Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aprovada em:
_______________________________________________
Profa. Dra. Eliana Lima da Fonseca- orientadora
_______________________________________________
Profa. Dra. Dejanira Luderitz Saldanha (UFRGS)
_______________________________________________
Prof. Dr. Sérgio Florêncio de Souza (UFRGS)
_______________________________________________
Prof. Dr. Luís Alberto Basso (UFRGS)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GEOCÊNCIAS
_____________________________
Catalogação na Publicação
Biblioteca Geociências - UFRGS
Renata Cristina Grun CRB 10/1113
Dedico aos meus pais, Jandir Sbruzzi e
Neusa Maria Sbruzzi.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e aos meus irmãos, pelo amor, carinho e apoio incondicional.
Bernardo de Claravel
RESUMO
The coastal zones are regions of great geomorphological dynamic where erosion and
deposition processes operating on different time scales. The seasonal opening and
closing of the Lagoa do Peixe channel (Brazil- RS), have a direct influence on
aquatic and terrestrial biota as well as agriculture and livestock activities. The aim of
this study were to analyze the connection process between Lagoa do Peixe and the
Atlantic Ocean, using multi-temporal images of orbital sensors to identify and quantify
the spatial changes and its dynamic based on the rainfall in the region. Satellite
images acquired between 1985 to 2014 were used to generate thematic maps of
Lagoa do Peixe channel. These maps were made using the slicing images
technique, generating a binary thematic maps dataset with two classes, water and no
water. It was found a direct relationship between the natural opening and monthly
rainfall above the average, especially in springtime. Rainfall showed directly influence
the flooded channel area, however, the human intervention, for economic reasons, it
is still the leading cause of volumetric changes and channel opening.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1. Objetivos ......................................................................................................... 13
1.2. Justificativa...................................................................................................... 13
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 15
2.1 Lagoas costeiras .............................................................................................. 15
2.1.1 Lagoas Intermitentes ................................................................................. 16
2.1.1.1 Lagoas intermitentes no Rio Grande do Sul ........................................... 17
2.2. Sensoriamento remoto aplicado aos ambientes costeiros .............................. 18
2.2.1. Comportamento espectral de alvos naturais ............................................. 19
2.2.1.1 Comportamento espectral dos corpos d´ água ....................................... 20
2.3. Geração de mapas temáticos a partir da técnica de fatiamento ..................... 20
2.4.Sensores orbitais de alta resolução com livre distribuição de imagens no Brasil
............................................................................................................................... 20
3. ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................... 23
3.1. Descrição do local ........................................................................................... 23
3.2. O clima da área de estudo .............................................................................. 25
4. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 27
4.1. Período de estudo ........................................................................................... 27
4.2. Dados de sensoriamento remoto orbital ......................................................... 27
4.2.1.Georreferenciamento ................................................................................. 28
4.2.2. Geração dos mapas temáticos e cálculo de áreas ................................... 29
4.3. Dados meteorológicos .................................................................................... 30
4.4. Trabalho em campo ........................................................................................ 31
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 32
5.1 Morfologia do canal da Lagoa do Peixe ........................................................... 34
5.2. Influência da precipitação pluvial na área do canal ......................................... 36
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 41
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 43
APÊNDICE A............................................................................................................. 51
APÊNDICE B............................................................................................................. 52
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivos
Objetivo geral:
Analisar o processo de ligação da Lagoa do Peixe com o oceano Atlântico.
Objetivos específicos:
Delimitar a área correspondente a embocadura do canal da Lagoa do Peixe
utilizando imagens multitemporais de sensores orbitais.
Interpretar e quantificar as alterações espaciais ocorridas na embocadura da
Lagoa do Peixe.
Avaliar a dinâmica da abertura e fechamento da barra da Lagoa do Peixe com
base na precipitação pluvial da região.
