, o segundo componente,
amplifica a velocidade de rotação do rotor e é caracterizada por um sistema de
engrenagens planetárias ou um sistema hidráulico. O gerador, o terceiro
componente, pode ser de indução ou de ímã permanente e converte a energia
cinética rotacional em energia elétrica. Por fim, o sistema de suporte, responsável
por alicerçar a turbina no solo marinho, pode ser classificado como fixo ou flutuante,
dependendo da natureza da estrutura de suporte.
O suporte fixo utiliza estruturas rígidas fixadas ao solo, como blocos maciços de
concreto ou aço (estruturas gravitacionais) e estruturas de pilares, fixadas ao
substrato por cravação ou perfuração de hastes. Por outro lado, os sistemas móveis
ou flutuantes utilizam ancoragem por cabos fixados ao solo para garantir a
estabilidade da geração de energia, proporcionando maior mobilidade.
36
Em termos de funcionamento, as turbinas de correntes marítimas compartilham
semelhanças, com algumas ressalvas, com as turbinas eólicas. Alguns modelos
apresentam grande semelhança com turbinas eólicas projetadas para gerar energia
a partir do vento. O processo de conversão de energia é análogo: o rotor é
movimentado pelo escoamento do fluido, a caixa de velocidade amplifica a rotação
do rotor, o gerador converte a energia rotacional em elétrica, e a energia é
transmitida à costa por meio de cabos no solo marinho.
Tipos de Turbina
37
Outro exemplo é o das turbinas de eixo vertical, em que o eixo encontra-se na
posição vertical, perpendicular ao fluxo das correntes. Apesar de menos numerosas
em comparação com as turbinas de eixo horizontal, também têm sido bem
difundidas.
38
Vibrações induzidas pelo fluxo, como o efeito Flutter, podem resultar em altas
frequências e vibrações prejudiciais à estrutura e à fundação das turbinas, bem
como amplitudes indesejáveis em sistemas móveis de ancoragem.
39
relacionam-se à dificuldade de instalação dos dispositivos e fundações, bem como à
complexidade aumentada das operações de instalação.
A cada ano, uma estimativa alarmante entre 1,15 e 2,41 milhões de toneladas de
plástico invadem os oceanos através dos rios. Mais da metade desse plástico tem
densidade inferior à água, o que significa que não afunda, mas flutua na superfície.
Esses plásticos flutuantes, especialmente os mais resistentes, demonstram uma
notável resiliência no ambiente marinho, o que permite que sejam transportados por
longas distâncias através das correntes convergentes, finalmente acumulando-se na
Grande Mancha de Lixo do Pacífico.
Esta mancha, que abrange uma área estimada de 1,6 milhões de quilômetros
quadrados, é aproximadamente duas vezes maior que o estado do Texas ou três
vezes maior que a França. Para calcular sua extensão, uma equipe de cientistas
conduziu um estudo abrangente, empregando uma frota de 30 barcos, 652 redes de
superfície e realizando voos sobre a área para coletar imagens aéreas dos
destroços.
40
Devido às variações sazonais e interanuais das correntes e ventos, a localização e
a forma da GMLP estão em constante mudança. Durante o estudo, foram
identificados mais de 1,8 trilhão de pedaços de plástico na mancha, totalizando
cerca de 100 mil toneladas. Esses números superam em muito as estimativas
anteriores, destacando a escala e a urgência do problema.
41
Figura 20: Concentração de massa na Grande Ilha de Plástico do Pacífico.
42
Devido ao uso excessivo e à gestão inadequada dos plásticos, grandes volumes
são descartados em áreas terrestres, oceanos, esgotos e sistemas de drenagem
(Alabi et al., 2019). Essas práticas representam uma ameaça às vidas e
propriedades humanas. É importante notar que a poluição oceânica interfere na
navegação, prejudica a vida marinha e contribui para a degradação do ecossistema
(Awuchi e Awuchi, 2019).
Figura 21: Atribuição da poluição por resíduos plásticos (em milhões de toneladas métricas
por ano) em todo o mundo (d'Ambrières, 2019).
Figura 22: Categorização dos plásticos com base na procura por setor e tipo de polímero
(Plastic Europe, 2015).
43
Como a utilização do plástico é inevitável fica iniludível a eliminação dos plásticos
dos cursos de água, terras, esgotos, drenagens, oceanos, etc., e reciclá-los de
forma adequada. Dado à procura de energia, a produção de biocombustíveis
através da pirólise de plástico prevê uma opção limpa e econômica para a produção
de energia (Al-Salem et al.,2020; Erdogan, 2020 ; Khan et al., 2016).
A retirada dos resíduos plásticos nos oceanos tornou-se uma prioridade global,
exigindo abordagens inovadoras e estratégias sustentáveis. A presença onipresente
de microplásticos e a fragmentação contínua de plásticos de maior porte
intensificam a complexidade desse desafio ambiental. A busca por métodos eficazes
e inovadores para a remoção desses poluentes tornou-se imperativa para preservar
a vitalidade dos oceanos.
44
Grande parte das tecnologias de contenção de lixo usa bolsões flutuantes formando
um cordão de isolamento, semelhantemente à técnica de contenção de óleo
derramado na água, o que permite que, em alguns casos, o cordão de contenção de
lixo também seja eficiente em conter óleos. A técnica tem a vantagem de custo
viável, porém se limita apenas à contenção de detritos na camada superficial da
água ou próximo a ela. Tais bolsões aparentam ser uma escolha recorrente e
eficiente no que tange a tecnologias de contenção e coleta.
Como seu método de atuação, tal sistema possui bolsões flutuantes que direcionam
os detritos para dentro da embarcação, onde são recolhidos, processados e
armazenados em um tanque para depois serem recolhidos e enviados de volta para
terra para reciclagem. Apesar de parecer simples, o projeto contava com muitos
impedimentos que o fizeram deixar de ser a prioridade de sua companhia
idealizadora, a The Ocean CleanUp, que hoje conta com mais de 60 empregados,
colaboradores e diversos investidores.
45
Cordão de bolsões flutuantes com âncora especial
46
marítimo encarregado da parte de legislação). O fato de ser móvel é vital para
aumentar a capacidade de contenção de lixo e proporcionar resistência altíssima às
intempéries do mar, permitindo o uso de materiais mais leves e abaixando o custo
do sistema. Associando isso com o fato da não-utilização de nenhuma fonte de
energia, o custo benefício torna-se atrativo.
47
Pontos positivos do projeto: Possibilidade de recolhimento de lixo entre a camada
superficial e o leito marinho. Pontos negativos: necessidade de energia; alto custo
de construção e manutenção; e área de atuação não favorável (maior parte do lixo
está na camada superficial ou no fundo do mar).
Como citado anteriormente, a maior parte do plástico despejado nos oceanos não
permanece na superfície. Logo, devem-se explorar as profundidades médias e o
leito marinho, seja com o intuito de determinar quais tecnologias melhor seriam
aplicadas em determinada área ou em quais áreas focar o combate à poluição, ou
simplesmente mostrar a poluição para o mundo e ajudar na conscientização. A
importância do drone de exploração é grande, apesar de ele não realizar nenhum
tipo de contenção ou coleta direta. O projeto Open ROV tem como propósito a
distribuição de mil “drones-tri-dente” para organizações sem fins lucrativos,
instituições educativas e cientistas. Espera-se que, com tal ato, sejam favorecidas
explorações marinhas que irão auxiliar na proteção dos mares. Lixeira para coleta
de detritos costeiros (Seabin V5) “Se podemos ter lata de lixo em terra, porque não
ter na água”
48
água e seu baixo de construção viabiliza o uso de várias Se-abins próximas umas
das outras, limpando efetivamente uma área costeira.
Para superar esse problema, os plásticos podem ser convertidos em uma mistura
gasosa por meio da pirólise, tornando possível uma queima homogênea com ar e
condições de baixa emissão de poluentes (PANAGIOTOU , T.; LEVENDIS, Y. A.;
CARLSON, J.; VOUROS, P.) Surpreendentemente, a pirólise do combustível sólido
antes da combustão é energeticamente viável, requerendo apenas 1% do conteúdo
energético do polietileno (PE) e menos de 4% para o poliestireno (PS) (JINNO, D;
GUPTA, A. K; YOSHIKAWA, K.). O conteúdo energético da maioria dos plásticos é
comparável a combustíveis de alta qualidade, como gasolina e óleo de
aquecimento, e até mesmo superior ao carvão.
49
(SUBRAMANIAN, P.M.) Na co-combustão, duas ou mais substâncias passam por
combustão para aproveitar o conteúdo energético e/ou utilizar componentes
presentes nos materiais.
As usinas de incineração podem produzir entre 400 e 700 kWh de eletricidade por
tonelada de RSU. A técnica mais comum é conhecida como "mass burning", na qual
os resíduos são queimados conforme chegam, sem prévio tratamento. A eficiência
das usinas WTE na conversão de calor em eletricidade é relativamente baixa,
geralmente entre 20 e 25%, devido às limitações impostas pelas altas temperaturas
operacionais.