1.2. Justificativa
As planícies costeiras são áreas extremamente sensíveis à degradação de
seus recursos naturais em decorrência da atividade antrópica. Conhecer a dinâmica
dos corpos hídricos e os processos que resultaram nas feições hoje observadas faz
das informações geomorfológicas e geológicas um instrumento fundamental para a
gestão sustentável da zona costeira. A utilização de imagens de satélite no
gerenciamento das zonas costeiras, através da geração de mapas temáticos, facilita
o planejamento e as ações a serem conduzidas nesses setores. Com base em uma
14
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
C) A) B) C)
SUFOCADA RESTRITA VAZADA
Figura 1. Classificação geomorfológica das lagoas costeiras. A) Lagoa sufocada B) Lagoa Restrita e
C) Lagoa Vazada. Adaptado de Mahapatro et al. (2013).
Figura 2. Lagoas costeiras do Rio Grande do Sul (em azul). A) Imagem de satélite mostrando o canal
de ligação da Lagoa do Peixe com o oceano.
Vegetação
40 Solo de sedimento argiloso
Solo lamoso
30
CBERS-2 e 2B/CCD
20 Landsat 5 e 7/TM e TM+
IRS-P6/LISS-III
10 Landsat 8- OLI
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6
Comprimento de onda (μm)
Figura 3. Reflectância espectral dos alvos naturais. Adaptado de SWAIN; DAVIS, (1978).
20
RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO
SATÉLITE SENSORES TEMPORAL RADIOMÉTRICA
ESPECTRAL (um) ESPACIAL(m)
(dias) (bits)
0,51 - 0,73 (pan)
2 0,45 - 0,52 (azul)
CBERS CCD 0,52 - 0,59 (verde) 20 26
0,63 - 0,69 (vermelho)
2B
0,77 - 0,89 (infravermelho próximo)
0,45 - 0,52 (azul)
0,52 - 0,60 (verde)
0,63 - 0,69 (vermelho) 30
5 TM 0,76 - 0,90 (infravermelho próximo)
1,55 - 1, 75 (infravermelho médio)
8
10,4 - 12,5 (infravermelho termal) 120*
2,08 - 2,35 (infravermelho médio) 30
0,45 - 0,51 (azul)
0,52 - 0,60 (verde)
0,63 - 0,69 (vermelho)
30
0,76 - 0,90 (infravermelho próximo)
7 ETM+
1,55 - 1, 75 (infravermelho médio)
Landsat 16
10,4 - 12,5 (infravermelho termal)
2,09 - 2,35 (infravermelho médio) 60**
0,52 - 0,90 (pancromático) 15
0,43 - 0,45 (aerossol costeiro)
0,45 - 0,51 (azul)
0,52 - 0,60 (verde)
0,63 - 0,68 (vermelho) 30
8 OLI 0,84 - 0,88 (infravermelho próximo) 16
1,56 - 1, 66 (infravermelho médio)
2,10 - 2,30 (infravermelho médio)
0,50 - 0,68 (pancromático) 15
1,36 - 1,39 (Cirrus) 30
0,52 - 0,59 (verde)
Resourcesat 0,62 - 0,68 (vermelho)
1 LISS-III 23,5 24 7
(IRS-P6) 0,77 - 0,86 (infravermelho próximo)
1,55 - 1,70 (infravermelho médio)
*Imagens adquiridas com resolução de 120 m, mas os produtos datados anteriores a 25 de fevereiro
de 2010 são redefinidos para 60 m. Os produtos posteriores a essa data são redefinidos para 30 m.
** Imagens adquiridas com resolução de 60 m. Os produtos com data após 25 de fevereiro 2010 são
redefinidos para 30 m.
23
3. ÁREA DE ESTUDO
Figura 4. Mapa de localização da área de estudo (A),em destaque o canal da Lagoa o Peixe (B),
pertencente ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe (C).
24
Figura 5. Fotografia aérea da desembocadura da Lagoa do Peixe-RS. Fonte: Blog Parna da Lagoa do
Peixe.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Georreferenciamento
das imagens ENVI 4.7
Máscara de recorte
Fatiamento
4.2.1.Georreferenciamento
As imagens disponibilizadas pela USGS apresentam registro espacial preciso
(USGS, 2015a), portanto não foi preciso realizar nenhum procedimento de
georreferenciamento ou registro das mesmas. As imagens cedidas pelo INPE são
disponibilizadas com calibração radiométrica e geométrica aplicada, chamada
correção de sistema (INPE, 2015a). Os dados resultantes desse processo
apresentam um erro de posicionamento atribuído à ausência de pontos de controle.
29
processo foi executado com a ferramenta fatiamento na qual à classe “água” foram
atribuídos todos os pixels com valor de nível digital no intervalo ente zero e 35, para
imagens 8 bits e 5021 e 7703, para imagens 16 bits. Em razão da resposta espectral
diferenciada na presença de neblina, turbidez da água ou demais interferências, os
valores máximos dos ND variaram, conforme cada imagem, alcançando o valor de
150 (8 bits) e 8452 (16 bits). No Apêndice A estão apresentados os limiares para
cada uma das imagens analisadas. Os demais níveis digitais foram atribuídos à
classe “não água”.
Através da tabela de atributos da classe temática “água”, no software ArcGis
foi obtido valor da área do canal da Lagoa do Peixe para cada uma das imagens.
Apenas com o objetivo de melhorar a apresentação visual dos mapas temáticos,
realizou-se, posteriormente ao cálculo da área, uma suavização das bordas da lagoa
(70m), amenizando o aspecto quadriculado dos pixels.
Figura 9. Imagem da margem sul da desembocadura da Lagoa do Peixe-RS, apontada pelas setas
vermelhas.
32
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para os anos de 1985 a 2014 foram gerados mapas temáticos (Apêndice B),
que apresentam a situação da embocadura da Lagoa do Peixe. A análise e
interpretação dos mapas temáticos, juntamente com informações fornecidos pelo
ICMBIO (2014), deram origem aos dados da ligação da lagoa com o mar,
identificando se o canal estava aberto ou fechado. Nessa análise, apresentada no
Tabela 2, são identificados os meses em que o canal estava aberto ou fechado. A
situação do canal apresentada nas células brancas foi determinada a partir da
visualização das imagens de satélite. A situação apresentada nas células amarelas
foram deduzidas pela extensão da lagoa nos meses anterior e posterior, observado
nas imagens de satélite. As células vermelhas indicam a abertura artificial e as azuis
a abertura natural da barra da lagoa, baseado nos dados fornecidos pelo ICMBIO.
Nos meses em que as células estão vazias não foi possível obter informações sobre
a situação do canal.
33
Tabela 2. Dados mensais de abertura e fechamento do canal da Lagoa do Peixe no período de 1985 a 2014.
Número de
Período (%)
Canal/Mês Observações Soma
Aberto Fechado Aberto Fechado
Janeiro 10 13 23 43,5 56,5
Fevereiro 4 13 17 23,5 76,5
Março 4 13 17 23,5 76,5
Abril 5 14 19 26,3 73,7
Maio 5 16 21 23,8 76,2
Junho 6 10 16 37,5 62,5
Julho 8 10 18 44,4 55,6
Agosto 12 8 20 60,0 40,0
Setembro 11 8 19 57,9 42,1
Outubro 14 7 21 66,7 33,3
Novembro 12 7 19 63,2 36,8
Dezembro 12 12 24 50,0 50,0
Figura 10. Mapas temáticos da abertura natural do canal da Lagoa do Peixe-RS. Letras de A-K
identificam o par de meses sendo primeiro o mês que antecede e segundo o mês que registra a
abertura do canal da lagoa.
36
(Continuação)
130,0 2 130,0 2
Precipitação (mm)
115,0 1,7 115,0 1,7
Área (km^2)
Área (Km^2)
110,0 1,6 110,0 1,6
80,0 1 80,0 1
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez verão outono inverno primavera
A Mês B Estação do ano
2000
Precipitação anual acumulada (mm)
1500
1000
Média anual
500
0
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
C Ano
Figura 11. Gráfico da área do canal (linha vermelha) da Lagoa do Peixe em relação à precipitação
(barra azul) no município de Mostardas/RS. A) Área do canal e precipitação média mensal B) Área do
canal e precipitação média sazonal e C) Precipitação acumulada anual de 1985-2014.