50
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Método de remoção dos resíduos plásticos
Ocean Cleanup Array: Criado por um jovem holandês essa ideia consiste em usar
as correntes marinhas para ajudar a captura de plástico nos oceanos. A ideia
consiste basicamente em uma barreira flutuante que aproveita o movimento natural
das correntes oceânicas para bloquear o lixo encontrado no caminho. A barreira
formada por boias fica fixa no oceano e “segura” todo tipo de lixo e plástico que
passar por ali, enquanto a maré e a vida aquática podem passar normalmente por
baixo da superfície. O lixo reunido seria recolhido posteriormente. O objetivo do
projeto é construir uma estrutura de 100 km capaz de recolher 70 mil toneladas de
plástico em 10 anos.
51
4.2. Geração de energia por incineração dos resíduos plásticos
Para a geração de energia elétrica por incineração dos resíduos plásticos serão
utilizados valores obtidos pelo eCycle de que esse processo é capaz de gerar 650
quilowatt-hora (kWh) de energia por tonelada de resíduo.
52
O esquema acima, representa um projeto mais robusto implementado, porém com a
mesma finalidade de uso de resíduos e aproveitamento energético.
53
avaliadas. Essa abordagem sistemática permitiu não apenas a escolha criteriosa
das turbinas, mas também proporcionar insights valiosos sobre seu comportamento
em ambientes marinhos, contribuindo para a compreensão abrangente de sua
viabilidade e eficácia na geração de energia.
AR1500
Uma turbina de eixo horizontal, produzida pela Atlantis Resources, cujo projeto é da
Lockheed Martin . Com um conjunto pesando 150 toneladas-força no ar, pode
atingir aproximadamente 1000 toneladas-força junto com suas fundações. É
constituída de três pás de materiais compósitos de 18 metros de diâmetro no total,
fixas a um cubo de 2,4 m. Com um ciclo de vida de 25 anos, sua velocidade
operacional normal é de 2,0 m/s e a máxima de 5,0 m/s. A AR1500 possui um
gerador com eficiência de 97%, tendo uma capacidade de geração de energia de
1,5 MW, tendo seu uso limitado a profundidades maiores que 30 metros. A turbina já
está em testes em Pentland Firth, na Escócia, conectada ao local do projeto
MeyGen. As fundações utilizadas neste caso são do tipo de amarração com blocos
de gravidade. A turbina possui uma fundação individual semelhante a um trípode,
amarrada por cabos a seis blocos de 1200 toneladas que garantem sua estabilidade
horizontal.
Figura 27 : Turbina desenvolvida no projeto AR1500.
MORILD II
54
novembro de 2012, na Noruega. Com uma capacidade instalada de 1,5 MW, o
conjunto contava com quatro turbinas, cada uma com duas pás. Fixada ao solo por
meio de um sistema flutuante, contava com cabos submersos para a transmissão de
energia. Durante sua operação foram monitorados todos seus dados, observando-
se a geração de 40% menos dióxido de carbono que as turbinas eólicas onshore.
Além disso, 80% de toda a estrutura da MORILD II pode ser reciclada, gerando
menos impacto, mesmo após seu ciclo de vida previsto de 30 anos.
Open-Centre
55
Figura 29 : Turbina desenvolvida no projeto Open-Centre Turbine
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Plataforma
Como estudado anteriormente, a região entre o Havaí e os EUA emerge como um
ponto crítico de preocupação ambiental devido à grande concentração de lixo,
porém a mesma também compartilha de uma complexidade de atuação pois possui
profundidade oceânica variada e à dificuldade de acesso a áreas remotas. Com um
ecossistema marinho diversificado e sensível, a presença de resíduos plásticos
representa uma ameaça significativa para a vida marinha e a saúde dos
ecossistemas costeiros e oceânicos. A profundidade do oceano dificulta as
operações de limpeza e recolhimento de plásticos, prolongando a persistência
desses resíduos e intensificando os danos ao ambiente marinho. Diante desse
cenário desafiador, a necessidade de abordagens inovadoras e sustentáveis para
lidar com a poluição plástica é imperativa. como podemos ver na imagem abaixo:
Figura 30: Tamanho da ilha de lixo plástico do Pacífico já equivale a área total de Alemanha,
Espanha e França.
56
A atualização da plataforma FPSO para recolhimento e queima de plástico com
geradores de energia enfrenta desafios consideráveis devido à complexidade da
profundidade oceânica na região entre o Havaí e os EUA. Esta área apresenta
características variadas de profundidade, o que pode complicar as operações de
limpeza e recolhimento de plásticos, especialmente em locais mais profundos e
remotos. A profundidade do oceano pode aumentar a complexidade logística e os
custos associados à recolha eficaz de plásticos, ampliando a importância de
soluções inovadoras e adaptáveis para lidar com esse desafio.