Verificou-se que o aumento dos valores das áreas calculadas para o canal da
Lagoa do Peixe, está diretamente relacionado ao aumento da precipitação pluvial
média mensal e sazonal do município de Mostardas. Essa informação mostra que as
áreas alagadas estão diretamente ligadas a precipitação pluvial mensal. Tais dados
são confirmados no trabalho de Schossler (2011) que afirma ser a precipitação
pluvial é a principal responsável pelo fluxo hidrodinâmico da lagoa, visto que a lagoa
não recebe afluentes de rios e nem está ligada a redes de drenagem costeiras. As
intensas chuvas na estação de verão não apresentaram relação com as áreas
alagadas, o motivo pode estar relacionado a ação de outras forçantes, com a
evaporação intensa, recorrente no verão (SERPA, 2008).
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
jan jan jan jan jan jan
fev fev fev fev fev fev
mar mar mar mar mar mar
abr abr abr abr abr abr
mai mai mai mai mai mai
jun jun jun jun jun jun
Mês
Mês
Mês
Mês
1991
1985
Mês
Mês
jul jul jul
2000
jul
1994
jul
1997
2003
jul
ago ago ago ago ago ago
set set set set set set
município de Mostardas.
out out out out out out
nov nov nov nov nov nov
dez dez dez dez dez dez
0
0
0
0
0
100
200
300
500
600
100
200
300
600
400
400
500
100
300
400
600
100
200
300
500
600
200
500
400
100
200
300
500
600
400
200
300
500
600
100
400
Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm)
Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Fechado
Aberto
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Mês
Mês
Mês
Mês
jul
2001
jul
2004
jul
1998
Mês
jul
1986
Mês
jul
1995
jul
1992
Mês
jul
1989
0
0
0
0
0
0
0
200
300
400
500
100
300
400
500
600
100
600
200
100
200
300
500
600
400
100
200
300
400
500
600
100
200
300
500
600
400
200
300
500
600
100
400
200
300
500
600
100
400
Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm)
Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal Estado do canal
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Aberto
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
Fechado
jan jan jan jan jan jan jan
fev fev fev fev fev fev fev
mar mar mar mar mar mar mar
abr abr abr abr abr abr abr
mai mai mai mai mai mai mai
jun jun jun jun jun jun jun
Mês
Mês
Mês
Mês
jul
1987
jul
1999
jul
2005
jul
2002
Mês
Mês
1996
1990
Mês
jul
1993
jul jul
ago ago ago ago ago ago ago
set set set set set set set
out out out out out out out
nov nov nov nov nov nov nov
dez dez dez dez dez dez dez
0
0
0
0
0
0
100
200
500
600
300
400
100
200
300
500
600
200
300
400
500
100
200
300
500
600
400
100
600
400
200
300
500
600
100
400
200
300
500
600
100
400
100
200
300
400
500
600
Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm) Precipitaçao (mm)
Figura 12. Gráficos anuais da relação entre o estado do canal da Lagoa do Peixe e a precipitação do
39
40
(Continuação)
2006 600 2007 600 2008 600
Precipitaçao (mm)
Precipitaçao (mm)
Precipitaçao (mm)
Estado do canal
Estado do canal
Estado do canal
500 500 500
Aberto 400 Aberto 400 Aberto 400
300 300 300
Fechado 200 Fechado 200 Fechado 200
100 100 100
0 0 0
fev
fev
fev
set
mai
mar
mai
set
out
set
mar
abr
jan
abr
jul
jun
ago
out
nov
dez
jan
mar
abr
mai
jun
jul
ago
out
nov
dez
jan
jun
jul
ago
nov
dez
Mês Mês Mês
Precipitaçao (mm)
Precipitaçao (mm)
Precipitaçao (mm)
Estado do canal
Estado do canal
Estado do canal
500 500 500
Aberto 400 Aberto 400 Aberto 400
300 300 300
Fechado 200 Fechado 200 Fechado 200
100 100 100
0 0 0
fev
fev
fev
set
mar
abr
mai
jul
mar
abr
ago
set
set
jan
jun
ago
out
nov
dez
jan
mai
jun
jul
out
nov
dez
jan
mar
abr
mai
jun
jul
ago
out
nov
dez