57
Por outro lado, as plataformas semi submersíveis, com sua capacidade de
permanecer parcialmente submersas, oferecem uma vantagem em termos de
estabilidade e mobilidade em condições oceânicas adversas. Isso pode ser
especialmente relevante na região entre o Havaí e os EUA, onde a topografia
oceânica é complexa. As plataformas semi submersíveis podem ser mais facilmente
adaptadas para operações de recolhimento de plásticos, aproveitando sua
capacidade de acesso a áreas remotas e profundas de maneira mais eficiente.
Figura 31: Cidade de Paraty operando no campo Tupi, nordeste da Bacia de Campos.
58
Figura 32: Plataforma submersível.
59
termoquímico que envolve a decomposição de materiais orgânicos na ausência de
oxigênio, pode ser aplicada para converter resíduos plásticos coletados na
plataforma em hidrogênio. Esse hidrogênio é altamente versátil e limpo. As turbinas
marítimas, aproveitando a energia cinética das correntes oceânicas, convertem essa
energia em eletricidade, proporcionando uma fonte adicional de energia renovável e
sustentável. Essa abordagem não apenas promove a gestão eficiente de resíduos
plásticos, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis, mas também aproveita
os recursos naturais disponíveis de forma responsável. Além disso, as turbinas
marítimas oferecem uma solução de energia de baixo impacto ambiental, evitando a
emissão de gases de efeito estufa e minimizando os danos aos ecossistemas
marinhos. Juntas, a pirólise e as turbinas marítimas representam uma convergência
poderosa de tecnologias limpas e inovadoras, impulsionando a transição para um
futuro energético mais sustentável e resiliente.
60
Além disso, a região é conhecida por sua rica biodiversidade marinha, o que impõe
a necessidade de rigorosos protocolos ambientais durante o planejamento e
operação da plataforma. Medidas de conservação devem ser implementadas para
proteger ecossistemas marinhos sensíveis que podem coexistir nesse ambiente.
61
Segundo estudo realizado pelo eCycle, o processo de incineração de plásticos é
capaz de gerar 650 quilowatt-hora (kWh) de energia por tonelada de resíduo.
62
5.4. Explorando Turbinas para Geração de Energia:
Figura 34 : Quadro comparativo dos exemplos de aplicação estudados
Em paralelo
63
Portanto, apenas com a energia elétrica produzida pelo método energia das
correntes marítimas produzir 6480 kg/mês de hidrogênio verde.
64
6. CONCLUSÃO
Conclui-se por meio deste trabalho que surge a necessidade de buscar alternativas
para o uso de combustíveis fósseis, já que estes são os maiores responsáveis pelo
aquecimento global. Este projeto surge como uma possibilidade a ser aprofundada
em futuros estudos.
Por fim, em números finais, a plataforma seria capaz de gerar 702950 kWh mensais,
equivalente a R$ 669.732,85. Já em termos de hidrogênio verde, existe capacidade
65
de produzir 14.059 kg/mês, proporcionando um lucro entre R$219.133,77 e
R$249.018,51.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LEBRETON, Laurent. Evidence that the Great Pacific Garbage Patch is rapidly accumulating
plastic. Scientific Reports, março de 2018. Disponível em: Evidence that the Great Pacific
Garbage Patch is rapidly accumulating plastic | Scientific Reports (nature.com). Acesso em
05 de janeiro de 2024.
66
Bulk Equivalence Ratio on the PAH Emissions from the Combustion of PVC, Poly(styrene)
and Poly(ethylene), Proceedings Combustion Institute, v. 26, p. 2142-2460, 1996. Acesso
em 10 de Janeiro de 2024.
The Environment and Industry Council (EPIC) Canadian Plastics Industry Association. The
Gasification of Residual Plastics Derived from Municipal Recycling Facilities, August 2003.
Disponivel em: <www.cpia.ca> Acesso em 10 de Janeiro de 2024
KAMINSKY, W. Pyrolysis of plastic waste and scrap tyres in a fluid bed reactor. Resource
Recovery and Conservation, v. 5, p. 205-216, 1980. Acesso em 10 de Janeiro de 2024.
67
DeCOSTER, J.; ERGUT, A.; LEVENDIS, Y. A.; RITCHER, H.; HOWARD, J. B.; CARLSON,
J. B. PAH emissions from high-temperature oxidation of vaporized anthracene. Proceedings
of the Combustion Institute (2006), em impressão.
FLORIAN, A.; YANNICK, P.; RIO DE JANEIRO. Roberto Vinicius Granha Fiuza. [s.l: s.n.].
Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/54154/54154.PDF>. Acesso em: 5 jan.
2024.
68