Mês Mês Mês
Precipitaçao (mm)
Precipitaçao (mm)
Estado do canal
Estado do canal
Estado do canal
500 500 500
Aberto 400 Aberto 400 Aberto 400
300 300 300
Fechado 200 Fechado 200 Fechado 200
100 100 100
0 0 0
fev
fev
mar
jan
mai
set
nov
dez
mar
set
nov
dez
fev
jun
abr
jul
out
jan
abr
mai
jun
jul
out
ago
ago
jun
set
jan
mar
mai
abr
jul
ago
out
nov
dez
Mês Mês Mês
Schossler (2011) ainda afirma que a Lagoa do Peixe, por não possuir
tributários, é alimentada exclusivamente pela precipitação pluvial local. Quaisquer
alterações mensais ou anuais podem aumentar de forma expressiva o volume do
corpo hídrico. O volume tem a capacidade de forçar a abertura das barreiras
arenosas em canais intermitentes, como a Lagoa Peixe. Apesar da maior
contribuição da precipitação e da ação humana existem outras forçantes (variáveis
impulsionadoras) que interferem nos fluxos e, por consequência, na abertura e
fechamento do canal da lagoa. Conforme Kjerfve (1994) a entrada de rios, o vento,
atuando sobre os sedimentos ou gerando ondas, as oscilações de marés, o balanço
entre precipitação e evaporação, e o balanço do calor de superfície podem interferir
na região costeira e esta responderá diferentemente à cada uma das forçantes.
Anomalias ocasionadas por eventos climáticos globais como o caso do El Niño
Oscilação Sul (ENOS) também podem interferir na Lagoa do Peixe. Autores como
Grimm (1998) e Diaz (1998) também apontam em seus estudos que as anomalias
de precipitação no sul do Brasil estão fortemente associadas aos fenômenos El Niño
e La Niña.
41
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
BIRD, E. C.F. Physical Setting and geomorphology of coastal lagoons In: KJERFVE,
B (Ed.). Coastal lagoon process. Amsterdam: Elsievier Oceanographic Series. v.
60, 1994. p. 9-36.
BYRNE, R.J., GAMMISCH, R.A., THOMAS, G.R. Tidal Prism-Inlet Area Relations
For Small Tidal Inlets. Proc. 17th Coastal Eng. Conf, ASCE Press, NY, p. 2517-
2533, 1980.
FRAZIER, P.S.; PAGE, K.J. Water body detection and delineation with landsat TM
data. Photogrammetric Engineering & Remote Sensing. v. 66, n. 12, p. 1461-
1467, 2000.
GRIMM, A.M. Climate Variability in Southern South America Associated with El Niño
and La Niña Events. Journal of Climate. v. 13. p.35-58. 2000.
RYU, J.;WON J.-S.;MIN, K.D. Waterline extraction from Landsat TM data in a tidal
flat A case study in Gomso Bay, Korea. Remote Sensing of Environment, v. 83, n.
3, p. 442-456, 2002.
SILVA, D.R.V; AMARO, V.E. Integração entre dados ópticos e radar (SRTM) para a
caracterização geoambiental da costa setentrional do Rio Grande do Norte. Rev.
Geogr. Acadêmica. v.2, n. 2. p.111-123. 2008.
SILVA, G.V.; CARVALHO, J.L.B; KLEIN, A.H.F. Camacho inlet southern Brazil e
Instability causes and user conflicts. Ocean & Coastal Management. v. 54, p. 569-
576, 2011.
49
SWAIN, P.H., DAVIS, S. Remote sensing: the quantitative approach. New York :
McGraw-Hill Book, 1978, 396 p.
United States Geology Service (USGS). Banco de dados Landsat. Disponível em: <
http://earthexplorer.usgs.gov/ > Acesso em: 20 de junho de 2013.
50
WANG, Y.; COLBY, J. D.; MULCAHY, K. A. An efficient method for mapping flood
extent in a coastal floodplain using Landsat TM and DEM data. International
Journal of Remote Sensing. v. 23, n. 18, p.3681–3696, 2012.
APÊNDICE A
Tabela com os dados das imagens orbitais utilizadas no estudo e o intervalo do valor do pixel
correspondente à detecção da classe temática “água”.
APÊNDICE B
Figura com os mapas temáticos da embocadura da Lagoa do Peixe/RS no período de 1985 a 2014.
57
58
59
60
61
62
63
64
65